Clayton Ferreira Dal Pozzo
Fragmentação socioespacial
Análise das práticas socioespaciais dos sujeitos
auto-segregados em Presidente Prudente - SP
Presidente Prudente
2008
Clayton Ferreira Dal Pozzo
Fragmentação socioespacial:
Análise das práticas socioespaciais dos sujeitos
auto-segregados em Presidente Prudente - SP
Monografia
apresentada
para
conclusão do Curso de Bacharelado em
Geografia da Faculdade de Ciências e
Tecnologia de Presidente Prudente da
Universidade
Estadual
Paulista
(UNESP), sob a orientação de Maria
Encarnação
Beltrão
Sposito
(Departamento de Geografia)
Presidente Prudente
2008
D138f
DAL POZZO, Clayton Ferreira
Fragmentação socioespacial : análise das práticas socioespaciais
dos sujeitos auto-segregados em Presidente Prudente - SP / Clayton
Ferreira Dal Pozzo. - Presidente Prudente: [s.n], 2008
215 f.
Trabalho de conclusão (Bacharelado – Geografia) - Universidade
Estadual Paulista, Faculdade de Ciências e Tecnologia
Orientadora: Maria Encarnação Beltrão Sposito
Banca: Eda Maria Góes, Carlos Roberto Loboda
Inclui bibliografia
1. Produção do espaço. 2. Segregação socioespacial. 3.
Fragmentação socioespacial. I. Autor. II. Título. III. Presidente
Prudente - Faculdade de Ciências e Tecnologia.
CDD(18.ed.) 910
Ficha catalográfica elaborada pela Seção Técnica de Aquisição e Tratamento da
Informação – Serviço Técnico de Biblioteca e Documentação - UNESP, Câmpus de
Presidente Prudente. [email protected]
Termo de Aprovação
Clayton Ferreira Dal Pozzo
Fragmentação socioespacial:
Análise das práticas socioespaciais dos sujeitos
auto-segregados em Presidente Prudente - SP
MONOGRAFIA APROVADA COMO REQUISITO PARCIAL PARA OBTENÇÃO DO
GRAU DE BACHAREL EM GEOGRAFIA, DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
“JÚLIO DE MESQUITA FILHO”, PELA SEGUINTE BANCA EXAMINADORA:
Presidenta e Orientadora: Prof.a Dr.a Maria Encarnação Beltrão Sposito
2a Examinadora: Prof.a Dr.a Eda Maria Góes
3º Examinador: Prof. Ms. Carlos Roberto Loboda
Presidente Prudente, julho de 2008.
À minha mãe, Risecler Ferreira de Souza,
pelo apoio e carinho, dedico este trabalho.
Agradecimentos
Como é de se esperar, a realização de um trabalho acadêmico, por mais que
pareça solitário no pensamento e na execução de seu plano de redação, dá-se
sempre pelo apoio, auxílio e estímulo de vários colegas, seja pela ajuda material,
seja pela ajuda na realização dos trabalhos de campo e, principalmente, pelos ricos
diálogos estabelecidos para trocas de experiências e renovação do fôlego para a
continuidade da pesquisa.
Por isso, agradeço a todas as pessoas que, direta ou indiretamente,
contribuíram para a realização deste trabalho e, conseqüentemente, para a minha
formação acadêmica.
Primeiramente, agradeço a Professora Carminha pelo exemplo enquanto
pesquisadora e trajetória acadêmica, pela orientação desde o segundo ano do curso
de graduação em Geografia na FCT-Unesp/Presidente Prudente, pela liberdade na
execução deste trabalho, pela atenção dispensada às nossas demandas (que não
são poucas) e, como não poderia deixar de esquecer, pelas confraternizações,
sempre animadas, que organiza.
Agradeço aos amigos Vitor Koiti Miyazaki, Fernanda Correia Silva,
Washington Lincon da Costa, Fabrícia Mitico Ikuta e Ricardo Milani que, mais
diretamente, contribuíram para a realização deste trabalho.
Agradeço aos amigos Jean Pierre (o Santo), Antônio (Tonhão), Neto, Clóvis,
Bianchi, João Paulo, Ricardo Devides, Maia, Marcos (o Abecê), Éden, Andréia,
Alessandra (a mãe), Tiago Lira, Leandro Bruno, Antônio Bernardes, Elias Noronha
que, cada um à sua maneira e no seu tempo, contribuíram para a minha formação e
para que eu vislumbrasse parte da diversidade intelectual que é possível comportar
naquilo que chamamos de “Universidade”.
Agradeço a todos os professores, sobretudo do Departamento de Geografia,
pelos seus ensinamentos e compartilhamento de suas experiências sobre a
Geografia, na qual foram fundamentais para a minha formação.
Agradeço a todos os professores e colegas vinculados ao GAsPERR pela
convivência quase que diária de alguns espaços permitindo o estabelecimento de
um ambiente agradável para troca de informações e de experiências individuais e
coletivas.
Agradeço aos meus pais - Alécio Dal Pozzo e Risecler Ferreira de Souza - e
meus irmãos - Cléia, Michelle, Alécio (o Nego) e Maxwell, pelos ensinamentos, pelas
lembranças dos bons momentos juntos e por tudo aquilo que nos une enquanto uma
“grande família”.
Agradeço ao CNPq/IC e à FAPESP, importantes agências de fomento a
pesquisa, na qual financiaram nossa Iniciação Científica.
Por fim, agradeço a Elizandra Rissioli que me acompanhou nessa trajetória
e, sobretudo, por acreditar que a realização de nossos sonhos é possível.
“Os geógrafos, ao lado de outros cientistas sociais,
devem se preparar para colocar os fundamentos de
um espaço verdadeiramente humano, um espaço
que una os homens por e para seu trabalho, mas
não para em seguida os separar entre classes, entre
exploradores e explorados”
Milton Santos
Resumo
Os deslocamentos dos moradores dos loteamentos fechados e condomínios
horizontais para a realização de atividades econômicas e relativas à vida social, ao
serem observados e analisados, permitem-nos verificar o estabelecimento de
práticas socioespaciais distintas quanto às formas de uso e de apropriação do
espaço urbano em uma cidade média como Presidente Prudente no interior do
Estado de São Paulo. Análises mais pormenorizadas dessas práticas evidenciam
níveis de fragmentação socioespacial, aos quais se associam representações
diferenciadas do que é a cidade e de concepções de novos valores urbanos
segundo níveis socioeconômicos e segundo modos diferenciados de organização da
vida diária. O que se percebe, incluso pela realização de entrevistas que vem sendo
feitas pela pesquisa maior “Urbanização difusa, espaço público e insegurança
urbana” à qual se associa essa Monografia, é que, do ponto de vista territorial,
verifica-se a fragmentação socioespacial. Do ponto de vista espacial, os fluxos
intensos, propiciados pela circulação por veículos automotivos, prevalentemente
realizada pelos moradores dos loteamentos fechados, é que eles se integram
espacialmente ao conjunto da cidade, pelo elevado grau de acessibilidade ao
conjunto de seus equipamentos, ainda que isso não signifique integração social ou
convivência com as diferenças.
Palavras-chave:
Produção
do
espaço
urbano;
Segregação
Fragmentação socioespacial; Centralidade urbana; Cidade média.
socioespacial;
Sumário
Introdução.....................................................................................................................................................
19
1.
A cidade e os espaços auto-segregados ……………........................................................................
24
1.1 Fragmentação socioespacial: processos e formas …………………………………………………
25
1.2 Fragmentação socioespacial enquanto elemento de um processo histórico recente ...............
29
1.3. Caracterização socioeconômica do entorno dos espaços auto-segregados ……......................
31
1.4. Formação e caracterização dos espaços auto-segregados ......................................................
45
1.5. A definição de grupos de espaços auto-segregados ...................………………………………...
70
1.5.1. Perfil socioeconômico dos sujeitos auto-segregados …....................................
73
1.5.2. Da “cidade aberta” a “cidade fechada”……........................................................
87
Os espaços auto-segregados e a cidade ..........................................................................................
96
2.1. Avaliações sobre localização e acessibilidade ….………………………………………………….
97
2.
$. Práticas socioespaciais dos moradores auto-segregados: o consumo de bens e de serviços
106
2.3. Práticas socioespaciais dos moradores auto-segregados: o lazer e o tempo livre. ...................
119
2.4. Práticas socioespaciais dos moradores auto-segregados: o trabalho, as profissões e os
deslocamentos ……………………………………………………………………………………………….
126
2.5. Práticas socioespaciais dos moradores auto-segregados: o ensino básico, o ensino superior
e as atividades educativo-recreativas …………………………………………………………………….
132
2.6. O Centro, os Shopping centers e o ciberespaço: novos hábitos de consumo ………………….
144
2.7. Considerações sobre o uso e apropriação do espaço urbano Prudentino ……..………………..
151
Perspectivas e rupturas de um novo modo de vida urbano ……………………………………………
154
3.1. As razões pela opção por espaços auto-segregados ………………………………………..…….
155
Considerações finais: Fragmentação socioespacial em Presidente Prudente? …..….………………………..
170
Apêndice I: Notas sobre algumas etapas do desenvolvimento da pesquisa …………………………………
177
Referências .....................................................................................................................................................
197
3.
LISTA DE ANEXOS
ANEXO A - Modelo de carta de apresentação enviada para os moradores de loteamentos fechados e de
condomínios horizontais de Presidente Prudente – SP _________________________________________ 201
ANEXO B - Modelo de questionário aplicado junto aos moradores de loteamentos fechados e de
condomínios horizontais de Presidente Prudente – SP _________________________________________ 202
ANEXO C – Ficha para o levantamento do uso do solo urbano no entorno dos loteamentos fechados e
condomínios horizontais habitados em Presidente Prudente – SP ________________________________
205
ANEXO D – Publicidade do loteamento fechado Porto Seguro Residence & Resort em processo de
implantação em Presidente Prudente – SP __________________________________________________
206
ANEXO E – Publicidade do loteamento fechado Porto Seguro Residence & Resort ___________________ 207
ANEXO F – Publicidade do Residencial Saint Moritz ___________________________________________ 208
ANEXO G - Publicidade do Residencial Quinta das Flores ______________________________________ 209
ANEXO H - Publicidade do Residencial Quinta das Flores ______________________________________
210
ANEXO I – Malha urbana de Presidente Prudente com localização dos Bairros, dos loteamentos fechados
e dos condomínios horizontais ___________________________________________________________
211
ANEXO J – Informativo do Residencial Quinta das Flores publicado em jornal local __________________
212
ANEXO L - Publicidade do Residencial Quinta das Flores _______________________________________ 213
ANEXO M – Diferentes fases da construção da Avenida Miguel Damha ____________________________ 214
ANEXO N – Publicidade do Residencial Quinta das Flores ______________________________________ 215
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Presidente Prudente: Média do número de moradores e número de empregadas domésticas
por domicílios particulares permanentes (por setor censitário) ___________________________________
37
Quadro 2 - Presidente Prudente: Média do rendimento nominal mensal e média do número de anos de
estudos das pessoas responsáveis por domicílios particulares permanentes (por setor censitário) _______
41
Quadro 3 – Presidente prudente: Ano de implantação e Área total por loteamento fechado e condomínio
horizontal _____________________________________________________________________________
46
Quadro 4 – Presidente prudente: Área total da superfície de uso habitacional por loteamento fechado e
condomínio horizontal ___________________________________________________________________
60
Quadro 5 – Presidente prudente: Total de área de lazer por loteamento fechado e condomínio horizontal _
60
Quadro 6 – Presidente prudente: Tamanho médio dos lotes e das unidades habitacionais _____________
65
Quadro 7 – Presidente Prudente: Distribuição das superfícies segundo o uso por loteamento fechado e por
condomínio horizontal (em percentual) _____________________________________________________
66
Quadro 8 – Presidente prudente: Tamanho médio das habitações em loteamentos fechados e
condomínios horizontais
___________________________________________________________________________
68
Quadro 9 – Presidente Prudente: Questionários encaminhados e coletados junto aos moradores de
loteamentos fechados e condomínios horizontais _____________________________________________
73
Quadro 10 – Presidente Prudente: Uso do telefone residencial e celular por família (por grupo) _________
73
Quadro 11 – Presidente Prudente: Bairros da anterior residência dos moradores dos loteamentos
fechados e dos condomínios horizontais
____________________________________________________________
87
Quadro 12 – Presidente Prudente: Localização dos comércios e serviços em geral utilizados por um ou
mais membros de famílias moradores de loteamentos fechados e condomínios horizontais (por grupo) __
109
Quadro 13 – Presidente Prudente: Ocupação ou cargo atual do chefe de família (por grupo) ___________ 129
Quadro 14 – Presidente Prudente: Tempo médio de deslocamento dos chefes de família até o local de
trabalho (por grupo) ____________________________________________________________________
132
Quadro 15 – Presidente Prudente: Locais utilizados para estudos (fundamental e médio) pelas crianças,
adolescentes e jovens moradores de loteamentos fechados e condomínios horizontais (por grupo) ______ 133
Quadro 16 – Presidente Prudente: Tempo médio de deslocamento até a escola (por grupo) ____________ 137
Quadro 17 – Presidente Prudente: Principais atividades educativo-recreativas realizadas pelas crianças e
jovens moradores de loteamentos fechados e condomínios horizontais (por grupo) __________________
137
Quadro 18 – Presidente Prudente: Tempo médio investido em atividades educativo-recreativas (por grupo)
____________________________________________________________________________________ 139
Quadro 19 – Presidente Prudente: Locais utilizados para educação superior pelos jovens e adultos
moradores de loteamentos fechados e condomínios horizontais (por grupo) ________________________ 140
Quadro 20 – Presidente Prudente: Principais meios de locomoção utilizados para o transporte dos jovens
e adultos até o local utilizado para a educação superior (por grupo)
________________________________
Quadro 21 – Presidente Prudente: Tempo médio de deslocamento até a local utilizado para a educação
superior (por grupo) ____________________________________________________________________
143
144
Quadro 22 – Presidente Prudente: Locais mais freqüentados para a realização de compras, quais sejam,
alimentos, utensílios domésticos, objetos de uso pessoal, vestuário, miudezas em geral (por grupo) _____ 145
Quadro 23 – Presidente Prudente: Principais razões, indicadas como primeira ordem de importância, que
determinaram a opção pela moradia em loteamento fechado ou condomínio horizontal (por grupo) ______ 158
Quadro 24 – Presidente Prudente: Principais razões, indicadas como segunda ordem de importância, que
determinaram a opção pela moradia em loteamento fechado ou condomínio horizontal (por grupo) ______ 158
Quadro 25 – Presidente Prudente: Principais razões, indicadas como terceira ordem de importância, que
determinaram a opção pela moradia em loteamento fechado ou condomínio horizontal (por grupo) ______ 159
Quadro 26 – Presidente Prudente: Principais aspectos positivos levantados sobre as
impressões/mudanças sentidas ao se mudar e viver em loteamento fechado ou condomínio horizontal (por
grupo) _______________________________________________________________________________ 160
Quadro 27 – Presidente Prudente: Principais aspectos negativos levantados sobre as
impressões/mudanças sentidas ao se mudar e viver em loteamento fechado ou condomínio horizontal (por
grupo) _______________________________________________________________________________ 162
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Distribuição do rendimento nominal mensal, em salários mínimos, dos responsáveis por
domicílios particulares permanentes (por grupo) ______________________________________________
42
Gráfico 2 – Presidente prudente: Média de área de lazer por lote ou unidade habitacional (em metros
quadrados) ___________________________________________________________________________
62
Gráfico 3 – Presidente prudente: Tamanho médio das habitações em loteamentos fechados e
condomínios horizontais _________________________________________________________________
69
Gráfico 4 – Presidente prudente: Tamanho médio das habitações segundo tipo habitacional ___________
70
Gráfico 5 – Presidente Prudente: Média de habitantes por residência (por grupo) ____________________
74
Gráfico 6 – Presidente Prudente: Média de automóveis por família segundo cada grupo _______________
76
Gráfico 7 – Presidente Prudente: Média de computadores com conexão à Internet por família (por grupo) _
77
Gráfico 8 – Presidente Prudente: Presença ou ausência da tecnologia de Banda Larga (por grupo) ______
78
Gráfico 9 – Presidente Prudente: Presença e ausência de TV de plasma ou tela de projeção (por grupo) __
79
Gráfico 10 – Presidente Prudente: Presença e ausência de Canais de TV por assinatura (por grupo) _____
80
Gráfico 11 – Presidente Prudente: Presença ou ausência de Frízeres (por grupo) ____________________
80
Gráfico 12 – Presidente Prudente: Média de empregados fixos por residência (por grupo) _____________
81
Gráfico 13 – Presidente Prudente: Meios de locomoção mais utilizados para os deslocamentos das
famílias moradoras em loteamentos fechados ou condomínios horizontais (por grupo) ________________
82
Gráfico 14 – Presidente Prudente: Distribuição da renda média mensal familiar por faixas de renda (por
grupo) _______________________________________________________________________________
83
Gráfico 15 – Presidente Prudente: Distribuição da avaliação sobre a quantidade de linhas existentes de
transporte coletivo que servem os loteamentos fechados e condomínios horizontais (por grupo) ________
84
Gráfico 16 – Presidente Prudente: Tipo de residência anterior (por grupo) __________________________
93
Gráfico 17 – Presidente Prudente: Distribuição da situação da residência anterior (por grupo) __________
94
Gráfico 18 - Presidente Prudente: Evolução das mudanças para loteamentos fechados e condomínios
horizontais no período de 1984 a 2007 (por grupo) ____________________________________________
95
Gráfico 19 – Presidente Prudente: Avaliação sobre a localização dos loteamentos fechados e dos
condomínios horizontais na perspectiva de seus moradores (por grupo) ___________________________
97
Gráfico 20 – Presidente Prudente: Avaliação sobre a localização dos loteamentos fechados e condomínios
horizontais na perspectiva de seus moradores ________________________________________________
98
Gráfico 21 – Presidente Prudente: Avaliação sobre a acessibilidade aos principais locais utilizados para
consumo de bens e de serviços dos moradores de loteamentos fechados e de condomínios horizontais
(por grupo) ___________________________________________________________________________
100
Gráfico 22 – Presidente Prudente: Avaliação sobre a acessibilidade aos principais locais utilizados para
lazer dos moradores de loteamentos fechados e de condomínios horizontais (por grupo) ______________ 101
Gráfico 23 – Presidente Prudente: Avaliação sobre a acessibilidade aos principais locais utilizados para a
educação básica dos moradores de loteamentos fechados e de condomínios horizontais (por grupo) ____
101
Gráfico 24 – Presidente Prudente: Avaliação sobre a acessibilidade aos principais locais utilizados para o
ensino superior dos moradores de loteamentos fechados e de condomínios horizontais (por grupo) ______ 102
Gráfico 25 – Presidente Prudente: Avaliação sobre a acessibilidade aos principais locais utilizados para o
trabalho dos moradores de loteamentos fechados e de condomínios horizontais (por grupo) ___________
102
Gráfico 26 – Presidente Prudente: Avaliação sobre as condições das vias de acesso aos loteamentos
fechados e aos condomínios horizontais (por grupo) ___________________________________________ 103
Gráfico 27 – Presidente Prudente: Avaliação sobre as condições das vias de acesso aos loteamentos
fechados e aos condomínios horizontais ____________________________________________________ 104
Gráfico 28 – Presidente Prudente: Freqüência do consumo de bens e de serviços no entorno dos
loteamentos fechados e dos condomínios horizontais (por grupo) _________________________________ 106
Gráfico 29 – Presidente Prudente: Freqüência do consumo de bens e de serviços no entorno dos
loteamentos fechados e dos condomínios horizontais __________________________________________ 107
Gráfico 30 – Presidente Prudente: Localização das nove principais áreas comerciais e de serviços em
geral utilizados por um ou mais membros de famílias moradores de loteamentos fechados e condomínios
horizontais (por grupo) __________________________________________________________________ 111
Gráfico 31 – Presidente Prudente: Avaliação da área de lazer do loteamento fechado ou condomínio
horizontal (por grupo) ___________________________________________________________________ 120
Gráfico 32 – Presidente Prudente: Freqüência de utilização da área de lazer do loteamento fechado ou
condomínio horizontal (por grupo) _________________________________________________________
121
Gráfico 33 – Presidente Prudente: Principais atividades realizadas durante o tempo livre/lazer individual ou
da família (por grupo) ___________________________________________________________________ 124
Gráfico 34 – Presidente Prudente: Principais meios de locomoção para o trabalho do chefe de família (por
grupo) _______________________________________________________________________________ 131
Gráfico 35 – Presidente Prudente: Principais meios de locomoção utilizados para o transporte das
crianças, jovens e adolescentes até a escola (por grupo) _______________________________________ 136
Gráfico 36 – Presidente Prudente: Principais atividades educativo-recreativas realizadas pelas crianças e
jovens moradores de loteamentos fechados e condomínios horizontais citadas, pelo menos, quatro vezes
(por grupo) ___________________________________________________________________________
138
Gráfico 37 – Presidente Prudente: Freqüência das compras realizadas pela Internet (por grupo) ________ 149
Gráfico 38 – Presidente Prudente: Freqüência das compras realizadas por telefone (por grupo) _________ 150
Gráfico 39 – Presidente Prudente: Principais razões que determinaram a decisão pela opção de moradia
em loteamento fechado ou condomínio horizontal (por grupo) ___________________________________
155
Gráfico 40 – Presidente Prudente: Principais aspectos positivos levantados sobre as
impressões/mudanças sentidas ao se mudar e viver em loteamento fechado ou condomínio horizontal (por
grupo) _______________________________________________________________________________ 161
Gráfico 41 – Presidente Prudente: Principais aspectos negativos levantados sobre as
impressões/mudanças sentidas ao se mudar e viver em loteamento fechado ou condomínio horizontal (por
grupo) _______________________________________________________________________________ 164
Gráfico 42 – Presidente Prudente: Qualificação das relações e interações sociais mais predominantes fora
do loteamento fechado (por grupo) _________________________________________________________ 166
Gráfico 43 – Presidente Prudente: Freqüência na realização e/ou participação de
reuniões/confraternizações no interior do loteamento fechado ou condomínio horizontal (por grupo) _____
167
Gráfico 44 – Presidente Prudente: Freqüência na realização e/ou participação de
reuniões/confraternizações fora do loteamento fechado ou condomínio horizontal (por grupo) __________
168
LISTA DE MAPAS
MAPA 1 – PRESIDENTE PRUDENTE: LOCALIZAÇÃO DOS LOTEAMENTOS FECHADOS, DOS
CONDOMÍNIOS HORIZONTAIS E DELIMITAÇÃO DOS SETORES CENSITÁRIOS __________________
32
MAPA 2 – PRESIDENTE PRUDENTE: NÍVEIS DE EXCLUSÃO OU INCLUSÃO SOCIAL POR SETORES
CENSITÁRIOS ________________________________________________________________________
36
MAPA 3 – PRESIDENTE PRUDENTE: EVOLUÇÃO DA IMPLANTAÇÃO DOS LOTEAMENTOS
FECHADOS E DOS CONDOMÍNIOS HORIZONTAIS (1976 A 2006) ______________________________
50
MAPA 4 – PRESIDENTE PRUDENTE: DEFINIÇÃO DOS LOTEAMENTOS FECHADOS E
CONDOMÍNIOS HORIZONTAIS POR GRUPO E LOCALIZAÇÃO DOS PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS
URBANOS ___________________________________________________________________________
72
MAPA 5 – PRESIDENTE PRUDENTE: LOCALIZAÇÃO DAS ÁREAS DE MORADIA ANTERIOR DOS
ATUAIS MORADORES DE LOTEAMENTOS FECHADOS OU DE CONDOMÍNIOS HORIZONTAIS (POR
GRUPO) _____________________________________________________________________________
90
MAPA 6 – PRESIDENTE PRUDENTE: LOCALIZAÇÃO DOS COMÉRCIOS E SERVIÇOS EM GERAL
UTILIZADOS POR UM OU MAIS MEMBROS DAS FAMÍLIAS MORADORAS DOS LOTEAMENTOS
FECHADOS OU DE CONDOMÍNIOS HORIZONTAIS (POR GRUPO) _____________________________ 118
MAPA 7 – PRESIDENTE PRUDENTE: LOCALIZAÇÃO DAS ÁREAS DE LAZER UTILIZADAS POR UM
OU MAIS MEMBROS DAS FAMÍLIAS MORADORAS DOS LOTEAMENTOS FECHADOS OU DE
CONDOMÍNIOS HORIZONTAIS (POR GRUPO) ______________________________________________ 123
MAPA 8 – PRESIDENTE PRUDENTE: LOCALIZAÇÃO DAS ÁREAS UTILIZADAS PARA O TRABALHO
DOS RESPONSÁVEIS POR DOMICÍLIOS EM LOTEAMENTOS FECHADOS OU DE CONDOMÍNIOS
HORIZONTAIS (POR GRUPO) ___________________________________________________________
128
MAPA 9 – PRESIDENTE PRUDENTE: LOCALIZAÇÃO DAS ÁREAS UTILIZADAS PARA OS ESTUDOS
(ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO) PELAS CRIANÇAS, ADOLESCENTES E JOVENS MORADORES
DE LOTEAMENTOS FECHADOS OU DE CONDOMÍNIOS HORIZONTAIS (POR GRUPO) ____________ 135
MAPA 10 – PRESIDENTE PRUDENTE: LOCALIZAÇÃO DAS ÁREAS UTILIZADAS PARA A EDUCAÇÃO
SUPERIOR DOS JOVENS E ADULTOS MORADORES DE LOTEAMENTOS FECHADOS OU DE
CONDOMÍNIOS HORIZONTAIS (POR GRUPO) ______________________________________________ 142
MAPA 11 – PRESIDENTE PRUDENTE: LOCALIZAÇÃO DAS ÁREAS MAIS FREQÜENTADAS PARA A
REALIZAÇÃO DE COMPRAS EM GERAL PELAS FAMÍLIAS MORADORAS DE LOTEAMENTOS
FECHADOS OU DE CONDOMÍNIOS HORIZONTAIS (POR GRUPO) _____________________________ 148
MAPA 12 – PRESIDENTE PRUDENTE: DISTRIBUIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELOS
MORADORES DE LOTEAMENTOS FECHADOS E DE CONDOMÍNIOS HORIZONTAIS (POR GRUPO) _ 171
LISTA DE FOTOGRAFIAS
Fotografia 1 - Residencial Bela vista (01/11/2005) ____________________________________________
39
Fotografia 2 – Residencial Primavera (08/05/2007) ___________________________________________
39
Fotografia 3 – Residencial Esmeralda (01/11/2005) ___________________________________________
40
Fotografia 4 – Residencial Saint Moritz (08/05/2007) __________________________________________
40
Fotografia 5 – Residencial Esmeralda (08/05/2007) ___________________________________________
45
Fotografia 6 – Panorama do Parque Residencial Damha (20/10/2007) ____________________________
47
Fotografia 7 – Residencial Beatriz (08/05/2007) ______________________________________________
48
Fotografia 8 – Portaria do Jardim Morumbi (08/05/2007) _______________________________________
49
Fotografia 9 – Portaria do Jardim João Paulo II (08/05/2007) ___________________________________
51
Fotografia 10 – Portaria do Central Park Residence (08/05/2007) _________________________________
51
Fotografia 11 – Portaria do Parque Residencial Damha (08/05/2007) ______________________________
52
Fotografia 12 – Portaria do Parque Residencial Damha II (08/05/2007) ____________________________
53
Fotografia 13 – Portaria do Residencial Golden Village (08/05/2007) ______________________________
54
Fotografia 14 – Portaria do Residencial Beatriz (08/05/2007) ____________________________________
54
Fotografia 15 – Portaria do Residencial Quinta das Flores (08/05/2007) ____________________________
55
Fotografia 16 – Portaria do Residencial Portinari (08/05/2007) ___________________________________
55
Fotografia 17 – Portaria do Residencial Bela Vista (08/05/2007) __________________________________
56
Fotografia 18 – Portaria do Residencial Primavera (08/05/2007) __________________________________
56
Fotografia 19 – Portaria do Residencial Esmeralda (08/05/2007) _________________________________
57
Fotografia 20 – Portaria do Residencial Saint Moritz (08/05/2007) ________________________________
57
Fotografia 21 – Imagem do lago artificial do Parque Residencial Damha ___________________________
61
Fotografia 22 – Figueira centenária (20/10/2007) ______________________________________________
63
Fotografia 23 - Aspectos paisagísticos do Parque Residencial Damha II ___________________________
64
Fotografia 24 – Área institucional do Jardim João Paulo II (23/11/2007) ___________________________
67
Fotografia 25 - Trabalhadoras se deslocando do Parque Residencial Damha II em direção ao ponto de
ônibus ao final do expediente (08/05/2007) __________________________________________________
86
Fotografia 26 – Imóvel de padrão construtivo fino degradado na área central de Presidente Prudente
(01/10/2007) __________________________________________________________________________
91
Fotografia 27 – Estabelecimentos comerciais em frente à portaria do Jardim Morumbi (08/05/2007) ______ 112
Fotografia 28 – Damha Center (08/05/2007) _________________________________________________
112
Fotografia 29 – Mercado localizado enfrente a portaria do Residencial Bela Vista (08/05/2007) _________
113
Fotografia 30 – Pequena mercearia localizada próximo à portaria do Residencial Primavera (08/05/2007) _ 113
Fotografia 31 – Calçadão da Rua Tenente Nicolau Maffei (20/10/2007) ____________________________ 114
Fotografia 32 – Nova fachada do Prudenshopping (01/12/2007) __________________________________ 115
Fotografia 33 – Subcentro do Jardim Bongiovani (20/10/2007) ___________________________________ 116
Fotografia 34 – Colégio Anglo Prudentino (05/10/2007) _________________________________________ 134
19
Introdução
O
tecido
urbano
contemporâneo
tem
passado
por
transformações
morfológicas significativas resultantes da produção de espaços fechados e/ou
vigiados, como parte de um processo mais amplo de urbanização difusa.
Além disso, as práticas socioespaciais caracterizadas, de modo genérico,
pelo conjunto das funções básicas da vida cotidiana dos citadinos também têm se
redefinido sob influência de uma histórica desigualdade social, de novas relações
entre o público e o privado e de processos indutores da insegurança urbana desde
cidades de porte médio a padrões metropolitanos.
Em amplo sentido, isso significa que, ao longo das últimas décadas, tem-se
produzido níveis elevados de segregação socioespacial em cidades brasileiras de
diferentes portes promovendo uma acentuada separação social e espacial,
sobretudo entre os segmentos de alto e baixo poder aquisitivo.
Em sentido estrito, a produção de novos habitats urbanos como os
loteamentos fechados voltados, sobretudo, para atender a demanda dos segmentos
sociais de alto poder aquisitivo, representam uma contribuição significativa para a
consolidação dessa ruptura, acentuando o fenômeno da auto-segregação e
produzindo uma apropriação diferenciada do espaço urbano.
Parte dos resultados desse processo, sobretudo, ao considerarmos as ações
dos segmentos sociais de alto poder aquisitivo que optam pela auto-segregação,
são capazes de produzir uma efetiva descontinuidade territorial, tomando-se como
referência a cidade, e uma apreensão parcelar do espaço urbano, tomando-se como
referência, seus moradores.
Os moradores desses novos habitats urbanos, geralmente, alcançam um
elevado grau de integração espacial pelo uso expressivo do automóvel particular
promovendo um alto nível de acessibilidade a vários equipamentos urbanos servidos
por vias de acesso rápidos e/ou a determinados setores urbanos voltados,
sobretudo, para atender aos segmentos de alto poder aquisitivo (DAL POZZO,
2008).
A partir desses processos, propusemo-nos a estudar um conjunto de práticas
socioespaciais dos sujeitos auto-segregados e da produção de novas centralidades,
mesmo que elas ainda estejam em processo de constituição, sob o efeito dessas
respectivas práticas.
20
Para
a
realização
de
nossa
pesquisa,
consideramos
as
práticas
socioespaciais como um conjunto indissociável entre formas espaciais e seu
respectivo conteúdo que compreende relações sociais e espaciais de seus sujeitos
entre si e com o conjunto da cidade (GOMES, 2002).
Nesse sentido, procuramos avaliar em que medida vem ocorrendo uma
diminuição de contatos e de relações entre distintos segmentos sociais, a partir da
consolidação de novas práticas socioespaciais em uma cidade média e, como
conseqüência, o estabelecimento de novos valores urbanos que caracterizam o
esfacelamento da cidade enquanto unidade territorial permitindo a consolidação
efetiva de uma fragmentação socioespacial.
Nosso recorte territorial recaiu sobre o Município de Presidente Prudente
(localizado no Oeste do Estado de São Paulo), onde o fenômeno da autosegregação se encontra bem evidenciado pela existência de nove loteamentos
fechados de alto padrão e de quatro condomínios multifamiliares horizontais, estes
últimos destinados aos segmentos sociais de menor poder aquisitivo.
Os resultados apresentados baseiam-se em trabalhos de campo realizados
para aplicação de questionários e entrevistas. Além disso, também se realizou
pesquisa bibliográfica, levantamento de materiais publicitários publicados em jornais
de circulação local e regional, levantamento de material de divulgação via Internet,
levantamento de dados junto à Prefeitura Municipal e à página eletrônica do IBGE,
bem como a realização de registros fotográficos.
O leitor pode obter informações mais detalhadas sobre a adoção e
procedimentos metodológicos adotados para a realização da pesquisa a partir do
Apêndice I que se inicia a partir da página 177 deste texto.
Com base nos dados levantados junto ao IBGE, bem como, pela confrontação
desses dados com o Mapa da Exclusão/Inclusão Social elaborado pelo CEMESPP1,
foi possível realizar uma caracterização socioeconômica e demográfica do entorno
dos loteamentos fechados (ou apenas de sua área ocupada no caso do Parque
Residencial Damha) e do entorno dos condomínios horizontais.
Além disso, esses dados levantados pelo IBGE, no ano de 2000, mostraramse fundamentais para a realização de comparações e/ou aproximações com aqueles
dados levantados por nós por meio da aplicação de questionários junto aos
Centro de Estudos e Mapeamento da Exclusão social para Políticas Públicas na qual tem sede no prédio do Departamento de Geografia
da Faculdade de Ciências e Tecnologia – UNESP.
1
21
moradores dos loteamentos fechados e dos condomínios horizontais no primeiro
semestre de 2007.
A partir dos dados levantados junto à Prefeitura Municipal, foi possível realizar
investigações a respeito do processo de formação e caracterização espacial dos
espaços
auto-segregados
de
Presidente
Prudente,
buscando
estabelecer
comparações, do ponto de vista das formas e das dimensões, entre os loteamentos
fechados e os condomínios horizontais.
A partir dos diversos blocos de informações previamente organizados dos
questionários, foi possível levantar uma série de dados e informações a respeito das
práticas socioespaciais dos sujeitos auto-segregados que contemplou uma grande
parcela das atividades propostas.
Para subsidiar uma análise comparativa, estabelecemos três grupos para
classificar os loteamentos fechados e condomínios horizontais pesquisados por nós
que se justifica por haver semelhanças entre eles, sobretudo, do ponto de vista
socioespacial e temporal bem como o tipo habitacional no qual pretendemos
demonstrar nesta monografia.
Os loteamentos fechados foram divididos em dois grupos enquanto que todos
os condomínios horizontais se inserem em um único grupo. Todos os grupos bem
como a denominação desses espaços auto-segregados pesquisados por nós, estão
relacionados a seguir:
• Loteamentos fechados do primeiro grupo:
o Jardim João Paulo II
o Jardim Morumbi
o Central Park Residence
• Loteamentos fechados do segundo grupo:
o Parque Residencial Damha
o Parque Residencial Damha II
o Residencial Golden Village
• Condomínios horizontais do terceiro grupo:
o Residencial Saint Moritz
o Residencial Esmeralda
22
o Residencial Primavera
o Residencial Bela Vista
Estabelecemos análises comparativas, com cruzamento de informações do
Mapa da Exclusão/Inclusão social elaborado pelo CEMESPP, no que se refere à
localização e situação da moradia anterior bem como a análise dos diferentes
períodos de mudança para os loteamentos fechados e condomínios horizontais.
Partindo das opiniões dos moradores dos espaços auto-segregados, foi
possível avaliar as localizações dos loteamentos fechados e condomínios horizontais
e o nível de acessibilidade aos principais locais do espaço urbano prudentino,
utilizados para o consumo de bens e de serviços, bem como para a realização de
outras atividades relacionadas ao lazer, a educação e ao trabalho.
A primeira entre as dimensões das práticas socioespaciais analisadas por nós
referiu-se à identificação dos diferentes locais utilizados para o consumo de bens e
de serviços de cada grupo. Com base nesse procedimento foi possível realizar
mapeamento e análise das formas de compartilhamento, de concentração e de
difusão espacial com relação ao uso dos locais citados. Além disso, um outro bloco
específico de questões completa esse respectivo quadro o qual está baseado,
sobretudo, na freqüência de consumo realizado via Internet ou via telefone.
O lazer, enquanto segunda dimensão das práticas socioespaciais analisadas,
baseou-se na identificação do uso e da apropriação “intra” e “extra-muros” de
espaços destinados para esse fim, tanto pelos moradores de loteamentos fechados
quanto pelos moradores de condomínios horizontais.
A identificação das profissões, dos meios de locomoção, dos tempos de
deslocamento
e
da
localização
dos respectivos
locais
utilizados para
o
desenvolvimento de atividades profissionais dos responsáveis por domicílios em
loteamentos fechados e condomínios horizontais compôs a terceira dimensão das
práticas socioespaciais analisadas.
A esfera educacional compôs a quarta dimensão valorizada na pesquisa, a
qual foi baseada na identificação e análise dos estabelecimentos de ensino
fundamental, médio e superior freqüentados por moradores dos espaços autosegregados, incluindo a análise dos meios de locomoção utilizados para o acesso a
esses estabelecimentos e os respectivos tempos de deslocamentos.
23
Um bloco de questões subjetivas compôs o que podemos chamar, de
dimensão simbólica, neste caso específico, formada pelos diferentes discursos e
justificativas que viabilizam a proliferação de espaços auto-segregados. Esse bloco
abrange questões que visam qualificar as relações e interações sociais mais
predominantes dos respectivos moradores desses espaços.
As dimensões acima citadas, com exceção da dimensão simbólica, foram
mapeadas e se constituíram como importante ferramenta para se avaliar o fenômeno
da fragmentação socioespacial.
A partir do conjunto de análises realizadas pretendemos recolher elementos
para se afirmar ou não a possibilidade de constituição da fragmentação
socioespacial bem como o nível em que ela se processa em uma Cidade Média,
qual seja, Presidente Prudente – SP.
24
Capítulo I
A cidade e os espaços
auto-segregados
A cidade e os espaços auto-segregados
25
1.1. Fragmentação socioespacial: processos e formas
Para
a
compreensão
dos
processos
constitutivos
da
fragmentação
socioespacial em curso nas cidades de porte médio às de padrão metropolitano,
torna-se fundamental estabelecer, como ponto de partida, alguns pressupostos
sobre o conceito de segregação socioespacial.
Nos termos propostos por Castells (1978, p. 203-204), a segregação
[socioespacial] caracteriza-se pelo processo de homogeneização do conteúdo social
de uma determinada porção espacial bem como sua nítida diferenciação em relação
às demais áreas, gerando uma paisagem urbana segmentada e hierarquizada com o
tipo e o nível de equipamentos urbanos de acordo com o nível de renda dos sujeitos
moradores e/ou usuários desses respectivos espaços.
Castells (1978, p. 217-218) destaca algumas intencionalidades dos processos
que constituem a segregação socioespacial como o poder de influência sobre as leis
econômicas de distribuição dos sujeitos sociais de uma unidade administrativa
através de setores com padrões habitacionais distintos e/ou por uma intervenção
mais repressiva como a constituição de um traçado urbano que permita um controle
efetivo sobre o uso e apropriação do espaço urbano.
Nesse sentido, a segregação socioespacial também pode desempenhar um
processo de ruptura com qualquer tipo de relação no âmbito do espaço urbano,
sobretudo, por meio da negação da diferença (LEFEBVRE, 1999, p. 124).
Concordamos com Corrêa (2005, p. 64) quando ele sugere que a segregação
[socioespacial] pode ser desdobrada em auto-segregação e segregação imposta na
qual:
(...) a primeira referindo-se à segregação da classe dominante,
e a segunda à dos grupos sociais cujas opções de como e
onde morar são pequenas ou nulas. A segregação assim
redimensionada aparece com um duplo papel, o de ser um
meio de manutenção dos privilégios por parte da classe
dominante e o de um meio de controle social por esta mesma
classe sobre os outros grupos sociais
Mais especificamente, a auto-segregação reflete-se nas formas urbanas bem
como em seus conteúdos, quando uma parcela dos segmentos sociais de médio a
alto poder aquisitivo tem a oportunidade de escolher, para residência, áreas de
A cidade e os espaços auto-segregados
26
amenidades e com excelentes infra-estruturas onde se implantaram (e ainda
implantam) loteamentos fechados e condomínios horizontais de alto padrão. O
isolamento por muros, sistemas de vigilância e área de lazer particular representam
significativamente esse processo2. Dependendo das dimensões e da demanda
potencial gerada por esses empreendimentos, é possível que se induza a geração
de novas centralidades atraindo estabelecimentos comerciais e de serviços para as
suas proximidades.
As escolhas para a implantação de novos loteamentos fechados também são
valorizadas em função de novas centralidades já existentes, como aquelas geradas
por shopping centers e/ou hipermercados e por maior acessibilidade a vias de
circulação rápida inter e intra-urbanas (SPOSITO, 2004, p. 386).
Com a implantação de loteamentos fechados para os segmentos sociais de
alto poder aquisitivo, surgem rupturas no tecido urbano estabelecendo uma
determinada homogeneidade social em que a contigüidade se estabelece em
detrimento da continuidade espacial (SPOSITO, 2002).
Além disso, os indivíduos que integram esses fragmentos participam cada vez
mais de redes de relações à distância - trabalho, lazer ou compras exercidos ou
realizados, geralmente, em localizações distantes e não nas proximidades imediatas
dos locais de moradia, com os quais se estabelece pouco contato - o que contribui
para a formação de um determinado valor simbólico e identitário de seus habitantes
(SALGUEIRO, 2001, p. 116).
Por outro lado, esses sujeitos sociais usam o território urbano de forma
discreta, programada e pontual para desenvolver suas respectivas práticas
cotidianas (SALGUEIRO, 2001, p. 185).
As práticas socioespaciais concebidas a partir da combinação entre esses
novos habitats e processos urbanos concorrem para a produção de novas formas de
vida urbanas envolvendo uma relativa desvalorização do espaço público e uma
negação da diferenciação social gerando simulacros urbanos, além de uma
produção do espaço urbano cada vez mais desigual (DAL POZZO, 2008).
Essa dada combinação entre forma e processos urbanos esboça o oposto do
ideal de vida urbana proposto por Lefebvre (1991, p.15) para quem os confrontos
entre as diferenças e os reconhecimentos recíprocos coexistem na cidade.
2
Cf. AGUILERA (2003); RAMIRES e SOARES (2002); SOBARZO (2004); SPOSITO (2003).
A cidade e os espaços auto-segregados
27
Svampa (2001, p. 254) chama a atenção para alguns perigos da consolidação
da sociabilidade do “entre nós” 3, segundo a qual se estabelece uma clara separação
entre os de “dentro” e os de “fora”, entre aqueles que são “iguais” e aqueles que são
“diferentes”. Esse novo marco de vida coletiva, sobretudo, considerando as novas
gerações que crescem no interior de espaços vigiados e controlados, pode levar a
um relativo desconhecimento de outras classes sociais e uma acentuada
“desconexão” com o mundo exterior.
Além disso, os vínculos reais que se estabelecem com o “outro” [os
empregados, os prestadores de serviços, os atendentes, os entregadores, etc.] e os
vínculos virtuais de compaixão ao pobre pouco altera o quadro de desconexão com
a diversidade da cidade, se inseridos dentro de um contexto regulado e previsível
(SVAMPA, 2001, p. 254).
Desse ponto de vista, Sposito (2004, p. 397) salienta que o estudo da
fragmentação socioespacial se torna pertinente, pois:
O fundamental, no que se refere a essa ampliação da base
empírica na qual se apóia a reflexão sobre os loteamentos
fechados como novos habitats urbanos, é a de recolher mais
elementos para a discussão dos conceitos de segregação
socioespacial e fragmentação urbana propostos a outras
realidades urbanas, sobretudo metropolitanas, avaliando sua
pertinência à realidade das cidades médias e verificando em
que condições específicas eles se aplicariam a elas e a quais
dentre elas.
A existência de muros intra-urbanos é, sem dúvida, prova
material de segmentação do tecido urbano, mas as formas
como essa segmentação altera a estruturação das cidades e as
práticas socioespaciais de seus moradores é diversificada e
plural, exigindo que se analise e se adote com precisão teórica
os conceitos de segregação e/ou fragmentação
Para analisar esses pressupostos torna-se fundamental recolher elementos
para mensurar os impactos – objetivos e subjetivos – das práticas socioespaciais
dos sujeitos auto-segregados como capazes de alterar ou produzir novas
centralidades urbanas bem como reorientar a lógica de escolha de áreas dos
promotores imobiliários para a implantação de novos loteamentos fechados ou
condomínios horizontais estimulando, efetivamente, a auto-segregação.
A sociabilidade do “entre nós” nos termos de Svampa, 2001, pode ser caracterizada pelos grupos socioeconômicos que compartilham
um mesmo tipo de habitat urbano, como os moradores de loteamentos fechados e condomínios horizontais
3
A cidade e os espaços auto-segregados
28
As excelentes localizações das moradias e o uso expressivo de automóveis
pelos segmentos de alto poder aquisitivo que optam pela auto-segregação também
devem ser avaliados como elementos constitutivos da fragmentação socioespacial,
sobretudo, pela promoção de um elevado nível de acessibilidade ao conjunto dos
equipamentos urbanos.
A fragmentação socioespacial empregada em nossa análise baseia-se, em
grande medida, nos pressupostos teóricos de Janoschka e Glasze (2003) que a
caracterizam a partir das práticas socioespaciais (nesse caso, as práticas
socioespaciais dos sujeitos auto-segregados) orientadas pelo uso pouco freqüente
de espaços públicos e a organização das atividades diárias através do uso de
espaços privados e coletivos evitando o contato direto com pessoas de quem se
distinguem no que se refere ao estilo de vida.
Para avaliar o processo de fragmentação socioespacial a partir das práticas
socioespaciais dos moradores auto-segregados, a análise dos locais utilizados para
a realização das funções básicas da vida diária deve ser privilegiada: o local de
trabalho, o local utilizado para formação/educação, os locais mais utilizados para o
consumo de bens e de serviços e os mais utilizados para a realização das atividades
relacionados ao lazer e/ou ao uso do tempo livre.
Se a análise identificar uma relativa diminuição de contato com pessoas de
padrão de vida e renda diferenciadas como conseqüência da mudança de moradia
para um loteamento fechado ou condomínio horizontal, poderia considerar-se que há
fragmentação [socioespacial] mesmo que não se abarquem todas as categorias ou
funções da vida diária acima destacadas (JANOSCHKA e GLASZE, 2003, p. 16-17).
Dependendo do nível de fragmentação socioespacial produzida por práticas
socioespaciais no espaço urbano, pode haver contribuição para a geração de um
determinado território para os segmentos sociais de alto poder aquisitivo no qual
esteja presente uma representação diferenciada daquilo que é a cidade, pois:
Cada segmento social, definido por seu padrão de consumo,
cultural e de informação (estando o acesso a cultura e à
informação também controlados pelo mercado), constrói uma
representação de cidade, a partir de suas experiências, dos
territórios de sua vivência, das espacialidades que constrói na
dinâmica da circulação e acesso do conjunto da cidade
(SPOSITO, 1996, p.82).
A cidade e os espaços auto-segregados
29
1.2. Fragmentação socioespacial enquanto elemento de um processo histórico
recente
O surgimento da fragmentação socioespacial à qual estamos nos referindo
pode ser contextualizado a partir do processo de reestruturação socioeconômica
ocorrido nas últimas décadas, pois alguns de seus fatores contribuíram para o
surgimento de novas redes de serviços e de espaços especializados e estratificados
mais expressivamente difundidos a partir das regiões metropolitanas latinoamericanas (FREDIANI, 2003, p. 84-85).
Além disso, com a difusão e aplicação dos ideais de desregulação e de
privatização de parte dos setores públicos estatais no nível mundial (dinâmica por
meio da qual se objetivou a consolidação de um “Estado mínimo”) não se
proporcionou, num mesmo ritmo, que as administrações locais pudessem ter
influência para manter um desenvolvimento urbano pleno no sentido políticodemocrático (JANOSCHKA e GLASZE, 2003, p. 14).
A redução dos serviços públicos e das intervenções estatais aumentou a
demanda por estabilidade e qualidade do ambiente social e físico como meio de
distinção social. Esse novo marco no cenário urbano contribuiu para a difusão de
novos habitats urbanos (como os loteamentos fechados e condomínios horizontais)
predominantemente justificados pelo aumento da insegurança urbana e pela
idealização desses novos habitats como parte de uma “cultura global” (JANOSCHKA
e GLASZE, 2003, p. 14).
Em outros termos, com sinais menos óbvios de diferenciação social, as elites
promoveram a criação de novos sistemas de identificação, refletindo na produção de
espaços de circulação controlados e com acesso restrito (CALDEIRA, 2000, p. 325).
Para a difusão desses novos sistemas de identificação, foi fundamental a
desregulamentação do mercado imobiliário por meio da qual se permitiu uma
ampliação da oferta de novidades imobiliárias. Através da instalação de uma
autogestão privada, foi proporcionada uma diminuição dos riscos dos investimentos
ao mesmo tempo em que se aumentaram as taxas de lucros (JANOSCHKA e
GLASZE, 2003, p. 14).
Dessa maneira, difundiram-se novos equipamentos urbanos, como os
parques temáticos, centros de entretenimento, Shopping Centers, loteamentos
fechados e condomínios horizontais oferecendo novas oportunidades de apropriação
A cidade e os espaços auto-segregados
30
e de consumo do espaço urbano reforçando o caráter altamente seletivo desses
ambientes urbanos (FREDIANI, 2003, p. 84-85).
Para o caso das metrópoles brasileiras e considerando os processos acima
destacados, Gomes (2002, p. 174) salienta que as mudanças estruturais e das
imagens desses espaços levaram à produção de uma cidade mais fragmentada,
concebida segundo parcelas mais ou menos independentes, sobretudo, pelo recuo e
desvalorização do espaço público e o confinamento dos terrenos de sociabilidade.
Para o advento dessa cidade mais fragmentada, foi fundamental a difusão do
uso do automóvel particular e a concessão e/ou construção de autopistas, em que
se promoveu um maior dinamismo nos fluxos entre Regiões Metropolitanas e
algumas cidades de porte médio permitindo um maior espraiamento do tecido
urbano.
Nesse sentido, o tecido urbano, antes contínuo e consolidado, passou por um
processo de extensão territorial modificando o conteúdo social e espacial da periferia
das cidades brasileiras em função das transformações econômicas das últimas
décadas (SPOSITO, 2002, p. 408-409).
Sposito (2003b) salienta que, no caso das cidades médias e de porte médio
do Estado de São Paulo, as transformações do conteúdo socioeconômico da
periferia urbana começaram a ocorrer em meados de 1980 e, de maneira mais
expressiva, no decorrer dos anos de 1990 quando se proliferam novas formas de
habitats urbanos - os loteamentos fechados - em substituição à “onda” de
verticalização.
A produção de loteamentos fechados nas cidades médias paulistas,
geralmente, ocorreu de modo concentrado em determinados setores, afastados do
núcleo central e próximos às principais vias de acesso regional e intra-urbano, por
dois motivos principais: 1º) maior acessibilidade aos principais centros comerciais e
de serviços intra-urbanos (SPOSITO, 2004, p. 385-386) e 2º) voltado na direção dos
grandes centros polarizadores em função dos locais de trabalho e de estudos (REIS,
2006, p. 152-153).
As principais intenções dos moradores, já detectadas por inúmeras
pesquisas4 quando optam por essa modalidade de moradia, apontam para a
necessidade de uma maior segurança familiar, tranqüilidade (leia-se, longe dos
Cf. ANDRADE (2005); CALDEIRA (2003); OLIVEIRA e SPOSITO (2005); RAMIRES e SOARES (2002); SALGUEIRO (2001); SOBARZO
(1999, 2004); SOBARZO e SPOSITO (2003); SPOSITO (2002, 2003).
4
A cidade e os espaços auto-segregados
31
“indesejáveis”), área de lazer, maior contato com a natureza “artificializada” ou
“cenarização da natureza” em alguns casos, além da possibilidade de morar próximo
a famílias pertencentes ao mesmo segmento social, porém, sem haver uma efetiva
convivência entre esses “iguais” dentro dos loteamentos fechados.
Juntamente
com essas
características apontadas e a
partir delas,
pretendemos contribuir para o estudo da ocorrência e dos níveis de intensidade da
fragmentação socioespacial em cidades médias (com recorte espacial definido em
Presidente Prudente – SP) considerando-se a análise da auto-segregação e das
práticas socioespaciais dos moradores auto-segregados.
1.3. Caracterização socioeconômica do entorno dos espaços auto-segregados
Para melhor caracterizar a área na qual se inserem os loteamentos fechados
e os condomínios horizontais, os quais foram alvos de nossa pesquisa, utilizamos os
dados agregados por setores censitários5 de Presidente Prudente com base no
Censo Demográfico 20006.
As variáveis do Censo Demográfico 2000 selecionadas para análise, servirão
de parâmetro de comparação entre os diversos setores censitários selecionados, na
qual podem ser visualizados a partir do Mapa 1.
Segundo o IBGE, o setor censitário é a menor unidade territorial, com limites físicos identificáveis em campo, com dimensão adequada à
operação de pesquisas. Para saber mais detalhes sobre a adoção da análise por setor censitário ver Apêndice I a partir da página 177.
6 IBGE. Censo Demográfico 2000. Agregados por setores censitários dos resultados do universo. 2ª edição. Rio de Janeiro, 2003.
5
A cidade e os espaços auto-segregados
32
A cidade e os espaços auto-segregados
33
O setor censitário nº 90 abrange não apenas as áreas ocupadas pelos
loteamentos fechados Central Park Residence e Jardim Morumbi, mas também
outros dois bairros localizados em seu entorno: o Jardim Cambuy (a Oeste do
Central Park Residence) e o Residencial Vivenda (ao Norte do Central Park
Residence). Grosso modo, o padrão construtivo das habitações7 desses dois bairros
pode ser considerado do nível médio, sobretudo.
O setor censitário nº 94 abrange toda a área que compreende o Jardim João
Paulo II, que é um loteamento fechado, bem como o Jardim Marupiara o qual possui
habitações com padrão construtivo, sobretudo, do nível médio e fino, ainda que seja
um loteamentos não murado.
Foram delimitados dois setores censitários para analisar o Parque Residencial
Damha, quais sejam, o setor censitário nº 250, que compreende a porção Nordeste
do respectivo empreendimento e o setor censitário nº 249 que compreende a sua
porção Sudoeste.
O setor censitário nº 252 envolve o Parque Higienópolis e a Chácara do
Macuco (cujo padrão construtivo predominante nesses respectivos bairros é do nível
fino e luxuoso) e o Jardim Rio 400 (o qual possui habitações com padrão construtivo
do nível médio) localizado próximo à Rodovia Raposo Tavares. Contudo, esse setor
censitário não envolve os dados do Residencial Golden Village (o qual teve o seu
projeto aprovado apenas em 2002) sendo utilizado, apenas, para caracterizar o seu
respectivo entorno.
O setor censitário que envolve a atual área do Parque Residencial Damha II
não foi considerado em nossas análises, pois, no período de realização do Censo,
sequer havia um número considerável de habitações no seu entorno. Como as
atuais características do padrão construtivo das habitações bem como os níveis de
renda familiar mensal dos loteamentos fechados Parque Residencial Damha e
Parque Residencial Damha II são relativamente similares, utilizaremos como
referência para o Parque Residencial Damha II, os dados dos setores censitários
que compreendem o Parque Residencial Damha.
O setor censitário nº 186 (assim como no caso do setor censitário nº 252 para
o Residencial Golden Village), não envolve o Residencial Bela Vista na qual foi
implantado apenas no ano de 2004. Nesse sentido, apenas para caracterizar seu
A Prefeitura Municipal de Presidente Prudente classifica as habitações existentes de acordo com o seu padrão construtivo nos seguintes
níveis: luxo, fino, médio, popular e precário.
7
A cidade e os espaços auto-segregados
34
entorno, utilizaremos como referência, os dados dos bairros mais antigos localizados
nesse setor censitário, quais sejam o Jardim Cobral e o Jardim Leonor, cujo padrão
construtivo das habitações pode ser classificado, de um modo geral, nos níveis
popular e precário.
O setor censitário nº 133 envolve a área na qual está localizado o Residencial
Primavera (ainda não implantado no momento da realização da referida pesquisa do
IBGE) e abrange os bairros Parque Alto da Bela Vista, Jardim Barcelona e Sítio São
Pedro que compreendem uma mescla de habitações com padrões construtivos dos
níveis médio, popular e precário, porém, com predominância do padrão construtivo
do nível popular.
O setor censitário nº 63 envolve a área do atual Residencial Saint Moritz
(ainda não implantado no período de realização da pesquisa do IBGE) e abrange
uma pequena área do seu entorno na qual se pode encontrar habitações com
padrões construtivos do nível popular a fino, porém, com predominância do padrão
construtivo médio.
Por último, o setor censitário nº 146 envolve uma pequena parcela ao Sul do
Conjunto Habitacional Ana Jacinta e margeia a atual portaria do Residencial
Esmeralda (ainda não implantado na época da realização da pesquisa do IBGE). O
padrão construtivo das habitações do respectivo setor censitário classifica-se como
de nível popular e podem ser consideradas como habitações similares àquelas
atualmente construídas dentro do perímetro do Residencial Esmeralda.
De acordo com o mapa da Exclusão/Inclusão Social8 de Presidente Prudente
elaborado no ano de 2003 pelo CEMESPP todos os setores censitários de
referência dos respectivos condomínios horizontais (setores censitários nº 63, nº
133, nº 146 e nº 186) estão inseridos em áreas consideradas de baixa exclusão
social, enquanto, os setores censitários de referência dos loteamentos fechados,
(setores censitários nºs 90, 94, 249, 250 e 252) inserem-se em áreas de inclusão
social.
Os setores censitários acima citados estão identificados no Mapa 2 cuja base
do mapa de Exclusão/Inclusão Social elaborado pelo CEMESPP foi mantida
objetivando subsidiar nossas discussões (ou para título de confrontação que pode
ser realizado pelo leitor) ao longo desse texto.
O Mapa da Exclusão/Inclusão Social de Presidente Prudente classifica 234 setores censitários da Planta Urbana Municipal do ano de
2000 com base em diversos indicadores, formulados a partir dos dados do Censo Demográfico 2000 do IBGE, em quatro variáveis:
Inclusão Social, Baixa Exclusão Social, Média Exclusão Social e Alta Exclusão Social.
8
A cidade e os espaços auto-segregados
35
Segundo as considerações realizadas por Mellazo (2007, p. 450), que
também participou do processo de elaboração do Mapa da Exclusão/Inclusão Social
de Presidente Prudente, os indicadores sociais são, sobretudo, uma ferramenta que
possibilita identificar características específicas da qualidade de vida nos diferentes
espaços intra-urbanos [mais especificamente, os setores censitários] permitindo
relacionar cada um desses espaços entre si.
Ainda que os estudos de Mellazo (2007, p. 450) sejam mais recentes, suas
argumentações asseveram os processos de constituição de desigualdade em
Presidente Prudente como, rapidamente, podemos identificar a partir do confronto
entre a localização dos loteamentos fechados do primeiro grupo e do segundo grupo
– áreas de inclusão social - e a localização dos condomínios horizontais do terceiro
grupo - áreas de baixa exclusão social, pois, “(...) é possível perceber que a
desigualdade se revela em padrões espaciais bem delimitados”, [além disso, há uma
determinada] “(...) continuidade de setores de exclusão e sua localização em
determinadas porções do espaço urbano”.
A cidade e os espaços auto-segregados
36
A cidade e os espaços auto-segregados
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Ao analisar algumas cidades médias e de porte médio no Estado de São
Paulo entre as quais uma delas é Presidente Prudente, Mellazo (2007, p. 458) ainda
considera que é possível perceber:
(...) o quanto nessas cidades jogam peso as desigualdades em
sua configuração territorial. Em cada uma delas convivem as
distâncias espaciais como elemento estruturador de sua
paisagem e também de suas dinâmicas de estruturação. São,
assim, espaços marcados permanentemente por clivagens que
colocam cada um no seu lugar e onde o lugar de cada um
distingue socialmente seus ocupantes. Se a cidade média
comparece como a antítese da metrópole, quiçá naquelas
realidades urbanas a tônica seja a convivência dissimulada das
contradições e a falsa impressão de um espaço homogêneo.
O Quadro 1 demonstra a quantidade dos domicílios particulares permanentes
por setores censitários, bem como o total de moradores nesses respectivos
domicílios:
Quadro 1 - Presidente Prudente: Média do número de moradores e
número de empregadas domésticas por domicílios particulares
permanentes (por setor censitário) - 2000
Setor Censitário e
empreendimento de
referência
94 (João Paulo II)
90 (CPR**/Jd. Morumbi)
Total (Grupo 1)
249 (Damha Porção Sul)
250 (Pq. Res. Damha)
252 (Golden Village)
Total (Grupo 2)
63 (Res. Saint Moritz)
146 (Res. Esmeralda)
133 (Res. Primavera)
186 (Res. Bela Vista)
Total (Grupo 3)
DPP*
198
225
423
45
96
100
241
308
269
203
152
932
Moradores
em DPP
716
856
1572
163
360
375
898
973
953
760
527
3213
Empregadas
domésticas
moradoras
em DPP
2
19
21
0
1
4
5
1
0
0
0
1
Média do
número de
moradores
em DPP
3,6
3,8
3,7
3,6
3,8
3,8
3,7
3,2
3,5
3,7
3,5
3,4
(*) Domicílios particulares permanentes; (**) Central Park Residence
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: IBGE – Censo demográfico 2000 (Agregado por Setores Censitários dos Resultados do Universo)
Considerando que as respectivas informações do Censo demográfico foram
levantadas durante o segundo semestre de 2000, podemos afirmar que os setores
censitários do segundo grupo apresentavam um baixo nível de ocupação, sobretudo
A cidade e os espaços auto-segregados
38
por se tratar de loteamentos fechados recentemente implantados no caso do Parque
Residencial Damha.
Os setores censitários do primeiro grupo apresentam um nível de ocupação
mais elevado, o que permite mais uma vez afirmar o elevado grau de consolidação e
de integração desses loteamentos fechados com o conjunto da cidade.
Como os setores censitários do terceiro grupo demonstram apenas uma
realidade existente no ano de 2000 (quando sequer existia qualquer desses
condomínios horizontais) podemos considerar que esses dados são importantes na
medida em que for possível avaliar as características gerais (por grupo) e
particulares desses setores censitários na qual, atualmente, os respectivos
condomínios horizontais se inserem ou delimitam uma determinada parcela do
entorno de cada um.
Ainda no que se refere ao terceiro grupo, é possível observar o elevado nível
de ocupação dessas áreas, podendo ter sido, em algumas delas, consideravelmente
intensificadas após a implantação e a ocupação das habitações padronizadas
desses respectivos condomínios horizontais.
Sobre o processo de ocupação dos condomínios horizontais, podemos
considerar que, nos últimos anos, algumas centenas de famílias foram alocadas em
áreas condominiais de pequenas dimensões e com habitações bem próximas umas
das outras (Fotografias 1, 2, 3 e 4), o que deve ter favorecido, como se observou nas
respostas dadas às perguntas de nossos questionários, o comprometimento da
privacidade e aos freqüentes conflitos entre vizinhos.
A cidade e os espaços auto-segregados
Fotografia 1 - Residencial Bela vista (01/11/2005):
Destaque para produção “idêntica” das habitações bem
como para a proximidade existente entre elas
contribuindo para a conformação de um ambiente
homogêneo, do ponto de vista das formas, e conflituoso,
do ponto de vista dos usos sociais.
Fotografia 2 – Residencial Primavera (08/05/2007):
Proximidade entre as residências.
39
A cidade e os espaços auto-segregados
40
Fotografia 3 – Residencial Esmeralda (01/11/2005):
Poucos metros separam uma casa da outra. Destaque
para a existência do alambrado que isola seus moradores
do contato direto com uma das ruas do Conjunto
Habitacional Ana Jacinta, sendo essa uma das formas de
isolamento socioespacial.
Fotografia 4 – Residencial Saint Moritz (08/05/2007):
Apesar da produção idêntica das habitações e a
proximidade entre elas, há tentativas de distingui-las por
meio de pinturas das habitações com cores
diferenciadas.
Outro dado que pudemos levantar a partir do Setor Censitário e disponível a
partir do Quadro 1 na página 37, refere-se ao número de empregadas domésticas
que residem em seu local de trabalho na qual se destaca uma grande presença
delas nos setores do primeiro grupo enquanto que nos setores do segundo e,
A cidade e os espaços auto-segregados
41
sobretudo, nos setores do terceiro grupo, o número delas é praticamente
inexpressivo. Em certa medida, isso demonstra a diferença de poder aquisitivo entre
os respectivos setores censitários dos grupos analisados.
Com relação às médias do número de moradores em domicílios particulares
permanentes obtivemos resultados praticamente similares para os setores
censitários dos três grupos analisados variando entre 3,2 e 3,8 residentes por
domicílio.
Os dados do Quadro 2 mostram o número de responsáveis por domicílios
existentes em cada setor censitário, bem como a média do rendimento nominal
mensal e a média do número de anos de estudos dessas respectivas pessoas
responsáveis por domicílios particulares permanentes.
Quadro 2 - Presidente Prudente: Média do rendimento nominal mensal e média do
número de anos de estudos das pessoas responsáveis por domicílios particulares
permanentes para o ano de 2007 (por setor censitário)
Setor Censitário e
empreendimento de
referência
94 (João Paulo II)
90 (CPR**/Jd. Morumbi)
Total (Grupo 1)
249 (Damha Porção Sul)
250 (Pq. Res. Damha)
252 (Golden Village)
Total (Grupo 2)
63 (Res. Saint Moritz)
146 (Res. Esmeralda)
133 (Res. Primavera)
186 (Res. Bela Vista)
Total (Grupo 3)
Responsáveis
por DPP*
198
225
423
45
96
100
241
308
269
203
152
932
Média do rendimento
Média do número de
nominal mensal das
anos de estudo das
pessoas responsáveis pessoas responsáveis
por DPP (em reais) ***
por DPP
18.677,00
12,1
15.181,00
14,0
16.817,00
13,1
14.159,00
14,5
13.342,00
14,5
7.592,00
10,0
11.109,00
12,6
4.495,00
10,3
1.911,00
7,2
1.740,00
6,5
1.136,00
5,4
2.601,00
7,8
(*) Domicílios particulares permanentes; (**) Central Park Residence; (***) Para a atualização dos rendimentos,
convertemos o valor especificado da respectiva variável, em salários mínimos (em vigor no mês da realização da
pesquisa, que foi julho de 2000, na qual o salário mínimo era de R$ 151,00) e, logo em seguida, convertemos o
resultado obtido utilizando o valor do salário mínimo vigente no mês de outubro de 2007 (R$ 380,00) sem
considerar, contudo, a perda do poder de compra do salário mínimo durante esse intervalo de tempo.
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: IBGE – Censo demográfico 2000 (Agregado por Setores Censitários dos Resultados do Universo).
As médias do rendimento nominal mensal e as médias dos anos de estudos
obtidas por grupo, mais uma vez, permitem verificar a desigualdade socioeconômica
entre as áreas privilegiadas para a análise.
Os setores censitários nº 94 e nº 90, que compõem o primeiro grupo,
possuem a maior média de rendimento nominal mensal das pessoas responsáveis
A cidade e os espaços auto-segregados
42
por domicílios particulares permanentes e também a melhor média quanto ao
número de anos de estudos.
Não muito distante da realidade do primeiro grupo, o segundo grupo obteve
uma média de rendimento nominal mensal e uma média dos anos de estudos dos
responsáveis por domicílios também considerada elevada.
Contudo, há uma considerável desigualdade ao se comparar a realidade
socioeconômica dos setores censitários do primeiro e do segundo grupo com a do
terceiro grupo.
Se calcularmos a relação existente entre a média do rendimento nominal
mensal dos responsáveis por domicílios do setor censitário do Jardim João Paulo II,
qual seja R$18.677,00, e a média do rendimento nominal mensal dos responsáveis
por domicílios no setor censitário do Residencial Bela Vista, qual seja R$1.136,00,
teremos, aproximadamente, a seguinte relação: 1 : 16 (um para dezesseis), o que
demonstra alguns aspectos da acentuada desigualdade existente entre alguns dos
setores censitários que estamos analisando.
Além disso, a partir do Gráfico 1, é possível enfatizar a segmentação do
rendimento nominal mensal em faixas de rendas o que permite visualizar os
percentuais de concentração existentes. No primeiro e segundo grupo, as quatro
primeiras faixas de renda oscilam apenas entre 6,6% a 13,3% e com grande
concentração para a última faixa de renda referente a rendimento nominal mensal
acima dos vinte salários mínimos.
Gráfico 1 - Distribuição do rendimento nominal mensal, em
salários mínimos, dos responsáveis por domicílios
particulares
permanentes
(por
grupo).
70
60
2 a 5 sm
40
5 a 10 sm
30
10 a 15 sm
(%)
50
15 a 20 sm
20
mais que 20 sm
10
0
Grupo 1
Grupo 2
Grupo 3
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: IBGE – Censo demográfico 2000 (Agregado por Setores Censitários dos
Resultados do Universo)
A cidade e os espaços auto-segregados
43
Com relação ao terceiro grupo, mais uma vez é possível visualizar a
desigualdade socioeconômica existente entre esse respectivo grupo com relação
aos outros, pois, apenas 5,1% dos responsáveis por domicílios particulares
permanentes do terceiro grupo atingem a faixa de rendimento acima de 20 salários
mínimos mensais.
A partir do confronto desses dados preliminares podemos considerar que os
conceitos de inclusão social ou de exclusão social, além de se caracterizar como
uma importante ferramenta para a condução de políticas públicas, sobretudo, em
áreas carentes, do ponto de vista socioeconômico e de infra-estrutura urbana,
também trazem importantes elementos para uma discussão mais ampla para a
compreensão e entendimento do conjunto do espaço intra-urbano em que se
inserem os tipos habitacionais, alvos de nossa pesquisa, qual seja, uma discussão
sobre o conceito de segregação socioespacial nos termos propostos por Sposito
(2003; 2004) e Sobarzo (1999; 2004).
Com salienta Sposito (2003; 2004, p. 305-307), a acentuação da segregação
socioespacial e a atenuação da possibilidade de convivência entre os diferentes
segmentos sociais podem ter reflexos como mudança do sentido da cidade e, nesse
caso, o conceito ou a noção de fragmentação socioespacial emerge como
possibilidade explicativa desse fenômeno.
A segregação socioespacial, nos termos propostos por Sobarzo (2004),
também se orienta no sentido da constituição de uma sociabilidade segmentada no
espaço urbano.
Além disso, a segregação socioespacial em Presidente Prudente, “fragmenta,
física e socialmente, a unidade e a coesão do espaço urbano, que assume novas
características e desenvolve novos processos, propiciando a acentuação de práticas
auto-segregativas (...)” (SOBARZO, 1999, p. 177).
A segregação socioespacial por nós considerada se baseia nos processos de
auto-segregação, nos termos apresentados por Corrêa (2005), ainda que haja
elementos para se discutir a possibilidade da adoção de uma segregação imposta,
sobretudo, para os moradores dos condomínios horizontais Residencial Bela Vista,
Residencial Esmeralda e, em menor medida, o Residencial Primavera.
Em outros termos, os segmentos sociais de mais alto poder aquisitivo
produzem a auto-segregação que se expressa, sobretudo, por condomínios
A cidade e os espaços auto-segregados
44
horizontais exclusivos ou loteamentos fechados nas quais, geralmente, dispõem de
áreas de lazer e de certos serviços de uso exclusivo.
Por outro lado, esses mesmos segmentos sociais também produzem a
segregação imposta, quando controlam o mercado de terras e a incorporação
imobiliária, garantindo certa homogeneidade social nas áreas residenciais das elites
e direcionando a localização dos demais grupos sociais para outras áreas do espaço
urbano (CORRÊA, 2005, p. 64).
Nesse mesmo sentido, consideramos que a constituição da fragmentação
socioespacial promovida pelos segmentos de alto poder aquisitivo em cidades
médias paulistas também se manifesta pela dimensão do controle social do conjunto
do espaço urbano nas quais diversos outros agentes produtores do espaço urbano
atendem e também se beneficiam desse controle.
Como exemplo, ressaltamos que uma segregação imposta, sobretudo, para
os moradores do Residencial Bela Vista e do Residencial Esmeralda pode ser
baseada nas seguintes características desses condomínios e na inserção deles no
conjunto do espaço urbano:
• implantação em descontínuo à malha urbana compacta;
• relativa distância espacial em relação às demais áreas melhor servidas por
equipamentos urbanos de Presidente Prudente;
• padrão construtivo das habitações;
• intencionalidades do Programa de Arrendamento Residencial9 que, por meio
de um controle social efetivo, visa garantir a viabilidade do respectivo
Programa (DAL POZZO, 2006).
9
Segundo a Caixa Econômica Federal, o “Programa de Arrendamento Residencial (PAR) é um programa do Ministério das Cidades
operacionalizado pela CAIXA e financiado pelo Fundo de Arrendamento Residencial (FAR). O PAR tem como objetivo reduzir o déficit
habitacional em municípios com mais de 100.000 habitantes, viabilizando imóveis residenciais para famílias com renda de até R$
1.800,00”. Para saber mais, ver: < http://www1.caixa.gov.br/gov/gov_social/estadual/programas_habitacao/par/saiba_mais.asp> Acesso
em: 17 de julho de 2008.
A cidade e os espaços auto-segregados
45
Fotografia 5 – Residencial Esmeralda (08/05/2007): Vista
do residencial a partir da Rodovia Júlio Budisk.
A partir da Fotografia 5 é possível destacar a descontinuidade existente entre
a Rodovia Júlio Budisk e a Avenida Miguel Damha e da Avenida Presidente
Prudente. Mesmo considerando os negativos impactos ambientais, a construção de
uma via sobre o domínio das vertentes do Córrego do Botafogo poderia elevar o
nível de acessibilidade dos moradores do Conjunto Habitacional Ana Jacinta (bem
como dos moradores do Residencial Esmeralda) ao conjunto da malha urbana
compacta de Presidente Prudente.
Além disso, a construção dessa via poderia promover uma relativa
aproximação entre diferentes segmentos sociais pelo uso das Avenidas Miguel
Damha e Presidente Prudente nas quais estão em excelentes condições de uso pela
especial atenção que o poder público municipal e a iniciativa privada (representada
pelos empreendedores imobiliários) tem dado a elas.
1.4. Formação e caracterização dos espaços auto-segregados
A partir dos dados que obtivemos junto à Secretaria Municipal de
Planejamento de Presidente Prudente e dos dados secundários de Sobarzo (1999),
estabelecemos uma série de comparações entre os loteamentos fechados e os
condomínios horizontais com o objetivo de analisar as especificidades de cada tipo
habitacional ao longo das últimas décadas.
A cidade e os espaços auto-segregados
46
O Quadro 3 refere-se ao ano de implantação (em ordem crescente) e a
respectiva área de terreno ocupado (em m2) cuja soma atinge quase 2.500.000,00
m2 de áreas ocupadas pela auto-segregação entre as quais 2,35 Km2 referem-se à
área ocupada pelos loteamentos fechados e aproximadamente 0,15 Km2 são
ocupados pelos condomínios horizontais demonstrando que os loteamentos
fechados promovem um maior impacto socioespacial com relação aos condomínios
horizontais que estamos analisando.
Se relacionarmos os 113,00 Km2 aproximadamente compreendidos pela área
urbana prudentina (inclusos os vazios urbanos, bem como a área ocupada por 233
bairros e 4 núcleos urbanos, segundo o IBGE, 2005) com a área ocupada pela autosegregação obteremos o resultado de, aproximadamente 44 : 1 (quarenta e quatro
partes para um), o que ainda demonstra que não é expressiva a auto-segregação
com relação à cidade aberta.
Quadro 3 – Presidente Prudente: Ano de implantação e Área
total por loteamento fechado e condomínio horizontal.
Empreendimento
Jardim Morumbi
Jardim João Paulo II
Central Park Residence
Pq. Residencial Damha
Pq. Residencial Damha II
Residencial Golden Village
Cond. Res. Bela Vista
Residencial Quinta das Flores
Residencial Portinari
Residencial Beatriz
Cond. Res. Primavera
Cond. Res. Esmeralda
Cond. Res. Saint Moritz
Total
Ano de
Implantação
1976
1982
1992
1998
2000
2003
2004
2005
2005
2005
2006
2006
2006
---
Área do Terreno
2
(m )
90.600,00
175.723,44
286.159,23
711.534,00
631.620,00
83.195,80
53.701,15
133.729,85
202.100,00
35.359,00
30.242,32
49.909,55
15.589,77
2.499.464,11
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Secretaria Municipal de Planejamento; SOBARZO, 1999.
Podemos
considerar
que
o
tamanho
de
área
ocupada
pelos
empreendimentos, segundo o período analisado (1976 - 2006) foi crescente até o
ano de 1998, com a implantação do Parque Residencial Damha (Fotografia 6), com
um pequeno declínio para o ano de 2000 a partir da implantação do Parque
Residencial Damha II.
A cidade e os espaços auto-segregados
47
Fotografia 6 – Panorama do Parque Residencial Damha
(20/10/2007): Grandes dimensões de área ocupada pelas
habitações do respectivo loteamento fechado. Destaque
para o padrão construtivo das habitações.
Esses dois empreendimentos considerados são representativos da alta
demanda por moradias em loteamentos fechados em Presidente Prudente
ocasionada, sobretudo, pela pressão dos elevados preços praticados em operações
de venda e compra de terrenos ou casas em loteamentos fechados já consolidados
que, segundo o Diretor do Conselho Regional de Corretores de Imóveis, Alberico
Pasqualini, tiveram os preços dos seus imóveis muito valorizados, sobretudo, em
“função do temor generalizado gerado pela vinda de muitos presídios para a
região”10. Esse cenário favoreceu uma rápida ocupação do Parque Residencial
Damha e uma lenta ocupação do Parque Residencial Damha II na qual já se
mostravam sinais de esgotamento da demanda solvável para os anos de 2001, 2002
e 2003.
A partir de 2003, os próximos loteamentos fechados implantados em
Presidente Prudente ocupam áreas bem menores sem, no entanto, ocorrer uma
diminuição no tamanho de seus lotes. O baixo número de habitações em processo
de construção nos loteamentos fechados até meados de 2007 demonstra, com mais
segurança, o esgotamento da demanda solvável por esse tipo habitacional.
Além disso, outros fatores também devem ser considerados para se
compreender o baixo nível de edificação de novas moradias em loteamentos
fechados como a localização dos novos empreendimentos implantados, um pouco
SINDUSCON. Oferta maior que a procura em Prudente. Disponível em
<http://www.sindusconsp.com.br/PUBLICACOES/revista_noticias_construcao/edicao_38/capa.htm> Acesso em: 15 jan. 2007.
10
A cidade e os espaços auto-segregados
48
distantes da malha urbana compacta e da região central de Presidente Prudente
ainda que seus moradores se desloquem, predominantemente por automóvel
particular.
Fotografia 7 – Residencial Beatriz (08/05/2007): Vista a
partir da portaria na qual é possível observar a quadra de
tênis ao fundo. No momento de realização do registro
fotográfico, apenas uma habitação encontrava-se em
processo de construção.
As considerações do Sr. João Ricardo F. Mirandola (Administrador de
empresas do Grupo Encalso o qual entrevistamos em meados de setembro de 2007)
exemplifica o caso do Residencial Beatriz (também administrado pela Encalso) cujo
expressivo número de lotes não edificados (Fotografia 7) ele afirmou que foi
ocasionado pela localização prejudicada desse respectivo empreendimento.
Ainda, segundo o Sr. João Ricardo, os outros novos loteamentos fechados
(Residencial Quinta das Flores e Residencial Portinari, sobretudo) tentaram trazer
novos conceitos como diferencial, mas o “fator localização” – referindo-se ao
distanciamento da área urbana de ocupação consolidada - foi um dos fatores
preponderantes para definir o baixo sucesso desses novos empreendimentos.
Com base nos respectivos anos de implantação dos loteamentos fechados e
dos condomínios horizontais, elaboramos um cartograma da evolução do surgimento
desses tipos habitacionais em 5 fases distintas (Mapa 3) compreendendo o período
de 1976 a 2006.
A implantação de novas formas de habitat urbano em Presidente Prudente
tem seu ponto de partida no ano de 1975 quando ocorre a aprovação do loteamento
A cidade e os espaços auto-segregados
49
fechado denominado Jardim Morumbi (SOBARZO, 1999). Com a implantação desse
respectivo loteamento fechado (Fotografia 8), em 1976, inaugura-se a primeira fase
da auto-segregação em Presidente Prudente.
Fotografia 8 – Portaria do Jardim Morumbi (08/05/2007):
Destaque para o fluxo de trabalhadores partindo do local
de trabalho ao final do expediente.
A cidade e os espaços auto-segregados
50
A cidade e os espaços auto-segregados
51
A segunda fase inicia-se no ano de 1982, com a implantação do loteamento
fechado denominado Jardim João Paulo II (Fotografia 9) cujo projeto foi aprovado
pela Prefeitura Municipal em 1980 (SOBARZO, 1999).
Fotografia 9 – Portaria do Jardim João Paulo II
(08/05/2007): Destaque para a presença da cancela e da
câmara de vigilância para registros de imagens de
entrada e saída de veículos bem como o padrão
construtivo da habitação no interior do loteamento.
Após a implantação do Jardim João Paulo II, ocorreu um intervalo de dez
anos para a implantação do loteamento fechado denominado Central Park
Residence (Fotografia 10), em 1992, inaugurando a terceira fase da autosegregação.
Fotografia 10 – Portaria do Central Park Residence
(08/05/2007): Destaque para a presença de funcionários
que realizam o controle e a fiscalização dos fluxos.
A cidade e os espaços auto-segregados
52
Como já ressaltamos, durante o período de consolidação dos três primeiros
loteamentos fechados em Presidente Prudente, houve muita procura por esse
produto imobiliário, sobretudo, no final da década de 1990 ocasionando a elevação
de preços e, conseqüentemente, gerando a produção de uma demanda reprimida.
Esse fato ajuda a explicar o sucesso das vendas iniciais do Parque
Residencial Damha (Fotografia 11) - implantado em 1998 - e do Parque Residencial
Damha II (Fotografia 12) - implantado em 2000 - que compõem a quarta fase de
produção de espaços de auto-segregação em Presidente Prudente.
Fotografia 11 – Parque Residencial Damha (08/05/2007):
Destaque para os aspectos arquitetônicos da portaria
bem como para a presença de cabine no lado esquerdo
utilizada para a identificação e acesso (por sistema de
catraca eletrônica) dos empregados.
A cidade e os espaços auto-segregados
53
Fotografia 12 – Portaria do Parque Residencial Damha II
(08/05/2007): Padrão arquitetônico similar à portaria do
Parque Residencial Damha.
Entre os anos de 2003 a 2005, foram implantados quatro loteamentos
fechados em Presidente Prudente, quais sejam Golden Village (implantado em
2003), Residencial Beatriz, Residencial Quinta das Flores e Residencial Portinari
(cujas implantações se deram no ano de 2005). Detalhes arquitetônicos das
portarias desses loteamentos fechados podem ser observados a partir das
Fotografias 13, 14, 15 e 16.
Sobarzo (2005) também ressalta que esses últimos loteamentos fechados
lançados ao mercado resultaram em baixa procura11 face ao esgotamento da
demanda solvável e ao excesso de ofertas desse tipo habitacional em Presidente
Prudente.
Atualmente, essa baixa procura ainda se mantém como podemos constatar após a realização de uma série de trabalhos de campo,
sobretudo, pelo inexpressivo número de habitações existentes nesses respectivos loteamentos fechados sem, no entanto, desconsiderar
os processos de especulação imobiliária, grosso modo, representado por investidores que realizam o evento “compra-retenção-venda
futura” de lotes para auferir renda fundiária. No entanto, lançamento recente feito pelo Grupo Dahma, ocorrido em 2008, após a
finalização dos trabalhos relativos à pesquisa que gerou essa monografia, demonstra um reaquecimento do mercado, pois todos os lotes
colocados à venda foram adquiridos.
11
A cidade e os espaços auto-segregados
Fotografia 13 – Portaria do Residencial Golden Village
(08/05/2007): Destaque para o padrão arquitetônico e
paisagístico da portaria e o padrão arquitetônico das
habitações que podem ser visualizadas a partir dos
portões de entrada e saída de automóveis.
Fotografia 14 – Portaria do Residencial Beatriz
(08/05/2007): Destaque para o padrão arquitetônico da
portaria bem como para os lotes não edificados no seu
interior.
54
A cidade e os espaços auto-segregados
55
Fotografia 15 – Portaria do Residencial Quinta das Flores
(08/05/2007): Destaque para o padrão arquitetônico da
portaria.
Fotografia 16 – Portaria do Residencial Portinari
(08/05/2007): Destaque para o padrão arquitetônico da
portaria.
Entre os anos de 2004 a 2006 foram implantados quatro condomínios
multifamiliares horizontais em Presidente Prudente, quais sejam o Residencial Bela
Vista (implantado em 2004), o Residencial Primavera, o Residencial Esmeralda e o
Residencial Saint Moritz (cujas implantações deram-se no ano de 2006).
Comparativamente aos loteamentos fechados, o padrão arquitetônico das
portarias dos condomínios horizontais podem ser considerados de características
mais simples como podem ser observados a partir das fotografias 17, 18, 19 e 20.
A cidade e os espaços auto-segregados
Fotografia 17 – Portaria do Residencial Bela Vista
(08/05/2007): Destaque para o padrão arquitetônico da
portaria.
Fotografia 18 – Portaria do Residencial Primavera
(08/05/2007): Destaque para o padrão arquitetônico e
para a grande quantidade de areia próximo à portaria,
decorrente do processo de terraplanagem do Residencial
São Sebastião e de intensas chuvas, período em que se
promoveu o escoamento desse material para o fundo de
vale onde se localiza esse respectivo condomínio.
56
A cidade e os espaços auto-segregados
57
Fotografia 19 – Portaria do Residencial Esmeralda
(08/05/2007): Destaque para o padrão arquitetônico bem
como para as dimensões da respectiva portaria.
Fotografia 20 – Portaria do Residencial Saint Moritz
(08/05/2007).
A implantação dos loteamentos fechados Golden Village, Residencial Quinta
das Flores, Residencial Beatriz e Residencial Portinari (que se inicia no ano de 2003)
bem como a implantação dos condomínios horizontais acima citados (os três
últimos, foram implantados no ano de 2006) encerram a quinta fase da autosegregação em Presidente Prudente.
Alguns desses novos empreendimentos imobiliários, quais sejam, Residencial
Quinta das Flores (de propriedade do empresário Junji Yamamoto – Presidente da
A cidade e os espaços auto-segregados
58
Kodak do Brasil), Residencial Portinari (de propriedade do Grupo Matsuda que atua,
sobretudo, no ramo de sementes para pastagens) e, mais recentemente, o
loteamento fechado em processo de implantação, Porto Seguro Residence & Resort
(de propriedade da Incorporadora Mampei Funada Ltda., cuja família proprietária
também atua no ramo de bebidas em Presidente Prudente), foram ou estão sendo
viabilizados por empresários que estão diversificando seus ramos de atuação, neste
caso, passando a investir também no ramo da produção imobiliária urbana.
De um modo geral, até o final do ano de 2006, já haviam sido implantados um
total de nove loteamentos fechados voltados para os segmentos sociais de alto
poder aquisitivo e de quatro condomínios horizontais destinados aos segmentos
sociais de médio a baixo poder aquisitivo.
A configuração territorial dos loteamentos fechados pode ser caracterizada,
resumidamente, da seguinte maneira:
• Com exceção do Residencial Portinari (localizado no Setor Norte na
saída para a cidade de Álvares Machado), os loteamentos fechados
estão localizados no Setor Sul contribuindo para consolidá-lo como
setor residencial com predominância de habitações mais caras
ocupadas por segmentos sociais de alto poder aquisitivo.
• No Setor Norte, na Avenida Salin Farah Maluf, encontra-se em
processo
de
implantação,
o
loteamento
fechado
aprovado
recentemente pela Prefeitura Municipal, denominado “Porto Seguro
Residence
&
Resort”
(ANEXO
D).
Segundo
informações
do
GRAPROHAB, o empreendimento possui área total de 163.751 m2,
área loteável de 63.827,32 m2 e 246 lotes na qual a respectiva área
média de cada lote é de 259,46 m2. Em publicidade veiculada por
Internet, os discursos de seus empreendedores valorizam o conceito
“Residence & Resort”12 na qual visa oferecer uma infra-estrutura de
lazer do tipo clube, com piscinas, sauna com "spa", quadras
poliesportivas, lago para pesca, pista de Cooper, lan house, etc. Além
disso, procura valorizar a proximidade com alguns equipamentos
urbanos como o Colégio JP, o Carrefour e o Prudenshopping (ANEXO
E).
12
Para saber mais, ver: <http://www.imobiliariajd.com/portoseguro/index.html>. Acesso em: 02 dez. 2007.
A cidade e os espaços auto-segregados
59
• A tendência de implantação de novos loteamentos fechados no Setor
Sul13 pode estimular uma considerável “frente de especulação
imobiliária” nesse respectivo setor, tendência essa mencionada e
representada cartograficamente por Sobarzo (2004).
Por sua vez, a configuração territorial dos condomínios horizontais pode ser
caracterizada, resumidamente, da seguinte maneira:
• O Residencial Bela Vista e o Residencial Primavera foram implantados
no Setor Norte da cidade de Presidente Prudente, onde predominam
habitações de padrões populares e precárias com grande presença de
segmentos sociais de médio e baixo poder aquisitivo. Além disso, no
seu entorno também encontra-se glebas em pousio social e grande
número de lotes não-edificados.
• O Residencial Esmeralda, relativamente afastado da malha urbana
compacta de Presidente Prudente, foi implantado no Setor Sudoeste,
próximo ao Conjunto Habitacional Ana Jacinta cujo padrão popular das
habitações é similar àquelas construídas no respectivo Residencial.
• A construção do Residencial Bela Vista e do Residencial Esmeralda
foram
viabilizados
por
meio
de
subsídios
do
Programa
de
Arrendamento Residencial do Governo Federal e, em parceria com a
Prefeitura
Municipal.
Foram
realizados
sorteios
das
unidades
habitacionais implantadas, cujos moradores contemplados pagam
arrendamento mensal (durante o ano de 2006, o arrendamento mensal
de referência foi de cerca de R$ 180,00), além das demais taxas de
condomínio (DAL POZZO, 2006).
• O
Residencial
subsidiados
Primavera
pelo
programa
compõe
do
um
Governo
dos
empreendimentos
Federal
denominado
“Financiamento de Imóveis na Planta ou em Construção”. Sua
implantação foi viabilizada através de parceria (sistema associativo)
com a empresa Constrinvest Construtora e Comércio Ltda. (DAL
POZZO, 2006).
Essa tendência pode ser comprovada a partir do processo de aprovação, na qual atualmente tramita na Prefeitura Municipal, de mais
um projeto de loteamento fechado da Construtora Encalso denominado inicialmente de “Village Damha” que será implantado - no caso de
aprovação do respectivo projeto – em gleba adquirida pela respectiva Construtora em leilão judicial no ano de 2006 localizada entre o
Parque Residencial Damha e a Rodovia Raposo Tavares.
13
A cidade e os espaços auto-segregados
60
• O Residencial Saint Moritz foi implantado próximo ao Parque São
Judas Tadeu (bairro bem localizado e inserido na malha urbana
compacta de Presidente Prudente). O Residencial caracteriza-se como
o único condomínio multifamiliar horizontal não subsidiado pelo
Governo Federal, o qual foi viabilizado totalmente pela iniciativa
privada (DAL POZZO, 2006).
Quadro 4 – Presidente Prudente: Área total da superfície de uso
habitacional por loteamento fechado e condomínio horizontal.
Empreendimento
Área do Terreno
(m 2)
Superfície de uso
habitacional em
potencial (m 2)
62.320,50
108.446,13
150.119,80
317.966,50
226.241,00
50.102,93
33.101,62
64.915,72
90.824,82
24.002,50
*13.212,06
*24.964,00
8.910,00
1.192.128,89
Jardim Morumbi
90.600,00
Jardim João Paulo II
175.723,44
Central Park Residence
286.159,23
Pq. Residencial Damha
711.534,00
Pq. Residencial Damha II
631.620,00
Residencial Golden Village
83.195,80
Cond. Res. Bela Vista
53.701,15
Residencial Quinta das Flores
133.729,85
Residencial Portinari
202.100,00
Residencial Beatriz
35.359,00
Cond. Res. Primavera
30.242,32
Cond. Res. Esmeralda
49.909,55
Cond. Res. Saint Moritz
15.589,77
Total
2.499.464,11
(*) Dados aproximados
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Secretaria Municipal de Planejamento; SOBARZO, 1999.
Relação
AT/SUH (%)
68,8
61,7
52,5
44,7
35,8
60,2
61,6
48,5
44,9
67,9
43,7
50,0
57,1
47,7
Quadro 5 – Presidente Prudente: Total de área de lazer por
loteamento fechado e condomínio horizontal.
Empreendimento
Jardim Morumbi
Jardim João Paulo II
Central Park Residence
Pq. Residencial Damha
Pq. Residencial Damha II
Residencial Golden Village
Cond. Res. Bela Vista
Residencial Quinta das Flores
Residencial Portinari
Residencial Beatriz
Cond. Res. Primavera
Cond. Res. Esmeralda
Cond. Res. Saint Moritz
Total
Área de lazer
Área do
Relação AL/AT
2
2
(m )
Terreno (m )
(%)
9.513,00
90.600,00
10,5
17.923,80
175.723,44
10,2
28.902,10
286.159,23
10,1
133.768,40
711.534,00
18,8
128.850,50
631.620,00
20,4
8.472,19
83.195,80
10,2
5.466,46
53.701,15
10,2
13.442,62
133.729,85
10,0
20.525,89
202.100,00
10,2
5.514,45
35.359,00
15,6
2.928,92
30.242,32
9,7
8.192,39
49.909,55
16,4
2.800,00
15.589,77
18,0
386.300,72 2.499.464,11
15,4
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Secretaria Municipal de Planejamento; SOBARZO, 1999.
A partir do Quadro 4, podemos observar que houve um declínio sobre a
destinação de área para a superfície habitacional, sobretudo, para o Parque
A cidade e os espaços auto-segregados
61
Residencial Damha II. Esse declínio reflete uma nova tendência do mercado
imobiliário em ampliar as dimensões de áreas dos loteamentos fechados destinadas
para o lazer, como pode ser observada a partir do Quadro 5.
As variações das áreas destinadas para o lazer dos loteamentos fechados e
condomínios horizontais na qual se destacam a destinação de grandes áreas para o
lazer nos loteamentos fechados Parque Residencial Damha e Parque Residencial
Damha II, inserem-se no âmbito de valorização do conceito de natureza e de
aspectos paisagísticos pelo mercado imobiliário como um mecanismo de difusão das
vendas como podem ser verificadas a partir da Fotografia 21.
Esses apontamentos podem ser reforçados pelos dados que levantamos por
meio de questionários aplicados junto aos moradores dos loteamentos fechados e
condomínios horizontais cuja especificidade dos loteamentos fechados Parque
Residencial Damha e Parque Residencial Damha II no que se refere às suas áreas
de lazer, fez com que essa característica fosse apontada como o terceiro principal
motivo de mudança para esses respectivos empreendimentos.
Além disso, 21,2% das respostas do segundo grupo (na qual se inserem os
loteamentos fechados Parque Residencial Damha e Parque Residencial Damha II)
indicaram que utilizam com freqüência as áreas destinadas para o lazer de seus
respectivos empreendimentos, enquanto que, os loteamentos fechados mais bem
consolidados, como o Jardim Morumbi, Jardim João Paulo II e Central Park
Residence, essa utilização atinge apenas 6,8% de seus moradores e, para os
moradores dos condomínios horizontais, esse percentual atinge apenas 6,5%.
Fotografia 21 - Imagem do lago artificial do Parque
Residencial Damha: o lago foi construído sobre um dos
afluentes do Córrego do Cedro. Essa imagem foi
divulgada pela Imobiliária Casa dos Imóveis Ari
Barriguella.14.
14
Para ver mais imagens acessar o sítio <http://www.aribarriguella.com.br/dahma1.htm>. Acesso em: 01 out. 2006.
A cidade e os espaços auto-segregados
62
Após a implantação do Parque Residencial Damha II, não é mais possível
observar, de forma explícita, a tendência de ampliação da área destinada para o
lazer (com exceção do Residencial Saint Moritz e do Residencial Esmeralda),
sobretudo, pela diminuição significativa das áreas do terreno ocupadas pelos novos
empreendimentos imobiliários a partir de 2003. De um modo geral, os outros
loteamentos fechados permanecem com uma área entre 10 e 11% do total da área
do terreno destinada para o lazer:
O Caso do Residencial Saint Moritz (ANEXO F) é emblemático pois foi alvo de
destaque em uma de suas propagandas veiculadas pela Internet15 na qual foi
denominado de uma “pequena vila” que incorpora soluções “eco-urbanísticas” que
visam oferecer qualidade de vida aos seus moradores.
Segundo a respectiva propaganda, uma maior área de lazer do “primeiro
condomínio ecologicamente correto da cidade” insere-se, portanto, dentro do quadro
das soluções eco-urbanísticas tendo como um de seus benefícios, proporcionar um
micro-clima mais favorável para os seus moradores.
Gráfico 2 – Presidente prudente: Média de área de lazer por lote ou unidade
habitacional (em metros quadrados).
Distribuição da área
de lazer (m2)
300
250
200
150
100
50
0
Loteamentos fechados
Condomínios horizontais
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Secretaria Municipal de Planejamento; SOBARZO, 1999.
Texto intitulado “ECOLOGICAMENTE CORRETO” referente ao lançamento do Residencial Saint Moritz. Disponível em:
<http://www.sinomar.com.br/coluna_social.htm>. Acesso em: 01 out. 2006.
15
A cidade e os espaços auto-segregados
63
Os dados do Gráfico 2 permitem verificar que os loteamentos fechados
Residencial Quinta das Flores, Jardim Morumbi, Parque Residencial Damha e
Parque Residencial Damha II são os loteamentos fechados que possuem maior
destinação de área de lazer por lote, o que possibilita realizar, com mais
propriedade, uma valorização de algumas dimensões simbólicas, potencializadas
por estratégias do marketing imobiliário, que podem ser denominadas como “lugar
ideal para sua casa” (ANEXO G), “vista privilegiada”, contato com o “verde” e o “ar
puro” (ANEXO H) bem como diversas outras denominações divulgadas pela
estratégia de marketing existente para auferir vendas desses tipos imobiliários.
As
propagandas veiculadas pela Internet,
sobretudo,
pelas
páginas
eletrônicas do “Sinomar Calmona” (coluna social impressa e eletrônica de Presidente
Prudente) é possível visualizar mais alguns aspectos dessa dimensão simbólica que
valoriza os aspectos da natureza, sobretudo, os últimos empreendimentos
implantados pelo Grupo Encalso, quais sejam, o Parque Residencial Damha e
Parque Residencial Damha II.
São valorizados os aspectos paisagísticos, além de outros símbolos
emblemáticos como a da “figueira centenária” (Fotografia 22) bem próximo à portaria
do Parque Residencial Damha II.
Fotografia 22 – Figueira centenária (20/10/2007):
Esporadicamente
são
realizados
almoços/confraternizações pelos moradores do Parque
Residencial Damha II à sombra da respectiva figueira.
A cidade e os espaços auto-segregados
64
Fotografia 23 - Aspectos paisagísticos do Parque
Residencial Damha II16
As frases a seguir retratam bem alguns desses aspectos: “O novo bairro da
cidade deixa os visitantes deslumbrados. Salta aos olhos o cuidado urbanístico,
arquitetônico e paisagístico do empreendimento”17; “Os coqueiros dão um toque
tropical ao bairro”; “O lago com uma ilha interligada pela passarela, numa das mais
belas visitas do condomínio” (Fotografia 23).
A partir do Quadro 6 é possível verificar diferenças entre a distribuição de
áreas destinadas para o uso habitacional entre os loteamentos fechados e
condomínios horizontais:
16
Fotografia extraída da página eletrônica da coluna social Sinomar Calmona. Disponível em:
<http://www.sinomar.com.br/da_damha2.asp>. Acesso em: 02 out. 2006
17 Informações extraídas dos endereços eletrônicos <http://www.sinomar.com.br/da_valorizaram.asp> e
<http://www.sinomar.com.br/da_damha2.asp> Acesso em: 17 jan. 2007.
A cidade e os espaços auto-segregados
65
Quadro 6 – Presidente Prudente: Tamanho médio dos lotes e das unidades
habitacionais.
Empreendimento
Jardim Morumbi
Jardim João Paulo II
Central Park Residence
Pq. Residencial Damha
Pq. Residencial Damha II
Residencial Golden Village
Cond. Res. Bela Vista
Residencial Quinta das Flores
Residencial Portinari
Residencial Beatriz
Cond. Res. Primavera
Cond. Res. Esmeralda
Cond. Res. Saint Moritz
Total
Superfície de uso
habitacional em
2
potencial (m )
62.320,50
108.446,13
150.119,80
317.966,50
226.241,00
50.102,93
33.101,62
64.915,72
90.824,82
24.002,50
**13.212,06
**24.964,00
8.910,00
1.192.128,89
Nº de lotes ou
Nº de U. H.
67
251
293
746
516
91
*199
126
234
60
*102
*158
*50
2893
Tamanho médio
dos lotes
930,20
432,10
512,40
426,20
438,50
550,58
166,34
515,20
388,14
400,00
**129,53
**158,00
**178,20
---
Dados em destaque meramente comparativos, pois o conceito de lote urbano não se aplica aqui.
(*) Unidades habitacionais
(**) Dados aproximados
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Secretaria Municipal de Planejamento; SOBARZO, 1999.
Com exceção do Jardim Morumbi (média de 930,20 m2 por lote) não há
grandes oscilações no tamanho médio dos lotes dos loteamentos fechados em
Presidente Prudente sendo que a menor média por lote (388,14 m2) se refere ao
Residencial Portinari. Os condomínios horizontais também não apresentam grandes
oscilações sobre a média das unidades habitacionais.
Considerando as médias gerais por tipo habitacional, os loteamentos
fechados atingem uma média de 459,3 m2 por lote e os condomínios horizontais
atingem uma média de 157,5 m2 por unidade habitacional.
Estabelecendo uma relação entre as médias desses dois tipos habitacionais
(loteamentos fechados e condomínios horizontais respectivamente) obtivemos uma
proporção aproximada de 1: 3, ou seja, os lotes em loteamentos fechados são, em
média, aproximadamente três vezes maior que as unidades habitacionais em
condomínios horizontais o que, mais uma vez, demonstra uma significativa
desigualdade entre esses dois tipos habitacionais.
Quadro 7 – Presidente Prudente: Distribuição das superfícies segundo o uso por
loteamento fechado e por condomínio horizontal (em percentual).
A cidade e os espaços auto-segregados
Empreendimento
Jardim Morumbi
Jardim João Paulo II
Central Park Residence
Pq. Residencial Damha
Pq. Residencial Damha II
Resid. Golden Village
Cond. Resid. Bela Vista
Residencial Quinta das Flores
Residencial Portinari
Residencial Beatriz
Cond. Residencial Primavera
Cond. Resid. Esmeralda
Residencial Saint Moritz
Superfície
Vias
de Uso
Internas
Habitacional
68,8
20,8
61,7
23,1
52,5
22,3
44,7
27,2
35,8
29,7
60,2
24,6
61,6
23,1
48,5
32,8
44,9
34,7
67,9
16,5
*43,7
46,6
*50,0
*33,6
57,1
24,9
Área
Lazer
10,5
10,2
10,1
18,8
20,4
10,2
10,2
10,0
10,2
15,6
9,7
16,4
18,0
66
Área
Institucional
**
5,0
5,4
5,0
5,0
5,0
5,1
5,3
5,0
***
Não há
Não há
Não há
Total
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
(*) Dados aproximados; (**) Corresponde a 5% do total loteado, porém, a área doada não foi inclusa dentro do
projeto do loteamento; (***) Inclusa em área institucional do Pq. Residencial Damha II.
Fonte: Secretaria Municipal de Planejamento; SOBARZO, 1999.
Org.: Clayton F. Dal Pozzo
A partir do Quadro 7, verificamos que o Residencial Portinari e o Residencial
Primavera destinaram grande percentual de sua área total para suas vias internas,
sendo que, no caso do Residencial Primavera, o percentual ocupado pelas vias
internas é até mesmo superior ao percentual destinado para a superfície de uso
habitacional.
O Residencial Beatriz tem a menor destinação de sua área para as vias
internas e, por outro lado, é também o que possui um dos maiores percentuais de
aproveitamento de sua área total destinado para a superfície de uso habitacional.
Também é possível verificar que todos os loteamentos fechados cumprem a
determinação da lei que especifica que, no mínimo, 5% da área total do
empreendimento devem ter a destinação como área institucional, ou seja, uma área
pública com a finalidade de se construir escolas, postos de saúde, creches,
delegacias bem como outros prédios públicos especificados pelo Artigo 12 da Lei
Complementar Municipal de Nº 127/200318.
No entanto, até o presente momento, nenhuma das áreas institucionais, as
quais fazem divisas com os muros dos loteamentos fechados, cumprem a sua
função social permanecendo apenas como terrenos baldios que, na maioria dos
casos, servem como destinação final de entulhos e mato alto apenas como pode ser
demonstrado a partir da Fotografia 24.
PRESIDENTE PRUDENTE. Lei Complementar Nº 127/2003. Dispõe sobre o Parcelamento do Solo Para Fins Urbanos e dá Outras
Providências.
18
A cidade e os espaços auto-segregados
67
Fotografia 24 – Área institucional do Jardim João Paulo II
(23/11/2007): Destaque para alguns focos de entulhos e
o mato alto na respectiva área institucional.
Apenas cogitou-se a implantação de um Corpo de Bombeiros em área
institucional doada pelo Central Park Residence ao longo da Avenida Luiz Cezario,
que, segundo a opinião de Castilho (2007)19, poderia promover conflitos entre a
tranqüilidade dos moradores e as necessidades dos bombeiros em soar sirenes.
Com relação às áreas destinadas para o sistema viário bem como as áreas
de lazer também foi possível verificar que todas se encontram dentro da legalidade
segundo a lei complementar acima especificada a qual exige que sejam destinados
de 10 a 15% da área loteável para a área de lazer e, no mínimo, 20% para o sistema
viário.
Para os condomínios horizontais, regidos pela Lei Federal 4.591 de 16 de
dezembro de 1964, não foi prevista a destinação de área institucional tratando-se,
apenas, de um caso isolado, o fato do projeto do Residencial Bela Vista indicar a
destinação de 5,1% da área total do terreno como área institucional.
Os dados do Quadro 8 demonstram os resultados obtidos, ao final do
segundo semestre de 2006, junto a Secretaria Municipal de Planejamento na qual
devemos considerar certa defasagem nos respectivos dados, sobretudo, no que se
refere ao número de habitações atualmente existentes em cada loteamento fechado.
No entanto, o acréscimo no número de habitações, sobretudo, se compararmos com
19
CASTILHO, José Roberto Fernandes. Ontem e hoje. Oeste Notícias. 16 jun. 2007. Opinião. p.1.2
A cidade e os espaços auto-segregados
68
o número informado pelos funcionários das respectivas portarias dos loteamentos
fechados não é significativo ao ponto de inviabilizar a análise dos dados que aqui
nos interessa, ou seja, as médias das habitações (em metros quadrados) por
empreendimento.
Quadro 8 – Presidente Prudente: Tamanho médio das
habitações em loteamentos fechados e condomínios
horizontais.
Empreendimento
Jardim Morumbi
Jardim João Paulo II
Central Park Residence
Pq. Residencial Damha
Pq. Residencial Damha II
Residencial Golden Village
Cond. Residencial Bela Vista
Cond. Residencial Primavera
Cond. Residencial Esmeralda
Cond. Residencial Saint Moritz
Média nos loteamentos
fechados
Média nos cond. horizontais
Média na cidade
Nº de
habitações
53
148
145
367
59
6
199
102
158
50
Média das
2
Habitações (m )
477,0
365,0
335,0
317,0
316,0
380,0
48,8
68,00
38,3
92,5
-------
340,8
53,7
105,5
Não foram incluídos o Residencial Beatriz, o Residencial Quinta das Flores e
o Residencial Portinari, pois até o final de 2006 não haviam habitações
implantadas nesses empreendimentos.
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Secretaria Municipal de Planejamento, 2006; SOBARZO, 1999.
O número reduzido de habitações edificadas no Parque Residencial Damha II
e no Residencial Golden Village, mesmo considerando a defasagem temporal,
permitem, mais uma vez, reforçar a tendência de diminuição significativa da
demanda solvável por habitações em loteamentos fechados nos últimos anos,
sobretudo, considerando os de 2004, 2005 e 2006.
Com exceção do Jardim Morumbi para o qual se obteve uma média de 477,0
m2 por habitação, os loteamentos fechados subseqüentes (Jardim João Paulo II com
365 m2, Central Park Residence com 335 m2, Parque Residencial Damha com 317
m2 e Parque Residencial Damha II com 316 m2) tiveram um pequeno declínio no que
se refere à média habitacional. Os dados do Gráfico 3 permitem melhor visualizar
esses resultados.
A cidade e os espaços auto-segregados
69
Tamanho médio das habitações (m2)
Gráfico 3 – Presidente Prudente: Tamanho médio das habitações em
loteamentos fechados e condomínios horizontais.
600
Jard im Mo rumbi
Jard im Jo ão Paulo II
500
400
Cen tral Park Resid ence
Pq . Resid en cial Damh a
Pq . Resid en cial Damh a II
300
Resid en cial G olden Village
200
100
Co n d . Residencial Bela Vista
Co n d . Residencial Primavera
Co n d . Residencial Esmeralda
0
Co n d . Residencial Saint Mo ritz
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Secretaria Municipal de Planejamento, 2006; SOBARZO, 1999.
A média obtida pelo loteamento fechado Residencial Golden Village deve ser
analisada com ressalvas, pois se refere à média de apenas 6 unidades residenciais
até então implantadas.
Já os condomínios horizontais exibem médias de áreas das unidades
habitacionais bem reduzidas comparativamente aos loteamentos fechados. A melhor
média obtida entre os condomínios horizontais sequer chega aos 100 m2, atingindo
apenas 92,5 m2 pelo Residencial Saint Moritz e, por sua vez, a pior média das
habitações obtida (38,3%) foi do Residencial Esmeralda localizado próximo ao
Conjunto Habitacional Ana Jacinta.
Os dados em destaque do Quadro 8 permitiram elaborar o Gráfico 4 no qual
representa o tamanho médio das habitações por tipo habitacional (loteamento
fechado e condomínio horizontal) bem como o tamanho médio das habitações para
o conjunto da cidade:
A cidade e os espaços auto-segregados
70
Tam anh o médio das h abitações (m 2)
Gráfico 4 – Presidente Prudente: Tamanho médio das
habitações segundo tipo habitacional.
400
350
300
250
200
150
100
50
0
Loteamentoa fechados
Condomínios horizontais
Cidade
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Secretaria Municipal de Planejamento, 2006; SOBARZO, 1999.
Mais uma vez, foi possível verificar a grande desigualdade existente entre os
loteamentos fechados e os condomínios horizontais segundo as médias (em metros
quadrados) das unidades habitacionais de cada um dos tipos de empreendimento.
Grosso modo, podemos considerar que as habitações em loteamentos
fechados (média de 340,8 m2) e as habitações para o conjunto da cidade (média de
105,5 m2) são em média, respectivamente, seis vezes e duas vezes maiores que as
habitações em condomínios horizontais (média de 53,7m2).
1.5. A definição de grupos de espaços auto-segregados
Sobarzo e Sposito (2003, p. 37-38) ressaltam que as práticas socioespaciais
derivadas de algumas morfologias específicas produzidas nas últimas décadas
(como os loteamentos fechados e condomínios horizontais) bem como a diluição da
coesão funcional e social das cidades pela dispersão e o aumento da circulação sem
diálogos, levaram a uma diminuição da convivência e do encontro de diferentes
segmentos socioeconômicos e de interesses culturais diversos.
Nesse sentido, a análise das práticas socioespaciais dos sujeitos autosegregados a partir dos dados levantados pela aplicação de questionários podem
A cidade e os espaços auto-segregados
71
conter importantes indicativos para se avaliar o fenômeno da fragmentação
socioespacial em Presidente Prudente bem como o nível dessa fragmentação.
O primeiro bloco de questões constitutivas dos questionários aplicados
tiveram como objetivo, levantar o perfil socioeconômico dos moradores dos
loteamentos fechados e dos condomínios horizontais.
A partir de uma análise prévia dos dados levantados e da localização dos
loteamentos fechados em Presidente Prudente, optamos por realizar uma divisão
que é, ao mesmo tempo, econômica e temporo-espacial, entre os loteamentos
fechados e condomínios horizontais, na qual já vimos fazendo referência, o que
levou a constituição de três grupos objetivando evitar a generalização no processo
de análise e de modo a se fazer apontamentos mais detalhados de práticas
socioespaciais distintas.
O primeiro grupo foi caracterizado pelos três loteamentos fechados mais
antigos e melhor consolidados, que concentram o maior número de famílias que
ganham acima de R$ 9.451,00 mensais, quais sejam, Jardim Morumbi (implantado
em 1976), Jardim João Paulo II (implantado em 1982) e Central Park Residence
(implantado em 1992). Esses três loteamentos fechados encontram-se relativamente
concentrados na malha urbana compacta do Setor Sul e com rápido acesso às
principais vias que dão acesso ao centro e aos Shopping Centers de Presidente
Prudente.
O segundo grupo é caracterizado pelos loteamentos fechados Parque
Residencial Damha (implantado em 1998), Parque Residencial Damha II (implantado
em 2000) e Residencial Golden Village (implantado em 2003). Esses loteamentos
fechados ainda possuem um grande número de lotes não-edificados, sobretudo os
dois últimos loteamentos, e estão localizados na periferia do Setor Sul,
apresentando uma relativa descontinuidade com a malha urbana compacta.
Por sua vez, o terceiro grupo envolve todos os quatro condomínios horizontais
de Presidente Prudente, cuja divisão interna não se mostrou necessária: O
Residencial Primavera (implantado em 2006) e Residencial Bela Vista (implantado
em 2004), localizados na periferia do Setor Norte, o Residencial Saint Moritz
(implantado em 2006) situado na malha urbana compacta do Setor Norte e o
Residencial Esmeralda (implantado em 2006), no Setor Sudoeste, próximo ao
Conjunto Habitacional Ana Jacinta.
As espacializações dos grupos podem ser verificadas a partir do Mapa 4.
A cidade e os espaços auto-segregados
72
A cidade e os espaços auto-segregados
73
Embora tenhamos estruturado nossas análises segundo grupos, a análise
individual dos loteamentos fechados e dos condomínios horizontais, em momentos
em que se fizerem necessárias distinções, devem comparecer ao longo do presente
texto.
1.5.1. Perfil socioeconômico dos sujeitos auto-segregados
Os dados sobre o perfil socioeconômico dos sujeitos auto-segregados têm
como referência os 152 questionários respondidos e coletados durante os meses de
abril, maio e junho. O Quadro 9 sintetiza os resultados dessa etapa da pesquisa:
Quadro 9 – Presidente Prudente: Questionários encaminhados e coletados junto aos
moradores de loteamentos fechados e condomínios horizontais.
Questionários
Questionários
Porcentagem
encaminhados
coletados
(%)
Jardim Morumbi
50
11
22,00
Jardim João Paulo II
130
18
13,80
Central Park Residence
170
19
11,18
Total do primeiro grupo
350
48
13,71
Parque Residencial Damha
400
42
10,50
Parque Residencial Damha II
150
14
9,30
13
3
23,00
563
59
10,48
Residencial Saint Moritz
16
4
25,00
Residencial Primavera
72
12
16,70
175
19
10,86
92
10
10,87
355
45
12,68
1268
152
11,99
Golden Village
Total do segundo grupo
Jardim Bela Vista
Residencial Esmeralda
Total do terceiro grupo
Total Geral
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
A partir desses dados, podemos considerar que nossa amostragem ficou
abaixo do mínimo necessário para representar estatisticamente o fenômeno
estudado, para o que seria preciso perfazer um total aproximado de 25% de
A cidade e os espaços auto-segregados
74
unidades amostrais, de acordo com o Quadro elaborada por Krejcie e Morgan20
(1970, p. 608 apud GERARDI e SILVA, 1981, p. 20) e não de 11,99% como
conseguimos atingir.
Com base nesses resultados consideraremos, sobretudo, os aspectos
qualitativos dos dados levantados com a aplicação dos questionários bem como a
pertinente realização de uma análise comparativa com relação aos dados
previamente levantados dos setores censitários na qual abrangem ou estão
localizados próximos aos tipos habitacionais pesquisados.
Uma primeira informação sistematizada, refere-se às médias de habitantes
por residência, nas quais podem ser visualizadas a partir do Gráfico 5:
Gráfico 5 – Presidente Prudente: Média de
habitantes por residência (por grupo).
Nº médio de habitantes
4
3,5
3,4
3,3
3
2,4
2,5
2
1,5
1
0,5
0
Grupo 1
Grupo 2
Grupo 3
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
Essas médias demonstram resultados bem próximos daquelas obtidos pelos
dados dos setores censitários para cada grupo (ver Quadro 1 na página 37) na qual
o primeiro e segundo grupo obtiveram uma média de 3,7 residentes por domicílio
enquanto que os dados acima demonstram uma pequena queda nessa média ao
considerar apenas o espaço “intra-muros”, ou seja, uma média de 3,4 e 3,3
residentes por domicílio para o primeiro e segundo grupo respectivamente.
Com relação ao terceiro grupo pudemos perceber uma ligeira diferença entre
os dados dos setores censitários na época de realização do Censo Demográfico
KREJCIE, R. V; MORGAN, D. W. Determining sample size for research activities. Educational and Psychological Measurement.
30(3): 607-610. 1970.
20
A cidade e os espaços auto-segregados
75
2000 do IBGE (na qual se obteve uma média de 3,4 residentes por domicílio) com
relação à média obtida apenas em seus espaços “intra-muros”, qual seja, de 2,4
residentes por domicílio.
As médias acima obtidas são bem próximas da média geral do espaço urbano
prudentino, qual seja, de 3,7 habitantes por domicílio, segundo os dados do IBGE
(2005).
As diferenças ressaltadas a partir das questões subseqüentes se associam,
nos termos propostos por Carlos (1997, p. 205-206), com a reprodução do cotidiano
na qual perpassa por um conjunto de objetos que regem as relações entre os
sujeitos e que se constituem como elementos diferenciadores na construção de uma
determinada sociabilidade, contribuindo para o surgimento de um novo modo de vida
em que as relações com as pessoas são cada vez mais sobrepostas pelas relações
com os objetos no sentido de posse e de sedução.
De acordo com Lefebvre (1991, p. 110-111), o automóvel e sua análise
funcional simples - o circular - impõem sua lei ao cotidiano e causam pressões
significativas para emoldurar o espaço de acordo com a sua lógica. Além disso,
promovem um fragmento essencial através de uma concepção de simultaneidade
sem diálogo entre as pessoas.
Considerando o número de automóveis particulares por família, o primeiro e
segundo grupo possuem grande concentração de respostas para 2 e, em seguida, 3
automóveis por família e para o terceiro grupo há grande concentração de respostas
para 1 e, em seguida, nenhum automóvel.
O Gráfico 6 mostra os resultados das médias fracionadas do número de
automóveis por grupo na qual é possível visualizar, claramente, a desigualdade
existente com relação ao acesso a esse meio de locomoção (o automóvel particular)
entre o primeiro e segundo grupo (que obtiveram uma média de 2,4 e 2,3
automóveis por família, respectivamente) comparativamente ao terceiro grupo que,
sequer, atingiu 1 automóvel particular por família.
A cidade e os espaços auto-segregados
76
Gráfico 6 – Presidente Prudente: Média de
automóveis por família segundo cada grupo.
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
Sobre o custo médio mensal do uso de telefones residenciais e de celulares
da família elaboramos 6 faixas de gastos calculadas com base no fracionamento do
salário mínimo vigente até março de 2007, qual seja, de R$ 350,00.
As faixas de gastos ficaram assim dimensionadas: A (até R$ 87,50); B (de R$
87,51 a R$ 175,00); C (de R$ 176,00 a R$ 350,00); D (de R$ 351,00 a R$ 700,00); E
(de R$ 701,00 a R$ 1050,00); F (acima de R$ 1051,00). Os dados do Quadro 10
mostram os resultados obtidos:
Quadro 10 – Presidente Prudente: Uso do telefone residencial e celular por
família segundo os grupos e faixas de gastos com telefonia
Grupos
A
B
C
D
E
F
(até R$
(de R$
(de R$
(de R$
(acima de R$
87,00)
87,51 a R$
176,00 a
(de R$
351,00 a
R$ 700,00)
Total
701,00 a
1051,00)
175,00
R$ 350,00)
R$
1050,00)
Nº
%
Nº
%
Nº
%
Nº
%
Nº
%
1
---
---
7 14,9 20 42,5 13 27,6
7 14,9
2
2
3,4
8 13,8 30 51,7 15 25,9
2
---
3
22 61,1 13 36,1
1
2,8
---
---
Nº
%
Nº
%
---
---
47
100,0
3,4
1
1,7
58
100,0
---
---
---
36
100,0
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
Para os primeiro e segundo grupos houve grande concentração de respostas
para a faixa C seguido da faixa D. Para o terceiro grupo houve grande concentração
de respostas para a faixa A seguido da faixa B com destaque para 9 questionários
nos quais não houve respostas para essa questão. Entre eles, 5 são referentes ao
A cidade e os espaços auto-segregados
77
Residencial Esmeralda na qual durante o período de aplicação de questionários
ainda não havia sido instalados linhas telefônicas residenciais.
Considerando o valor máximo de cada faixa e calculando as respectivas
médias para cada grupo chegamos aos seguintes resultados: primeiro grupo
(consumo médio de R$ 525,00 mensais); segundo grupo (consumo médio de R$
443,00 mensais) e terceiro grupo (consumo médio de R$ 126,00 mensais
desconsiderando as famílias que não responderam).
Isso significa, grosso modo, que os moradores dos loteamentos fechados do
primeiro e segundo grupo, utilizam telefones residenciais e telefones celulares de 3 a
4 vezes mais que os moradores do terceiro grupo demonstrando uma diferença
significativa entre esses tipos habitacionais no que se refere às interações sociais
sincrônicas à distância, nos termos propostos por Mitchel (2002), realizadas via
telefonia fixa ou móvel-celular.
Por meio das médias fracionadas para cada grupo sobre o número de
computadores com conexão à Internet, verifica-se grande desigualdade existente
entre os dois primeiros grupos com relação ao terceiro não apenas no que se refere
ao acesso a esse sistema integrado de tecnologia, mas também pela desigualdade
no âmbito do acesso aos mais diversos tipos de informações e de comunicações
que a rede mundial de computadores pode proporcionar.
Nº de computadores
com conexão à Internet
Gráfico 7 – Presidente Prudente: Média de
computadores com conexão à Internet por família
(por grupo).
1,6
1,4
1,2
1
0,8
0,6
0,4
0,2
0
1,4
1,3
0,4
Grupo 1
Grupo 2
Grupo 3
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
Também perguntamos se os moradores são assinantes de Banda Larga,
como por exemplo, o “Speedy” para conexão à Internet com alta velocidade e as
respostas demonstram que o primeiro grupo possui o menor número de respostas
A cidade e os espaços auto-segregados
78
negativas. Por outro lado, o número de respostas negativas praticamente dobra para
o segundo grupo e são predominantes para o terceiro. As respostas afirmativas
predominam para o primeiro e segundo grupos.
Esses resultados concordam, em parte, com a análise anterior pois, o primeiro
e segundo grupo possuem cerca de 3,5 vezes mais computadores com conexão à
Internet que o terceiro. Além disso, com a presença da tecnologia de Banda Larga a
desigualdade entre os dois primeiros grupos com relação ao terceiro se acentua,
pois, estes se apropriam de 8 a 9 vezes mais dessa tecnologia que o terceiro.
Gráfico 8 – Presidente Prudente: Presença ou ausência da
tecnologia de Banda Larga (por grupo).
100
91,1
82,6
(%)
80
70,2
60
40
20
29,8
17,4
8,9
0
Grupo 1
Grupo 2
Possuem
Grupo 3
Não possuem
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
Com uma presença mais expressiva da Internet entre os moradores dos
loteamentos fechados, queremos ressaltar (ainda que não seja possível quantificar),
a constituição de um relativo impacto socioespacial para o tecido urbano.
Ainda que Mitchell (2002, p. 150) valorize, sobremaneira, os aspectos
positivos da produção tecnológica massiva e das dinâmicas das relações e
interações interpessoais voltados para a dimensão do ciberespaço, todavia, ressalta
que:
O crescente uso das telecomunicações para marcar encontros
pessoais pode diminuir ainda mais a freqüência dos encontros
urbanos ocasionais. Antes, quando queríamos encontrar
alguém, íamos a lugares onde pudéssemos achar todo mundo
– a praça, a rua principal, o bar local ou mesmo o shopping
center. Hoje, como marcamos hora e local por telefone ou email, acabamos encontrando somente aqueles que escolhemos
encontrar. É eficiente, mas ao mesmo tempo é uma situação
A cidade e os espaços auto-segregados
79
que pode levar à perda da vida pública e a uma maior
fragmentação social.
Carlos (1996, p.134) também ressalta que o computador, tendo a criança
como um de seus usuários, possibilita a diminuição das relações interpessoais com
outras crianças e essas mesmas relações passam a ser cada vez mais mediadas
pela técnica na qual podem ser citados, computador com conexão à Internet, MP3,
celulares, etc.
Por outro lado, Sposito (2004, p. 206) considera que o menor grau de
mobilidade espacial bem como o menor grau de inclusão digital dos mais pobres,
também pode contribuir para a produção de uma determinada descontinuidade
territorial com “reflexos diretos nas práticas socioespaciais e nas possibilidades de
convívio social entre os diferentes, no âmbito das cidades atuais”.
Gráfico 9 – Presidente Prudente: Presença e ausência
de TV de plasma ou tela de projeção (por grupo).
120
100
100
80
(%)
82,7
74,5
60
40
25,5
20
17,2
0
0
Grupo 1
Grupo 2
Possuem
Grupo 3
Não possuem
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
Apesar dos preços praticados pelo mercado para a tecnologia do tipo TV de
plasma ou sistema de projeção de imagens em tela terem sofrido reduções
acentuadas, podemos perceber, a partir do Gráfico 9, que mesmo para os
segmentos sociais de mais alto poder aquisitivo, o acesso a essas tecnologias ainda
está restringido pois apenas um a cada três moradores do primeiro grupo e um a
cada 5 moradores do segundo grupo a possui. Para os segmentos sociais de mais
baixo poder aquisitivo (como àqueles pertencentes ao terceiro grupo) o acesso a
esse tipo de tecnologia ainda é pequeno
A cidade e os espaços auto-segregados
80
(%)
Gráfico 10 – Presidente Prudente: Presença e ausência de
Canais de TV por assinatura (por grupo).
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
95,5
72,3
66,1
33,9
27,7
4,5
Grupo 1
Grupo 2
Possuem
Grupo 3
Não possuem
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
A partir do Gráfico 10 é possível visualizar a desigualdade no acesso ao
serviço de canais de TV por assinatura: o primeiro e segundo grupo obtêm cerca de
14 a 16 vezes mais acesso a esse serviço que o terceiro grupo.
Gráfico 11 – Presidente Prudente: Presença ou ausência
de Freezers (por grupo).
100
93,3
85,1
81,4
(%)
80
60
40
20
18,6
14,9
6,7
0
Grupo 1
Grupo 2
Possuem
Grupo 3
Não possuem
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
O Gráfico 11 demonstra a desigualdade no acesso a freezers entre o primeiro
e segundo grupo com relação ao terceiro na qual os dois primeiros obtêm de 12 a 13
vezes mais acesso a esse equipamento doméstico que o terceiro.
A cidade e os espaços auto-segregados
81
Gráfico 12 – Presidente Prudente: Média de empregados
fixos por residência (por grupo).
Nº de Empregados fixos
1,4
1,3
1,2
1
1
0,8
0,6
0,4
0,2
0,1
0
Grupo 1
Grupo 2
Grupo 3
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
As médias demonstradas no Gráfico 12 permitem verificar a diferença no que
se refere ao número de empregados fixos contratados por residência entre o
primeiro grupo (média de 1,3 empregados por residência) e o segundo grupo (média
de 1 empregado por residência). A presença de empregados contratados para o
terceiro grupo é praticamente inexpressiva.
Essa diferença também pôde ser apontada a partir dos dados dos setores
censitários demonstrados no Quadro 1 na página 37 em que se verificou um maior
número de empregadas domésticas residindo no local de trabalho nos setores
censitários do primeiro grupo e um baixo número de empregadas domésticas
residindo nos setores censitários do segundo grupo bem como inexpressivo para o
terceiro.
Os dados do Gráfico 13 demonstram que o automóvel particular é utilizado de
maneira expressiva no primeiro e segundo grupo e com uma utilização pouco
acentuada para o terceiro grupo no qual empata com a utilização do transporte
coletivo.
Gráfico 13 – Presidente Prudente: Meios de locomoção
mais utilizados para os deslocamentos das famílias
moradoras em loteamentos fechados ou condomínios
horizontais (por grupo).
A cidade e os espaços auto-segregados
82
(%)
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Grupo 1
Automóvel particular
Grupo 2
Transporte coletivo
Grupo 3
Motocicleta
Van
À pé
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
Para o terceiro grupo a diversidade do uso de diferentes meios de locomoção
aumenta consideravelmente ainda que prevaleça o uso do automóvel particular
(dezesseis respostas destacaram o uso exclusivo do automóvel particular contra 14
respostas referentes ao uso exclusivo do transporte coletivo para os deslocamentos
diários).
Para se obter respostas sobre a renda média mensal familiar dos sujeitos
auto-segregados, elaboramos 10 faixas de rendas calculadas com base no salário
mínimo vigente até março de 2007, qual seja, de R$ 350,00.
As totalizações demonstram que o primeiro grupo possui o maior número de
rendas máximas com 20 indicações para a faixa J (acima de R$ 9.451,00) enquanto
que o segundo grupo ocorrem 18 indicações para essa mesma faixa.
Para o terceiro grupo houve duas indicações para a faixa E (de R$ 4.201,00
até R$ 5.250,00 - a maior faixa indicada por esse grupo), porém, havendo grande
concentração de respostas para a faixa A (até R$ 1.050,00) seguido da faixa B (de
R$ 1.051,00 até R$ 2.100,00).
Considerando os valores máximos para cada faixa de renda e estabelecendo
como valor máximo a quantia de R$ 15400,00 para a faixa J temos que o primeiro
grupo possui uma renda média mensal de R$ 10.313,00 por família e o segundo
grupo possui uma renda média mensal um pouco menor, R$ 9577,00 por família.
Para o terceiro grupo a renda média mensal atinge apenas R$ 2006,00 por família.
Gráfico 14 – Presidente Prudente: Distribuição da renda média mensal familiar
por faixas de renda (por grupo).
A cidade e os espaços auto-segregados
50
A (até R$1.050,00)
45
(%)
83
B (de R$1.051,00 até R$2.100,00)
40
C (de R$2.101,00 até 3.150,00)
35
D (de R$3.151,00 até R$4.200,00
30
E (de R$4.201,00 até R$5.250,00
25
F (de R$5.251,00 até R$6.300,00)
20
G (de R$6.301,00 até R$7.350,00)
15
H (de R$7.351,00 até R$8.400,00
10
I (de R$8.401,00 até R$9.450,00
J (acima de R$9.451,00)
5
0
Grupo 1
Grupo 2
Grupo 3
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
Com relação ao primeiro e segundo grupo é possível observar algumas
semelhanças, sobretudo, no que se refere às faixas mais elevadas de renda na qual
se obteve grande concentração de respostas. O oposto pode ser verificado para o
terceiro grupo no qual houve grande concentração das respostas para as faixas de
rendas mais baixas.
Essa desigualdade no nível de renda entre os dois primeiros grupos com
relação ao terceiro também já pôde ser verificada em nossas análises a partir dos
dados dos setores censitários sistematizados.
A identificação de semelhanças, guardadas as devidas proporções e
diferenças sobre as metodologias aplicadas, entre as médias do rendimento nominal
mensal dos responsáveis por domicílios dos setores censitários dos três grupos
expostos no Quadro 2 e no Gráfico 1 com relação às concentrações máximas de
respostas por faixas desses respectivos grupos expostos no Gráfico 14 demonstram
similaridades, do ponto de vista socioeconômico e no espaço e no tempo
considerado, com relação ao entorno mais imediato abarcado pelos seus respectivos
setores censitários.
Gráfico 15 – Presidente Prudente: Avaliação sobre a
quantidade de linhas existentes de transporte coletivo que
A cidade e os espaços auto-segregados
84
servem os loteamentos fechados e condomínios horizontais
(por grupo).
60
50
(%)
40
30
20
10
0
Insuficiente
Razoável
Grupo 1
Bom
Grupo 2
Indiferente
Grupo 3
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
A partir do Gráfico 15, podemos considerar que para o primeiro grupo, 36,4%
das 44 respostas consideraram boa a quantidade de linhas de transporte coletivo
que servem seus respectivos loteamentos fechados, 25% consideraram razoável,
15,9% consideraram insuficientes e 22,7% declararam indiferentes com relação a
essa questão, pois não utilizam transporte coletivo.
Para o segundo grupo, 54,2% das 59 respostas consideraram insuficientes a
quantidade de linhas de transporte coletivo, 20,3% consideraram razoável, 5,1%
consideram boas e 20,3% declaram indiferentes, pois não utilizam transporte
coletivo.
Para o terceiro grupo, 26,7% das 45 respostas consideraram insuficientes a
quantidade de linhas de transporte coletivo, 26,7% consideraram razoável, 22,2%
consideraram boas e 24,4% se declararam indiferentes, pois não utilizam transporte
coletivo.
A partir dessas informações referente ao perfil socioeconômico dos
moradores dos loteamentos fechados e dos condomínios horizontais, podemos
considerar que há uma pequena diferenciação entre os dois grupos de loteamentos
fechados apesar da renda média mensal por grupo indicar uma relativa equiparação.
O primeiro grupo possui um nível de acesso considerado elevado aos
equipamentos mais modernos, enquanto que o segundo grupo, apesar do nível de
acesso também ser considerado elevado, é menor do que o primeiro grupo. Por
A cidade e os espaços auto-segregados
85
outro lado, o grupo 3 se encontra prejudicado pois o acesso a esses equipamentos
urbanos pode ser considerado de nível baixo.
Preliminarmente, podemos apontar para uma diferenciação entre os dois
grupos de loteamentos fechados e o terceiro grupo no que se refere ao nível de
acesso às informações (Internet e serviço de canais de TV por assinatura) e ao nível
de comunicações à distância (uso de telefones e celulares) realizadas diariamente
na qual está diretamente relacionado com os distintos níveis socioeconômicos
existentes entre esses diferentes tipos habitacionais.
O primeiro grupo possui elevado nível de acesso às informações e às
comunicações. Embora, no segundo grupo, esse nível também seja elevado, ainda é
menor que do primeiro grupo. Para o terceiro grupo, o nível de acesso às
informações e às comunicações realizadas também pode ser considerado baixo.
Outro conjunto de práticas socioespaciais podem ser relacionadas com os
diferentes meios de locomoção utilizados para os deslocamentos diários, sobretudo,
considerando os deslocamentos no espaço intra-urbano.
No primeiro grupo, além de possuir o maior número de automóveis
particulares por família, utilizam-se, predominantemente, desse objeto para seus
deslocamentos diários.
Embora no segundo grupo, o número de automóveis particulares seja
elevado, houve a presença ou indicação de outras formas de deslocamentos diários
ainda que o uso dessas outras formas possa ser considerado inexpressivo.
Para os condomínios horizontais, a posse e uso do automóvel particular pelas
famílias não se estabelece de maneira predominante por se equiparar com o uso do
transporte coletivo para a realização dos deslocamentos diários. Além disso, outros
meios de deslocamentos também são utilizados de maneira menos expressiva
como, por exemplo, motocicletas, vans ou deslocamentos diários realizados a pé.
As famílias do primeiro grupo declararam-se mais indiferentes ao uso do
transporte coletivo que as famílias do segundo grupo e aqui devemos fazer um
destaque para as famílias do terceiro grupo cujo nível de indiferença foi mais
acentuado que os dois primeiros grupos, embora sejam aquelas que mais utilizam
desse tipo de serviço urbano.
Além disso, as famílias do segundo grupo foram aquelas que se declararam
as mais prejudicadas pela insuficiência de linhas de transporte coletivo enquanto as
famílias moradoras do primeiro grupo se declararam como as mais satisfeitas. Para
A cidade e os espaços auto-segregados
86
o terceiro grupo o número de famílias insatisfeitas com a quantidade e intervalos de
freqüência de transporte coletivo que servem os condomínios horizontais representa
apenas a quarta parte do total de respostas obtidas.
O nível de insatisfação com relação ao uso do transporte coletivo pelo
segundo grupo pode estar relacionado, sobretudo, com as dificuldades em realizar
contratações de empregados, sobretudo, empregadas domésticas fixas, devido aos
horários pouco flexíveis e a quantidade insuficiente de linhas de transporte coletivos.
A imagem da Fotografia 25 é emblemática pois ressalta a exacerbação da
desigualdade social que se reflete num baixo nível de macroacessibilidade dado ao
número escasso de transporte coletivo que serve o loteamento fechado Parque
Residencial Damha II e, sobretudo, num baixo nível de microacessibilidade aos
respectivos locais de trabalho dado a grande extensão de área ocupada pelo
respectivo loteamento fechado.
Fotografia 25 - Trabalhadoras se deslocando do Parque
Residencial Damha II em direção ao ponto de ônibus ao
final do expediente (08/05/2007): Os percursos realizados
a pé no interior de loteamentos fechados de grandes
dimensões bem como os percursos realizados por
transporte coletivo com poucas opções de itinerário e
horários pouco flexíveis exacerbam a desigualdade social
e reforçam a constituição de espaços da sociabilidade
segmentada projetando a fragmentação socioespacial.
Um outro tipo de tecnologia que pode indicar ou apontar para uma relativa
mudança de hábitos se refere à posse e o uso da TV de plasma ou tela de projeção
cuja comodidade e/ou satisfação dos desejos ou de entretenimento no próprio
A cidade e os espaços auto-segregados
87
ambiente residencial (mais expressivamente para os moradores dos loteamentos
fechados pertencentes ao primeiro grupo) podem representar ou apontar para uma
diminuição e/ou substituição do uso de salas de cinemas (no caso de Presidente
Prudente, apenas presente no Prudenshopping e no Shopping Americanas).
De um modo geral, as diferenças apontadas entre o primeiro e segundo grupo
e esses dois com relação ao terceiro grupo (o que se refere à posse e o uso de
diferentes
aparelhos
eletro-eletrônicos,
ao
uso
de
serviços
de
telefonia
convencional/telefonia móvel celular, ao uso de transporte coletivo e/ou do
automóvel particular) podem apontar para uma interferência significativa na
organização/distribuição e programação do tempo ou dos diferentes tempos que se
inserem na vida cotidiana, no acesso diferenciado às informações e num uso e
apropriação desigual do espaço, sobretudo, considerando os espaços públicos.
Através desta distinção e análise dos diferentes perfis socioeconômicos dos
moradores dos loteamentos fechados e dos condomínios horizontais, poderemos
agora, por meio da análise dos blocos de questões subseqüentes, verificar como
isso se processa geograficamente.
1.5.2. Da “cidade aberta” à “cidade fechada”
Quadro 11 – Presidente Prudente: Bairros da anterior residência dos moradores dos
loteamentos fechados e dos condomínios horizontais.
Bairros
Primeiro grupo
Segundo grupo Terceiro grupo
TOTAL
Nº
%
Nº
%
Nº
%
Nº
%
11
31,4
5
10,6
---
---
16
13,4
Jardim Aviação (I)
6
17,1
4
8,5
2
5,4
12
10,1
Jardim Paulista (I)
3
8,6
6
12,8
3
8,1
12
10,1
Bairro do Bosque (I)
4
11,4
3
6,4
---
---
7
5,9
Jardim Bongiovani (I)
---
---
6
12,8
---
---
6
5,0
Vila Ocidental (B)
---
---
3
6,4
1
2,7
4
3,4
C. Hab. Ana Jacinta (B)
---
---
---
---
4
10,8
4
3,4
Jardim João Paulo II (I)
2
5,7
1
2,1
---
---
3
2,5
Vila Dubus (I)
2
5,7
1
2,1
---
---
3
2,5
Vila Santa Helena (I)
2
5,7
---
---
1
2,7
3
2,5
Vila Maristela (I)
---
---
3
6,4
---
---
3
2,5
Vila Marcondes (B)
---
---
2
4,2
1
2,7
3
2,5
COHAB (B)
---
---
---
---
3
8,1
3
2,5
Centro (I)
A cidade e os espaços auto-segregados
88
Pq. São Judas Tadeu (I)
1
2,9
1
2,1
---
---
2
1,7
Vila Estádio (I)
1
2,9
1
2,1
---
---
2
1,7
Jardim das Rosas (I)
---
---
2
4,2
---
---
2
1,7
Pq. Cedral (B)
---
---
---
---
2
5,4
2
1,7
Vila Furquim (M)
---
---
---
---
2
5,4
2
1,7
Vila Geni (B)
---
---
---
---
2
5,4
2
1,7
Vila Tazitsu (B)
---
---
---
---
2
5,4
2
1,7
Pq. Residencial Damha (I)
1
2,9
---
---
---
---
1
0,8
Vila Bonita (I)
1
2,9
---
---
---
---
1
0,8
Vila Nova (I)
1
2,9
---
---
---
---
1
0,8
Pq. Higienópolis (I)
---
---
1
2,1
---
---
1
0,8
Jd. Alto da Boa Vista (B)
---
---
1
2,1
---
---
1
0,8
Jardim Caiçara (I)
---
---
1
2,1
---
---
1
0,8
Jardim Colina (B)
---
---
1
2,1
---
---
1
0,8
Jardim Paulistano (B)
---
---
1
2,1
---
---
1
0,8
Residencial Vivenda (I)
---
---
1
2,1
---
---
1
0,8
Vila Euclides (I)
---
---
1
2,1
---
---
1
0,8
Vila Mariana (B)
---
---
1
2,1
---
---
1
0,8
Vila Yolanda (I)
---
---
1
2,1
---
---
1
0,8
Jardim Cambuy (I)
---
---
---
---
1
2,7
1
0,8
Central Park Residence (I)
---
---
---
---
1
2,7
1
0,8
Cidade Jardim (I)
---
---
---
---
1
2,7
1
0,8
Inoocop (B)
---
---
---
---
1
2,7
1
0,8
Jardim Itapura (B)
---
---
---
---
1
2,7
1
0,8
Jardim Maracanã (B)
---
---
---
---
1
2,7
1
0,8
Jardim Monte Alto (M)
---
---
---
---
1
2,7
1
0,8
Jardim Prudentino (B)
---
---
---
---
1
2,7
1
0,8
Pq. Imperial (B)
---
---
---
---
1
2,7
1
0,8
Vila Formosa (B)
---
---
---
---
1
2,7
1
0,8
Vila Machadinho (I)
---
---
---
---
1
2,7
1
0,8
Vila Santa Clara (B)
---
---
---
---
1
2,7
1
0,8
Vila São Jorge (I)
---
---
---
---
1
2,7
1
0,8
Vila Tabajara (M)
---
---
---
---
1
2,7
1
0,8
Total
35
100,0
47
100,0
37
100,0
119
100,0
* Não foram considerados nessa análise as respostas indicativas de moradia em outras cidades antes da
mudança para os loteamentos fechados ou condomínios horizontais em Presidente Prudente.
Segundo o Mapa da Exclusão/Inclusão Social elaborado pelo CEMESPP, podemos considerar: (I) Bairros
inseridos em setores censitários de Inclusão Social; (B) Bairros inseridos em setores censitários de Baixa
Exclusão Social; (M) Bairros inseridos em setores censitários de Média Exclusão Social. A localização desses
bairros na malha urbana prudentina pode ser visualizada a partir do Anexo I.
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
A partir dos dados do Quadro 11 é possível afirmar que os moradores do
primeiro grupo provieram, predominantemente, do centro, do Jardim Aviação, do
Jardim Paulista e do Bairro do Bosque cuja soma atinge 68,5% das respostas.
A cidade e os espaços auto-segregados
89
No segundo grupo há uma maior dispersão dos moradores segundo a
localização de residências anteriores. Considerando os bairros mais citados, quais
sejam, respectivamente, Jardim Paulista, Jardim Bongiovani, Centro, Jardim
Aviação, Bairro do Bosque, Vila Ocidental e Vila Maristela, somam-se 63,9% de um
total de 47 respostas ou indicações sobre os antigos bairros de moradia.
Para o terceiro grupo a dispersão referente aos antigos locais de moradia é
ainda mais acentuada. Se considerarmos os bairros que obtiveram, no mínimo, duas
indicações, quais sejam, Conjunto Habitacional Ana Jacinta, Jardim Paulista,
COHAB, Jardim Aviação, Parque Cedral, Vila Furquim, Vila Geni e Vila Tazitsu,
temos 54,0% de um total de 37 indicações.
A partir do Mapa 5, é possível visualizar a configuração espacial dos antigos
bairros dos sujeitos auto-segregados de Presidente Prudente.
A cidade e os espaços auto-segregados
90
Para a elaboração de nossos mapas com referência espacial baseado em
bairros, orientamo-nos por meio do mapa da malha urbana prudentina, o qual pode
A cidade e os espaços auto-segregados
91
ser adquirido em banca de jornais e revistas locais. Esses mapas possuem a
denominação e localização dos bairros e de ruas e têm, como referência, a base de
dados digital da malha urbana prudentina do ano de 2005 fornecida pela Secretaria
Municipal de Planejamento (SEPLAN).
Com o acesso a respectiva base de dados digital junto à SEPLAN,
elaboramos o Mapa que se encontra no ANEXO I no qual preservamos apenas a
malha urbana com as respectivas denominações e localizações dos bairros
(destacando os nomes dos empreendimentos pesquisados por nós) podendo servir
como importante ferramenta para auxiliar na leitura dos respectivos mapas.
Foi possível verificar que os antigos bairros dos residentes do primeiro grupo
(no qual 35 respostas indicaram 12 bairros no total) estão dispostos de forma
concentrada, sobretudo, na região central bem como no seu entorno mais imediato
(com destaque para os bairros localizados ao norte da área central).
A substituição acentuada de moradia dos segmentos sociais de mais alto
poder aquisitivo, sobretudo, ao longo das três últimas décadas promoveu, em parte,
a degradação de vários imóveis não ocupados localizados na área central de
Presidente Prudente como exemplificado a partir da Fotografia 26.
Fotografia 26 – Imóvel de padrão construtivo fino
degradado na área central de Presidente Prudente
(01/10/2007).
Cruzando as informações das indicações espaciais do primeiro grupo com o
Mapa da Exclusão/Inclusão Social de Presidente Prudente produzido pelo
CEMESPP constatamos que 100% dessas indicações se inserem em áreas (ou em
A cidade e os espaços auto-segregados
92
setores censitários) de Inclusão Social, o que se traduz em áreas com melhores
notas para os indicadores (sociais, econômicos, demográficos etc.) selecionados
para elaboração do respectivo mapa citado.
Uma parcela significativa dos atuais moradores dos loteamentos fechados do
segundo grupo teve como local de moradia anterior, as áreas localizadas mais ao sul
da área central a qual se aproxima, consideravelmente, de suas novas moradias em
loteamentos fechados.
Com o auxílio do Mapa da Exclusão/Inclusão Social identificamos 6 bairros
citados em 9 respostas dos residentes do segundo grupo que se inserem nos
setores censitários de Baixa Exclusão Social.
Nesse sentido, 81% das 47 respostas indicaram bairros inseridos em áreas
de Inclusão Social e 19% indicaram bairros inseridos em áreas de Baixa Exclusão
Social o que identifica um menor grau de homogeneização socioeconômica dos
moradores do segundo grupo comparativamente aos moradores do primeiro grupo.
Os antigos bairros de moradia dos residentes do terceiro grupo (no qual
houve a indicação de 25 bairros através de 37 respostas), ainda mais acentuado que
o segundo grupo, estão localizados de maneira dispersa no espaço urbano
prudentino.
Sem considerar acuradamente as diferenças temporais, podemos identificar
certo compartilhamento territorial (que se traduz em proximidade espacial) entre os
locais de moradia pretéritos, sobretudo, do primeiro e segundo grupos analisados e,
em menor medida, entre esses dois grupos com relação ao terceiro grupo.
Os antigos locais de moradia dos residentes do terceiro grupo estão
localizados, predominantemente, em áreas periféricas (periferia norte, periferia leste
e periferia sudoeste da área urbana prudentina, sobretudo) onde os níveis de
Exclusão Social, segundo o Mapa da Exclusão/Inclusão Social do CEMESPP, são
mais acentuados.
De uma maneira geral é possível verificar um determinado nível, não muito
acentuado, de heterogeneidade socioeconômica entre os moradores do terceiro
grupo, sobretudo, no que se refere ao cruzamento dos dados espaciais obtidos com
as informações do Mapa de Exclusão/Inclusão Social do CEMESPP, na qual
também foi possível identificar um determinado compartilhamento espacial com
áreas de Inclusão social através de suas antigas moradias.
A cidade e os espaços auto-segregados
93
A partir dos dados até aqui verificados, sobretudo, após a observação dos
antigos bairros de moradia, pretendemos classificar os grupos pesquisados, grosso
modo, em dois níveis de heterogeneidade socioespacial, qual seja, baixa
heterogeneidade socioespacial dos sujeitos auto-segregados do primeiro grupo e
baixa a média heterogeneidade socioespacial para os sujeitos auto-segregados do
segundo e terceiro grupo.
Gráfico 16 – Presidente Prudente: Tipo de residência
anterior (por grupo).
100
(%)
80
60
40
20
0
Grupo 1
Grupo 2
Casa
Grupo 3
Apartamento
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
A partir do Gráfico 16 é possível verificar certa similaridade entre as respostas
do primeiro e segundo grupo sobre o tipo de habitação anterior na qual oscilou entre
62% e 63% para a habitação do tipo casa e 37% e 38% para habitação do tipo
apartamento. Para o terceiro grupo, 89% das respostas indicaram habitação do tipo
casa e apenas 11% que indicaram a habitação do tipo apartamento.
O alto índice de moradia anterior do tipo apartamento para o primeiro e
segundo grupo apontam para uma substituição significativa no que se refere ao
estilo de morar acompanhando as “tendências” do mercado imobiliário o qual, hora
difunde a “segurança” e a “tranqüilidade” proporcionadas por prédios de
apartamentos
(potencializando,
em
determinados
períodos,
processos
de
verticalização) e hora difunde a “segurança”, o “contato com a natureza” e a “maior
liberdade”, sobretudo, para as crianças, proporcionada por amplos espaços e áreas
de lazer dos novos loteamentos fechados.
A cidade e os espaços auto-segregados
94
Parte dessas motivações (bem como outras que serão analisadas mais a
frente nas quais o marketing imobiliário tem papel decisivo) pôde ser identificada, em
nossos questionários. Contudo, o trabalho desenvolvido por Galvão (2007) traz
resultados ainda mais emblemáticos de substituição do tipo de habitação em prédios
de apartamentos para loteamentos fechados.
Em sua pesquisa, realizada junto aos moradores de loteamentos fechados e
condomínios horizontais da cidade de Maringá, Galvão (2007, p. 96-101)21 verificou
que 75,3% das respostas obtidas junto a esses respectivos moradores indicavam o
apartamento como tipo de residência anterior e apontavam, como um dos principais
motivos para a mudança desse tipo de habitação, o amplo espaço proporcionado
pelos condomínios [loteamentos fechados e condomínios horizontais].
Além disso, Galvão (2007) também teve a oportunidade de registrar
fotograficamente anúncios publicitários em placas (próximas de alguns dos
loteamentos fechados pesquisados pelo autor), onde se enfatiza o “retorno aos pés
no chão do quintal” e “da casa térrea”.
A partir do Gráfico 17, foi possível verificar a situação da residência anterior
dos sujeitos auto-segregados e as respostas demonstram que um grande percentual
das moradias anteriores do primeiro e segundo grupo eram próprias e, para o
terceiro grupo, essas habitações, em sua grande maioria, eram alugadas.
(%)
Gráfico 17 – Presidente Prudente: Distribuição da situação
da residência anterior (por grupo).
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Grupo 1
Grupo 2
Alugada
Própria
Grupo 3
Cedida
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
A partir da análise do Gráfico 18, podemos considerar que até o ano de 1996
houve uma lenta ocupação de habitações em loteamentos fechados. A partir de
GALVÃO, Altair Aparecido. Condomínios horizontais fechados: segregadores ou segregados? – Um estudo de caso no Município
de Maringá – PR. Maringá, 2007. 140p. Dissertação (mestrado em Geografia) – Universidade Estadual de Maringá.
21
A cidade e os espaços auto-segregados
95
1997 até o ano de 2004, o número de mudanças para os loteamentos fechados
acentua-se consideravelmente atendendo grande parcela da demanda solvável até
então existente.
Gráfico 18 - Presidente Prudente: Evolução das mudanças
para loteamentos fechados e condomínios horizontais no
período de 1984 a 2007 (por grupo).
100
(%)
80
60
40
20
0
1984 a
1987
1992 a
1993
1994 a
1996
Grupo 1
1997 a
2000
Grupo 2
2001 a
2004
A partir
de 2005
Grupo 3
* Períodos obtidos por meio de determinação de classes por pares recíprocos
com perda de detalhes de 16,8%.
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
A partir de 2005, com o esgotamento da demanda solvável, o número de
mudanças para os loteamentos fechados declina enquanto que se inicia, de maneira
acentuada, as ocupações das moradias do terceiro grupo.
96
Capítulo II
Os espaços auto-segregados
e a cidade
Os espaços auto-segregados e a cidade
97
2.1. Avaliações sobre localização e acessibilidade
Vasconcelos (2001) ressalta que o “consumo” dos espaços de circulação das
cidades se realiza a partir da capacidade de mobilidade e de acessibilidade e se dá
de acordo com o poder aquisitivo dos diferentes segmentos sociais representando
estratégias de uso, de apropriação do espaço, e de reprodução social também
diferenciada.
As novas demandas por localizações de equipamentos comerciais e de
serviços, sobretudo concentrados e de grandes portes, em cidades de porte médio a
padrões metropolitanos, geram uma redefinição da centralidade urbana e do par
centro-periferia. Alguns elementos que influenciam nesse processo constituem-se
pela difusão do uso do automóvel, pela importância do lazer e do tempo destinado
ao consumo, o que também contribui para redefinir a própria vida cotidiana
(SPOSITO, 1996, p. 114).
Para avaliar esses aspectos procuraremos identificar e analisar a localização
e a acessibilidade aos principais locais utilizados para o consumo de bens e
serviços, o lazer, a educação básica e superior, o local de trabalho e de moradia dos
sujeitos auto-segregados.
Gráfico 19 – Presidente Prudente: Avaliação sobre a
localização dos loteamentos fechados e dos condomínios
horizontais na perspectiva de seus moradores (por grupo).
70
60
(%)
50
40
30
20
10
0
Excelente
Boa
Grupo 1
Regular
Grupo 2
Ruim
Grupo 3
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
Os dados do Gráfico 19 demonstram que houve diferentes concentrações
máximas de respostas no que se refere à avaliação dos moradores sobre a
Os espaços auto-segregados e a cidade
98
localização dos grupos: para o primeiro grupo a localização de seus loteamentos
fechados foi considerada excelente por 61,7% das 47 respostas; Para o segundo
grupo, 65,5% das 58 respostas consideraram a localização de seus loteamentos
fechados como boas; Para o terceiro grupo, 47,7% das 44 respostas consideraram a
localização de seus condomínios como regulares.
Para o terceiro grupo, houve 15,9% de respostas que avaliaram a localização
dos condomínios horizontais como ruins enquanto que para o primeiro e segundo
grupo esse tipo de avaliação não compareceu nas respostas.
(%)
Gráfico 20 – Presidente Prudente: Avaliação sobre a
localização dos loteamentos fechados e condomínios
horizontais na perspectiva de seus moradores.
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Excelente
Boa
Regular
Ruim
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
Com base nas avaliações sobre a localização dos loteamentos fechados e
condomínios horizontais, podemos destacar os seguintes aspectos: O Jardim
Morumbi, Jardim João Paulo II (inseridos no primeiro grupo) e Golden Village
possuem as maiores concentrações de avaliações consideradas excelentes no que
se refere à localização desses loteamentos fechados; Para o Central Park
Residence, Parque Residencial Damha e Parque Residencial Damha II as
localizações foram avaliadas como boas, sobretudo.
Para os condomínios horizontais, podemos apontar os seguintes aspectos:
Há uma equiparação entre as avaliações consideradas excelentes e boas para o
Residencial Saint Moritz; Para o Residencial Primavera, 40% das respostas
consideram a localização desse condomínio boa enquanto que 60% consideram
Os espaços auto-segregados e a cidade
99
regular ou ruim; Para o Residencial Bela Vista, 70% das respostas consideraram sua
localização como regular e para o Residencial Esmeralda, 80% das respostas
consideraram a sua localização como boa ou regular.
Para os loteamentos fechados Jardim João Paulo II, Parque Residencial
Damha II e Golden Village, avaliações que consideravam a localização desses
empreendimentos como regulares ou ruins não compareceram entre as respostas.
No entanto, para os condomínios horizontais Residencial Bela Vista e Residencial
Primavera avaliações que consideravam suas localizações como excelentes também
não compareceram.
Em outros termos, podemos considerar que o Jardim João Paulo II foi o
loteamento fechado melhor avaliado no que se refere à sua localização no espaço
urbano prudentino, seguido do Jardim Morumbi (o qual está localizado próximo ao
Jardim João Paulo II), Golden Village, Residencial Saint Moritz e o Central Park
Residence, respectivamente.
Considerando os dados individuais ou por grupo sobre as avaliações da
localização dos loteamentos fechados e condomínios horizontais, podemos
considerar nessa análise duas variáveis que se inter-relacionam:
• Distância a ser percorrida entre o local de moradia e as áreas da malha
urbana compacta mais bem servidas de equipamentos urbanos de consumo
coletivo (comércios e serviços em geral localizados no centro, subcentros,
eixos especializados e shopping centers) bem como a distância em relação às
demais áreas na qual estejam localizados os equipamentos urbanos utilizados
para o trabalho, estudos e lazer, sobretudo;
• Tempo de deslocamento, que se traduz na combinação entre meios de
locomoção e condições do sistema viário disponíveis resultando em diferentes
níveis de acessibilidade aos principais equipamentos urbanos utilizados no
cotidiano dos moradores.
A acessibilidade, portanto, como dependente da relação espaço-tempo na
escala intra-urbana em estudo, é um dado fundamental na formação de preços
imobiliários, nos processos de segregação socioespacial e, para o nosso caso em
estudo, nas análises de práticas socioespaciais de moradores auto-segregados.
A partir dessas considerações, podemos, grosso modo, afirmar que o
conjunto de loteamentos fechados do primeiro grupo possui a melhor localização.
Em seguida, o segundo grupo (somando, excepcionalmente, o Residencial Saint
Os espaços auto-segregados e a cidade
100
Moritz) possui uma localização considerada média e, por fim, o terceiro grupo
(excetuando o Residencial Saint Moritz) possuem a pior localização.
Sobre a acessibilidade aos principais lugares utilizados para o consumo de
bens e de serviços verificadas a partir do Gráfico 21, podemos afirmar que o primeiro
e segundo grupo obtiveram concentrações de respostas com avaliações boas e
regulares, respectivamente. Para o terceiro grupo houve concentração de respostas
que consideraram a acessibilidade aos principais lugares para consumo de bens e
serviços, como ruim.
(%)
Gráfico 21 – Presidente Prudente: Avaliação sobre a
acessibilidade aos principais locais utilizados para
consumo de bens e de serviços dos moradores de
loteamentos fechados e de condomínios horizontais (por
grupo).
70
60
50
40
30
20
10
0
Grupo 1
Excelente
Grupo 2
Boa
Regular
Grupo 3
Ruim
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
Sobre a acessibilidade aos principais lugares utilizados para o lazer, os dados
do Gráfico 22 demonstram que o primeiro e segundo grupo obtiveram concentração
máxima de respostas que consideraram essa acessibilidade como boa. No terceiro
grupo, a acessibilidade aos equipamentos de lazer foi considerada como regular,
sobretudo.
Os espaços auto-segregados e a cidade
101
Gráfico 22 – Presidente Prudente: Avaliação sobre a
acessibilidade aos principais locais utilizados para
lazer dos moradores de loteamentos fechados e de
condomínios horizontais (por grupo).
60
50
(%)
40
30
20
10
0
Grupo 1
Excelente
Grupo 2
Boa
Grupo 3
Regular
Ruim
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
Sobre a acessibilidade aos principais lugares utilizados para a educação
básica, o primeiro grupo obteve concentração de respostas que avaliaram-na como
excelente e boa. No segundo grupo, avaliaram-na como boa e, para o terceiro
grupo, essa acessibilidade foi considerada ruim.
Gráfico 23 – Presidente Prudente: Avaliação sobre a
acessibilidade aos principais locais utilizados para a
educação básica dos moradores de loteamentos
fechados e de condomínios horizontais (por grupo).
50
(%)
40
30
20
10
0
Grupo 1
Excelente
Grupo 2
Boa
Regular
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
Grupo 3
Ruim
Os espaços auto-segregados e a cidade
102
Sobre a acessibilidade aos principais lugares utilizados para a realização do
Ensino Superior, o primeiro e segundo grupo obtiveram concentração máxima de
respostas que consideraram essa acessibilidade como boa. No terceiro grupo, essa
acessibilidade foi considerada ruim, sobretudo.
(%)
Gráfico 24 – Presidente Prudente: Avaliação sobre a
acessibilidade aos principais locais utilizados para o
ensino superior dos moradores de loteamentos fechados
e de condomínios horizontais (por grupo).
70
60
50
40
30
20
10
0
Grupo 1
Grupo 2
Excelente
Boa
Regular
Grupo 3
Ruim
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
Para os três grupos, houve concentração de respostas que consideram boas
a acessibilidade para os locais de trabalho como pode ser observados a partir do
Gráfico 25.
(%)
Gráfico 25 – Presidente Prudente: Avaliação sobre a
acessibilidade aos principais locais utilizados para o
trabalho dos moradores de loteamentos fechados e de
condomínios horizontais (por grupo).
70
60
50
40
30
20
10
0
Grupo 1
Grupo 2
Excelente
Boa
Regular
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
Grupo 3
Ruim
Os espaços auto-segregados e a cidade
103
Considerando um segundo nível de concentração de respostas, podemos
avaliar que o primeiro grupo possui uma melhor acessibilidade aos locais de trabalho
que o segundo e o terceiro grupo que consideram essa acessibilidade como regular.
Para o primeiro grupo, não houve avaliações que consideram ruim a
acessibilidade para os diversos lugares analisados acima.
De acordo com uma análise geral sobre a avaliação dos moradores a respeito
da acessibilidade aos diversos locais utilizados para o consumo de bens e de
serviços, para o lazer, para a educação básica e superior, para o trabalho e para a
moradia, podemos considerar que os moradores do primeiro grupo avaliaram a
questão da acessibilidade de excelente a boa enquanto os moradores do segundo
grupo avaliaram essa respectiva acessibilidade de boa a regular.
Por outro lado, a escala de avaliação sobre a questão da acessibilidade para
os moradores do terceiro grupo é um pouco mais ampla, qual seja de ruim a boa.
Gráfico 26 – Presidente Prudente: Avaliação sobre as
condições das vias de acesso aos loteamentos fechados e
aos condomínios horizontais (por grupo).
70
(%)
60
50
40
30
20
10
0
Grupo 1
Excelente
Grupo 2
Boa
Regular
Grupo 3
Precária
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
A partir do Gráfico 26 é possível verificar que as condições das vias de
acesso para o primeiro e segundo grupo foram avaliadas, predominantemente, como
boas e, em menor medida, como excelentes. No caso do terceiro grupo, as
condições das vias de acesso foram avaliadas, sobretudo, como precárias e, em
menor medida, como regulares.
Os espaços auto-segregados e a cidade
104
Boa
Regular
Resid . Bela Vis ta
Resid . Sain t Moritz
Excelente
Pq . Res. Damh a II
C. P. Resid en ce
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
J d . Mo rumbi
(% )
Gráfico 27 – Presidente Prudente: Avaliação sobre as condições das vias de acesso
aos loteamentos fechados e aos condomínios horizontais.
Precária
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
Para uma análise mais pormenorizada das avaliações sobre as condições das
vias de acesso a partir do Gráfico 27, podemos fazer as seguinte considerações:
• Para todos os loteamentos fechados pesquisados, com exceção do
Residencial Golden Village, houve concentração de respostas que avaliaram
as vias de acesso aos respectivos loteamentos fechados como boas.
• Para o Residencial Golden Village, todas as três respostas consideraram as
condições das vias de acesso a este loteamento fechado como precárias
considerando que durante o período de aplicação de questionários, a principal
via que dá acesso a este loteamento fechado, qual seja, o prolongamento da
Avenida Coronel José Soares Marcondes (atual Avenida Presidente
Prudente) se encontrava, em grande medida, em péssimo estado de
conservação. O recapeamento de grande trecho dessa respectiva avenida foi
realizado no bimestre seguinte pela empresa de capital misto, Prudenco.
• Para o Jardim Morumbi não houve respostas que consideravam regulares ou
precárias as condições de suas vias de acesso, por outro lado, houve grande
concentração de respostas que as consideravam, excelentes.
• Considerando as avaliações sobre as condições das vias de acesso dos
condomínios horizontais, podemos destacar que para o Residencial Saint
Moritz e o Residencial Esmeralda houve grande concentração de respostas
que consideraram suas vias de acesso como boas.
Os espaços auto-segregados e a cidade
105
• Para o Residencial Bela Vista, houve grande concentração de respostas que
consideraram as condições de suas vias de acesso como precárias. A
principal Via que lhe dá acesso, qual seja, a Rua Nelson Quirino da Silva, até
o momento de realização de nosso trabalho de campo, ainda se encontrava
em péssimo estado de conservação, sem acostamento ou calçamento, com
mato alto e entulhos em suas margens (transformando-se em mais um
descaso do poder público municipal22) sendo caracterizado como uma via
com grande risco de acidentes, sobretudo, para pedestres e ciclistas que nela
transitam.
• Não houve respostas que avaliavam como excelentes as condições das vias
de acesso do Residencial Primavera, do Residencial Bela Vista e do
Residencial Esmeralda.
A partir da análise dos dados sobre a avaliação da acessibilidade aos
principais equipamentos urbanos utilizados no cotidiano dos moradores de
loteamentos fechados e condomínios horizontais bem como as avaliações das
condições das principais vias de acesso aos respectivos locais de moradia é
possível considerar os seguintes aspectos:
• Os moradores do primeiro grupo, de um modo geral, possuem um alto nível
de acessibilidade sobre as porções do espaço urbano prudentino mais
freqüentemente utilizadas.
• Por sua vez, os moradores do segundo grupo possuem uma acessibilidade de
nível médio a alto sobre as principais porções do espaço urbano prudentino
mais freqüentemente utilizadas.
• Para o terceiro grupo foram detectadas as piores avaliações sobre a
acessibilidade e condições das vias de acesso o que nos fazem apontar um
baixo nível de acessibilidade sobre aquelas porções do espaço urbano
prudentino mais freqüentemente utilizadas pelos seus moradores.
Caso completamente oposto foi verificado na Avenida Presidente Prudente (prolongamento da Avenida Coronel José Soares
Marcondes) na qual estão localizados os loteamentos fechados Golden Village e o Residencial Quinta das Flores (ainda pouco
habitados). O fluxo dessa Avenida aumentou consideravelmente após a inauguração, em 2006, das novas instalações da UNIESP e,
somando com a presença desses respectivos loteamentos fechados, acabaram exercendo pressão significativa para a execução de obras
de recapeamento ao longo dessa Avenida.
22
Os espaços auto-segregados e a cidade
106
2.2. Práticas socioespaciais dos moradores auto-segregados: o consumo de
bens e de serviços
Procuramos identificar os locais utilizados para o consumo de bens e de
serviços por um ou mais membros das famílias moradoras de loteamentos fechados
e condomínios horizontais, bem como a freqüência desse consumo considerando os
estabelecimentos mais próximos aos locais de moradia. Também procuramos
identificar as deficiências existentes com relação a algum tipo de equipamento
urbano, estabelecimento comercial ou de serviço nas proximidades dos respectivos
loteamentos fechados e condomínios horizontais.
Os dados do Gráfico 28 permitem verificar que houve grande concentração de
respostas que indicaram o consumo diário de bens e de serviços no entorno dos
loteamentos
fechados
do
primeiro
grupo.
Quanto
ao
segundo
e,
mais
acentuadamente, para o terceiro grupo houve concentração de respostas que
indicam o consumo de bens e de serviços apenas de maneira esporádica.
Gráfico 28 – Presidente Prudente: Freqüência do consumo de bens e de
serviços no entorno dos loteamentos fechados e dos condomínios horizontais
(por grupo).
60
50
(%)
40
30
20
10
0
Grupo 1
Diariamente
3 vezes por semana
Grupo 2
1 vez por semana
Grupo 3
Esporadicamente
Nunca
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
Com relação ao segundo nível de concentração de respostas, houve uma
equiparação entre o consumo com freqüência de três vezes e o consumo com
Os espaços auto-segregados e a cidade
107
freqüência de apenas uma vez por semana no entorno dos loteamentos fechados do
primeiro grupo. No segundo grupo essa equiparação se deu entre o consumo diário
e o consumo de apenas uma vez por semana.
Para o terceiro grupo, o segundo nível de concentração de respostas indica a
não realização do consumo de bens e de serviços no entorno dos condomínios
horizontais.
Considerando a soma das respostas que indicam o consumo de bens e de
serviços diariamente ou com freqüência de três vezes por semana podemos
considerar que o primeiro grupo possui uma maior ligação (relações comerciais,
profissionais, fluxos, etc.) com o seu entorno do que o segundo grupo. No que se
refere ao terceiro grupo, podemos considerar um baixo nível de relação ou ligação
com o seu entorno.
(%)
Gráfico 29 – Presidente Prudente: Freqüência do consumo de bens e de serviços no
entorno dos loteamentos fechados e dos condomínios horizontais.
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Diariamente
Três vezes por semana
Uma vez por semana
Esporadicamente
Nunca
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
A partir dos resultados individuais das freqüências do consumo de bens e de
serviços no entorno dos loteamentos fechados e dos condomínios horizontais,
exibidos a partir do Gráfico 29, podemos considerar os seguintes aspectos:
• O loteamento fechado Jardim Morumbi possui o maior nível de freqüência do
consumo de bens e de serviços no seu entorno, pois as respostas foram
concentradas no consumo diário ou no consumo com freqüência de três
Os espaços auto-segregados e a cidade
108
vezes por semana e, logo em seguida, sob este mesmo aspecto, comparece
o Central Park Residence com concentração de respostas no consumo diário
e com freqüência de três vezes por semana.
• Os loteamentos fechados Jardim João Paulo II e o Parque Residencial
Damha praticamente se equiparam considerando o nível de freqüência de
consumo de bens e de serviços seja diário ou com freqüência de três vezes
por semana nos seus respectivos entornos.
• A relação com o entorno do Parque Residencial Damha II e Golden Village é
praticamente inexpressiva para os seus moradores pois houve grande
concentração de respostas que indicou o consumo de bens e de serviços no
entorno com a freqüência de apenas uma vez por semana para o primeiro e
de maneira esporádica para o segundo.
• Para o terceiro grupo, os melhores resultados ficaram com o Residencial
Saint Moritz e com o Residencial Esmeralda cujo relacionamento com o
entorno do primeiro condomínio, considerando a soma das freqüências diárias
e da freqüência de três vezes por semana atingem 75% das respostas
enquanto que para o Residencial Esmeralda essa soma atinge 37,5%.
• Para o Residencial Bela Vista, houve a indicação de 85,7% de respostas que
indicaram o consumo de bens e de serviços com freqüência esporádica
enquanto que para o Residencial Primavera a freqüência do consumo
esporádico atingiu apenas 40,0%.
Para uma melhor caracterização do uso e apropriação do espaço urbano (na qual
o entorno dos loteamentos fechados e condomínios horizontais também estão
inseridos) elaboramos o Mapa 6 com a localização de estabelecimentos comerciais
e de serviços utilizados pelos moradores auto-segregados.
Mais especificamente, as respostas sobre os comércios e serviços em geral
utilizados pelos moradores auto-segregados (as quais se encontram sintetizados no
Mapa 6) baseiam-se na localização dos bancos, das padarias, dos salões de
cabeleireiros e clínicas de estética, das creches, dos postos de combustíveis, dos
supermercados, das lojas de armarinhos e papelaria, das farmácias, das
lanchonetes e restaurantes, das clínicas médicas e postos de saúde e, por fim, das
academias de ginástica.
Os espaços auto-segregados e a cidade
109
Contudo, o Mapa 6 não representa a totalidade das respostas, pois não
contemplam os percentuais dos dados definidos como “Em outras áreas” cujo
referencial espacial é a não proximidade aos espaços auto-segregados.
Os dados do Quadro 12 abaixo representam um somatório dos dados obtidos
na qual procurou-se agrupar os comércios e serviços em geral utilizados pelos
moradores dos três grupos de acordo com os bairros nas quais esses equipamentos
estão localizados:
Quadro 12 – Presidente Prudente: Localização dos comércios e serviços em
geral utilizados por um ou mais membros de famílias moradores de
loteamentos fechados e condomínios horizontais (por grupo).
Bairros/outros locais
Próximo ao loteamento
Centro
Em outras áreas
Prudenshopping
Jd. Bongiovani
COHAB
Jardim Paulista
Shopping Americanas
Parque do Povo
Av. Coronel Marcondes
C. H. Ana Jacinta
Damha Center
Av. Washington Luís
Bairro do Bosque
Jd. Alto da Boa Vista
Jd. Novo Bongiovani
Jardim Rio 400
Vila Formosa
Vila Santa Helena
Jardim Maracanã
Jardim Monte Alto
Pq. São Judas Tadeu
Jardim Barcelona
Av. Cyro Bueno
Vila Maristela
Vila Nova
Cidade Universitária
Av. Manoel Goulart
Jardim das Rosas
Internet
Av. Brasil
Jardim Aviação
Inoocop
Jardim Eldorado
Vila Geni
Primeiro grupo Segundo grupo Terceiro grupo
Nº
%
Nº
%
Nº
%
172
36,1
136
24,1
101
22,0
109
22,9
117
20,7
144
31,3
99
20,8
179
31,7
70
15,2
30
6,3
16
2,8
11
2,4
10
2,1
28
5,0
2
0,4
--------34
7,4
4
0,8
7
1,2
15
3,3
5
1,1
7
1,2
3
0,7
11
2,3
3
0,5
----3
0,6
10
1,8
------------13
2,8
----12
2,1
----7
1,5
3
0,5
----3
0,6
6
1,1
--------9
1,6
------------8
1,7
----6
1,1
------0,2
2
0,4
2
0,4
1
0,2
2
0,4
2
0,4
--------5
1,1
--------5
1,1
--------5
1,1
--------5
1,1
3
0,6
1
0,2
----2
0,4
2
0,4
----1
0,2
3
0,5
----3
0,6
----1
0,2
4
0,8
------------2
0,4
2
0,4
1
0,2
2
0,4
--------3
0,5
--------1
0,2
2
0,4
--------3
0,7
--------3
0,7
--------3
0,7
Total
Nº
%
409 27,3
370 24,7
348 23,2
57 3,8
40 2,7
34 2,3
26 1,7
15 1,0
14 0,9
13 0,9
13 0,9
12 0,8
10 0,7
9 0,6
9 0,6
8 0,5
6 0,4
5 0,3
5 0,3
5 0,3
5 0,3
5 0,3
5 0,3
4 0,3
4 0,3
4 0,3
4 0,3
4 0,3
4 0,3
3 0,2
3 0,2
3 0,2
3 0,2
3 0,2
3 0,2
Os espaços auto-segregados e a cidade
Jardim Cinqüentenário
Jardim Paulistano
Vila Estádio
Jardim América
Jardim Cobral
Jardim Everest
Parque Cedral
Apea
Jardim Marupiara
Tênis Clube
UNESP
Vila Miriam
Delivery
Jardim Caiçara
Jardim Petrópolis
Vila Roberto
Av. Paulo Marcondes
Jardim Santa Clara
Jardim Santa Fé
Jd. Humberto Salvador
Jd. Vale Verde II
Parque Bandeirante
Parque São Lucas
Sesi - Vila Marcondes
Vila Charlote
Vila Euclides
Vila Marcondes
Vila São Jorge
Total
2
------------1
1
1
1
1
--------------------------------476
0,4
------------0,2
0,2
0,2
0,2
0,2
--------------------------------100,0
--2
1
------------------1
1
1
1
------------------------564
--0,4
0,2
------------------0,2
0,2
0,2
0,2
------------------------100,0
----1
2
2
2
2
------------------1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
460
110
----0,2
0,4
0,4
0,4
0,4
------------------0,2
0,2
0,2
0,2
0,2
0,2
0,2
0,2
0,2
0,2
0,2
0,2
100,0
2 0,1
2 0,1
2 0,1
2 0,1
2 0,1
2 0,1
2 0,1
1 0,1
1 0,1
1 0,1
1 0,1
1 0,1
1 0,1
1 0,1
1 0,1
1 0,1
1 0,1
1 0,1
1 0,1
1 0,1
1 0,1
1 0,1
1 0,1
1 0,1
1 0,1
1 0,1
1 0,1
1 0,1
1500 100,0
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
Com base nas quinze principais indicações (extraídas do Quadro 12) na qual
estão localizados os equipamentos comerciais e de serviços em geral utilizados
pelos moradores dos três grupos, elaboramos o Gráfico 30.
Gráfico 30 – Presidente Prudente: Localização das nove principais áreas
comerciais e de serviços em geral utilizados por um ou mais membros de
Os espaços auto-segregados e a cidade
111
famílias moradores de loteamentos fechados e condomínios horizontais
(por grupo).
40,0
35,0
30,0
(%)
25,0
20,0
15,0
10,0
5,0
0,0
Grupo 1
Grupo 2
Grupo 3
Próximo ao loteamento
Centro
Em outras áreas
Prudenshopping
Jd. Bongiovani
COHAB
Jardim Paulista
Shopping Americanas
Parque do Povo
Av. Coronel Marcondes
C. H. Ana Jacinta
Damha Center
Av. Washigton Luís
Bairro do Bosque
Jd. Alto da Boa Vista
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
A partir dos dados do Quadro 12 e do Gráfico 30 podemos considerar que os
moradores dos tipos habitacionais dos três grupos utilizam, de forma predominante,
comércios e serviços em geral localizados nas proximidades (no entorno) de seus
respectivos locais de moradia atingindo 27,3% de um total de 1500 indicações.
Contudo, há uma determinada diferença entre os três grupos, pois, os
moradores do primeiro grupo se destacam no uso de comércios e serviços em geral
localizados no entorno de seus respectivos loteamentos fechados atingindo 36,1%
de um total de 476 respostas.
Para os moradores dos loteamentos fechados do segundo grupo esse
percentual é menor e atinge apenas 24,1% de um total de 564 respostas sobre
indicações espaciais de comércios e de serviços no espaço urbano prudentino.
Por sua vez, apenas 22,0% de um total de 460 respostas dos moradores dos
condomínios horizontais do terceiro grupo indicaram o uso de comércios e de
serviços nas proximidades de seus respectivos condomínios.
Os espaços auto-segregados e a cidade
Fotografia 27 – Estabelecimentos comerciais em frente à
portaria do Jardim Morumbi (08/05/2007): Detalhe para o
nome fantasia da Panificadora o qual faz referência a
esse respectivo loteamento fechado.
Fotografia 28 – Damha Center (08/05/2007): Até o
momento de realização do registro fotográfico havia, em
funcionamento, apenas uma farmácia, uma padaria e
uma clínica de análises laboratoriais.
112
Os espaços auto-segregados e a cidade
113
Fotografia 29 – Mercado localizado em frente à portaria
do Residencial Bela Vista (08/05/2007).
Fotografia 30 – Pequena mercearia localizada próximo à
portaria do Residencial Primavera (08/05/2007): Único
estabelecimento comercial no seu entorno mais imediato.
Em segundo lugar, o Centro também comparece como importante área de
localização de comércios e de serviços utilizados pelos moradores dos três grupos
na qual recebeu 24,6% do total das indicações espaciais.
O uso dos comércios e de serviços localizados no Centro é mais expressivo
entre os moradores do terceiro grupo atingindo 31,3% do total de respostas. Em
seguida, comparecem as indicações do primeiro grupo atingindo 22,9% e, por sua
vez, o segundo grupo atingindo 20,7% das indicações espaciais.
Os espaços auto-segregados e a cidade
114
Fotografia 31 – Calçadão da Rua Tenente Nicolau Maffei
(20/10/2007): Expressão máxima de centralidade urbana
em Presidente Prudente.
Somando-se as indicações espaciais do uso de equipamentos comerciais e
de serviços localizados nas proximidades dos loteamentos fechados e condomínios
horizontais juntamente com os equipamentos localizados no Centro atinge-se uma
marca expressiva de 52% de um total de 1500 indicações espaciais o que, de uma
forma geral, demonstra uma relação intensa (ainda que diferenciada) por parte dos
moradores desses tipos habitacionais com o entorno de cada um, bem como, uma
relação intensa com o Centro de Presidente Prudente o qual é a área mais
expressiva, do ponto de vista do compartilhamento espacial, utilizada pela grande
maioria dos moradores auto-segregados.
As indicações de comércios e de serviços localizados de maneira difusa no
espaço urbano também foram expressivas para os três grupos, sobretudo, para o
segundo grupo. As indicações espaciais foram assim distribuídas: 20,8% para o
primeiro grupo; 31,7% para o segundo grupo e, de apenas, 15,2% para o terceiro
grupo.
Em menor medida, também comparecem indicações espaciais, para o
Prudenshopping (3,8% das 1500 indicações), para o Jardim Bongiovani (2,7% das
1500 indicações), para o Jardim Paulista (1,7% das 1500 indicações) e para o
Shopping Americanas (1,0% das 1500 indicações) no que se refere à localização
dos comércios e de serviços gerais utilizados pelos moradores dos três grupos.
O uso do Prudenshopping para o acesso a comércios e serviços é mais
expressivo para os moradores do primeiro grupo (6,3% de suas 476 indicações
Os espaços auto-segregados e a cidade
115
espaciais) do que para o segundo grupo (2,8% de suas 564 indicações espaciais) e
para o terceiro grupo (2,4% de suas 460 indicações espaciais).
Fotografia 32 – Nova fachada do Prudenshopping
(01/12/2007): Destaque para o rebaixamento da guia
para permitir ao veículo automotor rápido acesso à rampa
da entrada principal do respectivo Shopping. Em grande
medida, isso se traduz em maior risco de acidentes para
centenas de pedestres que trafegam por esse passeio
diariamente.
Os moradores dos loteamentos fechados do segundo grupo utilizam-se, de
maneira mais acentuada, dos equipamentos comerciais e de serviços localizados no
Jardim Bongiovani (5,0% de suas 564 indicações espaciais) do que os moradores do
primeiro grupo (2,1% de suas indicações espaciais) ou do terceiro grupo (0,4% de
suas indicações espaciais).
Os espaços auto-segregados e a cidade
116
Fotografia 33 – Subcentro do Jardim Bongiovani
(20/10/2007): Grande diversidade de comércios e de
serviços ao longo da Rua José Bongiovani.
Por sua vez, os moradores do terceiro grupo utilizam-se, de maneira mais
intensa, dos comércios e serviços localizados no Jardim Paulista (3,3% de suas 460
indicações espaciais) do que os moradores do segundo grupo (3,3% de suas
indicações espaciais) e do primeiro grupo (0,8% de suas indicações espaciais).
A indicação do uso do Shopping Americanas para o acesso a equipamentos
comerciais e de serviços foi equilibrada para os três grupos. As indicações espaciais
para o uso desse equipamento comercial foram assim distribuídas: 1,2% para o
segundo grupo; 1,1% para o primeiro grupo e de apenas 0,7% para o terceiro grupo.
A COHAB também foi grande alvo de indicações espaciais (7,4% de suas 460
indicações espaciais) pelos moradores do terceiro grupo no que se refere ao uso de
comércios e de serviços localizados nesse bairro
Ainda no que se refere a determinadas localizações de comércios e de
serviços indicadas de maneira menos expressiva, podemos destacar o Parque do
Povo (2,3% de suas indicações espaciais) e a Avenida Washington Luís (1,5%)
utilizados pelos moradores do primeiro grupo e a Avenida Coronel José Soares
Marcondes (1,8%), o Damha Center (2,1%), o Jardim Alto da Boa Vista (1,6% de
suas indicações) e o Jardim Rio 400 (1,1% de suas indicações) utilizados pelos
moradores dos loteamentos fechados do segundo grupo.
Por sua vez, podemos indicar alguns locais utilizados de maneira menos
expressiva pelos moradores do terceiro grupo para o acesso a equipamentos
comerciais e de serviços, quais sejam, o Conjunto Habitacional Ana Jacinta (2,8% de
Os espaços auto-segregados e a cidade
117
suas indicações espaciais) e o Jardim Novo Bongiovani (1,7% de suas indicações
espaciais).
Uma última consideração refere-se ao uso da Internet ou Delivery para
acesso a bens e serviços o qual é pouco expressivo para os moradores do primeiro
e segundo grupo e sequer foi mencionada pelos moradores do terceiro grupo.
Os espaços auto-segregados e a cidade
118
Os espaços auto-segregados e a cidade
119
A partir do Mapa 6 (e como complemento às observações realizadas com
base no Quadro 12 e Gráfico 30) podemos considerar que os equipamentos
comerciais e de serviços utilizados pelos moradores do primeiro grupo se
concentram,
predominantemente,
nas
proximidades
de
seus
respectivos
loteamentos fechados e, de maneira menos expressiva, no Centro e, em seguida, se
difundem a partir do Prudenshopping, do Parque do Povo e do Jardim Bongiovani
atingindo uma série de bairros localizados ao longo das quatro principais Avenidas
que dão acesso ao Centro, quais sejam, Avenidas Washington Luís, Manoel Goulart,
Coronel José Soares Marcondes e Avenida Brasil.
Os equipamentos comerciais e de serviços utilizados pelo segundo grupo se
encontram concentrados, de maneira equilibrada, entre as proximidades de seus
respectivos loteamentos fechados e o Centro e, assim como no primeiro grupo,
porém, em menor medida, se difundem a partir do Prudenshopping, do Parque do
Povo e do Jardim Bongiovani até uma série de bairros localizados nas proximidades
das Avenidas Washington Luís, Manoel Goulart, Coronel José Soares Marcondes e
Avenida Brasil, sendo que comércios e serviços localizados ao longo dessas vias
também são utilizados.
Por sua vez, os equipamentos comerciais e de serviços utilizados pelo
terceiro grupo encontram-se, predominantemente, concentrados no Centro e, de
forma menos acentuada, nas proximidades de seus respectivos condomínios
horizontais e se difundem a partir da COHAB, do Jardim Paulista, do
Prudenshopping e do Conjunto Habitacional Ana Jacinta na qual se estendem, em
menor medida, por diversos bairros localizados no Setor Oeste e Sul, nas
proximidades do Centro e, sobretudo, estendem-se em direção àqueles bairros
localizados no Setor Norte.
2.3. Práticas socioespaciais dos moradores auto-segregados: o lazer e o
tempo livre
Buscamos avaliar a qualidade das respectivas áreas de lazer dos loteamentos
fechados e dos condomínios horizontais bem como a freqüência de utilização
desses espaços segundo a opinião dos moradores desses respectivos tipos
habitacionais. Além disso, identificamos os principais lugares utilizados para o lazer
Os espaços auto-segregados e a cidade
120
dos moradores auto-segregados e, por último, avaliamos as principais atividades
realizadas durante o tempo livre ou o tempo de lazer deles.
Gráfico 31 – Presidente Prudente: Avaliação da área de lazer do loteamento
fechado ou condomínio horizontal (por grupo).
60
50
(%)
40
30
20
10
0
Grupo 1
Muito boa
Grupo 2
Boa
Regular
Grupo 3
Ruim
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
Considerando as duas maiores concentrações de respostas obtidas em
ordem decrescente podemos considerar que os moradores do primeiro grupo
avaliaram suas respectivas áreas de lazer como “boas” e “regulares” enquanto que
os moradores do segundo grupo avaliaram essas áreas como “muito boas” e “boas”
o que reflete, em certa medida, os consideráveis investimentos em paisagismo e em
infra-estrutura de lazer existentes feitos pelos empreendedores imobiliários desse
último grupo (sobretudo para o Parque Residencial Damha e o Parque Residencial
Damha II cujo empreendedor imobiliário foi a empresa AD Empreendimentos
Imobiliários Ltda.) o que já foi destacado nessa monografia.
Por outro lado, os moradores do terceiro grupo avaliaram suas áreas de lazer,
predominantemente, como “regulares” e “boas” o que demonstra, em certa medida,
uma satisfação menos acentuada com relação à qualidade delas.
Os espaços auto-segregados e a cidade
121
Gráfico 32 – Presidente Prudente: Freqüência de utilização
da área de lazer do loteamento fechado ou condomínio
horizontal (por grupo).
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
Considerando as duas maiores concentrações de respostas de maneira
decrescente, cujos resultados podem ser visualizados no Gráfico 32, podemos
afirmar que os moradores do primeiro grupo freqüentam “as vezes” ou nunca suas
respectivas áreas de lazer enquanto que a freqüência de utilização das áreas de
lazer do segundo grupo pelos seus respectivos moradores é mais acentuada, pois
as freqüentam de maneira esporádica ou sempre.
Os moradores do terceiro grupo nunca freqüentam ou freqüentam, apenas, de
maneira esporádica suas respectivas áreas de lazer.
Nesse sentido, podemos considerar que os moradores do primeiro e do
terceiro grupo utilizam suas respectivas áreas de lazer, respectivamente, de maneira
muito acentuada e pouco acentuada, enquanto que, a utilização das áreas de lazer
dos loteamentos fechados do segundo grupo por seus respectivos moradores se
encontra em situação intermediária.
Pudemos verificar que houve a indicação de cinco principais lugares utilizados
para o lazer pelos moradores dos três grupos pesquisados, quais sejam,
respectivamente, o Prudenshopping (18,1% das 171 indicações), o Parque do Povo
(14,0% das 171 indicações), as áreas de lazer dos próprios loteamentos fechados e
condomínios horizontais (12,3% das 171 indicações), o Shopping Americanas (9,4%)
e o Tênis Clube (6,4%) o que perfaz um total de 60,2% das 171 indicações
espaciais.
Os espaços auto-segregados e a cidade
122
As indicações do Prudenshopping como área de lazer foi expressiva para os
moradores do segundo grupo e, em menor medida, para os moradores do primeiro e
terceiro grupo.
Com relação ao nível de utilização do Parque do Povo como área de lazer
podemos destacar, em primeiro lugar, os moradores do primeiro grupo (motivado,
sobretudo, pela proximidade com o respectivo Parque) e os moradores do terceiro
grupo. Contudo, os moradores do segundo grupo utilizam esse respectivo parque de
maneira pouco expressiva.
A indicação do uso das áreas de lazer dos próprios loteamentos fechados ou
condomínios horizontais, mais uma vez, obteve destaque para o segundo grupo,
pois grande parcela de suas respostas indicaram o uso dessas áreas enquanto que
para o primeiro e para o terceiro grupo, a indicação do uso das áreas de lazer de
seus respectivos loteamentos fechados e condomínios horizontais foi menos
acentuada.
O Shopping Americanas compareceu com uma das principais áreas de lazer
indicado pelos moradores do primeiro e segundo grupo. Para o terceiro grupo, a
utilização desse espaço como área de lazer foi menos acentuada.
As indicações do uso do Tênis Clube como área de lazer partiu apenas do
primeiro grupo e, em menor medida, para o segundo grupo.
Em menor medida, foi indicado o uso da APEA como área de lazer para o
primeiro grupo. A utilização desse espaço pelos moradores do segundo e do terceiro
grupo podem ser considerada praticamente inexpressiva.
Para o terceiro grupo, também foi indicado, com certa expressividade, o uso
do Parque do Conjunto Habitacional Ana Jacinta (o qual está localizado nas
proximidades do Residencial Esmeralda).
O Mapa 7 permite visualizar a distribuição do uso das áreas de lazer pelos
três grupos pesquisados.
Os espaços auto-segregados e a cidade
123
Os espaços auto-segregados e a cidade
124
A partir do Mapa 7 (e como complemento às observações feitas
anteriormente) podemos considerar que as áreas de lazer utilizadas pelos
moradores do primeiro grupo estão concentradas na malha urbana compacta em
cinco principais áreas, quais sejam, o Parque do Povo, o Prudenshopping, o Tênis
Clube, o Shopping Americanas e a Apea.
As áreas de lazer utilizadas pelos moradores do segundo grupo se
concentram, sobretudo, no interior dos respectivos loteamentos fechados desse
grupo, no Prudenshopping e no Shopping Americanas e se difunde, em menor
medida, principalmente pelo Tênis Clube e pelo Centro.
Por sua vez, as áreas de lazer utilizadas pelo terceiro grupo estão
concentradas no Prudenshopping, no Parque do Povo, no Conjunto Habitacional
Ana Jacinta, no Centro e difundem, sobretudo, pelo Setor Oeste.
De maneira geral, há apenas três principais áreas utilizadas para o lazer na
qual ocorre compartilhamento espacial entre os três grupos, quais sejam,
respectivamente, o Prudenshopping e o Parque do Povo e, em menor medida, o
Shopping Americanas.
Gráfico 33 – Presidente Prudente: Principais atividades realizadas durante o
tempo livre/lazer individual ou da família (por grupo).
20
Televisão
18
Descanso
16
Casa de amigos/parentes
14
Viagens
(%)
12
Práticas religiosas
10
Internet
8
6
Afazeres domésticos
4
Clubes
2
Parques
0
Pescarias
Grupo 1
Grupo 2
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
Grupo 3
Os espaços auto-segregados e a cidade
125
A partir dos dados sistematizados dos questionários que serviram de base
para a elaboração do Gráfico 33, podemos afirmar que 82,4% das 714 indicações23
de atividades realizadas durante o tempo livre ou o tempo destinado para o lazer dos
moradores auto-segregados, estão distribuídas por sete principais atividades, quais
sejam, a televisão (17,1%), o descanso (13,6%), visita à casa de amigos ou parentes
(13,0%), viagens (10,6%), práticas religiosas (9,7%), Internet (9,2%) e afazeres
domésticos (9,2%).
Como podemos verificar logo a seguir, a televisão ainda é representado como
o “objeto-supremo” utilizado, de maneira predominante, para ocupar boa parte do
tempo livre ou o tempo destinado para o lazer dos moradores dos três grupos que
ora estamos pesquisando.
Nesse sentido, Carlos (2004, p. 59-60) ressalta que:
A invasão da TV que aos poucos vai assumindo lugar
importante na vida das pessoas ocupando o lugar de “honra”
na sala de visitas, torna-se o centro de todas as atenções e
cuidados, diante delas os olhares fixam, lábios selam-se e a
imagem preenche ausências – seu todo poder mágico é
contagiante. Sua presença vai redefinir as reuniões de família
bem como o uso do tempo do não-trabalho.
Essa constatação da televisão como “objeto-supremo” ainda pode ser
reforçada, em médio e longo prazos pela recente promulgação do “Ato de abertura
do Sistema de Transmissão Pública Digital” realizado em Rede Nacional de
Televisão no dia 02 de dezembro de 2007, pelo Excelentíssimo Senhor Presidente
da República Luiz Inácio Lula da Silva.
O respectivo “Sistema de televisão digital”, primeiramente implantado na
cidade de São Paulo, permitirá a visualização de imagens de alta definição bem
como intensificar a difusão dessas imagens por meio de equipamentos televisivos
móveis instalados em transportes coletivos, metrôs ou por meio de celulares,
sobretudo.
A distribuição do uso da televisão como objeto utilizado para ocupar o tempo
livre ou o tempo destinado para o lazer ficou assim dimensionado: 16,9% (entre as
242 respostas) para os moradores do primeiro grupo, 17,1% (entre as 269
Na questão E4 de nosso questionário era possível indicar mais de uma atividade realizada durante o tempo livre ou durante o tempo
destinado para o lazer.
23
Os espaços auto-segregados e a cidade
126
respostas) para o segundo grupo e de 17,2% (entre as 203 respostas) para os
moradores do terceiro grupo.
Em segundo lugar, foi indicado o descanso como uma das principais
atividades realizadas durante o tempo livre/lazer, a qual, recebeu do primeiro grupo,
11,6% das respostas, do segundo grupo, 13,4% das respostas e do terceiro grupo,
de maneira um pouco mais acentuada, 16,2% das respostas.
A indicação de visitas a casa de amigos e/ou parentes foi acentuada para os
moradores do terceiro grupo (16,7% das respostas) e, em menor medida, para o
segundo (12,3% das respostas) e o primeiro grupo (10,7% das respostas).
A realização de viagens, sobretudo, por envolver condições econômicas mais
elevadas, foi mais acentuada entre os moradores do primeiro grupo (14,5%) e do
segundo grupo (11,5%) enquanto que houve a indicação de apenas 4,9% das
respostas apontando a realização de viagens para os moradores do terceiro grupo.
A indicação de práticas religiosas foi equilibrada para o segundo (10,4%) e
terceiro (10,3%) e menos acentuada para o primeiro grupo (8,3%).
A indicação do uso da Internet (que, para sua utilização, também envolve uma
condição econômica mais elevada) foi expressivo para os moradores do primeiro
(11,6%) e segundo grupo (10,4%) enquanto que o número de indicações foi menos
expressivo no terceiro grupo (4,9%).
Com relação ao tempo livre ocupado pelos afazeres domésticos, o terceiro
grupo destaca-se com a indicação de 12,8% das respostas para esse tipo de
atividade. Para o primeiro e segundo grupos, a indicação de afazeres domésticos foi
de apenas 7,4% e de 8,2%.
A utilização de clubes no espaço urbano prudentino foi mais acentuada para o
primeiro (5,8%) do que para o segundo (2,6%) e terceiro grupos (3,0%).
2.4. Práticas socioespaciais dos moradores auto-segregados: o trabalho, as
profissões e os deslocamentos
A partir da análise do Mapa 8 podemos considerar que as áreas indicadas
como local de trabalho dos responsáveis por domicílios do primeiro grupo estão
localizadas, de maneira mais concentrada, no Centro e, em seguida, estendem-se
em direção ao bairros localizados próximos às Avenidas Coronel José Soares
Marcondes e Brasil, bem como pelos Bairros Jardim Bongiovani, Cidade
Os espaços auto-segregados e a cidade
127
Universitária, Vila Santa Helena, alguns pontos nas proximidades de seus
respectivos loteamentos fechados e na área norte mais imediata ao Centro.
As áreas indicadas para o trabalho dos responsáveis por domicílios do
segundo grupo se assemelham, em certa medida, àquelas indicadas pelo primeiro
grupo, pois, para o segundo grupo esses respectivos locais também se concentram
no Centro e, em menor medida, nas proximidades de seus respectivos loteamentos
fechados e se difundem a partir dos bairros localizados nas proximidades das
Avenidas Coronel José Soares Marcondes e Brasil. Também houve, em menor
medida, a indicação de locais de trabalhos por alguns pontos difusos no espaço
urbano distribuídos pelo Setor Norte, Oeste e Leste.
Por sua vez, as indicações das áreas de trabalho dos responsáveis por
domicílio do terceiro grupo estão concentradas no Centro e, em menor medida, na
Vila Formosa e, de maneira difusa, por alguns bairros do Setor Oeste, Setor
Sudoeste, Setor Leste bem como por diversos bairros localizados ao norte da área
Central.
Os espaços auto-segregados e a cidade
128
Os espaços auto-segregados e a cidade
129
Os dados do Quadro 13 exibem o percentual das ocupações ou cargos
exercidos pelos responsáveis por domicílios dos loteamentos fechados e dos
condomínios horizontais:
Quadro 13 – Presidente Prudente: Ocupação ou cargo atual do chefe de família (por
grupo).
Primeiro grupo
Ocupação/Cargo
Segundo grupo
Terceiro grupo
TOTAL
Nº
%
Nº
%
Nº
%
Nº
%
Aposentado
8
17,4
3
5,8
2
4,5
13
9,1
Advogado
5
10,9
5
9,6
1
2,3
11
7,7
Médico
5
10,9
5
9,6
---
---
10
7,0
Autônomo
4
8,7
3
5,8
2
4,5
9
6,3
---
---
4
7,7
5
11,4
9
6,3
Empresário
3
6,5
5
9,6
---
---
8
5,6
Gerente administrativo
2
4,3
4
7,7
1
2,3
7
4,9
Professor
2
4,3
2
3,8
3
6,8
7
4,9
Admin. de empresas
4
8,7
2
3,8
---
---
6
4,2
Agropecuarista
2
4,3
3
5,8
---
---
5
3,5
Cargos de direção
1
2,2
4
7,7
---
---
5
3,5
Comerc./microempresário
2
4,3
1
1,9
1
2,3
4
2,8
Motorista
---
---
---
---
4
9,1
4
2,8
Agente fiscal de rendas
---
---
3
5,8
---
---
3
2,1
Mecânico
---
---
---
---
3
6,8
3
2,1
Professor Universitário
2
4,3
---
---
---
---
2
1,4
Dentista
1
2,2
1
1,9
---
---
2
1,4
Contador
---
---
2
3,8
---
---
2
1,4
Bancário
---
---
---
---
2
4,5
2
1,4
Auxiliar de escritório
---
---
---
---
2
4,5
2
1,4
Agrônomo
1
2,2
---
---
---
---
1
0,7
Médico veterinário
1
2,2
---
---
---
---
1
0,7
Jornalista
1
2,2
---
---
---
---
1
0,7
Radiodifusor
1
2,2
---
---
---
---
1
0,7
Auditor
1
2,2
---
---
---
---
1
0,7
Juiz
---
---
1
1,9
---
---
1
0,7
Assistente agropecuário
---
---
1
1,9
---
---
1
0,7
Engenheiro civil
---
---
1
1,9
---
---
1
0,7
Eletricitário
---
---
1
1,9
---
---
1
0,7
Oficial de reg. de imóveis
---
---
1
1,9
---
---
1
0,7
Funcionário público
Os espaços auto-segregados e a cidade
130
Promotor pleno
---
---
---
---
1
2,3
1
0,7
Zootecnista
---
---
---
---
1
2,3
1
0,7
Analista de sistemas
---
---
---
---
1
2,3
1
0,7
Encarregado
---
---
---
---
1
2,3
1
0,7
Auxiliar administrativo
---
---
---
---
1
2,3
1
0,7
Policial militar
---
---
---
---
1
2,3
1
0,7
Metalúrgico
---
---
---
---
1
2,3
1
0,7
Auxiliar de RH
---
---
---
---
1
2,3
1
0,7
Auxiliar de produção
---
---
---
---
1
2,3
1
0,7
Auxiliar mecânico
---
---
---
---
1
2,3
1
0,7
Auxiliar geral
---
---
---
---
1
2,3
1
0,7
Ajudante de motorista
---
---
---
---
1
2,3
1
0,7
Vigilante noturno
---
---
---
---
1
2,3
1
0,7
Pintor
---
---
---
---
1
2,3
1
0,7
Frentista
---
---
---
---
1
2,3
1
0,7
Estoquista
---
---
---
---
1
2,3
1
0,7
Jardineiro
---
---
---
---
1
2,3
1
0,7
Desempregado
---
---
---
---
1
2,3
1
0,7
Total
46
100,0
52
100,0
44
100,0
142
100,0
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
A partir dos dados do Quadro 13 é possível afirmar que os cargos ou
ocupações mais citados, quais sejam, aposentado, advogado, médico, autônomo,
funcionário público, empresário, gerente administrativo e professor, atingem 51,8%
de um total de 142 respostas dos três grupos, porém, com maior participação dessas
respectivas respostas pelos moradores do primeiro grupo (63% de suas 46
respostas) e segundo grupo (59,6% de suas 52 respostas), em detrimento do
terceiro grupo (31,8% de suas 44 respostas)
Considerando as ocupações ou cargos mais citados e que mais remuneram
(com exceção dos aposentados, dos autônomos e dos funcionários públicos cujos
níveis salariais podem ser muito variáveis e, sequer, é possível estabelecer uma
aproximação) podemos afirmar que representam 36,9% das indicações para o
primeiro grupo e, de maneira um pouco mais expressiva, 40,3% para o segundo
grupo. Para esses respectivos cargos ou ocupações foram indicadas apenas 11,4%
das respostas do terceiro grupo.
Com relação aos 21 cargos ou ocupações menos citados entre os que mais
remuneram ou, pelo menos, exigem curso superior para o seu exercício, obtivemos
Os espaços auto-segregados e a cidade
131
uma indicação de 37%, 40,2% e de 9,2%, respectivamente, para o primeiro, o
segundo e o terceiro grupo.
Grosso modo, isso significa que os cargos que mais remuneram e/ou que
necessitam de curso superior para o seu exercício estão, expressivamente,
concentrados entre os responsáveis por domicílios do segundo grupo (80,5%) e, em
seguida, para os responsáveis por domicílios do primeiro grupo (73,9%). Por último,
esses cargos ou ocupações que mais remuneram ou que exigem curso superior
contemplam apenas 20,6% dos responsáveis por domicílios do terceiro grupo.
Para reforçar as considerações acima, os cargos que menos remuneram e
que não exigem curso superior para o seu exercício comparecem, de maneira
expressiva, nas respostas do terceiro grupo perfazendo 57,1% enquanto que não
comparecem nas respostas do primeiro grupo e, para o segundo grupo, atinge
apenas um percentual inexpressivo, qual seja, de 1,9%.
Cruzando essas análises com a espacialização das áreas utilizadas para o
trabalho representadas no Mapa 19, podemos apontar para a constituição de uma
divisão social e territorial do trabalho que se processa na escala intra-urbana
prudentina.
Gráfico 34 – Presidente Prudente: Principais meios de locomoção para o
trabalho do chefe de família (por grupo).
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
A partir do Gráfico 34 ficou destacado que o automóvel particular se constitui
como o principal meio de locomoção diário para os deslocamentos até o local de
trabalho do primeiro e do segundo grupo enquanto que o uso do automóvel
Os espaços auto-segregados e a cidade
132
particular para o terceiro grupo é pouco expressivo ficando abaixo do percentual
referente ao uso do transporte coletivo.
Para este último grupo, o uso da motocicleta constitui-se como importante
veículo para os deslocamentos diários até o local de trabalho.
Quadro 14 – Presidente Prudente: Tempo
médio de deslocamento dos chefes de
família até o local de trabalho (por grupo).
Tempo médio de
Grupos
deslocamento
(em minutos)
1
10,0
2
10,7
3
24,4
* Não foram contabilizados os chefes de família que se
deslocam para trabalhar em outros Municípios ou Estados
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
O uso predominante do automóvel particular para os deslocamentos diários
até o local de trabalho para o primeiro e para o segundo grupo verificados a partir do
Gráfico 34 tem um impacto significativo na diminuição do tempo necessário para a
realização desse respectivo percurso (casa-trabalho).
O tempo médio de deslocamento até o local de trabalho para o primeiro
grupo, no qual a indicação do uso do automóvel se verificou em todas as respostas,
é, em média, de 10 minutos. Para o segundo grupo, o tempo médio de
deslocamento até o local de trabalho é um pouco maior e atinge uma média de 10,7
minutos.
Para o terceiro grupo, na qual o transporte coletivo comparece como o meio
de deslocamento predominante e com automóvel particular ocupando apenas o
segundo lugar, o tempo médio de deslocamento até o local de trabalho (média de
24,4 minutos) aumenta consideravelmente comparativamente aos tempos médios do
primeiro e do segundo grupo.
Os espaços auto-segregados e a cidade
133
2.5. Práticas socioespaciais dos moradores auto-segregados: o ensino básico,
o ensino superior e as atividades educativo-recreativas
Quadro 15 – Presidente Prudente: Locais utilizados para estudos (ensino
fundamental e médio) pelas crianças, adolescentes e jovens moradores de
loteamentos fechados e condomínios horizontais (por grupo).
Bairros
Primeiro
Segundo
Terceiro grupo
grupo
grupo
Nº
%
Nº
%
Nº
%
Colégio Anglo (Jd. Esplanada)
6
33,3
10
31,2
----Átomo (Jd. Petrópolis)
5
27,8
3
9,4
----Centro Educacional Pluri
1
5,5
4
12,5
----Cristo Rei (Centro)
3
16,7
--------Objetivo (Vila Estádio)
1
5,5
2
6,2
----Cotiguara (Jd. Paulista)
1
5,5
2
6,2
----Escola Karina Athia Krasucki
--------3
18,7
(Ana Jacinta)
Colégio Unoeste
----2
6,2
----(Cid. Universitária)
Criarte (Vila Industrial)
----2
6,2
----Domus (próx. ao Cristo Rei)
----2
6,2
----JP
(Jd.
Santa
Elisa/Jd.
----2
6,2
----Maracanã)
Escola Hugo Mieli (V. Dubus)
--------2
12,5
Sesi (C. H. Mário Amato)
--------2
12,5
Colégio Cooperativo
1
5,5
----1
6,2
(Jd. Carandá)
Colégio Adventista
----1
3,1
----(Vila Santa Helena)
Colégio Braga Mello
----1
3,1
----(Pq. São Judas Tadeu)
Poney Azul (Centro)
----1
3,1
----E.E. João Sebastião Lisboa
--------1
6,2
(V. Santa Helena)
EMEIF Rosy Odette Ponz
--------1
6,2
Brandão (Jd. São Mateus)
E. Floriovaldo Leal
--------1
6,2
(Vila Tabajara)
E. Francisco Pessoa
--------1
6,2
(Ana Jacinta)
E. Monsenhor Sarrion
--------1
6,2
(Vila São Jorge)
Raio de Sol (Jd. Eldorado)
--------1
6,2
E. Rotariano Antônio Zacarias
--------1
6,2
(Jd. Monte Alto)
CIEM (Pq. Cedral)
--------1
6,2
Total
18 100,0
32 100,0
16 100,0
TOTAL
Nº
16
8
5
3
3
3
3
%
24,2
12,1
7,6
4,5
4,5
4,5
4,5
2
3,0
2
2
2
3,0
3,0
3,0
2
2
2
3,0
3,0
3,0
1
1,5
1
1,5
1
1
1,5
1,5
1
1,5
1
1,5
1
1,5
1
1,5
1
1
1,5
1,5
1
66
1,5
100,0
Os dados grifados referem-se aos estabelecimentos de ensino particulares
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
A partir da análise do Quadro 15, podemos considerar que dos sete
estabelecimentos de ensino básico mais citados (o que perfaz 41% de um total de
Os espaços auto-segregados e a cidade
134
66 respostas obtidas), seis deles são particulares (com destaque para o Colégio
Anglo Prudentino (Fotografia 34) e o Colégio Átomo localizados próximos aos
loteamentos fechados do primeiro grupo) e apenas uma escola é da Rede Pública
de Ensino.
Fotografia 34 – Colégio Anglo Prudentino (05/10/2007):
Colégio privado que se encontra localizado no entorno do
Jardim Morumbi, Central Park Residence e Jardim João
Paulo II. Nas respostas obtidas, os moradores desses
respectivos loteamentos fechados foram àqueles que se
declararam seus maiores usuários.
As escolas particulares mais citadas, quais sejam, Colégio Anglo, Colégio
Átomo, Centro Educacional Pluri, Colégio Cristo Rei, Objetivo e Colégio Cotiguara
receberam respostas de sua utilização apenas dos moradores do primeiro grupo
(94,3% de suas 18 respostas) e do segundo grupo (65,5% de suas 32 respostas).
Por sua vez, a Escola Pública “Karina Athia Krasucki”, localizado no Conjunto
Habitacional Ana Jacinta, recebeu indicações apenas do terceiro grupo perfazendo
18,7% de suas 16 respostas.
De uma forma geral, podemos afirmar que as escolas particulares são
utilizadas predominantemente por crianças, jovens ou adolescentes moradores do
primeiro e segundo grupo enquanto que a freqüência em escolas públicas é
reservada para as crianças, jovens ou adolescentes moradores do terceiro grupo.
Os espaços auto-segregados e a cidade
135
A partir do Mapa 9 (e como complemento às observações realizadas a partir
do Quadro 16) podemos considerar que, em grande medida, as Escolas utilizadas
Os espaços auto-segregados e a cidade
136
pelo primeiro grupo e pelo segundo grupo (as quais são predominantemente
particulares) estão concentradas nas proximidades do primeiro grupo e se
estendem, sobretudo, ao longo da Avenida Washington Luís até o Centro. Em menor
medida, essas escolas também estão difusas pela Avenidas Brasil e Avenida Salim
Farah Maluf.
Uma distinção clara, do ponto de vista territorial, é possível ser observada por
meio da localização das escolas, sobretudo públicas, utilizadas pelas crianças,
jovens e adolescentes do terceiro grupo. Essas escolas estão localizadas de
maneira difusa pelo espaço urbano, sobretudo, pelo Setor Sudoeste e Setor Norte e,
em menor medida, no Setor Oeste bem como em escolas localizadas nas
proximidades do Parque do Povo.
Gráfico 35 – Presidente Prudente: Principais meios de locomoção utilizados
para o transporte das crianças, jovens e adolescentes até a escola (por
grupo).
120
100
(%)
80
60
40
20
0
Grupo 1
Automóvel particular
Grupo 2
Transporte coletivo
Grupo 3
Van
À pé
Táxi
Bicicleta
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
A partir dos dados do Gráfico 35 podemos considerar que o automóvel
particular é o meio de transporte predominante utilizado pelas crianças, pelos jovens
e pelos adultos moradores do primeiro e do segundo grupo enquanto que para o
terceiro grupo, o uso do automóvel particular é pouco expressivo observando-se
uma maior distribuição para outros tipos de transportes como vans e ônibus para os
transportes coletivos.
Quadro 16 – Presidente Prudente: Tempo
médio de deslocamento até a escola (por
grupo).
Os espaços auto-segregados e a cidade
137
Tempo médio de
Grupos
deslocamento
(em minutos)
1
7,8
2
9,7
3
30,1
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
Mais uma vez, os usos diferenciados de meios de locomoção causam
significativos impactos nos tempos médios de deslocamentos como podem ser
observados a partir do Quadro 16.
Os estudantes do ensino básico do primeiro e do segundo grupo levam, em
média 7,8 minutos e 9,7 minutos, respectivamente, para a realização do percurso
casa-escola enquanto que o tempo médio de realização desse mesmo percurso para
os estudantes do terceiro grupo (média de 30,1 minutos), triplica.
Quadro 17 – Presidente Prudente: Principais atividades educativo-recreativas
realizadas pelas crianças e jovens moradores de loteamentos fechados e
condomínios horizontais (por grupo).
Atividades
Primeiro grupo
Segundo grupo
Terceiro grupo
TOTAL
Nº
%
Nº
%
Nº
%
Nº
%
Ginástica ou musculação
14
20,6
12
13,0
2
11,8
28
15,8
Inglês
12
17,6
14
15,2
2
11,8
28
15,8
Escolinha de futebol
6
8,8
12
13,0
---
---
18
10,2
Aulas de reforço escolar
6
8,8
5
5,4
1
5,9
12
6,8
Natação
6
8,8
5
5,4
1
5,9
12
6,8
Nenhuma atividade
2
2,9
2
2,2
7
41,2
11
6,2
Tênis
3
4,4
6
6,5
---
---
9
5,1
Lutas marciais
2
2,9
4
4,3
2
11,8
8
4,5
Violão
3
4,4
5
5,4
---
---
8
4,5
Informática
2
2,9
3
3,3
2
11,8
7
3,9
Ballet
3
4,4
4
4,3
---
---
7
3,9
Pintura
1
1,5
3
3,3
---
---
4
2,3
Curso pré-vestibular
2
2,9
1
1,1
---
---
3
1,7
Dança
2
2,9
1
1,1
---
---
3
1,7
Equitação
1
1,5
2
2,2
---
---
3
1,7
Piano
---
---
3
---
---
---
3
1,7
Filmes
1
1,5
1
1,1
---
---
2
1,1
Os espaços auto-segregados e a cidade
138
Teatro
---
---
2
2,2
---
---
2
1,1
Bateria
1
1,5
---
---
---
---
1
0,6
Francês
1
1,5
---
---
---
---
1
0,6
Televisão
---
---
1
1,1
---
---
1
0,6
Guitarra
---
---
1
1,1
---
---
1
0,6
Brinquedos
---
---
1
1,1
---
---
1
0,6
Catequese
---
---
1
1,1
---
---
1
0,6
Voleibol
---
---
1
1,1
---
---
1
0,6
Teclado
---
---
1
1,1
---
---
1
0,6
Vídeo game
---
---
1
1,1
---
---
1
0,6
Total
68
100,0
92
100,0
17
100,0
177
100,0
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
Gráfico 36 – Presidente Prudente: Principais atividades educativo-recreativas
realizadas pelas crianças e jovens moradores de loteamentos fechados e
condomínios horizontais citadas, pelo menos, quatro vezes (por grupo).
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
A partir dos dados do Quadro 17 e do Gráfico 36 podemos constatar que
houve uma expressiva indicação de atividades educativas e recreativas para os
estudantes do primeiro grupo (68 indicações) e do segundo grupo (92 indicações) e,
uma indicação significativamente menor, para os estudantes do terceiro grupo (17
indicações apenas).
Além disso, o número de indicações que apontam para a realização de
nenhuma atividade é expressivamente maior para os estudantes moradores do
terceiro grupo implicando num tempo médio de investimento em atividades
Os espaços auto-segregados e a cidade
139
educativo-recreativas consideravelmente menor comparativamente àquele investido
pelos estudantes moradores do primeiro e do segundo grupo.
Considerando as seis atividades educativas e recreativas mais citadas, quais
sejam, em ordem decrescente, ginástica ou musculação, inglês, escolinha de
futebol, aulas de reforço escolar, natação e tênis, que atinge 60,5% de um total de
177 indicações para os três grupos, podemos, mais uma vez, afirmar que há uma
participação expressiva dessas atividades entre os moradores do primeiro grupo e
pelo segundo grupo e menos acentuado no terceiro grupo (35,4%).
Quadro 18 – Presidente Prudente: Tempo
médio investido em atividades educativorecreativas (por grupo).
Grupos
Tempo médio investido
(em minutos)
1
151,4
2
118,4
3
41,3
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
A partir do Quadro 18 é possível afirmar que os estudantes do primeiro grupo
investem um tempo médio aproximado de duas horas e trinta minutos para a
realização diária de atividades educativas e recreativas enquanto que os estudantes
do segundo grupo esse investimento é um pouco menor destinando uma média
aproximada de duas horas. Para os estudantes do terceiro grupo, o tempo médio
investido em atividades educativas e recreativas é de cerca de 40 minutos diários.
Podemos considerar que um tempo maior investido em atividades educativas
e recreativas dos estudantes do primeiro e do segundo grupo em detrimento do
terceiro grupo reflete alguns aspectos do alto poder aquisitivo das famílias dos dois
primeiros grupos com relação ao terceiro grupo o que, grosso modo, pode indicar um
maior controle do tempo do não-trabalho24, uma relativa diminuição do tempo livre
para os estudantes do primeiro e do segundo grupo, um tempo pouco regulado bem
como um tempo livre maior para os estudantes do terceiro grupo.
O tempo do não-trabalho, nos termos ressaltados por Carlos (1996, p. 121) compõe parte do tempo social enquanto contrapartida do
tempo dedicado à produção, no entanto, domina a economia, porque se volta para o consumo.
24
Os espaços auto-segregados e a cidade
140
Em outros termos, uma das justificativas para o controle do tempo do nãotrabalho das crianças e jovens moradores de loteamentos fechados, foi explicitada
durante um depoimento informal que coletamos junto a uma empregada doméstica
do Parque Residencial Damha II durante o período em que aguardava a chegada do
transporte coletivo em ponto de ônibus.
Nesse depoimento, realizado no dia 08 de maio de 2007, do qual tomamos
nota, a empregada doméstica ressaltou que boa parte dos pais trabalha o dia todo e
são muito ocupados, mas uma boa parcela não trabalha e passa parte do tempo em
clubes, cabeleireiros e “enchem” os filhos de atividades extras como, por exemplo, o
inglês, o ballet, o tênis, o futebol e muitas vezes se esquecem do psicológico deles
[dos filhos] e somente vão se preocupar quando o problema começa a afetar em
casa e a transparecer no jovem.
Quadro 19 – Presidente Prudente: Locais utilizados para educação superior pelos
jovens e adultos moradores de loteamentos fechados e condomínios horizontais (por
grupo).
Bairros
Primeiro
Segundo
grupo
grupo
Terceiro grupo TOTAL
Nº
%
Nº
%
Nº
%
Nº
%
8
33,3
11
61,1
2
28,6
21
42,9
11
45,8
5
27,8
1
14,3
17
34,7
Unesp
3
12,5
2
11,1
3
42,9
8
16,3
Uniesp
1
4,2
---
---
1
14,3
2
4,1
Unoeste Campus II
1
4,2
---
---
---
---
1
2,0
24
100,0
18
100,0
7
100,0
49
100,0
Unoeste
Faculdades Toledo
Total
Os dados grifados referem-se às universidades particulares
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
A partir da análise do Quadro 19, podemos considerar que houve um relativo
equilíbrio entre o número de indicações do uso de estabelecimentos de ensino
superior do primeiro e do segundo grupo, qual seja, de 24 e de 18 indicações,
respectivamente, e de um número menos acentuado de indicações do uso de
estabelecimentos de ensino superior do terceiro grupo, qual seja, de apenas sete
indicações.
As duas instituições de ensino superiores mais citadas para os três grupos
foram, respectivamente, a UNOESTE e as Faculdades Toledo. As indicações dos
Os espaços auto-segregados e a cidade
141
três grupos para essas duas instituições foram assim distribuídas: das 24 indicações
do primeiro grupo, 33,3% foram para a UNOESTE e 45,8% para as Faculdades
Toledo; das 18 indicações do segundo grupo, 61,1% foram para a UNOESTE e
27,8% para as Faculdades Toledo e, por sua vez, em menor medida, das sete
indicações do terceiro grupo, 28,6% foram para a UNOESTE e 14,3% para as
Faculdades Toledo.
A UNESP, enquanto Universidade Pública, foi indicada por 12,5% das
respostas do primeiro grupo, 11,1% das respostas do o segundo grupo e para 42,9%
das respostas do terceiro grupo.
Os espaços auto-segregados e a cidade
142
A partir do Mapa 10 podemos considerar que os estudantes do primeiro grupo
freqüentam, de forma mais expressiva, as Faculdades Toledo e, em seguida, a
Os espaços auto-segregados e a cidade
143
UNOESTE para a realização do ensino superior enquanto que os estudantes do
segundo grupo invertem de posição, ou seja, utiliza-se, mais expressivamente, da
UNOESTE e das Faculdades Toledo, respectivamente, como locais para realização
do ensino superior.
O uso de estabelecimentos de ensino superior para os estudantes do terceiro
grupo se encontra melhor distribuídos com destaque para a freqüência nos
estabelecimentos de ensino superior da UNESP e da UNOESTE.
Quadro 20 – Presidente Prudente: Principais meios de locomoção utilizados
para o transporte dos jovens e adultos até o local utilizado para a educação
superior (por grupo).
Grupos
A
T
Nº
M
%
Nº
P
%
Nº
C
Nº
%
%
1
19
82,6
1
4,3
1
4,3
1
4,3
2
16
88,9
---
---
---
---
---
3
6
85,7
1 14,3
---
---
---
Nº
B
TOTAL
%
Nº
%
Nº
%
1
4,3
---
---
23
100,0
---
1
5,5
1
5,5
18
100,0
---
---
---
---
---
7
100,0
(A) automóvel particular; (T) transporte coletivo; (M) motocicleta; (P) a pé; (C) Carona; (B) bicicleta.
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
Sobre os principais meios de locomoção utilizados para o transporte dos
jovens e dos adultos até o local utilizado para a educação superior, podemos
considerar que o uso do automóvel particular é expressivo entre os estudantes
universitários dos três grupos: 82,6% das 23 indicações do primeiro grupo; 88,9%
das 18 indicações do segundo grupo e de 85,7% das 7 indicações do terceiro grupo.
Considerando o uso expressivo do automóvel particular para os três grupos,
ainda é possível identificar diferenças sobre os tempos médios de deslocamentos
para o percurso casa-universidade.
Quadro 21 – Presidente Prudente: Tempo
médio de deslocamento até a local utilizado
para a educação superior (por grupo).
Os espaços auto-segregados e a cidade
Grupos
1
2
3
144
Tempo médio de
deslocamento
(em minutos)
12,2
10,2
20,7
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
A melhor média para o tempo de deslocamento referente ao percurso casauniversidade ficou com o segundo grupo (média de 10,2 minutos) sendo que um dos
fatores preponderantes para esse melhor resultado pode ser representado pelas
vias de acesso que servem os loteamentos fechados desse respectivo grupo e
proporcionam um rápido acesso, sobretudo, no que se refere à UNOESTE e às
Faculdades Toledo.
Ainda que os loteamentos fechados do primeiro grupo também sejam
servidos por vias de acesso rápido, o tempo médio de deslocamento obtido (média
de 12,2 minutos) maior que do segundo grupo pode ser justificado pela diversidade,
em menor medida contudo, do uso de outros meios de deslocamentos para essa
finalidade como pode ser verificado a partir do Quadro 21.
Por sua vez, o tempo médio de deslocamento para a realização do percurso
casa-universidade pelos estudantes universitários do terceiro grupo (média de 20,7
minutos) ainda que o automóvel particular seja usado de maneira expressiva, é
praticamente o dobro da média obtida pelo primeiro e segundo grupo cujo um dos
fatores preponderante para esse maior tempo médio de deslocamento pode ser
representado pela distância em relação às principais vias de acesso rápido de
Presidente Prudente bem como pela localização dos condomínios desse grupo
relativamente aos centros de ensino superior.
2.6. O Centro, os Shopping centers e o ciberespaço: novos hábitos de
consumo
A partir do Quadro 22, é possível identificar os lugares mais freqüentados
pelos grupos para a realização de compras em geral. Esses dados foram obtidos a
partir de uma pergunta de nosso questionário na qual se sugeriu que a resposta
fosse dada considerando-se três localidades: O Centro de Presidente Prudente; O
Os espaços auto-segregados e a cidade
145
Prudenshopping e o Shopping Americanas, porém, mantendo espaço para a
especificação de outros equipamentos ou localidades utilizados para a realização de
compras pelos moradores dos tipos habitacionais dos três grupos que estamos
pesquisando.
A partir da natureza da respectiva pergunta, foi possível estabelecer uma
diferença (ainda que algumas argumentações sirvam apenas para reforçar ou
complementar aspectos já relacionados), como queremos demonstrar a seguir, entre
os resultados já obtidos e demonstrados pelo Mapas 7 (localização dos
supermercados) e pelo Mapa 6 (localização dos comércios e serviços).
Quadro 22 – Presidente Prudente: Locais mais freqüentados para a realização de
compras, quais sejam, alimentos, utensílios domésticos, objetos de uso pessoal,
vestuário e miudezas em geral (por grupo).
Bairros
Primeiro grupo
Segundo grupo
Terceiro grupo
TOTAL
Nº
%
Nº
%
Nº
%
Nº
%
Prudenshopping
45
50,0
44
42,7
18
31,0
107
42,6
Centro
22
24,4
26
25,2
25
43,1
73
29,1
Shopping Americanas
18
20,0
24
23,3
7
12,1
49
19,5
Supermercado Nagai
1
1,1
4
3,9
3
5,2
8
3,2
Supermercado Luzitana
1
1,1
3
2,9
---
---
4
1,6
Feiras livres
1
1,1
---
---
1
1,7
2
0,8
Mercado municipal
1
1,1
---
---
---
---
1
0,4
Açougues fora da região
1
1,1
---
---
---
---
1
0,4
Supermercado Avenida
---
---
1
1,0
---
---
1
0,4
Supermercado Estrela
---
---
1
1,0
---
---
1
0,4
C. H. Ana Jacinta
---
---
---
---
1
1,7
1
0,4
COHAB
---
---
---
---
1
1,7
1
0,4
Jardim Cobral
---
---
---
---
1
1,7
1
0,4
Vila Geni
---
---
---
---
1
1,7
1
0,4
Total
90
100,0
103
100,0
58
100,0
251
100,0
Dados destacados com localização difusa
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
Os shopping centers, expressão da produção de novas centralidades, surgem
no momento em que o desenvolvimento do capitalismo, visando sua reprodução
continuada e ampliada, necessita obter monopólio sobre o espaço. Esses novos
Os espaços auto-segregados e a cidade
146
equipamentos, para os quais a acessibilidade é fator de relevo em suas estratégias
de localização, potencializam os fluxos para determinadas áreas da cidade,
valorizando-as (GONÇALVES, 2003, p. 184-190).
Como bem ressaltou Villaça (2001, p.304) “o promotor imobiliário produz e
põe à venda, em poucos, anos, “pontos” [em Shopping Centers] que o comércio
tradicional levaria décadas para produzir” (VILLAÇA, 2001, p. 304).
Para exemplificar uma das dimensões desse processo, os administradores do
Prudenshopping veicularam recentemente grande anúncio publicitário ressaltando a
preocupação e a importância dos processos de revitalização internos e externos
pelos quais vêm passando o “o maior empreendimento comercial do Oeste Paulista”
com investimentos em infra-estruturas, novas lojas e novas tecnologias bem como o
aumento do nível de acessibilidade ao respectivo Shopping25.
O Prudenshopping, inaugurado no ano de 1990, tem localização estratégica
em relação às áreas residenciais de alto padrão próximos à Avenida Washington
Luiz e ao sul do Parque do Povo nas quais também estão localizados os
loteamentos fechados mais bem consolidados da cidade sendo ele o mais
freqüentado pelos segmentos sociais de maior poder aquisitivo (MONTESSORO,
2001, p. 221-246).
Sobarzo (1999, p. 157) detectou que os dois Shopping Centers de Presidente
Prudente (Prudenshopping e Shopping Americanas) são os centros comerciais e de
serviços mais freqüentados pelos moradores de loteamentos fechados e são
alternativas para a fuga dos “problemas” e das diferenças da cidade.
A partir dessas constatações, podemos considerar que as reestruturações
recentes nos espaços urbanos, no nosso caso em estudo, uma cidade média, são
baseados na difusão da auto-segregação e de segmentação socioespacial dos
fluxos através da produção de novas centralidades considerando, sobretudo,
aquelas que privilegiam o acesso aos segmentos sociais de mais alto poder
aquisitivo e que se locomovem, expressivamente, por meio do automóvel particular.
Esses novos elementos promovem a difusão de novas práticas socioespaciais
que estabelecem uma rede de relações homogeneizantes segundo níveis
socioeconômicos levando à constituição da fragmentação socioespacial.
A partir da análise do Quadro 22, podemos considerar que houve uma
indicação expressiva para três localidades ou equipamentos comerciais, quais
25
Cf. Prudenshopping: 17 anos de inovação. Oeste Notícias. 4 nov. 2007. p. 1.6
Os espaços auto-segregados e a cidade
147
sejam, respectivamente, o Prudenshopping (42,6%), o Centro (29,1%) e o Shopping
Americanos (19,5%) de um total de 251 indicações (foi possível indicar mais de uma
resposta para essa pergunta) realizadas pelos moradores de loteamentos fechados
e condomínios horizontais.
A indicação expressiva do Prudenshopping e, em seguida, do Centro
concorda com os resultados obtidos a partir do Quadro 46 e do Mapa 7 (resultantes
das indicações espaciais dos supermercados). Em outros termos, isso significa que
o complexo de lojas, bem como a loja âncora Carrefour localizados no
Prudenshopping, superou, em certa medida, a freqüência às lojas comerciais
instaladas no Centro para a realização de compras (ao menos para o nosso recorte
de pesquisa).
Contudo, ocorreu uma acentuada diferença com relação ao uso desses
espaços para os três grupos:
• O Prudenshopping foi indicado por 50,0% das 90 respostas do primeiro grupo;
42,7% das 103 respostas para o segundo grupo e por, apenas, 31,0% das 58
respostas do terceiro grupo.
• O Centro foi indicado por 24,4% das respostas do primeiro grupo; 25,2% das
respostas do segundo grupo e, de maneira mais expressiva, 43,1% das
respostas do terceiro grupo.
• Por sua vez, o Shopping Americanas foi indicado por 20,0% das respostas do
primeiro grupo; 23,3% das respostas do segundo grupo e, de apenas, 12,1%
das respostas do terceiro grupo.
Os espaços auto-segregados e a cidade
148
Os espaços auto-segregados e a cidade
149
A partir do Mapa 22, e como complemento às observações feitas a partir do
Quadro 23, é possível afirmar que o Prudenshopping e, em segundo lugar o
Shopping Americanas é utilizado de maneira expressiva para realização de compras
para o primeiro e segundo grupo enquanto que o Centro e, em segundo lugar o
Prudenshopping são os principais lugares utilizados para a realização de compras
do terceiro grupo.
Considerando o restante das indicações, podemos afirmar que alguns
estabelecimentos comerciais de médio porte utilizados pelos moradores do segundo
grupo, estão localizados, sobretudo, ao longo da Avenida Coronel José Soares
Marcondes. Para o primeiro grupo esses equipamentos se distribuem, sobretudo, à
Oeste do Centro próximos ou defronte às Avenidas Manoel Goulart e Coronel José
Soares Marcondes.
Por sua vez, equipamentos comerciais de pequeno e médio porte utilizados
pelo terceiro grupo estão localizados nas proximidades de alguns de seus
respectivos condomínios horizontais bem como no Jardim Paulista, na COHAB e ao
longo da Avenida Manoel Goulart.
Gráfico 37 – Presidente Prudente: Freqüência das compras
realizadas pela Internet (por grupo).
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
Para os três grupos, houve concentração de respostas indicativas da
realização de compras apenas de maneira esporádica ou que nunca realizam
compras via Internet. Contudo, podemos verificar uma diferença na distribuição das
freqüências assim dimensionadas:
Os espaços auto-segregados e a cidade
150
Para o primeiro grupo, 50,0% e 47,7% das respostas indicaram a freqüência
de compras realizadas via Internet, respectivamente de maneira esporádica ou da
sua não realização em momento algum.
Para ao segundo grupo, o uso esporádico da Internet para a realização de
compras se acentua, pois, atinge 67,8% das respostas enquanto que o seu não uso
para as compras atinge apenas 30,5%.
Isso significa que, em certa medida, os moradores do segundo grupo
possuem maior familiaridade com a realização de compras via Internet que os
moradores do primeiro grupo.
O uso da Internet para a realização de compras pelos moradores do segundo
grupo é menos acentuado, pois, apenas 15,9% das respostas indicaram o uso
esporádico de compras enquanto que as respostas negativas para compras via
Internet foram expressivas, atingindo 79,5% das respostas.
Gráfico 38 – Presidente Prudente: Freqüência das compras realizadas por
telefone (por grupo).
90
80
70
(%)
60
50
40
30
20
10
0
Grupo 1
Diariamente
Três vezes por semana
Grupo 2
Uma vez por semana
Grupo 3
Esporadicamente
Nunca
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
Para o primeiro e segundo grupo houve uma acentuada indicação para a não
realização de compras via telefone. Para o terceiro grupo o percentual de não
realização de compras via telefone foi ainda mais expressivo, atingindo 81,4% das
respostas.
Os espaços auto-segregados e a cidade
151
Em segundo lugar, a realização de compras de maneira esporádica foi
destacada, respectivamente, pelo primeiro e pelo segundo grupo e, de forma menos
expressiva, pelo terceiro grupo.
2.7. Considerações sobre o uso e apropriação do espaço urbano Prudentino
Com ressalvas feitas ao Mapa 22, o qual foi elaborado a partir de uma
pergunta com sugestões para as respostas, é possível levantar algumas
considerações gerais sobre os demais mapas no que se refere aos diferentes locais
utilizados para as diversas atividades diárias dos sujeitos auto-segregados, quais
sejam,
mais
explicitamente,
aquelas
baseadas
no
conjunto
de
práticas
socioespaciais desempenhadas durante o tempo destinado para o lazer, para o
trabalho, para os estudos e para o consumo de bens e de serviços.
O entorno das áreas habitacionais pesquisadas compareceu como o local
mais bem destacado para a realização das mais diversas atividades diárias.
Os moradores do primeiro grupo demonstraram ter um alto nível de
relacionamento com o seu entorno enquanto que o segundo e o terceiro grupo
demonstraram possuir um médio e baixo nível de relacionamento com o entorno de
cada um, respectivamente.
O Centro compareceu como o segundo local mais destacado para a
realização das atividades diárias e foi possível verificar o oposto do que se processa
nos entorno de cada loteamento fechado ou condomínio horizontal dos grupos, ou
seja, os moradores do terceiro grupo caracterizaram um alto nível de relacionamento
com esse respectivo espaço enquanto que os moradores do segundo grupo e, em
menor medida, do primeiro grupo, demonstraram um médio nível de relacionamento
com o Centro.
Contudo, o Centro é o local onde se possibilita o maio nível de encontros e de
compartilhamento espacial entre os três grupos, ainda que esses encontros sejam,
muitas vezes, baseados em relações hierárquicas, de distinção social e do nãodiálogo entre as diferenças.
Os subcentros e os principais eixos viários de Presidente Prudente
constituem-se enquanto novas centralidades, em parte, pelos desdobramentos da
área central, sobretudo, em função da produção em descontínuo com a malha
Os espaços auto-segregados e a cidade
152
urbana, das intencionalidades das legislações urbanísticas (mais explicitamente, da
Lei de Zoneamento de Uso e de Ocupação de solo) bem como de novas
necessidades impostas pelo circular – o automóvel - contribuindo, portanto, para a
formação de uma multicentralidade urbana nos termos propostos por Sposito (2001,
2003).
Mais especificamente sobre a constituição da centralidade urbana, Whitacker
(2007) ressalta que são os fluxos (muito mais que a localização), os determinantes
desse processo, pois: “A dinâmica de concentração e dispersão cria e recria
centralidades que irão ocupar e valorar diferentemente e diferencialmente territórios
no tecido urbano e na dimensão da rede urbana e se traduzem em segmentação de
usos e não usos e na fragmentação socioespacial”.
A partir disso, ressaltamos que o conjunto das quatro Avenidas que se
entrecruzam no Centro, quais sejam, Avenida Coronel José Soares Marcondes,
Avenida Brasil (que proporcionam rápido acesso ao Setor Sul) e as Avenidas Manoel
Goulart e Washington Luís (que proporcionam rápido acesso à porção Oeste da
malha urbana compacta), bem como às duas Avenidas que circundam o Parque do
Povo (Avenida 11 de Maio e Avenida 14 de setembro), somado às respectivas
localizações dos loteamentos fechados do primeiro e segundo grupo, constituem-se
enquanto principal espaço de circulação dos moradores desses dois grupos que se
traduz num “círculo vicioso” dos fluxos (Mapa 39) no qual podemos identificar o
acentuado nível de difusão de atividades diárias realizadas ao longo dessas vias
bem como em áreas adjacentes a elas.
Os moradores do segundo grupo demonstraram um maior nível de
localização difusa das atividades diárias realizadas, ou seja, todas aquelas
atividades que não têm uma identificação espacial ou referência espacial explícita.
Ainda que os deslocamentos diários dos moradores do segundo grupo sejam
realizados predominantemente pelo automóvel, são eles que, pela localização de
suas moradias (menos integradas à malha urbana compacta), realizam os maiores
trajetos e se apropriam do espaço urbano, sobretudo, a malha urbana contínua, num
nível mais elevado que o primeiro grupo.
Apesar do terceiro grupo indicar um baixo nível de localização difusa das
diversas atividades realizadas é esse mesmo grupo que possui um nível elevado de
difusão espacial, porém, com explicitação de suas referências espaciais. Isso
demonstra um alto nível de apropriação do conjunto do espaço urbano - ainda que
Os espaços auto-segregados e a cidade
153
seja necessário um maior tempo para a realização dos deslocamentos e para as
atividades dessa apropriação.
A distribuição das atividades diárias dos moradores do terceiro grupo dá-se
de maneira heterogênea, sobretudo, na malha urbana contínua (com concentração
no Centro, no Prudenshopping e no Jardim Paulista) e nos Setores Norte, Oeste
(com concentração na COHAB) e Sudeste (com concentração no Conjunto
Habitacional Ana Jacinta) de Presidente Prudente.
Alguns outros equipamentos urbanos também foram muito indicados para a
realização de atividades diárias, como o Prudenshopping e o Parque do Povo, os
quais possuem um nível de apropriação considerado alto para o primeiro e um nível
considerado médio para o segundo e de médio a baixo para o terceiro grupo.
No que se refere à freqüência ao Jardim Bongiovani (sobretudo o seu
subcentro) bem como ao Shopping Americanas para a realização das mais diversas
atividades diárias, o segundo grupo se destaca demonstrando um alto nível de
apropriação dessas respectivas áreas enquanto que o nível de apropriação desses
espaços pelo primeiro grupo pode ser considerado médio para o Shopping
Americanas e baixo para o Jardim Bongiovani.
Por sua vez, o nível de apropriação desses dois espaços (Shopping
Americanas e Bongiovani) para o terceiro grupo pode ser considerado baixo ou
praticamente inexpressivo.
154
Capítulo III
Perspectivas e rupturas de um
novo modo de vida urbano
Perspectivas e rupturas de um novo modo de vida urbano
155
3.1. As razões pela opção por espaços auto-segregados
Os dados do Gráfico 39 mostram os principais resultados obtidos a partir dos
apontamentos dos moradores dos três grupos no que se refere às principais razões
que influenciaram na decisão pela mudança para os atuais espaços autosegregados de moradia.
Gráfico 39 – Presidente Prudente: Principais razões que determinaram a
decisão pela opção de moradia em loteamento fechado ou condomínio
horizontal (por grupo).
40
35
30
(%)
25
20
15
10
5
0
Grupo 1
Grupo 2
Grupo 3
Maior segurança
Maior tranqüilidade
Facilid. de aquis. casa própria
Infr. de lazer do condomínio
Bom investimento
Espaço com acesso controlado
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
As principais razões para justificar a mudança para os espaços autosegregados, quais sejam, respectivamente, “maior segurança” (32,0% das 416
respostas), “maior tranqüilidade” (24,0% das respostas), “facilidade de aquisição da
casa própria” (10,8% das respostas), “Infra-estrutura de lazer do condomínio” (9,6%
das respostas), “bom investimento” (9,1% das respostas), e, por último, “espaço com
acesso controlado” (8,9% das respostas). Essas razões representam 94,4% de um
total de 416 respostas ilustrando que foi possível escolher mais de uma razão ou
justificativa para essa pergunta.
Essas razões foram assim distribuídas:
• A razão “maior segurança” foi apontada de maneira expressiva pelos
moradores do primeiro e segundo grupo enquanto que para os moradores do
terceiro grupo essa indicação foi menos expressiva.
Perspectivas e rupturas de um novo modo de vida urbano
156
• Do mesmo modo, a razão “maior tranqüilidade” foi apontada de maneira
expressiva pelos moradores do primeiro e segundo grupo enquanto que, para
o terceiro grupo esse apontamento foi menor.
• Com relação à razão “facilidade de aquisição da casa própria”, esta foi
apontada de maneira praticamente inexpressiva pelos moradores do primeiro
e segundo grupo, enquanto que, para o terceiro grupo, o número de
apontamentos pode ser considerado expressivo.
• A razão “infra-estrutura de lazer do condomínio” foi mais expressivamente
indicada pelo segundo grupo o que reforça algumas considerações já
realizadas por nós sobre o uso mais expressivo das áreas de lazer dos
loteamentos fechados nesse respectivo grupo. Para os moradores do primeiro
e do terceiro grupo, o percentual para essa razão foi menos significativo.
• A razão “bom investimento” foi mais expressivamente indicada pelos
moradores do segundo grupo o que pode ter relação, em certa medida, com o
período de grande número de mudanças (2001 a 2004) para os loteamentos
fechados desse respectivo grupo influenciando processos de especulação
imobiliária26. Para os moradores do primeiro grupo esse percentual é menor e
é praticamente inexpressivo para os moradores do terceiro grupo.
• A razão “espaço com acesso controlado” foi mais expressivamente indicada
pelos moradores do primeiro grupo e, em menor medida, para o terceiro
grupo. Para os moradores do segundo grupo esse percentual pode ser
considerado baixo.
Em anúncio
27
(ANEXO J) e, em folder publicitário (ANEXO L) do Residencial
Quinta das Flores foi possível verificar algumas das dimensões do processo de
supervalorização da segurança que fundamenta parte das vendas dos loteamentos
fechados. São destacados vários aspectos que envolvem desde sofisticados
equipamentos de videovigilância, ronda controlada por picote eletrônico até
vigilância armada.
Destaque para a difusão de publicidade via Internet pelo Grupo Encalso a qual enfatiza uma valorização imobiliária da ordem de 226%
no período de 2 anos para os lotes do Parque Residencial Damha. Para maiores detalhes, ver:
<http://www.sinomar.com.br/da_valorizaram.asp> Acesso em: 03 mar. 2007.
27 Residencial terá total segurança. O Imparcial. 13 mai. 2006. Social. p. 6-C.
26
Perspectivas e rupturas de um novo modo de vida urbano
157
Contudo, a principal razão que fundamenta a existência de espaços autosegregados foi questionada durante as primeiras semanas do mês de março de
200728.
Alguns moradores do loteamento fechado Jardim João Paulo II entraram em
contato com jornalistas do Jornal Oeste Notícias para denunciar a falta de segurança
promovida, sobretudo, pela falta de controle e fiscalização dos funcionários junto à
portaria bem como o falho funcionamento da cancela da portaria a qual, o tempo
todo, permanecia aberta permitindo a entrada e saída de veículos sem a realização
de abordagens ou questionamento junto aos seus condutores.
A respectiva equipe de reportagem ressaltou que entrou e saiu do Jardim
João Paulo II sem ser abordada. No interior do loteamento fechado puderam verificar
alguns dos aspectos do modo de vida desses tipos de ambientes a qual se traduz
em “portas e janelas abertas” e “entreabertas” bem como “carros com vidros
abertos”.
Uma das dimensões da produção da guerra contra a insegurança e dos
perigos dos riscos à segurança pessoal foi ressaltado por Bauman (2007, p. 78):
A guerra contra a insegurança, e particularmente contra os
perigos e os riscos à segurança pessoal, agora é travada
dentro da cidade, onde se estabelecem os campos de batalha
urbanos e se traçam as linhas de frente. Trincheiras fortemente
armadas (acesso intransponíveis) e bunkers (prédios ou
complexos fortificados e rigorosamente vigiados) destinados a
separar, manter a distância e impedir a entrada de estranhos
estão se tornando rapidamente um dos aspectos mais visíveis
das cidades contemporâneas – embora assumam muitas
formas, e ainda que seus idealizadores façam o possível para
misturar suas criações à paisagem da cidade, “normalizando”
desse modo o estado de emergência em que seus moradores,
viciados em proteção, mas sempre pouco seguros em relação
a ela, vivem seu dia-a-dia.
A seqüência de Quadros 23, 24 e 25 complementam as observações feitas a
partir do Gráfico 41, pois, agrupam as principais razões indicadas por ordem de
importância (ordem essa indicada nas respostas dos questionários) com relação à
mudança para loteamentos fechados e condomínios horizontais.
28
AFFONSO, Cícero. Moradores denunciam total falta de segurança. Oeste Notícias, 8 Mar. 2007. p. 1.6.
Perspectivas e rupturas de um novo modo de vida urbano
158
Quadro 23 – Presidente Prudente: Principais razões, indicadas como primeira ordem
de importância, que determinaram a opção pela moradia em loteamento fechado ou
condomínio horizontal (por grupo).
Primeiro grupo
Segundo grupo
Terceiro grupo
TOTAL
Razões
Nº
%
Nº
%
Nº
%
Nº
%
Maior segurança
28
80,0
47
90,4
9
20,9
84
64,6
3
8,6
2
3,8
32
74,4
37
28,5
Maior tranqüilidade
4
11,4
3
5,8
---
---
7
5,4
Bom investimento
---
---
---
---
2
4,6
2
1,5
Total
35
100,0
52
100,0
43
100,0
130
100,0
Facilidade de aquisição da
casa própria
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
A partir do Quadro 23 e com base nas maiores concentrações de resposta,
podemos afirmar que os moradores do segundo grupo indicaram como primeira
ordem de importância, a razão “maior segurança” de maneira expressiva,
perfazendo 90,4% de suas respostas, enquanto que, para o primeiro grupo, essa
concentração foi um pouco menor, atingindo 80,0%.
Com relação à razão “facilidade de aquisição da casa própria”, mais uma vez,
houve uma acentuada indicação pelos moradores do terceiro grupo, atingindo 74,4%
de um total de 43 respostas.
Quadro 24 – Presidente Prudente: Principais razões, indicadas como segunda
ordem de importância, que determinaram a opção pela moradia em loteamento
fechado ou condomínio horizontal (por grupo).
Primeiro grupo
Razões
Segundo grupo
Terceiro grupo
TOTAL
Nº
%
Nº
%
Nº
%
Nº
%
20
69,0
31
67,4
6
22,2
57
55,9
Maior segurança
5
17,2
4
8,7
16
59,3
25
24,5
Espaço acesso controlado
2
6,9
3
6,5
3
11,1
8
7,8
Bom investimento
2
6,9
4
8,7
---
---
6
5,9
Infra-estrutura de lazer
---
---
4
8,7
1
3,7
5
4,9
Aumento de renda familiar
---
---
---
---
1
3,7
1
1,0
Total
29
100,0
46
100,0
27
100,0
102
100,0
Maior tranqüilidade
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
Perspectivas e rupturas de um novo modo de vida urbano
159
Com relação às principais indicações como segunda ordem de importância,
podemos destacar aquelas dos moradores do primeiro e do segundo grupo,
respectivamente, 69,0% e 67,4% que apontaram para a razão “maior tranqüilidade”
para a mudança para loteamentos fechados.
A razão “maior segurança” (59,3%) bem como a razão “espaço com acesso
controlado” (11,1%) comparecem como razões de segunda ordem de importância
para a mudança para os condomínios horizontais.
Quadro 25 – Presidente Prudente: Principais razões, indicadas como terceira ordem
de importância, que determinaram a opção pela moradia em loteamento fechado ou
condomínio horizontal (por grupo).
Primeiro grupo
Razões
Segundo grupo
Terceiro grupo
Nº
%
Nº
%
4
22,2
13
43,3
1 5,5
2
11,1
7
23,3
6
8
44,4
4
13,3
Bom investimento
2
11,1
4
Aumento de renda familiar
2
11,1
Maior segurança
---
Maior prestígio social
Infra-estrutura de lazer do
condomínio
Maior tranqüilidade
Espaço
com
acesso
controlado
Facilidade de aquisição da
casa própria
Total
Nº
%
TOTAL
Nº
%
18
27,3
33,3
15
22,7
2
11,1
14
21,2
13,3
2
11,1
8
12,1
1
3,3
1
5,5
4
6,1
---
1
3,3
2
11,1
3
4,5
---
---
---
---
2
11,1
2
3,0
---
---
---
---
2
11,1
2
3,0
18
100,0
30
100,0
18
100,0
66
100,0
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
Com relação às principais razões, indicadas como terceira ordem de
importância, podemos considerar os seguintes aspectos:
• O segundo grupo indicou, de maneira expressiva, a “infra-estrutura de lazer”
do condomínio perfazendo 43,3% das respostas.
• O terceiro grupo apontou a razão “maior tranqüilidade” como uma das razões
para a mudança para os condomínios horizontais.
• Por sua vez, o primeiro grupo indicou, de maneira expressiva, a razão
“espaço com acesso controlado”.
Perspectivas e rupturas de um novo modo de vida urbano
160
Por meio de uma pergunta aberta, questionamos os moradores sobre os
principais aspectos positivos relativos às impressões/mudanças sentidas ao se
mudar para espaços auto-segregados. As respostas foram sistematizadas e se
encontram no Quadro 26 e podem ser melhor visualizadas no Gráfico 42.
Quadro 26 – Presidente Prudente: Principais aspectos positivos levantados sobre as
impressões/mudanças sentidas ao se mudar e viver em loteamento fechado ou
condomínio horizontal (por grupo).
Grupo 1
Aspectos Positivos
Grupo 2
Grupo 3
TOTAL
Nº
%
Nº
%
Nº
%
Nº
%
Maior segurança
29
35,4
39
30,7
20
35,1
88
33,6
Maior tranqüilidade
20
24,4
33
26,0
8
14,0
61
23,3
Maior liberdade, sobretudo, para crianças
7
8,5
3
2,4
7
12,3
17
6,5
Sistema de lazer
1
1,2
15
11,8
1
1,7
17
6,5
Bons relacionamentos e entrosamento social
1
1,2
6
4,7
5
8,8
12
4,6
Silêncio
2
2,4
7
5,5
---
---
9
3,4
Mais espaço e área verde
6
7,3
2
1,6
---
---
8
3,0
Conforto e comodidade
1
1,2
4
3,1
2
3,5
7
2,7
Sensação de segurança
2
2,4
2
1,6
2
3,5
6
2,3
Maior contato com a natureza
1
1,2
3
2,4
1
1,7
5
1,9
Desejo de morar em casa própria
1
1,2
1
0,8
3
5,3
5
1,9
Maior privacidade com relação à cidade aberta
4
4,9
1
0,8
---
---
5
1,9
---
---
3
2,4
1
1,7
4
1,5
Beleza visual
1
1,2
2
1,6
---
---
3
1,1
Qualidade de vida
1
1,2
2
1,6
---
---
3
1,1
Boa acessibilidade
1
1,2
---
---
---
---
1
0,4
Status social
1
1,2
---
---
---
---
1
0,4
Pedido dos filhos
1
1,2
---
---
---
---
1
0,4
Presença de prestadores de serviço no local
1
1,2
---
---
---
---
1
0,4
1
1,2
---
---
---
---
1
0,4
Longe do centro
---
---
1
0,8
---
---
1
0,4
Limpeza
---
---
1
0,8
---
---
1
0,4
Casa térrea
---
---
1
0,8
---
---
1
0,4
Participação das atividades religiosas
---
---
1
0,8
---
---
1
0,4
Boa organização
---
---
---
---
1
1,7
1
0,4
Boa infra-estrutura
---
---
---
---
1
1,7
1
0,4
---
---
---
---
1
1,7
1
0,4
82
100,0
127
100,0
53
100,0
262
100,0
Livre de incômodos e acesso limitado
Utilidade para a sociedade por empregar
trabalhadores
Convivência com pessoas do mesmo nível
econômico e intelectual
Total
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
Perspectivas e rupturas de um novo modo de vida urbano
161
Gráfico 40 – Presidente Prudente: Principais aspectos positivos levantados sobre as
impressões/mudanças sentidas ao se mudar e viver em loteamento fechado ou
condomínio horizontal (por grupo).
40
35
30
(%)
25
20
15
10
5
0
Grupo 1
Grupo 2
Grupo 3
Maior segurança
Maior tranqüilidade
Maior liberdade para crianças
Sistema de lazer
Bons relacionamentos/intros. social
Silêncio
Mais espaço e área verde
Conforto e comodidade
Sensação de segurança
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
Em certa medida, os dois principais aspectos positivos levantados pelos
moradores auto-segregados, quais sejam, “maior segurança” e “maior tranqüilidade”,
já foram contemplados, sobretudo pelas considerações feitas a partir da análise do
Gráfico 41.
Isso significa que, em certa medida, os aspectos referentes à “segurança” e a
“tranqüilidade” permeiam, de forma predominante, (porém, menos acentuado entre
os moradores do terceiro grupo) os discursos que justificam o tipo de habitação em
espaços auto-segregados.
O restante dos principais aspectos positivos destacados é composto dos
seguintes aspectos:
• “Maior liberdade, sobretudo, para as crianças” (17% de um total de 262
indicações, mais acentuadas para o terceiro grupo e, em seguida, para o
primeiro grupo);
• “Sistema de lazer” (17% do total de indicações, mais acentuados para o
segundo grupo);
Perspectivas e rupturas de um novo modo de vida urbano
162
• “Bons relacionamentos e entrosamento social” (4,6% do total de respostas,
mais acentuados para o terceiro grupo);
• “Silêncio” (3,4% do total de respostas, mais acentuados para o segundo
grupo);
• “Mais espaço e área verde” (3,0% do total de respostas, mais acentuados
para o primeiro grupo);
• “Conforto e comodidade” (2,7% do total de respostas, mais acentuados para o
segundo grupo);
• E, por último dentro os aspectos positivos mais citados, a “sensação de
segurança” (2,3% do total de respostas, mais acentuados para o terceiro
grupo).
Os dados do Quadro 27 bem como do Gráfico 43 indicam os principais
aspectos negativos levantados pelos moradores dos loteamentos fechados e
condomínios horizontais no que se refere às impressões/mudanças sentidas ao se
mudarem para os seus respectivos espaços auto-segregados.
Quadro 27 – Presidente Prudente: Principais aspectos negativos levantados sobre
as impressões/mudanças sentidas ao se mudar e viver em loteamento fechado ou
condomínio horizontal (por grupo).
Grupos 1
Aspectos negativos
Grupos 2
Grupos 3
TOTAL
Nº
%
Nº
%
Nº
%
Nº
%
Distância do centro e comércios e serviços em geral
7
25,9
20
35,7
5
9,6
32
23,7
Arrogância ou desrespeito por parte de vizinhos
2
7,4
3
5,4
7
13,5
12
8,9
Isolamento social, sobretudo, para crianças
5
18,5
4
7,1
---
---
9
6,7
2
7,4
2
3,6
4
7,7
8
5,9
1
3,7
3
5,4
4
7,7
8
5,9
---
---
---
---
7
13,5
7
5,2
1
3,7
4
7,1
---
---
5
3,7
---
---
---
---
5
9,6
5
2
7,4
2
3,6
---
---
4
3,0
---
---
4
7,1
---
---
4
3,0
1
3,7
1
1,8
1
1,9
3
2,2
---
---
3
5,4
---
---
3
2,2
---
---
---
---
3
5,1
3
2,2
Desrespeito
e
divergências
quanto
às
normas
estabelecidas e regras de um bom relacionamento
Custo do condomínio
Tolerar moradores despreparados para a vida coletiva
em condomínio
Controle na portaria dificultando a entrada de visitas
Pouca privacidade
Pouco convívio com os vizinhos
Dificuldade na contratação de empregadas domésticas
Viver dentro de regras ou regulamentos
Insuficiência de estabelecimentos comerciais e de
serviços nas proximidades
Perda parcial da liberdade
3,7
Perspectivas e rupturas de um novo modo de vida urbano
163
Trânsito muito violento no interior do condomínio
---
---
1
1,8
1
1,9
2
1,5
Problemas com animais
---
---
---
---
2
3,4
2
1,5
1
3,7
---
---
---
---
1
0,7
1
3,7
---
---
---
---
1
0,7
1
3,7
---
---
---
---
1
0,7
1
3,7
---
---
---
---
1
0,7
1
3,7
---
---
---
---
1
0,7
1
3,7
---
---
---
---
1
0,7
Segurança frágil
---
---
1
1,8
---
---
1
0,7
Escassez de transporte escolar
---
---
1
1,8
---
---
1
0,7
Excesso de exposição
---
---
1
1,8
---
---
1
0,7
Falta de limpeza
---
---
1
1,8
---
---
1
0,7
Festas
---
---
1
1,8
---
---
1
0,7
Concentração de pessoas num mesmo lugar
---
---
1
1,8
---
---
1
0,7
---
---
1
1,8
---
---
1
0,7
---
---
1
1,8
---
---
1
0,7
---
---
1
1,8
---
---
1
0,7
Conviver com pessoas de diversos níveis culturais
---
---
---
---
1
1,9
1
0,7
Inexperiência na administração do condomínio
---
---
---
---
1
1,9
1
0,7
Muito vigiado
---
---
---
---
1
1,9
1
0,7
Menores dirigindo motocicletas
---
---
---
---
1
1,9
1
0,7
Controle no uso da água do condomínio
---
---
---
---
1
1,9
1
0,7
Cobrança de valores indevidos
---
---
---
---
1
1,9
1
0,7
Frente da casa aberta
---
---
---
---
1
1,9
1
0,7
Manutenção precária
---
---
---
---
1
1,9
1
0,7
Proibição de mudanças no patrimônio
---
---
---
---
1
1,9
1
0,7
Ausência de interfone
---
---
---
---
1
1,9
1
0,7
Horário de ônibus
---
---
---
---
1
1,9
1
0,7
---
---
---
---
1
1,9
1
0,7
---
---
---
---
1
1,9
1
0,7
27
100
56
100
52
100
135
100
Ausência da “vida” das ruas da cidade aberta
Equívocos sobre a condição econômica necessária
para se habitar num loteamento fechado
Distância do trabalho
Levar e buscar filhos pequenos para atividades
“externas”
Sensação
de
insegurança
nas
ruas
fora
do
condomínio, sobretudo, para os filhos
Cobrança diferenciada pelos serviços prestados nas
residências dos condomínios
Necessidade do uso do automóvel para a maioria das
atividades fora do condomínio
Setorização em classes socioeconômicas
Perda da diversidade social e econômica de um bairro
aberto
Vias
de acesso
ao
condomínio
em
péssimas
condições
Equívocos de moradores da cidade aberta sobre o
elevado status socioeconômico dos moradores de
condomínio
Total
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
Perspectivas e rupturas de um novo modo de vida urbano
164
(%)
Gráfico 41 – Presidente Prudente: Principais aspectos negativos
levantados sobre as impressões/mudanças sentidas ao se mudar e viver
em loteamento fechado ou condomínio horizontal (por grupo).
40
35
30
25
20
15
10
5
0
Grupo 1
Grupo 2
Grupo 3
Distância do centro e de comércios e serviços em geral
Arrogância ou desrespeito por parte de alguns moradores ou vizinhos
Isolamento social, sobretudo, para crianças
Desrespeito e divergências quanto às normas estabelecidas e regras de um bom relacionamento
Custo do condomínio
Tolerar moradores despreparados para a vida coletiva em condomínio
Controle na portaria dificultando a entrada de visitas
Pouca privacidade
Pouco convívio com os vizinhos
Dificuldade na contratação de empregadas domésticas
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
À distância ao centro e a outras áreas de comércio e de serviço em geral foi o
principal aspecto negativo destacado para os três grupos. Atingiu 23,7% de um total
de 135 respostas assim distribuídas: 25,9% das 27 respostas dos moradores do
primeiro grupo; 35,7% das 56 respostas dos moradores do segundo grupo e de
9,6% das 52 respostas dos moradores do terceiro grupo.
O maior percentual dado pelo segundo grupo para esse respectivo aspecto
negativo reflete um relativo distanciamento espacial (ou uma acessibilidade
prejudicada) com relação às principais áreas nas quais estão localizados os
subcentros, centros, ou equipamentos comerciais de grande porte como já
demonstrado anteriormente
Os moradores auto-segregados apontaram como um dos principais aspectos
negativos relativos à mudança para o seu respectivo loteamento fechado ou
condomínio, a “arrogância ou o desrespeito por parte de alguns moradores ou
vizinhos” na qual recebeu 8,9% do total de respostas obtidas para os três grupos,
Perspectivas e rupturas de um novo modo de vida urbano
165
porém, de maneira mais acentuada para o terceiro grupo e para o segundo grupo
respectivamente.
O “isolamento social, sobretudo para as crianças” foi destacado como um dos
principais aspectos negativos apenas para o primeiro (18,5% de suas respostas) e
para o segundo grupo em menor medida (7,1% de suas respostas).
O quarto aspecto negativo destacado foi "o desrespeito e divergências quanto
às normas estabelecidas para a vida coletiva em condomínio”, o qual foi destacado
de forma acentuada para o terceiro (7,7%) e para o primeiro grupo (7,4%).
O “custo do condomínio” também foi um outro aspecto negativo destacado,
sobretudo para os moradores do terceiro (7,7%) e, em seguida, para o segundo
grupo (5,4%).
Recentemente, saiu matéria publicada em jornal local29, sobre divergências
com relação ao considerável aumento do preço cobrado pelo condomínio no
Residencial Esmeralda na qual indicava-se que, em fevereiro (mês da primeira
fatura) o preço praticado foi de R$ 57,00 e atualmente, vem sendo praticado preços
de até R$ 106,00. Após averiguação de técnicos da Caixa Econômica Federal foram
constatados alguns pontos de vazamento de água mas que, segundo informações
dos respectivos técnicos, os moradores não permitiam o fechamento do registro
geral para interromper o vazamento justamente para que não fosse interrompido o
fornecimento coletivo de água.
“Tolerar moradores despreparados para a vida coletiva em condomínio” foi
um dos aspectos negativos destacados apenas entre os moradores do terceiro
grupo atingindo 13,5% do total de suas respostas.
O “controle na portaria dificultando a entrada de visitas” foi destacado de
maneira acentuada entre os moradores do segundo grupo (7,1%).
A “pouca privacidade” foi destacada com um dos aspectos negativos para o
terceiro grupo na qual atingiu 9,6%.
O “pouco convívio com os vizinhos” e a “dificuldade na contratação de
empregadas
domésticas”
foram
destacado
como
aspectos
negativos,
respectivamente, no primeiro grupo (7,4%) e no segundo grupo (7,1%).
De uma maneira geral, vários aspectos negativos se combinam, no caso do
terceiro grupo, e expressam conflitos com relação a alguns parâmetros de
29
MUSSOLINI, Carolina. Moradores reclamam de aumento no condomínio. Oeste Notícias, 28 nov. 2007. Local. p. 1.4.
Perspectivas e rupturas de um novo modo de vida urbano
166
convivência em espaços condominiais e, que podem ser potencializados, sobretudo,
pela escassez de espaço nesses condomínios horizontais promovendo, dentre
outros aspectos negativos, baixos níveis de privacidade e um alto índice de
confronto.
No primeiro grupo, o “isolamento social”, sobretudo o “isolamento social das
crianças” bem como o “pouco convívio com os vizinhos” reflete-se em baixos níveis
de interações sociais que são processados no interior desses espaços na qual já foi
alvo de destaque nas pesquisas de Sobarzo (1999).
Os dados do Gráfico 42 demonstram os principais resultados obtidos sobre a
avaliação dos moradores auto-segregados a respeito das relações e interações
sociais existentes fora dos limites dos muros de seus respectivos locais de moradia,
quais sejam, os loteamentos fechados e os condomínios horizontais.
Gráfico 42 – Presidente Prudente: Qualificação das relações e interações
sociais mais predominantes fora do loteamento fechado (por grupo).
80
Não faço nenhum tipo d e distinção
(%)
70
60
In teresses culturais ou h obbies
similares
50
Mesmo nível socioecon ômico
40
Padrão de renda similares
30
Mesmo grau de instrução
20
Relacionados à profissão
10
0
Grupo 1
Grupo 2
Grupo 3
Socioeconômicamente
d esfavorecidos
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
Podemos destacar que a opção “não faço nenhum tipo de distinção” foi
expressivamente indicada pelos moradores dos três grupos, sobretudo para os
moradores do terceiro e do segundo grupo, no que se refere às qualificações das
relações e interações sociais predominantes “extra-muros” e foram assim
Perspectivas e rupturas de um novo modo de vida urbano
167
distribuídas: 46,4% das qualificações do primeiro; 66,7% das qualificações do
segundo e, de forma mais expressiva, 69,4% das qualificações do terceiro grupo.
As relações e interações sociais a partir de “interesses culturais ou hobbies
similares” foram indicadas por 15,9% das qualificações do primeiro, 19,7% das
qualificações do segundo e de apenas 10,2% das qualificações do terceiro grupo.
O primeiro grupo indicou, de maneira mais acentuada, as relações e
interações sociais baseadas no “mesmo nível socioeconômico” e/ou de “padrão de
renda similares” perfazendo 27,5% do total de suas qualificações.
Sobre as relações e interações sociais baseadas apenas no “padrão de renda
similares” os moradores dos condomínios horizontais do terceiro grupo também se
destacam ao atingir um percentual de 10,2% para essa qualificação.
(%)
Gráfico 43 – Presidente Prudente: Freqüência na realização
e/ou participação de reuniões/confraternizações no interior
do loteamento fechado ou condomínio horizontal (por grupo).
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Grupo 1
Grupo 2
Sempre
Ás vezes
Grupo 3
Nunca
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
Com base nos dados do Gráfico 43, podemos considerar que há certa
similaridade entre as freqüências na participação de reuniões ou confraternizações
no interior dos loteamentos fechados do primeiro e do segundo grupo.
A freqüência na participação de reuniões ou confraternizações no interior dos
loteamentos fechados do primeiro grupo por seus respectivos moradores pode ser
considerada, predominantemente, de maneira esporádica, pois, atinge 68,7% de
suas respostas, enquanto que a indicação de não participação de reuniões ou de
confraternizações é de apenas 20,8%.
Perspectivas e rupturas de um novo modo de vida urbano
168
No entanto, para os moradores dos loteamentos fechados do segundo grupo,
a participação esporádica (57,6%) em reuniões e confraternizações no interior de
seus loteamentos fechados, ainda que expressiva, é menor que o primeiro grupo.
Além disso, o percentual de não participação é maior, atingindo 25,4% de suas
respectivas respostas.
Os moradores dos condomínios horizontais do terceiro grupo, em grande
medida, também indicaram uma participação em reuniões e confraternizações de
maneira esporádica (61,4% de suas respostas). Contudo, 27,3% de suas respostas,
indicaram que sempre participam de reuniões ou confraternizações no interior de
seus respectivos condomínios, o que aponta para um maior nível de relações e
interações sociais deste último grupo em detrimento do primeiro e do segundo
grupo.
(%)
Gráfico 44 – Presidente Prudente: Freqüência na realização
e/ou participação de reuniões/confraternizações fora do
loteamento fechado ou condomínio horizontal (por grupo).
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Grupo 1
Grupo 2
Sempre
Às vezes
Grupo 3
Nunca
Organização: Clayton F. Dal Pozzo
Fonte: Pesquisa de campo - abril a junho de 2007
A partir do Gráfico 44 podemos considerar que, expressivamente, os
moradores dos três grupos indicaram a freqüência esporádica em reuniões ou em
confraternizações fora de seus respectivos espaços auto-segregados.
Contudo, podemos verificar uma pequena diferença entre o primeiro e
segundo grupo, pois este indicou uma freqüência em participação de reuniões ou
confraternizações um pouco mais expressiva que o primeiro grupo.
Perspectivas e rupturas de um novo modo de vida urbano
169
Por sua vez, 28,9% das indicações dos moradores do terceiro grupo
indicaram que sempre participam de confraternizações ou reuniões foram de seus
condomínios horizontais, ou seja, um percentual maior do que aquele indicado pelos
moradores do primeiro grupo e do segundo grupo, quais sejam, respectivamente,
14,6% e 18,6%.
170
Considerações finais:
Fragmentação socioespacial em Presidente Prudente?
A realização da pesquisa com base na qual submetemos a presente
monografia à avaliação, para cumprir um dos quesitos para obtenção do grau e
Bacharel em Geografia, possibilitou-nos efetuar e registrar uma série de
observações relativas às práticas socioespaciais dos moradores de loteamentos
fechados e condomínios horizontais de Presidente Prudente.
Num esforço de sintetizar esse conjunto de observações e de dados obtidos,
elaboramos o mapa 39, que é apresentado nessas considerações finais, para nos
auxiliar na resposta à questão que intitula essa última seção da monografia.
Considerações finais: Fragmentação socioespacial em Presidente Prudente?
171
Considerações finais: Fragmentação socioespacial em Presidente Prudente?
172
Pela pesquisa realizada e com base nas análises já apresentadas nesta
monografia, verificamos que, do ponto de vista socioeconômico e das morfologia
urbana, cuja composição proporciona uma determinada configuração territorial, há
uma diferença sutil entre o primeiro e o segundo grupo no que se refere à
distribuição espacial dos locais de realização de atividades urbanas pelos moradores
das áreas em estudo. No entanto, há uma diferença acentuada entre os resultados
obtidos pelas informações oferecidas pelos moradores desses dois grupos com
relação àqueles obtidos junto ao terceiro grupo.
Um primeiro nível de diferença pode ser notado por meio das formas urbanas,
que se traduzem nos padrões arquitetônicos, nos aspectos paisagísticos e na
dotação de infra-estruturas que identificam os lugares e permite que se estabeleça,
nos termos de Castells (1978), uma forte disparidade entre áreas distintas do espaço
urbano no qual a segregação socioespacial, em amplo sentido, se explicita.
Uma dessas características pode ser exemplificada pela elevada dimensão de
área ocupada por habitação no primeiro e no segundo grupo em detrimento da
exigüidade espacial a qual pode contribui para potencializar os conflitos e
realimentar a intolerância, entre os moradores do terceiro grupo.
Do ponto de vista socioeconômico, no âmbito do qual a educação e a cultura
também estão inseridas, o conjunto de práticas socioespaciais distinguem-se entre
os grupos, mais uma vez, de maneira sutil entre o primeiro e segundo grupo e com
uma diferença mais explícita com relação ao terceiro grupo.
Essas respectivas diferenças vão implicar numa determinada configuração
territorial no espaço urbano formando isotopias e heterotopias. Como ressalta
Lefebvre (1999, p. 45):
Denominamos iso-topia um lugar (topos) e o que o envolve
(vizinhança, arredores imediatos), isto é, o que faz um mesmo
lugar. Se noutra parte existe um lugar homólogo ou análogo,
ele entra na isotopia. Entretanto, ao lado do “lugar mesmo”, há
o lugar outro, ou o outro lugar. O que o torna outro? Uma
diferença que o caracteriza, situando-o (situando-se) em
relação ao lugar inicialmente considerado. Trata-se de heterotopia.
Além disso:
Considerações finais: Fragmentação socioespacial em Presidente Prudente?
173
“Chamamos de isotopias às partes comparáveis do espaço que
se expressam e se lêem (nos planos, nos percursos, nas
imagens mais ou menos elaboradas pelos sujeitos) de modo
que se possa aproximá-las (LEFEBVRE, 1999, p.120)”.
Os diferentes níveis socioeconômicos dos grupos implicam num uso e
apropriação diferenciados do espaço urbano. Para o primeiro e segundo grupos,
esse uso e apropriação consolidam-se por meio de isotopias, nos termos propostos
por Lefebvre (1999), porque suas práticas socioespaciais estão circunscritas,
sobretudo, em parcelas do espaço entre as quais se estabelece um alto nível de
integração espacial, determinado por um “círculo vicioso” dos fluxos.
As isotopias em Presidente Prudente, tomando-as a partir da baseia repetição
e homogeneidade das formas urbanas, dos padrões arquitetônicos e dos aspectos
paisagísticos circunscrevem-se à área conformada pelo conjunto de seis avenidas
principais30 que se articulam e convergem para o Centro proporcionando aos
moradores do primeiro e segundo grupo, a consolidação de um espaço fluído pelo
elevado nível de acessibilidade aos pontos isotópicos.
O terceiro grupo carateriza-se, sobretudo, na dimensão da heterotopia, pois é
o “outro lugar e o lugar do outro, ao mesmo tempo excluído e imbricado
(LEFEBVRE, 1999, p. 120)”.
As práticas socioespaciais desempenhadas pelos moradores do terceiro
grupo estão distribuídas, de acordo com o Mapa 39 e, segundo o mapa produzido
pelo CEMESPP, entre as áreas de inclusão e de baixa e média exclusão social, pois
abrangem não apenas o “cinturão” das isotopias do primeiro e do segundo grupo,
mas também, de maneira difusa, varais outras parcelas do espaço urbano,
sobretudo, nos setores norte, oeste e sudeste da cidade.. O conjunto dessas
práticas proporciona um maior contato com o tecido urbano e a vida que nele se
movimenta em sua diversidade.
Contudo, as práticas socioespaciais do primeiro e do segundo grupo, quando
desempenhadas em setores mais periféricos e/ou pior dotados de meios de
consumo coletivo no espaço urbano prudentino, são casuais e esporádicas não
Esse conjunto de Avenidas é formado pela Avenida Washington Luís, Avenida Manoel Goulart, Avenida Coronel José
Soares Marcondes, Avenida Brasil, bem como a Avenida 11 de Maio e a Avenida 14 de Setembro que margeiam o Parque
do Povo
30
Considerações finais: Fragmentação socioespacial em Presidente Prudente?
174
permitindo que se realize a apreensão, pelos moradores desses loteamentos
fechados da tecitura urbana em sua diversidade.
O uso expressivo, entre os moradores do primeiro e segundo grupo, do
automóvel particular, bem como o acesso aos modernos equipamentos eletrônicos e
de difusão da informação e de comunicação, como os telefones celulares,
computadores pessoais com conexão via Internet e canais de TV por assinatura,
sobretudo, constituem-se meios para a apreensão de fragmentos no tecido urbano.
Do ponto de vista subjetivo, os espaços auto-segregados, podendo se incluir
entre eles, de certo ponto de vista, outros espaços como os colégios e universidades
particulares, clubes privativos e shopping centers, predominantemente utilizados
pelos moradores do primeiro e do segundo grupo, são marcados pela valorização da
natureza, da cenarização da vida urbana, da tranqüilidade, da distinção social e,
sobretudo, pela valorização da segurança ou pela sensação de segurança
proporcionada pelo controle e vigilância existentes nesses espaços.
As estratégias do marketing imobiliário apropriam-se desses conceitos, bem
como de outros elaborados mais recentemente, como “condomínio inteligente” ou a
moradia do tipo “resort” (ANEXO D) visando oferecer o novo e a novidade com a
intencionalidade de produzir demandas e auferir rendas e lucros decorrentes da
venda desses espaços residenciais, sobretudo, considerando os loteamentos
fechados do segundo grupo.
Em menor medida, porém, com grande significância, a valorização do tempo
do lazer enquanto controle do tempo do não-trabalho, o qual também é direcionado
para o consumo, também comparece como uma das dimensões e estratégias
apropriadas pelo marketing imobiliário para a promoção desses espaços. Os
moradores do segundo grupo são os que mais denotam
dar importância às
atividades relacionadas ao lazer.
A partir desse conjunto de fatores temos elementos para avaliar que, do ponto
de vista espacial há integração social entre os três grupos, ainda que essa
integração social seja permeada por uma sociabilidade segmentada, nos termos
apresentados por Sobarzo (2004, 2005), pois, mesmo com a aproximação das
diferenças, as relações e interações sociais mais expressivas dão-se de acordo com
as escalas de interesse, de condição socioeconômica e, por vezes, segundo
relações que são de natureza hierárquica.
Considerações finais: Fragmentação socioespacial em Presidente Prudente?
175
Do ponto de vista territorial, a fragmentação socioespacial constitui-se
enquanto elemento estruturador de um conjunto de práticas socioespaciais dos
sujeitos auto-segregados especialmente entre os moradores do primeiro e do
segundo grupo.
A análise das práticas socioespaciais, enquanto importante elemento para
verificar e caracterizar a fragmentação socioespacial, permitiu identificar um conjunto
de atividades diárias envolvendo várias dimensões da vida cotidiana, quais sejam, o
tempo destinado ao trabalho, aos estudos, ao ensino e/ou formação bem como a um
conjunto de atividades diárias perpassadas durante o tempo destinado para o
consumo de bens e de serviços.
Nos termos propostos por Janoschka e Glasze (2003), a fragmentação
socioespacial constitui-se a partir da redução do contato e da convivência com a
diferença mesmo que não abarque todas as dimensões da vida diária acima
destacadas.
Estabelecendo,
como
parâmetro
de
comparação,
a
fragmentação
socioespacial existente nas regiões metropolitanas brasileiras, sobretudo, a Região
Metropolitana de São Paulo, o confronto entre a dimensão espacial e territorial
produzidas, a partir de um conjunto de práticas socioespaciais dos sujeitos autosegregados de Presidente Prudente, permite-nos concluir que a abrangência da vida
urbana dos moradores do terceiro grupo oferece-lhes condições de uma apropriação
maior do espaço urbano, .não se caracterizando, para eles, de modo claro, a
fragmentação socioespacial.
Mais especificamente, para o primeiro e segundo grupo, a fragmentação
socioespacial constitui-se, mas provavelmente, em níveis muito mais baixos do que
aquela observada em metrópoles.
Mesmo que o processo de fragmentação socioespacial em uma cidade média
como Presidente Prudente não seja expressivo como aquele observado em espaços
metropolitanos, é importante ressaltar que as atuais práticas socioespaciais dos
segmentos sociais de alto poder aquisitivo (sobretudo a parcela desse segmento
que opta pela auto-segregação) são capazes de produzir uma efetiva separação
socioespacial ao propiciarem uma apreensão parcelar do conjunto do espaço
urbano.
Considerações finais: Fragmentação socioespacial em Presidente Prudente?
176
Esse fato tende a propiciar níveis de controle social (que se traduz pela
negação da alteridade e pela negação/afastamento da diferença – prática justificada
pela violência, real e potencial, dos espaços urbanos) e a instauração de uma
“geopolítica intra-urbana” que se constitui em defesa dos interesses dos segmentos
de alto poder aquisitivo em detrimento da cidade, enquanto diversidade e enquanto
unidade territorial.
Em outras palavras, a fragmentação socioespacial também pode se
manifestar através de conseqüências trazidas para o tecido urbano envolvendo duas
dimensões básicas da realidade social:
• Dimensão simbólica caracterizada pela: insegurança urbana ou sensação
dela (BILLARD et al, 2005), estranhamento da cidade (BAUMAN, 2003),
qualidade de vida e reafirmação de um determinado status social (CALDEIRA,
2000), redução dos diálogos entre os diferentes segmentos sociais,
realimentação da intolerância (CALDEIRA, 2000) e produção de uma
“anticidade” (SPOSITO, 2003); da constituição de uma representação
diferenciada do que é o espaço urbano (tendo em vista seu esfacelamento
enquanto unidade territorial a partir dos processos constitutivos da
fragmentação socioespacial).
• Dimensão política e prático-sensível, exemplificada por: um planejamento
urbano desigual (promovido, sobretudo, pelo desconhecimento da cidade
enquanto um bem coletivo) e de uma segregação socioespacial (que se
explicita em seu sentido amplo).
Essas duas dimensões podem influenciar, em curto e em longo prazo, as ações de
agentes produtores do espaço urbano na direção da produção de uma cidade cada
vez mais desigual e, portanto, mais injusta, sobretudo para os segmentos sociais de
baixo poder aquisitivo.
Considerações finais: Fragmentação socioespacial em Presidente Prudente?
177
Apêndice I: Notas sobre algumas etapas do desenvolvimento da pesquisa
1.1. Dados levantados junto ao IBGE
No mês de maio de 2007, acessamos o site do IBGE31 e baixamos arquivo
compactado de planilhas do Microsoft Excel contendo a “Segunda edição dos
agregados por setores censitários dos municípios do Estado de São Paulo”, exceto
municípios que compõem a Região Metropolitana de São Paulo - gerada a partir dos
microdados do universo do Censo Demográfico 200032.
Em seguida, realizamos uma “separação” dos dados referentes ao Município
de Presidente Prudente para iniciarmos uma análise dos dados dos setores
censitários que compreendam, respectivamente, as áreas de localização dos
loteamentos fechados implantados anteriormente à realização do respectivo Censo.
Há um detalhamento minucioso sobre informações dos moradores por sexo, idade,
características do domicílio, alfabetização, anos de estudo e rendimento que serão
utilizados para melhor caracterizar os loteamentos fechados mais bem consolidados
em Presidente Prudente.
Obtivemos ainda uma cópia digitalizada do mapa da área urbana de
Presidente Prudente com a devida delimitação espacial e enumeração dos setores
censitários gerados a partir do software “Mapinfo”, a qual foi fornecida pelo
CEMESPP33.
Além disso, também produzimos uma cópia do mapa digital e realizamos uma
conversão do arquivo para ser trabalhado no ambiente “Corel Draw” o qual possui
melhores ferramentas para a produção de mapas temáticos.
IBGE. Censo Demográfico 2000. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/defaulttab_agregado.shtm>
Acesso em: 03 mai. 2007.
32 A coleta do Censo Demográfico 2000 foi realizada por cerca de 200 mil recenseadores e 30 mil supervisores, no período de 1o de
agosto a 30 de novembro de 2000, considerando uma proporção amostral de 10% da população para o caso do Município de Presidente
Prudente.
33 “Centro de Estudos e de Mapeamento da Exclusão Social para Políticas Públicas” da Faculdade de Ciências e Tecnologia – UNESP.
31
Considerações finais: Fragmentação socioespacial em Presidente Prudente?
178
1.2. Jornais de circulação regional, nacional e coleta de materiais publicitários
Entre abril de 2005 e janeiro de 200634, realizamos pesquisa, fotocópias e
catalogação de artigos e reportagens sobre a produção do espaço urbano em
cidades médias, grandes e metropolitanas paulistas e de publicidade sobre novos
empreendimentos
imobiliários,
sobretudo,
de
loteamentos
fechados
e
de
condomínios horizontais no Estado de São Paulo, publicados nos dois jornais de
maior circulação do Estado35.
Este trabalho de pesquisa e catalogação, que compreende o período de 1995
a 2005, também contou com a dedicação de alguns bolsistas anteriores. Grande
parte do tempo destinado para a realização desse trabalho ocorreu na sala de
jornais da biblioteca da Faculdade de Ciências e Tecnologia / UNESP – Campus de
Presidente Prudente.
Selecionamos parte desse material, voltado para a produção de loteamentos
fechados e de condomínios horizontais no Estado de São Paulo para proceder a
análises que forneçam subsídios para o desenvolvimento da temática proposta em
nossa pesquisa contemplando algumas ações dos promotores imobiliários e de
alguns fenômenos que registram algumas causas da fuga da metrópole como o
“refúgio contra estresse36”, e “a busca por melhor qualidade de vida37”.
Observa-se que o registro de alguns impactos negativos da proliferação e das
grandes dimensões dos loteamentos fechados como, por exemplo, o “o
retalhamento das cidades”38, além de temas consagrados como a insegurança e o
medo da violência que podem influenciar no aumento da demanda por habitações
em loteamentos fechados.
Para uma abordagem mais local sobre a produção de loteamentos fechados e
de condomínios horizontais de Presidente Prudente, realizamos pesquisa nãosistemática em jornais de circulação regional (O imparcial e Oeste Notícias),
disponibilizados pela biblioteca da FCT-UNESP, além de pesquisas de páginas
Período inicial de vigência de nossa Bolsa CNPq/IC.
Trabalho realizado com os jornais “O Estado de S. Paulo” e “Folha de S. Paulo” compreendendo as publicações diárias do ano de 2005.
36 GLAUBER, William. Campo vira refúgio contra estresse. O Estado de S. Paulo, 24 abr. 2005. Oportunidades. p. 6.
37 Busca por melhor qualidade de vida faz o sucesso de casas em condomínios fechados. O Estado de S. Paulo, 14 mai. 2005. 1º
Caderno. p. 21.
38 TOMAZELA, José Maria. Muros retalham as cidades. Adianta? O Estado de S. Paulo, 07 ago. 2005. Cidades. p. 6.
34
35
Considerações finais: Fragmentação socioespacial em Presidente Prudente?
179
publicadas na Internet (de conteúdo publicitário e/ou jornalístico). Também
procedemos à coleta de “folders”, durante realização de trabalhos de campo.
Essa etapa do trabalho foi realizada de maneira difusa ao longo do período a
que se refere o relatório e alguns materiais foram coletados ainda na fase de
elaboração do projeto de pesquisa.
A análise desse material jornalístico e publicitário, para o âmbito local,
forneceu elementos para identificar parte da esfera conceitual cotidianamente
utilizada por diferentes agentes direta ou indiretamente envolvidos na produção e
reprodução dos loteamentos fechados e dos condomínios horizontais.
Além disso, ofereceu elementos para se abordar aspectos relativos a
equipamentos e sistema de segurança, impactos ambientais urbanos39, técnicas
eco-urbanísticas40, ênfase sobre localização e formas de pagamento e entrega de
novos empreendimentos41.
Por fim, ressaltamos a inserção de novos empreendedores imobiliários como
o caso do ex-presidente da Kodak Lar Sul, Junji Yamamoto, que no ano de 2006
lançou publicidade sobre o lançamento do Residencial Quinta das Flores42, ou do
Grupo Matsuda, que atua, sobretudo, na produção de sementes para pastagens, e
diversificou seu ramo de atividade lançando o Residencial Portinari.
1.3. Prefeitura Municipal, Câmara Municipal e Site oficial do Município de
Presidente Prudente
Durante o ano de 2006 e primeiro trimestre de 2007, realizamos visitas à
Prefeitura Municipal, à Secretaria Municipal de Planejamento, Desenvolvimento
Devido às obras de terraplanagem de um novo loteamento próximo (Residencial São Sebastião) e fortes chuvas ocorridas no dia 03 de
janeiro de 2007 provocou um grande escoamento de lama para o interior do Residencial Primavera causando grandes transtornos para os
moradores. Para saber mais ver reportagem intitulada “Lama invade rua do Residencial Primavera”. Disponível em
<http://200.213.164.130/site/presidenteprudente-ver.php?codigo=1617> Acesso em: 11 jan. 2007.
39
Para os novos loteamentos fechados e, especificamente, para o caso do Residencial Saint Moritz, são incorporados novos conceitos
sobre questões ambientais para estimular as vendas como, por exemplo, a valorização da área verde, de micro-clima favorável e
implantação de caixa de captação de águas pluviais. Para saber mais ver publicidade disponível nos sites
<http://www.sinomar.com.br/coluna131105.asp> e <http://www.sinomar.com.br/coluna111105.asp> com acesso em: 12/09/2006.
41 Foi publicada notícia sobre entrega do Residencial Esmeralda ocorrido em Janeiro de 2007 onde se divulga alguns detalhes do
empreendimento. Notícia disponível em: <http://www.prudensite.com.br/noticias_dentro.asp?codigo=1115> Acesso em: 12 fev. 2007.
40
42
Publicidade disponível no site: <http://www2.uol.com.br/oimparcial/ca07.htm> Acesso em: 07 dez. 2006.
Considerações finais: Fragmentação socioespacial em Presidente Prudente?
180
Urbano e Habitação (SEPLAN), a Câmara Municipal, além de termos acessado o
site oficial do Município de Presidente Prudente.
A finalidade desse trabalho consistiu em levantar o maior número de
informações possíveis sobre os condomínios horizontais e os loteamentos fechados
implantados em Presidente Prudente.
Foi dada ênfase ao levantamento de informações dos loteamentos fechados
implantados a partir do ano 2000 e de todos os condomínios horizontais (cuja
aprovação do primeiro condomínio se realizou no ano de 2003).
Esse procedimento justifica-se porque, em pesquisa anterior, Sobarzo (1999)
já havia levantado minuciosas informações sobre os loteamentos fechados que
foram implantados anteriormente ao ano 2000.
A agregação do conjunto de dados de fontes primárias e secundárias sobre
os loteamentos fechados e condomínios horizontais de Presidente Prudente
resultou, inicialmente, na elaboração de uma tabela-síntese e de mapas temáticos
que foram objetos de nossa análise.
Com o auxílio da tabela-síntese foi possível elaborar gráficos e análises
comparativas entre essas duas modalidades habitacionais.
Antes de detalhar as informações levantadas registramos agradecimento ao apoio e
à atenção concedidos pelos funcionários da SEPLAN, Barbosa e Fernando43, Alexandre44 e
de uma forma geral, ao funcionário Galindo e a então funcionária da Câmara Municipal,
Fernanda Corrêa Silva, que intermediaram o levantamento de dados mais complexos para a
pesquisa.
Essas atividades se iniciaram a partir do segundo trimestre de 2006 quando,
primeiramente, visitamos a Prefeitura Municipal e a SEPLAN onde tomamos
conhecimento das etapas burocráticas para o requerimento de informações
municipais que consistiam basicamente em:
-
Cadastro e impressão do boleto da Taxa Tributária sobre Requerimento de
informações no respectivo balcão de atendimento para essa finalidade na
Prefeitura Municipal.
-
Pagamento da respectiva taxa tributária, no valor aproximado de R$ 10,00,
efetuado no Banco “Nossa Caixa” localizado no prédio da Prefeitura Municipal.
43
44
Responsáveis pelos processos dos condomínios multifamiliares.
Responsável pelos processos dos loteamentos fechados.
Considerações finais: Fragmentação socioespacial em Presidente Prudente?
-
181
Encaminhamento do boleto que comprova o pagamento da taxa tributária até o
balcão de Informações da Prefeitura Municipal.
-
Confecção e encaminhamento do Requerimento, no nosso caso para a SEPLAN,
contendo informações detalhadas sobre o que se pede45.
Após o prazo de uma semana, os dados poderiam ser retirados no balcão de
informações no caso de não haver maiores problemas quanto ao acesso ou à
disponibilidade desses dados.
Esses procedimentos foram efetivos para a obtenção de cópias da malha
urbana digital de Presidente Prudente do ano de 2005 e dos seguintes projetos:
Residencial Jardim Bela Vista, Residencial Beatriz, Golden Village e Residencial
Portinari46.
Sob a alegação de proteção dos direitos autorais de alguns projetistas, não
foi possível obter cópias dos seguintes projetos: Residencial Quinta das Flores,
Residencial Esmeralda e Residencial Saint Moritz.
Durante a fase de levantamento de informações mais detalhadas sobre os
loteamentos fechados e condomínios horizontais, os procedimentos acima descritos
mostraram-se incapazes de dar respostas adequadas às nossas expectativas.
Essa dificuldade inicial possibilitou um maior contato com os funcionários da
SEPLAN, onde tivemos a oportunidade de esclarecer os objetivos de nossa
pesquisa e a importância do levantamento dos dados para a sua realização.
Com isso, obtivemos acesso direto aos respectivos Processos dos
loteamentos fechados e dos condomínios horizontais que consistiam em “pastas”
com
todas
as
documentações
referentes
à
fase
de
aprovação
desses
empreendimentos.
Os processos dos empreendimentos mais recentemente aprovados ainda se
encontravam na SEPLAN. O funcionário Galindo localizou-os e cedeu um espaço
para que pudéssemos consultá-los.
O funcionário Galindo ainda realizou pesquisas nos computadores da
SEPLAN para identificar a localização do restante dos Processos que já se
encontravam no “arquivo morto” da Prefeitura Municipal de Presidente Prudente.
45
46
Para cópias de documentos digitais, havia a necessidade de anexar um CD-ROM virgem.
Esses projetos foram disponibilizados em formato digital e para utilização com o Software AutoCad.
Considerações finais: Fragmentação socioespacial em Presidente Prudente?
182
Em momento posterior, após tomarmos conhecimento da disponibilidade
desse material na SEPLAN, foi possível consultá-los para obter acesso às
informações nele contidas.
As informações referentes ao número de unidades habitacionais cadastradas
junto à Prefeitura Municipal até o mês de abril de 2006 e o tamanho médio (em
metros quadrados) das habitações por loteamento fechado, foram obtidas com a
colaboração da então funcionária da Câmara Municipal, Fernanda Corrêa Silva e do
Vereador José Caetano da Silva.
Um dos resultados dessa fase de levantamento de informações pode ser
exemplificado pelo “projeto de remodelação de quadras” (aprovado em 2002) da
área, inicialmente reservada, para a produção de um “centro comercial” idealizado
pela AD Empreendimentos.
Um dos documentos anexados ao projeto revela que, diante da inviabilidade
da implantação do respectivo centro comercial, a saída encontrada foi produzir o
loteamento fechado denominado “Residencial Beatriz”.
Através do site oficial da Prefeitura Municipal de Presidente Prudente
obtivemos acesso as Leis Municipais e ao mapa de Zoneamento Urbano vigente e,
mais recentemente, às respectivas propostas de alterações das Leis Municipais com
base no projeto do novo Plano Diretor Municipal.
Inicialmente, não havíamos proposto realizar uma análise das legislações
municipal e federal sobre Parcelamento do Solo Urbano e Condomínio. Entretanto,
consideramos importante realizá-la, sem prejuízo ao desenvolvimento do trabalho.
Julgamos que esse procedimento pôde trazer importantes contribuições para o
entendimento do processo de produção de loteamentos fechados e de condomínios
horizontais no Brasil e, mais especificamente, em Presidente Prudente levando em
consideração, inclusive, algumas incongruências no que se refere à legalização da
modalidade de loteamento fechado na esfera municipal.
As referidas leis municipais são as seguintes:
-
Lei Complementar n.º 28/2003, que institui o Zoneamento de Uso e Ocupação do
Solo;
-
Lei Complementar n.º 029/96, que institui o Plano Diretor do Município de
Presidente Prudente;
-
Lei complementar n.º 127/2003, que Dispõe sobre o Parcelamento do Solo.
Considerações finais: Fragmentação socioespacial em Presidente Prudente?
183
As leis federais, obtidas em sites oficiais do Governo Federal, são as seguintes:
-
Lei Federal n.º 4.591, de 16/12/1964, que dispõe sobre o Condomínio e dá outras
Providências;
-
Lei Federal n.º 6.766, de 19/12/1979, que dispõe sobre o Parcelamento do Solo
urbano e dá outras Providências.
Para compreender um dos processos de produção de moradia para os
segmentos de média e baixa renda no Brasil, sobretudo, para cidades de mais de
100 mil habitantes, a Lei Federal é a seguinte:
-
Lei Federal n.º 10.188, de 12/02/2001, que cria o Programa de Arrendamento
Residencial, institui o arrendamento residencial com opção de compra e dá
outras providências.
Lembrando que essa última lei contribuiu para a implantação de dois
Condomínios horizontais em Presidente Prudente - Residencial Bela Vista e
Residencial Esmeralda - além de algumas modalidades habitacionais do tipo “blocos
de apartamentos”.
Um dos resultados parciais de nossa pesquisa refere-se à identificação,
dentro da nova proposta de Lei de Parcelamento do Solo do Município de Presidente
Prudente, de mais um requisito para a implantação de loteamentos fechados: a
criação de associações de moradores.
Isso pode ter repercutido junto a SECOVI - SP47 sobre a possibilidade de
implantar um de seus escritórios em Presidente Prudente para a prestação de
serviços de assistência técnico-jurídica nessa região48.
O mapa de Zoneamento Urbano de Presidente Prudente, baseado na Lei de
Zoneamento de Uso e Ocupação de Solo, se mostrou uma importante ferramenta
para a compreensão dos processos de produção de novas centralidades na qual
poderão resultar na publicação de artigos já que uma análise mais pormenorizada
do uso do solo urbano no entorno dos loteamentos fechados e condomínios
horizontais, ainda que tenha sido realizado por nós, não se incluiu na presente
monografia.
Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo.
Essa informação nos foi concedida durante entrevista não-diretiva com uma moradora do Parque Residencial Damha que atua junto a
uma imobiliária em Presidente Prudente.
47
48
Considerações finais: Fragmentação socioespacial em Presidente Prudente?
184
1.4. Elaboração de representações cartográficas do fenômeno estudado
A partir dos dados primários e secundários levantados, da cópia da malha
urbana digital de Presidente Prudente e da aplicação da técnica de “determinação
de classes por pares recíprocos”, foi possível elaborar uma série de representações
cartográficas fenômeno estudado.
O primeiro procedimento consistiu em converter uma cópia da malha urbana,
originalmente, do formato AutoCad, para o formato Corel Draw49. Após a conversão,
foi realizada uma “limpeza” na malha urbana para retirar todas as informações não
necessárias a nossa representação.
Com base na Dissertação de Mestrado de Sobarzo (1999) e de novas
informações levantadas por nós, delimitamos a área dos loteamentos fechados e
dos condomínios horizontais na respectiva malha urbana.
As áreas onde se localizam os Shopping Centers, o “Parque do povo”, o
quadrilátero central e as principais vias também foram delimitadas por se
caracterizarem como importantes elementos de referência para o desenvolvimento
de nossa pesquisa.
Para finalizar o trabalho, aplicamos a técnica de “Determinação de classes
por pares recíprocos”, apresentada e demonstrada durante reunião com nossa
orientadora, que consiste em agrupar os dados em intervalos não eqüitativos,
destacando tendências e desvios das tendências e com um nível seguro de perda
de detalhes.
1.5. Cartas aos moradores de loteamentos fechados e de condomínios
multifamiliares horizontais
Durante o mês de março de 2006, elaboramos carta de apresentação
(ANEXO A) para ser encaminhada, após a devida autorização dos síndicos ou
administradores, aos moradores dos loteamentos fechados e dos condomínios
horizontais.
49
Software na qual já havíamos adquirido certa experiência por inúmeros trabalhos realizados anteriormente.
Considerações finais: Fragmentação socioespacial em Presidente Prudente?
185
A carta de apresentação consistiu em informar, de forma sucinta, os objetivos
de nossa pesquisa, oferecer algumas orientações para o preenchimento e
encaminhamento do questionário que seguia em anexo, além de alguns
procedimentos para garantir o sigilo das informações prestadas.
No início de maio, produzimos uma carta de apresentação “personalizada”
para ser encaminhada junto aos moradores do Central Park Residence após ser
negada, pela Diretoria do respectivo loteamento fechado, a possibilidade de
encaminhar os questionários pessoalmente, seja durante entrada ou saída dos
moradores pela portaria ou pelos funcionários do loteamento fechado. Nesse caso, a
saída encontrada foi encaminhar a carta de apresentação e o questionário da
pesquisa utilizando o serviço dos Correios.
1.6. Questionários
Durante o mês de fevereiro e março de 2007, elaboramos questionários
(ANEXO B) para ser aplicado junto aos moradores dos loteamentos fechados e dos
condomínios horizontais de Presidente Prudente.
Como um dos objetivos de nossa pesquisa foi estabelecer uma análise
comparativa entre esses dois tipos habitacionais (loteamentos fechados e
condomínios horizontais), as etapas realizadas foram as seguintes:
1º) elaboração de um primeiro questionário pensando na realidade dos
loteamentos fechados;
2º) a partir desse primeiro questionário, conservamos a mesma estrutura e
fizemos, apenas, algumas adaptações necessárias, sobretudo, socioeconômicas,
para a elaboração do questionário voltado para os condomínios horizontais.
As correções realizadas e contribuições de nossa orientadora visaram,
sobretudo:
-
Descarte de perguntas pouco relevantes para a pesquisa;
-
Redação clara e sucinta das perguntas;
-
Orientações para o preenchimento;
-
Reordenamento das questões e dos blocos de questões.
Considerações finais: Fragmentação socioespacial em Presidente Prudente?
186
Analisamos três modelos de questionários que serviram como “orientadores”
para a elaboração do questionário de nossa pesquisa: o questionário de Sobarzo
(1999); de Oliveira e Sposito (2005), que pesquisaram sobre a produção de
condomínios ribeirinhos em Buritama - SP e o questionário de Jesus (2005) que
desenvolveu pesquisa sobre o loteamento popular Jardim Humberto Salvador,
localizado no setor norte de Presidente Prudente.
Algumas perguntas, de interesse de nossa pesquisa, foram aproveitadas e
devidamente readequadas. Além disso, inserimos uma série de outras perguntas
que faziam parte de nossas indagações e questionamentos durante elaboração do
projeto de pesquisa e, mais detidamente, durante fase de elaboração e correção do
próprio questionário.
Durante a fase de teste do questionário, a qual realizamos junto a uma das
moradoras do Jardim João Paulo II, foi possível identificar e rever a redação de
algumas perguntas consideradas “confusas”, além da inclusão de alguns itens de
múltipla escolha para facilitar a obtenção das respostas. Detectamos um tempo
aproximado de preenchimento de dez minutos.
O questionário ficou composto por dez blocos de perguntas, objetivando
levantar uma série de informações referentes ao:
-
Perfil socioeconômico;
-
Local, tipo e situação da moradia anterior;
-
Acessibilidade e localização dos principais locais utilizados para consumo de
bens e serviços, lazer, educação básica, ensino superior, trabalho e moradia;
-
Infra-estrutura interna e de serviços públicos oferecidos;
-
Atividades realizadas durante o tempo livre/lazer;
-
Atividades educativo-recreativas;
-
Principais meios de locomoção utilizados e tempo dos deslocamentos;
-
Deficiência ou insuficiência de equipamentos comerciais e de serviços no entorno
dos empreendimentos;
-
Principais motivações para morar em loteamento fechado ou condomínio
horizontal;
-
Pontos positivos e negativos da mudança para um loteamento fechado ou
condomínio horizontal e, por fim;
-
Breve análise das relações e interações sociais “intra” e “extra-muros”.
Considerações finais: Fragmentação socioespacial em Presidente Prudente?
187
Para finalizar, consideramos importante incluir um espaço no questionário,
onde os moradores interessados pudessem inserir um endereço eletrônico para
receber os resultados conclusivos da pesquisa que estamos realizando.
1.7. Planilha para o levantamento do uso do solo urbano e elaboração de
mapas ampliados
Durante o segundo semestre de 2006, com base nos dados levantados em
trabalho de campo pelo bacharelando Danilo de Souza Marques (o qual
desenvolveu pesquisa intitulada “Presidente Prudente: eixos de concentração de
atividades comerciais e de serviços”), elaboramos um mapa temático sobre o Uso do
Solo Urbano das vias marginais da Rodovia Raposo Tavares em Presidente
Prudente para a sua referida pesquisa.
Para a elaboração do mapa, obtivemos acesso a uma série de planilhas e de
mapas ampliados da rodovia com as respectivas informações e localizações de
empresas de diferentes ramos, residências, terrenos vazios e de prédios
desativados.
Esse primeiro contato com os procedimentos metodológicos para o
Levantamento do Uso do Solo Urbano contribuiu para iniciarmos a realização de
uma de nossas propostas qual seja a de verificar a produção de novas centralidades
e sua correlação com a produção de loteamentos fechados.
Para a elaboração da “ficha”, que utilizamos para o Levantamento do Uso do
Solo Urbano (ANEXO C) do entorno dos loteamentos fechados e dos condomínios
horizontais tomamos como base, a planilha elaborada para a pesquisa de Marques e
realizamos apenas algumas adaptações necessárias.
Cada ficha continha uma série de campos para a coleta de informações
correspondente ao número no mapa, número do prédio, nome da instituição ou
estabelecimento, ramo ou tipo de atividade, número de pavimentos, ano de
implantação e observações.
Essas fichas foram utilizadas juntamente com os mapas ampliados que
produzimos e imprimimos, em folhas tamanho A3, através do software Corel Draw e
da manipulação da respectiva malha urbana digital de Presidente Prudente.
Considerações finais: Fragmentação socioespacial em Presidente Prudente?
188
Esses mapas ampliados referem-se a uma série de recortes que realizamos
que visaram abranger o entorno dos loteamentos fechados e dos condomínios
horizontais considerando um raio não inferior a quinhentos metros a partir da portaria
dos respectivos empreendimentos.
Ressaltamos mais uma vez que, embora não tenha sido publicado os
resultados desse levantamento de dados, consideramos importante manter a
descrição dessa etapa da pesquisa objetivando colaborar com o desenvolvimento de
pesquisas futuras sobre o tema.
1.8. Aplicação de questionários e registros fotográficos
Concluída a fase de elaboração dos questionários e da carta de
apresentação, realizamos visitas junto às portarias dos loteamentos fechados e dos
condomínios horizontais.
Durante conversas com os funcionários das respectivas portarias (após a
nossa devida apresentação e informação dos motivos da nossa visita), levantamos
informações que contemplassem o nome e o número do telefone dos síndicos,
administradores ou membros da comissão fiscal dos empreendimentos e o número
de casas habitadas e/ou em processo de construção.
Detectamos que havia três loteamentos fechados (Residencial Beatriz,
Residencial Quinta das Flores e Residencial Portinari) que não poderiam ser
incluídos nessa etapa da pesquisa por ainda não haver moradores, apesar de
existirem algumas casas concluídas e várias outras casas em processo de
construção.
Produzimos dez cópias da carta de apresentação devidamente assinadas e
dez cópias de questionários sendo seis cópias de questionários referentes aos
loteamentos fechados (Jardim João Paulo II, Central Park Residence, Jardim
Morumbi, Golden Village, Parque Residencial Damha e Parque Residencial Damha
II) e quatro cópias de questionários referentes aos condomínios horizontais (Jardim
Bela Vista, Residencial Primavera, Residencial Esmeralda e Residencial Saint
Moritz).
Considerações finais: Fragmentação socioespacial em Presidente Prudente?
189
Essas cópias foram acondicionadas em envelopes50 com o timbre da UNESP
e, posteriormente, encaminhadas aos responsáveis pela administração dos
loteamentos fechados e dos condomínios horizontais, para apreciação.
Primeiramente, encaminhamos os envelopes com as devidas cópias para os
síndicos e administradores dos loteamentos fechados. No mesmo dia, entramos em
contato (pessoalmente ou por telefone) para esclarecer os objetivos da pesquisa e a
importância da aplicação dos questionários junto aos moradores. Aproveitamos esse
momento para agendar uma data para obter um posicionamento referente à
autorização para aplicação.
Após o prazo de uma semana, obtivemos resposta favorável para a aplicação
dos questionários junto aos moradores dos loteamentos fechados, exceto, para os
moradores do Central Park Residence, cuja reunião da respectiva Diretoria negou
nosso pedido de entrega dos questionários para serem respondidos pelos
moradores, alegando que essa decisão visou “proteger os interesses deles”, além de
se evitar eventuais “incômodos”.
Para o Residencial Saint Moritz, o procedimento utilizado foi similar àqueles
empregados para os loteamentos fechados na qual, após análise do questionário e
autorização do empreendedor Orlando Cilla, também foi possível encaminhar os
respectivos questionários para os moradores.
No que se refere ao pedido de autorização para aplicação dos questionários
junto aos moradores dos condomínios horizontais, exceto, do Residencial Saint
Moritz, entramos em contato com o Gerente Regional de Marketing da Caixa
Econômica Federal (Edilson Teixeira França), com o síndico do Residencial
Primavera (Cláudio), com um dos membros da comissão fiscal que auxilia na
administração do Residencial Bela Vista e com a Imobiliária Lalucy (representada
pelo funcionário Marcos) que administra diretamente o Residencial Bela Vista e o
Residencial Esmeralda.
Após a apresentação dos objetivos de nossa pesquisa e a análise do
conteúdo do questionário, foi-nos concedida, sem maiores objeções, autorização
para o encaminhamento e aplicação dos respectivos questionários junto aos
moradores.
50
Fornecidos pelo Departamento de Geografia da FCT-UNESP – Campus de Presidente Prudente.
Considerações finais: Fragmentação socioespacial em Presidente Prudente?
190
A partir dos dados fornecidos por funcionários da portaria, síndicos e
administradores, levantamos um número aproximado de casas ocupadas para a
confecção de uma quantidade suficiente de questionários e de cartas de
apresentação.
Reproduzimos um total de 1098 cópias de questionários e de cartas de
apresentação, quais sejam 743 cópias para os moradores dos loteamentos fechados
e 355 cópias para os moradores dos condomínios horizontais.
O documento consistiu em uma carta de apresentação seguido de mais três
páginas de questionários que foram grampeados, dobrados e acondicionado em
envelope do tipo ofício, não lacrados, e encaminhados aos moradores até o dia 05
de abril de 2007, assim distribuídos:
-
Jardim Morumbi (50 cópias);
-
Jardim João Paulo II (130 cópias);
-
Parque Residencial Damha (400 cópias);
-
Parque Residencial Damha II (150 cópias);
-
Golden Village (13 cópias);
-
Residencial Saint Moritz (16 cópias);
-
Jardim Bela Vista (175 cópias);
-
Residencial Primavera (72 cópias);
-
Residencial Esmeralda (92 cópias).
Por determinação do síndico do Parque Residencial Damha e, com a
colaboração do estudante de Geografia Washigton Lincon da Costa, os envelopes
foram entregues, pessoalmente, no momento de entrada e saída dos moradores do
respectivo loteamento fechado.
Essa atividade teve início às 12h00min e terminou por volta das 14h30min
quando finalizamos a entrega de quatrocentos envelopes previamente preparados
para o respectivo empreendimento.
Para esse caso, devemos levar em consideração que podem ter ocorridos
casos em que foram entregues mais de um questionário por residência já que não foi
possível realizar um controle rígido durante o momento da entrega. Contudo, como
não é possível determinar com precisão o número de questionários duplicados,
consideraremos, para efeito de contabilização, o total de quatrocentos questionários
entregues.
Considerações finais: Fragmentação socioespacial em Presidente Prudente?
191
No Residencial Bela Vista, o Residencial Esmeralda e o Residencial
Primavera foi permitido o nosso acesso às residências para a entrega dos envelopes
de casa em casa.
No Jardim Morumbi e Golden Village, os envelopes foram entregues pelos
funcionários da portaria durante entrada e saída dos moradores.
No Jardim João Paulo II, Parque Residencial Damha II e Residencial Saint
Moritz, os questionários foram entregues por funcionários que realizam a separação
e distribuição das correspondências e de comunicados para os moradores.
Realizamos a primeira coleta dos questionários respondidos no dia 12 de abril
de 2007 e obtivemos um total de 106 respostas assim distribuídas:
-
Jardim Morumbi (6 questionários);
-
Jardim João Paulo II (18 questionários);
-
Parque Residencial Damha (41 questionários);
-
Parque Residencial Damha II (13 questionários);
-
Golden Village (3 questionários);
-
Residencial Saint Moritz (2 questionários);
-
Residencial Primavera (7 questionários);
-
Residencial Esmeralda (5 questionários);
-
Jardim Bela Vista (11 questionários).
Durante a segunda coleta, realizada no dia 23 de abril de 2007, obtivemos um
total de 8 respostas, assim distribuídas:
-
Jardim Morumbi (2 questionários);
-
Parque Residencial Damha (1 questionário);
-
Parque Residencial Damha II (1 questionário);
-
Residencial Primavera (3 questionários);
-
Residencial Esmeralda (1 questionário).
Os resultados obtidos com a segunda coleta ficaram bem abaixo do número
esperado. A saída que encontramos para obter resultados um pouco mais
satisfatórios foi elaborar cartazes no tamanho A3 e pequenos comunicados
informando, sucintamente, sobre a realização de mais uma coleta de questionários,
no qual estipulamos uma data limite para a respectiva entrega, sendo que para tal
deveriam ser encaminhados os questionários respondidos até a portaria do
loteamento fechado ou do condomínio horizontal.
Considerações finais: Fragmentação socioespacial em Presidente Prudente?
Após
obtermos
as
autorizações
necessárias
junto
192
aos
síndicos
e
administradores, realizamos as seguintes atividades que foram aprovadas:
-
No Jardim João Paulo II e o Residencial Saint Moritz foram distribuídos pequenos
comunicados;
-
No Jardim Bela Vista, Residencial Esmeralda, Residencial Primavera, Jardim
Morumbi, Parque Residencial Damha e Parque Residencial Damha II foram
afixados cartazes, com o auxílio ou o acompanhamento de funcionários das
respectivas portarias, em local bem visível;
-
No Golden Village, o funcionário Agnaldo comprometeu-se em comunicar,
pessoalmente, os moradores sobre a realização da próxima coleta.
Essas atividades foram realizadas entre os dias 27 e 30 de abril de 2007, o
que consideramos como uma terceira coleta, da qual obtivemos três questionários
respondidos, assim distribuídos:
-
Jardim Morumbi (1 questionário);
-
Residencial Primavera (2 questionários).
No dia 08 de maio de 2007, realizamos uma quarta coleta, um dia após a data
final para entrega que estipulamos aos moradores, na qual obtivemos um total de 16
questionários respondidos, assim distribuídos:
-
Jardim Morumbi (2 questionários);
-
Residencial Saint Moritz (2 questionários);
-
Jardim Bela Vista (8 questionários);
-
Residencial Esmeralda (4 questionários).
Contudo, os resultados de nossa amostragem (se considerarmos nossa
população como resultante da soma dos moradores dos loteamentos fechados e dos
condomínios horizontais) são considerados bem abaixo do mínimo necessário para
representar, efetivamente, o fenômeno estudado.
Segundo tabela elaborada por Krejcie e Morgan51 (1970, p. 608 apud
GERARDI e SILVA, 1981, p. 20) o número ideal de indivíduos que deveriam compor
nossa amostra seria de, aproximadamente, 284 indivíduos para uma população de
1100, o que resultaria em um retorno de, no mínimo, 25,8% de unidades amostrais.
KREJCIE, R. V; MORGAN, D. W. Determining sample size for research activities. Educational and Psychological Measurement.
30(3): 607-610. 1970.
51
Considerações finais: Fragmentação socioespacial em Presidente Prudente?
193
Se os aspectos quantitativos das informações levantadas durante a aplicação
do questionário ficam prejudicados, o mesmo não ocorre na mesma intensidade se
considerarmos os aspectos qualitativos, nos quais serão alvos de nossa análise
durante as próximas etapas de nossa pesquisa.
Apenas para efeito de justificativa, sem, no entanto, nos eximirmos das
responsabilidades dos resultados obtidos, não foi possível obter uma plena
autonomia para selecionar uma quantidade suficiente de unidades amostrais devido
à natureza de nosso objeto de pesquisa (espaços residenciais fechados e com
acesso controlado) e do caráter facultativo do preenchimento do questionário.
Outras justificativas que consideramos pertinentes e que podem estar
relacionadas com o baixo retorno dos questionários respondidos se referem ao
caráter extenso do questionário (10 blocos de questões totalizando 65 perguntas),
que podem gerar ou potencializar certo desinteresse já existente.
Além disso, alguns fatos, mesmo parecendo banais, podem ter peso decisivo
para a não entrega dos questionários. Pode ser citado, por exemplo, o desinteresse
na simples entrega dos questionários junto à portaria, pois essa tarefa envolve uma
série de procedimentos como: parar na cancela destinado aos visitantes, abrir a
janela do veículo e, em seguida, esticar o braço para entregar o respectivo
questionário para algum funcionário da portaria ou, por outra hipótese, ter que
estacionar o veículo em um local que não atrapalhe a passagem de outros
automóveis, descer do veículo e, em seguida, caminhar em direção a algum
funcionário da portaria para entregar o questionário.
No entanto, os resultados obtidos contribuíram para darmos a devida
importância sobre alguns procedimentos que podem ser adotados em pesquisas
futuras, inclusive, alguns desses procedimentos já estão sendo adotados para o
encaminhamento de questionários junto aos moradores do Central Park Residence.
Um primeiro procedimento se refere à elaboração de um questionário sucinto,
limitando o número de perguntas sem, no entanto, descartar as perguntas
fundamentais que vão orientar o desenvolvimento da pesquisa.
Um segundo procedimento se refere à obtenção de um maior respaldo dos
questionários através da utilização, após a devida autorização, dos nomes dos
síndicos ou dos administradores na carta de apresentação. Se possível ambos os
Considerações finais: Fragmentação socioespacial em Presidente Prudente?
194
instrumentos de pesquisa devem ser personalizados para cada um dos
empreendimentos imobiliários pesquisados.
Os envelopes devem conter remetentes e destinatários para facilitar a sua
rápida identificação e estabelecer uma espécie de “compromisso” com um indivíduo
específico de cada residência. Além disso, o remetente pode fornecer elementos
para estabelecer um canal de comunicação entre “pesquisador-pesquisado” para
esclarecer eventuais dúvidas.
Se possível, os envelopes devem conter os logotipos das instituições à qual o
pesquisador se encontra vinculados para aumentar o nível de credibilidade do
material de pesquisa.
Por último, o pesquisador pode ainda fornecer uma segunda alternativa para
a entrega dos questionários devidamente preenchidos, qual seja, via agências dos
correios ou caixa de coleta dos correios de preferência do morador. No entanto,
deve-se
levar
em
consideração
que
esse
procedimento
poderá
elevar
significativamente os custos para a sua aplicação considerando os gastos com
envelopes adicionais e com selos.
Obtivemos acesso a um total de 180 nomes e endereços de moradores do
Central Park Residence utilizando lista telefônica do Município de Presidente
Prudente, disponível no GAsPERR e, a partir dessas informações, elaboramos um
catálogo com os respectivos nomes e endereços utilizando o Software Microsoft
Word.
Para encaminharmos os questionários e garantir a possibilidade de retorno
das respostas junto aos moradores, realizamos uma série de procedimentos que
consistiram em:
-
Pedido de 180 envelopes com o logotipo da UNESP junto ao Departamento de
Geografia os quais foram fornecidos no prazo de uma semana.
-
Produção de 180 cópias de questionários e de cartas de apresentação
personalizados para o Central Park Residence.
-
Compra de 180 envelopes comuns para devolução dos questionários
respondidos.
-
Aquisição de um número suficiente de selos para garantir, via correio, o envio
dos questionários e o recebimento das respostas.
Considerações finais: Fragmentação socioespacial em Presidente Prudente?
-
195
Impressão de destinatários nos envelopes com o logotipo da UNESP com base
no catálogo de endereços dos moradores do Central Park Residence.
-
Impressão de um destinatário conhecido nos envelopes comuns para o
recebimento das respostas.
-
Fixação dos selos nos envelopes encaminhados, inclusive no envelope de
resposta.
-
Acondicionamento dos envelopes de respostas bem como as cartas de
apresentação e questionários no envelope com o logotipo da UNESP.
-
Lacre dos envelopes e entrega junto a uma das Agências dos Correios.
Esse procedimento adotado justificou-se, como já citado anteriormente, pela
negação de nosso pedido para encaminharmos os questionários juntos aos
moradores do Central Park Residence.
Durante a etapa de aplicação de questionários, pudemos estabelecer
relações um pouco mais próximas junto a alguns funcionários, síndicos,
administradores e empreendedores dos loteamentos fechados e condomínios
horizontais pesquisados permitindo a abertura de possibilidades para a realização
de uma das etapas seguintes da pesquisa, qual seja, a realização de uma série de
entrevistas junto aos agentes de produção do espaço urbano.
O administrador do Parque Residencial Damha II (Normando) e o
administrador do Residencial Portinari (Renato) prontificaram-se a dar entrevista.
Este último administrador pode servir de elo para a realização de um posterior
contato com o empresário Jorge Matsuda (empreendedor do Residencial Portinari).
Em última visita ao Residencial Quinta das Flores, para realização de
registros fotográficos, entramos em contato com o empreendedor Junji Yamamoto
que também nos concedeu oportunidade de realizar entrevista em data ainda a ser
marcada.
Durante última coleta de questionários junto ao Residencial Saint Moritz
entramos em contato com o empreendedor Orlando Cilla que também nos concedeu
a oportunidade de realizar entrevista.
No dia 08 de maio de 2007, realizamos, concomitantemente com a última
coleta de questionários, 173 registros fotográficos dos loteamentos fechados e dos
condomínios horizontais após prévio consentimento dos funcionários da portaria.
Considerações finais: Fragmentação socioespacial em Presidente Prudente?
196
Concentramo-nos em realizar registros fotográficos que compreendessem a
portaria, detalhes da portaria, detalhes dos muros, estabelecimentos comerciais e de
serviços mais próximos que foram possíveis de ser fotografados a partir da portaria e
de alguns detalhes do interior dos loteamentos fechados e dos condomínios
horizontais, nos quais foi nos concedido o acesso52.
Os registros fotográficos realizados durante o desenvolvimento da pesquisa,
servirão não apenas como ilustração, mas também como alvo de nossas
considerações.
Pudemos fotografar o interior dos loteamentos fechados Residencial Portinari, Residencial Quinta das Flores, Residencial Beatriz e
Golden Village, além dos condomínios horizontais Jardim Bela Vista, Residencial Esmeralda e Residencial Saint Moritz.
52
197
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201
ANEXOS
ANEXO A - Modelo de carta de apresentação enviada para os moradores de
loteamentos fechados e de condomínios horizontais de Presidente Prudente –
SP
Presidente Prudente, 23 de março de 2007.
Prezado (a) Senhor (a),
O questionário em anexo é parte integrante da pesquisa de iniciação científica
intitulada “Fragmentação socioespacial em Presidente Prudente? Análise dos loteamentos
fechados, dos condomínios horizontais e de novas práticas socioespaciais” financiada pela
FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e vinculada ao curso de
Geografia da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UNESP, Campus de Presidente
Prudente.
Os dados levantados contribuirão para avaliar formas de uso do espaço urbano, na
perspectiva dos moradores dos loteamentos fechados e condomínios horizontais, por meio das
práticas sociais e espaciais que se estabelecem com o conjunto da cidade.
A partir de atividades cotidianas como o lazer, o trabalho, os estudos e o consumo de
bens e serviços, objetivamos avaliar a constituição de novos valores urbanos bem presentes
nas metrópoles brasileiras, mas que começam a despontar em cidades médias.
As perguntas foram organizadas em grupos de assuntos específicos ou correlacionadas
e o tempo médio de preenchimento é de aproximadamente dez minutos.
O (A) Senhor (a) está recebendo esse questionário, com a devida autorização do
síndico ou administrador. Pedimos que, ao término do seu preenchimento, ele seja novamente
encaminhado à portaria do loteamento para, posteriormente, realizarmos a sua coleta dentro
do prazo de uma semana.
Para garantir total sigilo das informações prestadas, sugerimos que o envelope com o
questionário respondido seja lacrado pelo (a) Senhor (a), antes de ser devolvido na portaria e
informamos que nenhum dado nele contido será divulgado de modo a identificá-lo, pois nem
mesmo seu nome precisa ser informado ao respondê-lo.
Os resultados conclusivos da pesquisa serão encaminhados aos moradores que tiverem
esse interesse. Se for o caso do (a) Senhor (a), indique um endereço eletrônico ao final do
questionário.
Agradecemos, desde já o apoio e compreensão concedidos e nos colocamos à
disposição para esclarecimentos adicionais pelo e-mail: [email protected].
Atenciosamente,
Prof.ª Dr.ª Maria Encarnação Beltrão Sposito
Orientadora da pesquisa - Departamento de Geografia
202
ANEXO B - Modelo de questionário aplicado junto aos moradores autosegregados de Presidente Prudente – SP
Universidade Estadual Paulista – UNESP
Faculdade de Ciências e Tecnologia - Campus de Presidente Prudente
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP
Pesquisa sobre os loteamentos fechados em Presidente Prudente - SP
A1. Qual é o número de pessoas que moram no imóvel? _________________________________________
A2. Quantos automóveis particulares sua família possui? ( ) 0; ( ) 1; ( ) 2; ( ) 3; ( ) 4; ( ) mais de 4
A3. Qual o custo médio mensal do uso do telefone residencial mais os celulares da sua família (em reais)?
( ) até 87,50; ( ) de 87,51 a 175,00; ( ) de 176,00 a 350,00; ( ) de 351,00 a 700,00; ( ) de 701,00 a 1050,00; ( ) acima de
1051.00
A4. Quantos computadores conectados à Internet sua família possui? ( ) 0; ( ) 1; ( ) 2; ( ) 3; ( ) mais de 3
A5. São assinantes de Banda Larga (Speedy ou outros sistemas)? ( ) Sim; ( ) Não
A6. Possuem TV de Plasma ou tela de projeção? ( ) Sim; ( ) Não
A7. Possuem canais de TV por assinatura? ( ) Sim; ( ) Não
A8. Possuem Freezer? ( ) Sim; ( ) Não
A9. Quantos empregados fixos trabalham na sua residência? ( ) 0; ( ) 1; ( ) 2; ( ) 3; ( ) 4; ( ) mais de 4
A10. Quais os meios de locomoção mais utilizados por sua família? ( ) automóvel particular; ( ) transporte coletivo; ( ) van;
( ) a pé; ( ) outros (especificar): ______________________________________________
A11. Qual a renda média mensal da sua família (em reais)? ( ) até 1.050,00; ( ) de 1.051,00 a 2.100,00;
( ) de 2.101,00 a 3.150,00; ( ) de 3.151,00 a 4.200,00; ( ) de 4.201,00 a 5.250,00; ( ) de 5.251,00 a 6.300,00
( ) de 6.301,00 a 7.350,00; ( ) de 7.351,00 a 8.400,00; ( ) de 8.401,00 a 9.450,00; ( ) acima de 9.451,00
A12. Qual sua avaliação referente à quantidade de linhas existentes de transporte coletivo que servem o loteamento fechado
para seu deslocamento ou de seus empregados?
( ) insuficiente; ( ) razoável; ( ) bom; ( ) Indiferente, pois não utilizo
A13. Qual sua avaliação referente aos intervalos de freqüência das linhas de transporte coletivo que servem o loteamento
fechado? ( ) péssimo; ( ) razoável; ( ) bom; ( ) Indiferente, pois não utilizo
B1. Onde moravam anteriormente? (caso tenha vindo de outro Município, especificar o nome)
Bairro: ______________________________________ Município: _________________________________
B2. A residência anterior era do tipo: ( ) casa; ( ) apartamento
B3. Situação da residência anterior: ( ) alugada; ( ) própria; ( ) cedida
B4. Qual o ano de aquisição do lote/compra da casa no loteamento fechado? ________________________
B5. Qual foi o ano da mudança para o loteamento fechado? ______________________________________
C1. Como você avalia a localização do loteamento fechado? ( ) excelente; ( ) boa; ( ) regular; ( ) ruim
Qual sua avaliação referente à acessibilidade aos principais locais utilizados para:
Excelente
Boa
Regular
Ruim
C2. Consumo de bens e serviços
C3. Lazer
C4. Educação básica
C5. Ensino Superior
C6. Trabalho
203
C7. Moradia
C8. Como você classifica as vias de acesso ao loteamento fechado?
( ) excelentes; ( ) boas; ( ) regulares; ( ) precárias
D1. Costuma consumir bens e serviços em estabelecimentos bem próximos do loteamento fechado?
( ) diariamente; ( ) 3 vezes por semana; ( ) 1 vez por semana; ( ) esporadicamente; ( ) nunca
Indicar a localização de comércios e de serviços utilizados por um ou mais membros da família:
Próximo ao
Em outras
Onde? (Especificar o bairro)
loteamento
áreas
D2. Padaria
D3. Supermercado
D4. Farmácia
D5. Banco
D6. Lanchonete/Restaurante
D7. Posto de Saúde/Clínicas médicas
D8. Creche
D9. Armarinhos / Papelaria
D10. Cabeleireiro/Clínicas de Estética
D11. Academia de ginástica
D12. Posto de combustível
D13. Outros (Especificar):
_______________________________
D14. Há deficiência ou insuficiência de algum tipo de equipamento urbano ou estabelecimento comercial e de serviços bem
próximos do loteamento fechado? (especificar quais): _________________________________
_______________________________________________________________________________________
E1. Como você avalia a área de lazer do condomínio? ( ) muito boa; ( ) boa; ( ) regular; ( ) ruim
E2. Qual a freqüência de utilização da área de lazer do loteamento? ( ) Sempre; ( ) às vezes; ( ) nunca
E3. Quais principais lugares utilizados para o lazer individual ou da família (especificar o lugar ou bairro da
cidade): _________________________________________________________________________________
E4. Quais as principais atividades realizadas para o tempo livre/lazer individual ou da família?
( ) afazeres domésticos; ( ) descanso; ( ) TV; ( ) Internet; ( ) Práticas religiosas; ( ) Viagens; ( ) Clube;
( ) Praças; ( ) Parques; ( ) Pescaria; ( ) represas/balneários; ( ) casas de amigos/parentes;
( ) outros (especificar) _____________________________________________________________________
F1. Onde trabalha o chefe da família? Bairro: ___________________________________________________
F2. Se for fora da cidade especificar o município: ________________________________________________
F3. Ocupação/cargo atual do chefe de família: __________________________________________________
F4. Qual o principal meio de locomoção para o trabalho do chefe de família?
( ) automóvel particular; ( ) transporte coletivo; ( ) motocicleta; ( ) carona; ( ) a pé; ( ) outros: ___________
F5. Qual o tempo médio de deslocamento até o local de trabalho do chefe da família (em minutos)? ________
Questões G.1 a G.5 – para crianças, adolescentes e jovens que moram na casa. Se houver adultos que ainda estão no ensino
fundamental e médio, incluir as informações nas respostas.
G1. Onde estudam?
Nome da escola: __________________________________ Bairro: _________________________________
Nome da escola: __________________________________ Bairro: _________________________________
G2. Qual o meio de locomoção mais utilizado para o transporte escolar deles?
( ) Automóvel particular; ( ) van; ( ) bicicleta; ( ) transporte coletivo; ( ) a pé; ( ) carona
G3. Qual o tempo médio de deslocamento até a escola (em minutos)? _______________________________
204
G4. Quais outras atividades educativas/recreativas realizadas pelas crianças e jovens durante a semana?
( ) inglês; ( ) ballet; ( ) natação; ( ) informática; ( ) piano; ( ) violão; ( ) ginástica ou musculação;
( ) lutas marciais; ( ) escolinha de futebol; ( ) tênis; ( ) pintura; ( ) aulas particulares de reforço escolar;
( ) curso pré-vestibular; ( ) nenhuma; ( ) outras (especificar): ______________________________________
G5. Qual o tempo médio diário investido nessas outras atividades educativas/recreativas? _______________
Questões H.1 a H.3 – para jovens e adultos que moram na casa.
H1. Que universidades/instituições são utilizadas para educação superior? ( ) UNOESTE; ( ) UNIESP;
( ) TOLEDO; ( ) UNESP; ( ) nenhuma; ( ) outras (especificar): ___________________________________
H2. Qual o meio de locomoção mais utilizado para realizar a educação superior?
( ) Automóvel particular; ( ) van; ( ) bicicleta; ( ) transporte coletivo; ( ) a pé; ( ) carona; ( ) nenhum
H3. Qual o tempo médio de deslocamento até o local onde se realiza o ensino superior (em minutos)? ______
Questões I.1 a I.3 – para todos que moram na casa.
I1. Quais são os lugares que mais freqüenta para realizar as compras (alimentos, utensílios domésticos, objetos de uso
pessoal, vestuário, miudezas em geral)? ( ) centro da cidade; ( ) Shopping Americanas;
( ) Prudenshopping; ( ) Outros lugares (especificar): _____________________________________________
I2. Com que freqüência costuma fazer compras pela Internet?
( ) diariamente; ( ) 3 vezes por semana; ( ) 1 vez por semana; ( ) esporadicamente; ( ) nunca
I3. Com que freqüência costuma fazer compras por telefone?
( ) diariamente; ( ) 3 vezes por semana; ( ) 1 vez por semana; ( ) esporadicamente; ( ) nunca
J1. Quais foram as razões que determinaram a sua decisão de vir morar no loteamento fechado? (se for assinalar mais de uma
opção, indique por ordem de importância: 1ª., 2ª., 3ª. etc)
( ) facilidade para aquisição da casa própria
( ) maior prestígio social
( ) maior segurança
( ) maior tranqüilidade
( ) o desejo de morar num espaço de acesso controlado
( ) aumento do nível de renda familiar
( ) infra-estrutura de lazer do condomínio
( ) porque é um bom investimento
( ) outros (Especificar): ___________________________________________________________________
J2. Quais as principais impressões/mudanças sentidas ao se mudar e viver no loteamento fechado?
Pontos positivos: _________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
Pontos negativos: ________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
J3. Como você qualifica as relações e interações sociais mais predominantes fora do loteamento fechado:
( ) pessoas de padrão de renda similar a sua; ( ) interesses culturais ou hobbies similares;
( ) mesmo grau de instrução; ( ) mesmo nível socioeconômico; ( ) não faço nenhum tipo de distinção;
( ) outros (especificar): ____________________________________________________________________
J4. Costuma realizar/participar de reuniões/confraternizações no interior do loteamento fechado?
( ) Sempre; ( ) às vezes; ( ) nunca
J5. Costuma realizar/participar de reuniões/confraternizações fora do loteamento fechado?
( ) Sempre; ( ) às vezes; ( ) nunca
Indique um endereço eletrônico para receber os resultados dessa pesquisa:
_____________________________________________
Obrigado!
205
206
ANEXO D – Publicidade do loteamento fechado Porto Seguro Residence &
Resort em processo de implantação em Presidente Prudente - SP
207
ANEXO E - Publicidade do loteamento fechado Porto Seguro Residence &
Resort
208
ANEXO F – Publicidade do Residencial Saint Moritz
209
ANEXO G - Publicidade do Residencial Quinta das Flores
210
ANEXO H - Publicidade do Residencial Quinta das Flores
211
212
ANEXO J – Informativo do Residencial Quinta das Flores publicado em jornal
local
213
ANEXO L - Publicidade do Residencial Quinta das Flores
214
ANEXO M – Diferentes fases da construção da Avenida Miguel Damha
Essas imagens foram veiculadas sobre patrocínio da Prefeitura Municipal
no Jornal local “Oeste Notícias”. A partir da imagem é possível verificar a
presença dos grandes vazios urbanos de propriedade do Grupo Encalso
(uma das principais beneficiadas com a realização da obra).
215
ANEXO N – Publicidade do Residencial Quinta das Flores
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Fragmentação socioespacial: Análise das práticas socioespaciais