A SOCIEDADE IMERSA NA ÁGUA: A INOVAÇÃO ALIADA AO USO
CONSCIENTE
Bibiana Hoff
Resumo: O presente artigo visa apresentar uma técnica de tratamento e reúso da água,
tendo em vista uma forma simples e viável para economizar água. A técnica é baseada
na reutilização da água gasta na máquina de lavar, utilizando uma bactéria capaz de
limpar a água, e a mesma sendo reutilizada em uma horta, atitude que beneficiará os
envolvidos.
Palavras – chave: Água; Futuro; Reúso; Tratamento; Sustentabilidade; Bactéria.
1 Introdução
Sabendo do papel primordial da água na sociedade contemporânea, é de suma
importância que percebamos, e mais ainda, que criemos iniciativas que possuam como
metas reduzir o consumo de água per capita sem que isso afete diretamente os
consumidores. Para que isso ocorra, teremos que analisar propostas e seus devidos
resultados. Sem omitir que, o mundo atual suscita cada vez mais alternativas
promissoras entre sustentabilidade e ecologia. O termo Sustentabilidade atualmente vem
sendo buscada em pequenos atos. Tornado-se um requisito necessário para a
preservação do meio ambiente. A preocupação com essa situação leva a necessidade de
se usar a água de modo mais racional, buscando métodos que visam aumentar a
eficiência no seu uso.
A demanda crescente por água tem feito do reuso planejado dessa um tema atual
e de grande importância. As técnicas de tratamento e reúso da água se apresentam de
diversas formas. Os egípcios já utilizavam a prática de decantação para purificação
deste recurso. Esse método é aplicado quando há necessidade de separar líquidos de
sólidos e consiste em deixar a mistura em repouso para sua parte sólida depositar no
fundo do recipiente. É empregado, inclusive atualmente, nas Estações de Tratamento de
Água (ETA’s). Mas não podemos esquecer da ligação dessa descoberta com uma das
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teorias de Hipócrates,1 o qual afirmava que ‘‘devemos ferver e filtrar a água de beber”;
afirmando que “o caminho para a saúde do homem está na moderação e num modo de
vida saudável - mente sã em corpo são”. Desde então, mudando conceitualmente a
necessidade de preservação e cuidado com a água.
No mundo em que vivemos hoje, muitos ouvimos falar de água. Entretanto,
poucos fazem o necessário para preservá-la. Muitos acreditam que o planeta azul é fonte
interminável de água. Porém, precisa-se saber que ela é também um bem finito, mas
renovável. Preocupar-se com a escassez de água em um planeta que tem setenta e cinco
por cento de sua superfície coberta por água parece absurdo. Todavia, a maior parte da
água do nosso mundo é salgada, imprópria para o consumo imediato. Apenas três por
cento dessa água são representadas por água doce, ou seja, pronta para o uso direto. Para
que a água não se torne um bem escasso, para que ela não vire motivo de conflitos entre
potências internacionais (já que a água está distribuída pelo globo em diferentes bacias
hidrográficas e abundância desigual) devemos adiantar alguns processos. Ou seja, o
conjunto das atividades humanas associadas ao crescimento populacional demanda
maior atenção para/com a imprescindibilidade do seu uso. Números comprovam que até
2050, pelo menos uma em cada quatro pessoas deverão viver em um país afetado por
escassez crônica ou recorrente de água doce.
2 Água na sociedade contemporânea
A água tem ganhado um espaço especial em debates ambientais e políticos,
pois a humanidade vem se conscientizando da necessidade de preservar e recuperar as
reservas naturais deste recurso essencial à vida.
O artigo abordará uma única técnica
para o tratamento e reúso da água enquanto cidade flutuante. A escolha foi feita devido
o contexto socioambiental. Se, por um lado, a falta de água é um dos maiores dramas
socioambientais de nosso tempo, por outro, o excesso dela também pode ser o
infortúnio de muitas vidas. A comparação é que enquanto alguns habitantes não têm
água para consumo direto, outros sofrem com enchentes, por exemplo. Nesse enredo se
atrela a transmissão de doenças via tal líquido. Muitos organismos nocivos podem ser
levados de uma cidade a outra, causando diversas implicações. Contudo, uma rota para
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Considerado por muitos uma das figuras mais importantes da história da saúde, Hipócrates era grego. /
Fonte: Dicionário básico da filosofia, Japiássú, Hilton e Marcondes, Danilo. Editora Zahar/Quarta edição
– 2005.
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a sustentabilidade ambiental do saneamento básico pressupõe uma importante mudança
dos conceitos e das práticas hoje vigentes. O objetivo é começar a projetar um futuro
com o crescimento da necessidade de qualidade e quantidade de água que permaneça ao
lado do crescimento de novas técnicas possíveis para o tratamento e reúso da água. A
construção sustentável procura a interação entre o ser humano e o meio ambiente,
provocando considerável diminuição na degradação de ambos, ou seja, é descartar sem
poluir e usar sem extinguir.
3 Projeto
Abordaremos neste projeto a utilização de bactérias para limpar á água
proveniente da máquina de lavar roupas. Considerando que a água que será tratada irá
para uma horta individual na mesma residência. Inicialmente, serão apresentados dados
reais sobre o uso da máquina de lavar na sociedade atual, visando avaliar em números
qual a real proporção presente no cenário água e reúso. Posteriormente aprofundaremos
na questão de como se dará o funcionamento da técnica na prática.
3.1 Gastos reais da máquina de lavar
No mundo globalizado, o uso da água de forma irracional se faz cada vez mais
presente. O individuo utiliza desse bem sem pensar nas possíveis consequências
acarretadas pela sua atitude. Associado a água se mostra presente o uso de
equipamentos que também a utilizam. No presente trabalho, focaremos em um único, a
máquina de lavar roupas. Sendo que somos induzimos pelo pensamento de que a
máquina sempre estará ali para lavar o que sujamos. De fato ela estará, mas, caso um
dia a água vire um bem escasso, a máquina perderá sua matéria-prima, ou seja, a água.
Faz-se necessário então utilizar da mesma água para mais de um fim, reutilizando-a. Em
números reais, os destaques são os crescimentos de bens como a máquina de lavar
roupa, que passou de 32 por cento, em 2000, para 47,3 por cento em 2010.
Comprovando assim como o ser humano abusa do poder que acredita ter sobre a tal. O
crescente uso da máquina de lavar roupas também se deve ao fato da sua praticidade em
relação aos outros meios disponíveis no mercado. Em média, uma máquina de lavar
roupa de 8 Kg gasta 130 litros de água por ciclo completo. Devemos ressaltar que o
preço da água no Brasil é muito baixo, por possuir um alto índice de água doce em seu
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território (19 por cento). Logo, o brasileiro abusa desse favorecimento natural e acaba
por utilizar demasiadamente a água. Lembrando quando usamos a máquina de lavar
roupas, nem sempre utilizamos corretamente a relação existente entre quantidade de
roupas e capacidade da máquina. Normalmente o que sucede é que lavamos pouca
roupa para muita máquina, consequentemente, muita água acaba sendo gasta em vão.
3.2 Técnica original
A técnica foi inventada pelo doutorando Robert D. Cameron e o professor de
horticultura Robert D. Berghage, ambos da Universidade do Estado da Pensilvânia,
EUA, em encontro de agricultura orgânica e sustentável realizado em Havana, Cuba, dia
5 de maio deste ano. Preocupados com o esgotamento rápido da água potável em nosso
planeta, Cameron e Berghage buscaram novas alternativas para purificar a água
residual. Usando materiais descartados e uma combinação de plantas e colônias de
bactérias, colocados dentro de tubos verticais, eles puderam purificar a água suja da
máquina de lavar roupa, tornando-a apropriada ao cultivo de hortaliças. Esse sistema
requer menos espaço e é muito eficiente na remoção de contaminantes. Em apenas três
dias eles conseguiram remover mais de 90 por cento dos poluentes da água. O sistema
de tratamento de água consiste em dois tubos plásticos de aproximadamente dois metros
de comprimento por 30 cm de diâmetro. Os pesquisadores colocaram os tubos na
posição vertical com separação de cerca de 90 cm entre eles, em uma base contendo 30
cm de terra e calcário moído. Na base dos tubos, de 90 cm por um metro e meio, os
pesquisadores plantaram papiros e rabo de cavalo – conhecida também como cavalinha.
“Assim como em um pântano, as raízes destas plantas e as bactérias associadas a elas
limpam a água à medida que ela flui sob a superfície da base e, através das duas
colunas.”, disse Cameron. As duas fossas condutoras foram preenchidas com camadas
alternadas de rochas porosas, esterco compostado de gado, turfa, pneus triturados,
cerâmica e calcário moído. Eles então bombearam aproximadamente 170 litros de águas
residuais provenientes de uma máquina de lavar no topo dos dois tubos. Não apenas a
malha apertada – criada pela terra, cascalho e raízes – filtrou os poluentes, como as
colônias de bactérias entre as raízes comeram a matéria orgânica dissolvida.
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3.3 Técnica do grupo
Faremos nosso projeto baseado nas técnicas de Cameron e de Berghage. A
diferença é que não utilizaremos plantas para limpar a água vinda da máquina de lavar
roupas. Sendo assim, faremos apenas o uso de bactérias para tal. O modo de realização
também será com tubos verticais espiralados, como mostra a imagem abaixo:
http://cienciadiaria.com.br/wp-content/uploads/2010/05/Sem-t%C3%ADtulo.jpg
Outra diferença será que não cultivaremos plantas e flores, e sim verduras.
Adaptando o projeto para suprir as necessidades existentes. Na primeira etapa, a água
suja é canalizada da máquina de lavar roupa até os tubos com a bactéria e depois de ser
tratada, chega até a horta. Para que não ocorram danos externos nos canos de transporte
da água, tais como quebra e ingestão por terceiros, estes estarão abaixo da terra.
Através desse cenário, se acopla a economia da casa. Os gastos diminuirão
consideravelmente, pois usamos demasiada água.
4 Considerações Finais
Através dos conhecimentos adquiridos ao longo deste trabalho e devido às
diversas pesquisas bibliográficas, revendo prós e contras a respeito do tema, notificamos
que essa é uma proposta totalmente viável, pois as famílias que possuírem esse sistema
em residências estarão contribuindo amplamente, para o meio ambiente e
economicamente. Atribuindo ainda sua função enquanto cidadão. Como a água será
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usada para mais de um fim, a conta da família após a implantação do sistema, sofrerá
uma considerável redução nos gastos mensais.
O Brasil tem um baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Este é
baseado em conhecimento, saúde e renda. O país sofre com o desperdício de água,
embora países com IDH alto gastem muito mais água, mas o recurso disponível bastaria
para satisfazer as necessidades mundiais se fosse gerida adequadamente tendo em vista
um aproveitamento eficaz e repartição equitativa.
O Brasil, em seu contexto socioeconômico, está desigualmente dividido. Está
clara a divisão entre mais e menos favorecidos em relação a aspectos naturais, políticos,
infraestrutura e processos industriais. O projeto como um todo se aplicaria à parte
menos favorecida, tendo em vista que a mesma não tem acesso ao saneamento básico
ideal.
Referências
Considerado por muitos uma das figuras mais importantes da história da saúde,
Hipócrates era grego. / Fonte: Dicionário básico da filosofia, Japiássú, Hilton e
Marcondes, Danilo. Editora Zahar/Quarta edição – 2005.
ANGELO, Claudio; MELLO, Mariana; VOMERO, Maria Fernanda. "A era da falta
d’água". Superinteressante, ano 12, nº 154, São Paulo, 14.7 (2000), p. 48-54.
CAPOBIANCO, João Paulo Ribeiro, biólogo, é coordenador de Programas do Instituto
Socioambiental, especialista em Educação Ambiental pela Universidade de Brasília e
doutorando em Agricultura e Meio Ambiente pela Universidade Estadual de Campinas,
Unicamp/SP. Livro Banas Ambiental, p. 64.
MACHADO, C.J.S. Reúso de água doce. Revista Eco 21, v. 86, n. 1, jan. 2004.
Dados retirados do site Portal São Francisco.
Scribd. Pesquisa: Reutilização e aproveitamento de agua numa habitação. Disponível
em <http://pt.scribd.com>. Acesso em 15 de ago. 2013.
RIOS Energia, ano 2004, exemplar três, Atual Editora, Eloci, Água Vida e p. 24.
SALEM, Sonia, Água, ed. 2007, editora Ática, p. 46.
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A SOCIEDADE IMERSA NA ÁGUA: A INOVAÇÃO ALIADA AO USO