De Macalé a Zé do Poço Dentro do promissor cenário de novas bandas mineiras, o Graveola é hoje um nome de indiscutível destaque. Com dez anos de estrada, quatro álbuns lançados, cinco turnês na Europa e mais de 250 shows realizados em dezenas de cidades no Brasil, o grupo conta com elogiosas críticas e um número crescente de fiéis seguidores na internet e nos shows. Composto por músicos irreverentes e atrevidos, o Graveola produz uma colagem musical instigante. Misturam o sofisticado ao popular a ponto de torná-los indistinguíveis. Desde o surgimento do grupo em meados de 2004, seus músicos vêm surpreendendo o eclético público que conquistam a cada apresentação com sua mistura entre o lixo cultural e o lirismo politico, a pseudo-erudição e a experimentação de amabilidades sonoras. A coleção de gêneros sobrepostos consegue deixar incomodados aqueles ouvintes que se esforçam em etiquetar estilos em gavetas sonoras. Mas distantes do desconforto estão aqueles que abrem seus ouvidos para o "Grave". Nos últimos anos, a banda carimbou o Norte, Nordeste e Centro Oeste do país, tocando em festivais de grande importância para a difusão da música independente. Desde 2010, desenvolvem um trabalho de circulação na Europa, tendo realizado mais de 40 shows no velho continente. Atualmente a banda tem seus discos lançados internacionalmente pela Mais Um Discos, selo londrino que também agencia artistas como Lucas Santanna, Gaby Amarantos, Bixiga 70 e Metá Metá. Os graveolas já foram quatro, tornaram-se oito, chegaram a ser dez e hoje são seis: Luiz Gabriel Lopes, José Luis Braga, Luiza Brina, Ygor Rajão, Bruno de Oliveira e Gabriel Bruce. Já fizeram sons com Jards Macalé, Thiago Amud e Zé do Poço. Já tocaram na BBC, em Londres, arrancando elogios de Gilles Peterson, e também debaixo do viaduto, para deleite dos mendigos. Estão aí na atividade, circulam pela cidade e também fazem parte de outros grupos musicais. Vale a pena conhecer os projetos paralelos dos integrantes. "Você que está sozinho aí entediado com a televisão", precisa saber que o Graveola não é um grupo estritamente musical. A agenda da banda é fortemente pautada em questões políticas, envolvendo-se diretamente em ações populares, principalmente as ligadas ao acesso aos bens culturais da cidade de Belo Horizonte e democratização do uso do espaço público. O Movimento Praia da Estação e o ressurgimento do Carnaval de Rua de Belo Horizonte tiveram membros do Graveola diretamente envolvidos. “É preciso desafinar o coro dos contentes. Somos corações e mentes que pulsam, sentem, fazemos parte de um mesmo lugar. Façamos!” defende Ygor Rajão, tecladista da banda. Ouvinte, abra o coração e os ouvidos. O Grave está entrando no circuito do seu rádio.