N º 1692, S E G U N D A – F E I R A , 4
D E JULHO
D E 2 0 11
Queda de Palocci, afrouxamento das regras de
licitações e escândalo dos aloprados marcam junho
A presidente Dilma Rousseff encerra o sexto mês do governo com vários problemas que apontam a sua inexperiência
política. O tsunami que passou no Planalto derrubou o ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci, acusado de multiplicar
em 20 vezes seu patrimônio em quatro anos, e revelou o envolvimento do ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio
Mercadante, no escândalo dos “aloprados”, conforme denunciou a revista “Veja”.
Em junho a base na Câmara aprovou a medida provisória que afrouxa as regras de licitações para Copa de 2014 e as
Olimpíadas de 2016. Outra operação suspeita é a participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social na fusão entre Carrefour e Pão de Açúcar, com injeção de R$ 4,5 bilhões. Confira os principais fatos do mês:
fornecedores desde abril.
12% para 12,25% ao ano. A taxa bási„ Internet rápida só no papel „
ca
estava
em
10,75%
no
começo
do
„ Aloprados voltam à cena „
O Plano Nacional de Banda Larga se
distancia da realidade. Com números mandato de Dilma. O Brasil lidera o
“Veja” revela que o ministro Aloizio
pífios, o governo demitiu o presidente ranking de países com o maior juro real
Mercadante foi um dos mentores do
da Telebrás. Segundo a “Folha de do mundo – descontada a inflação:
escândalo dos “aloprados”. Em setemS.Paulo”, as queixas por causa dos 6,28% ao ano.
bro de 2006, integrantes do PT foram
„ “PACderme” „
cortes orçamentários sofridos pela
presos num hotel em SP com R$ 1,75
empresa provocaram a queda.
milhão, valor que seria usado para
Relatório do TCU sobre os gastos de
comprar falso dossiê contra tucanos.
2010 aponta que o Programa de Ace„ Direitos Humanos em 2º plano„
O petista Expedito Veloso admite
leração
do
Crescimento
concluiu
só
a
Enquanto abre as portas ao presidenenvolvimento do político no caso.
metade
do
que
estava
previsto
nas
árete da Venezuela, Hugo Chávez, Dilma
as
com
recursos
aplicados
pelo
O PSDB protocolou no dia 22 reprerecusou-se a receber a iraniana Prêgoverno
ou
estatais.
E
dados
do
sissentação no Ministério Público Federal
mio Nobel da Paz, Shirin Ebadi, que
tema
oficial
de
acompanhamento
e ofício na Polícia Federal solicitando
visitou o Brasil no começo do mês.
mostram que, até 10 de junho, a gesa reabertura das investigações do es„ “Aulas” de matemática „
tão Dilma só pagou 0,6% da dotação
cândalo. No dia 25, “Veja” traz nova
O Ministério da Educação distribuiu orçamentária estimada para 2011.
denúncia. Dessa vez, a matéria afirexemplares com graves falhas de cálma que Ideli Salvatti teria participado
„ Liberada a corrupção „
culo a mais de 39 mil classes da zona
de reunião no gabinete do ex-senarural pelo programa Escola Ativa. O A Câmara aprovou a MP 527/11, que
dor Mercadante naquele ano.
material, elaborado a um custo de R$ afrouxa as regras para as licitações
„ Descaso com recursos „
14 milhões, ensina que 10 menos 7 é das obras da Copa de 2014 e das
Olimpíadas
de
2016
e
cria
a
SecreAuditorias
do TCU revelam falta de
igual a 4.
taria de Aviação Civil. A matéria
transparência na liberação de benefí„ Desarticulação política „
institui o polêmico Regime Diferencios fiscais do governo. As análises
Antonio Palocci pediu demissão da ciado de Contratações e prevê sigilo
mostraram que o Tesouro deixou de
chefia da Casa Civil em 7 de junho. A nos gastos.
receber R$ 144 bilhões em 2010 por
senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) o
conta do auxílio.
„ Meta inviável „
substituiu. No dia 10, o ministro das
„ Rota do tráfico „
Dilma lançou a segunda fase do “MiRelações Institucionais, Luiz Sérgio, foi
nha Casa Minha Vida”. Os resultados
Relatório da Organização das Nações
trocado por Ideli Salvatti. Ele foi transda primeira versão colocam em xeque
Unidas reforça a ausência de vigilânferido para a Pesca.
cia das fronteiras do país: o Brasil é a
o programa. Até dezembro, só 238 mil
„ Mar de promessas descumpridas „
3º maior rota de tráfico de cocaína com
de um milhão de casas prometidas
destino à Europa e o mercado onde
A execução das propostas feitas por foram entregues. A nova etapa pretenmais se apreende crack no mundo.
Dilma durante a campanha continua de construir dois milhões de moradias.
baixa. Segundo “O Estado de S. Pau„ Dinheiro público jogado fora „
„ Foguete virtual „
lo”, as 500 Unidades de Pronto O “Estadão” revela que o Planalto reA possível fusão entre Carrefour e Pão
Atendimento (UPAs) e os 2,8 mil pos- luta em colocar recurso na empresa
de Açúcar, anunciada em 28 de junho,
tos de polícia comunitária são binacional Alcântara Cyclone Space,
parece inexplicável. A principal polêmiexemplos de projetos que não saíram comprometendo o programa espacica diz respeito à participação do
do papel.
BNDES no financiamento do negócio.
al. Criada em 2007 para desenvolver
„ Freio na economia „
O órgão entraria com R$ 4,5 bilhões
o foguete Cyclone 4 da unidade de
para viabilizar a transação.
O Banco Central elevou os juros de Alcântara, a companhia não paga os
Leia no blog a íntegra da cronologia da má gestão de junho e dos meses anteriores
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o
DIÁRIO TUCANO
4 de julho de 2011
Bancada quer que Executivo explique
aporte à fusão Carrefour-Pão de Açúcar
Líder do PSDB rebate declaração de que PT
não teve envolvimento na compra de dossiê
O PSDB protocolou junto à Mesa da Câmara dois requerimentos de informação sobre o aporte financeiro do
BNDES à fusão entre Pão de Açúcar e Carrefour. Os documentos, assinados por Vanderlei Macris (SP), são
endereçados aos ministros da Fazenda, Guido Mantega,
e do Planejamento, Miriam Belchior.
Um terceiro será apresentado ao ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando
Pimentel. Os requerimentos questionam a base legal para
o financiamento e qual interesse público se pretende atingir. Além disso, tem como objetivo saber se foi feito estudo
de impacto da operação.
Para o líder do PSDB, Duarte Nogueira (SP), o aporte de
R$ 4,5 bilhões, se confirmado, denotará que o órgão não
está cumprindo o papel de banco de fomento. “O BNDES
deveria estar operando em setores de infraestrutura e
apoiando o aumento da capacidade produtiva e a modernização da indústria brasileira”, disse.
A bancada também quer descobrir a origem dos recursos que serão utilizados, as condições do negócio e
se o governo tem a expectativa de aumento de exportação a partir da fusão. Na última quinta, o partido protocolou
outros dois requerimentos de convite ao presidente do
BNDES, Luciano Coutinho, nas Comissões de Fiscalização Financeira e Controle e Finanças e Tributação.
O líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), rebateu a declaração do presidente nacional do PT, Rui Falcão,
de que a legenda não tem envolvimento com o escândalo
dos aloprados. Falcão rechaçou as acusações contra o
ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante. Para
ele, o ex-senador foi convincente e respondeu a todas as
questões sobre o caso no Senado, na terça-feira (28). Os
tucanos discordam.
“A declaração do petista é contraditória. Eu só faço uma
pergunta: quem está mentindo é o PT do Expedito Veloso,
o PT do Mercadante ou o PT de Rui Falcão? Se há alguém
envolvido até o pescoço, sem dúvida alguma, é o partido”,
criticou Nogueira.
Para Antonio Imbassahy (BA), Mercadante precisa explicar na Câmara a acusação, que partiu de um colega de
sigla. “A presença do ministro no Senado não foi com esse
objetivo e as coisas não ficaram claras. O assunto continua
nebuloso e o ministro sob suspeita.”
Nesta semana, os deputados votarão a ida do petista à
Casa para falar sobre a suposta participação no caso. Os
requerimentos apresentados por Vanderlei Macris (SP) viraram acordo entre governo e oposição. Já os pedidos dos
deputados Carlos Sampaio (SP) e Fernando Francischini (PR)
aguardam apreciação na subcomissão permanente para
investigação de denúncias e acompanhamento de operações policiais.
ITV: estão fazendo tsunami com dinheiro do contribuinte
Luiz Carlos cobra atenção e recursos da União para o Amapá
O deputado Luiz Carlos (AP) cobrou atenção do governo federal para o Amapá durante discurso no plenário da
Câmara na última quinta-feira (30). Segundo ele, o Estado tem sido esquecido pela União e não recebe os recursos
necessários.
“O Amapá hoje não depende somente de si para crescer e encontrar seu verdadeiro caminho”, afirmou o tucano.
Segundo ele, a região precisa de aportes para o setor
primário e obras de infraestrutura nas áreas urbanas.
Luiz Carlos destacou que há pouco espaço para exploração da agricultura e da mineração, já que a maior parte
do território é preservada ou pertence a reservas ambientais
e indígenas. “Não temos terras para usar e nada recebemos em compensação pelo que doamos. Nossa luta é para
que sejamos compensados pelo que não podemos usar.
Queremos recursos para sanear Macapá, Santana, Laranjal do Jari. Dar ao povo água e esgoto, pois assim
precisaremos de menos verbas para a saúde”, cobrou.
O tucano acredita ser fundamental o auxílio do governo
para concluir a pavimentação da BR-156, principal rodovia
local, com potencial para o turismo ecológico. “É inacreditável
que uma estrada de apenas 600 quilômetros, cujo
asfaltamento se iniciou em 1980, ainda não tenha sido concluída”, criticou.
O parlamentar condenou a dificuldade em conseguir investimentos na região. “Nunca vi em qualquer jornal ou
revista da minha terra a promoção de atividade cultural da
qual constasse o BNDES ou a Petrobras.”
Luiz Carlos lembrou que só no ano passado foi criado o
curso de Medicina na Universidade Federal do Amapá
(Unifap), com apenas 20 vagas. Segundo ele, é preciso
direcionar recursos para que a instituição instale um laboratório de pesquisa. “Quero que haja mecanismos que
condicionem determinados órgãos da União a dispensar
meios concretos que possam realmente alavancar o Estado”, concluiu.
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EXPEDIENTE - Câmara dos Deputados - Anexo II, sala 131 CEP 70160-900 Brasília (DF)„ Telefone: (61) 3215-9351 „ Fax: (61) 3215-9350
„ Coordenador de redação: Marcos Côrtes „ Editores: Elisa Tecles e Gabriel Garcia „ Reportagem: Alessandra Galvão, Artur Filho, Djan Moreno,
Laize de Andrade e Letícia Bogéa „Editora da Rádio PSDB: Ana Maria Mejia „ Diagramador: Francisco Maia „ Op. de áudio: Elyvio Blower
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