UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE AS “FACES” DO SUPERVISOR NO AMBIENTE ESCOLAR Por: Elma Soares Pinto Orientador Prof. Mary Sue Pereira Niterói 2011 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE AS “FACES” DO SUPERVISOR NO AMBIENTE ESCOLAR Apresentação Candido de Mendes monografia como à requisito Universidade parcial para obtenção do grau de especialista em Administração e Supervisão Escolar Por: Elma Soares Pinto 3 AGRADECIMENTOS ...à minha mãe, por estar presente em todos os momentos da minha vida, me apoiando, incentivando, demonstrando carinho, acreditando e dedicação, paciência e muito amor. E a todos que contribuíram direta e indiretamente para realização deste trabalho. E a Deus. 4 DEDICATÓRIA Dedico esta monografia a minha mãe Sonia, que é um exemplo de vida, e ao meu gato Bartolomeu que com seu olhar sereno me acalmou nos momentos de dificuldade e angústia. 5 RESUMO O presente trabalho monográfico apresentará de forma sucinta a história da supervisão no Brasil e a importância do papel do Supervisor e da pedagogia no ambiente escolar. Tem como proposta a identificação da ação supervisora nas Unidades Escolares Municipais Joaquim Lavoura (São Gonçalo) e Dom José Pereira Alves (Niterói) através de observação da atuação dos Supervisores Educacionais do Município de São Gonçalo e de Niterói. Essa observação será relatada de forma contextualizada com base em textos, artigos e algumas leis. 6 METODOLOGIA A metodologia empregada contemplou uma pesquisa histórica, coleta de documentos, textos diversos, tais como: publicações de caráter técnico em revistas, livros e artigos publicados em sites oficiais da Internet. Após o levantamento bibliográfico e a seleção de informações pertinentes, foi realizada leitura aprofundada para análise minuciosa das questões. Por fim, foi feita textualização e montagem da monografia. 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 8 CAPÍTULO I - Historiando a Supervisão Escolar no Brasil 11 CAPÍTULO II - A importância da Pedagogia e do papel do supervisor 23 CAPÍTULO III – O supervisor no ambiente escolar 33 CONCLUSÃO 42 BIBLIOGRAFIA 44 ÍNDICE 46 FOLHA DE AVALIAÇÃO 47 8 INTRODUÇÃO Este trabalho inicia-se através de uma breve “viagem” a história da supervisão com o objetivo de contextualizar a função do supervisor escolar em diferentes ambientes, deparando-se com as diversidades de atividades pelas quais respondem habitualmente o supervisor. Através da observação dessas ações percebe-se que existe dificuldade de compartilhamentos nas ações pedagógicas no interior das escolas, gerando dificuldade na organização coletiva do trabalho. É fato que a história mostra que a supervisão teve grandes avanços que contribuíram muito com o processo de ensino e aprendizado, mas suas bases foram alicerçadas na essência do capitalismo. Dessa maneira, a princípio, a supervisão foi demarcada através do estabelecimento de relações entre o homem e o trabalho. Em sua essência, o capitalismo entende o ser humano como coisa, como forma de trabalho. Logo, as relações, as pessoas, e as coisas são mercantilizadas a tal ponto, que são colocadas no mesmo plano. Nesse contexto, a supervisão escolar justificou-se como um meio de assegurar a execução do que foi planejado e assim, conservar o status quo do modelo ideológico do sistema de ensino que representará o interesse da classe dominante. Atualmente, a educação brasileira tem reconhecido a relevância do supervisor educacional como uma das pessoas que procura direcionar o trabalho pedagógico na escola a fim de concretizar uma educação de qualidade. Para que sejam administradas as constantes mudanças no contexto escolar, sua presença deve instigar o diálogo e estimular as oportunidades coletivas de estudo. Não esquecendo que este mesmo profissional é parte integrante da totalidade social, sendo também resultado dos conflitos sociais e das lutas de classes. 9 Diante disso, o trabalho se propõe a evidenciar as diferentes práticas na perspectiva de uma reflexão sobre o papel do supervisor educacional, que tem como função a priori encontrar novas técnicas que ajudem na aprendizagem do educando mediando a relação entre aluno/professor, professor/comunidade e equipe pedagógica/professor. A estruturação do mesmo será disposto em três capítulos e estes serão organizados da seguinte forma: Primeiro capítulo: Historiando a supervisão escolar no Brasil - irá relatar um breve histórico sobre o percurso da supervisão no Brasil com objetivo de elucidar alguns traços evidenciados na ação supervisora nos diferentes contextos escolares. Segundo capítulo: A importância da Pedagogia e do papel do supervisor – este evidenciará de forma etimológica o conceito da palavra Pedagogia e sua importância e também a importância do papel do supervisor como um dos representantes que procura direcionar o trabalho na escola em que atua para que se efetive a qualidade em todo o processo educacional. Terceiro capítulo: O supervisor no ambiente escolar – a ação do supervisor na Escola Municipal Joaquim Lavoura – São Gonçalo. O supervisor educacional e suas atribuições ,na Escola Municipal Dom José Pereira Alves – Niterói.Neste capítulo, o pesquisador irá relatar sua própria vivência escolar identificando através das suas observações e das atribuições típicas do supervisor de dois sistemas diferentes municipais de ensino ( com base no Regimentos de ambos os sistemas) tendo como objetivo evidenciar as suas práticas educativas e a influência da ação supervisora no processo educativo, sem atribuir juízos de valor a ambos. Este trabalho realizou-se à luz de pesquisa bibliográfica, conversas informais, observações feitas durante o trabalho realizado do pesquisador junto aos supervisores dos sistemas de ensino anteriormente citados e baseado em 10 teóricos como Saviani (1985), Libâneo (2005), Rezende (1979), Vasconcellos (2002), Ferreira (2009), Grinspun - org. (2006), Rangel, Mary (2001) e outros. Assim se encerra o trabalho monográfico elucidando algumas questões, evidenciando ações e suscitando reflexões para que este contribua na prática diária dos atores que fazem parte do contexto escolar. 11 CAPÍTULO I HISTORIANDO A SUPERVISÃO ESCOLAR NO BRASIL A atuação e o perfil de um profissional da Educação bem conhecido que ora é chamado de supervisor educacional, ora de supervisor escolar, sempre teve grande relevância na história educacional do nosso País. À sua função, foram atribuídas várias nuances diferente e por isso, sempre esteve envolvido em muitas polêmicas. Ao retroceder no tempo, serão vistos o surgimento desse profissional em diferentes países, assim como as várias mudanças pelas quais ele passou ao longo da história. Etimologicamente, a expressão supervisão é formada pelo prefixo super (“sobre”) e pelo substantivo visão (“ação de ver”); sendo assim o sentido da expressão é “olhar de cima”. Logo, o supervisor deveria controlar a ação do outro. Na antiguidade, a vida escolar era vigiada pelos sacerdotes e nobre. Na Grécia Antiga, os espaços escolares funcionavam sob o acompanhamento de especialistas que exerciam a ação supervisora. Em Roma, os espaços eram fiscalizados pelos censores, que também, possuíam atribuições de recenseamento. Na Idade Média, a característica básica da função supervisora não mudou. A estrutura da educação escolar era simples, composta de um único mestre e atendia unicamente aos membros da classe dominante. Na Idade Moderna, as tarefas pedagógicas do professor eram avaliadas por um profissional chamado inspetor de ensino. Com a Revolução Francesa, surgiu o inspetor técnico cuja função era vigiar a atividade do professor e promover o progresso educacional, visando o melhor desempenho do docente. Pode-se perceber que as ações de supervisão sempre estiveram atreladas à idéia de controle. O controle já existia desde as primeiras formas de aglomeração de pessoas, em oficinas e guildas, às mais diversas formas 12 primitivas de produção. Nesse controle imediato de produção todos estavam envolvidos e preocupados com a qualidade da produção. No Brasil, em 1549 iniciou-se a organização educativa com a chegada dos primeiros jesuítas. O padre Manuel da Nóbrega formulou o Plano de Ensino onde está presente a função supervisora, porém a idéia de supervisão ainda não está clara. Porém, no Plano Geral dos Jesuítas, o Ratium Studiorum adotado pelo Brasil, especialmente depois da morte do seu mentor – Nóbrega (em 1570), a idéia de supervisão já se faz presente. No Ratium Studiorum a figura do Prefeito de Estudos está ligada à idéia de supervisão. O Prefeito Geral dos Estudos desempenhava várias funções: assistente de reitor, controlador e orientador dos trabalhos dos professores. Sua atuação estava subordinada ao reitor e sua meta era garantir a aprendizagem. Apesar de exercer um papel importante dentro do sistema de ensino dos jesuítas, sua função foi extinta em 1759, com as Reformas Pombalinas. Depois que os jesuítas foram expulsos, o sistema de ensino introduzido por eles, também chegou ao fim. Houve então um retrocesso no sistema educacional, já que foram admitidos professores leigos para as aulas régias oriundas das reformas de Pombal. Com a figura do Diretor Geral e dos Diretores dos Estudos, a idéia de supervisão continuava presente, agora englobada nos aspectos administrativos (inspeção e direção), políticos, de fiscalização, orientação do ensino e coordenação. Outro acontecimento relevante na história da supervisão no Brasil, foi a formulação da primeira Lei para a Instrução Pública em 15 de outubro de 1827 – que fundou as Escolas de Primeiras Letras baseadas no “Ensino Mútuo”, método no qual as funções de supervisão e docência foram concentrada no professor: 13 “Durante as horas de aula para as crianças, o papel do professor limitou-se à supervisão ativa de círculo em círculo, de mesa em mesa, cada círculo e cada mesa tendo à frente um monitor, aluno mais avançado, que ficava dirigindo. Fora destas horas, os mentores recebiam diretamente dos professores, uma instrução mais completa, e não era raro ver os mais inteligentes adquirirem a instrução primária superior” (Almeida apud Saviani, 2006 p.22). Durante o Império, a função supervisora deveria ser desempenhada por agentes específicos. Em 1834, o Ministro do Império Chichorro da Gama fez um relatório que demonstrava seu descontentamento com o “Ensino Mútuo” e declarava a necessidade de criação de um “Inspetor de Estudos”. Sua alegação para a criação de tal cargo tinha origem na impossibilidade de uma mesma função, acumular muitas e variadas atribuições. Em 17 de fevereiro de 1854, as Reformas Couto Ferraz determinaram que a missão do inspetor geral era supervisionar todos os estabelecimentos de ensino particulares e públicos, assim como escolher o material didático e autorizar a abertura de escolas. O inspetor era obrigado a se relacionar com pessoas influentes e autoridades constituídas. Seu prestígio pessoal lhe conferia a propriedade necessária para executar as atribuições que o cargo exigia. Entre outros, seu dever era fiscalizar as normas oficiais vindas das autoridades centrais e estabelecer um modelo de base para as rotinas escolares. Também realizava visitas corretivas e registros permanentes que depois eram transformados em relatórios, a serem entregues aos órgãos centrais. Esse esquema era seguido com o intuito de fiscalizar o grau menor ou maior de desvio da ação pedagógica segundo os padrões fixados pela Lei. 14 No começo do período republicano, com a reforma da instrução pública paulista (1896), ficou instituído, entre outros órgãos de educação, o Inspetor de ensino que tinha como atribuição principal, a ação burocrática. Mais uma vez, as funções pedagógicas deixaram de ser o foco principal do processo educacional. Outros fatos marcantes do processo educacional foram o surgimento dos Técnicos da Educação, na década de 20 e a criação da Associação Brasileira de Educação (ABE), por iniciativa de Heitor Lira. Em 1924, a reforma João Luís Alves criou o Conselho Nacional de Ensino e o Departamento Nacional de Ensino separando, assim, a parte técnica da parte administrativa que até então estavam juntas num mesmo órgão – o Conselho Superior de Ensino: “Quanto à profissão de supervisor, ela só vai aparecer aqui no Brasil na década de vinte com o surgimento dos “profissionais” em educação, isto é, o aparecimento dos “técnicos” em escolarização, constituindo-se como uma nova categoria profissional” (SAVIANI, 2000 p.25). Em 1925, nota-se uma ascendência marcante das ciências comportamentais na supervisão. Outra característica relevante desse período foi à propensão de injetar preceitos democráticos nas organizações educacionais, direcionando ao papel do supervisor, à liderança democrática. Já em 1930, foi criado o Ministério da Educação e Saúde Pública. A supervisão adota um perfil de liderança, de esforço cooperativo visando alcançar os objetivos, valorizando as decisões tomadas em grupo. No Brasil, a Reforma Francisco Campos – Decreto-Lei 19890 de 18/04/1931 fez surgir pela primeira vez, uma supervisão bem diferente daquela 15 que estava sendo praticada – simples fiscalização para dotar o caráter de supervisão. Em 1942, com a Lei Orgânica do Ensino Secundário declarada pelo Decreto-Lei 4244 de 09/04/1942, em seu artigo 75 do parágrafo 1º, a inspeção seria feita também sob o caráter de orientação pedagógica e não somente sob o ponto de vista administrativo. O trabalho escolar era acompanhado de perto pelos DECs (Distrito de Educação e Cultura), que por sua vez eram ligados ao órgão central. Deste provinham a provas finais e listagens de conteúdos por série que promoveriam, ou não, os alunos. A democratização do ensino modificou progressivamente este quadro. Os DECs passaram a organizar as provas, mas depois de algum tempo, esse trabalho era realizado na própria escola. Estas e outras mudanças ajudaram a trazer outros profissionais para a estrutura escolar no sentido de aprimorar as concepções metodológicas. O cenário educacional brasileiro na década de 50 viu reaparecer a inspeção de forma “modernizada”, resultado de uma política de alianças entre Brasil e Estados Unidos. Desta vez a supervisão escolar se apresentou de maneira “modernizada” e sua finalidade era proporcionar à realização de uma política desenvolvimentista, que trazia em seu cerne, a visão de educação como meio propulsor da transformação social. O início dessa supervisão começou no Brasil através dos cursos oferecidos pelo Programa Americano-Brasileiro de Assistência ao Ensino Elementar (Pabaee), no qual foram formados os primeiros supervisores escolares, que atuariam no ensino elementar (primário) brasileiro, visando preparar o professor leigo e modernizar o ensino. Esses supervisores foram formados de acordo com o modelo de educação americano, que destacava os meios (técnicas e métodos) de ensino. O PABAEE ampliou seus programas no Brasil no período de 1957 a 1963, revestindo-se, conforme Moraes (1982, p24), 16 “do caráter inovador na área pedagógica e preocupando-se principalmente, com os meios que possibilitariam o reformismo educacional”. Pelo Decreto-Lei nº 34638 de 14/11/1953, foi criada a Campanha de Aperfeiçoamento e Difusão do Ensino Secundário (Cades), com o objetivo de fazer progredir a qualidade do ensino através do treinamento de recursos humanos. Era oferecido aos inspetores elementos para a fundamentação de seu trabalho nas escolas e sua formação, destacando, sempre, o caráter pedagógico de sua área. No início dos anos 60, a educação sofre transformações marcantes e o Brasil passa por mudanças radicais. Com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 4024 de 20/12/1961) é visível que as mudanças relacionadas à inspeção direcionam-se para o ensino primário. O artigo 52 da lei citada salienta a formação de inspetores para esse nível. Com a decretação da lei 4024/61, fica determinado que os governos municipais e estaduais tomem para si os encargos de execução e organização dos serviços educativos, cabendo ao Governo Federal a definição das metas a serem atingidas em toda a Nação. Além disso, por intermédio de uma assistência financeira e técnica, haverá uma ação complementar às deficiências regionais. Como reflexo dessa autonomia administrativa em nível de execução, a inspeção também é descentralizada pela LDB, dando aos estados a tarefa da organização desse serviço referente a ensino primário e médio. No período pós-64, a política do Governo declarou a educação como assunto de interesse econômico e de segurança nacional. A supervisão escolar passou a exercer a função de controlar a qualidade do ensino e a criar meios que promovesses sua efetiva melhoria. Concomitantemente, era exigida do supervisor a formação em nível superior. Para Saviani: (...) a partir da regulamentação da Lei 5540/68, a supervisão escolar passa a ter sua formação 17 em cursos de graduação, sendo processada a partir da linha em que se davam cursos promovidos pelo Pabaee e Pamp. Isto é, fundamentada nos pressupostos da pedagogia tecnicista – que se apóia na neutralidade científica e se inspira nos princípios da racionalidade, eficácia e produtividade do sistema. (1988, p.15). No que diz respeito à Reforma do Ensino Universitário (Brasil 1968), ela acontece sob a ação dos conflitos políticos, econômicos e sociais dos anos que a antecederam. Sobre o Balanço da Reforma Universitária, Fávero comenta que: (...) no início de 1968, a ampla mobilização estudantil, caracterizada por intensos debates dentro das Universidades e pelas manifestações de rua, vai exigir do Governo medidas no sentido de buscar soluções para os problemas educacionais mais agudos, principalmente o dos excedentes. (1993,p.10) Logo, o sistema educacional brasileiro deveria ser reorientado para que fosse ao encontro dos interesses dos Estados Unidos, que estabeleceu acordos, inclusive, com outros países da América Latina. A meta a ser atingida com esses acordos, era fazer que a mentalidade da população fosse alterada, a tal ponto, que o povo atingisse um nível de vida saudável e produtiva. A educação brasileira, sob a ascendência do PABAEE, passa aos brasileiros a ideia do amigo americano. A intervenção norte-americana cerca o campo educacional disseminando a ideologia capitalista, promovendo encontros, 18 cursos, divulgando obras literárias americanas, produzindo vários tipo de materiais didáticos, etc. Nessa evolução somaram-se muitos acontecimentos, porém merece destaque, a aprovação do Parecer nº 252/69. Essa reforma ao instituir a habilitação de supervisor escolar firmou a presença da supervisão no conteúdo educacional brasileiro. O Parecer 252/69 foi elaborado pelo Conselho Federal de Educação em decorrência da atribuição que lhe foi conferida pela Lei número 5540, de 28 de novembro de 1968, que regulamenta a Reforma Universitária. O conteúdo do Parecer 252/69 é altamente político, visto que a formação de currículos profissionalizantes está condicionada ao “desenvolvimento nacional”. O Parecer tem início fundamentando a necessidade de mudanças quanto ao currículo e duração dos cursos num período em que a situação nacional está sendo rearticulada mediante reestruturações relevantes para a educação brasileira: a Reforma Universitária. Com a intenção exagerada de tornar a universidade brasileira mais moderna, houve o acréscimo de uma racionalidade técnica e operatória a gestão universitária. Logo, a produção crítica e cultural da universidade deixou de ser um desejo. Outro fato marcante que vai ao encontro às “sensíveis alterações” no que se refere ao Parecer, é a realização do fórum, no Rio de Janeiro em outubro de 1968 que apontou “a educação que nos convém”. Seus palestrantes representavam a categoria da classe dominante: A composição dos quadros dos conferencistas e debatedores, mostra que do fórum participaram, como membros ativos, representantes da seguintes categorias sociais: altos funcionários do Estado (inclusive exministros); altos funcionários de empresas paraestatais; militares de alta patente; “capitães de indústrias” e banqueiros; dirigentes de universidades privadas e líderes 19 católicos, religiosos e “leigos” (Cunha, apud Garcia, 1976, p. 71). Na conjuntura sócio-político-econômica do país capitalista monopolista com o regime autoritário, os cursos de Pedagogia são qualificados como assistemáticos e inconsistentes. Com isso o autoritarismo do poder vigente quer se respaldar e consolidar-se, negando a validade dos cursos anteriores à Reforma Universitária. Sendo assim, começa a ser traçada a cadeia lógica, ideológica e política que sustentam o capitalismo brasileiro, segundo a estratégia estipulada pela elite tecnoburocrática militar dirigente. Concomitantemente, se faz necessário a formação de técnicos para a execução e planejamento e, assim, consolidar a estratificação social que o capitalismo produz. Percebe-se que a relação planejamento e supervisão com a coerência do modelo real: dicotomia entre decisão e ação, necessidade de uma elite para planejar e controlar. A supervisão exercia uma função meramente executora e controladora dentro do sistema educacional. Esse tipo de educação, desvaloriza os meios tradicionais utilizados no ambiente escolar como a exposição dialógica que aproxima alunos e professores e conseqüentemente, possibilita a produção de conhecimento coletivo. Dessa forma, o tecnicismo tenta justificar os paradigmas técnicos, de acordo com os valores dos países hegemônicos pela integração econômica e política do mundo capitalista associado. A tecnologia camufla os reais problemas, enquanto diz que os déficits de aprendizagem são exclusivamente um problema de recursos, técnicas e métodos. Além disso, o trato humano é deixado para segundo plano em razão da utilização de recursos e técnicas “frias” que são impostas aos alunos, professores e às escolas. Dessa maneira, o processo educacional não é dialético, histórico, nem tão pouco crítico; mas funcional. E o supervisor ajuda nessa funcionalidade. Por meio das “habilitações” se deu a formação dos profissionais técnicoadministrativos da educação, entre elas a Supervisão Escolar – formado no interior do curso de Pedagogia “fragmentado” em habilitações. O supervisor 20 educacional encarrega-se de uma responsabilidade que é “esvaziada” pela falta de formação política e por sua formação técnica. Fica claro, assim, que no ambiente escolar ficou instaurado o princípio da administração de empresas, de onde veio a figura do supervisor escolar (e não educacional) como controlador da gestão educacional. Por meio desse parecer, pretendeu-se especializar o educador numa função particular, sem ter o cuidado de fixá-lo no esquema mais amplo do processo educacional. Com este parecer tenta-se profissionalizar a função do supervisor educacional. Entretanto persistia, ainda, uma indefinição em relação às funções de inspeção. Nos anos 70, a supervisão ganhou força institucional com a Lei de Diretrizes e Bases do Ensino de 1º e 2º graus, lei 5692/71. A denominação da Supervisão Educacional reúne tarefas de inspeção administrativa e de assistência técnico-pedagógica visando alcançar não só a escola, como também todo o sistema. Com a função do novo estado do Rio de Janeiro e da Guanabara, o novo estado do Rio de Janeiro passou a estruturar os órgãos do novo governo e, dentre eles, o responsável pela educação e cultura: a Secretaria de Estado de Educação e Cultura, 1975. No relatório do Grupo de Trabalho de Planejamento do Sistema Educacional do novo estado do Rio de Janeiro, abrangia na sua introdução, os princípios que norteiam a filosofia e a política de educação do grupo. No novo estado, a educação foi caracterizada como um processo contínuo e global, ou seja, o homem para se formar integralmente, deveria estar inserido em um processo educativo, também global. Nesse processo educativo, a comunidade se tornaria agente e sujeito do mesmo, vindo, então, a instaurar-se uma comunidade educativa. No documento oficial da Secretaria de Educação e Cultura do Estado do Rio de Janeiro, a escola deveria ir além de seus rumos e fazer o intercâmbio entre todos os homens e o homem todo. Nessa nova proposta, o Supervisor 21 Educacional foi o único técnico da Secretaria de Educação a ter as informações aos níveis regionais (núcleo) e local (escola), levando as diretrizes da Secretaria Estadual de Educação e também, trazendo os problemas oriundos dos núcleos e nas escolas para que fossem resolvidos. Assim, o Sistema de Supervisão Educacional foi construído em três níveis: central, regional e local (Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Educação 1981), cumprindo ao processo de regionalização do governo no pós-fusão. Já no cenário nacional, a supervisão escolar garantiria a eficiência da tarefa educativa, devido ao controle da produtividade do trabalho docente. Nessa visão, a supervisão tinha um aspecto técnico, independente de qualquer escolha política e ideológica, ou seja, um serviço “neutro”. Esta suposta neutralidade técnica disfarçou uma determinada estrutura de poder, que pretendia por no lugar da participação social, a decisão de poucos. A capacidade de direção cultural e ideológica de uma determinada classe, que articula interesses particulares de tal modo, que venha a se configurar como interesse geral. Dessa maneira, a supervisão escolar voltou-se para os aspectos tecnoburocráticos do ensino, onde o controle era a principal ferramenta para assegurar a sociedade capitalista brasileira. A formação do supervisor se dava então de forma funcionalista, que vê a escola de modo passivo e que qualquer alteração é tida como uma instabilidade. Portanto, a característica dinâmica e evolutiva da escola, foi negada. A visão funcionalista valorizava a definição de papéis a serem exercidos pelos componentes que formavam a instituição. Ficava latente a relação de forças e o imperativo categórico na relação das práticas, na qual, determinada estrutura deve ser absoluta. Algumas influências contagiaram o discurso pedagógico. Falava-se em visão sistêmica, em modelo empresarial, em setores especializados contribuindo para atingir objetivos operacionalizados. Palavras como imput e output, condições tecnicistas sobre mecanismos de entrada, de 22 processo e de saída. O aluno visto como a matéria-prima que na fábrica se transforma no produto final previsto Nos anos 80, intensificaram-se posições favoráveis à eliminação do funcionalismo nas escolas. O papel desempenhado pelo supervisor não era visto como necessário. Entretanto, o cotidiano mostrou o quanto a atuação do supervisor na organização e no encaminhamento do trabalho pedagógico eram vitais. No final da década de 80, enquanto o contexto político, econômico e social do Brasil mudava, cresceram as oportunidades de acesso à escola e a necessidade de atuação do supervisor educacional. Com o desenvolvimento econômico e social do país e a conseqüente ampliação do acesso ao sistema escolar, cresceram as exigências de qualificação docente para atender às crianças e jovens, que vindos de classes populares, entravam na escola. Chegando nos anos 90, declara-se que a supervisão pode utilizar-se da técnica, sem a denominação pejorativa de “tecnicismo”. A função da supervisão deve ser contextualizada com os fundamentos e processos pedagógicos para auxiliar a prática dos professores. Essa supervisão deve ser baseada na participação, na cooperação, na integração e na flexibilidade. 23 CAPÍTULO II A IMPORTÂNCIA DA PEDAGOGIA E O PAPEL DO SUPERVISOR Nesse capítulo será abordada a relevância e a abrangência que a Pedagogia exerce no contexto educacional enquanto campo de conhecimento. A seguir, será realizada uma referência às atribuições que o Supervisor deve desempenhar no sistema educacional em prol de uma escola de qualidade. 2.1 – A importância da Pedagogia A palavra Pedagogia tem origem na Grécia antiga, paidós (criança) e agopé (condução). O termo pedagogo surgiu na Grécia clássica, cujo significado etimológico é aquele que conduz, guia, preceptor, mestre; era o escravo que guiava os meninos até o paedagogium. No plano das idéias, o grego Platão (427 – 347 a.C.) foi realmente o primeiro pedagogo, por ter criado um sistema educacional para o seu tempo e, principalmente, por tê-lo incorporado a uma dimensão política e ética. Entretanto, o termo pedagogia, determinante de um fazer escravo na Hálade, somente propagou-se na acepção de elaboração consciente do sistema educativo a partir do século XIII, na Europa Ocidental. Atualmente, denomina-se pedagogo o profissional cuja formação é a Pedagogia, que no Brasil é uma graduação e que, por parte do MEC (Ministério da Educação e Cultura) é um assunto que cuida dos assuntos relacionados à Educação por excelência. Trata-se de uma licenciatura, cuja grade horáriocurricular por muito tempo estipulada pelo MEC conferia ao pedagogo, de uma 24 só vez, habilitação em Educação Infantil, primeira fase do Ensino Fundamental, Educação de Jovens e Adultos, Coordenação Educacional, Gestão Escolar, Orientação Pedagógica, Pedagogia Social e Supervisão Educacional. O pedagogo também podia, na falta de professores, lecionar as disciplinas que fazem parte do Ensino Fundamental e Médio, além da área técnica e científica da Educação, como, por exemplo, prestar assessoria educacional. O curso de Pedagogia, atualmente, tem carga horária mínima de 3 200 horas de efetivo trabalho acadêmico, conforme artigo 7º da Resolução CNE/ Nº 1, de 15 de maio de 2006, que institui as Diretrizes Nacionais para o Curso de Pedagogia. A reforma curricular desse curso baseia-se nessa Resolução do Conselho Nacional de Educação. A ideia principal do curso é a compreensão do pedagogo como profissional da educação, capaz de atuar na docência, gestão de processos educacionais, construção e difusão de conhecimento. Nesse sentido, o currículo articula estudos teóricos e atividades práticas envolvendo o cotidiano das escolas, os processos de investigação educacional, a divulgação e construção do conhecimento. No decurso da história ocidental, a Pedagogia consolidou-se como correspondência da educação. No entanto, a prática educativa é um acontecimento social, cujo principio está ligado a própria humanidade: “Dessa forma, a pedagogia significa também condução à cultura, processo de formação cultural. E o pedagogo é aquele que possibilita o acesso à cultura, organizando no processo de formação cultural, aquele que domina as formas, os procedimentos, os métodos através dos quais se chega ao domínio do patrimônio cultural acumulado pela humanidade. O pedagogo é, portanto um formador de homens.” (SAVIANI, 1985, p. 42) O surgimento de um saber específico que modernamente foi associado ao termo pedagogia deu-se devido a compreensão do fenômeno educativo e 25 sua intervenção intencional. Logo, o saber pedagógico foi elevado ao nível científico devido a indissociabilidade entre a prática educativa e a sua teorização. A discussão envolvendo o reconhecimento da relevância da Pedagogia em vários espaços escolares e não escolares expandiu-se, principalmente a partir dos anos 1990. Tal discussão foi intensificada a partir das transformações econômicas, políticas e sociais, decorrentes no mundo, estimulada, principalmente pelas novas exigências postas pelo que é chamado Revolução da Tecnologia da Informação (Csstells, 1999). Esse panorama mostra que os avanços na informática, na comunicação e as outras mudanças científicas e tecnológicas influenciam as relações profissionais e os novos sistemas de organização do trabalho, que exigem cada vez mais, que os processos de Educação aconteçam para além do ambiente escolar. Consequentemente, ocorre uma nova demarcação dos espaços de ação do pedagogo e dos seus saberes. Devido às renovações curriculares encetadas nos últimos anos, o campo da Pedagogia hoje, ultrapassa a docência. Mostrando-se então, como uma ciência com prática multireferencial e complexa. A ampliação do conceito de educação é um dos acontecimentos mais relevantes dos processos sociais contemporâneos. Mas é visível que as transformações contemporâneas ajudaram para fortalecer o entendimento da educação como fenômeno plurifacetado, que acontece em muitos lugares, institucionalizado ou não, sob várias modalidades. Como resultado da complexificação da sociedade e da variação das atividades educativas, o conceito de educação cresce cada vez mais, e isso não poderia deixar de atingir a Pedagogia, tomada como pratica e teoria da educação. Em diferentes ambientes da sociedade, desponta a necessidade de internalização e propagação de saberes dos modos de ação e das práticas pedagógicas. 26 Nas empresas há atividades de supervisão do trabalho, formação profissional de serviços, orientação de estagiário, seleções e recrutamento, treinamento de funcionários que relacionam-se as ações pedagógicas. Para enfrentamento da intelectualização do processo produtivo, as empresas adotam como indispensável, a formação geral e continuada. Nos dias de hoje com a velocidade de fortes inovações e transformações no processo produtivo e no perfil profissional, os sistemas de ensino acabam sendo afetados. É o fato que com a “intelectualização” do processo produtivo, o trabalhador não pode ser mais improvisado. É necessário um comportamento profissional mais flexível, novas habilidades, mais capacidade de abstração. Para tanto, repõese a necessidade de formação geral, envolvendo reavaliação dos processos de aprendizagem, familiarização com a informática e com os meios de comunicação; assim, capacidade de agir e pensar com horizontes mais amplos. A ação pedagógica se faz múltipla na sociedade, repassando e extrapolando o ambiente escolar formal. Dessa forma, a amplitude do pedagógico envolve lugares da educação informal e formal. A teoria pedagógica integra um todo articulado os diferentes processos analíticos que correspondem aos objetos específicos (e parciais) de estudo de cada uma das ciências da educação. É exatamente por isso, que a Pedagogia é o curso mais qualificado e mais completo a exercer o cargo e a função no setor de pessoas. Entretanto é preciso movimentar a sociedade com esse conhecimento a fim de esclarecer que a Pedagogia não se restringe somente à escola. A pedagogia tem um campo de conhecimento qu se ocupa do estudo sistemático da educação, um conjunto de ações, processos, estruturas, influencias, que intervém do desenvolvimento humano dos indivíduos e grupo, num determinado contexto de relações entre grupos e classes sociais. O campo educativo é bem amplo, porque a educação acontece no trabalho, na fábrica, na política, na família, na rua, nos meios de comunicação. 27 A educação é uma relação de influências entre as pessoas, há sempre uma interferência voltada para fins desejáveis do processo de formação, conforme opções do educador, quanto a concepção de homem e sociedade. Dessa maneira, há sempre um desejo de educar, implicando compromissos éticos, valores, escolhas. Quanto a formação pedagógica, Libâneo (2002, p. 38 – 39) afirma que: “O curso de Pedagogia deve formar o pedagogo stricto senso, isto é, um profissional qualificado para atuar em vários campos educativos para atender demandas sócio-educativas de tipo formal e não formal e informal, decorrentes de novas realidades – novas tecnologias, novos atores sociais, ampliação das formas de lazer, mudanças nos ritmos da vida, presença dos meios de comunicação e informação, mudanças profissionais, desenvolvimento sustentado, preservação ambiental – não apenas da gestão, supervisão e coordenação pedagógica das escolas, como administração também dos na sistemas de pesquisa, na ensino, no planejamento educacional, na definição de políticas educacionais, nos movimentos sociais, nas empresas, nas várias instâncias de educação de adultos, nos serviços de psicopedagogia e orientação educacional, nos programas sociais, nos serviços para terceira idade, nos serviços de lazer e animação cultural, na televisão, no rádio, na produção de vídeos, filmes, editoras, na requalificação brinquedos, profissional, nas etc.” LIBÂNEO (2002, p. 38 – 39) A pedagogia é uma área de conhecimento que examina a realidade educativa, no geral e no particular. Por intermédio dos conhecimentos 28 científicos, filosóficos e técnico profissionais, ela procura a explicitação de objetos e formas de mediação metodológica e organizativa em instancias da atividade educativa implicadas no processo de transmissão/apropriação ativa dos modos de ação e saberes. O fenômeno educativo demanda, efetivamente, uma abordagem pluridisciplinar. A Pedagogia se responsabiliza pela reflexão problematizadora e unificadora dos problemas educativos, para além das parcialidades das demais ciências da educação. Portanto o fenômeno educativo se dá através da multiplicidade dos enfoques e análises, tornando a Pedagogia necessária. Em razão disso, ela instituiu-se como campo próprio de investigação para possibilitar um tratamento globalizante e intencionalmente dirigido dos problemas educativos. O trabalho pedagógico não está restrito ao trabalho escolar e docente. Justamente por haver uma ligação necessária entre a ação educativa intencional e a dinâmica entre os grupos sociais e classes, é que a Pedagogia examina os fatores que ajudam na formação humana em cada contexto histórico-social, pelo que vai constituindo e recriando seu objeto próprio de estudo e seu conteúdo – a educação. Para Libâneo (2006, p. 220) a Pedagogia não é sinônimo de docência. A base de um curso de Pedagogia é o estudo do fenômeno educativo em sua complexidade, em sua plenitude. Ele afirma que “todo trabalho docente é um trabalho pedagógico, mas nem todo trabalho pedagógico é um trabalho docente”. Segundo o autor, a abrangência da pedagogia é maior que a docência. De acordo com Franco (2003, p. 50) a base de formação dos profissionais da educação deverá ser os fundamentos pedagógicos, isto porque a Pedagogia é a ciência que deverá organizar a concretização dos meios e processos educativos de uma sociedade. Neste contexto, reconhece-se que os processos educativos ocorrentes na sociedade são complexos e multifacetados, não podendo ser identificado à 29 luz de apenas uma perspectiva e, muito menos, reduzida ao ambiente escolar. Ao mesmo tempo, é em razão da multiplicidade das dimensões do educativo que se torna necessário o enfoque propriamente educativo da realidade educacional, mediante uma reflexão problematizadora que interage com os enfoques parciais providos pelas demais ciências sociais. Todos os educadores seriamente interessados nas ciências da educação, entre elas a Pedagogia, precisam concentrar esforços em propostas de intervenção pedagógica nas várias esferas do educativo para enfrentamento dos desafios colocados pelas novas realidades do mundo contemporâneo. Neste contexto, verifica-se que a identidade do Curso de Pedagogia e, conseqüentemente, a identidade do pedagogo, tem sido tema de análise e conquista, ainda que em bases teóricas, demonstrando a existência de uma identidade reconhecida no interior do próprio movimento. Não há como negar a fragilidade que reveste o Curso de Pedagogia e também, a aplicação da Pedagogia enquanto campo de conhecimento. No entanto, se percebe que este campo vem se afirmando no que se refere ao reconhecimento de sua especificidade e que avanços significativos vêm sendo empreendidos quanto a definição de seu estatuto teórico. Finalmente, é importante destacar que o conceito ampliado de Pedagogia apresenta-se como meio de dispor não somente intervenção e interpretação dos processos educativos que acontecem na escola, embora concebido a partir da educação escolar, mas também daqueles que ocorrem em espaços não escolares. 2.2 – A importância do papel do Supervisor. A função supervisora pode ser encontrada na figura do pedagogo tal como se configurou na Grécia, através do qual o escravo conduzia as crianças até o local onde os preceptores lhes ministravam ensinamentos. Vale ressaltar 30 que os escravos capturados nos frontes de batalhas de seus senhores, ser pedagogo assumia o papel do próprio preceptor. Sua função desde o início era acompanhar periodicamente as crianças, tomando conta delas, isto é, vigiando, controlando, supervisionando todas as suas ações. A evolução histórica, da supervisão educacioanal se dá em diferentes momentos. No primeiro momento de sua história, a supervisão escolar era voltada unicamente para o antigo Ensino Primário. Possuía a competência de inspeção, sendo encarregada de fiscalizar o prédio escolar e a frequência de alunos e professores. No segundo momento, trazendo referências da primeira fase da Revolução Industrial, a ação se caracterizou pela analogia feita entre as escolas – empresas – comércio. No terceiro momento, a ação supervisora se deu através de treinamento e orientação, pois sofreu a influencia das teorias administrativas e organizacionais. Logo depois o supervisor solidifica o vínculo com o poder administrativo das escolas, devendo também “controlar” as atividades docentes de seus colegas. No final da década de 70 e início dos anos 80, a sociedade brasileira começa a ser questionada e a escola sofre influência dos trabalhos de autores nacionais e estrangeiros. Esse movimento levanta indagações a respeito da escola e de sua função na sociedade. Já no final da década de 1980 e início dos anos 90, a escola é enfatizada como local de trabalho, em que o sucesso do aluno não depende somente do conhecimento, de conteúdos, métodos e técnicas. Pensando sobre o trabalho do supervisor, do lado negativo, ou seja, aquilo que ele não é ou deveria ser, Vasconcellos (2002, p. 86 - 87) relata que: “não é fiscal do professor; não é quem entrega os professores para a direção, não é pombo correio, não é coringa / tarefeiro / quebra galho; ... não é generalista (que entende quase nada de quase tudo)”. (VASCONCELLOS, 2002, p.86 – 87) 31 É possível, necessário e vital, pensar que o supervisor não deve se propor a desempenhar as tarefas citadas. Mesmo assim, o seu trabalho deve estar envolvido por todos os acontecimentos da escola, pois a razão do seu fazer é dado pelos fatos que ocorrem na escola e, principalmente, pela ação do professor e aluno. No que se refere o seu papel no sentido positivo, partindo da reflexão individual do supervisor, a ação pedagógica se torna um processo em conjunto buscando a transformação da ação docente. As tarefas rotineiras não serão deixadas de lado, mas consiste em dar uma nova dimensão, reorientação ao trabalho dos agentes. O supervisor passa “de controlador e direcionador para estimulador e sustentador do trabalho docente” (Ferreira, 2002, p. 78). O grande desafio da modernidade é fazer crescer o potencial e a qualificação das pessoas para se alcançar maior compromisso na obtenção dos resultados almejados, criando situações mais favoráveis à inovação e ao aprimoramento pessoal e institucional. Não podendo fugir a essa regra, atualmente a escola exige dos profissionais da educação, como é colocado o supervisor, um saber fazer político e técnico que o habilita a participar da construção da autonomia escolar. Construída a partir da autonomia garantida pela lei, faz com que na discussão do trabalho pedagógico, abram-se amplas perspectivas que estimulam e asseguram a participação de todos: alunos, pais, diretores, professores, funcionários da escola e representantes da comunidade, onde o Supervisor deve ser capaz de liderar não sendo líder e coordenador, sem dar ordens. Trata-se de coordenar o processo de organização das pessoas no interior da escola, buscando a convergência de interesses dos seus vários segmentos, como diz Kuenzer (1999, p. 169 -170): “A mudança da base eletromecânica para a base microeletrônica, ou seja, dos procedimentos rígidos para os flexíveis, atingindo todos os setores da vida social e produtiva nas últimas décadas, passa a exigir o desenvolvimento de habilidades cognitivas e comportamentais, tais como análise, síntese, 32 estabelecimento de relações, rapidez de respostas e criatividade em face de situações desconhecidas, comunicação clara e precisa, interpretação e uso de diferentes formas de linguagem, capacidade para trabalhar em grupo, gerenciar processos, eleger prioridades, criticar procedimentos, resistir respostas, a pressões, avaliar enfrentar mudanças permanentes, aliar raciocínio lógicoformal à intuição criadora, estudar continuamente”. (KUENZER 1999, p. 169 -170) O trabalho dos profissionais da educação, em especial do supervisor educacional é traduzir o novo processo pedagógico em curso na sociedade mundial, elucidar a quem serve, explicitar suas contradições e, com base nas condições concretas, promover necessárias articulações para construir alternativas que ponham a educação a serviço do desenvolvimento de relações verdadeiramente democráticas. Um outro aspecto a ser ressaltado é que na escola convivem pessoas com diferentes tipos de pensamento, necessidades e histórias de vida, o que torna comum a divergência de opiniões. O supervisor escolar dever ter por objetivo tornar o ambiente de trabalho harmonioso, onde se tenha um bom relacionamento, com respeito acima de tudo, para que os processos de ensino e aprendizagem aconteçam com sucesso. Diante das perspectivas de inovação, o supervisor escolar representa uma figura de inovação. Aquele profissional que assume o papel fundamental de decodificar as necessidades, tanto da administração escolar, a fim de fazer com que sejam cumpridas as normas e como facilitador da atividade docente, garantindo o sucesso do aprendizado. 33 CAPÍTULO III O SUPERVISOR NO AMBIENTE ESCOLAR Os Jesuítas deram inicio à organização das atividades educativas no Brasil, e ainda hoje há indícios dessa organização no sistema educacional do nosso país. A escola atualmente em suas práticas educativas ainda reproduzem uma educação que muitas vezes não atendem a real necessidade da comunidade escolar. A ação educativa na sua essência é o meio de agir sobre si próprio e sobre o mundo; sua função de formar pessoas em sujeitos participativos e reflexivos é atribuição da escola. Escola essa, que deve apresentar uma multiplicidade de ideias, ações e diferenças, que antes de tudo devem ser respeitada como ponto de partida para construção de conhecimento significativo. E para que isso aconteça se faz necessário, uma investigação da prática docente e de como a escola se posiciona diante desta realidade. Diante desta reflexão, pode-se afirmar que o supervisor tem um papel importantíssimo neste processo de aprendizagens. É ele que vai fazer todas as ações, que permeiam no interior da escola, estejam em prol do mesmo objetivo, garantia de qualidade naquilo que está se ensinando e garantia de sucesso daqueles que dela necessitam para um desenvolvimento humano e menos desigual. Conforme Lima (2008, p.3): “O desafio que a escola enfrenta atualmente exige da educação, como é colocado o supervisor, uma competência técnica e política que o habita a participar da construção da autonomia escolar construída a partir da autonomia garantida pela lei, isso faz com que na discussão do trabalho pedagógico abram-se 34 amplas perspectivas que estimulem e asseguram a participação de todos”. (LIMA 2008, p.3) Objetivo dessa reflexão é enfocar a necessidade da atuação do supervisor e de como este promove a integração e a articulação de todo o currículo, afim de que o processo educativo se desenvolva de forma sistemática integrada e articulada do trabalho no conjunto. Para entender melhor essa dinâmica, nas próximas linhas, será desvelada através da observação do pesquisador, a ação dos supervisores em duas unidades escolares em dois municípios distintos (Niterói e São Gonçalo ). 3.1. A ação supervisora na Escola Municipal Joaquim Lavoura no Município de São Gonçalo. São Gonçalo, hoje, tem a educação administrada pelo Conselho Municipal de Educação/ Secretaria Municipal de Educação, coordenando 110 escolas (creches, unidades de educação Infantil e 1ºsegmento). A Escola Municipal Joaquim Lavoura situada no Bairro Neves é considerada uma escola de porte médio, atendendo em média 650 alunos (Creche em horário integral a partir de 3 anos e séries iniciais ). Sua estrutura é divida em três pavimentos, atendendo a creche em espaço adaptado no primeiro pavimento. Como toda escola enfrenta desafios para manter uma educação de qualidade. A falta de funcionários é um dos grandes desafios a ser superados pelo dirigente. Referente ao corpo docente, 99% possui graduação na área de educação, entendendo assim, que a formação não é fator relevante para não obtenção de resultados significativos de aprendizagens, pois no último ano o IDEB desta escola não atingiu o resultado esperado pelo sistema de ensino. 35 Mais o que tem haver essas informações com a ação supervisora desta unidade? Sabe-se que o papel do Supervisor é de sua importância no processo educativo, como foi descrito nos capítulos anteriores, em função disso a observação feita referente à ação do Supervisor que atua nesta unidade, fomentará uma reflexão da atual ação, como forma de contribuição não só para os alunos como para os professores. Como RANGEL (2002, p. 58) descreve em seu texto - O estudo como prática de Supervisão – A função, a missão de estudo requer, então, do supervisor a “visão sobre” - a visão geral - de fundamentos, princípios e conceitos do processo didático. Na análise do regimento do Município de São Gonçalo, as atribuições do supervisor de São Gonçalo são abrangentes, entretanto o supervisor da escola aqui em questão, Escola Municipal Joaquim Lavoura, ainda está atrelada a uma ação mais burocrática e fiscalizadora. No Regimento pode-se ler no : Art. 121 As atividades de supervisão Educacional são exercidas por profissionais devidamente habilitados, sendo lotados na secretaria Municipal de Educação. Art. 122 [...] Parágrafo Único. Ação do supervisor Educacional dar-se-á prioritariamente, de modo preventivo e sob forma de orientação, visando a promover o desenvolvimento da autonomia, da integração, envolvendo-se no processo educativo de forma global como elemento integrante e integrador do grupo de trabalho, buscando superar conflitos substanciais e desvios que possam comprometer a regularidade dos estudos dos alunos e a eficácia do processo educacional. 36 Art.123 São atribuições do Supervisor Educacional: I - Acompanhar e orientar o Processo Pedagógico das Unidades de Ensino; II - Atuar como elemento de ligação entre a equipe central da secretaria Municipal de Educação e a Unidade Escolar em assuntos de sua competência; III – Divulgar normas e orientar a Unidade Escolar no que se refere ao cumprimento do Regimento Escolar e demais legislações vigentes; IV – Verificar o integral cumprimento do Calendário Escolar do ano letivo; V – Verificar a organização e permanente atualização da escrituração escolar e a funcionalidade dos arquivos; VI – Examinar periodicamente os diários de classe, por amostragem, para verificar: a) se os alunos relacionados estão devidamente matriculados; b) se os dias letivos e carga horária estão condizentes como o plano curricular e com o Calendário Escolar; 37 c) se a frequência está sendo registrada e se os conteúdos anotados correspondem aos dias letivos registrados no período. alunos, através de exame dos documentos constantes das pastas individuais, analisando casos de matrículas, classificação e reclassificação de alunos, juntamente com a equipe técnico-pedagógica e administrativa; VII - Examinar, com vista à expedição, os certificados e os registros da vida escolar de alunos concluintes do Ensino Fundamental; IX – Integrar a comissão de recolhimento de arquivos ou de apuração de irregularidades no estabelecimento, quando for o caso; X_ Participar de iniciativas que visem ao crescimento profissional tais como seminário, cursos, plenária do Conselho Municipal de Educação; XI – Participar das reuniões da secretaria Municipal de Educação. Ao analisar o documento, as atribuições por ele definido, permitem vislumbrar uma ação supervisora que atende as demandas da escola atual, cujas atribuições são de compromisso e total interação com a unidade escolar. Mas é fato o que está no papel nem sempre é executado com exatidão na prática. A supervisão do Município de São Gonçalo na prática apresenta ações voltadas para base tecnicista, atuando somente na secretaria da escola 38 verificando: pastas de alunos; diário; situação da unidade de ensino etc.; esquecendo das outras atribuições que também são citadas no Regimento como, por exemplo, no artigo 123, parágrafo I que diz: Acompanhar e orientar o Processo Pedagógico das Unidades de Ensino. Os professores desta unidade se sentem desprotegidos e muitas vezes desanimados. Apesar de ter uma Orientação Pedagógica que atua diretamente na escola (cargo de confiança do diretor) as necessidades da comunidade escolar não são supridas de forma satisfatória. A função de Orientador Pedagógico exerce atribuições de um Supervisor escolar, com um diferencial; esse por ser um cargo comissionado, sua atuação não é tão autônoma, como seria de um supervisor, talvez deva a isso tamanhas críticas a ação supervisora por parte do corpo docente. Todavia, a ação supervisora encontra entraves ou obstáculos à sua efetiva atuação por uma ausência de especialidade da função. O professor do município de São Gonçalo parece não saber ao certo as funções de um supervisor, e essa falta de conhecimento gera interpretação equivocada de seu papel dentro da escola. Como diz Villas Boas (2003): “Também a prática da supervisão exige, de parte do supervisor, uma constante avaliação crítica do seu próprio desempenho e um esforço continuado de aperfeiçoamento como técnico e como pessoa. Só dessa forma conseguirá a mobilização das energias dos professores no sentido dos objetivos educacionais perseguidos”. (VILLAS BOAS, 2003) Sendo assim cabe a este profissional, rever sua prática e atender as demandas da escola que precisa mais do que nunca, apoio no sentido coletivo. Com isso, os alunos ganham qualidade no que está se aprendendo, o 39 professor ganhe apoio e direcionamento para aquilo que está se ensinando, e todos juntos alcançam o um único objetivo que deve permear toda ação educativa dentro da escola : garantir o ensino de qualidade. 3.2. O Supervisor Educacional e suas atribuições na Escola Municipal de Niterói Dom José Pereira Alves. A escola Dom José Pereira é uma escola pública de Niterói, situada na comunidade da Vila Ipiranga Bairro Fonseca, com número aproximadamente 360 alunos, atendendo do 1º ao 5º ano. A comunidade na qual ela está inserida é bastante carente e com grau de violência bem acentuado (área de risco). Os alunos apresentam grandes dificuldades de aprendizagens e a família na maioria dos casos não é presente na vida escolar de seus filhos. Os professores que ali atuam tentam desempenhar da melhor forma seu papel. Consciente de sua função recebe apoio e orientações do Supervisor Educacional. Esse profissional do Município de Niterói, especificamente na Escola Dom José Pereira Alves, tendo suas atribuições definidas no Estatuto dos Funcionários Públicos Municipais de Niterói no artigo 3 do – cargo: Supervisor Educacional: 3.1-Descrição sintética: Compreende o cargo que se destina a planejar, coordenar, orientar, supervisionar, avaliar e reformular as ações pedagógicas nas Unidades Escolares Municipais, e manter a articulação com os demais componentes do sistema educacional, a fim de assegurar a regularidade no desenvolvimento do processo educativo. 40 È exatamente essa descrição sintetizada que o profissional desta unidade executa com amplitude de comprometimento ao processo educativo. Suas visitas são periódicas trazendo sempre algo que gere reflexão e soluções que amenizam a ansiedade dos professores que muitas vezes, tão sozinhos se “endurecem” nessa trajetória educacional como educador. A afetividade, o respeito estão sempre nessas ações, isso fortalece o corpo docente da escola e o ajuda a enfrentar os desafios que surgem ciente de que este escola está situada em uma comunidade muito difícil de trabalhar. O esclarecimento sobre a atuação desse profissional no contexto que ele atua, é que faz repensar o papel desse supervisor e a importância que exerce no papel social e político dentro desta unidade escolar. A supervisão escolar, com ações conjuntas com o professor e, buscando qualificação dos mesmos, qualifica também o espaço que está inserido, que é a escola. Pela importância da escola exercida na vida do ser humano e pelo valor e significado que exerce o professor na vida de todos que participam da escola, é que aprimoramento “A do supervisão ensino está para o gradativamente aprimoramento se da movendo do aprendizagem” (PRZYBYLSKI,P.15) Algumas atribuições definidas no regimento revelam o pensamento do autor anteriormente citado como: • Orientar o corpo docente no desenvolvimento de suas atividades profissionais através de assessoria técnico-pedagógica; • Orientar e supervisionar a aplicação de métodos, técnicas e procedimentos didáticos bem como a execução de planos e programas estabelecidos; 41 • Avaliar o processo educacional e a eficácia dos métodos de ensino empregados participando dos conselhos de classe examinando providenciando as relatórios e reformulações adequadas; • Planejar e capacitação divulgar e atividades aperfeiçoamento de dos professores, realizando em serviço ou ministrando aulas contribuam para e o palestras, que desenvolvimento qualitativo do recurso humano de cada escola que atua. Diante de algumas atribuições mencionadas acima, do supervisor do Município de Niterói, pode identificar a preocupação de delinear a função supervisora do município atribuindo a ela um caráter mediador entre as políticas educacionais oficiais e sua efetiva implementação na unidade escolar. Esse delinear da função e da conscientização desses profissionais, é que o seu papel vai sendo desenvolvido em prol de uma qualidade educacional, que fará a diferença na vida escolar dos alunos. E estes alunos se tornarão seres humanos críticos e reflexivos na sociedade. 42 CONCLUSÃO O desenvolvimento da sociedade moderna representa motivos de muita reflexão, principalmente pelo fato de que a área educacional possui muitos problemas e que diretamente vinculam-se as demais atividades sociais, visto que são tais profissionais, que irão atuar juntos no mercado de trabalho. Existe uma preocupação com a formação humana e com a forma com que o educando vem obtendo o conhecimento científico. Acredita-se na viabilidade de fazer do ambiente escolar um espaço construtivo, que desperte o interesse do educando para aprender e fazer juntamente com os seus pares. Acredita-se que existem falhas no sistema educacional e a melhor maneira de redimensionar o trabalho, é assumir o compromisso de fazer do trabalho educacional uma meta a ser atingida por todos. O que de forma alguma é admissível manter as velhas políticas de submissão, onde toda estrutura escolar submetia-se aos interesses da classe dominante. Sem dúvida, é vital a presença do supervisor, como investigador da capacitação docente, destacando a necessidade de adquirir conhecimento e condições de enfrentar as dificuldades próprias de sua profissão, como também, estar preparado para administrar as constantes mudanças no contexto escolar. A supervisão educacional tem uma importante responsabilidade no sistema educacional brasileiro e, fundamentalmente, na escola, desde que compromissada com a formação de qualidade, e como elemento que precisa subsidiar novas políticas públicas a partir de sua experiência entendida como práxis. Diante dessas reflexões conclui-se que apesar de todas as dificuldades que a Supervisão enfrentou e enfrenta, a ação Supervisora no interior da 43 escola é de suma importância para o processo educativo. Cada profissional, como foi apresentado nesse trabalho, no espaço que atua, cada qual desempenhando funções que foram construídas ao longo dos anos, fortalecendo o desempenho do professor, aluno, pais e todos da escola. É nesse contexto que todos os profissionais que atuam na escola, precisam desempenhar suas funções como objetivo coletivo de garantir ao aluno uma educação digna e formativa de um cidadão consciente de suas ações. 44 BIBLIOGRAFIA 1. ALARCÃO. Isabel. Escola reflexiva e supervisão: uma escola em desenvolvimento e aprendizagem. Porto: Porto, 2001. 2. ALVES, Nilda. “ A Prática Política do “Supervisor Educacional” in Cadernos do Cedes nº. 6, São Paulo, Cortez Editora,1982. 3. ALVES, Nilda [Coord.]. Educação e Supervisão: O trábalo coletivo na Escola. 2ª ed. São Paulo: Cortez Autores asociados, 1985. 4. Carta Regimento do Sistema Escolar Pública Municipal de Niterói. Aprovado na Sessão Plenária do Conselho Municipal de Educação de Niterói, em 16/12/2002, através da Deliberação CME nº 006/02, publicado em 02/04/03, Niterói, Rj, 2003. 5. FÁVERO, M.L.A. Vinte e cinco anos de reforma universitária. Um balanço. Proedes/ UERJ – Série de estudos. Nº 12. Rio de Janeiro, 1993. 6. FERREIRA, Naura Syria Carapeto. Supervisão educacional: uma reflexão crítica. Petrópolis: Vozes, 2009. 7. FERREIRA, Naura Syria Capareto. Supervisão Educacional: novas exigências, novos conceitos, novos significados. Campinas: Papirus, 2001. 8. FERREIRA, Naura Syria Capareto. (Org.); DOURADO, Luiz F.; KUENZER, Acácia Z. et al Supervisão Educacional por uma escola de qualidade. São Paulo: Cortez, 2001. 9. FRANCO, M.A.S. Pedagogia como ciência da Educação. Campinas: Papirus Editora, 2003. 10. GANDIN, Danilo. Planejamento como prática educativa. São Paulo: Loyola, 1983. 11. GARCIA, R.L. e Alves, N. O fazer e o pensar dos Supervisores Educacionais. São Paulo: Loyola, 1986. 45 12. KUENZER, Acácia. As políticas de formação: A constituição da identidade do professor sobrante”. Educação & Sociedade nº 68 / Especial, ano XX, DEZ. 1999. 13. LIBANÊO, José Carlos. Pedagogia e Pedagogos para quê? 6ª ed. São Paulo: Cortez, 2002. 14. MEDEIROS, M. F. Nove olhares sobre a supervisão. Campinas, SP: Papirus,1997. 15. NÉRICI, Inídeo G. Introdução à Supervisão Escolar. São Paulo: Atlas, 1973. 16. 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São Paulo: Libertad, 2002. 46 ÍNDICE FOLHA DE ROSTO 2 AGRADECIMENTO 3 DEDICATÓRIA 4 RESUMO 5 METODOLOGIA 6 SUMÁRIO 7 INTRODUÇÃO 8 CAPÍTULO I HISTORIANDO A SUPERVISÃO ESCOLAR NO BRASIL 11 CAPÍTULO II A IMPORTÂNCIA DA PEDAGOGIA E O PAPEL DO SUPERVISOR 23 2.1 - a importância da pedagogia e o papel do supervisor 23 2.2 – A importância do papel do supervisor 29 CAPÍTULO III O SUPERVISOR NO AMBIENTE ESCOLAR 33 3.1. A ação supervisora na Escola Municipal Joaquim Lavoura no Município de São Gonçalo. 34 3.2. O Supervisor Educacional e suas atribuições na Escola Municipal de Niterói Dom José Pereira Alves. 39 CONCLUSÃO 42 BIBLIOGRAFIA 44 ÍNDICE 46 47 FOLHA DE AVALIAÇÃO Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes Título da Monografia: As “faces” do supervisor no ambiente escolar Autor: Elma Soares Pinto Data da entrega: 27 de janeiro de 2011. Avaliado por: Mary Sue Pereira Conceito: