XII CONGRESSO DE ECOLOGIA DO BRASIL
DESCARTE INADEQUADO DAS BATERIAS DE CELULARES:
UM PROBLEMA PARA A EDUCAÇÃO AMBIENTAL DA
CONTEMPORANEIDADE
Jhonatan Wendell Tavares Ferreira – Instituto Federal de Ciências, Educação e Tecnologia do Maranhão
Campus Monte Castelo, DAB – Departamento Acadêmico de Biologia, São Luís, MA. [email protected]
Alessânia Silva de Lucena – Instituto Federal de Educação Ciência e tecnologia do Maranhão Campus Monte
Castelo – Departamento Acadêmico de Biologia, São Luís, Ma.
Isabela Vieira dos Santos Mendonça – Orientadora – Professora Doutora do Instituto Federal de Ciências,
Educação e Tecnologia do Maranhão Campus Monte Castelo, DAB – Departamento Acadêmico de Biologia, São
Luís, MA.
INTRODUÇÃO
Desde o surgimento do ser humano na terra, assim como os outros seres viventes, o homem exerce uma ação sobre
as comunidades naturais a que ele pertence (PORST, 1973). Com o passar dos anos e com o advento do
desenvolvimento dos recursos tecnológicos, a manutenção da vida na terra tornou-se mais difícil, principalmente,
devido a um fenômeno típico da sociedade de risco muito comum na modernidade: a falta de conscientização
ambiental (LOUREIRA et. all, 2006), pois tal manutenção depende do ambiente, dos seres vivos e da sua interrelação. A fabricação de equipamentos eletrônicos e elétricos, na atual conjuntura, representa o campo da indústria
que mais cresce no Brasil. Em consonância a essa larga produção, observa-se o aumento descontrolado da geração
de resíduos destes equipamentos (SCHWARZER e col., 2005) que traz consigo um grande questionamento: Para
onde vai toda esta geração de resíduos produzidos? Encontrasse inúmeras baterias de celular no meio dos grandes
lixões das metrópoles do país, causando um dano ambiental irreparável. Dano ambiental é qualquer tipo de lesão ao
meio ambiente resultante da ação humana (OLIVEIRA, 1995). Com o avanço da tecnologia da telefonia celular
este assunto passa a ter grande relevância para a educação ambiental, pois há ainda, uma grande falta de informação
por parte de seus usuários sobre os danos que o descarte inadequado do aparelho celular ou parte dele causa ao
ambiente e ao próprio homem e das relações sociedade/natureza (QUERRA; CUNHA, 2008).
As baterias de celular possuem, geralmente, substâncias químicas perigosas como o negro de acetileno, cloreto de
amônia e o cádmio que ocupa o sétimo lugar no ranking de substancias mais tóxicas com risco de causar danos ao
homem, além de metais pesados tais como: manganês, zinco e chumbo (WIDMER e col., 2005). Segundo as
normas da NBR 10.004/2004 o cádmio e o chumbo são metias altamente tóxicos e estão enquadrados dentro da
classe I, os perigosos, corrosivos, tóxicos, reativos e patogênicos. A poluição[1] de rios, solos, lençóis d’água
subterrâneos por tais substâncias é alarmante, pois estes elementos são bioacumulativos podendo permanecer no
ambiente durante milhões de ano e entrarem na cadeia alimentar de inúmeros animais causando várias doenças.
Nos seres humanos tais substâncias podem provocar câncer de pele, danos na coluna vertebral levando o indivíduo
a paralisia, podendo comprometer o sistema nervoso, os rins e fígado. Em contato com rios e fontes pode tornar as
mesmas inutilizáveis para beber e irrigar, chegando a matar e prejudicar peixes e outras formas de vida aquática.
OBJETIVO
Promover uma educação ambiental para a população jovem alertando quanto ao risco e a importância de se fazer o
descarte de maneira correta das baterias de telefones celulares.
METODOLOGIA
A pesquisa bibliográfica foi realizada nas bibliotecas do Instituto Federal de Ciências, Educação e Tecnologia do
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Maranhão Campus Monte Castelo e Universidade Federal do Maranhão. Em seguida foram planejadas e
ministradas palestras de conscientização ambiental na escola UEB “Sá Valle”, localizada no bairro do Anil na
cidade de São Luís – MA. As palestras foram realizadas nos turnos matutino e vespertino, com média de 01h30min
de apresentação por turno. Os palestrantes utilizaram de recursos audiovisuais para dinamizar a exposição,
priorizando um diálogo aberto e informal deixando os adolescentes, o público alvo, mais a vontade e receptivos ao
tema abordado.
RESULTADOS
Após as palestras foram formados grupos que ficaram responsáveis pela coleta das baterias dos celulares dos
estudantes da escola. Este grupo distribuiu na escola lixeiros específicos com informações sobre o descarte correto.
Outro grupo fez o levantamento pela internet sobre os pontos de coleta deste material na cidade de São Luís – MA
e divulgaram para toda escola os achados da pesquisa.
DISCUSSÃO
Diante da gravidade da situação o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) aprovou uma resolução, PL 4.178/98,
no Congresso Nacional atribuindo aos fabricantes de celular a responsabilidade pela coleta das baterias. Mesmo
existindo locais nos quais acontecem coletas seletivas na cidade de São Luís – MA, onde o descarte deste lixo
tóxico, é realizado de modo que não ocorram vazamentos de metais, muitos jovens e adolescentes não sabiam da
existência de pontos estratégicos de coleta das baterias de celulares espalhados na cidade e que alguns ignoravam o
tema supracitado.
CONCLUSÃO
Nas últimas décadas uma grande preocupação sobre a preservação da natureza esta sendo disseminada por veículos
de comunicação de massa. Hoje já podemos ver programas de coletas em pontos comerciais espalhados em todo o
país, outro avanço foi a publicação da resolução Conama 257, editada em 1999 (BRASIL, 1999), que normatizou a
forma/padrão do descarte correto das baterias de celular a nível nacional. As ideias geradas e transmitidas
progressivamente à população serão à base da conscientização quanto à importância deste tema, pois o estado do
meio ambiente resulta do processo histórico da interação (des)harmoniosa dos humanos com o restante da
natureza.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABNT (2004). NBR 10.004. Resíduos sólidos – Classificação. Associação Brasileira de Normas Técnicas. Rio
de Janeiro, 71.
BRASIL. Resolução CONAMA nº 257/99, de 30 de junho de 1999. Estabelece que pilhas e baterias que
contenham em suas composições chumbo, cádmio, mercúrio e seus compostos, tenhamos procedimentos de
reutilização, reciclagem, tratamento ou disposição final ambientalmente adequados. Diário Oficial da União,
Brasília, DF,22 jul. 1999. p. 039. Disponível em: . Acesso em: 25 de abril de 2015.
LOUREIRO, Carlos Frederico Bernardo; LAYRARGUES, Philippe Pomier; De Castro, Ronaldo Sousa. Sociedade
e meio ambiente. 4ª ed. São Paulo: editora Cortez, 2006.
MILLER, G. Tyler. Ciência Ambiental. Tradução: All Tasks – São Paulo: editora Cengage Learning, 2011.
OLIVEIRA, E. M. Educação ambiental: uma possível abordagem. Brasília: IBAMA, 1995.
QUERRA, Antonio José Texeira; CUNHA, Sandra Battisea da. A Questão Ambiental: diferentes abordagens. 4ª
ed. Rio de Janeiro: editora Bertrand Brasil, 2008.
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SCHWARZER, S. et al. E-waste, the hidden side ofIT equipment’s manufacturing and use. Geneva:UNEPE,
2005.
WIDMER, R. et al. Global perspectives on e-waste.Environmental Impact Assessment Review, NewYork, v.
25, n. 5, p. 436-458, 2005.
[1] É qualquer acréscimo ao ar, á água, ao solo ou ao alimento que ameace a saúde, a sobrevivência ou as
atividades de seres humanos ou de outros organismos vivos (MILLER, 2011).
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