COMUNICAÇÕES
COMISSÃO ORGANIZADORA
Major-General João Manuel Santos de Carvalho - Diretor da Direção de História e Cultura Militar/Exército
Tenente-coronel Francisco Amado Rodrigues - Chefe da Repartição de Património do Exército
Dr. Fernando Cabral - Diretor Geral da Sistemas do Futuro
COMISSÃO CIENTÍFICA
Professor Doutor Fernando António Baptista Pereira - Presidente do Conselho Científico da Faculdade de Belas
Artes da Universidade de Lisboa
Professor Doutor Rui Centeno - Diretor do Departamento de Ciências e Técnicas do Património da Universidade
do Porto
Professor Doutora Raquel Henriques da Silva - Coordenadora do Mestrado em Museologia da Universidade
Nova de Lisboa
Professor Doutor Henrique Coutinho Gouveia - Coordenador do Mestrado em Património, Museologia e
Desenvolvimento da Universidade de Cabo Verde
Professor Doutor Pedro Casaleiro - Professor no Mestrado em Museologia na Faculdade de Letras da Universidade de
Coimbra
COMISSÃO DE HONRA
General Carlos António Corbal Hernandez Jerónimo - Chefe do Estado-Maior do Exército
Doutor Nuno Vassallo e Silva - Diretor Geral da Direção Geral do Património Cultural
D. Duarte de Bragança - Presidente da Fundação D. Manuel II
Secretariado
Contacto: Natália Jorge | email: [email protected] | Telefone: 228 329 938 / FAX: 228 329 940
Organização
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íNDICE
Comandante Costa Canas (Museu de Marinha)
Museu da Marinha: museu marítimo ou museu naval? ........................................................................................................................... 3
Coronel Romão Mendes (Museu do Ar)
Museu do Ar - O Dever de Memória ............................................................................................................................................................... 3
Coronel Luís Albuquerque (Museu Militar de Lisboa)
Museu Militar de Lisboa: O que fazer? ........................................................................................................................................................... 4
Coronel Carlos Andrade (Museu Militar do Porto)
Museu Militar do Porto: Uma estratégia, um modelo .............................................................................................................................. 5
Major Paulo Rodrigues (Museu Militar de Bragança)
Museu Militar de Bragança - monumento nacional e património imóvel de valor defensivo militar ................................. 6
Tenente-Coronel José Lima (Museu Militar dos Açores)
Museu Militar dos Açores - Testemunho histórico-militar nos Açores ............................................................................................. 7
Tenente-Coronel João Botelho (Museu Militar da Madeira)
O Museu Militar da Madeira - Perspetivas futuras de crescimento ................................................................................................... 8
Tenente-Coronel José Ribeiro (Museu Militar de Elvas)
Museu Militar de Elvas - Sob contexto de Património da Humanidade .......................................................................................... 9
Arq. João Mareco (Director do Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota)
CIBA - reconversão do Museu Militar de São Jorge ............................................................................................................................... 10
Dr. José Manuel Lages (Coordenador Científico do Museu da Guerra Colonial)
Guerra Colonial, uma história por contar .................................................................................................................................................... 11
Dr.ª Maria de Jesus Monge (Directora do Museu-Biblioteca da Casa de Bragança)
A Armaria do Paço Ducal de Vila Viçosa ...................................................................................................................................................... 12
Dr. Ricardo Varandas dos Santos (Museu do Combatente)
A coerência dos valores defendidos e representados face aos desafios da contemporaneidade da nova realidade
museológica. ............................................................................................................................................................................................................ 13
Drª. Gael Dundas (Head of Department of Collections Management - Imperial War Museum - Reino
Unido)
Causes, Course and Consequence of Collecting ..................................................................................................................................... 14
Drª. Pilar Domínguez Sánchez (Jefa Área Patrimonio - Subdirección General de Publicaciones y Patrimonio
Cultural/ Ministerio de Defensa - Espanha)
Museos y colecciones museograficas del Ministerio de Defensa...................................................................................................... 14
Drª. Eva Sofi Ernstell (ICOMAM - International Committee for Museums of Arms and Military History)
The importance of networks for ICOMAM .................................................................................................................................................. 15
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Dr. Manuel Bairrão Oleiro (Rede Portuguesa de Museus)
A importância da RPM para os Museus portugueses, passado, presente e futuro ................................................................... 16
General Silvestre António Francisco (Diretor do Museu Nacional de História Militar de Angola)
O percurso do Museu Nacional de História Militar na educação cultural militar ....................................................................... 16
Tenente-Coronel Francisco Amado Rodrigues (Direção de História e Cultura Militar/Exército)
Museus Militares do Exército - um modelo de gestão em rede ........................................................................................................ 16
Major João Rogério de Souza Armada (Museu Histórico do Exército e Forte de Copacabana)
Museus do Exército Brasileiro - O Museu Militar Conde de Linhares ............................................................................................. 17
Dra Georgina Benrós de Mello (Directora Geral CPLP)
CPLP: museus e património .............................................................................................................................................................................. 17
Drª. Pilar Domínguez Sánchez (Jefa Área Patrimonio - Subdirección General de Publicaciones y Patrimonio
Cultural/ Ministerio de Defensa - Espanha)
Museos y colecciones museograficas del Ministerio de Defensa...................................................................................................... 21
Drª. Eva Sofi Ernstell (Director of Armé Museum - Sweden)
Does society need Military History Museums ............................................................................................................................................ 22
Professora Doutora Maria Fernanda Rollo (Coordenadora do projeto de investigação)
Projeto Portugal 1914 .......................................................................................................................................................................................... 22
Tenente-General Mário de Oliveira Cardoso (Presidente da Comissão para a evocação da Grande Guerra)
Evocações do Centenário da Grande Guerra e a participação dos Museus ................................................................................. 23
Drª. Gina Koutsika (Head of National & International Programmes & Projects - Imperial War Museum)
Marking the First World War Centenary: IWM initiatives ...................................................................................................................... 24
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COMUNICAÇÕES
Comandante Costa Canas (Museu de Marinha)
Museu da Marinha: museu marítimo ou museu naval?
Os museus cuja temática se centra no mar, costumam ser classificados como museus marítimos (maritime
museum), ou como museus navais (naval museum). Os últimos dedicam-se essencialmente a temas de
natureza militar e costumam estar na dependência da Marinha de Guerra. Quanto aos museus marítimos,
procuram abordar temáticas de natureza não militar, tendo geralmente uma tutela civil. Nesta apresentação
será feita uma análise do Museu de Marinha procurando responder à questão colocada no título. A análise
incidirá sobre a história do museu e sobre as suas coleções. Procurar-se-á ainda analisar alguns exemplos
de museus estrangeiro.
Penso que não há inconveniente em alterar o título? Obviamente que nesta análise que pretendo fazer
estará presente também uma reflexão sobre oportunidades e ameaças associadas a cada um dos modelos
em estudo.
Coronel Romão Mendes (Museu do Ar)
Museu do Ar - O Dever de Memória
O Museu do Ar abriu ao público dia 1 de Julho de 1971, num antigo hangar da Aviação Militar em Alverca.
Em 1909, os estatutos do Aeroclube de Portugal, aquando da sua fundação, já reflectiam sobre a
necessidade de se criar um museu dedicado à Aviação.
O Almirante Gago Coutinho, por ordem do Ministério da Marinha começou a juntar peças que tinham sido
dadas a si e a Sacadura Cabral com vista a criação de um Museu Nacional de Aviação.
A ideia foi fortalecida por Pinheiro Correia, que em 1963 conseguiu que a Câmara Municipal de Lisboa
cedesse uma sala do Palácio dos Pimentas, destinada ao Museu da Cidade, para a exposição do acervo
aeronáutico nacional.
As instalações não eram adequadas e em 1965, um Despacho do Secretario de Estado da Aeronáutica, cria
uma comissão com o objectivo preparar a instalação de um Museu de Aviação.
Em 1968 é publicado o Decreto-lei que cria o Museu do Ar em Alverca que abriu ao público em Julho de
1971 com o coronel Edgar Cardoso primeiro director.
O rápido crescimento do acervo tornou o espaço em Alverca pequeno não permitindo uma expansão que
a qualidade de colecção obrigava.
Esta situação levou a Força Aérea Portuguesa, a por em marcha um projecto para um novo espaço
museográfico estabelecido a partir da recuperação de um hangar da Base Aérea nº1 na Granja do Marquês
com cerca de 3500 m2 quase o triplo da área disponível em Alverca. Este projecto contou também com o
apoio da Câmara Municipal de Sintra e da ANA e TAP.
O novo espaço foi inaugurado oficialmente pelo então General CEMFA Luís Araújo em Dezembro de 2009
comemorando-se simultaneamente os 100 anos da Aviação em Portugal e os 300 da demonstração do
balão de ar quente que Bartolomeu de Gusmão fez ao rei D. João V e à corte no dia 9 de Agosto de 1709
na Sala das Índias no Terreiro do Paço.
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Ao novo espaço museológico, que pretende ser a memória da aviação militar e civil portuguesa, juntou-se
também a TAP e a ANA que apresentam os seus acervos em duas áreas com cerca de 1400 m2.
Em 2011 foi inaugurada uma nova área expositiva, que corresponde à segunda fase de expansão do museu,
com cerca de 3000 m2 resultante de reestruturação de três hangares cuja matriz arquitectónica remontam
a 1920 quando a Escola da Aviação Militar de Vila Nova da Rainha se transferiu para a Granja do Marquês.
Pontos Fortes:
1. Preservação da memória da aviação militar e civil portuguesa;
2. Conta parte da História de Portugal;
3. Prémio de Melhor Museu Português de 2013 concedido pela APOM;
4. Decorrente do prémio, acréscimo de visibilidade implicando maior número de visitantes e maior
número de eventos externos e internos (FA, TAP, AeCP);
5. Parcerias com TAP-Portugal e ANA;
6. Parceria com as Autarquias de Sintra, VF Xira e Ovar onde se encontra a Sede e os Polos,
respectivamente;
7. Uma das melhores colecções da Europa;
8. Grandes Reservas;
Pontos Fracos:
1. Falta de Espaço para fazer a crescer área expositiva;
2. Falta de pessoal especializado, em particular para conservação e restauro;
3. Falta de espaço para restauro na Sede;
4. Localização afastada dos principais eixos rodo/ferroviários implica dificuldade no acesso;
5. Falta de contacto com instituições congéneres;
Ameaças:
1. Degradação acelerada de peças de grandes dimensões guardadas ao ar livre;
2. Dificuldades orçamentais com impacto na manutenção de Infraestruturas, conservação de peças
expostas e restauro das armazenadas;
3. Perda de património nacional insubstituível;
Oportunidades:
1. Colaboração com Associação de Especialistas da Força Aérea (AEFA) para colaboração nas acções
de conservação e restauro;
2. Colaboração de veteranos em visitas guiadas;
3. Possibilidade de alargamento do MUSAR numa primeira fase com disponibilização de terreno e
mais tarde construção de novas infra-estruturas;
4. Possibilidade de patrocínios para a construção das novas infra-estruturas;
5. Apostar na Loja do Museu como divulgação e fonte de receita;
Coronel Luís Albuquerque (Museu Militar de Lisboa)
Museu Militar de Lisboa: O que fazer?
A comunicação a apresentar pelo Museu Militar de Lisboa irá demonstrar como a localização do Museu, o
seu acervo e o pessoal que o guarnece são, simultaneamente, pontos fortes e pontos fracos deste órgão
do Exército e que, não sendo únicos, são a base a partir da qual toda a estrutura interna se articula.
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Por outro lado, e seguindo a lógica da mesma análise SWOT, importa identificar ameaças e oportunidades.
Avulta nas primeiras a apetência de outras organizações pelo acervo do Museu, bem como, e na estratégia
gizada pela Direção de História e Cultura Militar, é importante a integração do Museu Militar na Rede
Portuguesa de Museus, no capítulo das oportunidades. Finalmente, serão apresentadas as nossas
conclusões, com o impacto dos fatores apresentados e a tendência futura de evolução.
Coronel Carlos Andrade (Museu Militar do Porto)
Museu Militar do Porto: Uma estratégia, um modelo
1. Pontos Fortes
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Integração do Museu Militar do Porto na Rede Portuguesa de Museus;
Temáticas atribuídas ao museu;
Economia de meios;
Exposições temporárias e itinerantes apresentadas em vários locais do país;
Programa de atividades educativas (conferências, visitas guiadas, atividades infanto-juvenis,
lançamento de livros, entre outras) dedicadas a vários tipos de público;
Visitas temáticas sobre a Grande Guerra;
Publicação de obras bibliográficas;
Apresentação de trabalhos académicos no espaço do museu;
Realização nas instalações do museu de estágios curriculares;
Concretização de uma rede conjunta de programação do Dia Internacional dos Museus, na cidade
do Porto;
Programação conjunta dos museus do Porto vocacionada para um público sénior (Rota dos Museus);
Dinâmica do museu;
 Protocolo de parceria para a realização de projetos de investigação de coleções de armaria em
entidades não militares (caso do Museu de Lamego).
2. Pontos Fracos
 Infraestruturas – manutenção, conservação e remodelação das instalações;
 Espaços de reservas inadequados para as diversas tipologias do acervo;
 Falta de equipamentos de acesso para pessoas com mobilidade reduzida;
 Quadro Orgânico de Pessoal desajustado às necessidades;
 Acumulação de funções executivas;
 Inexistência de orçamento para atividade operacional;
 Plano de Segurança;
 Segurança física e eletrónica;
 Deficiente controlo e monitorização de temperatura e humidade relativa;
 Falta de equipamentos expositivos adequados;
 Inexistência de legendagem multilingue;
 Deficientes meios ao nível das Técnicas de Informação e Comunicação bem como de aplicações
informáticas;
 Inexistência de viatura para transporte de pessoal e material.
3. Oportunidades
 Edifício como espaço de memória;
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Criação de Audioguias;
Criação do Clube Trench – Museu Militar do Porto;
Dia Internacional dos Museus;
Protocolos com estabelecimentos de ensino;
Parceria com a Direção Regional da Cultura do Norte;
Parcerias com Câmaras, Associações e Unidades/Orgãos/Estabelecimentos Militares;
Projeto de investigação / ação dos museus do Porto;
Turismo militar (roteiro);
Presença, através de folhetos de divulgação, em todos os Postos de Turismo da cidade;
Parceria com o Centro Nacional de Cultura;
Ligação com a Associação de Cegos e Ambliopes Portugueses (ACAPO) e Instituto Português de
Oncologia – Porto (IPO – Porto);
 Realização de estágios profissionais;
 Ligação com o Grupo “Em Cadeamentos”.

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4. Ameaças
 Redução de pessoal no Quadro Orgânico aumenta as dificuldades de gestão de recursos humanos
pondo em causa a dinâmica e atividade do museu;
 Desfasamento entre as necessidades e os recursos humanos qualificados;
 Falta de cobertura para as peças de artilharia que se encontram no exterior;
 Avançado estado de deterioração dos tetos do setor oficinal que impossibilita a sua utilização;
 Plano de Segurança desadequado face às ameaças e riscos.
Major Paulo Rodrigues (Museu Militar de Bragança)
Museu Militar de Bragança - monumento nacional e património imóvel de valor
defensivo militar
O MMB ocupa o interior da torre de menagem do castelo de Bragança, Monumento Nacional desde 1910,
e os espaços ao ar livre até à muralha que cerca a torre de menagem.
São vários os pontos fortes a assinalar:
 A Torre de Menagem do Castelo de Bragança, onde o museu se encontra instalado, é um foco de
atração para quem visita a localidade.
 As relações com os órgãos autárquicos são de grande proximidade. Por protocolo a Câmara
Municipal de Bragança assume os encargos com os consumos de água, eletricidade e gás para
funcionamento do museu. Realiza também várias ações de apoio ao museu e tem realizado vários
eventos culturais nos espaços exteriores do museu. Também a nova União de Freguesias da Sé, Santa
Maria e Meixedo colabora com o museu, quer em ações de apoio como de realização de eventos
culturais nos espaços do museu.
 O museu tem vindo a realizar ações que levam à aproximação cada vez maior dos estabelecimentos
escolares da região. Tem vindo a observar-se um aumento constante do número de visitantes
escolares.
 O diretor do museu é mestre em museologia, pela Faculdade de Letras da Universidade do porto, o
que lhe confere uma visão atual e moderna para otimização do funcionamento do museu,
cumprimento das funções museológicas e, em simultâneo, lhe confere um leque de conhecimentos
pessoais com outros profissionais da área, o que permite um melhor e mais estreito relacionamento
com os museus civis.
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Como pontos fracos há a enumerar:
 As instalações não estão adaptadas para albergar um museu. Os acessos aos cinco pisos realizam-se
por lanços de escadas. As condições ambientais no interior do museu não são controladas, o que
permite as alterações constantes das condições de temperatura e humidade relativa a que os objetos
museológicos se encontram. O edifício é permeável à poluição e pragas, encontrando-se o acervo
exposto às mesmas. Para minimizar o risco do acervo, os objetos mais vulneráveis e frágeis
encontram-se protegidos em vitrinas fechadas.
 O número reduzido de pessoal não permite a vigilância permanente de todos os espaços nem o
acompanhamento de todos os visitantes. A falta de pessoal em todas as áreas prejudica o normal
funcionamento do museu, com todos os riscos inerentes.
As ameaças identificadas são:
 Risco para os visitantes e pessoal do museu enquanto circulam pelo mesmo.
 Risco para o acervo, que se encontra exposto às alterações ambientais, às pragas e à poluição.
 A crise que se tem sentido tem levado á redução de visitantes.
Como oportunidades reconhecem-se:
 A grande oportunidade é o património histórico edificado onde o museu se encontra instalado. Atrai
naturalmente os visitantes aos seus espaços.
 A dinamização dos serviços educativos permitirá a criação de mais pontos de atração para o museu,
com a realização de diversas atividades que levem à participação e interação dos visitantes.
 A proximidade com vários estabelecimentos, instituições e órgãos locais permite a criação de novas
oportunidades para a divulgação e melhoria do museu.
 As ameaças identificadas são:
 Risco para os visitantes e pessoal do museu enquanto circulam pelo mesmo.
 Risco para o acervo, que se encontra exposto às alterações ambientais, às pragas e à poluição.
 A crise que se tem sentido tem levado á redução de visitantes.
Como oportunidades reconhecem-se:
 A grande oportunidade é o património histórico edificado onde o museu se encontra instalado. Atrai
naturalmente os visitantes aos seus espaços.
 A dinamização dos serviços educativos permitirá a criação de mais pontos de atração para o museu,
com a realização de diversas atividades que levem à participação e interação dos visitantes.
 A proximidade com vários estabelecimentos, instituições e órgãos locais permite a criação de novas
oportunidades para a divulgação e melhoria do museu.
Tenente-Coronel José Lima (Museu Militar dos Açores)
Museu Militar dos Açores - Testemunho histórico-militar nos Açores
A origem do Museu Militar dos Açores (MMA) está associada à reorganização do Exército efetuada em
1993. Todavia, nesse ano, não estavam criadas as condições necessárias para a sua implementação, por
indefinição da ilha em que deveria ficar instalado, infraestrutura de funcionamento, falta de pessoal,
material e coleções.
Só no final de 1999, após uma diversificada troca de correspondência, pareceres e solicitações entre várias
entidades civis e militares, o Comando da Zona Militar dos Açores (CmdZMA) avançou com uma proposta
concreta de instalação do museu no Forte de S. Brás, em Ponta Delgada, em coabitação com o seu
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Comando e Estado-Maior e a indicação de um oficial para seu diretor que prontamente foi aceite pelo
Estado-Maior do Exército.
As peças museológicas iniciais foram obtidas recorrendo ao material abatido das unidades da ZMA,
doações particulares e fornecidas por alguns depósitos centrais do Exército.
Recebeu os primeiros visitantes em 2006, com uma tipologia mista: generalista, procurando retratar a
história militar dos Açores na sua globalidade, desde o povoamento, meados do século XV, até à
contemporaneidade; e temático, destacando aspetos específicos das atividades militares, como por
exemplo: engenharia, serviço de saúde, comunicações e artilharia de costa.
Com a reorganização do Exército em 2009, recebeu do CmdZMA a biblioteca e o arquivo, com um
riquíssimo espólio documental dos finais do século XIX e século XX.
Pontos fortes:
 Recebe em média cerca de 17.000 visitantes por ano, de que se destacam 30% de público escolar.
Para este volume de visitantes, significativo para um pequeno museu de uma cidade ultraperiférica,
contribui certamente a sua excelente localização e o atrativo monumento do século XVI onde está
instalado.
Pontos fracos:
 A maior dificuldade do MMA tem sido a falta de pessoal para a necessária manutenção/conservação
dos materiais e das infraestruturas e de espaços para reservas.
Ameaças:
 A humidade relativa do ar (cerca de 80%) e a proximidade do mar são uma preocupação constante
na preservação das coleções.
 Não tem havido da parte da Direção Regional da Cultura o apoio para a reparação/consolidação dos
coroamentos do Forte de S. Brás que já vão apresentando, em alguns locais, sinais preocupantes.
Oportunidades:
 As excelentes relações com as entidades civis e militares locais, tem trazido ao MMA muitos
dividendos. Entre estes, destacam-se: a colaboração do CmdZMA com a atuação da Banda Militar
dos Açores, todas as quartas-feiras às 10:30 à entrada do Forte de S. Brás; e a sinalética a indicar o
museu, que a Câmara Municipal de Ponta Delgada (CMPD) colocou em vários pontos da cidade.
 A direção do MMA, em colaboração com o CmdZMA, tem feito um esforço em aproveitar todas as
oportunidades para valorizar o património militar nos Açores, como por exemplo disso a recente
disponibilização, por S.Exª a Secretária de Estado-Adjunta da Defesa Nacional, da verba necessária à
requalificação de uma antiga caserna do Forte de S. Brás, para ali instalar o Arquivo Documental do
MMA. Também, em parceria com CmdZMA e a CMPD, está em marcha um projeto para a criação de
um polo museológico de Artilharia de Costa 15 cm no Pico da Castanheira.
Tenente-Coronel João Botelho (Museu Militar da Madeira)
O Museu Militar da Madeira - Perspetivas futuras de crescimento
1. As origens do Museu Militar da Madeira
 O Museu Militar da Madeira foi criado em 1993 e renovado em 2010, privilegiando-se os meios
audiovisuais na abordagem dos conteúdos.
As temáticas aprovadas para este Museu, por Sua Ex.ª o General Chefe do Estado-Maior do Exército,
através do seu Despacho 28/CEME/2009, foram as seguintes:
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- A Madeira no Contexto da Expansão Portuguesa
- História Militar da Madeira
- Fortificações e infraestruturas militares da Região
Do seu acervo destacam-se duas importantes coleções: a coleção de peças e de morteiros de artilharia
em bronze, de diversas origens e épocas; e a coleção de armamento ligeiro. Foi criado um discurso
expositivo sob a importância da Madeira no período dos descobrimentos e os conflitos do século XX,
nos quais o Exército se viu envolvido, designadamente a Grande Guerra e as Guerras em África.
2. Vulnerabilidades
 Reduzida área de exposição (200m2) e exíguas instalações para reservas.
 Falta de pessoal qualificado com formação em museologia, museografia e vigilantes.
 Impossibilidade de implementação de algumas atividades educativas.
 Dificuldade em divulgação nas muralhas da Fortaleza.
3. Pontos Fortes
 Localização no interior da Fortaleza-Palácio de São Lourenço, um edifício emblemático e bem no
centro da Cidade do Funchal.
 A temática do Museu, a história e o armamento.
 Ambiente externo favorável ao turismo, durante praticamente todo o ano, contribuindo
decisivamente no aumento de visitantes do Museu.
4. Ameaças
 Ameaça latente da alienação pelo Estado do Palácio de São Lourenço, cedendo-o ao Governo
Regional da Madeira.
5. Oportunidades
 O Número elevado de turistas de Cruzeiro que visitam a cidade.
Tenente-Coronel José Ribeiro (Museu Militar de Elvas)
Museu Militar de Elvas - Sob contexto de Património da Humanidade
O Museu Militar de Elvas foi inaugurado em 29 Outubro de 2009, nas instalações outrora ocupadas por 3
unidades militares de Infantaria, Cavalaria e Artilharia, constituindo-se como uma peça única a nível da
museologia nacional, pois o contentor do museu é constituído por 3 monumentos nacionais.
Integrado no tecido urbano e ocupando um quarto da cintura de muralhas abaluartada, constitui no
entanto uma peça única da arquitetura castrense, foi classificado conjuntamente com a cidade de Elvas
Património da Humanidade em 30 de Junho 2012, e integra a rede portuguesa de Museus desde 28 de
maio do corrente ano.
No entanto apesar deste extraordinário desempenho, o museu encontra-se apenas a cerca de 20% das suas
possibilidades, pois dos seus 150.000 m² de área total e 14.000 m² área coberta, apenas se encontram
museografados 2.400 m² de área coberta em 24 salas de exposição e utilização de cerca de 30% da área
descoberta para a realização de diferentes atividades culturais.
Destacando-se neste momento a seguinte matriz DAFO, que urge corrigir nos seus diferentes pontos fracos
e potenciar os fortes com as parcerias adequadas.
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DEBILIDADES
AMEAÇAS
PONTOS FORTES
OPORTUNIDADES
Elevada rotatividade
dos recursos humanos
e falta de um Quadro
Orgânico especifico
para a parte cultural
do Exército
Existência de outro
museu de temática
militar na cidade de
Elvas e com melhor
localização geográfica
(Forte de santa Luzia).
Classificado Património
da Humanidade desde
30Junho 2012,
conjuntamente com a
cidade de Elvas.
Falta de qualificação e
especialização dos
recursos humanos
Reabilitação do Forte
da Graça, e sua
implementação como
polo cultural de cariz
militar.
Integra a Rede
Portuguesa de Museus
desde 28 Maio 2014.
Aproveitar o excelente
relacionamento com a
Edilidade local no sentido
de recorrer aos fundos
comunitários para
implementação do campo
de obstáculos do CAFEE.
Aproveitar o Plano
Operacional de Turismo
do Alto Alentejo, para a
integração do museu nos
futuros roteiros temáticos.
Localizado no corredor de
4 cidades Património da
Humanidade, Évora, Elvas,
Mérida e Cáceres.
Localização
geográfica do museu
fora dos circuitos
turísticos da cidade de
Elvas.
Falta de marketing
por parte do Exército
para as suas
diferentes áreas
culturais.
A singularidade de
algumas das suas
temáticas,
especificamente
Serviço de Saúde,
Fortificação Militar e a
proximidade
(Faculdade Medicina
Badajoz, Pósgraduação IPP)
Existência do CAFEE e
Centro Interpretativo
do Património de Elvas.
Arq. João Mareco (Director do Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota)
CIBA - reconversão do Museu Militar de São Jorge
Análise do percurso feito pela Fundação Batalha de Aljubarrota para a criação do seu
Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota (CIBA), desde os primórdios do antigo Museu
Militar de São Jorge, aos conteúdos multimédia conceptualizados pelo "Edutainment"- Educação pelo
Entretenimento-, passando pelos trabalhos de arqueologia e salvaguarda do património existente,
fundamentando a classificação deste sítio arqueológico, como Monumento Nacional. Será analisado em
jeito de balanço, o trabalho efectuado, até ao momento, identificando alguns dos pontos positivos e
negativos da estratégia da Fundação Batalha de Aljubarrota, para um funcionamento em rede com outras
entidades e espaços.
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Dr. José Manuel Lages (Coordenador Científico do Museu da Guerra Colonial)
Guerra Colonial, uma história por contar
Tal como qualquer guerra, os 13 anos da guerra colonial portuguesa marcaram o país e é um contexto de
estudo fundamental da nossa História contemporânea.
A história só com o tempo, e "só com o tempo" será feita pois o acesso às fontes oficiais são difíceis e por
outro lado muitos dos protagonistas ainda estão vivos. Podemos fazer abordagens parcelares sobre esta
época ainda recente e podemos, de igual modo, fazer um trabalho de recolha e preservação de fontes
oficiais em posse de particulares (que podemos perder irremediavelmente) e que consideramos de capital
importância para este estudo.
No entanto, não podemos ignorar os aspetos visíveis desta guerra que se manifestam no "dia a dia" de
milhares de cidadãos que vivem e convivem "paredes-meias" com familiares e amigos vivendo em
condições difíceis ou dramáticas nas várias localidades deste país. Refiro-me às consequências desta guerra
que ainda não estão verdadeiramente estudadas. Podemos afirmar que o nosso envolvimento neste conflito
armado teve e tem implicações políticas, económicas e sociais bem expressas nos seguintes aspectos:
 Envolvimento direto e indireto de cerca de um milhão e duzentos mil militares (a grande maioria
entre os 19 e 21 anos);
 cerca de 10 mil mortos;
 um número indeterminado de desaparecidos e feridos;
 cerca de 26 mil deficientes (deficientes motores, cegos, queimados);
 milhares de combatentes que sofrem de "stress de guerra";
 outros casos, como são as doenças que surgem de forma prematura como resultado da passagem
pela guerra e, a título de exemplo aponto, a diabetes, as doenças das coronárias, as doenças do foro
digestivo, do foro neurológico e a hipertensão;
 as muitas famílias que ainda hoje choram os feridos, os mortos, os deficientes e os desaparecidos
ou então "carregam o fardo" de um familiar vítima desta guerra.
Uma nova abordagem surge como resultado da abundância de documentos escritos surgidos neste
período (marcado pela ausência das novas tecnologias) cujo suporte principal era o papel. Assim, temos a
correspondência, as revistas, os jornais, as fotografias, os telegramas, os comunicados internos, os
relatórios, os diários pessoais e de companhia, as mensagens confidenciais e secretas, os registos de acção
psicológica e social, os registos hospitalares, os diplomas, os textos das condecorações e muita mais
informação que circulou durante este período de guerra.
A sua divulgação e o impacto do seu conteúdo devem ser estudados e apresentados como fontes
importantíssimas desta época.
Com este trabalho pretende-se mostrar os referidos suportes bem como exemplificar as potencialidades
do seu estudo.
O Baú da guerra, a velha maleta das memórias e recordações dos nossos combatentes continua abrir-se
aqui e ali, originando esta "história por contar" que deixa de ser aos poucos e poucos "tabu" e começa a
ser encarada como uma vertente a estudar e a divulgar."
Todos os aspetos da passagem dos combatentes por terras de África estão patentes no Museu da Guerra
Colonial que começou a ser trabalhado no ano de 1989 e teve o seu início num trabalho
pedagógico/didático a que se chamou: “ Guerra Colonial, uma história por contar”. Este foi realizado por
um professor e alunos do Externato Infante D. Henrique de Ruílhe, Braga e desenvolveu-se em várias
freguesias dos concelhos de Vila Nova de Famalicão, Braga, e Barcelos e tinha por objetivo fazer o
levantamento e a recolha do espólio dos antigos combatentes utilizando a metodologia da história oral.
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Como resultado recuperou-se aquilo a que se chamou “o Baú da Guerra” que, depois de aberto forneceu
fontes importantíssimas para o estudo do combatente português na Guerra Colonial. Assim, recuperaramse e ordenaram-se vários documentos e fontes, tais como: processos de morte e de ferido, correspondência,
diários pessoais e de companhia, documentos de ação social e psicológica, relatos e processos
confidenciais, bibliografia diversa, objetos de arte, fotografias, objetos religiosos, bibliografia e documentos
vários, enfim um manancial documental histórico que proporciona abordar aspectos desconhecidos das
guerras colonial (Anexo Militar, Hospital militar da Marinha de Hamburgo, os prisioneiros de guerra.), dános a possibilidade de organizar áreas de estudo que nos permitem traçar o itinerário do combatente
português na guerra colonial.
Dr.ª Maria de Jesus Monge (Directora do Museu-Biblioteca da Casa de Bragança)
A Armaria do Paço Ducal de Vila Viçosa
As colecções que constituem a Armaria instalada no Paço Ducal de Vila Viçosa são, maioritariamente,
provenientes das colecções reais. Consequência da vontade expressa em testamento pelo último monarca
português, a criação do Museu-Biblioteca da Casa de Bragança data de Novembro de 1933, e já incluía boa
parte deste acervo significativo.
O Paço Ducal de Vila Viçosa, pelas características arquitectónicas e historial, possibilita um enquadramento
único para este conjunto. As condições expositivas foram substancialmente melhoradas na década de 1990,
altura em que o respectivo inventário, revisto e aprofundado por João Loureiro de Figueiredo, foi publicado.
A museografia concebida por José Maria Cruz de Carvalho respeitou o espaço e realçou os aspectos mais
apelativos da colecção.
Enquanto unidade museológica, esta colecção apresenta características particulares no universo nacional,
e está essencialmente vocacionada para duas áreas: a evolução do armamento produzido e utilizado no
território nacional e a actividade cinegética. Estas componentes são ilustradas por peças inseridas num arco
cronológico de mais de 300 anos e, geograficamente, abarcam produção de múltiplas regiões do mundo.
A grande diversidade de objectos – a colecção conta com 3398 peças, as respectivas características e
proveniência, constituem aliciantes para os visitantes. No entanto, decorrendo inclusive desta abrangência,
depara-se com dificuldades, designadamente ao nível da interpretação, da divulgação, e da conservação.
Inserida no complexo do Museu-Biblioteca da Casa de Bragança, a Armaria recebe apenas uma ínfima parte
das visitas. A opção museológica não privilegiou a interpretação estruturada, mas uma lógica técnica e
estética, que não é perceptível para a maioria dos visitantes.
Do ponto de vista da conservação, um edifício antigo em taipa, classificado como monumento nacional
apresenta características muito específicas que, conjugadas com as necessidades destas colecções, colocam
desafios permanentes.
Traçar o retrato desta entidade museológica, aferir experiências e, sobretudo, desenvolver um projecto de
futuro a curto, médio e longo prazo são um repto difícil que tentarei apresentar.
Dr. Ricardo Varandas dos Santos (Museu do Combatente)
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A coerência dos valores defendidos e representados face aos desafios da
contemporaneidade da nova realidade museológica.
Pontos Fortes
1) Enquadramento orgânico do museu - Liga dos Combatentes (entidade tutelada pelo MDN).
2) A LC e o seu Museu posicionam-se como instância cultural de interface entre a nova imagem, dos três
ramos das Forças Armadas e de Segurança.
3) A Componente vocacional ser determinada pela coerência com os compromissos de acção e finalidades
estatutárias da instituição.
4) O Museu da Liga dos Combatentes ser Polinuclear e Plurivocacional.
Constituído por quatro núcleos museológicos, (três fixos):
- O Museu do Combatente- Forte do Bom Sucesso em Belém.
- O Museu das Oferendas ao Soldado Desconhecido no Claustro do Mosteiro da Batalha.
- Salas de Exposições e de Reservas na Sede (Bairro Alto).
- Um núcleo itinerante constituído pelas colecções visitáveis nos 100 Núcleos da Liga, de Norte a Sul do
Continente, Regiões Autónomas e no estrangeiro.
5) A Componente vocacional ser determinada pela coerência com os valores que a instituição de tutela,
defende e representa. O conjunto dos valores surgem nos espaços do Museu, através da função
museológica de divulgação e sensibilização dos visitantes para a acção dos combatentes de Portugal
nos últimos dois séculos. (Função informativa e formativa de Educação para a Cidadania activa e para
os Valores Cívicos)
6) A Valorização do espaço histórico onde se insere o Monumento aos Combatentes; 500 metros da
História -Torre de Belém (Séc. XVI), FBS (Séc. XVIII) Monumento ao Combatente (Séc. XX)
7) Valorização do espaço onde se insere o Museu do Combatente no Mosteiro da Batalha.
8) Potencializar a promoção dos valores cívicos em estreita ligação com o ensino.
Pontos Fracos
1) Atendendo às condições Socio Económicas do país -A possibilidade de anulação parcial da Componente
vocacional determinada por via da coerência com os recursos humanos da associação que o tutela, os
espaços arquitectónicos e históricos onde se situa e o espólio que congrega. Assim poderá ser anulada
em parte a promoção do diálogo intergeracional e o desígnio de participação activa dos cidadãos.
Ameaças
1) A Direcção Central da Liga dos Combatentes, poder ter dificuldades em dispor de quadros qualificados
para gerir todo o complexo monumental e histórico do seu Museu.
2) O custo da salvaguarda e manutenção do Espólio museológico ser elevado.
3) Num quadro económico difícil a Componente vocacional do Museu ser determinada por via da
coerência com os compromissos de acção e finalidades estatutárias da instituição que tutela o que
implica um investimento preponderante da sua função museológica vocacionada para a parceria entre
instituições congéneres nacionais e internacionais e a cooperação com os Serviços do Estado.
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Oportunidades
1) A vocação interassociativa e internacionalista da instituição que o dirige, a LC; situa o Museu nas
correntes da "Nova Museologia", tornando-o mais envolvido socialmente com o território e as
populações que serve e a tradição cultural que veiculam.
2) O Museu funcionar através de parcerias e protocolos com outras instituições e associações com
vocações convergentes.
3) A Dinamização de Organismos afectos ao Museu.
4) Desenvolver e diversificar actividades sócio culturais alargadas à sociedades civil, meio escolar,
combatentes e famílias.
Drª. Gael Dundas (Head of Department of Collections Management - Imperial War
Museum - Reino Unido)
Causes, Course and Consequence of Collecting
The causes, course and consequence of conflicts are often considered. Thinking about the history of the
First World War collection of the Imperial War Museum in these three phases reveals new ways to engage,
motivate and inspire teams.
In order to meet the ambitious challenge of transforming IWM London within two years consideration of
whether to change the policies, systems or approach of our people proved pivotal to our success.
Drª. Pilar Domínguez Sánchez (Jefa Área Patrimonio - Subdirección General de
Publicaciones y Patrimonio Cultural/ Ministerio de Defensa - Espanha)
Museos y colecciones museograficas del Ministerio de Defensa
Ha compaginado su trabajo con la docencia en la Facultad de Biblioteconomía y Documentación de la
Universidad de Alcalá de Henares durante 10 años.
Ha formado parte de la Junta directiva de ANABAD (Federación española de Asociaciones de Archiveros,
Bibliotecarios Arqueólogos y Documentalistas)
Ha trabajado en distintas secciones de IFLA (Federación Internacional de Asociaciones de Bibliotecas)
Sus principales publicaciones y estudios, abordan temas relativos a la bibliografía nacional española, las
nuevas tecnologías aplicadas a las Bibliotecas, la gestión de colecciones y, todos aquellos aspectos relativos
a la mejora en la gestión y acceso al conocimiento en archivos, bibliotecas y museos.
Breve introducción con referencias al marco histórico y legal de las colecciones museográficas del Ministerio
de Defensa, así como su actual organización administrativa.
Breve descripción de los tres Museos Nacionales:
Museo de Astronáutica y Aeronáutica
Museo Naval
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Museo del Ejercito, como ejemplo de cambio y adaptación no solo de las instalaciones y sede, sino
de la museográfica.
Mención de cómo actualmente difunden los museos sus colecciones, que va más allá de la exposición
permanente mediante importantes exposiciones temporales.
Finalmente se explica cuales son los objetivos a conseguir y las actuaciones y proyectos destacados en estos
momentos.
-
Drª. Eva Sofi Ernstell (ICOMAM - International Committee for Museums of Arms and
Military History)
The importance of networks for ICOMAM
ICOMAM is an international organization and it is very important within our group to have worldwide
connections. To know colleges from other countries increase the possibility for exchange of ideas and
experience. In Sweden for example there is only one Army museum so if I need to find references from my
type of field I must go abroad. To learn about other institutions is also to get friends and to get
confidence in one another. This platform makes it easier to borrow items or exhibitions or publish books
together etc.
We are one part of the family of museums and in my opinion a very important part as our field of museums
influence society more than anything else. The organization or design of the Armed Forces cost money and
is one of the most costly expenditure the state has in most countries. Therefore it is valuable to try to
describe the Armed Forces in an attempt to make the world intelligible. To compere how museums
worldwide cope with the Armed Forces is necessary. ICOMAM can find good examples and make our field
of museums more interesting. Many military museums are old fashioned and inside the entrance you find
a smell of dust. This year we meet to really focus on the relevance of our museums of today and our annual
conference for these issues will take place in Moscow October 8-10.
A war is by its definition always international and therefore it is interesting as we study the history of war
to listen and to learn from the other side. Because there is always another side and they might raise other
questions. Fruitful cooperation’s connect old enemies and in our global world international network are
necessary.
ICOMAM is an International Committee of ICOM - the International Council of Museums. The purpose of
ICOMAM is:
To encourage scientific research about arms and armor and military collections, both in specialized and
general museums and in military collections.
To stimulate a proper, professional standard of collection care, management, conservation and use in line
with internationally recognized good practice and ICOM guidelines.
To promote the highest standards in display and interpretation.
To encourage networking and partnerships between museums and research the world over.
It is the only international organization of its kind dealing comprehensively with this particular field of
interest. We believe in international relations and look at them as a necessary tool for professional museum
work of today.
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Dr. Manuel Bairrão Oleiro (Rede Portuguesa de Museus)
A importância da RPM para os Museus portugueses, passado, presente e futuro
É apresentada uma reflexão sobre a Rede Portuguesa de Museus (RPM), que se inicia com uma abordagem
dos antecedentes históricos nas décadas que precedem a criação da RPM.
São descritas as profundas mutações no panorama museológico português nas décadas de 70 a 90 do
século XX, o contexto em que é decidido avançar para a constituição da RPM, os trabalhos preparatórios, a
metodologia utilizada e os objetivos a atingir com a sua criação.
Descrevem-se os eixos programáticos em que se desdobra a atuação da RPM e os resultados que têm sido
obtidos.
Refere-se a Lei-Quadro dos Museus Portugueses, na sua relação estreita com a RPM.
Enumeram-se as questões com que se confronta a RPM no presente e os desafios da sua atuação futura.
General Silvestre António Francisco (Diretor do Museu Nacional de História Militar de
Angola)
O percurso do Museu Nacional de História Militar na educação cultural militar
Pretende-se com esta comunicação apresentar a evolução do discurso expositivo, como meio de
valorização da cultura militar e educação dos visitantes na identidade nacional. Foi necessário restaurar
bens museológicos, contextualizar a sua história e exibir em condições de segurança e de interpretação
histórico-militar.
Tenente-Coronel Francisco Amado Rodrigues (Direção de História e Cultura
Militar/Exército)
Museus Militares do Exército - um modelo de gestão em rede
Implementar um modelo de gestão em rede integrada no Exército Português tem sido um enorme
desafio e afigura-se muito complexo.
Um enorme desafio, porque o ponto de partida, há cerca de sete anos, em que se encontrava a atividade
museal, desde a sua estrutura organizacional, processos, normas e recursos, era ténue, pouco qualificada,
desarticulada e, mais preocupante, a mentalidade residente.
A partir de uma estrutura organizacional não museal, a Direção de História e Cultura Militar tem vindo a
proceder a profundas alterações no modus operandi do Exército Português, relativamente à salvaguarda,
valorização e divulgação do seu vasto, rico, diverso e heterogéneo património cultural, de abrangência
local, regional, nacional e internacional, através de uma melhor adequação da sua estrutura organizacional,
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criação de normas gerais, definição de regras procedimentais comuns e ajustamento de recursos (humanos,
materiais, financeiros, informáticos, edifícios, espaços, temáticas e coleções), sob a aplicação de uma
plataforma tecnológica moderna e atrativa, e que permite, simultaneamente, inventariar, gerir e difundir o
acervo museológico, cujo modelo e arquitetura foi concebido de forma cooperativa.
Muito complexo, porque a pluridisciplinaridade das suas coleções, as múltiplas entidades envolvidas, direta
e indiretamente, na atividade museal e a cultura organizacional fortemente hierarquizada retardam a
implementação de uma marcha mais acelerada para se alcançar um novo paradigma, pelo que não será
possível perspetivar uma revolução patrimonial, mas sim uma transformação em ato contínuo, oscilante e
prolongado. Com tudo isto, é verificável a realização de algumas boas práticas museológicas, que
prefiguram uma maior e melhor consciência museal.
Major João Rogério de Souza Armada (Museu Histórico do Exército e Forte de
Copacabana)
Museus do Exército Brasileiro - O Museu Militar Conde de Linhares
O Museu Militar Conde de Linhares é uma instituição museológica, subordinada diretamente ao Museu
Histórico do Exército e Forte de Copacabana (MHEx/FC), que faz parte da Diretoria do Patrimônio Histórico
e Cultural do Exército (DPHCEx), subordinada ao Departamento de Educação e Cultura do Exército (DCEx).
A parte administrativa do Museu está ligada diretamente ao MHEx/FC, no entanto o Museu conta com
museóloga própria e com uma Seção de Museologia, voltada diretamente para a exposição, cuja temática
principal é a Armaria.
Os salões de exposição contam a História do Brasil através do armamento, enfatizando episódios
importantes, como a gênese do Exército Brasileiro, a Guerra da Tríplice Aliança e a participação do Exército
Brasileiro na Segunda Guerra Mundial.
Serão abordados os seguintes assuntos: Estrutura do Sistema Cultural do Exército Brasileiro (DCEx, DPHCEx,
MHEx/FC e Museu Militar Conde de Linhares); a História do Museu Militar Conde de Linhares; estrutura
administrativa; principais projetos culturais; Museologia; exposições; e principais acervos.
Dra Georgina Benrós de Mello (Directora Geral CPLP)
CPLP: museus e património
Excelências,
As minhas saudações e respeitos às autoridades presentes, aos membros da Mesa do Congresso, aos
ilustres conferencistas e aos congressistas.
Constitui para mim uma grande honra participar dos trabalhos de tão augusta assembleia.
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Agradeço o privilégio que generosamente me foi concedido pela Comissão Organizadora, que muito me
honra, bem como à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Permitam-me também confessar que me dá enorme prazer participar desta feliz iniciativa. Permitam-me
entretanto uma segunda confissão. É que devo, desde logo, começar esta breve intervenção por dizer-vos
que… infelizmente nada temos, na matéria específica que ocupa este congresso, a Museologia Militar.
Não obstante, a CPLP representa um imenso potencial, tem ambições elevadas e perspetivas
interessantes. Se mo permitem, é sobre isso que vos falarei, partilhando com esta sábia audiência uma
breve reflexão sobre alguns desafios da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa no domínio da
Cultura e muito em particular nos campos do Património e da Museologia.
A nossa Comunidade é rica pela multiplicidade, diversidade e riqueza cultural das nações que a
compõem. É sobre este pano de fundo que se desenha o pensamento estratégico dos Estados membros
da CPLP, que espelha a sua vontade comum no que tange ao desenvolvimento e expansão da
cooperação nos domínios da Cultura e do Património.
Já a Declaração Constitutiva da CPLP, fundada como se recordam, a 17 de julho de 1996, sublinhava que
os nossos Chefes de Estado e de Governo consideram um imperativo a consolidação da realidade cultural
nacional e plurinacional que confere identidade própria aos Países de Língua Oficial Portuguesa,
refletindo o relacionamento especial existente entre eles e a experiência acumulada em anos de profícua
concertação e cooperação.
Nessa linha, estabelece o Artigo 4.º dos Estatutos da CPLP, de entre os seus objetivos, a cooperação em
diversos domínios, nomeadamente, no domínio da cultura. Estabelece ainda que, na materialização dos
seus objetivos a CPLP apoia-se em mecanismos de concertação e cooperação existentes ou a estabelecer
no âmbito da Comunidade. Naturalmente, neste processo cabe um lugar privilegiado à cooperação
multilateral.
Os povos representados na CPLP partilham de uma herança histórica, cultural e linguística que os une,
feita de um percurso comum de vários séculos que originou um património material e imaterial de uma
riqueza fabulosa, que urge preservar, valorizar e difundir. Tal património, tanto no que tem de comum,
quanto na sua diversidade, tem potencial decisivo para o aprofundamento das relações entre os povos,
para motivar o desenvolvimento das economias dos Estados membros, particularmente em setores como
o turismo ou as economias criativas, bem como para a afirmação da CPLP no mundo.
Reconhecendo a importância da cultura para a consolidação dos seus objetivos fundamentais, a Reunião
dos Ministros da Cultura da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa adotou a 11 de Abril de 2014,
em Maputo, um Plano Estratégico de Cooperação Cultural Multilateral. Este documento orientador está
fundado no princípio da multilateralidade e visa o horizonte 2020.
Com efeito, entendem os Ministros da Cultura dos Estados membros que a multiplicidade das formas de
expressão da Cultura dos povos dos Estados membros da CPLP configura uma riqueza ímpar e uma
perspetiva que requer uma cooperação multilateral harmoniosa, cujo potencial apenas poderá ser
desencadeado na sua plenitude se formos capazes de estabelecer mecanismos facilitadores dessa
cooperação, visando tanto a mobilização de meios técnicos e financeiros que permitam o seu
desenvolvimento, quanto a garantia da inclusão e da participação dos cidadãos na preservação,
exploração e usufruto desse Património.
Por outro lado, os Ministros da Cultura dos Estados membros sublinham que importa reconhecer o papel
relevante que a Cultura assume no contexto internacional, enquanto direito do homem e dos povos,
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contribuindo ativamente para a construção da identidade coletiva, a transmissão de conhecimento e
saber. Mas contribuindo também para a produção de bens e serviços, a dinamização de atividades
económicas, a criação de riqueza e consequentemente para o desenvolvimento social.
O Plano Estratégico de Cooperação Cultural Multilateral propõe-nos uma visão estratégica para um
período de 6 anos (2014 - 2020), tendo em vista o reforço da cooperação cultural entre os Estados
membros da Comunidade.
De entre os objetivos específicos do Plano Estratégico pode-se ler o de “Estruturar e fortalecer a
cooperação entre os países da CPLP no campo do património cultural, com vistas à sua preservação,
valorização e difusão”.
O racional subjacente aos programas e projetos que compõem o Plano Estratégico é que a Cultura está
no centro dos debates contemporâneos sobre a identidade, a coesão social e o respeito pela diversidade
cultural, e assume crescente importância nas relações de cooperação e de intercâmbio, fundadas – cada
vez mais, no interconhecimento e compreensão recíproca entre os homens e os povos.
Com tais fundamentos a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa propõe-se promover mecanismos
de cooperação no âmbito dos Museus, visando fortalecer os laços históricos que unem os Estados
membros. Vejamos.
O Plano Estratégico está organizado em 5 eixos, sendo que a cooperação multilateral no domínio dos
museus está inscrita no 4º eixo.
No 4.º Eixo, denominado Património Cultural e Memória Histórica da CPLP, pode ler-se que a recuperação
do acervo histórico dos Estados membros da CPLP e a criação de mecanismos que facilitem a reprodução
deste património comum constituem, igualmente, uma base estratégica, com vista à recuperação e
partilha da Memória Histórica da CPLP.
Por sua vez, o Plano de Ação que integra o Plano Estratégico de Cooperação Cultural Multilateral 20142020, decompõe o 4º eixo nos seguintes programas e projetos:
Acervo Histórico dos Estados membros da CPLP.
Preservação e restauração do acervo áudio visual da CPLP.
Rede de Museus da CPLP.
Promoção do Património Cultural da CPLP.
Atlas do Património Arquitetónico da CPLP.
O projeto Acervo Histórico dos Estados membros da CPLP, de entre outras ações prioritárias, preconiza, a
criação do Arquivo Histórico Comum do Período Colonial e da Luta de Libertação dos Países Africanos de
Língua Oficial Portuguesa.
Já o projeto Rede de Museus da CPLP preconiza, como ação prioritária, a criação de uma Rede de Museus
com os seguintes objetivos:
Promover a cooperação e a articulação entre os museus dos Estados membros da CPLP;
Executar programas de apoio técnico e financeiro à qualificação de museus dos Estados membros da
CPLP;
Integrar profissionais do setor museológico;
Promover ações de formação com vista ao fomento do rigor e do profissionalismo das práticas
museológicas e das técnicas museográficas;
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Criar a Rede Digital de Museus da CPLP para valorização da diversidade museológica dos Estados
membros;
Difundir informação relativa aos museus dos Estados membros da CPLP, através do Portal da Cultura da
CPLP e dos Portais de Cultura dos Estados membros.
Referirei ainda o programa Promoção do Património Cultural da CPLP, que preconiza, de entre os seus
objetivos, o estabelecimento de um programa de reconhecimento e salvaguarda do património cultural
dos Estados membros da CPLP.
Feita a apresentação institucional, na perspetiva da CPLP, permitam-me agora colocar-me numa
perspetiva mais pessoal, de quem se interessa por Museologia, para partilhar uma preocupação e em
seguida de lançar um desafio à assembleia.
Muitos projetos museológicos, no domínio do Património Militar e no universo dos Estados membros da
CPLP existem, ou quiçá foram sonhados (de há muito), sem que tenham deixado de ser isso mesmo…
Projetos!…
Estou a pensar, por exemplo, em interessantes projetos e ideias de projetos em distintos países, de Cabo
Verde a Timor-Leste, para só citar alguns. Falo tanto de projetos de iniciativa de entidades públicas, como
de projetos de iniciativa de organizações da sociedade civil.
Citarei apenas, a título indicativo, o caso do meu país natal, Cabo Verde, onde existem projetos neste
domínio tanto promovidos pelos poderes públicos quanto por organizações da sociedade civil.
No primeiro caso, refiro-me ao projeto anunciado por S.E. Ministro da Defesa de Cabo Verde, a ser
implementado no atual Quartel Jaime Mota, localizado no Plateau, na baixa da Cidade da Praia (e aqui
referido já pelo Professor Doutor Henrique Coutinho Gouveia).
No segundo caso, refiro-me, nomeadamente, aos projetos da Associação dos Combatentes da Liberdade
da Pátria e da Fundação Amílcar Cabral.
Estes projetos infelizmente não têm conseguido avançar, ao ritmo que seria de desejar, essencialmente
por razão das enormes limitações de ordem financeira que manietam a ação de seus promotores.
Finalmente permitam-me trazer à vossa consideração, para fechar a minha intervenção, uma proposta,
quiçá, uma provocação.
É de conhecimento público a excelência da cooperação militar entre os Estados membros da Comunidade
dos Países de Língua Portuguesa. Uma cooperação multilateral multifacetada que se vem desenvolvendo
aos mais diversos níveis, como provam diversas iniciativas regulares que se vão sucedendo.
Desde o Fórum da Saúde Militar aos exercícios FELINO, passando pelo Simpósio das Marinhas. De entre
todas e à cabeça dessas iniciativas, salientarei a Reunião Ministerial da Defesa, cuja mais recente edição, a
15ª, teve lugar no passado dia 26 de maio de 2014, em Lisboa.
Sendo tão dinâmica, eficaz e pujante a cooperação militar entre os Estados membros da Comunidade dos
Países de Língua Portuguesa, pergunto-me, porque não ponderar a viabilidade de se promover o seu
alargamento aos domínios da preservação do Património Militar e da Museologia Militar?
Talvez muitos projetos de preservação patrimonial militar vissem mais facilmente a luz do dia,
enriquecendo o nosso Património coletivo, valorizando a nossa História comum, adensando o tecido das
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relações culturais entre as nossas Nações, fortificando os laços de cooperação e amizade entre os nossos
países.
Bibliografia
- Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. “CPLP - Comunidade dos Países de Língua Portuguesa –
Estatutos 2007”. Lisboa, 2 de novembro de 2007.
- Documentação não editada
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, IX Reunião Ministerial da Cultura. “Plano Estratégico de
Cooperação Cultural Multilateral da CPLP e respetivo Plano de Ação (2014 - 2020)”. Maputo, 11 de abril
2014.
Webgrafia
- Portal do ICOM – International Council of Museums, consultado em 5 de Novembro de 2011, em
http://icom.museum/who-we-are/the-vision/museum-definition.html
- Portal da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. “IX Reunião de Ministros da Cultura, 10 - 11 de
abril de 2014, DECLARAÇÃO FINAL”, consultado em 22 de setembro de 2014, em
http://www.cplp.org/Files/Billeder/cplp/Declarao-Final-IX-Reunio-CPLP.pdf
- Portal da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. “Declaração Constitutiva da Comunidade dos
Países de Língua Portuguesa – CPLP, Lisboa, 17 de julho de 1996”. Consultado em 22 de setembro de
2014, em http://www.cplp.org/id-157.aspx
Drª. Pilar Domínguez Sánchez (Jefa Área Patrimonio - Subdirección General de
Publicaciones y Patrimonio Cultural/ Ministerio de Defensa - Espanha)
Museos y colecciones museograficas del Ministerio de Defensa
Breve introducción con referencias al marco histórico y legal de las colecciones museográficas del Ministerio
de Defensa, así como su actual organización administrativa.
Breve descripción de los tres Museos Nacionales:
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Museo de Astronáutica y Aeronáutica
Museo Naval
Museo del Ejercito, como ejemplo de cambio y adaptación no solo de las instalaciones y sede, sino
de la museográfica.
Mención de cómo actualmente difunden los museos sus colecciones, que va más allá de la exposición
permanente mediante importantes exposiciones temporales.
Finalmente se explica cuales son los objetivos a conseguir y las actuaciones y proyectos destacados en estos
momentos.
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Drª. Eva Sofi Ernstell (Director of Armé Museum - Sweden)
Does society need Military History Museums
This abstract is about the type of questions that we deal with at the Army Museum in Stockholm, Sweden.
Apart from exhibitions we do research work, we publish books and participate in several conferences and
give lectures. Our collections are available on internet through digital.museum. But here I am mainly raising
a few questions that we deal with in our exhibitions.
Our permanent exhibition depicts Swedish history from the 16th century onwards and it is often said by our
visitors that the Army Museum is one of Sweden’s best history museums. Here you can get a picture of war
as experienced by the soldiers and their families. Societies have always managed to allocate large resources
to war. Regardless of its organisation, defence has been part of our social machinery, continually influencing
people’s lives. Which stories to tell and which object to preserve are vital issues for our museum. It is hard
to make war comprehensible. Despite conflict research and many different theories, comprehension is still
difficult. Army museums function as a source for knowledge for whoever is interested in the times we live
in, our shared history or who wants to know more about why society is as it is. There is no answer as to why
wars happen, but history shows that there are far too many victims in all wars.
Military museums have different names, but for us working there we cannot escape the fact that they are
about war – whether we are called Museums of Military History or Army Museums or War Museums. The
objects we display and the stories we tell are connected to war and to present war and find good
representations among the things to collect is part of our work. Is it on the whole possible to raise such
question? Is a good representative the weapon, the disaster after it is used or the engineering and ingenuity
that made the weapon itself?
Do we need military museums? Of course society needs this type of museum. History tells us that war is
part of our past and a part that influences society more than anything else. But one question to rise is why
our type of museums is separated from other museums. Is military history different from history? Can you
study history without mentioning war? Maybe it is a mistake to have separate museums connected to the
history of war. The mission of our museums varies depending on the owners, but for the visitor I do not
think they care whether we are run by the Ministry of Defence or by the Ministry of Culture.
The Army Museum in Stockholm has ca 85 000 visitors /year. We often hear from our visitors that “it was
not nearly as boring as I thought”. This is of course nice – the fact that they liked us. But I am afraid that the
general idea of a museum in our field is that it is a boring place. Therefore our most important battle in the
future is the one against the idea of us as a boring place.
Professora Doutora Maria Fernanda Rollo (Coordenadora do projeto de investigação)
Projeto Portugal 1914
O projecto Portugal 1914 integra um conjunto de iniciativas promovidas a partir do Instituto de História
Contemporânea (IHC) da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da UNL em parceria e com a
colaboração de diversas instituições (arquivos, bibliotecas, universidades, museus, escolas, câmaras
municipais...) e pessoas da mais variada formação e actividade profissional, envolvendo o público em geral.
1º CONGRESSO INTERNACIONAL - MUSEOLOGIA MILITAR
Amadora 24, 25 e 26 set. 2014
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www.museologiamilitar.pt
Dedicado à evocação da passagem do centenário da Guerra, o projecto Portugal 1914 pretende criar um
espaço de reflexão e de partilha destinado a estimular o estudo e a divulgação do conhecimento da história
e dos legados da I Guerra Mundial e sensibilizar a população em geral para a importância da memória e da
sua preservação. Este programa visa a promoção de uma cidadania activa e empenhada na promoção da
defesa, preservação e salvaguarda de um património colectivo.
Portugal 1914 inclui, entre outras actividades, o portal http://www.portugal1914.org, o projecto Memórias
da I Guerra Mundial 1914-1918 (http://www.facebook.com/pages/Memórias-da-I-Guerra-Mundial-19141918/185749874875651), a organização de Dias da Memória / Collection Day em articulação com a
Europeana 1914 na Assembleia da República em Outubro de 2014, entre congressos e publicações
organizados, como o conjunto do programa, por um conjunto alargado de instituições públicas e privadas.
O estudo da história e do impacto da Grande Guerra em Portugal, envolvendo um projecto colectivo e
aberto à participação da população em geral, constituirá com certeza uma contribuição inestimável para a
integridade da memória da participação portuguesa no conflito de 1914-1918, parte integrante e
indissociável da identidade colectiva nacional.
Tenente-General Mário de Oliveira Cardoso (Presidente da Comissão para a evocação
da Grande Guerra)
Evocações do Centenário da Grande Guerra e a participação dos Museus
PROJETO DA COMISSÃO
Constituem objetivos últimos da Comissão:
-O conhecer a verdade histórica do período em causa, que determinou o comportamento da sociedade
portuguesa
- Homenagear e respeitar o sacrifício dos que foram os intérpretes dessa mesma história
- Com o conhecimento da história, em particular daquela que é nossa, portuguesa, reforçar o respeito por
uma memória coletiva, que se quer esclarecida e descomplexada.
Ao fazê-lo sabemos que estamos a chamar a atenção que a 1ª Guerra Mundial não evitou, passadas poucas
décadas, uma 2ª. Que o fim da 2ª não trouxe afinal a paz; a nós, então, portugueses, que não nos vimos
envolvidos nela, as suas consequências atiraram-nos para uma outra guerra, só nossa, tão ou mais
traumática quanto a 1ª GM. Tendo-se seguido uma guerra dita de fria, a sua conclusão trouxe outra vez à
Europa, o som das armas, a destruição, outra redefinição de fronteiras. Até parece que tudo voltou ao
princípio do século XX.
Os sonhos dos grandes espaços de progresso paz e bem-estar, parecem esboroar-se.
E os jovens e não jovens não se sentem confortáveis com tudo isto.
Ora o futuro tem sempre origem nas nossas raízes.
Recordar a história do período de 1914 a 1918 - e o sitio www.portugalgrandeguerra.defesa.pt vai ajudando
a reflectir, a saber o que se fez, ao envolvimento da sociedade na evocação do grande conflito europeu e
mundial - julgamos estar a atingir o nosso objetivo.
1º CONGRESSO INTERNACIONAL - MUSEOLOGIA MILITAR
Amadora 24, 25 e 26 set. 2014
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www.museologiamilitar.pt
Drª. Gina Koutsika (Head of National & International Programmes & Projects - Imperial
War Museum)
Marking the First World War Centenary: IWM initiatives
This presentation highlights key initiatives developed by the Imperial War Museums (IWM) to mark the
Centenary of the First World War (2014-2018).
First World War Centenary Partnership Programme
IWM launched the First World War Centenary Partnership in 2010, to encourage a programme of activities
and events developed at grass roots levels, throughout the UK and internationally. The founding ambition
for the Partnership was that its members collectively organise and present a vibrant, diverse and farreaching programme to reflect how people want to remember, commemorate and debate the conflict in
their own communities, in ways that are meaningful to them and their audiences. www.1914.org is the
central place, where anyone can find out how to take part in this global commemoration and what is
happening in their area.
IWM Programme for the Centenary
A great deal of our work is focusing on the FWW this year: the groundbreaking new First World War Galleries
and Truth and Memory: British Art of the First World War, the largest exhibition of British First World War
art for almost 100 years at IWM London; From Street to Trench: A World War that Shaped a Region
exhibition at IWM North; new on line products, including our award-winning digital learning resources, our
podcast series Voices of the First World War and our innovative digital platform Lives of the First World
War. We are also planning for the Year of the First World Film, in 2016, and of ways to mark the impact of
the war and the legacy of its’ centenary in 2018.
1º CONGRESSO INTERNACIONAL - MUSEOLOGIA MILITAR
Amadora 24, 25 e 26 set. 2014
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COMUNICAÇÕES - I Congresso Internacional de Museologia Militar