A GUERRA FRIA
No âmbito da espionagem, cada país dispunha de agências altamente atuantes. As principais eram a CIA, dos Estados Unidos, e a KGB, da União Soviética.
Apesar da União Soviética e dos Estados Unidos não terem se enfrentado diretamente, em outros países ocorreram
conflitos armados que envolveram forças comunistas e forças capitalistas. Uma dessas guerras foi a da Coréia.
Nos Estados Unidos ocorreu também um movimento que visava identificar e neutralizar cidadãos que defendiam
idéias socialistas ou manifestavam simpatia pela União Soviética.
Caça às bruxas e espionagem
Durante a década de 1950, o senador americano Joseph McCarthy ficou conhecido por perseguir intelectuais suspeitos de defenderem idéias socialistas. Chegou mesmo a conseguir a demissão de funcionários de instituições governamentais, com o pretexto de proteger o país dos comunistas, numa acirrada "caça às bruxas".
Segundo McCarthy, o país estava infestado de espiões soviéticos e a solução seria decretar "morte aos vermelhos".
Em março de 1950, a ex-funcionária do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, Judith Coplon, e seu companheiro, Valentin Gubitchev, diplomata do Ministério do Exterior da União Soviética, foram presos por espionagem. Estariam transmitindo documentos secretos ao país comunista.
Em abril de 1951, outro casal foi acusado de espionagem: Julius e Ethel Rosenberg. Foram os primeiros civis a serem
condenados à morte em cadeira elétrica por "ato de espionagem". Foram acusados de ter passado informações secretas à União Soviética sobre programas nucleares do centro americano atômico Los Alamos, onde trabalhavam.
O cidadão inglês Kim Philby tornou-se um dos maiores espiões que a União Soviética tinha no exterior; quando descoberto, ele fugiu para Moscou.
As atividades de espionagem, no período em que durou a guerra fria (principalmente nas décadas de 1950 a 1970),
eram frenéticas e envolviam milhares de pessoas no mundo inteiro.
A corrida armamentista
Terminada a Segunda Guerra Mundial, as duas potências vencedoras dispunham de uma enorme variedade de armas, muitas delas desenvolvidas durante o conflito.
Tanques, aviões, submarinos, navios de guerra constituíam as chamadas armas convencionais. Mas o grande destaque eram as chamadas armas não-convencionais, mais poderosas, eficientes, difíceis de serem fabricadas e extremamente caras. A principal dessas armas era a bomba atômica (os americanos lançaram bombas atômicas contra
duas cidades japonesas, Hiroxima e Nagasaki, no final da Segunda Guerra Mundial). Só os Estados Unidos tinham essa
arma, que aumentava em muito seu poderio bélico.
A União Soviética iniciou então seu programa de pesquisas para também produzir a bomba atômica, o que conseguiu
em poucos anos. Mais pesquisas foram sendo feitas, tanto para aperfeiçoar a bomba atômica quanto para produzir
novas bombas. Em pouco tempo os Estados Unidos fabricaram a bomba de hidrogênio, seguidos pela União Soviética.
Essa corrida armamentista era motivada pelo receio recíproco de que o inimigo passasse à frente na produção de
armas, provocando um desequilíbrio no cenário internacional. Se um deles tivesse mais armas, seria capaz de destruir o
outro. A corrida atingiu proporções tais que, já na década de 1960, tanto os Estados Unidos quanto a União Soviética
tinham armas suficientes para vencer e destruir todos os países do mundo, ou seja, se fossem usadas, destruiriam a vida
no planeta.
Cuba e a crise dos mísseis
A expansão do comunismo pelo mundo provocaria ainda outros conflitos. Cuba, na América Central, passou por uma
revolução socialista em 1959. Isolado pelos EUA, o governo revolucionário aprofundou suas relações com os países
comunistas. Em 1962, os EUA detectaram a presença de mísseis de origem soviética em Cuba. O resultado foi uma das
mais sérias crises da guerra fria. Sentindo-se ameaçado, o governo norte-americano determinou o bloqueio da ilha.
Por vários dias, o mundo aguardou com ansiedade o desfecho da crise, temeroso de um conflito generalizado.
A URSS, entretanto, liderada por Kruchev, recuou e retirou seus mísseis de Cuba. Um acordo secreto assinado na ocasião determinou que Moscou não estabeleceria bases nucleares em Cuba. Em troca, os norte-americanos se comprometiam a não intervir nos assuntos internos cubanos. Os EUA, porém, descobriram outra forma mais eficaz de atingir os
cubanos: impondo-lhes rigoroso bloqueio econômico e diplomático.
O fim da guerra fria
A guerra fria e todas as suas implicações — espionagem, golpes de Estado, sabotagens, corrida armamentista — duraram até o início da década de 1980. Nesse momento, a situação econômica da União Soviética e da maioria dos
outros países comunistas começou a se agravar. Tiveram início então profundas mudanças políticas, com a queda do
regime socialista tanto na União Soviética quanto em outros países socialistas.
A guerra fria, ou seja, o clima de hostilidade e de ameaça entre os Estados Unidos e a União Soviética se abrandou.
Apenas em 1972, após três anos de conversações, EUA e URSS chegaram a um acordo parcial para a limitação da
produção de armas nucleares, conhecido pela sigla Salt-I. O acordo assinalou o início de uma nova fase nas relações
entre os dois países, à qual se deu o nome de détente ou distensão. Ao mesmo tempo, outros acontecimentos contribuíram para reduzir as tensões entre os dois blocos, como o ingresso da República Popular da China na ONU — com a
exclusão de Taiwan, que representava a China desde 1949 — e a retirada norte-americana da Guerra do Vietnã, em
1973. A guerra fria, porém, só chegaria ao fim entre as décadas de 1980 e 1990.
O símbolo do final da guerra fria foi a queda do Muro de Berlim, em 1989, que havia sido construído em 1961 por decisão do governo da União Soviética e da Alemanha Oriental.
A partir de 1991, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas fragmentou-se. A economia das repúblicas que a compunham e dos demais países socialistas começou a ser mudada para uma economia capitalista ou de mercado.
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