Organização da célula Membrana Plasmática: Toda a célula, seja procarionte ou eucarionte, apresenta uma membrana que isola do meio exterior: a membrana plasmática. Ela é constituída, basicamente, por duas camadas moleculares de fosfolipídios com moléculas de proteínas incrustadas. As proteínas de membrana distribuem-se na dupla camada de fosfolipídios, e os fosfolipídios, por sua vez, deslocam-se continuamente no plano da membrana, porem sem nunca perder o contato umas com as outras. A membrana plasmática separa o conteúdo celular do meio circundante, mantendo a estabilidade do ambiente interno da célula. Algumas substâncias atravessam a membrana com facilidade, outras têm sua passagem dificultada ou mesmo impedida. Essa capacidade de selecionar o que entra e o que sai da célula é chamada permeabilidade seletiva. Íons (que são polares) e moléculas de alto peso molecular não atravessam a bicamada fosfolipídica, precisando, para isso, da ajuda de proteínas transmembranas. Aquaporinas: As aquaporinas conduzem seletivamente as moléculas de água, para dentro e fora da célula, ao mesmo tempo prevenindo a passagem de íons e outros solutos. As aquaporinas também são denominadas canais de água. Defeitos genéticos envolvendo genes que codificam as aquaporinas têm sido associados a várias doenças humanas. 1. Transporte Passivo a) Difusão simples: a difusão é uma consequência da movimentação contínua e casual das partículas materiais em solução; estas tendem a se espalhar, isto é, a se difundir. Esse processo ocorre predominantemente da região em que as partículas estão mais concentradas para regiões em que sua concentração é menor. A difusão simples, portanto, obedece ao gradiente de concentração. Para que ela ocorra, a membrana deve ser permeável à determinada substância e deve haver uma diferença na concentração desta substância em relação ao interior e o exterior da célula. b) Difusão Facilitada: Poucos tipos de moléculas e praticamente nenhum tipo de íon consegue atravessar espontaneamente a bicamada de fosfolipídios da membrana. O transporte da maioria das moléculas e de íons para dentro e para fora da célula necessita da intermediação de proteínas componentes da membrana, as chamadas proteínas carreadoras. Algumas dessas proteínas formam canais (proteína canal), pelos quais moléculas de água, alguns íons e pequenas moléculas hidrofílicas se deslocam. O sentido desse deslocamento depende do gradiente de concentração. Outras proteínas de membrana transportam moléculas específicas, capturando-as fora ou dentro da célula e liberando-as na face oposta. c) Osmose: é um caso especial d difusão em que apenas o solvente, a água, se difunde através de uma membrana semipermeável que separa soluções de diferentes concentrações em solutos. 2. Transporte Ativo a) Bomba de sódio-potássio: As células humanas mantém uma concentração interna de íons potássio (K+) cerca de 20 a 40 vezes maior do que a concentração existente no meio extracelular. Tal íon é essencial a diversos processos celulares, participando, por exemplo, da síntese de proteínas e da respiração celular. Por outro lado, a concentração de íons sódio (Na+) no interior de nossas células mantém-se cerca de 8 a 12 vezes menor que a do exterior; uma das principais razões para isso é a necessidade de compensar a grande concentração interna de íons K+. A manutenção dessas diferenças de concentração exige que a célula gaste energia: proteínas de membrana agem como “bombas” de íons, as bombas ATPases, capturando ininterruptamente íons de sódio no citoplasma e transportando-os para fora da célula. Na face externa da membrana, essas proteínas capturam íons de potássio do meio e os transportam para o citoplasma. Como as proteínas são específicas, conclui-se que existe um canal específico na membrana para cada substância que entra na célula. Os hormônios, por exemplo, são transportados para dentro da célula por meio das proteínas transmembranas (receptoras). Receptores: Os receptores são proteínas ou glicoproteínas presentes na membrana plasmática, na membrana das organelas ou no citosol celular, que unem especificamente outras substâncias químicas chamadas moléculas sinalizadoras, como os hormônios e os neurotransmissores. A união de uma molécula sinalizadora a seus receptores específicos desencadeia uma série de reações no interior das células (transdução de sinal), cujo resultado final depende não só do estímulo recebido, senão de muitos outros fatores, como o estado celular, a situação metabólica da célula, a presença de patógenos, o estado metabólico da célula, etc. Um exemplo de sinalizador é o hormônio insulina, que sinaliza para a célula a necessidade de digerir a glicose. Os hormônios (sinalizadores) são sinais dados à célula para que ela realize alguma função específica. A membrana plasmática, devido à sua baixa constante dielétrica em relação aos meios intra e extracelulares, não permite o transporte de íons em sua estrutura. Há uma diferença de potencial entre o meio intracelular (mais eletronegativo) e o extracelular (mais eletropositivo). Na ausência de perturbações externas, os potenciais de membranas permanecem constantes, no chamado potencial de repouso. Entretanto, um estímulo externo às células nervosas e musculares produz uma variação em seus potenciais de membrana. Essa variação rápida, que se propaga ao longo de uma dessas células, é denominada potencial de ação. Nos organismos dotados de sistema nervoso, o potencial de ação serve para comunicações de longa distância entre seus componentes. Essas comunicações são codificadas através de potenciais de ação, que geram o impulso nervoso, o qual se propaga entre as células. Lei do tudo ou nada: um neurônio só consegue enviar um impulso se a intensidade do impulso for acima de um determinado nível, fazendo com que a sua membrana seja despolarizada e repolarizada. Este valor mínimo que permite a transmissão do potencial de ação é conhecido como potencial limiar. Os valores abaixo do potencial limiar são conhecidos como sublimiares, e cada célula tem um valor característico de potencial limiar. Em todos os impulsos, o potencial de ação tem sempre a mesma velocidade e a mesma amplitude. O que determina, por exemplo, uma sensação de dor maior ou menor, é a frequência do potencial de ação. A maioria dos axônios dos neurônios motores é mielinizada, ou seja, são recobertos por uma bainha de mielina, que é uma substância “gordurosa” que isola a membrana celular do neurônio. No sistema nervoso periférico, essa bainha de mielina é formada por células especializadas denominadas células Schwann. Esta bainha não é contínua, ou seja, não envolve toda a membrana do axônio; estes espaços são conhecidos como nódulos de Ranvier. Quando este impulso nervoso, potencial de ação, percorre o axônio, o potencial salta de um nódulo para outro; este processo é conhecido como condução saltatória. Tal fenômeno faz com que o impulso nervoso seja conduzido muito mais rapidamente que em axônios não mielinizados. Um indivíduo nasce com poucas mielinas, mas elas vão sendo construídas ao longo da vida, no processo do aprendizado e da memória. O álcool parece atuar sobre canais existentes nas membranas dos neurônios, através dos quais estas células trocam íons com o meio circundante. Por meio deles, íons positivos ou negativos entram e saem dos neurônios, aumentando ou diminuindo sua atividade elétrica. O procedimento, por sua vez, afeta todas as funções cerebrais. Normalmente, os canais iônicos são abertos ou fechados pela ação de neurotransmissores ou por variações na diferença de potencial elétrico entre o interior e o exterior dos neurônios. Quando o etanol se liga ao receptor GABAérgico, ele promove uma facilitação da inibição GABAérgica. O resultado é um efeito muito mais inibitório no cérebro, levando ao relaxamento e sedação do organismo. Diversas partes do cérebro são afetadas pelo efeito sedativo do álcool tais como aquelas responsáveis pelo movimento, memória, julgamento, respiração, etc. porque existem receptores GABA em muitas partes do cérebro. O uso prolongado do álcool pode causar dependência. Então, se a pessoa para de beber, ela experimenta desconforto emocional, ansiedade, tremores, insônia.