UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
AS “FACES” DO SUPERVISOR NO AMBIENTE ESCOLAR
Por: Elma Soares Pinto
Orientador
Prof. Mary Sue Pereira
Niterói
2011
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
AS “FACES” DO SUPERVISOR NO AMBIENTE ESCOLAR
Apresentação
Candido
de
Mendes
monografia
como
à
requisito
Universidade
parcial
para
obtenção do grau de especialista em Administração
e Supervisão Escolar
Por: Elma Soares Pinto
3
AGRADECIMENTOS
...à minha mãe, por estar presente em
todos os momentos da minha vida, me
apoiando,
incentivando,
demonstrando
carinho,
acreditando
e
dedicação,
paciência e muito amor. E a todos que
contribuíram direta e indiretamente para
realização deste trabalho. E a Deus.
4
DEDICATÓRIA
Dedico esta monografia a minha mãe
Sonia, que é um exemplo de vida, e ao
meu gato Bartolomeu que com seu olhar
sereno me acalmou nos momentos de
dificuldade e angústia.
5
RESUMO
O presente trabalho monográfico apresentará de forma sucinta a história
da supervisão no Brasil e a importância do papel do Supervisor e da pedagogia
no ambiente escolar. Tem como proposta a identificação da ação supervisora
nas Unidades Escolares Municipais Joaquim Lavoura (São Gonçalo) e Dom
José Pereira Alves (Niterói) através de observação da atuação dos
Supervisores Educacionais do Município de São Gonçalo e de Niterói. Essa
observação será relatada de forma contextualizada com base em textos,
artigos e algumas leis.
6
METODOLOGIA
A metodologia empregada contemplou uma pesquisa histórica, coleta de
documentos, textos diversos, tais como: publicações de caráter técnico em
revistas, livros e artigos publicados em sites oficiais da Internet. Após o
levantamento bibliográfico e a seleção de informações pertinentes, foi realizada
leitura aprofundada para análise minuciosa das questões. Por fim, foi feita
textualização e montagem da monografia.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
8
CAPÍTULO I - Historiando a Supervisão Escolar no Brasil
11
CAPÍTULO II - A importância da Pedagogia e do papel do supervisor
23
CAPÍTULO III – O supervisor no ambiente escolar
33
CONCLUSÃO
42
BIBLIOGRAFIA
44
ÍNDICE
46
FOLHA DE AVALIAÇÃO
47
8
INTRODUÇÃO
Este trabalho inicia-se através de uma breve “viagem” a história da
supervisão com o objetivo de contextualizar a função do supervisor escolar em
diferentes ambientes, deparando-se com as diversidades de atividades pelas
quais respondem habitualmente o supervisor.
Através da observação dessas ações percebe-se que existe dificuldade
de compartilhamentos nas ações pedagógicas no interior das escolas, gerando
dificuldade na organização coletiva do trabalho. É fato que a história mostra
que a supervisão teve grandes avanços que contribuíram muito com o
processo de ensino e aprendizado, mas suas bases foram alicerçadas na
essência do capitalismo.
Dessa maneira, a princípio, a supervisão foi demarcada através do
estabelecimento de relações entre o homem e o trabalho. Em sua essência, o
capitalismo entende o ser humano como coisa, como forma de trabalho. Logo,
as relações, as pessoas, e as coisas são mercantilizadas a tal ponto, que são
colocadas no mesmo plano. Nesse contexto, a supervisão escolar justificou-se
como um meio de assegurar a execução do que foi planejado e assim,
conservar o status quo do modelo ideológico do sistema de ensino que
representará o interesse da classe dominante.
Atualmente, a educação brasileira tem reconhecido a relevância do
supervisor educacional como uma das pessoas que procura direcionar o
trabalho pedagógico na escola a fim de concretizar uma educação de
qualidade. Para que sejam administradas as constantes mudanças no contexto
escolar, sua presença deve instigar o diálogo e estimular as oportunidades
coletivas de estudo. Não esquecendo que este mesmo profissional é parte
integrante da totalidade social, sendo também resultado dos conflitos sociais e
das lutas de classes.
9
Diante disso, o trabalho se propõe a evidenciar as diferentes práticas
na perspectiva de uma reflexão sobre o papel do supervisor educacional, que
tem como função a priori encontrar novas técnicas que ajudem na
aprendizagem do educando mediando a relação entre aluno/professor,
professor/comunidade e equipe pedagógica/professor. A estruturação do
mesmo será disposto em três capítulos e estes serão organizados da seguinte
forma:
Primeiro capítulo: Historiando a supervisão escolar no Brasil - irá relatar
um breve histórico sobre o percurso da supervisão no Brasil com objetivo de
elucidar alguns traços evidenciados na ação supervisora nos diferentes
contextos escolares.
Segundo capítulo: A importância da Pedagogia e do papel do
supervisor – este evidenciará de forma etimológica o conceito da palavra
Pedagogia e sua importância e também a importância do papel do supervisor
como um dos representantes que procura direcionar o trabalho na escola em
que atua para que se efetive a qualidade em todo o processo educacional.
Terceiro capítulo: O supervisor no ambiente escolar – a ação do
supervisor na Escola Municipal Joaquim Lavoura – São Gonçalo. O supervisor
educacional e suas atribuições ,na Escola Municipal Dom José Pereira Alves –
Niterói.Neste capítulo, o pesquisador irá relatar sua própria vivência escolar
identificando através das suas observações e das atribuições típicas do
supervisor de dois sistemas diferentes municipais de ensino ( com base no
Regimentos de ambos os sistemas) tendo como objetivo evidenciar as suas
práticas educativas e a influência da ação supervisora no processo educativo,
sem atribuir juízos de valor a ambos.
Este trabalho realizou-se à luz de pesquisa bibliográfica, conversas
informais, observações feitas durante o trabalho realizado do pesquisador junto
aos supervisores dos sistemas de ensino anteriormente citados e baseado em
10
teóricos como Saviani (1985), Libâneo (2005), Rezende (1979), Vasconcellos
(2002), Ferreira (2009), Grinspun - org. (2006), Rangel, Mary (2001) e outros.
Assim se encerra o trabalho monográfico elucidando algumas
questões, evidenciando ações e suscitando reflexões para que este contribua
na prática diária dos atores que fazem parte do contexto escolar.
11
CAPÍTULO I
HISTORIANDO A SUPERVISÃO ESCOLAR NO BRASIL
A atuação e o perfil de um profissional da Educação bem conhecido que
ora é chamado de supervisor educacional, ora de supervisor escolar, sempre
teve grande relevância na história educacional do nosso País. À sua função,
foram atribuídas várias nuances diferente e por isso, sempre esteve envolvido
em muitas polêmicas. Ao retroceder no tempo, serão vistos o surgimento desse
profissional em diferentes países, assim como as várias mudanças pelas quais
ele passou ao longo da história.
Etimologicamente, a expressão supervisão é formada pelo prefixo super
(“sobre”) e pelo substantivo visão (“ação de ver”); sendo assim o sentido da
expressão é “olhar de cima”. Logo, o supervisor deveria controlar a ação do
outro.
Na antiguidade, a vida escolar era vigiada pelos sacerdotes e nobre. Na
Grécia Antiga, os espaços escolares funcionavam sob o acompanhamento de
especialistas que exerciam a ação supervisora. Em Roma, os espaços eram
fiscalizados
pelos
censores,
que
também,
possuíam
atribuições
de
recenseamento. Na Idade Média, a característica básica da função supervisora
não mudou. A estrutura da educação escolar era simples, composta de um
único mestre e atendia unicamente aos membros da classe dominante. Na
Idade Moderna, as tarefas pedagógicas do professor eram avaliadas por um
profissional chamado inspetor de ensino. Com a Revolução Francesa, surgiu o
inspetor técnico cuja função era vigiar a atividade do professor e promover o
progresso educacional, visando o melhor desempenho do docente.
Pode-se perceber que as ações de supervisão sempre estiveram
atreladas à idéia de controle. O controle já existia desde as primeiras formas de
aglomeração de pessoas, em oficinas e guildas, às mais diversas formas
12
primitivas de produção. Nesse controle imediato de produção todos estavam
envolvidos e preocupados com a qualidade da produção.
No Brasil, em 1549 iniciou-se a organização educativa com a chegada
dos primeiros jesuítas. O padre Manuel da Nóbrega formulou o Plano de
Ensino onde está presente a função supervisora, porém a idéia de supervisão
ainda não está clara. Porém, no Plano Geral dos Jesuítas, o Ratium Studiorum
adotado pelo Brasil, especialmente depois da morte do seu mentor – Nóbrega
(em 1570), a idéia de supervisão já se faz presente.
No Ratium Studiorum a figura do Prefeito de Estudos está ligada à idéia
de supervisão. O Prefeito Geral dos Estudos desempenhava várias funções:
assistente de reitor, controlador e orientador dos trabalhos dos professores.
Sua atuação estava subordinada ao reitor e sua meta era garantir a
aprendizagem. Apesar de exercer um papel importante dentro do sistema de
ensino dos jesuítas, sua função foi extinta em 1759, com as Reformas
Pombalinas.
Depois que os jesuítas foram expulsos, o sistema de ensino introduzido
por eles, também chegou ao fim. Houve então um retrocesso no sistema
educacional, já que foram admitidos professores leigos para as aulas régias
oriundas das reformas de Pombal.
Com a figura do Diretor Geral e dos Diretores dos Estudos, a idéia de
supervisão continuava presente, agora englobada nos aspectos administrativos
(inspeção e direção), políticos, de fiscalização, orientação do ensino e
coordenação.
Outro acontecimento relevante na história da supervisão no Brasil, foi a
formulação da primeira Lei para a Instrução Pública em 15 de outubro de 1827
– que fundou as Escolas de Primeiras Letras baseadas no “Ensino Mútuo”,
método no qual as funções de supervisão e docência foram concentrada no
professor:
13
“Durante as horas de aula para as crianças, o
papel do professor limitou-se à supervisão ativa
de círculo em círculo, de mesa em mesa, cada
círculo e cada mesa tendo à frente um monitor,
aluno mais avançado, que ficava dirigindo. Fora
destas
horas,
os
mentores
recebiam
diretamente dos professores, uma instrução
mais completa, e não era raro ver os mais
inteligentes adquirirem a instrução primária
superior” (Almeida apud Saviani, 2006 p.22).
Durante o Império, a função supervisora deveria ser desempenhada por
agentes específicos. Em 1834, o Ministro do Império Chichorro da Gama fez
um relatório que demonstrava seu descontentamento com o “Ensino Mútuo” e
declarava a necessidade de criação de um “Inspetor de Estudos”. Sua
alegação para a criação de tal cargo tinha origem na impossibilidade de uma
mesma função, acumular muitas e variadas atribuições.
Em 17 de fevereiro de 1854, as Reformas Couto Ferraz determinaram
que a missão do inspetor geral era supervisionar todos os estabelecimentos de
ensino particulares e públicos, assim como escolher o material didático e
autorizar a abertura de escolas. O inspetor era obrigado a se relacionar com
pessoas influentes e autoridades constituídas. Seu prestígio pessoal lhe
conferia a propriedade necessária para executar as atribuições que o cargo
exigia. Entre outros, seu dever era fiscalizar as normas oficiais vindas das
autoridades centrais e estabelecer um modelo de base para as rotinas
escolares. Também realizava visitas corretivas e registros permanentes que
depois eram transformados em relatórios, a serem entregues aos órgãos
centrais. Esse esquema era seguido com o intuito de fiscalizar o grau menor ou
maior de desvio da ação pedagógica segundo os padrões fixados pela Lei.
14
No começo do período republicano, com a reforma da instrução pública
paulista (1896), ficou instituído, entre outros órgãos de educação, o Inspetor de
ensino que tinha como atribuição principal, a ação burocrática. Mais uma vez,
as funções pedagógicas deixaram de ser o foco principal do processo
educacional.
Outros fatos marcantes do processo educacional foram o surgimento
dos Técnicos da Educação, na década de 20 e a criação da Associação
Brasileira de Educação (ABE), por iniciativa de Heitor Lira. Em 1924, a reforma
João Luís Alves criou o Conselho Nacional de Ensino e o Departamento
Nacional de Ensino separando, assim, a parte técnica da parte administrativa
que até então estavam juntas num mesmo órgão – o Conselho Superior de
Ensino:
“Quanto à profissão de supervisor, ela só vai
aparecer aqui no Brasil na década de vinte com
o surgimento dos “profissionais” em educação,
isto é, o aparecimento dos “técnicos” em
escolarização, constituindo-se como uma nova
categoria profissional” (SAVIANI, 2000 p.25).
Em
1925,
nota-se
uma
ascendência
marcante
das
ciências
comportamentais na supervisão. Outra característica relevante desse período
foi à propensão de injetar preceitos democráticos nas organizações
educacionais, direcionando ao papel do supervisor, à liderança democrática.
Já em 1930, foi criado o Ministério da Educação e Saúde Pública. A
supervisão adota um perfil de liderança, de esforço cooperativo visando
alcançar os objetivos, valorizando as decisões tomadas em grupo.
No Brasil, a Reforma Francisco Campos – Decreto-Lei 19890 de
18/04/1931 fez surgir pela primeira vez, uma supervisão bem diferente daquela
15
que estava sendo praticada – simples fiscalização para dotar o caráter de
supervisão.
Em 1942, com a Lei Orgânica do Ensino Secundário declarada pelo
Decreto-Lei 4244 de 09/04/1942, em seu artigo 75 do parágrafo 1º, a inspeção
seria feita também sob o caráter de orientação pedagógica e não somente sob
o ponto de vista administrativo.
O trabalho escolar era acompanhado de perto pelos DECs (Distrito de
Educação e Cultura), que por sua vez eram ligados ao órgão central. Deste
provinham a provas finais e listagens de conteúdos por série que promoveriam,
ou não, os alunos.
A democratização do ensino modificou progressivamente este quadro.
Os DECs passaram a organizar as provas, mas depois de algum tempo, esse
trabalho era realizado na própria escola. Estas e outras mudanças ajudaram a
trazer outros profissionais para a estrutura escolar no sentido de aprimorar as
concepções metodológicas.
O cenário educacional brasileiro na década de 50 viu reaparecer a
inspeção de forma “modernizada”, resultado de uma política de alianças entre
Brasil e Estados Unidos. Desta vez a supervisão escolar se apresentou de
maneira “modernizada” e sua finalidade era proporcionar à realização de uma
política desenvolvimentista, que trazia em seu cerne, a visão de educação
como meio propulsor da transformação social.
O início dessa supervisão começou no Brasil através dos cursos
oferecidos pelo Programa Americano-Brasileiro de Assistência ao Ensino
Elementar (Pabaee), no qual foram formados os primeiros supervisores
escolares, que atuariam no ensino elementar (primário) brasileiro, visando
preparar o professor leigo e modernizar o ensino. Esses supervisores foram
formados de acordo com o modelo de educação americano, que destacava os
meios (técnicas e métodos) de ensino. O PABAEE ampliou seus programas no
Brasil no período de 1957 a 1963, revestindo-se, conforme Moraes (1982, p24),
16
“do caráter inovador na área pedagógica e preocupando-se principalmente,
com os meios que possibilitariam o reformismo educacional”.
Pelo Decreto-Lei nº 34638 de 14/11/1953, foi criada a Campanha de
Aperfeiçoamento e Difusão do Ensino Secundário (Cades), com o objetivo de
fazer progredir a qualidade do ensino através do treinamento de recursos
humanos. Era oferecido aos inspetores elementos para a fundamentação de
seu trabalho nas escolas e sua formação, destacando, sempre, o caráter
pedagógico de sua área.
No início dos anos 60, a educação sofre transformações marcantes e o
Brasil passa por mudanças radicais. Com a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDB 4024 de 20/12/1961) é visível que as mudanças
relacionadas à inspeção direcionam-se para o ensino primário. O artigo 52 da
lei citada salienta a formação de inspetores para esse nível.
Com a decretação da lei 4024/61, fica determinado que os governos
municipais e estaduais tomem para si os encargos de execução e organização
dos serviços educativos, cabendo ao Governo Federal a definição das metas a
serem atingidas em toda a Nação. Além disso, por intermédio de uma
assistência financeira e técnica, haverá uma ação complementar às
deficiências regionais.
Como reflexo dessa autonomia administrativa em nível de execução, a
inspeção também é descentralizada pela LDB, dando aos estados a tarefa da
organização desse serviço referente a ensino primário e médio.
No período pós-64, a política do Governo declarou a educação como
assunto de interesse econômico e de segurança nacional. A supervisão escolar
passou a exercer a função de controlar a qualidade do ensino e a criar meios
que promovesses sua efetiva melhoria. Concomitantemente, era exigida do
supervisor a formação em nível superior. Para Saviani:
(...) a partir da regulamentação da Lei 5540/68,
a supervisão escolar passa a ter sua formação
17
em cursos de graduação, sendo processada a
partir da linha em que se davam cursos
promovidos pelo Pabaee e Pamp. Isto é,
fundamentada nos pressupostos da pedagogia
tecnicista – que se apóia na neutralidade
científica e se inspira nos princípios da
racionalidade, eficácia e produtividade do
sistema. (1988, p.15).
No que diz respeito à Reforma do Ensino Universitário (Brasil 1968), ela
acontece sob a ação dos conflitos políticos, econômicos e sociais dos anos que
a antecederam. Sobre o Balanço da Reforma Universitária, Fávero comenta
que:
(...) no início de 1968, a ampla mobilização
estudantil, caracterizada por intensos debates
dentro
das
Universidades
e
pelas
manifestações de rua, vai exigir do Governo
medidas no sentido de buscar soluções para os
problemas
educacionais
mais
agudos,
principalmente o dos excedentes. (1993,p.10)
Logo, o sistema educacional brasileiro deveria ser reorientado para que
fosse ao encontro dos interesses dos Estados Unidos, que estabeleceu
acordos, inclusive, com outros países da América Latina. A meta a ser atingida
com esses acordos, era fazer que a mentalidade da população fosse alterada,
a tal ponto, que o povo atingisse um nível de vida saudável e produtiva. A
educação brasileira, sob a ascendência do PABAEE, passa aos brasileiros a
ideia do amigo americano. A intervenção norte-americana cerca o campo
educacional disseminando a ideologia capitalista, promovendo encontros,
18
cursos, divulgando obras literárias americanas, produzindo vários tipo de
materiais didáticos, etc.
Nessa evolução somaram-se muitos acontecimentos, porém merece
destaque, a aprovação do Parecer nº 252/69. Essa reforma ao instituir a
habilitação de supervisor escolar firmou a presença da supervisão no conteúdo
educacional brasileiro. O Parecer 252/69 foi elaborado pelo Conselho Federal
de Educação em decorrência da atribuição que lhe foi conferida pela Lei
número 5540, de 28 de novembro de 1968, que regulamenta a Reforma
Universitária.
O conteúdo do Parecer 252/69 é altamente político, visto que a formação
de currículos profissionalizantes está condicionada ao “desenvolvimento
nacional”. O Parecer tem início fundamentando a necessidade de mudanças
quanto ao currículo e duração dos cursos num período em que a situação
nacional está sendo rearticulada mediante reestruturações relevantes para a
educação brasileira: a Reforma Universitária. Com a intenção exagerada de
tornar a universidade brasileira mais moderna, houve o acréscimo de uma
racionalidade técnica e operatória a gestão universitária. Logo, a produção
crítica e cultural da universidade deixou de ser um desejo.
Outro fato marcante que vai ao encontro às “sensíveis alterações” no
que se refere ao Parecer, é a realização do fórum, no Rio de Janeiro em
outubro de 1968 que apontou “a educação que nos convém”. Seus palestrantes
representavam a categoria da classe dominante:
A
composição
dos
quadros
dos
conferencistas
e
debatedores, mostra que do fórum participaram, como
membros ativos, representantes da seguintes categorias
sociais: altos funcionários do Estado (inclusive exministros); altos funcionários de empresas paraestatais;
militares de alta patente; “capitães de indústrias” e
banqueiros; dirigentes de universidades privadas e líderes
19
católicos, religiosos e “leigos” (Cunha, apud Garcia, 1976,
p. 71).
Na conjuntura sócio-político-econômica do país capitalista monopolista
com o regime autoritário, os cursos de Pedagogia são qualificados como
assistemáticos e inconsistentes. Com isso o autoritarismo do poder vigente
quer se respaldar e consolidar-se, negando a validade dos cursos anteriores à
Reforma Universitária. Sendo assim, começa a ser traçada a cadeia lógica,
ideológica e política que sustentam o capitalismo brasileiro, segundo a
estratégia
estipulada
pela
elite
tecnoburocrática
militar
dirigente.
Concomitantemente, se faz necessário a formação de técnicos para a
execução e planejamento e, assim, consolidar a estratificação social que o
capitalismo produz.
Percebe-se que a relação planejamento e supervisão com a coerência
do modelo real: dicotomia entre decisão e ação, necessidade de uma elite para
planejar e controlar. A supervisão exercia uma função meramente executora e
controladora dentro do sistema educacional. Esse tipo de educação,
desvaloriza os meios tradicionais utilizados no ambiente escolar como
a
exposição dialógica que aproxima alunos e professores e conseqüentemente,
possibilita a produção de conhecimento coletivo. Dessa forma, o tecnicismo
tenta justificar os paradigmas técnicos, de acordo com os valores dos países
hegemônicos pela integração econômica e política do mundo capitalista
associado. A tecnologia camufla os reais problemas, enquanto diz que os
déficits de aprendizagem são exclusivamente um problema de recursos,
técnicas e métodos. Além disso, o trato humano é deixado para segundo plano
em razão da utilização de recursos e técnicas “frias” que são impostas aos
alunos, professores e às escolas. Dessa maneira, o processo educacional não
é dialético, histórico, nem tão pouco crítico; mas funcional. E o supervisor ajuda
nessa funcionalidade.
Por meio das “habilitações” se deu a formação dos profissionais técnicoadministrativos da educação, entre elas a Supervisão Escolar – formado no
interior do curso de Pedagogia “fragmentado” em habilitações. O supervisor
20
educacional encarrega-se de uma responsabilidade que é “esvaziada” pela
falta de formação política e por sua formação técnica. Fica claro, assim, que no
ambiente escolar ficou instaurado o princípio da administração de empresas,
de onde veio a figura do supervisor escolar (e não educacional) como
controlador da gestão educacional.
Por meio desse parecer, pretendeu-se especializar o educador numa
função particular, sem ter o cuidado de fixá-lo no esquema mais amplo do
processo educacional. Com este parecer tenta-se profissionalizar a função do
supervisor educacional. Entretanto persistia, ainda, uma indefinição em relação
às funções de inspeção.
Nos anos 70, a supervisão ganhou força institucional com a Lei de
Diretrizes e Bases do Ensino de 1º e 2º graus, lei 5692/71. A denominação da
Supervisão Educacional reúne tarefas de inspeção administrativa e de
assistência técnico-pedagógica visando alcançar não só a escola, como
também todo o sistema.
Com a função do novo estado do Rio de Janeiro e da Guanabara, o
novo estado do Rio de Janeiro passou a estruturar os órgãos do novo governo
e, dentre eles, o responsável pela educação e cultura: a Secretaria de Estado
de Educação e Cultura, 1975. No relatório do Grupo de Trabalho de
Planejamento do Sistema Educacional do novo estado do Rio de Janeiro,
abrangia na sua introdução, os princípios que norteiam a filosofia e a política de
educação do grupo.
No novo estado, a educação foi caracterizada como um processo
contínuo e global, ou seja, o homem para se formar integralmente, deveria
estar inserido em um processo educativo, também global. Nesse processo
educativo, a comunidade se tornaria agente e sujeito do mesmo, vindo, então,
a instaurar-se uma comunidade educativa.
No documento oficial da Secretaria de Educação e Cultura do Estado do
Rio de Janeiro, a escola deveria ir além de seus rumos e fazer o intercâmbio
entre todos os homens e o homem todo. Nessa nova proposta, o Supervisor
21
Educacional foi o único técnico da Secretaria de Educação a ter as informações
aos níveis regionais (núcleo) e local (escola), levando as diretrizes da
Secretaria Estadual de Educação e também, trazendo os problemas oriundos
dos núcleos e nas escolas para que fossem resolvidos. Assim, o Sistema de
Supervisão Educacional foi construído em três níveis: central, regional e local
(Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Educação 1981), cumprindo ao
processo de regionalização do governo no pós-fusão.
Já no cenário nacional, a supervisão escolar garantiria a eficiência da
tarefa educativa, devido ao controle da produtividade do trabalho docente.
Nessa visão, a supervisão tinha um aspecto técnico, independente de qualquer
escolha política e ideológica, ou seja, um serviço “neutro”. Esta suposta
neutralidade técnica disfarçou uma determinada estrutura de poder, que
pretendia por no lugar da participação social, a decisão de poucos.
A capacidade de direção cultural e ideológica de uma determinada
classe, que articula interesses particulares de tal modo, que venha a se
configurar como interesse geral. Dessa maneira, a supervisão escolar voltou-se
para os aspectos tecnoburocráticos do ensino, onde o controle era a principal
ferramenta para assegurar a sociedade capitalista brasileira.
A formação do supervisor se dava então de forma funcionalista, que vê a
escola de modo passivo e que qualquer alteração é tida como uma
instabilidade. Portanto, a característica dinâmica e evolutiva da escola, foi
negada.
A visão funcionalista valorizava a definição de papéis a serem exercidos
pelos componentes que formavam a instituição. Ficava latente a relação de
forças e o imperativo categórico na relação das práticas, na qual, determinada
estrutura deve ser absoluta. Algumas influências contagiaram o discurso
pedagógico. Falava-se em visão sistêmica, em modelo empresarial, em setores
especializados contribuindo para atingir objetivos operacionalizados. Palavras
como imput e output, condições tecnicistas sobre mecanismos de entrada, de
22
processo e de saída. O aluno visto como a matéria-prima que na fábrica se
transforma no produto final previsto
Nos anos 80, intensificaram-se posições favoráveis à eliminação do
funcionalismo nas escolas. O papel desempenhado pelo supervisor não era
visto como necessário. Entretanto, o cotidiano mostrou o quanto a atuação do
supervisor na organização e no encaminhamento do trabalho pedagógico eram
vitais. No final da década de 80, enquanto o contexto político, econômico e
social do Brasil mudava, cresceram as oportunidades de acesso à escola e a
necessidade de atuação do supervisor educacional. Com o desenvolvimento
econômico e social do país e a conseqüente ampliação do acesso ao sistema
escolar, cresceram as exigências de qualificação docente para atender às
crianças e jovens, que vindos de classes populares, entravam na escola.
Chegando nos anos 90, declara-se que a supervisão pode utilizar-se da
técnica, sem a denominação pejorativa de “tecnicismo”. A função da supervisão
deve ser contextualizada com os fundamentos e processos pedagógicos para
auxiliar a prática dos professores. Essa supervisão deve ser baseada na
participação, na cooperação, na integração e na flexibilidade.
23
CAPÍTULO II
A IMPORTÂNCIA DA PEDAGOGIA E
O PAPEL DO SUPERVISOR
Nesse capítulo será abordada a relevância e a abrangência que a
Pedagogia exerce no contexto educacional enquanto campo de conhecimento.
A seguir, será realizada uma referência às atribuições que o Supervisor deve
desempenhar no sistema educacional em prol de uma escola de qualidade.
2.1 – A importância da Pedagogia
A palavra Pedagogia tem origem na Grécia antiga, paidós (criança) e
agopé (condução). O termo pedagogo surgiu na Grécia clássica, cujo
significado etimológico é aquele que conduz, guia, preceptor, mestre; era o
escravo que guiava os meninos até o paedagogium. No plano das idéias, o
grego Platão (427 – 347 a.C.) foi realmente o primeiro pedagogo, por ter criado
um sistema educacional para o seu tempo e, principalmente, por tê-lo
incorporado a uma dimensão política e ética. Entretanto, o termo pedagogia,
determinante de um fazer escravo na Hálade, somente propagou-se na
acepção de elaboração consciente do sistema educativo a partir do século XIII,
na Europa Ocidental.
Atualmente, denomina-se pedagogo o profissional cuja formação é a
Pedagogia, que no Brasil é uma graduação e que, por parte do MEC (Ministério
da Educação e Cultura) é um assunto que cuida dos assuntos relacionados à
Educação por excelência. Trata-se de uma licenciatura, cuja grade horáriocurricular por muito tempo estipulada pelo MEC conferia ao pedagogo, de uma
24
só vez, habilitação em Educação Infantil, primeira fase do Ensino Fundamental,
Educação de Jovens e Adultos, Coordenação Educacional, Gestão Escolar,
Orientação Pedagógica, Pedagogia Social e Supervisão Educacional. O
pedagogo também podia, na falta de professores, lecionar as disciplinas que
fazem parte do Ensino Fundamental e Médio, além da área técnica e científica
da Educação, como, por exemplo, prestar assessoria educacional.
O curso de Pedagogia, atualmente, tem carga horária mínima de 3 200
horas de efetivo trabalho acadêmico, conforme artigo 7º da Resolução CNE/ Nº
1, de 15 de maio de 2006, que institui as Diretrizes Nacionais para o Curso de
Pedagogia. A reforma curricular desse curso baseia-se nessa Resolução do
Conselho Nacional de Educação. A ideia principal do curso é a compreensão
do pedagogo como profissional da educação, capaz de atuar na docência,
gestão de processos educacionais, construção e difusão de conhecimento.
Nesse sentido, o currículo articula estudos teóricos e atividades práticas
envolvendo o cotidiano das escolas, os processos de investigação educacional,
a divulgação e construção do conhecimento.
No decurso da história ocidental, a Pedagogia consolidou-se como
correspondência da educação. No entanto, a prática educativa é um
acontecimento social, cujo principio está ligado a própria humanidade:
“Dessa
forma,
a
pedagogia
significa
também
condução à cultura, processo de formação cultural. E
o pedagogo é aquele que possibilita o acesso à
cultura, organizando no processo de formação
cultural,
aquele
que
domina
as
formas,
os
procedimentos, os métodos através dos quais se
chega ao domínio do patrimônio cultural acumulado
pela humanidade. O pedagogo é, portanto um
formador de homens.” (SAVIANI, 1985, p. 42)
O surgimento de um saber específico que modernamente foi associado
ao termo pedagogia deu-se devido a compreensão do fenômeno educativo e
25
sua intervenção intencional. Logo, o saber pedagógico foi elevado ao nível
científico devido a indissociabilidade entre a prática educativa e a sua
teorização.
A discussão envolvendo o reconhecimento da relevância da Pedagogia
em vários espaços escolares e não escolares expandiu-se, principalmente a
partir dos anos 1990. Tal discussão foi intensificada a partir das transformações
econômicas,
políticas
e
sociais,
decorrentes
no
mundo,
estimulada,
principalmente pelas novas exigências postas pelo que é chamado Revolução
da Tecnologia da Informação (Csstells, 1999). Esse panorama mostra que os
avanços na informática, na comunicação e as outras mudanças científicas e
tecnológicas influenciam as relações profissionais e os novos sistemas de
organização do trabalho, que exigem cada vez mais, que os processos de
Educação aconteçam para além do ambiente escolar. Consequentemente,
ocorre uma nova demarcação dos espaços de ação do pedagogo e dos seus
saberes.
Devido às renovações curriculares encetadas nos últimos anos, o campo
da Pedagogia hoje, ultrapassa a docência. Mostrando-se então, como uma
ciência com prática multireferencial e complexa. A ampliação do conceito de
educação é um dos acontecimentos mais relevantes dos processos sociais
contemporâneos. Mas é visível que as transformações contemporâneas
ajudaram para fortalecer o entendimento da educação como fenômeno
plurifacetado, que acontece em muitos lugares, institucionalizado ou não, sob
várias modalidades.
Como resultado da complexificação da sociedade e da variação das
atividades educativas, o conceito de educação cresce cada vez mais, e isso
não poderia deixar de atingir a Pedagogia, tomada como pratica e teoria da
educação. Em diferentes ambientes da sociedade, desponta a necessidade de
internalização e propagação de saberes dos modos de ação e das práticas
pedagógicas.
26
Nas empresas há atividades de supervisão do trabalho, formação
profissional de serviços, orientação de estagiário, seleções e recrutamento,
treinamento de funcionários que relacionam-se as ações pedagógicas. Para
enfrentamento da intelectualização do processo produtivo, as empresas
adotam como indispensável, a formação geral e continuada. Nos dias de hoje
com a velocidade de fortes inovações e transformações no processo produtivo
e no perfil profissional, os sistemas de ensino acabam sendo afetados. É o fato
que com a “intelectualização” do processo produtivo, o trabalhador não pode
ser mais improvisado. É necessário um comportamento profissional mais
flexível, novas habilidades, mais capacidade de abstração. Para tanto, repõese a necessidade de formação geral, envolvendo reavaliação dos processos de
aprendizagem, familiarização com a informática e com os meios de
comunicação; assim, capacidade de agir e pensar com horizontes mais
amplos.
A ação pedagógica se faz múltipla na sociedade, repassando e
extrapolando o ambiente escolar formal. Dessa forma, a amplitude do
pedagógico envolve lugares da educação informal e formal.
A teoria pedagógica integra um todo articulado os diferentes processos
analíticos que correspondem aos objetos específicos (e parciais) de estudo de
cada uma das ciências da educação. É exatamente por isso, que a Pedagogia
é o curso mais qualificado e mais completo a exercer o cargo e a função no
setor de pessoas. Entretanto é preciso movimentar a sociedade com esse
conhecimento a fim de esclarecer que a Pedagogia não se restringe somente à
escola.
A pedagogia tem um campo de conhecimento qu se ocupa do estudo
sistemático da educação, um conjunto de ações, processos, estruturas,
influencias, que intervém do desenvolvimento humano dos indivíduos e grupo,
num determinado contexto de relações entre grupos e classes sociais. O
campo educativo é bem amplo, porque a educação acontece no trabalho, na
fábrica, na política, na família, na rua, nos meios de comunicação.
27
A educação é uma relação de influências entre as pessoas, há sempre
uma interferência voltada para fins desejáveis do processo de formação,
conforme opções do educador, quanto a concepção de homem e sociedade.
Dessa maneira, há sempre um desejo de educar, implicando compromissos
éticos, valores, escolhas.
Quanto a formação pedagógica, Libâneo (2002, p. 38 – 39) afirma que:
“O curso de Pedagogia deve formar o pedagogo
stricto senso, isto é, um profissional qualificado para
atuar em vários campos educativos para atender
demandas sócio-educativas de tipo formal e não
formal e informal, decorrentes de novas realidades –
novas tecnologias, novos atores sociais, ampliação
das formas de lazer, mudanças nos ritmos da vida,
presença dos meios de comunicação e informação,
mudanças
profissionais,
desenvolvimento
sustentado, preservação ambiental – não apenas da
gestão, supervisão e coordenação pedagógica das
escolas,
como
administração
também
dos
na
sistemas
de
pesquisa,
na
ensino,
no
planejamento educacional, na definição de políticas
educacionais,
nos
movimentos
sociais,
nas
empresas, nas várias instâncias de educação de
adultos,
nos
serviços
de
psicopedagogia
e
orientação educacional, nos programas sociais, nos
serviços para terceira idade, nos serviços de lazer e
animação cultural, na televisão, no rádio, na
produção
de
vídeos,
filmes,
editoras,
na
requalificação
brinquedos,
profissional,
nas
etc.”
LIBÂNEO (2002, p. 38 – 39)
A pedagogia é uma área de conhecimento que examina a realidade
educativa, no geral e no particular. Por intermédio dos conhecimentos
28
científicos, filosóficos e técnico profissionais, ela procura a explicitação de
objetos e formas de mediação metodológica e organizativa em instancias da
atividade educativa implicadas no processo de transmissão/apropriação ativa
dos modos de ação e saberes.
O fenômeno educativo demanda, efetivamente, uma abordagem
pluridisciplinar. A Pedagogia se responsabiliza pela reflexão problematizadora
e unificadora dos problemas educativos, para além das parcialidades das
demais ciências da educação. Portanto o fenômeno educativo se dá através da
multiplicidade dos enfoques e análises, tornando a Pedagogia necessária. Em
razão disso, ela instituiu-se como campo próprio de investigação para
possibilitar um tratamento globalizante e intencionalmente dirigido dos
problemas educativos.
O trabalho pedagógico não está restrito ao trabalho escolar e docente.
Justamente por haver uma ligação necessária entre a ação educativa
intencional e a dinâmica entre os grupos sociais e classes, é que a Pedagogia
examina os fatores que ajudam na formação humana em cada contexto
histórico-social, pelo que vai constituindo e recriando seu objeto próprio de
estudo e seu conteúdo – a educação.
Para Libâneo (2006, p. 220) a Pedagogia não é sinônimo de docência. A
base de um curso de Pedagogia é o estudo do fenômeno educativo em sua
complexidade, em sua plenitude. Ele afirma que “todo trabalho docente é um
trabalho pedagógico, mas nem todo trabalho pedagógico é um trabalho
docente”. Segundo o autor, a abrangência da pedagogia é maior que a
docência.
De acordo com Franco (2003, p. 50) a base de formação dos
profissionais da educação deverá ser os fundamentos pedagógicos, isto porque
a Pedagogia é a ciência que deverá organizar a concretização dos meios e
processos educativos de uma sociedade.
Neste contexto, reconhece-se que os processos educativos ocorrentes
na sociedade são complexos e multifacetados, não podendo ser identificado à
29
luz de apenas uma perspectiva e, muito menos, reduzida ao ambiente escolar.
Ao mesmo tempo, é em razão da multiplicidade das dimensões do educativo
que se torna necessário o enfoque propriamente educativo da realidade
educacional, mediante uma reflexão problematizadora que interage com os
enfoques parciais providos pelas demais ciências sociais. Todos os
educadores seriamente interessados nas ciências da educação, entre elas a
Pedagogia, precisam concentrar esforços em propostas de intervenção
pedagógica nas várias esferas do educativo para enfrentamento dos desafios
colocados pelas novas realidades do mundo contemporâneo.
Neste contexto, verifica-se que a identidade do Curso de Pedagogia e,
conseqüentemente, a identidade do pedagogo, tem sido tema de análise e
conquista, ainda que em bases teóricas, demonstrando a existência de uma
identidade reconhecida no interior do próprio movimento. Não há como negar a
fragilidade que reveste o Curso de Pedagogia e também, a aplicação da
Pedagogia enquanto campo de conhecimento. No entanto, se percebe que
este campo vem se afirmando no que se refere ao reconhecimento de sua
especificidade e que avanços significativos vêm sendo empreendidos quanto a
definição de seu estatuto teórico.
Finalmente, é importante destacar que o conceito ampliado de
Pedagogia apresenta-se como meio de dispor não somente intervenção e
interpretação dos processos educativos que acontecem na escola, embora
concebido a partir da educação escolar, mas também daqueles que ocorrem
em espaços não escolares.
2.2 – A importância do papel do Supervisor.
A função supervisora pode ser encontrada na figura do pedagogo tal
como se configurou na Grécia, através do qual o escravo conduzia as crianças
até o local onde os preceptores lhes ministravam ensinamentos. Vale ressaltar
30
que os escravos capturados nos frontes de batalhas de seus senhores, ser
pedagogo assumia o papel do próprio preceptor. Sua função desde o início era
acompanhar periodicamente as crianças, tomando conta delas, isto é, vigiando,
controlando, supervisionando todas as suas ações.
A evolução histórica, da supervisão educacioanal se dá em diferentes
momentos. No primeiro momento de sua história, a supervisão escolar era
voltada unicamente para o antigo Ensino Primário. Possuía a competência de
inspeção, sendo encarregada de fiscalizar o prédio escolar e a frequência de
alunos e professores. No segundo momento, trazendo referências da primeira
fase da Revolução Industrial, a ação se caracterizou pela analogia feita entre
as escolas – empresas – comércio. No terceiro momento, a ação supervisora
se deu através de treinamento e orientação, pois sofreu a influencia das teorias
administrativas e organizacionais. Logo depois o supervisor solidifica o vínculo
com o poder administrativo das escolas, devendo também “controlar” as
atividades docentes de seus colegas.
No final da década de 70 e início dos anos 80, a sociedade brasileira
começa a ser questionada e a escola sofre influência dos trabalhos de autores
nacionais e estrangeiros. Esse movimento levanta indagações a respeito da
escola e de sua função na sociedade. Já no final da década de 1980 e início
dos anos 90, a escola é enfatizada como local de trabalho, em que o sucesso
do aluno não depende somente do conhecimento, de conteúdos, métodos e
técnicas.
Pensando sobre o trabalho do supervisor, do lado negativo, ou seja,
aquilo que ele não é ou deveria ser, Vasconcellos (2002, p. 86 - 87) relata que:
“não é fiscal do professor; não é quem entrega os
professores para a direção, não é pombo correio,
não é coringa / tarefeiro / quebra galho; ... não é
generalista (que entende quase nada de quase
tudo)”. (VASCONCELLOS, 2002, p.86 – 87)
31
É possível, necessário e vital, pensar que o supervisor não deve se
propor a desempenhar as tarefas citadas. Mesmo assim, o seu trabalho deve
estar envolvido por todos os acontecimentos da escola, pois a razão do seu
fazer é dado pelos fatos que ocorrem na escola e, principalmente, pela ação do
professor e aluno.
No que se refere o seu papel no sentido positivo, partindo da reflexão
individual do supervisor, a ação pedagógica se torna um processo em conjunto
buscando a transformação da ação docente. As tarefas rotineiras não serão
deixadas de lado, mas consiste em dar uma nova dimensão, reorientação ao
trabalho dos agentes. O supervisor passa “de controlador e direcionador para
estimulador e sustentador do trabalho docente” (Ferreira, 2002, p. 78).
O grande desafio da modernidade é fazer crescer o potencial e a
qualificação das pessoas para se alcançar maior compromisso na obtenção
dos resultados almejados, criando situações mais favoráveis à inovação e ao
aprimoramento pessoal e institucional. Não podendo fugir a essa regra,
atualmente a escola exige dos profissionais da educação, como é colocado o
supervisor, um saber fazer político e técnico que o habilita a participar da
construção da autonomia escolar. Construída a partir da autonomia garantida
pela lei, faz com que na discussão do trabalho pedagógico, abram-se amplas
perspectivas que estimulam e asseguram a participação de todos: alunos, pais,
diretores, professores, funcionários da escola e representantes da comunidade,
onde o Supervisor deve ser capaz de liderar não sendo líder e coordenador,
sem dar ordens. Trata-se de coordenar o processo de organização das
pessoas no interior da escola, buscando a convergência de interesses dos
seus vários segmentos, como diz Kuenzer (1999, p. 169 -170):
“A mudança da base eletromecânica para a base
microeletrônica, ou seja, dos procedimentos rígidos
para os flexíveis, atingindo todos os setores da vida
social e produtiva nas últimas décadas, passa a
exigir o desenvolvimento de habilidades cognitivas e
comportamentais,
tais
como
análise,
síntese,
32
estabelecimento de relações, rapidez de respostas e
criatividade em face de situações desconhecidas,
comunicação clara e precisa, interpretação e uso de
diferentes formas de linguagem, capacidade para
trabalhar em grupo, gerenciar processos, eleger
prioridades,
criticar
procedimentos,
resistir
respostas,
a
pressões,
avaliar
enfrentar
mudanças permanentes, aliar raciocínio lógicoformal à intuição criadora, estudar continuamente”.
(KUENZER 1999, p. 169 -170)
O trabalho dos profissionais da educação, em especial do supervisor
educacional é traduzir o novo processo pedagógico em curso na sociedade
mundial, elucidar a quem serve, explicitar suas contradições e, com base nas
condições concretas, promover necessárias articulações para construir
alternativas que ponham a educação a serviço do desenvolvimento de relações
verdadeiramente democráticas. Um outro aspecto a ser ressaltado é que na
escola convivem pessoas com diferentes tipos de pensamento, necessidades e
histórias de vida, o que torna comum a divergência de opiniões. O supervisor
escolar dever ter por objetivo tornar o ambiente de trabalho harmonioso, onde
se tenha um bom relacionamento, com respeito acima de tudo, para que os
processos de ensino e aprendizagem aconteçam com sucesso.
Diante das perspectivas de inovação, o supervisor escolar representa
uma figura de inovação. Aquele profissional que assume o papel fundamental
de decodificar as necessidades, tanto da administração escolar, a fim de fazer
com que sejam cumpridas as normas e como facilitador da atividade docente,
garantindo o sucesso do aprendizado.
33
CAPÍTULO III
O SUPERVISOR NO AMBIENTE ESCOLAR
Os Jesuítas deram inicio à organização das atividades educativas no
Brasil, e ainda hoje há indícios dessa organização no sistema educacional do
nosso país. A escola atualmente em suas práticas educativas ainda
reproduzem uma educação que muitas vezes não atendem a real necessidade
da comunidade escolar.
A ação educativa na sua essência é o meio de agir sobre si próprio e
sobre o mundo; sua função de formar pessoas em sujeitos participativos e
reflexivos é atribuição da escola.
Escola essa, que deve apresentar uma
multiplicidade de ideias, ações e diferenças, que antes de tudo devem ser
respeitada como ponto de partida para construção de conhecimento
significativo. E para que isso aconteça se faz necessário, uma investigação da
prática docente e de como a escola se posiciona diante desta realidade.
Diante desta reflexão, pode-se afirmar que o supervisor tem um papel
importantíssimo neste processo de aprendizagens. É ele que vai fazer todas as
ações, que permeiam no interior da escola, estejam em prol do mesmo
objetivo, garantia de qualidade naquilo que está se ensinando e garantia de
sucesso daqueles que dela necessitam para um desenvolvimento humano e
menos desigual. Conforme Lima (2008, p.3):
“O desafio que a escola enfrenta atualmente
exige da educação, como é colocado o
supervisor, uma competência técnica e política
que o habita a participar da construção da
autonomia escolar construída a partir da
autonomia garantida pela lei, isso faz com que
na discussão do trabalho pedagógico abram-se
34
amplas
perspectivas
que
estimulem
e
asseguram a participação de todos”. (LIMA
2008, p.3)
Objetivo dessa reflexão é enfocar a necessidade da atuação do
supervisor e de como este promove a integração e a articulação de todo o
currículo, afim de que o processo educativo se desenvolva de forma
sistemática integrada e articulada do trabalho no conjunto. Para entender
melhor essa dinâmica, nas próximas linhas, será desvelada através da
observação do pesquisador, a ação dos supervisores em duas unidades
escolares em dois municípios distintos (Niterói e São Gonçalo ).
3.1. A ação supervisora na Escola Municipal Joaquim Lavoura
no Município de São Gonçalo.
São Gonçalo, hoje, tem a educação administrada pelo Conselho
Municipal de Educação/ Secretaria Municipal de Educação, coordenando 110
escolas (creches, unidades de educação Infantil e 1ºsegmento).
A Escola Municipal Joaquim Lavoura situada no Bairro Neves é
considerada uma escola de porte médio, atendendo em média 650 alunos
(Creche em horário integral a partir de 3 anos e séries iniciais ). Sua estrutura é
divida em três pavimentos, atendendo a creche em espaço adaptado no
primeiro pavimento. Como toda escola enfrenta desafios para manter uma
educação de qualidade. A falta de funcionários é um dos grandes desafios a
ser superados pelo dirigente. Referente ao corpo docente, 99% possui
graduação na área de educação, entendendo assim, que a formação não é
fator
relevante
para
não
obtenção
de
resultados
significativos
de
aprendizagens, pois no último ano o IDEB desta escola não atingiu o resultado
esperado pelo sistema de ensino.
35
Mais o que tem haver essas informações com a ação supervisora desta
unidade? Sabe-se que o papel do Supervisor é de sua importância no processo
educativo, como foi descrito nos capítulos anteriores, em função disso a
observação feita referente à ação do Supervisor que atua nesta unidade,
fomentará uma reflexão da atual ação, como forma de contribuição não só para
os alunos como para os professores. Como RANGEL (2002, p. 58) descreve
em seu texto - O estudo como prática de Supervisão – A função, a missão de
estudo requer, então, do supervisor a “visão sobre” - a visão geral - de
fundamentos, princípios e conceitos do processo didático.
Na análise do regimento do Município de São Gonçalo, as atribuições do
supervisor de São Gonçalo são abrangentes, entretanto o supervisor da escola
aqui em questão, Escola Municipal Joaquim Lavoura, ainda está atrelada a
uma ação mais burocrática e fiscalizadora. No Regimento pode-se ler no :
Art.
121
As
atividades
de
supervisão
Educacional são exercidas por profissionais
devidamente habilitados, sendo lotados na
secretaria Municipal de Educação.
Art. 122
[...] Parágrafo Único. Ação do supervisor
Educacional dar-se-á prioritariamente, de modo
preventivo e sob forma de orientação, visando
a promover o desenvolvimento da autonomia,
da integração, envolvendo-se no processo
educativo de forma global como elemento
integrante e integrador do grupo de trabalho,
buscando superar conflitos substanciais e
desvios
que
possam
comprometer
a
regularidade dos estudos dos alunos e a
eficácia do processo educacional.
36
Art.123
São
atribuições
do
Supervisor
Educacional:
I
-
Acompanhar
e
orientar
o
Processo
Pedagógico das Unidades de Ensino;
II - Atuar como elemento de ligação entre a
equipe central da secretaria Municipal de
Educação e a Unidade Escolar em assuntos
de sua competência;
III – Divulgar normas e orientar a Unidade
Escolar no que se refere ao cumprimento do
Regimento
Escolar
e
demais
legislações
vigentes;
IV – Verificar o integral cumprimento do
Calendário Escolar do ano letivo;
V – Verificar a organização e permanente
atualização
da
escrituração
escolar
e
a
funcionalidade dos arquivos;
VI – Examinar periodicamente os diários de
classe, por amostragem, para verificar:
a)
se
os
alunos
relacionados
estão
devidamente matriculados;
b) se os dias letivos e carga horária estão
condizentes como o plano curricular e com o
Calendário Escolar;
37
c) se a frequência está sendo registrada e se
os conteúdos anotados correspondem aos dias
letivos registrados no período.
alunos, através de exame dos documentos
constantes das pastas individuais, analisando
casos
de
matrículas,
classificação
e
reclassificação de alunos, juntamente com a
equipe técnico-pedagógica e administrativa;
VII - Examinar, com vista à expedição, os
certificados e os registros da vida escolar de
alunos concluintes do Ensino Fundamental;
IX – Integrar a comissão de recolhimento de
arquivos ou de apuração de irregularidades no
estabelecimento, quando for o caso;
X_ Participar de iniciativas que visem ao
crescimento profissional tais como seminário,
cursos, plenária do Conselho Municipal de
Educação;
XI – Participar das reuniões da secretaria
Municipal de Educação.
Ao analisar o documento, as atribuições por ele definido, permitem
vislumbrar uma ação supervisora que atende as demandas da escola atual,
cujas atribuições são de compromisso e total interação com a unidade escolar.
Mas é fato o que está no papel nem sempre é executado com exatidão na
prática.
A supervisão do Município de São Gonçalo na prática apresenta ações
voltadas para base tecnicista, atuando somente na secretaria da escola
38
verificando: pastas de alunos; diário; situação da unidade de ensino etc.;
esquecendo das outras atribuições que também são citadas no Regimento
como, por exemplo, no artigo 123, parágrafo I que diz: Acompanhar e orientar o
Processo Pedagógico das Unidades de Ensino. Os professores desta unidade
se sentem desprotegidos e muitas vezes desanimados. Apesar de ter uma
Orientação Pedagógica que atua diretamente na escola (cargo de confiança do
diretor) as necessidades da comunidade escolar não são supridas de forma
satisfatória.
A função de Orientador Pedagógico exerce atribuições de um Supervisor
escolar, com um diferencial; esse por ser um cargo comissionado, sua atuação
não é tão autônoma, como seria de um supervisor, talvez deva a isso
tamanhas críticas a ação supervisora por parte do corpo docente.
Todavia, a ação supervisora encontra entraves ou obstáculos à sua
efetiva atuação por uma ausência de especialidade da função. O professor do
município de São Gonçalo parece não saber ao certo as funções de um
supervisor, e essa falta de conhecimento gera interpretação equivocada de seu
papel dentro da escola. Como diz Villas Boas (2003):
“Também a prática da supervisão exige, de
parte do supervisor, uma constante avaliação
crítica do seu próprio desempenho e um
esforço continuado de aperfeiçoamento como
técnico e como pessoa. Só dessa forma
conseguirá a mobilização das energias dos
professores
no
sentido
dos
objetivos
educacionais perseguidos”. (VILLAS BOAS,
2003)
Sendo assim cabe a este profissional, rever sua prática e atender as
demandas da escola que precisa mais do que nunca, apoio no sentido coletivo.
Com isso, os alunos ganham qualidade no que está se aprendendo, o
39
professor ganhe apoio e direcionamento para aquilo que está se ensinando, e
todos juntos alcançam o um único objetivo que deve permear
toda ação
educativa dentro da escola : garantir o ensino de qualidade.
3.2. O Supervisor Educacional e suas atribuições na Escola
Municipal de Niterói Dom José Pereira Alves.
A escola Dom José Pereira é uma escola pública de Niterói, situada na
comunidade da Vila Ipiranga Bairro Fonseca, com número aproximadamente
360 alunos, atendendo do 1º ao 5º ano. A comunidade na qual ela está inserida
é bastante carente e com grau de violência bem acentuado (área de risco). Os
alunos apresentam grandes dificuldades de aprendizagens e a família na
maioria dos casos não é presente na vida escolar de seus filhos. Os
professores que ali atuam tentam desempenhar da melhor forma seu papel.
Consciente de sua função recebe apoio e orientações do Supervisor
Educacional.
Esse profissional do Município de Niterói, especificamente na Escola
Dom José Pereira Alves, tendo suas atribuições definidas no Estatuto dos
Funcionários Públicos Municipais de Niterói no artigo 3 do – cargo: Supervisor
Educacional:
3.1-Descrição sintética:
Compreende o cargo que se destina a
planejar, coordenar, orientar, supervisionar,
avaliar e reformular as ações pedagógicas nas
Unidades Escolares Municipais, e manter a
articulação com os demais componentes do
sistema educacional, a fim de assegurar a
regularidade no desenvolvimento do processo
educativo.
40
È exatamente essa descrição sintetizada que o profissional desta
unidade executa com amplitude de comprometimento ao processo educativo.
Suas visitas são periódicas trazendo sempre algo que gere reflexão e soluções
que amenizam a ansiedade dos professores que muitas vezes, tão sozinhos se
“endurecem” nessa trajetória educacional como educador. A afetividade, o
respeito estão sempre nessas ações, isso fortalece o corpo docente da escola
e o ajuda a enfrentar os desafios que surgem ciente de que este escola está
situada em uma comunidade muito difícil de trabalhar. O esclarecimento sobre
a atuação desse profissional no contexto que ele atua, é que faz repensar o
papel desse supervisor e a importância que exerce no papel social e político
dentro desta unidade escolar.
A supervisão escolar, com ações conjuntas com o professor e, buscando
qualificação dos mesmos, qualifica também o espaço que está inserido, que é
a escola. Pela importância da escola exercida na vida do ser humano e pelo
valor e significado que exerce o professor na vida de todos que participam da
escola,
é
que
aprimoramento
“A
do
supervisão
ensino
está
para
o
gradativamente
aprimoramento
se
da
movendo
do
aprendizagem”
(PRZYBYLSKI,P.15)
Algumas atribuições definidas no regimento revelam o pensamento do
autor anteriormente citado como:
•
Orientar
o
corpo
docente
no
desenvolvimento de suas atividades
profissionais
através
de
assessoria
técnico-pedagógica;
•
Orientar e supervisionar a aplicação de
métodos,
técnicas
e
procedimentos
didáticos bem como a execução de
planos e programas estabelecidos;
41
•
Avaliar o processo educacional e a
eficácia
dos
métodos
de
ensino
empregados participando dos conselhos
de
classe
examinando
providenciando
as
relatórios
e
reformulações
adequadas;
•
Planejar
e
capacitação
divulgar
e
atividades
aperfeiçoamento
de
dos
professores, realizando em serviço ou
ministrando
aulas
contribuam
para
e
o
palestras,
que
desenvolvimento
qualitativo do recurso humano de cada
escola que atua.
Diante de algumas atribuições mencionadas acima, do supervisor do
Município de Niterói, pode identificar a preocupação de delinear a função
supervisora do município atribuindo a ela um caráter mediador entre as
políticas educacionais oficiais e sua efetiva implementação na unidade escolar.
Esse delinear da função e da conscientização desses profissionais, é
que o seu papel vai sendo desenvolvido em prol de uma qualidade
educacional, que fará a diferença na vida escolar dos alunos. E estes alunos se
tornarão seres humanos críticos e reflexivos na sociedade.
42
CONCLUSÃO
O desenvolvimento da sociedade moderna representa motivos de muita
reflexão, principalmente pelo fato de que a área educacional possui muitos
problemas e que diretamente vinculam-se as demais atividades sociais, visto
que são tais profissionais, que irão atuar juntos no mercado de trabalho. Existe
uma preocupação com a formação humana e com a forma com que o
educando vem obtendo o conhecimento científico. Acredita-se na viabilidade de
fazer do ambiente escolar um espaço construtivo, que desperte o interesse do
educando para aprender e fazer juntamente com os seus pares.
Acredita-se que existem falhas no sistema educacional e a melhor
maneira de redimensionar o trabalho, é assumir o compromisso de fazer do
trabalho educacional uma meta a ser atingida por todos. O que de forma
alguma é admissível manter as velhas políticas de submissão, onde toda
estrutura escolar submetia-se aos interesses da classe dominante.
Sem dúvida, é vital a presença do supervisor, como investigador da
capacitação docente, destacando a necessidade de adquirir conhecimento e
condições de enfrentar as dificuldades próprias de sua profissão, como
também, estar preparado para administrar as constantes mudanças no
contexto escolar.
A supervisão educacional tem uma importante responsabilidade no
sistema educacional brasileiro e, fundamentalmente, na escola, desde que
compromissada com a formação de qualidade, e como elemento que precisa
subsidiar novas políticas públicas a partir de sua experiência entendida como
práxis.
Diante dessas reflexões conclui-se que apesar de todas as dificuldades
que a Supervisão enfrentou e enfrenta, a ação Supervisora no interior da
43
escola é de suma importância para o processo educativo. Cada profissional,
como foi apresentado nesse trabalho, no espaço que atua, cada qual
desempenhando funções que foram construídas ao longo dos anos,
fortalecendo o desempenho do professor, aluno, pais e todos da escola.
É nesse contexto que todos os profissionais que atuam na escola,
precisam desempenhar suas funções como objetivo coletivo de garantir ao
aluno uma educação digna e formativa de um cidadão consciente de suas
ações.
44
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45
12. KUENZER, Acácia. As políticas de formação: A constituição da identidade do
professor sobrante”. Educação & Sociedade nº 68 / Especial, ano XX, DEZ.
1999.
13. LIBANÊO, José Carlos. Pedagogia e Pedagogos para quê? 6ª ed. São Paulo:
Cortez, 2002.
14. MEDEIROS, M. F. Nove olhares sobre a supervisão. Campinas, SP:
Papirus,1997.
15. NÉRICI, Inídeo G. Introdução à Supervisão Escolar. São Paulo: Atlas, 1973.
16. RANGEL, Mary(1997). “ Considerações sobre o papel do supervisor como
especialista em educação na América Latina” In: SILVA, Celestino;
RANGEL,Mary (orgs.) Nove olhares sobre a supervisão. Campinas: Papirus.
17. RANGEL, Mary (Org.) et al. Supervisão Pedagógica Princípios e Práticas.
Campinas, São Paulo, Papirus. 2001.
18. REGIMENTO Escolar Básico da Rede Pública Municipal de Ensino de São
Gonçalo. Aprovado na Sessão Plenária do Conselho Municipal de Educação
de São Gonçalo, em 29/09/04, através do Parecer CMEnº004/04, publicado em
10/11/04, São Gonçalo, Rj, 2004.
19. SAVIANI, Demerval. Sentido da Pedagogia e o Papel do Pedagogo. In: Revista
da Ande, São Paulo, nº 9, 1985.
20. RANGEL, Mary (Org.) et al. Supervisão Pedagógica Princípios e Práticas.
Campinas, São Paulo, Papirus. 2001.
21. VASCONCELLOS, Celso dos S. Coordenação do Trabalho Pedagógico. São
Paulo: Libertad, 2002.
46
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO
2
AGRADECIMENTO
3
DEDICATÓRIA
4
RESUMO
5
METODOLOGIA
6
SUMÁRIO
7
INTRODUÇÃO
8
CAPÍTULO I
HISTORIANDO A SUPERVISÃO ESCOLAR NO BRASIL
11
CAPÍTULO II
A IMPORTÂNCIA DA PEDAGOGIA E O PAPEL DO SUPERVISOR
23
2.1 - a importância da pedagogia e o papel do supervisor
23
2.2 – A importância do papel do supervisor
29
CAPÍTULO III
O SUPERVISOR NO AMBIENTE ESCOLAR
33
3.1. A ação supervisora na Escola Municipal Joaquim Lavoura no Município de
São Gonçalo.
34
3.2. O Supervisor Educacional e suas atribuições na Escola Municipal de
Niterói Dom José Pereira Alves.
39
CONCLUSÃO
42
BIBLIOGRAFIA
44
ÍNDICE
46
47
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes
Título da Monografia: As “faces” do supervisor no ambiente escolar
Autor: Elma Soares Pinto
Data da entrega: 27 de janeiro de 2011.
Avaliado por: Mary Sue Pereira
Conceito:
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