PARÓQUIA SÃO LUIZ GONZAGA HISTÓRIA DE FREI PLÁCIDO . Documentos . Celebrações . Caminhadas Penitenciais Frei Plácido Rohlf Missionário desbravador: Frei Plácido Rolf, nasceu em Lavesun – Haltrern (Westfalen) na Alemanha, em 12 de junho de 1887. Em 1913, com 26 anos de idade, veio para o Brasil, a fim de estudar no colégio franciscano de Blumenau, SC. Em 1916, ingressou no noviciado em Rodeio, SC, ordenando-se sacerdote em 1921. Desde que foi ordenado dedicou-se a missão, na região sul do país, de maneira especial dedicou seu apostolado, na Prelazia de Palmas, PR. Frei Plácido foi um grande missionário em nossa região. E, ser missionário, no início do século passado, era ser um verdadeiro desbravador. Eles não procuravam nem ouro nem prata, mas os pobres esquecidos no sertão. Suas viagens a cavalo, de Palmas, PR, até o Oeste de Santa Catarina, duravam em média, três à quatro meses e neste trajeto, só encontravam quatro locais com pouso, onde poderiam dormir em camas: Xaxim, Chapecó, Marechal Bormann e Caxambu do Sul. Nas outras noites, com frio ou chuva, dormiam no chão, nos pelegos de suas montarias. Em Xaxim, Frei Plácido pernoitava num oratório construído pelos sertanejos, perto da estrada que margeava os fios de telégrafo na invernada dos Lunardi, nas proximidades do atual campo do Guarany. Depois começou a hospedar-se na casa de Dona Ambrosina e Sílvio Lunardi, onde eram rezados os terços, as missas e realizadas as primeiras Eucaristias, antes da construção da capela. Idealizador do grande templo e organizador de pequenas comunidades: Em 1940, foi criada a paróquia de Xaxim. No ano seguinte, 1941, Frei Plácido foi nomeado pároco , permanecendo em Xaxim até 1945. Neste período lançou a idéia de construir um grande templo, nossa igreja matriz, cuja construção teve início em 1947. Um sonho de Frei Plácido, que como diria São Francisco de Assis, “pedra por pedra,” foi se tornando realidade, num grande mutirão comunitário. Muitas comunidades, de nossa paróquia, lembram na sua história, da presença amiga e marcante do Frei Plácido, bem como do apoio que dele tiveram na organização da comunidade, como : Lajeado Grande, Golfo São Roque,Vila Tigre, Pilão de Pedra, São Francisco, Marema, Navegantes e Ervalzinho. A comunidade de Lajeado Grande lembra da “ Pedra Sacra” que ele trazia para celebrar as missas nas casas. Que rezava com muito ânimo , encorajando os fiéis, que participavam com entusiasmo , inclusive cantando as ladainhas em latim. A Vila Tigre , comunidade criada em 1946, registra a presença de Frei Plácido, a cavalo, visitando as famílias , rezando missas e realizando casamentos, batizados e 1ª Eucaristia, nas casas, antes mesmo da comunidade ser formada. Assim, também, é lembrado pela comunidade de São Francisco, organizada no ano de 1945, e que teve o seu apoio e seu estímulo para a escolha do Padroeiro e do nome da comunidade: São Francisco. Foi com alegria e entusiasmo que acatou a decisão, por ser a paróquia franciscana. Contam também , que a 1ª missa na comunidade foi rezada pelo Frei Plácido embaixo de uma árvore. A comunidade de Ervalzinho São José , cujos colonizadores chegaram em 1925, também tiveram a 1ª missa rezada pelo Frei Plácido. A Vila Frei Plácido, comunidade criada em 1972, prestando uma homenagem, adotou o seu nome para a comunidade, em reconhecimento por ter sido um frei muito amado pelos paroquianos , que trabalhou como pároco de 1941 à 1945 em Xaxim e que voltou depois em 1956, aqui residindo até 1966, ano de seu falecimento. A Espiritualidade Franciscana: Frei Plácido gostava muito de música e para animar as liturgias, em 1942, comprou em Novo Hamburgo, o harmônio que ainda hoje se encontra na igreja, no qual tocou, a missa do 1º do ano, deixando todos maravilhados. Frei Plácido vivia com o povo, ensinando o que sabia e participando do dia a dia da comunidade. Gostava da natureza e das coisas simples. No inverno de 1942, caiu um grande nevasca em Xaxim e Frei Plácido revivendo com muita saudade os tempos da infância na Alemanha, brincou fazendo bonecos de neve ( Schneemann – figura de homem feita de neve) , com os amigos paroquianos. Frei Plácido era também carpinteiro. Além das atividades da vida sacerdotal, prestava serviços braçais especialmente fazendo móveis. Assim, identificava-se com os trabalhadores e seguia as orientações de São Francisco: “ E os irmãos que forem capazes de trabalhar, trabalhem; exerçam a profissão que aprenderam, enquanto não prejudicar o bem de sua alma e puderem exercê-la honestamente. E podem ter as ferramentas necessárias para o ofício.” (1Rg.7, 4 ; 8) Frei Plácido também tinha um carinho muito grande com os animais. Por isso era conhecido como o “padre velhinho das mulas.” Uma vida que permanece presente: No ano de l966, Frei Plácido retornou a terra natal, foi a Alemanha visitar seus familiares. No dia 10 de outubro de l966, desembarcou de navio em SP, no porto de Santos e regressou a Xaxim. Recebeu muitas visitas de amigos, de pessoas que ele havia batizado e já eram avós. Seu coração transbordava de emoções, tanto pelo que reviveu na Alemanha, como pelo carinho que recebia dos paroquianos. Já doente, 19 dias depois de sua volta da Alemanha, no dia 29 de outubro, viajou para as colinas eternas. A missa de corpo presente, no dia 30 de outubro foi uma apoteose. Era a Festa de Cristo Rei, muitas crianças, 13 sacerdotes presentes, também presente representante dos bispos de Palmas e de Chapecó. Tudo respirava alegria... No ano seguinte, a festa da matriz, foi realizada com o objetivo de construir uma capela para Frei Plácido, no Cemitério Municipal de Xaxim e para os demais Freis que viessem a falecer na Paróquia. O projeto arquitetônico da capela foi feito pelo arquiteto João Lunardi e a comissão da construção ficou assim constituída: Prefeito Rosalvo Ogliari, Ildefonso Lopes da Silva, Argemiro Savaris, Milton Lunardi Por proposição do Vereador Sr. Arquimedes Turra em 14 de abril de 1987, foi aprovado projeto de Lei, dando o nome ao Cemitério Municipal, de “ Frei Plácido”, em homenagem ao trabalho deste grande missionário do sertão. ( Lei nº 1.037/88) Exemplo de Fé, de fidelidade e doação: Pioneiro destas paragens, a ele se deve muitos benefícios. Por mais de 40 anos cruzou por estas terras, ensinando o povo a cuidar da lavoura, da criação, das famílias, anunciando o evangelho, organizando comunidades e animando o povo na fé. Frei Plácido: sacerdote; carpinteiro; músico;missionário;defensor da natureza ; homem de fé; fiel a vocação assumida; cheio de espiritualidade franciscana, que se traduzia na firmeza e na simplicidade, na coragem e na ternura, na doação e na convivência fraterna , no amor à natureza e aos pobres necessitados; nos deixou um grande exemplo de vida evangélica a ser seguido. No ano de 2001 um grupo de paroquianos iniciaram a realizar anualmente a caminha penitencial de Frei Plácido, prática que vem se repetindo todos os anos, no dia 29 de outubro, procurando trazer viva a memória deste grande evangelizador. Projetando o sonho de construir - o Santuário Franciscano Frei Plácido , no local onde ele dormia nas primeiras viagens que fez a Xaxim, no oratório construído pelos sertanejos, no século passado. Podemos dizer que Frei Plácido passou pelo mundo fazendo o bem. Tornou-se um irmão pobre , que gerou ressurreição pelos caminhos onde passou. Paz e Bem! Benção de São Francisco O Senhor te abençoe e te guarde! O Senhor te mostre a sua face e conceda-te a sua graça! O Senhor volva o seu rosto para ti e te dê a paz! Amém! Pesquisa histórica: Iraci Lopes Dalla Rosa Fontes: Livros: Tombo e Crônicas da Paróquia São Luiz Gonzaga Relatos das Comunidades - Cinqüentenário da Paróquia (1990-1991) e nas Santas Missões Populares ( 2000-2002)