SUMÁRIO
CONTO.....................................ALUNO...........................................PG
O CRÂNIO.........................................Luana Feo................................................01
BILHETE DE AMOR..........................Flavia Sutil da Silva.................................02
O MISTÉRIO DA CAVEIRA...............Leticia Laurenci Padilha Chagas.............03
LEMBRANÇAS DE BETINHO...........Gabrielly Zatera.......................................05
A SORTE GRANDE............................Fernando Varella Lopes..........................07
A CAVEIRA........................................Murilo Reis..............................................09
O CRÂNIO
LUANA FÉO
1º A, Nº 18
Ontem quando acordei, levantei e fui até a cozinha pois ouvi um barulho
estranho. Era em torno de 9 horas. Quando me aproximei encontrei algo que chamou
minha atenção: havia sobre minha janela algo sem explicaçãso, que eu até então não
tinha identificado.
Com muito medo, cheguei mais perto e, ao tocar, minhas mãos gelaram, minhas
pernas tremeram. Era um crânio humano. Comecei a gritar e em poucos minutos as
pessoas da Vila Madalena estavam todas na rua Cardeal Arcoverde que é a rua da minha
casa.
No meio daquela confusão a polícia apareceu. No início pensei que eles
poderiam suspeitar de mim. Imagina eu, Maria Salete do Carmo, simples tesoureira de
53 anos acusada por um crime que não cometi. Na minha opinião, aquilo era coisa de
macumbeiro ou de gente que não tinha o que fazer.
Mas meu medo foi em vão. A polícia falou que devia ser coisa de violadores de
túmulos, afinal a vila possui cinco cemitérios e o meu caso não foi o primeiro.
Depois de quase tudo esclarecido fiquei mais calma e voltei a deitar. Quando
olhei para o lado um susto, era um fêmur, ainda tremendo., Percebi que tudo iria
recomeçar.
BILHETE DE AMOR
FLÁVIA SUTIL DA SILVA
1º B, Nº 16
Indo até a varanda de sua casa logo que acordou, Mariana observou uma coisa
diferente ao lado de uma das suas flores.
- Oh meu Deus! O que é isso? Havia um crânio horrível ali.
Correu até o telefone e ligou para sua melhor amiga.
- Caraca, você não sabe o que eu achei, corre pra cá, por favor! Rápido!
As duas observavam aquela coisa. Mal sabiam elas o que havia dentro dele.
Avisaram a polícia, achando que pudesse ser macumba, que alguém queria
fazer mal a ela. Fizeram todo o possível para descobrir o que era e qual o objetivo
daquilo.
A polícia, sem muitas respostas, supôs que fossem pessoas que não tinham o
que fazer. Saindo da casa, os policiais receberam um aviso com a notícia de que um
rapaz havia cometido suicídio e afrimou a todos que era pelo fato de ser largado por sua
namorada.
Em sua casa, Mariana, já aliviada. O crânio continuava em sua varanda.
Resolveu observá-lo. Sem medo o pegou.
No rádio, uma estação com notícia da cidade. O locutor falava sobre o mesmo
rapaz que havia se suicidado. Ela escutou pouco.
Quando pegou, o crânio, este se quebrou e dentro havia um bilhete. Abriu.
Começou a ler.
“- Mari, com todo carinho escrevo para que saiba o tamanho do meu amor e
receba uma amostra do que serei em pouco tempo. Para não cometer uma desgraça,
resolvi acabar com a minha vida em vez da sua. Te amo. Seja Feliz”
Desesperada, chorando no chão. Sozinha, era a única a descobrir o segredo.
O MISTÉRIO DA CAVEIRA
LETÍCIA LAURENCI PADILHA CHAGAS
1º C, Nº 22
Eu vi que a fofoca se espalhou por toda Vila Madalena. Mas, o problema.... o
que era essa fofoca? Até a polícia já passara por ali.
–
Eu tenho certeza que foi ele.
–
Será feitiçaria?
–
Só sei que estão demorando muito pra resolver isso.
Conhece a sensação de estar sendo perseguido? Sinto a todo instante. Novo
morador é sempre perseguido. Vinte e seis anos – a maioria de estudo - , agora formado
em Medicina. Início de carreira é fogo, mas não me doeu, ainda, começar do zero. Do
zero da Zona Oeste de São Paulo. Tentei amizades sem sucesso. Era apenas eu, Madona,
Chuck e os cemitérios – dei-lhes apelidos carinhosos, mas isso fica pra mais tarde. O
povo já bem mais vivido tinha sempre a mesma rotina, então, seu novo passatempo era o
“louco” que andava de um lado para o outro com uma gata siamesa branca – linda por
sinal e tirando milhares de fotos do cão em cima dos túmulos. Meu hobby, por que
mudaria? Depois de seis meses ali, fiz apenas duas necropsias. Este era o único
momento em que as pessoas se aproximavam de mim. Mas... um grupo, liderados pela
aposentada, atual tesoureira da Capela, a Senhora Maísa, atacaram-me de meio-dia.
–
Por que você fez aquela brincadeira de mau gosto? Dizia a voz firme da
velha.
–
Boa pergunta! Mas do que se trata?
Sem entender nada, e nada surpreso de ser acusado. Pois era o “diferente”, só
poderia ter sido eu, não é mesmo? Os caras das Artes Plásticas, que chegaram há dias
eram normais, mas eu era estranho.
–
A caveira seu “Caladinho”. O filho da velha me afirmava.
–
Desculpe, não entendo do que estão falando.
–
Foi você que colocou uma caveira ontem à noite na minha janela. E hoje,
quando fui regar as flores, ela estava lá. Mal enrolada por uma sacola plástica. E não
negue! Foi visto com uma sacola ontem, voltando do Cemitério da Luz.
Preferia chamar “Querido Pôr-do-Sol”. Meigo demais para uma pessoa só e
séria, mas me lembrara da infância, da hora em que meu pai me deixou. Bom, sem
tempo de falar que realmente estava lá, com uma sacola, procurando Chuck, cachorro
vagabundo, ela continuava.... agora aos berros.
–
Foi você! Eu sei que foi!
–
Por favor. Não me condene sem saber quem sou.
–
Prove que não foi.
Foi sua palavra final e o começo da minha busca. Sem ajuda, visitei casa por
casa, desde a rua Passo Largo até a do “crime”, Cardeal Arcoverde. Com muitas portas
batendo ao nariz não desisti. Quanto mais sabia, mais se afastava do mistério.
Bati na República dos caras das Artes de agora. Um deles se dispôs a ouvir-me.
–
Vai ficar feliz! Me exclamava.
–
Sério? Você sabe quem foi? Me ajude, estou....
–
Sim, calma, já fiquei sabendo. Escute só. Estamos fazendo os preparativos
para a festa do Dia das Bruxas. Está uma bagunça, como pode ver. E por isso só
sente falta hoje de uma caveira.
–
Acredita que não me deixaram ver a caveira. Levaram logo para a polícia,
e... incrível! Você deve ser um artista de mão cheia.
–
Por quê?
–
Ora, eles nem notaram a diferença de um crânio humano e um adereço.
Rimos os dois.
–
Não querendo te desanimar, mas....
–
Céus. O que houve agora?
–
Meu colega deixou a caveira secando no quintal junto às abóboras, e quando
foi recolher viu um cão pisoteando nosso trabalho.
–
Ah! Até sei o final dessa história. O cão destruiu alguns enfeites e nem se
deram conta de que ele apanhou um.
–
Parabéns. Melhor que vidente.
Com a prova em mãos fui resolver minha pendência. Depois da falação, a velha
fez o uso da palavra.
Embaixo da janela havia meu caixote. Um animal pode facilmente subir. Acho
que te devo desculpas “Ser estranho”.
Sim, eles não sabiam meu nome.
–
Agora parece que vamos nos entender.
–
Olhem! É aquele cão! Exclamou um dos caras da República.
Todos os olhares voltaram-se para mim. Não tinha jeito. Não tinha explicação.
Não tinha conversa, ou melhor. Nunca mais falaram comigo. O cão era Chuck.
LEMBRANÇAS DE BETINHO
GABRIELLY ZATERA
1º C, Nº. 16
Hoje faz 5 anos que meu filho morreu. Foi atropelado tragicamente.
Fomos ao cemitério, eu, meu marido e minha outra filha. Chegando lá, nos
dirigimos direto ao túmulo de Betinho.
- Meu bem, você ainda sente falta dele? – perguntou meu marido.
- É claro, Roberto. Você não sente? – falei friamente.
- É claro que sinto, como não sentiria? Foi só uma pergunta. – disse ele.
- Sabe querido, toda noite quando rezo para ele sinto sua presença junto a nós.
É como se ele estivesse dormindo em nosso meio. Confesso que às vezes sinto um pouco
de medo.
- Eu também sinto a presença dele, pois ele ficou 6 anos ao nosso lado, mas não
temos motivo para sentir medo,meu amor. – respondeu ele, dócil.
- Eu sei, mas aí olho para o lado e vejo você, tudo melhora, eu me acalmo e fica
tudo bem. – disse eu.
Ficamos vinte minutos lá e logo fomos embora. Nossa casa ficava a menos de 2
minutos do cemitério, pois era no mesmo quarteirão.
Os anos foram passando, até que o dia do aniversário de Betinho chegou. Hoje
ele completaria 12 anos. O dia amanheceu nublado e permaneceu assim até o fim. Logo
depois do almoço fomos até o cemitério levar flores a Betinho. Como de costume,
rezamos pela alma dele, e ao sair de lá, disse:
- Fica com Deus, meu filho.
Meu marido não gostou do que foi dito por mim, e me respondeu:
- Meu bem, você precisa aceitar a idéia de que o Betinho está morto, senão
você nunca se acostumará a viver sem ele.
Abaixei a cabeça, fingi que nada ouvi e continuei andando.
A noite chegou, o céu estava com poucas estrelas, e, como de costume,
jantamos e fomos nos deitar. Custei a pegar no sono, e de pouco em pouco acordava.
Quando consegui dormir, sonhei com meu filho. No sonho, ele estava chorando, falou
que estava com muita saudade, que tinha voltado para casa e que dessa vez era pra
ficar. Acordei chorando, e quando vi, já havia amanhecido.
Desci para a cozinha, quando vi umas pessoas ao redor da janela, entre elas a
polícia. Assustada, perguntei o que havia acontecido. Meu marido me abraçou e falou
que haviam encontrado uma caveira na janela da cozinha. Lembrei do meu sonho. Ele
tinha voltado.
A SORTE GRANDE
FERNANDO VARELLA LOPES
1º D, Nº 17
18 DE JANEIRO DE 1999, São Paulo, Vila Madalena, Rua Cardeal Arco Verde,
Cemitério Municipal nº 03, 2 horas da madrugada.
- Rápido! Rápido! Junta tudo e vemo dá o fora!
- Calma aí, eu sei que tem algo por aqui.
- O que você está procurando?
- É muito valioso!
- Vamo, antes que os truta pegue a gente!
- Achei! Achei!
- tão tá, bota no saco e vamo embora!”
- Péra, Péra! Só preciso do que tem dentro.
- O que é isso?
- Isso é o que vai tirar nóis da favela!
- Há! Há! Uma caveira vai deixar nóis rico, tá de malandrage, né?
- Não! Não! Esse crânio era dum ladrão de Banco! Maior “fran-finage”.
- Depois nóis divide, mas agora vamo “vaza”, antes que nos peguem, eu
conheço um atalho por essa rua, vai até a divisa do morro verde com a favela da lajota!
- Tão vamo!
Andaram pelas sombras, escondendo-se depois de terem roubado um diamante
de 1500 quilates, algo que não poderiam nem sonhar com o valor real.
Tudo ocorria bem, até que o guarda noturno aparecesse na esquina, não deu
um segundo e eles estavam dentro do terreno da casa da ex-tesoureira da cidade.
- É maluco, ele quae “litô” nóis.
- Divide aí esse tesouro!
- Toma! Esse é teu!
Ao dizer isso o portador do tesouro tirou o diamante e deu somente o crânio ao
amigo, depois saiu correndo como um doido por entre as casas, sabendo que ficara
multimilionário e enganara o “trouxa” do amigo.
- O que deu nele para sair correndo desse jeito? – Pensava o amigo que ficou
parado com o crânio na mão.
- Pensando estar rico ele deixou o outro crânio que havia pego no cemitério,
sobre a janela da senhora, apenas coberto com um sado de mercado.
18 de janeiro de 1999, São Paulo, Vila Madalena, rua Cardela Arcoverde, casa
da ex-tesoureira da prefeitura, 9 horas da manhã.
Levantou-se, abriu as cortinas e o vento levou o saco, a reação foi imediata.
- Aaaaaiii, socorro! Deus me ajude! Polícia! Polícia! Chame a polícia rápido
juvenal, anda, acorda dessa cama seu vagabundo!
- Mnham, mnham, mnham, o que houve muié?
- Macumba! Saravá! Despacho.
- O que foi? O que foi?
- Morto! Cortina! Saco! Janela!
- Se acalma Marolefa, eu não estou entendendo nada do que você está dizendo!
- Bruxaria! Despacho!
- Calma!
- Ca, ca, ca, cave....
Pobrezinha não terminou de falar e desmaiou, depois de algum tmepo ela olhou
para a janela e disse:
- Olhe na janela!
- O que é aquilo Marolefa?
- É o filho do demônio!
- Você tem razão é o filho da vizinha!
- Não nessa janela, na outra jumento!
Só então que Juvenal viu a caveira. Logo em seguida o povo da rua se
amontoava para ver o que ocorria, a polícia recolheu o crânio para análises.
Jornais da cidade toda falavam do caso, cada um mentia mais do que o outro.
Tudo teve repercussão apenas por uma semana até encontrarem o ladrão que
foi enganado pelo amigo, devido às suas impressões digitais ele foi identificado e detido.
O ladrão que ficou com a pedra, encontra-se em um paraíso fiscal longe do
Brasil, junto com outros políticos corruptos, cada dia mais convencido de que fez seu pé
de meia para o resto da vida, mas nem sempre dinheiro é felicidade.
A CAVEIRA
MURILO REIS
1º D, Nº 28
A Marlene diz que foi em julho. Eu não lembro direito, acho que foi em Abril,
no começo do outono: O Clima não ajudava muito. O dia amanhecia frio, depois
esquentava um pouco até a gente quase suar. Cinco minutos, depois começava quela
garoa. Maldita garoa. É sempre aquele molha ruas, não chove. Chega a dar nojo.
Como ia dizendo, aquele fato aconteceu no começo de abril, ou será que foi no
fim de março? Não lembro, mas isso não importa. O fato é que era outono, e como se
não bastasse aqueles dias corridos, um dia apareceu uma caveira na janela da minha
casa. A Marlene que achou. Desesperou-se e disse:
- Cruz credo! Meu Jesus amado! Que horror! Isso é coisa do demônio! O
tinhoso quer possuir nossa casa! Loucuras da velha. Gosta de falar merda. Chamei a
Polícia. Arrependi-me depois. Vieram aqui com aquelas caras de sono, pegaram a
caveira. Deram uma entrevistazinha para um jornaleco daqui da vila mesmo, e foram
embora. Disseram que podia ter sido uns violadores de túmulos, ou talvez, um necrófilo.
Mas eu não boto muita fé não. Aqui na vila pode ter de tudo, mas essa gente é de bem.
A Marlene saiu espalhando a notícia, fofocando por aí. Mulher é sempre assim.
Dois dias depois cada um tinha sua versão do caso. Tinha gente que achava que foi o
padre, que tem cara de tarado. Outros diziam que viram aqueles EMOS, rondando os
cemitérios daqui. Mas pra mim, tudo é história pra boi dormir.
Minha opinião? Deve ter sido um cachorro. A Vila Madalena sempre teve fama
de ser casa de vários vira-latas. E pra quem não sabe, por essas bandas tem cinco
cemitérios. Três deles são dos ricos, uma belezura. Um outro é da prefeitura, meio
cuidado até. O pior é aqueles dos pobres, que fica perto daqui. É fácil para um
purguento arrancar a cabeça de um caixão. Tenho certeza! Foi um cachorro.
Mas não contei pra ninguém. Dois dias depois todo mundo já tinha esquecido
da caveira. Todos tem coisas mais importantes para fazer. Trabalhar o dia inteiro como
escravos, cuidar da vida dos outros, comer, trepar, assisitr a novela, o jogo. Esse tipo de
coisa, sabe.
Vou tomar um talagasso, fumar alguns cigarros, e vou dormir. Amanhã tenho
muito o que fazer.
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COLÉGIO ESTADUAL MÁRIO DE ANDRADE