Regional 10 Nova Friburgo não tem política pública para os animais de rua Situação de abrigos administrados por Ongs e voluntários está muito dificil. Mais de mil cães estão sendo cuidados por cidadãos sensíveis que não obtem nenhuma assistência e atenção por parte do poder público municipal, nem sequer para a compra de ração. Este ano ainda não aconteceu a vacinação. Instituto UNIVIDA: Raquel Stutz [email protected] A relação entre o ser humano e os animais acompanha a própria evolução humana. Desde sempre os animais foram utilizados por nós de diversas formas, para a caça, domesticação, subsistência e o uso na agricultura, como símbolos religiosos ou no comércio. Atualmente, a relação do homem com o cão e com o gato é reconhecida como um dos mais estreitos vínculos entre espécies na natureza. Não é por acaso que eles são chamados de “animais de companhia” ou de “estimação”, pois interagem em níveis mais profundos com o homem, de quem recebem e oferecem atenção, carinho, serviços, e uma longa lista de benefícios - físicos, emocionais, sociais. Mas ao trazer um cão ou um gato para o seu convívio, o homem também assume compromissos que devem ser renovados a cada dia. Estudos mostram que em grandes centros urbanos no Brasil, existe um cão para cada 5 habitantes aproximadamente 10% deles em estado de abandono. Por falta de uma política pública para o controle da natalidade, através da castração e de consciêntização da sociedade - pois o abandono de animais é considerado crime - na grande maioria das cidades, os abrigos estão superlotados. Em geral nao há ajuda por parte de nenhum órgão governamental, não há voluntários nem funcionários suficientes, não há, na grande maioria das vezes, recursos financeiros para sustentar tantos animais abandonados. S e sobrevive de doações e da boa vontade de umas poucas pessoas. A situação de Nova Friburgo Em Nova Friburgo, a situação não é diferente. São mais de 1000 cães recolhidos em abrigos ou acolhidos por poucas pessoas que contribuem com Um outro grupo de pessoas voluntárias que procura ajudar os animais está no Instituto Univida, que procura contribuir, principalmente, com a castração dos animais, uma iniciativa muito importante para que não piore ainda mais a situação em nosso município. O Instituto mantém um bazar, funcionando todas as tardes de sábado, na Rua Cristina Ziede 23, no Centro, onde a arrecadação é voltada para a castração. O telefone para quem quiser ajudar é o 8801-2153 (Adilson). Adoção recursos próprios com a ração, a medicação e algumas castrações. Emilene Diniz é uma dessas voluntárias. Dona de uma banca de jornal, ela revela que desde criança tem um grande amor pelos animais, em especial pelos cães. No momento, banca com seu próprio dinheiro a hospedagem de 8 cães recolhidos das ruas da cidade, vítimas de atropelamento e maus tratos, além de ajudar animais de outros abrigos. Ela ressalta a importância da castração, principalmente dos animais de pessoas mais carentes, considerando o alto custo do serviço. “Se não for feito um trabalho em conjunto da Coordenadoria de Bem Estar Aninal e da Secretaria de Assitência Social, o problema só vai aumentar”, desabafa. Nova Friburgo precisa reconhecer o trabalho da C OMBINA e dos outros voluntários. Um trabalho de peso realizado em Nova Friburgo é realizado pela COMBINA - uma OSCIP (Organização da Sociedade Civil e Interesse Público) - que abriga e cuida de mais de 400 cães cães da cidade. Cecília e Juliana Bevilacqua, mãe e filha, estão à frente desse trabalho há 10 anos. Por dia são gastos cerca de 200 reais - somente com ração - o que dá um total de 6000 reais por mês, mas desde dezembro de 2009, o governo municipal deixou de contribuir financeiramente com a ação da Combina. A organização conta apenas com resursos próprios e com algumas doações de voluntários. “Nós temos associados que ajudam com 1 real, e nós aceitamos, porque a situação está realmente muito difícil”, revela Cecília. Mais histórias de gente sensível Uma outra história de luta e amor pelos animais é a de Cristina Pacheco. Ela trabalha como empregada doméstica e, além de sua mãe idosa e suas 2 filhas, cuida de 300 cães recolhidos das ruas de Nova Friburgo doentes, velhos ou vítimas de maus tratos. O canil, que fica na Fazenda da Laje está precisando urgentemente de obras, pois já existem mais animais do que o abrigo comporta. Há 19 anos, a ação de Cristina também sobrevive de doações e não recebe nenhuma ajuda pública. Atualmente, ela está realizando a campanha “Alimente um focinho carente”. (22) 2523-0001 Com pequenas ações também é possível ajudar a melhorar a situação dos animais. Como? Através da adoção. Em geral, quando pensamos em adquirir um animalzinho de estimação, a primeira coisa que vem à nossa cabeça é aquele filhotinho fofinho. Mas não podemos nos esquecer que esses abrigos e instituições protetoras de animais dispõem de inúmeros animais já adultos, cães e gatos que esperam dia a dia por um lar que os acolha com carinho e comprometimento. A principal vantagem em adotar um cão ou gato adulto é em relação ao seu temperamento. Animais adultos normalmente são mais calmos, pois já tem seu temperamento definido. Aprendem muito rápido, principalmente animais que viviam abandonados, pois foram acostumados a se virar sozinhos pelas ruas. Na quinta-feira dia 28 de outubro foi realizada a feira de Adoção de Filhotes de Cães no Colégio Nossa Senhora das Dores. Para quem quer ajudar: Combina: 2523 - 9295/ 9838-1272 - www.combina.org.br “Campanha Alimente um Focinho Carente” do Canil da Cristina 9931-2009. Raquel Stutz é jornalista