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A literatura de Joaquim Manuel de Macedo como representação
social do Rio de Janeiro no Século XIX.
V Mostra de
Pesquisa da PósGraduação
Lucas Nunes de Souza1, Prof. Dr. Jurandir Malerba2 (orientador)
1
Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, PUCRS, 2 Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas,
PUCRS
Resumo
O presente trabalho busca analisar e compreender o processo de transformação
da visão do autor Joaquim Manuel de Macedo sobre a sociedade carioca em três
instantes decisivos de sua obra. O primeiro de 1855 – 1868 buscando compreender os
objetivos da produção de obras satíricas e irônicas que tem como tema a política. O segundo é
um olhar exclusivo para as obras de 1869, nas quais o autor procura produzir um olhar realista
sobre a sociedade burguesa ao incluir violência em seus textos, busca-se aqui entender as
relações sociais propostas nos romances devido à transformação no estilo de escrita do autor,
observando a possibilidade de traços historiográficos em suas narrativas. O terceiro momento
é voltado há identificar em três obras, Um Passeio pela cidade do Rio de Janeiro (1862-63),
Noções de corografia do Brasil (1873) e Memórias da Rua do Ouvidor (1878), como a
objetivação historiográfica das mesmas se relaciona com as obras fictícias.
Introdução
O século XIX representa um período de grande importância para a construção e
afirmação da nacionalidade brasileira. É, também, durante esse período que surge no Brasil o
movimento literário romantista a fim de colaborar com a elaboração do ideal de nacionalidade
brasileira.
Importantes autores como Gonçalves de Magalães, José de Alencar, Joaquim Manuel
de Macedo, entre outros, fizeram a cena literária representar o cotidiano da vida cotidiana
brasileira. José de Alencar, conduz suas obras a descreverem o mito fundador da nação
através da relação dos indígenas, habitantes primeiros da terra, e os europeus colonizadores. A
este movimento chamamos de indianismo. Por sua vez, Gonçalves de Magalhães e Joaquim
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Manuel de Macedo, se preocuparam em retratar a sociedade burguesa em suas vidas públicas
e privadas.
Macedo ainda se destaca por ter sido o primeiro literato a publicar um romance em
folhetim, esse já seria um grande incentivo para estudar tal autor, todavia o destaque vai além
de ser um inovador em um setor da produção intelectual. Segundo Antonio Candido o valor
da escrita de Macedo está na sua fidelidade ao meio, às descrições sociais, pelo fato dele
escolher as cenas, os tipos literários e a linguagem de acordo com o público leitor (Candido,
2007, p.254).
Para Tania Serra (2004), a produção de Macedo é dividida em duas etapas, o Macedo
das Mocinhas, produzindo romances simples com estrutura e estilo romanesco (A
Moreninha), e o Macedo dos Adultos produzindo uma literatura beirando o estilo realista. É
no Macedo dos adultos que focamos nossa pesquisa, pois nela saltam aos olhos problemáticas
como violência, patriarcalismo, elementos modernos e ainda por cima destacam-se
características de investigação historiográfica em seus textos.
Nesta análise proposta, na primeira etapa procuraremos compreender o uso de ironia e
sátira política nas obras O Forasteiro (1855) A Carteira de Meu Tio (1855) e Memórias do
sobrinho de meu tio (1867-68), sob a hipótese de que devido às obras estarem relacionadas
com o período em que Macedo tomou posse dos seus mais importantes cargos públicos.
Na segunda etapa estaremos analisando como o estilo pré-realista de Macedo nas
obras A Luneta Mágica (1869), Nina (1869), O Rio do Quarto (1869) e As Vítimas Algozes,
quadros da escravidão (1869), poderiam estar representando situações reais da sociedade
carioca. A nossa hipótese parte da anunciação feita na introdução das obras, onde Macedo diz
que vai apresentar situações reais, diz ele:
Queremos agora contar-vos em alguns romances histórias verdadeiras que todos vós
sabeis, sendo certo que em as já saberes é que pode consistir o único merecimento que
porventura tenha este trabalho; porque na vossa ciência e na vossa consciência se hão de
firmar as verdades que vamos dizer. (Macedo, 1991, p.1)
No terceiro momento daremos atenção às obras, Um Passeio pela cidade do Rio de
Janeiro (1862-63), Noções de corografia do Brasil (1873) e Memórias da Rua do Ouvidor
(1878), anunciadas como historiográficas de fato, se relacionam com o realismo e a ironia
propostos nas obras literárias analisadas nos dois primeiros momentos.
Metodologia
A metodologia escolhida para a execução do presente trabalho está determinada sobre
a análise bibliográfica da crítica literária atual e de trabalhos já realizados focando diversos
aspectos sobre a obra do autor, além, é claro, das fontes primárias que são as próprias obras.
Ainda se considera analisar os periódicos o Jornal do Commercio, Revista Guanabara,
Minerva Brasiliense, Revista popular, A Vida Fluminense e Comédia Social,que se encontram
no Rio de Janeiro na Biblioteca Nacional e na Casa de Rui Barbosa.
Resultados (ou Resultados e Discussão)
Quanto aos resultados da pesquisa ainda são muito superficiais, capazes apenas de
serem motivadores do seguimento da pesquisa. Sabe-se até agora que é fato o pré-realismo na
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obra de Macedo e que o autor teve intensa presença no movimento literário brasileiro e suas
transformações, tanto para o romantismo quanto para o realismo.
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