UNIVERSIDADE GAMA FILHO PÓS-GRADUAÇÃO Nível: LATO SENSU Curso: FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO “Fisiologia celular e homeostase” Prof. Drd. LUIZ CARLOS CARNEVALI [email protected] OBJETIVO DO CURSO • • • • Estrutura e função das células Biologia celular e molecular Controle da homeostase Comunicação e integração do corpo humano • Adaptações promovidas pelo exercício MEIOS INTERNO x EXTERNO • MEIO EXTERNO: Ingerido mas não absorvido • MEIO INTERNO: Somente quando é absorvido Meio extracelular Meio intracelular Leito intravascular HOMEOSTASE HOMEOSTASE 1.1. Exercício e Saúde Convert Bailey - “Se o exercí exercício pudesse ser prescrito em forma de pí pílula, seria o remé remédio mais vendido do mundo.” mundo.” Astrand – “A exigência do exame mé médico para quem vai iniciar um programa de exercí exercícios é um atraso (rsrsrs). Na verdade, o exame mé médico deveria ser solicitado para as pessoas que se negam a praticar a atividade fí física.” sica.” Organizaç Organização mundial da saú saúde É um estado de total bembem-estar fí físico, mental e social e não sendo apenas relacionado a ausência de doenç doenças ou enfermidades OMS 1948 1.2 Homeostase e Saúde Homeostase Homeo = similar stasis = condição Capacidade de manter a estabilidade do meio interno dentro de um padrão de variaç variação que permita seu ótimo funcionamento Walter B Cannon,1929 Homeostase Variáveis Rígidas: Temperatura – pH Íons (K+/Ca+/Na+) e Fluídos PO2/PCO2 Variáveis Flexíveis: Glicemia – FC/PA – Metabolismo energético Fatores Estressores Pressões do Ambiente Externo HOMEOSTASE Jejum Atividade Física Frio Calor Altitude Fatores Psicológicos Sistema de Controle Biológico Ajuste do Meio Interno Centro ção Centro de de Integra Integração (2) O receptor (3) Sinaliza ao efetor avisa o centro de integração + sobre o distúrbio + Efetor Efetor Receptor Receptor (1) O estímulo excita o receptor para corrigir o distúrbio (4) O efetor corrige + Est ímulo Estímulo - o distúrbio e remove o estímulo (Powers & Howley 2000) 1.3 Exercí Exercício e Homeostase O exercício intenso é uma maneira formidável de desafiar a capacidade do corpo de manter seu ambiente interno dentro de um padrão de variação que permita seu ótimo funcionamento Maughan & Nadell, 2000 Homeostase Exercício - “Stress” Energia -ATP - Temperatura – pH – Íons e Fluídos - PCO2 / PO2 - Glicemia – FC/PA Estado Estável Estresse x Adaptação Hans Seyle (1936) Síndrome da Adaptação Geral Stress: estímulo não específico que perturba a homeostase, gerando uma resposta. 1.5 MODELO TEÓ TEÓRICO mecanismo de aç ação Estresse Pressões do Ambiente Externo Adaptações Resposta Jejum Privação de sono Frio Calor Altitude Atividade Física Desequilíbrio do meio interno Supercompensação Super-compensação Homeostase Recuperação-Adaptação Estresse CÉLULA CÉLULA CITOPLASMA • FIBRAS PROTÉICAS CITOPLASMA: • Microfilamentos (actina) • Filamentos intermediários Miosina (músculo) Queratina (cabelo e pele) • Filamentos grossos (microtúbulos) CÉLULA MUSCULAR • • • • • • • Proteínas contráteis: Actina / miosina Tropomiosina Troponina Proteínas estruturais Colágeno Elastina ACTINA: Filamento MEMBRANA CELULAR RIBOSSOMOS POLIRIBOSSOMOS POLIRIBOSSOMOS CITOESQUELETO MICROFILAMENTOS ( actina) FILAMENTOS INTERMEDIÁRIOS (miosina, queratina): resistência ao estresse mecânico MICROTÚBULOS (tubulina): originam o citoesqueleto e combinam-se para formar os microtúbulos. FUNÇÕES CITOESQUELETO • Proteínas dão suporte celular e forma a célula • Fibras estabilizam posição das organelas • Transporte de materiais para dentro da células, movimento vesículas e organelas • Conexão com fibras extracelulares ligando uma célula a outra (trafego de inform.) • Movimento celular (glóbulos brancos e células nervosas) CITOESQUELETO PROTEÍNAS MOTORAS • Ligam-se ao filamentos do citoesqueleto • Utilizam a energia derivada de repetidos ciclos de hidrólise de ATP para se mover ao longo do filamento • Diferem pelo tipo de filamento que se ligam e direção que se movem Superfamília da Miosina • Funções: – I – atividade contrátil – II – organização intracelular com a actina – III – transporte de organelas Movimento das Proteínas Motoras • A energia da hidrólise de ATP força um movimento da proteína motora. • Todo este ciclo mecânico-químico de ligação e hidrólise do ATP e liberação do fosfato produz um único movimento Repouso/Relaxamento Excitação-Junção/Contração CONTRAÇÃO MUSCULAR ESTRUTURAS LOCOMOTORAS • Cílios e flagelos que são formados a partir de um arranjo de microtúbulos similar , porém com propriedades diferentes. • Cílio: menor porém em maior quantidade • Flagelo: células animais flageladas possuem 1 ou 2 flagelos CÍLIOS • Projetam-se da superfície da célula • Continuação da membrana celular • Deslizamento de microtúbulos (sobreposição) • Movimento de fluídos FLAGELOS • Tem como função empurrar a célula através dos fluídos • Movimento por meio de contrações ondulatórias • Movem-se por mecanismos semelhantes aos encontrados nos cílios CILIOS E CENTRÍOLOS RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO RE LISO • Síntese de ácidos graxos • Sintese de esteróis • Síntese de lipídios (fosfolípides • Estoque de Cálcio RE RUGOSO • Síntese de Proteínas • Proteínas associadas ao RER se desprendem indo ao GOLGI através de VESÍCULAS SECRETORAS APARELHO DE GOLGI • Consiste em sacos ocos emplihados e recurvados • Modifica proteínas sintetizadas no RER e as envolve em vesículas de membrana (Glicoproteínas) Vesículas secretoras Vesículas de armazenamento (lisossomos) APARELHO DE GOLGI APARELHO DE GOLGI COMPLEXO GOLGI / RE LISOSSOMOS E PEROXISSOMOS LISOSSOMOS • Mais de 50 tipos de enzimas já foram identificadas nos lisossomos de diferentes células… • Os lisossomos podem liberar suas enzimas para dissolver material de suporte extracelular • Liberação inadequada (artrite reumatóide)inflamação e destruição dos tecidos articulares…. PEROXISSOMOS • DEGRADAÇÃO AG que gera peróxido de hidrogênio(H2 O2) • Através da ação da enzima CATALASE gera água • DISFUNÇÃO interrompe o processamento normal de lipídeos (Sistema nervoso) •RESUMÃO….. MITOCÔNDRIA MEMBRANA EXTERNA ESQUEMA DA MITOCÔNDRIA MEMBRANA INTERNA MATRIZ ESPAÇO ENTRE MEMBRANAS FORMAS VARIADAS: Sítio de contato • “PH E TEMPERATURA QUEBRAM LIGAÇÕES INTRAMOLECULARES E DESNATURAM PROTEÍNAS…..” PH E TEMPERATURA • O PH tem influência direta na atividade máxima enzimática ÁCIDO LÁTICO NADH/H+ ... dentro da célula LDH O || H3C– C – C O OH Ác. Pirúvico (cetoácido) OH | H3C– C – C | H Ác. Lático O OH ... dentro da célula OH O | H3C– C – C | OH H Ácido lático OH O | H3C– C – C | OK H Lactato de Potássio + e KHCO3Bicarbonato de Potássio (tampão celular) = H2O H2CO3 Ácido Carbônico CO2 ...porém no sangue... OH | H3C– C – C | H O OK + NaHCO 3 Lactato de Potassio OH | H3C– C – C | H O ONa e HCO 3 + K+ cél. musc.: Bomba Na+/K+ TAMPONAMENTO DE LACTATO c é l C H O + KHCO → KC H O + H CO 3 6 3 3 3 5 3 2 3 u l a Transportadores de Kla: compatíveis com K+ H2O CO2 s a n KC3H5O3 + NaHCO3 → NaC3H5O3 + K + HCO-3 g u cél. musc.: • fígado e sangue Bomba • coração Na+/K+ DINÂMICA DE MEMBRANAS BICAMADA LIPÍDICA FOSFOLIPÍDIO ESTRUTURA MEMBRANA As concentrações de Íons são diferentes no meio intracelular e extracelular A célula necessita: 1- Ingestão de nutrientes essenciais 2- Excreção de produtos residuais 3- Regulação de concentrações iônicas intracelulares De que forma a célula irá transferir moléculas hidrossolúveis através de sua membrana hidrofóbica? PRINCÍPIOS DE TRANSPORTE TRANSMEMBRANA Bicamadas lipídicas isentas de proteínas são altamente impermeáveis a Íons Qualquer molécula se difundirá através de uma bicamada lipídica isenta de proteína ao longo de seu gradiente de concentração A velocidade depende do tamanho e da solubilidade em óleo (quanto mais hidrofóbica e mais não-polar ela for) Moléculas não-polares: O2 (32D) CO2 (44D) Moléculas polares pequenas sem carga: Água (18D) Uréia (46D) Moléculas polares grandes sem carga: Glicose (180D) Quanto menor, mais facilmente a molécula polar se difunde, enquanto as moléculas carregadas (íons) não se difundem sem a presença de proteínas, independente do tamanho. A permeabilidade de uma camada lipídica sintética a diferentes moléculas Moles/seg/cm2 CAPTAÇÃO DE AG - FIBRA MUSCULAR Proteínas transportadoras de membrana Especificidade (mutações em um único gene eliminam a capacidade de transporte) Multipasso: suas cadeias polipeptídicas atravessam a membrana múltiplas vezes. PROTEINAS DE MEMBRANA ESTRUTURA MEMBRANA Existem duas classes de proteínas transportadoras de membrana: - Proteínas carreadoras - Proteínas formadoras de canal Mais lento Mais rápido O transporte ativo é mediado por proteínas transportadoras acopladas a uma fonte de energia Transporte passivo: -moléculas sem carga -gradiente de concentração -gradiente elétrico Gradiente eletroquímico: G. conc. + G. elétrico Transporte ativo: vai contra o gradiente eletroquímico Depende da utilização de energia TRANSPORTE ATRAVÉS DE MEMBRANA A. TRANSPORTE PASSIVO: SEM CONSUMO ENERGÉTICO 1. DIFUSÃO SIMPLES: ATRAVESSAM A MEMBRANA 2. DIFUSÃO FACILITADA: UTILIZAM PROTEÍNAS B. TRANSPORTE ATIVO: UTILIZAM PROTEÍNAS E CONSOMEM ENERGIA A. TRANSPORTE PASSIVO GRADIENTE DE CONCENTRAÇÃO DIREÇÃO DO TRANSPORTE DIFUSÃO SIMPLES DIFUSÃO FACILITADA O transporte passivo (carreadoras ou canais) e ativo (carreadoras) Mecanismo de transporte passivo por uma proteína carreadora Mudanças conformacionais na proteína Reação enzima-substrato Cinética de difusão simples ou mediada pelo carreador A saturação ocorre quando os sítios de ligação ao soluto estão ocupados Vmax: velocidade máxima de transporte / carreador saturado Km: constante de ligação característica pelo seu soluto B. TRANSPORTE ATIVO GRADIENTE DE CONCENTRAÇÃO DIREÇÃO DO TRANSPORTE Formas de energia acopladas ao transporte ativo em uma célula - Carreadores acopladores - ATPases - Bombas dirigidas pela luz (bactérias) Carreadores acoplados transportam dois solutos Na mesma direção – simporte Em direções opostas - antiporte EXEMPLOS Transporte ativo primário – ATPases secundário – carreadores ionicos O transporte de glicose em células epiteliais de intestino ou rim depende do gradiente de Na – simporte • Transporte simporte sódio e glicose TRANSPORTE ACOPLADO DE Na+ e GLICOSE Na+ k+ ATPase A bomba de Na-K é uma ATPase Concentração de K+ maior no interior da célula Concentração de Na+ é maior no exterior da célula Gradiente de Na+ é explorado como fonte energia para o transporte de açucares e aminoácidos (1/3 do gasto da célula) Células nervosas eletricamente ativas, estão repetidamente ganhando pequenas quantidades de Na+ e perdendo pequenas quantidades de K+ durante a propagação dos impulsos nervosos. (2/3 do gasto energético da célula) Por utilizar ATP para bombear Na+ para fora e K+ para dentro da célula essa bomba é conhecida como Na+K+ ATPase Para cada molécula de ATP hidrolisada 3 Na+ são bombeados para fora e 2 K+ são bombeados para dentro O sistema de transporte da bomba depende da autofosforilação da proteína. ATPases de transporte do tipo P 1-ligação de Na+ 2-Fosforilação induz modificação 3-libera Na+ 4-Liga K+ 5-desfosforilação retorna a conformação original 6-Libera K+ no citosol TRANSPORTE ATIVO: BOMBA DE SÓDIO E POTÁSSIO A bomba de Na+K+ pode ser operada ao reverso para produzir ATP Experimentalmente os gradientes de NA+ e K+ Energia estocada em seus gradientes eletroquímicos maior do que a energia química da hidrólise de ATP Íons movem-se de acordo com seus gradientes ATP é sintetizado pela Na+k+ ATPase a partir de ADP e fosfato Portanto depende das concentrações relativas de ATP, ADP e fosfato e dos gradientes eletroquímicos de Na+ e K+ OSMOSE DIFUSÃO SIMPLES: OSMOSE Fontes de osmolaridade intracelular Células animais mantém grande concentrações de íons extracelular VESÍCULAS TRANSPORTADORAS Transporte de moléculas grandes através das membranas ENDOCITOSE E EXOCITOSE CLATRINA -Mediadora de vários tipos de transporte celular -Possui uma cadeia pesada e uma cadeia leve -Partículas de montagem -Dinamina (proteína ligadora de GTP) ROTAS DE EXOCITOSE RESUMINDO RESUMO: Transporte de substâncias ATIVO PASSIVO Difusão Simples Difusão Facilitada Endocitose Exocitose Osmose Fagocitose Pinocitose