Como lidar com diferentes tipos de chefe
São Paulo – Ter um bom relacionamento com o chefe nem sempre é fácil,
independente da área de atuação. Em vez de alimentar mentiras culpando ele ou a
empresa por atrasar sua ascensão profissional, Mike Martins, diretor executivo da
Sociedade Latino Americana de Coaching (SLAC), afirma que o principal obstáculo
que o liderado tem é o de controlar suas emoções.
“O problema é quando a relação atrapalha os resultados do profissional”, diz Meiry
Kamia, consultora organizacional, psicóloga e mestre em administração de
empresas. Para ela, um profissional que possui a habilidade de identificar a melhor
maneira de lidar não só com o chefe, mas com colegas de trabalho se destaca.
“Sempre vai ter algumas pessoas que você vai ter mais ou menos dificuldade para
se relacionar”, diz.
Confira abaixo sete tipos de chefes e as recomendações de especialistas de como
lidar:
1. O arrogante
Ele é o dono da verdade ou pensa que sempre tem razão. Não acredita que pode
errar e, geralmente, dispensa as opiniões alheias. “Às vezes, ele se comporta
dessa maneira para se proteger”, diz Meiry.
Solução: O profissional deve evitar enfrentar o chefe, pois é preciso deixar claro
que a discussão não é pessoal. Para Martins, o ideal é diminuir os atritos e evitar
conflitos - não o contrário. Questione de maneira educada. Neste caso, um
feedback pode mostrar ao chefe que esse comportamento está prejudicando o
trabalho.
2. A celebridade
“Ele é caracterizado pela conduta do líder que se acha mais importante que a
própria empresa”, resume Fernando Battestin, consultor de educação corporativa
da Leme Consultoria. Para Meiry, esse chefe pode ser classificado como imaturo,
pois ele chega a misturar a autoridade do cargo com o seu lado pessoal.
Solução: Os especialistas recomendam evitar enfrentar o chefe, pois pode piorar a
situação. “Você tem que captar a atenção dele para o que mais lhe interessa, por
exemplo, tente persuadir falando que se ele fizer tal coisa, a mídia e as redes
sociais repercutirão de forma negativa e acabará prejudicando a sua imagem”,
ensina Martins.
3. O amigo
Tem aquele tipo que acredita que ter intimidade com os seus liderados é uma
maneira confortável para bancar o chefe. Entretanto, fala demais de detalhes da
vida pessoal durante o expediente e acaba expondo situações que chegam a
constranger qualquer profissional.
Solução: Para Meiry, o profissionalismo nessas situações é essencial. “Olha,
podemos conversar com mais calma na hora do almoço? Ainda tenho que entregar
aquele relatório para você”, é um exemplo de frase que deve ser direcionada ao
chefe.
Para Battestin, esse chefe se assemelha com o tipo carismático, em que uma cara
feia ou uma “cortada” pode resultar em um afastamento da relação entre o
profissional e o chefe.
4. O sociopata
Seu chefe não demonstra remorso mesmo quando age de forma questionável
roubando ideias, atropelando regras e protocolos, por exemplo? Alguns sinais
indicam que a pessoa realmente tem tendências psicopatas.
Solução: Para Martins, em vez de espalhar o quão sociopata é para os seus
colegas de trabalho, o ideal é tentar não levar para o lado pessoal as críticas. Para
Meiry, às vezes é preciso recorrer ao recursos humanos da empresa e buscar o
apoio de outros profissionais.
5. O autoritário
“Gosta de dar ordens e não de ser contrariado”, resume Battestin. E acaba
fazendo com que os colegas fiquem com medo de expor suas opiniões e ideias.
Solução: Para o consultor o profissional tem que se manter firme ao argumentar
com esse tipo de chefe e deixar sempre claro suas ideias de maneira breve.
6. O instável
Em determinadas situações ele pode ser ríspido e autoritário, mas em outros ele é
extremamente compreensível e sociável. O seu chefe age de acordo com o que
lhe é mais adequado.
Solução: Se isso lhe incomoda, Battestin explica que nesse caso não tem saída: é
preciso agir de acordo com o “humor” do chefe.
7. O monopolizador
Ele gosta de ter total domínio da situação, das informações, dos problemas, de
tudo. “Ele na verdade é inseguro, pois teme que se compartilhar com outras
pessoas o tornará um profissional substituível”, explica Meiry.
Solução: A consultora recomenda que o profissional tente colocar de forma pontual
que pode ajudar o chefe quando ele está muito ocupado. “Poucos líderes sabem
realmente delegar uma equipe, por isso o profissional deve se mostrar disposto e
agir com maturidade”, explica.
Para Battestin, a proatividade faz a diferença, pois ao oferecer ajuda
constantemente, a relação de confiança será construída aos poucos.
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