Intervenção de Sua Excelência o General CEMGFA Iniciativa de Defesa "5+5" Seminário Internacional "Interoperabilidade e Ensino Superior Militar" Instituto de Estudos Superiores Militares 30 de Junho de 2010 Senhor Chefe de Estado-Maior de Defesa do Reino de Espanha General D. Júlio Rodriguez Fernández Meu General e Meu Amigo As minhas primeiras palavras nesta Cerimónia de Encerramento do Seminário "Interoperabilidade e Ensino Superior Militar" são para agradecer a presença de Vossa Excelência, que representa, na sua máxima expressão, a excelência do entendimento e da cooperação entre as Forças Armadas dos nossos dois países - Espanha e Portugal - e do nosso comum empenhamento no aprofundamento e no sucesso da Iniciativa de Defesa "5+5". Bem-haja pois, meu General, por nos dar o enorme privilégio e o benefício da sua presença e da sua palavra. Ao Instituto de Estudos Superiores Militares de Portugal foi atribuída a incumbência de conjuntamente com a Escuela Superior de las Fuerzas Armadas de Espanha organizar este Seminário Internacional e simultaneamente de acolher, em nome das Forças Armadas Portuguesas e de Portugal, os nossos convidados. A missão foi cumprida com a proficiência que sabemos ser apanágio de ambas as Instituições. Saúdo ambos os Directores, convicto que estou que, para além da dimensão académica, receberam todos os nossos convidados com amizade, hospitalidade e abertura. Senhores Generais e Senhores Almirantes Senhores Oficiais dos países da "Iniciativa de Defesa 5+5" Meus Senhores Caros Camaradas O Seminário, que, no quadro da Iniciativa de Defesa "5+5", juntou 20 oficiais de oito dos nossos países, Argélia, Espanha, França, Itália, Marrocos, Mauritânia, Portugal e Tunísia, pretendeu reflectir conjuntamente sobre duas problemáticas que interessam e unem as duas margens do Mediterrâneo: por um lado sobre a necessidade de se aprofundar a interoperabilidade no seio das nossas Forças Armadas e por outro sobre a urgência de se pensar em conjunto sobre os contributos que para esse objectivo o Ensino Superior Militar pode dar às Forças Armadas dos nossos países. O tema da interoperabilidade constitui-se como área de especial interesse para a melhoria das capacidades militares e como central nos processos de transformação das Forças Armadas. Através da interligação de elementos doutrinários e das componente operacional e logística, pretendeu-se perspectivar as possibilidades de reunir diferentes linhas de análise visando incrementar a desejada interoperabilidade de processos. O objectivo, o propósito fundamental, é possibilitar que as nossas Forças Armadas actuem melhor, em particular quando o fazem de forma conjunta e combinada, como é a norma das modernas realidades militares. À luz dos recentes conceitos, foi possível debater diferentes abordagens de carácter operacional do que estou certo que resultou uma mais-valia para se avançar no sentido da interoperabilidade, assente numa fórmula de cooperação militar reforçada. No Seminário de 2009, em Madrid, organizado tendo como tema "Estruturas Militares Conjuntas", concluímos: Que devemos melhorar a organização de actividades conjuntas entre as nossas Forças Armadas; i. Que devemos elaborar programas e visitas e apostar no intercâmbio de militares e civis na vertente da Defesa, definindo prioridades para o acesso de estudantes a acções de formação nos países da Iniciativa "5+5"; ii. Que em diferentes áreas da actividade militar é urgente desenvolver um manual de procedimentos operacionais comuns para uso pelos nossos países. Após este Seminário de 2010, estamos mais próximos de concretizar medidas efectivas deste tipo no âmbito da interoperabilidade entre as nossas Forças Armadas, o que necessariamente facilitará e tornará mais eficaz a nossa actividade operacional no futuro imediato, sobretudo nos quadros de intervenção comum definidos pela cooperação promovida no seio da Iniciativa. Num outro plano é inequívoco o valor que todos devemos dar ao Ensino Superior Militar na construção de Forças Armadas mais capazes e proficientes em que a procura do saber, do conhecimento militar e da liderança competente sejam preocupações dominantes e absolutamente essenciais. Forças Armadas assentes em militares mais qualificados, Forças Armadas mais treinadas e instruídas são melhores Forças Armadas. Consequentemente uma forte cooperação em matéria do Ensino Superior Militar é também alicerce de uma melhor cooperação militar no seio de uma Organização, sendo certo que também nos planos da mentalidade e da cultura militar e institucional, há requisitos de interoperabilidade. Quero com isto significar que aposto no desenvolvimento de modo determinado, criativo e flexível de parcerias estratégicas no âmbito do Ensino Superior Militar, reafirmando que Portugal e as suas Forças Armadas estarão sempre disponíveis para dar o melhor contributo a esse desiderato. Congratulo-me que fruto da discussão e do envolvimento activo de todos os participantes, as conclusões deste Seminário apontem no sentido geral de um reforço da interoperabilidade entre as Forças Armadas dos nossos países e na opção por uma melhor e mais activa cooperação ao nível do Ensino Superior Militar. Não encontro nisso surpresa, mas é gratificante que de modo objectivo tenhamos identificado caminhos, modalidades e processos para assim agirmos. O futuro, estará certamente assente em algumas das medidas que alinhamos nas Conclusões deste Seminário. Por isso ele foi particularmente oportuno e útil. Entre todos os valores superiores, aquele que temos que ter sempre presente é o valor da amizade entre os nossos povos e da cooperação militar entre as nossas Forças Armadas. Dele fluirá como é nosso comum desejo e propósito, mais Segurança e mais Estabilidade no Mediterrâneo Ocidental, entre os nossos 10 países. Aos participantes não portugueses desejo que ao regressarem aos vossos países levem a amizade do povo de Portugal e dos seus militares e a certeza da vontade fundamentada e determinada das Forças Armadas Portuguesas para que juntos consolidemos e reforcemos a cooperação militar no quadro da Iniciativa de Defesa "5+5" que nos une. Luis Valença Pinto, General Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas Portuguesas