"... E o rei mas deu, porque a boa mão do meu Deus era comigo."
(Neemias 2.8b)
Nosso Deus é o Deus dos impossíveis
Talvez Neemias tenha vivido sua maior frustração quando recebeu uma triste
notícia levada por um de seus irmãos. Na verdade, ele se desesperou porque, afinal, não
passava de um simples escravo sem liberdade para agir ou fazer transparecer seu
desânimo e abatimento publicamente, sob pena de ser morto porque ninguém podia
demonstrar tristeza diante do rei.
Porém Neemias podia orar, e a oração faz toda a diferença. Neemias orou fervorosa
e persistentemente durante cinco meses. Com o coração trêmulo, ele decidiu confiar no
Deus Todo-Poderoso, capaz de favorecer seus filhos com milagres maravilhosos. O
grande milagre que Neemias precisava ver acontecer era o Senhor trabalhar no coração
do rei persa para que ele permitisse sua ida a Jerusalém para reconstruir seus muros.
Isso significava que Neemias teria de se afastar de seus deveres, o que era uma
possibilidade inconcebível para um escravo.
Não é de se admirar, ao lermos o relato bíblico de Neemias 2, que, um dia, quando
estava servindo vinho ao rei, ele tenha sentido muito medo. Artaxerxes, intrigado,
perguntou: "Por que está triste o teu rosto, se não estás doente? Tem de ser tristeza do
coração." (Ne 2.2)
Neemias sentiu medo. Ele sabia que não podia demonstrar no semblante a tristeza
que sentia. O fato disso ter despertado a atenção do rei o aterrorizou. Enchendo-se de
coragem, ele respondeu: "Viva o rei para sempre! Como não me estaria triste o rosto se
a cidade, onde estão os sepulcros de meus pais, está assolada e tem as portas
consumidas pelo fogo?" (Ne 2.3)
O diálogo que ambos mantiveram a seguir representa um estímulo a todos que
confiam no Senhor e oram em contrição buscando sua ajuda e orientação, sabendo de
sua fidelidade: "Disse-me o rei: Que me pedes agora? Então, orei ao Deus dos céus e
disse ao rei: se é do agrado do rei, e se o teu servo acha mercê em tua presença, peço-te
que me envies a Judá, à cidade dos sepulcros de meus pais, para que eu a reedifique.
Então, o rei, estando a rainha assentada junto dele, me disse: Quanto durará a tua
ausência? Quando voltarás? Aprouve ao rei enviar-me, e marquei certo prazo." (Ne 2.46)
Que milagre surpreendente! Quem se tornou mais do que vencedor? O escravo que
se sentia livre para ser escravo do seu Deus! Como a Bíblia nos conta, no instante em
que Artaxerxes perguntou o que Neemias queria, ele orou ao Senhor e só depois
respondeu ao rei.
Você não se sente desafiado pelo espírito corajoso de Neemias, que, mesmo
sabendo das possíveis consequências que teria de enfrentar, confiou que Deus poderia
lhe dar o que pedia?
Neemias recebeu permissão do rei para ir a Jerusalém reconstruir a cidade que
estava em ruínas. E o rei não somente permitiu que ele fosse, mas também ordenou que
lhe dessem passes de segurança para apresentar aos governadores e, ainda mais, uma
escolta de oficiais do exército e uma tropa de cavalaria para acompanhá-lo. Neemias
também recebeu madeira para construir os portões da fortaleza que protegia o Templo,
as muralhas da cidade e a casa onde iria morar. Enfim, ele conseguiu muito mais do que
imaginou quando começou a orar ao Senhor.
Neemias explica em seu livro que esse milagre só foi possível por um motivo: "a
boa mão do meu Deus era comigo" (Ne 2.8b). Realmente, ele creu nas Escrituras,
quando dizem: "Como ribeiros de águas assim é o coração do rei na mão do SENHOR;
este, segundo o seu querer, o inclina." (Provérbios 21.1)
Que lição contundente sobre oração e confiança no nosso Deus Todo-Poderoso, o
Deus dos impossíveis!
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"... E o rei mas deu, porque a boa mão do meu Deus era