CHINA Lannoy Dorin Territorialmente, a China só é menor que a Rússia, Canadá e Estados Unidos da América *. Sua área é de 9.571.300 km2. A população, em 2008, era de mais ou menos um bilhão e 300 milhões, sendo a língua oficial o Mandarim. Esse país, que agora está no noticiário norte-americano de “nossa” TV, não se esqueceu das agressões de outras nações. A primeira delas foi a da Inglaterra (1839 – 44), que promoveu a chamada “guerra do ópio”. Ela, que já controlava o porto de Canton desde 1834, comandou o comércio internacional chinês e ficou proprietária da ilha de Hong Kong por 100 anos. A segunda nação a dominar economicamente a China foi os Estados Unidos da América, que obteve privilégios de comércio em 1844. A terceira foi a Rússia, que anexou a seu território a Província Marítima, onde hoje se encontra o porto de Vladivostoc. A quarta foi o anglo-francesa em 1860, quando um inglês foi nomeado diretor geral das alfândegas. A quinta foi a do Japão em 1894, que resultou no domínio de Formosa (Taiwan), as ilhas dos Pescadores, a península Liang-tiong, na Manchúria, e Port Arthur. Também promoveu a independência da Coréia. Formosa e Coréia do Sul hoje são aliadas dos EUA, que nelas mantém bases militares. Mas é bom lembrar que em 1937 a Japão voltou a atacar a China. Essa guerra durou até 1945. Em 1921, foi fundado o Partido Comunista Chinês e surgiu a figura de Mao Tsé Tung. O país unido lutou contra a invasão japonesa da Manchúria em 1931. Todavia, desde 1928 ocorriam guerras civis. Após vencer o Japão, Chiang Kai Shek, o presidente pró EUA, concentrou seus esforços na luta contra Mao, o qual conseguira o apoio dos pequenos camponeses. Após o término da guerra entre EUA e Japão, com a derrota nipônica após as bombas de Nagasaki e Hiroshima, intensificaram-se as lutas internas na China. Triunfaram os revolucionários dirigidos por Mao, Chu en Lai e Lin Piao. Kai Shek refugiou-se em Formosa, com o apoio comercial e militar dos EUA. A China maoísta incorporou o Tibete em 1951, o qual, como a Mongólia Interior e Sinkiang Uighur, passou a ser considerado região autônoma. Também assumiu Macau, e, no início deste século, recuperou Hong Kong. Com um poder ditatorial, cresceu como nação industrial, mantendo* Estas são, respectivamente, as áreas e populações de Rússia, Canadá e EUA: 17.075.400 km 2, 145.290.000; 9.958.319 km2, 31.950.000; e 9.809.155 km2, 291.049.000. A população do Brasil, em 2008, era de 188.078.227, para uma área de 8.514.876 km2, sendo 1/3 desta a Amazônia. 2 se afastada dos EUA e da Rússia, e ao mesmo tempo criando seu modelo próprio de democracia. No tocante à população rural, quando foi implantada a República Popular da China, em 1949, o país tinha 120 milhões de famílias camponesas, 110 milhões delas pertencentes às cooperativas de produção e consumo. Após a reforma agrária dos anos 50, esse número mais que dobrou, sendo hoje o país uma das maiores potências agrícolas, ao lado dos EUA, Brasil e Ucrânia. Quando em 1961 o Primeiro Ministro russo Nikita Kruchov disse que o socialismo combateria o capitalismo com as armas que este sistema havia criado, quis fazer da China sua filial. Foi rejeitado. Tempos depois, Nikita foi destituído do poder na antiga União Soviética, a URSS (CCCP). Ele, que não tinha nível cultural para entender a diplomacia chinesa, não sabia que o país de Confúcio e Lao Tsé já traçara seu grande destino, com uma mescla de socialismo interno e capitalismo externo. O que a Rússia, os EUA e sua ONU precisam entender é que a China aprendeu a ser imperialista justamente com os que a exploraram por um século. E que não só seguiu o lema de Mao (“Matar o tigre”), como pretende comê-lo. O tigre é o imperialismo dos EUA e da Inglaterra. China, Índia e Brasil são os três grandes países emergentes. Os dois primeiros se tornaram independentes da Inglaterra e EUA. O Brasil, com o governo Lula, afastou-se dos EUA (lembra-se do FMI?), voltando-se à Europa, África, Oriente e América Latina. Daí a mídia norte-americana no Brasil e o partido político da burguesia paulistana, o PSDB, fazer campanha sistemática contra o governo Lula. O alvo, de fato, não é esse governo, mas o Brasil, seu petróleo e seus minérios. Porém, o governo Lula, como os da China e Índia, descobriu que a independência de um país se alcança com uma economia forte, a qual depende de empresários nacionalistas e operários com consciência política.