21/01/2015
Nível de água de 85% das hidrelétricas é menor que em 2001, ano do apagão ­ Notícias ­ Cotidiano
Nível de água de 85% das
hidrelétricas é menor que em 2001,
ano do apagão
Carlos Madeiro
Do UOL, em Maceió 21/01/2015
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A maioria dos reservatórios das hidrelétricas está com um nível de água menor do
que o registrado em 2001, ano em que o país enfrentou um racionamento de
energia (http://economia.uol.com.br/ultnot/valor/2009/07/16/ult1913u109995.jhtm).
Segundo boletim do ONS (Operador Nacional do Sistema), 18 (85%) dos 21
principais reservatórios enfrentam problemas com a estiagem.
A situação, segundo especialistas, é preocupante e aponta para iminência de
novos apagões. (http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2015/01/1577510analistas-veem-risco-iminente-de-novos-apagoes.shtml)
Segundo dados do ONS, apenas os reservatórios de São Simão (MG e GO),
Sobradinho (BA) e Serra da Mesa (GO) estão com índices acima do que era
registrado há 14 anos. Todos os demais estão abaixo, sendo dois deles secos: Ilha
Solteira (SP) e Três Irmãos (SP).
A situação é particularmente mais preocupante em dois dos maiores reservatórios:
Furnas (MG) e Nova Ponte (MG), que nesta terça-feira (20) estavam com 11% de
seus volumes úteis.
Termelétricas ligadas
A estiagem tem obrigado o governo federal a acionar as termelétricas, que têm
geração de energia bem mais cara que as hidrelétricas.
No Nordeste, por exemplo, a geração de energia termelétrica já supera a
hidrelétrica.
Neste mês, até o domingo (18), foram 4.209 megawatts gerados pelas térmicas,
contra 3.415 megawatts das geradas pela água. A energia eólica foi responsável
por outros 823 megawatts. Nas demais regiões, ainda vem da água a principal fonte
de energia.
Afonso Henriques Moreira Santos, professor da Universidade Federal de Itajubá e
ex-secretário nacional de Energia à época do racionamento de 2001, a crise hídrica
atual é bem mais intensa que a da década passada. Os apagões só não ocorreram
por conta da construção de termelétricas na década passada.
"Do ponto de vista de reservatórios a situação é muito pior. Aliás, já era pior desde o
ano passado. As termoelétricas já estão operando de forma praticamente plena
desde o final de 2013", afirmou.
O professor diz que depois de 2001 o país teve uma série de lições, mas não
seguiu a cartilha que deveria.
Conforme Santos, o país deveria ter adotado medidas que dessem maior eficiência
energética e, ao mesmo tempo, reduzissem o consumo. Assim, teria evitado que os
reservatórios chegassem a níveis tão críticos.
http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas­noticias/2015/01/21/nivel­de­agua­de­85­das­hidreletricas­e­menor­que­em­2001­ano­do­apagao.htm
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Nível de água de 85% das hidrelétricas é menor que em 2001, ano do apagão ­ Notícias ­ Cotidiano
"Não só o país opera errado os reservatórios, mas errou ao não decretar
racionamento ou fazer algo para reduzir o consumo. Tem um rombo hoje de R$ 60
bilhões pelo uso das termelétricas para o consumidor pagar. Se colocarmos que em
2001 a perda com o racionamento foi de 1%, trazendo para valores de hoje, seria
um prejuízo de R$ 40 bilhões. Sem contar que os reservatórios estão secos e
devem custar R$ 80 bilhões para reencher. E se continuar nessa frequência
pluviométrica não conseguiremos", afirmou
Diante dos problemas com a geração de energia, na última semana, o ministro de
Minas e Energia, Eduardo Braga, recomendou que os consumidores reduzam o
consumo (http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2015/01/1575171-ministro-deenergia-recomenda-que-brasileiros-reduzam-consumo.shtml).
Segundo ele, a medida seria necessária já que a energia está custando mais caro
em 2015. "Não é racionamento. Nós temos energia. Ela existe, mas é cara", afirmou
ele na última quarta-feira (14).
Ainda segundo o professor, essa não é primeira vez que o setor passa por crise
hídrica desde 2001, com risco de apagões.
"Já tivemos três crises. O setor criou uma curva de aversão a risco que opera o
setor termelétrico. Esse modelo é comprovadamente errado. Reservatórios não são
para ser esvaziados. Quando se esvazia, se perde potência, porque diminui a
queda. Furnas chega a se perder 17% de potência, o que resultou no apagão de
ontem: pouca queda e ela demora a responder à dinâmica do sistema, que está
muito instável", disse.
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