XII Congresso Brasileiro de Ecotoxicologia
25 a 28 de setembro de 2012
Porto de Galinhas – PE
MICROPLÁSTICOS EM PRODUTOS COSMÉTICOS COMERCIALIZADOS NO
BRASIL: UMA FONTE RELEVANTE PARA A CONTAMINAÇÃO AQUÁTICA
Fernanda Poleza1; Gilberto Fillmann1
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[email protected] (Universidade Federal do Rio Grande, Rio Grande, Rio Grande do Sul)
[email protected] (Universidade Federal do Rio Grande, Rio Grande, Rio Grande do Sul)
Os plásticos foram recentemente considerados poluentes emergentes devido a sua ampla distribuição em
ambientes costeiros e marinhos de todo o mundo, bem como sua persistência e riscos já relatados para os
organismos pertencentes a estes habitats. Além disso, esta classe de resíduo possui uma grande diversidade
de fontes e ampla difusão em ambientes aquáticos. Dentre as diversas fontes existentes, microplásticos
(partículas menores que 5mm) tem sido recentemente relatados em cosméticos e demais produtos de uso
pessoal, na forma de agentes esfoliantes. Devido a ampla utilização destes produtos, esta categoria de
resíduos tem despontado como uma potencial classe de contaminantes aquáticos encontrados em zonas
pelágicas e sedimentares. Além dos efeitos relacionados a ingestão direta destes resíduos, microplásticos
podem transferir contaminantes orgânicos (COs) adsorvidos em sua superfície para os organismos aquáticos.
O presente estudo é parte de uma ampla investigação sobre o papel dos microplásticos como vetores de
transferência e exposição de COs específicos para determinados organismos aquáticos. Partículas de 18
produtos cosméticos (sabonetes e cremes), dentre os mais utilizados no Brasil, foram caracterizadas quanto a
quantidade, tamanho, forma e composição. As analises foram realizadas através de suspensão e filtração das
partículas plásticas, seguida de análise microscópica e pesagem do conteúdo de partículas. Análise química
por espectroscopia de infravermelho por transformada de Fourier (FTRI) (em processamento) confirmará a
predominância de polietileno entre os plásticos. As quantidades de microplásticos variaram de 1.3 a 103.1
mg.g -1 de produto, enquanto as medições das partículas resultaram, em maior frequência, em tamanhos entre
100 a 400 micrômetros. Devido a limitações metodológicas, somente 10 produtos tiveram o tamanho de suas
partículas medidas. A maioria das partículas plásticas apresentaram formas irregulares, embora partículas
esféricas adicionais fossem observadas em alguns produtos. Os resultados preliminares deste estudo
apontaram os produtos cosméticos como uma fonte relevante de microplásticos para o ambiente. Contudo, a
caracterização físico-química destes produtos é essencial para avaliar seu potencial para adsorver, concentrar
e transferir OCs, podendo melhorar, de alguma forma, sua biodisponibilidade, do ambiente para os
organismos.
Palavras-chave: microplásticos, produtos de uso pessoal, poluição aquática
Sociedade Brasileira de Ecotoxicologia (SBE)
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
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microplásticos em produtos cosméticos comercializados no brasil