RINOPLASTIA FECHADA ORIENTADA POR
VIDEOENDOSCOPIA
VIDEOENDOSCOPY ORIENTED CLOSED RHINOPLASTY
NÍVEO STEFFEN
Médico cirurgião plástico, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica
RAFAEL NETTO
Médico residente do Serviço de Cirurgia Plástica da Santa Casa de Porto Alegre
FERNANDA SAMPAIO
Médica residente do Serviço de Cirurgia Plástica da Santa Casa de Porto Alegre
MARCELO AZEVEDO FAURI
Médico residente do Serviço de Cirurgia Plástica da Santa Casa de Porto Alegre
LUCAS PEREIRA LIMA
Médico residente do Serviço de Cirurgia Plástica da Santa Casa de Porto Alegre
ANDRÉ ALVES VALIATI
Médico residente do Serviço de Cirurgia Plástica da Santa Casa de Porto Alegre
ROBERTO CORRÊA CHEM
Chefe do Serviço de Cirurgia Plástica da Santa Casa de Porto Alegre, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica
ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIAS
Rua Dona Oti 225/403, Petrópolis - Porto Alegre - RS - CEP 90680-060 - Fone: (51) 9961 2014 - E-mail: [email protected]
Trabalho realizado no Serviço de Cirurgia Plástica do Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto Alegre / Disciplina de Cirurgia
Plástica da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre
DESCRITORES
CIRURGIA PLÁSTICA, EDUCAÇÃO, CIRURGIA VIDEO-ASSISTIDA, RINOPLASTIA, CAPACITAÇÃO.
KEYWORDS
PLASTIC SURGERY, EDUCATION, VIDEO-ASSISTED, RHINOPLASTY, TRAINING.
RESUMO
ABSTRACT
Introdução: Inicialmente utilizada para o
diagnóstico e tratamento funcional das patologias
nasais, a videoendoscopia apresenta-se também
como uma ferramenta útil na avaliação de
alterações anatômicas com repercussão estética e
no treinamento da rinoplastia. Objetivo: Descrever
a experiência da realização de rinoplastia
orientada por videoendoscopia no Serviço de
Cirurgia Plástica da Santa Casa de Porto Alegre.
Método: Utilização de videoendoscopia para
orientação terapêutica e didática nas rinoplastias
fechadas.Utilizada óptica de 5mm. Visualização
das incisões, acesso ao dorso e septo. Observouse otimização do exame nasal, ressecções
e tratamento do dorso. Além disso, o uso da
imagem facilitou o ensino prático da cirurgia aos
estudantes presentes. Discussão: Experiências
semelhantes evidenciaram um controle satisfatório
do diagnóstico e tratamento das alterações nasais
com o auxílio da videoendoscopia. Parte das
dificuldades observadas na rinoplastia fechada
(i.e. raciocínio indireto) podem ser minimizadas
com o auxílio da videoendoscopia. O acesso
visual ao campo cirúrgico favorece o ensino da
rinoplastia em ambiente universitário.Conclusão:
A videoendoscopia mostra-se como ferramenta útil
no diagnóstico e tratamento de alterações nasais na
abordagem fechada, além de fornecer elementos
didáticos ao ensino prático do procedimento.
Backgroud: Videoendoscopy can be a useful
tool in closed rhinoplasty. It can improve diagnostic
and therapeutics maneuvers. Moreover, it can be a
valuable tool in eduacational hospitals. Objective:
To describe our experience with the use of
videoendoscopy in closed rhinoplasty. Method: We
use videonedoscopy to guide nasal evaluation and
therapeutics maneuvers. We can access incisions,
ressections and nasal dorsum tretament easily with
help of videoendoscopy. Working in na educational
hospital, it was possible to show the surgical field
and optimize the rhinoplasty teaching. Conclusion:
Previous descriptions showed good results in
endoscopic-powered rhinoplasties. It is possible
to minimizes the dificulties of closed rhinoplasty
with the videoendoscopy. Finally, videoendoscopy
makes the rinoplasty teaching more attractive for
the students and residents.
INTRODUÇÃO
Atualmente duas abordagens são utilizadas em
rinoplastia: aberta e fechada. Apesar da expansão
do uso da abordagem aberta nos últimos anos, a
opção pela via fechada mantém sua indicação em
casos primários com alteração de dorso e sem
necessidade de manipulação ampla da ponta
nasal. Apesar da ausência de cicatrizes externas
e da manutenção da maior parte da estrutura
nasal, a abordagem fechada tem sido criticada
Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 38 - Suplemento 01 - 2009
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pela visualização restrita, dificuldade de dissecção
e necessidade de experiência no diagnóstico
e tratamento das alterações. A introdução da
videoendoscopia no tratamento das alterações
do nariz e dos seios maxilares contribuiu para a o
crescimento dos tratamentos com acesso mínimo,
limitando o trauma cirúrgico. Inicialmente utilizada
para o diagnóstico e tratamento funcional das
patologias nasais, a videoendoscopia apresenta-se
também como uma ferramenta útil na avaliação de
alterações anatômicas com repercussão estética.
Quando utilizada em ambiente de treinamento,
pode facilitar a visualização das deformidades
nasais e expandir a visualização do campo cirúrgico
aos estudantes fora do campo operatório.
OBJETIVO
Descrever a experiência da realização de
rinoplastia orientada por videoendoscopia no
Serviço de Cirurgia Plástica da Santa Casa de
Porto Alegre.
MATERIAL E MÉTODOS
O ensino em rinoplastia em nosso serviço
utiliza a abordagem fechada como primeira etapa
do aprendizado prático. Em concordância com
a literatura, a necessidade de raciocínio indireto
no tratamento das alterações e a limitação do
campo operatório ao próprio cirurgião e ao grupo
de estudantes foram dificuldades encontradas
neste contexto. A utilização da videoendoscopia
surgiu como uma alternativa para minimizar tais
limitações. Para tanto, a videoendoscopia passou
a ser testada no contexto da rinoplastia fechada.
Foi utilizada óptica de 5mm. Inicialmente realizouse o exame das cavidades nasais, com especial
atenção às alterações do septo e dos cornetos, o
que completou o exame pré-operatório realizado
com espéculo nasal. Após, a óptica foi posicionada
externamente e inferior ao nariz, facilitando a
visualização das incisões internas, da ressecção
do excesso de cartilagem alar e septal e do
acesso ao dorso. Após descolamento do dorso,
a utilização da óptica otimizou o diagnóstico das
alterações locais, facilitando o refinamento de
irregularidades. Após abordagem extramucosa
e descolamento do septo, o exame do septo
posterior e a obtenção de cartilagem septal com
preservação do “L” de sustentação pôde ser
melhor visualizado pelo cirurgião e pelo grupo de
estudantes. A utilização da óptica também facilitou
a visualização dos cornetos e seu tratamento por
cauterização ou turbinectomia submucosa.
período de recuperação pós-operatória são cada
vez mais valorizados. Num ambiente de ensino
como o hospital universitário, a videoendoscopia
apresenta sua maior contribuição na melhora
da compreensão das alterações nasais e na
facilidade de disseminar a experiência a um
número maior de pessoas ao mesmo tempo. A
possibilidade de obter imagens nasais internas
em tempo real mesmo com a abordagem fechada
representa a manutenção do conceito de mínimo
acesso. Além disso, experiências semelhantes
evidenciaram um controle satisfatório do
diagnóstico e tratamento das alterações nasais
com o auxílio da videoendoscopia1,2. Diante dos
desafios do ensino em rinoplastia, são escassas
na literatura estratégias didáticas neste contexto.
O uso de realidade virtual3 e de realização
de manobras cirúrgicas em cadáveres4 são
propostas que buscam facilitar o entendimento
e habilidade técnica. Assim, a videoendoscopia
mostra-se como mais uma alternativa simples e
útil no ensino da rinoplastia. Além do ensino, a
otimização do diagnóstico e a possibilidade de
visualização direta das manobras podem contribuir
para o aperfeiçoamento dos resultados. Por fim,
a possibilidade de registro em imagem digital do
procedimento permite o arquivamento de material
com aplicação didática e médico-legal.
Tabela 1. Benefícios da utilização de videoendoscopia
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# Figura 1. Tratamento do dorso nasal com auxílio da
videoendoscopia. Ressecção da giba cartilaginosa.
CONCLUSÃO
DISCUSSÃO
O uso de abordagens videoendoscópicas
constitui uma tendência da cirurgia moderna. O
conceito de minimização do trauma e da redução do
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Apesar de não proporcionar uma exposição
das estruturas nasais ampla como na abordagem
aberta, a rinoplastia fechada mantém-se com
importante estratégia cirúrgica e pode ter parte
Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 38 - Suplemento 01 - 2009
de suas limitações suprimida pelo uso da
videoendoscopia. O domínio das táticas cirúrgicas
disponíveis, bem como da tecnologia endoscópica
e do tratamento funcional deve fazer parte do
arsenal terapêutico do cirurgião moderno.
REFERÊNCIAS
1. Abramo AC, Filbo DA, Casas SG. Extramucosal
rhinoplasty with videoscopic assistance. Aesthetic Plast
Surg. 1998 Jan-Feb;22(1):25-8.
2. Mabrouk A, Nasser S. Endoscopic-powered
Technique for Closed Reduction Rhinoplasty. Egypt J
Plast Reconst Surg. 2004;28(2):159-64.
3. Constantian MB, Ehrenpreis C, Sheen JH. The
expert teaching system: a new method for learning rhinoplasty using interactive computer graphics. Plast Reconstr Surg. 1987 Feb;79(2):278-83.
4. Jacovella P. Developing Skills in Rhinoplasty Through Cadaver Training. Aesthetic Surg J.
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rinoplastia fechada orientada por videoendoscopia