Núcleo União Pró-Tietê
Água : O ouro azul do planeta
Água
A água é um mineral, elemento químico simples
(H2O) fundamental para o planeta.
Forma oceanos, geleiras, lagos e rios. Cobre ¾ da
superfície da Terra: um bilhão 340 milhões de
quilômetros cúbicos. Abaixo da superfície,
infiltrada no solo, há mais quatro milhões de
quilômetros cúbicos que contornam rochas,
cavernas, formam poços, lençóis e aqüíferos. Em
torno do planeta, na atmosfera terrestre, existe
mais de cinco mil quilômetros cúbicos de água,
em forma de vapor.
Sem água, a vida como conhecemos seria
impossível. Toda evolução dos seres vivos está
associada e depende desse precioso líquido.
Embora exista muita água no planeta, o
maior volume, 97,5%, está nos oceanos e é
salgada: apenas 2,5 % é doce, mas está
concentrada nas regiões polares, congelada.
Resta à humanidade 0,7% da água doce da
Terra, armazenada no subsolo, o que
dificulta sua utilização.
Somente 0,007% está disponível em rios e
lagos superficiais
Água: um recurso escasso
A humanidade tem seu
desenvolvimento associado
aos usos da água e durante
milênios o homem
considerou-a um recurso
infinito. Apenas há algumas
décadas despertamos para a
dura realidade de que,
diante de maus usos, os
recursos naturais estão se
tornando escassos e que é
preciso acabar com a falsa
idéia de que a água, não é
inesgotável.
Atualmente, mais de 1,1
bilhão de pessoas no mundo
sofrem com a falta d´água.
De onde vem a água?
Para entender é preciso
relembrar os estados em
que a água se encontra:
Gasoso - na atmosfera,
proveniente da evaporação
de todas as superfícies
úmidas - mares, rios e lagos;
Líquido - nos oceanos (água
salgada), rios e lagos (água
doce) e no subsolo,
constituindo os chamados
lençóis freáticos.
Sólido - nas regiões frias do
planeta, nos pólos
Toda a água do planeta se mantém em constante
movimento, passando de um estado a outro e, assim,
sustentando a vida na Terra.
É o que chamamos de ciclo hidrológico. Até 25%
da água que cai como chuva pode ser interceptada
pelas copas das árvores.
O restante escoa pela superfície do solo ou nele se
infiltra.
Cerca de 1% da água que cai é retida para a
formação de matéria orgânica que constitui os seres
vivos.
O restante atinge os mares, caindo diretamente neles
ou a eles chegando através de cursos d´água.
As interferências humanas quebram esse ciclo natural
da água. Nas áreas urbanas, há a impermeabilidade
do solo, falta de cobertura vegetal e poluição.
Por que há conflitos e disputa pela água?
No século XX, a população mundial cresceu três vezes e o consumo seis
vezes. Além disso, a distribuição de água no planeta não é equilibrada.
A água doce no mundo
A ONU - Organização das Nações Unidas - considera que o volume de água
suficiente para a vida em comunidade e exercício das atividades humanas,
sociais e econômicas, é de 2.500 metros cúbicos de água/habitante/ano.
Em regiões onde a disponibilidade de água/habitante/ano está abaixo de
1.500 metros cúbicos, a situação é considerada crítica.
Nas áreas críticas, a disponibilidade de água por pessoa, por dia, é de 3 metros
cúbicos. Em algumas regiões do Nordeste do Brasil a disponibilidade de água é
de 3,8 metros cúbicos de água por dia.
A medida de consumo de água/habitante/dia considerada ideal para regiões
de clima tropical é de duzentos litros
Ameaças a água
Escassez – O desenvolvimento desordenado das cidades, a ocupação de áreas de
mananciais e o crescimento populacional, provocam o esgotamento das reservas naturais
de água e nos obriga a buscar fontes de captação cada vez mais distantes.
Desperdício - Resultado da má utilização da água e da falta de educação sanitária. O
desconhecimento, a falta de orientação e informação aos cidadãos são os principais
fatores que levam ao desperdício, que ocorre, na maioria das vezes, nos usos
domésticos. Existem as perdas decorrentes da deficiência técnica e administrativa dos
serviços de abastecimento de água, provocadas, por exemplo, por vazamentos e
rompimentos de redes, geralmente associados à falta de investimentos em programas de
reutilização da água para fins industriais e comerciais, pois a água tratada, depois de
utilizada, é devolvida aos rios sem tratamento, em forma de efluentes, esgotos e,
portanto, poluída.
O desperdício de água no Brasil chegue a 70%.
Onde gastamos nossa água?
Em casa - em média, 78% do consumo de água é gasto no banheiro.
A Sabesp calcula que o Estado perde diariamente 40% da água tratada, o que
representa cerca de 1,3 bilhão de litros/dia: daria para abastecer duas cidades
do porte de Curitiba.
A distribuição e o uso da água no Brasil
USO DA ÁGUA NO BRASIL
Uso industrial
19%
Irrigação
59%
Uso doméstico
22%
A distribuição da água em São Paulo
A distribuição da água em São Paulo
O Estado de São Paulo reúne bacias hidrográficas de grande
extensão territorial, como a do rio Tietê, que de sua nascente até
a foz percorre 1.100 km, de leste a oeste do território paulista.
Para trabalhar a gestão dos recursos hídricos por bacia
hidrográfica, a solução foi dividir o território em 22 unidades de
gerenciamento de recursos hídricos - UGRH, de acordo com o
limite físico de cada bacia ou sub-bacias hidrográficas.
A situação da água no estado é considerada boa.
A disponibilidade de água por habitante, por ano é de 2.900 m 3 .
Porém a distribuição dessa água por bacia hidrográfica é
desproporcional e em quatro regiões a situação de escassez já
atinge índices críticos:
A distribuição da água em São Paulo
1.O Alto Tietê - com 200 m3 habitante/ano - 1/7 do índice mínimo
2. A bacia do Piracicaba - com 400 m3 habitante/ano
3. A bacia do Turvo Grande - com 900 m3 habitante/ano
4. A bacia do Mogi - com 1.500 m3 habitante/ano
A Bacia do Alto Tietê que conta com apenas 400 metros cúbicos de
água por habitante/ano, é a mais populosa e a que apresenta
maiores contrastes sócio-econômicos. Abrange a região
metropolitana de São Paulo que precisaria de 400% , ou seja,
quatro vezes mais água do que dispõe para atender a sua população
com índices satisfatórios.
Para enfrentar a escassez e proporcionar abastecimento a 17
milhões de pessoas foi buscar água em outra bacia. Através do
sistema Cantareira, retira água limpa dos rios Atibaia e Jaguarí,
localizados na bacia hidrográfica dos rios Piracicaba/Capivari e
Jundiaí e devolve essa água, totalmente poluída, ao interior, através
dos rios Pinheiros e Tietê, afetando a qualidade de vida de
populações ribeirinhas de outras bacias hidrográficas. Esse fator
gera um grave problema econômico, social e ambiental e por que
não dizer um dos principais conflitos pelo uso da água no estado.
O que fazer ?
Preservar as áreas de mananciais
Reflorestar as regiões de cabeceiras e recompor matas ciliares
Estimular e promover programas de educação ambiental
Implantar programas de saneamento e despoluição
Envolver a sociedade civil na gestão dos recursos hídricos
Em casa :
Economizar, evitar o desperdício;
Comprar produtos biodegradáveis;
Participar de programas de coleta seletiva de lixo
Denunciar danos ao meio ambiente
Acompanhar e exigir programas de saneamento ambiental
Núcleo União Pró-Tietê
A despoluição e a gestão das águas são
ações de cidadania
• Após a enorme repercussão obtida por um programa
elaborado pela Rádio Eldorado, em parceria com a
BBC de Londres, sobre a despoluição do Tâmisa - rio
londrino que já foi um dos mais poluídos da Europa
e hoje está recuperado – a SOS Mata Atlântica
passou a defender as possibilidades de recuperação
do Tietê e passou a lutar para transformar esse
sonho em ações de cidadania .
• Em 1991, criou com apoio da Rádio Eldorado, o
Núcleo Pró-Tietê, que tem como principais objetivos
desenvolver projetos e apoiar iniciativas para a
recuperação do Rio Tietê e para fortalecer a gestão
participativa e a conservação dos recursos hídricos.
A mobilização em prol do Rio Tietê
• o Núcleo Pró-Tietê desenvolveu
um abaixo-assinado pela
recuperação do rio. Foi a maior
campanha realizada no país em
torno de uma questão ambiental
na época, com a coleta de 1,2
milhão de assinaturas,
transformou-se em um marco
para o movimento ambientalista.
• Sensibilizado, o Governo do
Estado de São Paulo iniciou, em
92, o Programa de Despoluição
do Rio Tietê,cujos resultados vêm
sendo acompanhados e avaliados
continuamente pelo Núcleo.
O projeto de despoluição e o
Observando o Tietê
• Em 93, o Núcleo começou a
desenvolver o projeto
Reflorestando o Tietê, troca de
latas de alumínio por mudas de
espécies nativas da Mata
Atlântica e o Observando o Tietê,
um programa de educação
ambiental que adota o
monitoramento da qualidade da
água como instrumento de
sensibilização e mobilização da
sociedade. O observando passou
a ser desenvolvido em 50
municípios ribeirinhos da Bacia
Hidrográfica do Tietê, desde a
nascente do rio, em Salesópolis,
até a sua foz, no rio Paraná.
A segunda etapa do projeto de
despoluição e o Observando o Tietê
• Recentemente uma das principais conquistas do Núcleo e
de todos os grupos do Observando foi a inclusão do
componente Educação Ambiental no financiamento do
BIRD para a segunda etapa do Projeto Tietê, com
investimentos da ordem de US$ 800 milhões.
• O Observando passará a ser uma das principais
ferramentas de educação ambiental e mobilização da
sociedade, através do convênio BIRD/Sabesp/SOS Mata
Atlântica, que visa a implantação de 300 grupos de
monitoramento na bacia do Alto Tietê; campanhas,
eventos e um fundo de apoio a projetos de ongs e
representantes da sociedade civil.
Núcleo União Pró-Tietê
Água : O ouro azul do planeta
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