Ministério da Saúde
Programa de Saúde da Família
II Mostra Nacional de Produção em Saúde da Família
FATORES DE ADESÃO
MEDICAMENTOSA
EM IDOSOS HIPERTENSOS
Nilda Maria de Medeiros Brito Farias
Campina Grande
2004
Contexto
População mundial envelhece
§ cerca de 18% de indivíduos com mais de 60
anos
No Brasil
§ são 15 milhões de idosos
§ estimativas apontam um aumento de +107% de
idosos em 2020
§ HAS tem alta prevalência nos idosos
(> 80% mulheres; >65% homens)
Na UBSF do Monte Castelo, em Campina
Grande, são 345 hipertensos cadastrados
1
Justificativa
Em Campina Grande, 12,4% das complicação
cardiovasculares estão relacionados com HAS
30% das internações hospitalares são causadas,
direta ou indiretamente, pela HAS;
49,5% dos óbitos por eventos cardiovasculares tem
como causa base a HAS;
Falta da adesão eleva os riscos de complicações
cardiovasculares;
No Brasil a falta de adesão ao tratamento da HAS
chega a 40% dos hipertensos.
Conceito de HAS
Síndrome caracterizada pela presença de
níveis tensionais elevados, associados a
alterações metabólicas e hormonais e a
fenômenos tróficos (hipertrofias cardíacas
e vasculares).
2
Classificação
Classificação de Pressão Arterial (maiores de 18 anos)
Hipertensão
Pressão Sistólica
(mmHg)
Pressão Diastólica
(mmHg)
Estágio 1 (leve)
140-159
90-99
Estágio 2
(moderada)
160-179
100-109
Estágio 3 (grave)
> 180
> 110
Sistólica isolada
> 140
< 90
Fonte: IV Diretrizes Brasileiras de HAS, 2002.
Objetivos do Estudo
Conhecer os fatores que influenciam a
adesão medicamentosa no tratamento da
HAS em pacientes com perfil específico;
Dimensionar o impacto dos fatores
financeiros e psico-sociais na adesão
medicamentosa;
Subsidiar de informações as estratégias
da ESF para a melhoria da adesão
medicamentosa.
3
Metodologia
Estudo
Transversal quantitativo descritivo
Local
Área de abrangência do Programa de Saúde da
Família do Monte Castelo, em Campina Grande
População
De um total de 345 hipertensos, cadastrados na ESF
I da UBSF Monte Castelo, foram selecionados 80
idosos hipertensos em função dos critérios do estudo
Período
Setembro e Outubro de 2003
Critérios de Inclusão
Pacientes com mais de 60 anos, ambos os
sexos;
Ser portador de HAS Primária
(PA ≥ 140 x 90 mmHg );
Ser cadastrado e acompanhado pela ESF I da
UBSF do Monte Castelo;
Participar assiduamente das consultas médicas
e/ou de enfermagem;
Receber visita domiciliar do ACS;
Não ser portador de Diabetes Mellitus;
Expressar vontade de participar desta pesquisa.
4
Variáveis de Estudo
Com relação ao perfil pessoal
Sexo, idade, etnia, estado civil, número de moradores
no domicílio, escolaridade, renda familiar e ocupação.
Com relação à doença
Tempo de diagnóstico e nível de conhecimento sobre a
HAS
Com relação à medicação
Medicação, tempo de uso, freqüência, fonte e
disponibilidade da medicação para tratamento da HAS.
Com relação à crenças e hábitos
Conhecimento sobre riscos, existência de problemas
ligados ao tratamento ou automedicação, participação
comunitária.
Coleta e Análise de Dados
Resultados classificados de acordo com a SBHA
Dados organizados em um banco de dados onde
foram feitos cálculos, com percentil simples.
Questionário com 24 questões
– Outras fontes de dados
• FICHA B-HA
• cadastro HIPERDIA
• SIAB 2002
Houve considerações éticas (Resolução 196/96)
5
Resultados e Discussão
Perfil Típico Encontrado
Sexo feminino
Idade entre 60 e 79 anos
Etnia branca
Aposentados
Casados e/ou moravam acompanhados
6
Companhias no Domicílio
5%
5%
Mora com 1
22%
5%
Mora com 2
Mora com 3
12%
Mora com 4
Mora com 5
Mora com 6
32%
19%
Mora com 7
92% morava com alguma companhia
Renda Familiar
76%
até 1SM
1-3 SM
4%
3-5 SM
20%
7
Modo de Obtenção da Medicação
Compra
95%
Recebe na
UBSF
5%
Recebe de
doação
Outros
0%
0%
Companhias no Domicílio
5%
5%
22%
5%
Mora com 1
Mora com 2
Mora com 3
12%
Mora com 4
Modo de Obtenção da Medicação
Compra
Mora com 5
95%
Mora com 6
32%
19%
Mora com 7
5%
Recebe na
UBSF
Recebe de
doação
Outros
0%
Renda Familiar
0%
76%
até 1SM
1-3 SM
4%
20%
3-5 SM
cia
n
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p
e
D
B
da U
8
Grau de Escolaridade
5%
52%
Não alfabetizado
I Grau incompleto
outros
43%
Freqüência de Uso da Medicação
79%
Diariamente
Quando lembra
10%
Quando recebe
na UBSF
Sob pressão
alta
0%
11%
Maioria tinha total autonomia na administração da medicação.
9
Participação em Atividades
Educativas
77%
sim
não
23%
Conhecimento sobre os riscos da não
adesão ao tratamento da HAS
9%
sim
não
91%
10
Grau de Escolaridade
5%
52%
Conhecimento sobre os riscos da
não adesão ao tratamento da HAS
Não alfabetizado
9%
I Grau incompleto
sim
outros
43%
não
91%
Freqüência no Uso
da Medicação
79%
Diariamente
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Quando lembra
10%
Participação em atividades
educativas
77%
Quando recebe
na UBSF
0%
Sob pressão
alta
11%
sim
não
23%
45
40
35
anos
30
Relação entre tempo de diagnóstico
e tempo de tratamento da HAS
Pontos vermelhos mostram,
para cada entrevistado, o
tempo decorrido desde o
diagnóstico da HAS
25
20
15
10
Os pontos azuis
correspondentes, mostram
o tempo decorrido entre o
diagnóstico e o início do
tratamento medicamentoso
(atraso).
5
0
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51 53 55 57 59 61 63 65 67 69 71 73 75 77 79
indivíduos pesquisados
atraso/tratamento
tempo/diagnóstico
11
45
40
35
anos
30
25
20
Caso grave, o
paciente iniciou o
tratamento agora,
apesar de já ter sido
diagnosticado há
anos.
O ideal é ter todos
os pontos azuis em
zero, implicando
adesão imediata
após diagnóstico.
15
10
5
0
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51 53 55 57 59 61 63 65 67 69 71 73 75 77 79
indivíduos pesquisados
atraso/tratamento
tempo/diagnóstico
45
Análise do GráficoDos casos de diagnóstico
há mais de 2,5 anos (2/3
dos entrevistados), sem o
PSF. Cerca de 35%
atrasou o início do
tratamento. Destes 55%
iniciaram o tratamento só
após a implantação da
UBSF.
40
35
Dos casos de
diagnóstico há
menos de 2,5 anos
25
(1/3 dos
entrevistados), com o
20
PSF.
Nenhum teve
atraso significativo
15 do início do
tratamento.
anos
30
10
5
2,5 anos
0
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51 53 55 57 59 61 63 65 67 69 71 73 75 77 79
indivíduos pesquisados
atraso/tratamento
tempo/diagnóstico
12
Conclusões
A maioria dos idosos estudados faz uso da
medicação diariamente, o que demonstra,
apesar da baixa escolaridade:
co-responsabilidade na continuidade do tratamento
conhecimento dos riscos da não adesão
medicamentosa para o tratamento da HAS,
A quase totalidade dos idosos hipertensos
entrevistados depende da disponibilização da
medicação da UBSF, pelo baixo poder aquisitivo
encontrado.
Verifica-se que a adesão medicamentosa teve
maiores índices nos idosos hipertensos que
tiveram o diagnóstico recente, sob a atuação da
ESF I.
Conclusões (cont.)
A maioria dos idosos hipertensos entrevistados
participa das ações educativas promovidas pela
ESF I
Os resultados do presente estudo servirão de
subsídio na complementação das ações da ESF I
busca ativa de novos casos, com diagnóstico precoce
intensificação na participação das ações de promoção
e prevenção à saúde e na qualidade de vida dos
idosos hipertensos
13
“Feliz é quem transfere o que
sabe
e aprende o que ensina”
Monumento dos
Tropeiros da Borborema
Campina Grande/PB
Cora Coralina
14
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Nilda Maria - Fatores de Adesao Medicamentosa em Idosos HAS