Nota de Imprensa Vereadores do PS na Câmara Municipal de Ponta Delgada Chumbam Orçamento de Berta Cabral para 2005 Junto enviamos síntese da declaração de Voto dos Vereadores do PS «Uma análise, mesmo que sumária, ao Plano para 2005 da C.M.P.D. revelará que uma boa parte das medidas que constituíram as promessas da campanha eleitoral ficarão mais uma vez por cumprir, apesar de algumas constarem como despesas previstas desde 2001 em todos os planos. Facilmente se verifica que a política do executivo camarário coloca a tónica nas funções económicas em detrimento das sociais, não aprofundando assim a acção social da Autarquia. Este facto torna-se evidente ao constatarmos que em 2003, as Funções Sociais representavam 58,7% das despesas inscritas no documento “Grandes Opções do Plano”, para em 2005 terem uma percentagem de 44,8. Em contrapartida, as Funções Económicas sofrem uma tendência inversa: passam de uma representatividade de 10,93% (2003) para 44,8% em 2005. Visível é também esta linha de orientação quando se verifica que o orçamento prevê para a Divisão de Acção Social 1,1% da sua totalidade (quando em 2003 tinha uma percentagem de 3,7); contudo, para o Departamento de Obras, o orçamento da despesa sobe de 51,7% (2003) para 52,3% (2005). Apesar da prioridade da construção sobre a acção social, o Executivo camarário ainda não cumpriu a promessa de construção de pelo menos 1000 fogos, e todos os que mais fossem necessários, tal como não assinou os protocolos de cooperação com as IPSS de modo a garantir as necessidades de acompanhamento social. E é precisamente neste apoio social que é preciso apostar, já que a Autarquia parece insensível aos problemas e necessidades gerados pelos realojamentos dos bairros da Rosinha e da Canada do Peixe Assado, fruto do modo como esse realojamento foi feito e da tipologia de habitação escolhida. Quase atingida a sua capacidade máxima, ainda não existe nesses bairros o equipamento necessário de apoio às famílias, em particular às mães trabalhadoras, nem redes de transportes para as crianças na escolaridade obrigatória. Falta um programa, contínuo e integrado, que assegure o processo de inserção social das famílias realojadas e a realojar. Aliás, a preocupação em construir é também patente nas muitas autorizações dadas para construção em altura, particularmente na zona de S. Pedro, mas também aí a Câmara esquece o apoio social ao não promover a criação de equipamentos de apoio a um grande número de famílias que vai ocupando a periferia da Cidade, nomeadamente creches e escolas básicas. 1 A primazia da componente económica face à social é visível até na tão prometida e não cumprida descentralização de medidas e iniciativas nas mais diversas áreas de intervenção. Por exemplo, se no que diz respeito à construção e reparação de vias, jardins, pracetas ou paragens de autocarro, as verbas são transferidas para as juntas de freguesia, já em relação aos serviços de apoio à família, crianças e idosos essa descentralização não acontece, pautando-se pela não criação de creches, ATLs ou centros de idosos ou ainda com a falta de promoção da presença de um médico; tudo isto para cada uma das freguesias do Concelho, conforme o prometido. Tão pouco a descentralização administrativa foi conseguida no que se refere à desburocratização e apoio aos cidadãos das diferentes freguesias – por exemplo, ficaram esquecidas as prometidas videoconferências entre as juntas de freguesia e a sede de Concelho. A linha de conduta da Câmara que se pauta pelo primado da componente económica sobre a social e pela centralização e concentração de investimentos, nas mais diversas áreas, na cidade de Ponta Delgada, reflecte-se igualmente num conjunto de medidas na vertente cultural e desportiva, ou melhor na sua ausência, já que os prometidos polidesportivos e relvados sintéticos nas diferentes freguesias não foram construídos, não se facilitando o acesso e a participação de todos os cidadãos. Acontecendo o mesmo na componente cultural, faltando uma política de descentralização de eventos, eventos estes que acontecem, quase exclusivamente, no espaço urbano. E este mesmo espaço urbano, devido às políticas camarárias, pauta-se pela desorganização e pela insegurança. A concentração do desenvolvimento económico e social na zona urbana, leva a um muito maior congestionamento do tráfego que não foi colmatado nem pela criação de parques de estacionamento em números necessários e nas localizações precisas, nem na criação da central de camionagem nem na articulação entre o serviço de mini-bus e de autocarros. No que se refere ao capítulo da segurança dos cidadãos, foram também esquecidas medidas de combate à criminalidade, tal como o foram a construção de novas esquadras e a criação da polícia municipal. Não é possível continuar a desprezar o desenvolvimento social integrado. Aliás, são munícipes integrados socialmente que podem fazer crescer, a todos os níveis, este Concelho. Há que apostar na diversidade cultural e na descentralização de iniciativas e serviços de modo a que o desenvolvimento integrado e ordenado do Concelho seja possível e represente uma realidade para todos.» Ponta Delgada, 29 de Novembro de 2004 O Gabinete de Comunicação do PS/Açores 2