July, 2010
Caro Leitor,
Dedicamos esta edição de SinergiA ao papel emergente da agricultura em esquemas de pagamentos por serviços ambientais. Seth Shames e
Sara Scherr oferecem sua perspectiva em relação ao futuro de projetos de carbono no setor agrícola latino-americano e Michael Coren destaca
o potencial da agricultura para consolidar a base econômica das comunidades rurais, reverter a degradação e evitar o desmatamento, alem de
melhorar a produtividade dos solos.
Lembramos qu e to das as e dições pa ssadas d e S inergiA, incluindo a ultima sob re “ REDD pó s-Copenhague” po dem ser ace ssados e m:
http://www.katoombagroup.org/newsletter.php. Esperamos que esta edição lhes seja útil e agradecemos pelo seu interesse em nosso boletim
sobre serviços ambientais na região.
Saudações,
As redes promotoras de SinergiA
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OPINIÃO
O FUTURO DE PROJETOS DE CARBONO NO SETOR AGRÍCOLA LATINO-AMERICANO
De Seth Shames and Sara J. Scherr, EcoAgriculture Partners
http://www.ecoagriculture.org/index.php
Embora pouc os falassem de agricultura na c orreria ao REDD, postulamos que i niciativas agrícolas de mitigação
são t ão i mportantes quanto out ras, para os m ercados de c arbono, t anto na região l atino-americana c omo
internacionalmente. Sem componentes agrícolas, a i ntegridade e viabilidade de REDD fica comprometida e per dida
a oportunidade de desenhar projetos de c arbono com co-benefícios para a segurança alimentaria.
A agr icultura c ontribui 20% as emissões at roprogênicas na r egião Lat ino-america e C aribe. E stabelecimentos
agropecuários em grande escala emitem gases com efeito estufa através do uso de fertilizantes, aração e resíduos
da c riação de ani mais. P equenos agr icultores v ivem em pai sagens m osaicas que c ontêm quant idades
consideráveis de carbono em fragmentos florestais, pas tagens, pal meiras, e out ros c ultivos, mas t ambém
contribuem c om emissões através da sua degr adação continua. A maior causa do desmatamento é a agricultura;
sua exclusão de um acordo global para a proteção do clima faria o REDD não sustentável.
Mercados de carbono têm que evoluir para incluir medidas no setor agrícola. Exemplos são: a preparação de solos com impacto reduzido, redução de
erosão, c ultivos per enes que mantenham r aízes e c obertura vegetal dur ante o ano todo, aumento de bi omassa em si stemas de pastoreio através de
sementes e manejo melhorados, melhor eficiência no uso de fertilizantes, melhor manejo de resíduos da produção animal, aproveitamento de emissões
de metano par a pr odução d e bi ogás e r edução do us o de combustíveis f osseis na pr odução agr ícola. Tais medidas r eduzem r iscos e custos de
produção, melhoram a renda familiar e protegem recursos hídricos e a biodiversidade. Seus benefícios muitas vezes superam pagamentos por carbono
ajudando aos agricultores a adotarem sistemas de pr odução sustentáveis.
Um movimento esta surgindo para expandir os mercados de carbono agrícola mundialmente. Padrões
de c ertificação es tão se es tabelecendo nos mercados voluntários e nos mercados r egulados um
programa de trabalho parece provável no âmbito do SBSTA (grupo de assistência cientifica e técnica
a UNFCCC) no final do ano em Cancun. é hora de avançar dos pequenos projetos a toda cadeia de
valor e i niciativas sustentáveis a ní vel de paisagem.
Os i novadores na A merica Lat ina s ão lideranças em mecanismos de pr emiação de guar diões de
recursos naturais:
O Projeto Regional Integrado de Manejo de Ecossistemas Silvopastoris foi pioneiro no uso de pagamentos por serviços ambientais para promover
seqüestro de carbono em pastagens degradadas em Colômbia, Costa Rica e Nicarágua.
A Cooperação Educativa para o Desenvolvimento Costarriquense esta desenvolvendo o potencial da produção orgânica em Costa Rica, Cuba e
Brasil com o objetivo de seqüestrar carbono e explorando o potencial de projetos a escala de paisagem do tipo “carbono + biodiversidade” que
poderiam ser certificados
Números pr ojetos r egionais es tão sur gindo par a pr omover o c ultivo de c afé e c acau em sombra e pr ogramas de c ertificação es tão
experimentando com certificados de “amigável ao c lima”.
Embora f altem mensurações adequadas em c ampo na maioria dos paí ses latino-americanos, métodos c usto-efetivos de monitoramento e verificação
estão desenvolvendo rapidamente. Colômbia, Chile e Uruguai, se uniram a Aliança Global de Pesquisa sobre Gases de Efeito de Estufa da Agricultura,
agora enf ocado em s istemas c omerciais. A FAO es ta estabelecendo um centro para a c oleção de dados de emissões par a diversos s istemas d e
produção.
Para ficarem financeiramente viáveis, os projetos agrícolas de carbono precisam reduzir seus custos de transação, e.g. relacionados à necessidade de
agregar grandes números de agr icultores em ac ordos de pr oteção do c lima, r eduzir r iscos na pr odução agr ícola, e empoderar os ag ricultores a
negociarem acordos justos. Felizmente o setor agrícola pode aproveitar estruturas institucionais existentes, como cooperativas, agronegócio, e iniciativas
de desenvolvimento territorial. Custos podem s er r eduzidos através do f ortalecimento de c apacidades locais par a o desenvolvimento de pr ojetos e sua
gestão, acesso ao pré-financiamento de projetos, e monitoramento simplificado. As lideranças latino-americanas precisam se engajar na estruturação de
sistemas lógicos, funcionais e r egionalmente apropriados de financiamento de carbono (carbon finance).
REDUZIR EMISSÕES E PRODUZIR MAIS? A NOVA PROMESSA AGRÍCOLA
De Michael J. Coren, Climate Focus
http://www.climatefocus.com/
Na hor a de f echar o Protocolo de Q uioto em 1996, os negociadores da pol ítica de c lima ac haram que o
desenvolvimento e a mitigação da mudança climática não seriam apenas compatíveis se bem essenciais um para o
outro. O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo ( MDL) do Protocolo de Quioto, de f ato, c umpriu boa parte dessa
missão: F inanciamento di reto para i nvestimentos em t ecnologias de bai xa em issão par a países em
desenvolvimento ( principalmente nos setores de energia e i ndustrial). Contudo, quem esperava que os mais pobr es do mundo se ben eficiassem, foi
decepcionado. A maior parte de fundos no âmbito do MDL nunca chegou às favelas ou ao c ampo.
A agricultura agora pode reverter esta tendência. Se bem responsável por 14% das emissões antropogênicas globais, o setor agrícola foi marginalizado
na política internacional do clima. Foi excluído do MDL (com a exceção de projetos de esterco e tratamento de águas r esiduais), e permaneceu sujeito a
contabilização nacional voluntaria no âmbito de Quioto, devido a i ncertezas cientificas e falta de liderança política no assunto. Tudo isso esta mudando.
Por quê? Finalmente, as sinergias entre mitigação e adaptação no uso de terra parecem estar em alcance. Durante anos, países em desenvolvimento,
especialmente na áf rica, f oram c ontornados q uando bi lhões d e dólares f luíram a set ores i ndustriais de paí ses c omo C hina, que c onseguiram
rapidamente canalizar investimentos verdes em pr ojetos reais. Agora há momentum par a mais. Embora, pouc o destacado no Acordo de Copenhague,
pelo menos 17 das 35 países (incluindo o Brasil, Marrocos, Papua Nova Guiné, e a Etiópia) submeteram planos visando medidas no setor agrícola para
Ações de Mitigação A dequadas ao C ontexto Nacional par a países em desenvolvimento ( NAMA) a Convenção Marco das Nações Unidas S obre a
Mudança Climática (UNFCCC).
Para a população rural do pl aneta, a agr icultura e um a c onstante. O ferece 1/3 dos empregos a ní vel m undial e m uito m ais em paí ses em
desenvolvimento. Se bem feitos, investimentos no setor agrícola podem contribuir a r everter desmatamento, recuperar degradação de solos, e melhorar a
produtividade agr ícola. Necessidades de adaptação também poder iam ser atendidas, poi s medidas agrícolas que r eduzam emissões ou seqüestram
carbono devem aumentar a resiliência e a produtividade de terras agrícolas.
Os paí ses em desenvolvimento estão apr oveitando esta oportunidade
junto a doadores internacionais, por exemplo, na Francia, Dinamarca
e os Estados Unidos. Iniciativas como o apelo dos países G8 para 20
bilhões de dól ares de do ações para a agr icultura e um bi lhão
anualmente par a pesquisa agr ícola relacionada ao clima são si nais
iniciais. Vai precisar de mais. Até 2050 a FAO estima que se precise
210 bi lhões de dól ares anuais de i nvestimentos par a al imentar a
população mundial que at é então deve aumentar par a 9. 1 bi lhões,
principalmente f ora de paí ses i ndustrializados. A est imativa não
considera os custos de adaptação a mudança climática – pelo menos
7 bilhões de dólares anuai s segundo o C entro Internacional par a
Pesquisa em A limentos e Política ( IFPRI). Tendo em vista a baixa
produtividade de terras degr adadas pelo uso agr ícola em boa par te
do mundo em desenvolvimento, não há outra saída do que a procura
de novas f ontes de r ecursos par a gar antir a segur ança al imentar.
Novas oportunidades es tão sur gindo: Em C openhague, os paí ses
desenvolvidos pr opuseram l evantar 30 bi lhões de dól ares par a
mitigação e adapt ação at é 2013 a s erem aum entados para 100
bilhões anualmente depoi s, uma par te di sso par a medidas no setor
agrícola.
Financiamento pr ivado t ambém é c ritico. O I PCC es tima que medidas de mitigação em paí ses em des envolvimento poder iam ger ar r eduções de
emissões no valor de 30 bilhões de dólares no setor agrícola. Porém, financiamento público e privado ainda é insuficiente: a agricultura apenas ger a 6%
dos c réditos de c arbono negoc iados no mercado i nternacional ( uma f ração deles oriundos da pequena agr icultura e/ ou solos) e apenas 4 bi lhões de
dólares da assistência oficial de desenvolvimento foram direcionados a agricultura.
Contudo, há metas claras para reduzir o impacto climático da agricultura. Hoje, e excluindo o desmatamento, a maior parte das emissões do setor, vem
da fertilização e intervenção em solos (N2O), fermentação entérica (CH4), esterco (CH4 e N2O), e o cultivo de arroz (CH4). Reduzindo essas emissões
junto com o seqüestro de carbono em solos e plantas poderia chegar a 5.5-6 bilhões de toneladas de CO2eq reduzidas anualmente até 2030, segundo o
IPCC. I sto é pelo menos equi valente aos setores de i ndústria e de ener gia em términos de potencial bruto e poder ia ser alcançado por melhorias no
manejo de cultivos e pastagens nos países em desenvolvimento.
Enquanto o caminho parece claro, faltam detalhes importantes. Tecnologias para o monitoramento e a verificação têm de ser aprimorados. Tecnologias
para o aumento estável da pr odutividade agr ícola pr ecisam ser af inadas e ajustadas a paí ses e ec o-regiões espec íficas, e depoi s, di sseminadas em
base de educ ação e f inanciamento s ustentado. P olíticas nac ionais pr ecisam alinhar pr ogramas de mitigação c om nec essidades de ad aptação. E
finalmente, o a UNFCCC – ou outro órgão – precisa estabelecer um marco global para coordenar pesquisa, desenvolvimento e i mplementação.
Chegando lá
A próxima conferencia do c lima vai ser em novembro 2010. Quase c om certeza vai ser c edo demais par a um acordo f inal que i nclua agricultura. A
maioria das partes ai nda esta def inindo suas posições, ou no pr ocesso de entender as implicações par a i nteresses nac ionais. Alguns, c omo a í ndia,
estão expressando preocupações relacionadas à mitigação no setor agrícola.
Mas os pr imeiros pas sos t entativos a um ac ordo gl obal foram r ealizados. P rojetos pi lotos est ão s urgindo em vários paí ses em des envolvimento.
Financiamento público e mercados apostam bilhões num papel futuro da agricultura na mitigação e adaptação a mudança climática. O resultado dessas
apostas pode não f icar aparente dur ante os pr óximos anos e pr ovavelmente vai evoluindo dur ante déc adas – c om apoi o da pesqui sa e mecanismos
concretos da UNFCCC, quem sabe, para finalmente cumprir a pr omessa de acoplar mitigação a um desenvolvimento limpo.
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PROJETOS
PROJETO INVESTE EM AGROFLORESTAS NA AMAZÔNIA PARA SEQUESTRAR CARBONO
Paulo César Nunes
Coordenador Técnico
Projeto Poço de Carbono Juruena
6/17/2010
Recuperar áreas degradadas com sistemas agr oflorestais ( SAFs) par a fixação de c arbono e ger ação de r enda. Esta é a pr oposta do projeto Poço de
Carbono Juruena que está sendo executado em Juruena-MT. Implementado pela Associação de Desenvolvimento Rural de J uruena – ADERJUR e c om o
patrocínio do Programa Petrobras Ambiental, o projeto irá envolver cerca de 150 famílias de agricultores familiares além do estabelecimento de diversas
parcerias para que em dois anos cerca de 660 hec tares sejam recuperados e outros 7.000 hectares tenham seu desmatamento evitado.
O projeto também investe em ações de Educação Ambiental e apóia formas de organização social em torno do planejamento e gestão para conservação
de reservas legais e recuperação de áreas alteradas, ajudando a firmar parcerias, a exemplo da que foi firmada com a empresa Rohden que vai permitir
a extração de c astanha-do-Brasil da sua área de manejo florestal de 25. 000 ha, por agricultores de uma cooperativa.
Nosso e-mail de c ontato é paulojuruena[at]hotmail.com
Nosso site para maiores informações é www.carbonojuruena.org.br
ESTADO DOS PAGAMENTOS POR SERVIÇOS HIDROLÓGICOS: UM MERCADO EMERGENTE
Reunião Global do Katoomba, Hanói
23 June
O r elatório apr esentado por Tracy Stanton, Marta Echevarria, Katherine Hamilton, e C aroline Ott c omeça r essaltando a i mportância da água par a o
planeta e a relevância de pagamentos por serviços hidrológicos (PSA-H) para melhorar sua conservação e gestão.
O relatório traz dados quantitativos sobre o estado de PSA-H em todos os continentes apontando a PSA-H que abrangem
atividades agropecuárias, c omo o uso reduzido de f ertilizantes, manejo de estercos, manejo de pastagens, c ontrole de
erosão e fomento a atividades agroflorestais.
A publicação destaca projetos de agricultura sustentável, como o programa “Countyside Managemen Scheme” no Norte da
Irlanda, que recebe apoi o do Fundo Europeu par a Desenvolvimento Rural. Este projeto apóia agricultores que se unem
para adotar praticas de produção c om bene fícios am bientais, c omo biodiversidade, qu alidade d’ água, mitigação da
mudança climática, qualidade de solos, e beleza paisagística.
Outro projeto em destaque é o “Produtores de água” em Espírito Santo, Brasil, que envolve compensações por litro de leite
não produzido para reduzir a pr essão por pastoreio em áreas com remanescentes florestais.
O r elatório pode ser ac essado aqui : http://moderncms.ecosystemmarketplace.com/repository/moderncms_documents
/state_of_water_2010.pdf
FERRAMENTAS
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PAGAMENTOS POR SERVIÇOS AMBIENTAIS (PSA) DE PAISAGENS AGRÍCOLAS
Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO)
Esta pagina W EB pretende disseminar informação sobre o potencial da agricultura para aumentar a pr ovisão de serviços ambientais e sua remuneração.
Os principais recursos são:
Uma lista de esquemas de PSA existentes
Dados e i nformação sobre o potencial da agr icultura para provisão de serviços ambientais
Um avaliação da demanda atual e futura por serviços ambientais prestados pela agricultura
Melhores praticas de desenho de esquemas de PSA com benefícios para populações de bai xa renda
Informação para melhorar a comunicação entre implementadores e i nteressados.
Para mais informações acesse: (English) http://www.fao.org/es/esa/PESAL/index.html (Espanol) http://www.fao.org/es/esa/PESAL/index_es.html
REDD NO MUNDO REAL: UM FILME
6 Junio
Em par ceria com o Fundo Internacional par a Conservação e Educação (INCEF), o For o de Preparação par a REDD produziu uma c urta metragem
inovador introduzindo os conceitos básicos relacionados a mudança climática, carbono florestal e REDD. “REDD no mundo real” utiliza 28 vozes de 18
paises e 7 línguas, apresentando os conceitos técnicos relevantes para entender e par ticipar no debate nacional e internacional.
O filme é di sponível gratuitamente em Português, Inglês, Frances, Espanhol, entre outros.
Para acessar visite:
http://www.theredddesk.org/reddready/redd-film
USO DA TERRA COM LINKS PARA AGROECOSSISTEMA FUNÇÕES
Pessoas em Ecossistemas / Integração de Bacias Hidrográficas (PE/WI sigla em inglês):
Uma ferramenta di nâmica de B acias Hidrográficas par a Li nking S aídas A groecossistema de Uso e
Cobertura do Sol
Universidade Estado de Iowa
June 2010
Frequentemente, os i mpactos da esc olha de uso da terra só são avaliados em uma di mensão, seja
ecológica, social ou econômica. Soluções sustentáveis requerem soluções integradas. A ferramenta de
aprendizagem P E/WI ( Pessoas em E cossistema/Integração de B acias H idrográficas, da si gla em
inglês) é um simples modelo de planilha pr ojetado par a auxiliar pessoas em tomadas de dec isão sobre
usos multidimensionados de terra. Usuários do modelo manipulam r epetidamente a c obertura da terra
em uma bacia hidrográfica virtual, a fim de projetar uma bacia que atenda suas percepções e objetivos
para o bom f uncionamento de um a pai sagem agr ícola. O m odelo calcula i númeras variáveis, i ncluindo vazão de f luxo de s edimentos, ní vel de
biodiversidade e r endimento econômico, o que ajuda os usuários na pr ojeção de paisagens.
Clique aqui para baixar a versão adaptada às paisagens dos Cinturões do Milho nos EUA: http://www.nrem.iastate.edu/landscape/projects/pewi/pewi.html
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PUBLICAÇÕES
ANÁLISE COMPARATIVA DA CONSERVAÇÃO DE TERRAS PRIVADAS
María Florencia Morales, Mestre em áreas Naturais Protegidas 2008
La Fundación Interuniversitaria Fernando González Bernáldez
A c onservação de t erras pr ivadas ( CTP) é uma f erramenta de ges tão territorial que depende dos mecanismos legais e incentivos existentes, das
capacidades dos ONG e dos usos de terra que c aracterizam a hi storia e o c ontexto de c ada território. CTP r equere menores gastos públicos que a
conservação de terras públicas e pode c omplementar seus objetivos. CTP permite compatibilizar c onservação c om produção e assim pode representar
um motor de desenvolvimento sustentável em zonas rurais que sofrem pressão em seus recursos naturais.
Com a colaboração de diversos atores em Argentina, Brasil, Chile e Espanha, se realizou uma análise comparativa das estratégias e iniciativas de CTP
nesses paí ses. CTP geralmente parece sur gir de uma motivação c onservacionista, mas enquant o o modelo E spanhol de “ Custodia del Território”
apresenta semelhanças com o modelo Norte Americano de “Land Trusts”, nos países latino-americanos há uma grande diversidade de modelos de CTP
diferenciados.
O relatório da análise pode ser baixado aqui: http://www.uam.es/otros/fungobe/trabajos_morales.htm
PAGAMENTOS PODEM MELHORAR SERVIÇOS AMBIENTAIS EM TERRAS AGRÍCOLAS?
Boletim do Fórum Montanha, Volume X, Número 1, janeiro 2010
Frank van Schoubroeck, Noureddine Nasr and Mathilde Maijer
O t rabalho do " ILEA" compara os s erviços ambientais of erecidos por monocultivos no oás is de Gafsa, na Tunísia, c om os providos por c ultivos
associados. Ele traz hipóteses sobre os impactos que diversos mecanismos de PSA – pagam entos diretos e subsídios; rótulos ecológicos e mecanismos
de impostos e licenças negociáveis - e extrae as seguintes lições aprendidas:
Os sistemas de c ultivos associados fixa mais carbono em comparação com monocultivos
A família com contrato de locação mais longo reproduziu métodos de cultivo tradicionais com bons serviços ambientais; enquanto que a família
com c ontrato c urto não pôde investir em c omplexos sistemas de pr odução, e até destruiu algumas para obter lucro a curto prazo da terra que
utilizava;
Em geral, mais que direitos de jure sobre a terra, o c ontrole de fato sobre ela é dec isivo para esquemas de PSA
http://www.katoombagroup.org/documents/newsletters/sea/MF1.pdf
IMPACTOS SOCIAIS E AMBIENTAIS DE PAGAMENTOS POR SERVIÇOS AMBIENTAIS EM SISTEMAS
AGROFLORESTAIS
Revista Internacional de Desenvolvimento Sustentável & Ecologia Mundial, Volume 17, Questão 3, páginas 208-216
junho 2010
Há pouc as informações atuais sobre o quanto PSA c ontribui para o aumento do plantio de ár vores em r elação à linha de base ou sobre os efeitos de
participação no pr ograma nas c ondições de vida de agr icultores. O estudo em questão examinou o i mpacto i nicial de um pr ograma recente de PSA
referente a si stemas agr oflorestais no s ul da C osta Rica. O s agr icultores r elataram benef ícios econômicos pos itivos nos pr imeiros 2- 3 anos de
participação no pr ograma. Agricultores envolvidos em P SA plantaram muito mais ár vores e mais espécies do que os que não par ticipam. O programa
PSA f oi ef icaz na superação dos obstáculos ec onômicos e técnicos i niciais, o que f ez a adoção de sistemas agr oflorestais f icar menos i nteressante.
Organizações locais influentes desempenharam um papel f undamental no sentido de facilitar a adoç ão. I nvestimentos adi cionais de apoio técnico, no
curto e médio prazo, provavelmente serão necessários para a ampla adoção de pr áticas agroflorestais, além da dur ação dos contratos de PSA.
Para comprar este artigo, utilize o seguinte link: http://www.informaworld.com/smpp/ftinterface~content
O QUE É PRECISO PARA FAZER REDD FUNCIONAR NA PRÁTICA?
Conservação Internacional
Esta publicação da ONG Conservação I nternacional analisa a experiência de 12 pr ojetos pi lotos c om envolvimento da
organização. A brangendo nove paí ses, a análise i dentifica 5 elementos críticos par a o s ucesso de pr ojetos REDD:
parcerias, f undamento cientifico, f inanciamento adequado, par ticipação dos atores r elevantes e o apoio de autoridades
publicas.
Mais informações:
http://www.conservation.org/Documents/redd/CI_REDD_Lessons_Learned.PDF
FUNDOS PARA ÁGUA: PROTEGENDO BACIAS HIDROGRÁFICAS PARA O BENEFICIO DE GENTE E NATUREZA
TNC
A traves de uma avaliação de f undos par a água na r egião Norte dos A ndes, esta publicação identifica f atores
chaves par a aumentar a ef etividade de pr ojetos e aponta par a um a m aior c onsideração de características
biofísicas e historia de projetos e outros desafios na replicação de modelos de fundos para águas como estratégia
de conservação.
http://www.redrisas.org/documentos/TNC_Water_Funds_Report.pdf
CONSERVAÇÃO DOS MANANCIAIS DE MOYOBAMBA
Conservação dos Mananciais de Moyobamba: Uma breve revisão da pr imeira experiência em pagamentos por serviços ambientais no Peru
Boletim do Fór um Montanha
Fernando León e Renner Isabel
janeiro 2010
No vale Alto Mayo, Moyobamba, Peru, foi introduzido um mecanismo de pagamento pelo uso sustentável da floresta e
para r eduzir a c ontaminação da água pela pec uária e lavagem de c afé. Um comitê f oi c riado pelos habi tantes de
Moyobamba por meio da reunião pública para implementar o esquema de PSA. Foi introduzida uma taxa na conta de
água em agosto de 2009, e a renda é administrada pelo comitê de direção. O Governo Regional de San Martin cobre
os custos altos de transação da mudança de corte e queimada para sistemas agroflorestais. Esse caso mostra que o
envolvimento governamental é indispensável para o sucesso de PSA agr ícola.
http://www.katoombagroup.org/documents/newsletters/sea/MF2.pdf
OUVINDO A POPULAÇÃO LOCAL SOBRE PAGAMENTOS POR SERVIÇOS AMBIENTAIS
Revista de Gestão Ambiental
Volume 91, Issue 5, Páginas 1139-1149
Maio 2010
Esta pesquisa explora perspectivas de pessoas pobres que vivem em um parque nacional no Vietnã, no qual está se considerando a introdução de PSA.
Intensas entrevistas e workshops foram r ealizados – c om f orte ênfase na utilização de técnicas visuais, par a f acilitar processos de aprendizagem e
proporcionar c onhecimento sobre per spectivas locais. Os resultados r evelam três pr incipais r equisitos i mportantes no projeto de "PSA pr ó-pobre": (1)
Estudos prévios intensos para assegurar que os sistemas são baseados em uma sólida compreensão das perspectivas de potenciais fornecedores e do
contexto. ( 2) Esses estudos devem fundamentar-se na pesquisa qualitativa e recorrer a f erramentas par ticipativas, par a f acilitar um di álogo aber to e a
co-aprendizagem entre pesquisadores e participantes. (3) Os responsáveis políticos devem considerar projetar sistemas híbridos, ou seja, sistemas, nos
quais os conceitos de PSA são combinados com a conservação integrada com o desenvolvimento.
Para adquirir a publicação: http://www.sciencedirect.com/science?_ob
TENDÊNCIAS E POTENCIAL FUTURO DE PAGAMENTO POR SERVIÇOS AMBIENTAIS PARA ALIVIAR A POBREZA
RURAL NOS PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO
Publicado aqui sob licença pela Aliança Resilience.
Bracer Milder, J. C., S. J. Scherr, e C.. 2010. Tendências e potencial futuro de pagamento para o ec ossistema serviços de combate à pobreza rural nos
países em desenvolvimento. Ecologia e Sociedade 15 (2): 4. [Online]
(Do r esumo) P SA são m ecanismos baseados em mercados que
empregam a c ompensação de usuários de terra por c onservação e
restauração de ec ossistemas. Grande par te de t erras s ensíveis é
ocupada por popul ações de baixa r enda que, assim, pot encialmente
poderiam ganhar em esquemas de PSA. Até hoje, porém, os esquemas
de PSA que benef iciaram a pr ovedores pobres são pouc os e limitados a
locais específicos, escala pequena ou alguns programas públicos.
Este estudo analisa c aracterísticas e tendências em PSA avaliando seu
potencial f uturo par a o alivio de pobr eza em paí ses em desenvolvimento.
Estima-se que até 2030, mercados para a c onservação da bi odiversidade,
poderiam beneficiar 10-15 milhões, mercados de carbono 25-50 milhões,
mercados par a pr oteção hidrológica 80- 100 m ilhões e m ercados par a
recreação e beleza de paisagens 5- 8 milhões de famílias de baixa renda
em paí ses em des envolvimento. S e os mercados al cançarem es te
potencial, s ua c ontribuição ao al ivio de pobr eza s eria si gnificante
globalmente.
Copyright © 2010 pelo autor (s) URL: http://www.ecologyandsociety.org/vol15/iss2/art4/
OPORTUNIDADES
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PLATAFORMA DE PESQUISA DA AGRO-BIODIVERSIDADE
O objetivo geral da Plataforma de Pesquisa da Agro-biodiversidade (PAR, em inglês) é melhorar a gestão e o uso sustentável da agro-biodiversidade para
a satisfação das necessidades humanas, melhorando o conhecimento de todas as suas plataformas em diferentes aspectos. A Plataforma de Pesquisa
da A gro-biodiversidade pr etende melhorar a manutenção e uso da agr o-biodiversidade at ravés da si ntetização e do intercambio do conhecimento
existente, i dentificando as ár eas onde a pes quisa é nec essária e es timular o des envolvimento de par cerias e novas pes quisas. Um dos t emas da
Plataforma está focado na utilização da agr o-biodiversidade a f im de ajudar a lidar com as mudanças climáticas.
Anúncios, ar tigos, ev entos, opor tunidades de f inanciamento, em pregos, not ícias, pr ojetos e pr ogramas, publ icações, f ormação, w ebsites, et c.
relacionados a agro-biodiversidade, estão disponíveis no recurso online.
Metas da PAR:
Apoiar o desenvolvimento de uma base de conhecimento adequado da agr o-biodiversidade.
Identificar as formas em que a bi odiversidade agrícola possa contribuir para resolver alguns dos grandes desafios globais atuais.
Identificar e facilitar novas, relevantes e inovadoras parcerias de pesquisa.
http://www.agrobiodiversityplatform.org/wp_main/
RECURSO GOVERNAMENTAL PARA EL DISENHO DE POLÍTICAS DE PSA
Equipe de Resposta Rápida
27 julio 2010
Grupo Katoomba tem lançado seu programa, o Equipe de Resposta Rápida (RRT, sua sigla no inglés) no Internet. O RRT es un grupo de expertos nos
estruturas, leyes e políticas del P SA ac essível f ácilmente. El E quipe de Reposta Rápida está disponível par a apoy ar aos governos ( nacionais até
municipais) e os políticos no desnho das estruturas para mercados ambientais e os pagos por serviços ambientais.
Para ler mais sobr e esta iniciativa, i nscrever-se c omo assessor do RRT, ou pedir o apoio do RRT, visite: http://www.katoombagroup.org/rapidresponse
/index.php
CONCURSO: CLIMA, FLORESTA E COMMUNIDADE
Intercooperation y Fundación AGRECOL Andes
O c oncurso é dirijida a escolas de primeiro e segundo gr aus em pequenas communidades localizadas em ar eas de floresta tropical na America Latina
que pr omovem a produção de materiais ( como hi storias, desenhos, shows de radio, photografias entre outros) que r elatam os ef eitos da mudança
climática em suas communidades.
Em cada categoria, o prêmio de primeiro lugar será um computator portátil, o prêmio de segundo lugar será uma camera digital e o prêmio de terceiro
lugar será um gravador digital.
Se você conhece ou souber de communidades, organizações indígenas, ou centros educativos que tenham interesse em participar, mande-nos um email
com sua sugetão usando o enderço eletrônico abaixo. Os materiais deverão ser enviados até o dia 15 de Outubro de 2010.
http://www.climabosquecomunidad.org/esp/
concursoclima[at]gmail.com
EVENTOS PASSADOS
MEIO AMBIENTE, MUDANÇAS CLIMÁTICAS, E POLÍTICAS DE TERRAS
The Charles Hotel, Cambridge, Massachusetts
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24-25 maio, 2010
Nesta conferência as apresentações abrangeram um amplo leque de questões relacionadas ao uso da terra e ao meio-ambiente. Uma apresentação de
Sven W under r etratou as per spectivas dos sistemas que pagam por ser viços agro-ambientais. A pesqui sa encontrou uma sér ie de obstáculos
relacionados c om o potencial da pr estação de ser viços e os c ustos de tais si stemas par a se tornar tão popular quanto o pagamento por ser viços
ambientais (PSA) de base florestal.
https://www.lincolninst.edu/education/education-coursedetail.asp?id
O POTENCIAL PARA PSA NO PERU
O Potencial para PSA no Peru: Oportunidades emergentes para serviços ecossistêmicos e recursos hídricos.
24 maio 2010
Lima, Peru
Organizado pelo Ministério do Meio A mbiente do P eru, o Grupo K atoomba, For est Trends, P acific-Proteccion I ntegral de
Recursos e a S ociadade de Direito Ambiental.
Este ev ento pr etendeu anal isar opor tunidades par a P SA c om as aut oridades per uanos. O s t emas abor dados i ncluíram
estratégias legais de proteção, gestão financeira, e métodos de valorização de serviços hidrológicos.
http://www.infoandina.org/node/29956
OFICINA LATINOAMERICANA SOBRE SERVICOS ECOSSISTÊMICOS E GOVERNANÇA FLORESTAL
Oficina Lat inoamericana s obre Servicos E cossistêmicos e Governança F lorestal: A prendendo c om c omunidades, Reflexões sobr e REDD e out ros
mecanismos de compensação
Junho 15-17
Lima, Peru
Organizado por Rights and Resources I nitiative e Inter-cooperacao – F undação Suíça par a o D esenvolvimento e a
Cooperação Internacional.
A of icina tentou f acilitar o i ntercambio de c onhecimento sobr e experiências de P SA e c omo elas pos sam ajudar a
desenhar REDD+ em países em desenvolvimento. Palestrantes convidados incluem: Maria Teresa Becerra (Diretora de
Meio Ambiente de SGCAN), Elvira Gómez ( Co-Diretora de assuntos relacionados a REDD e povos i ndigenas) e Hugo
Che Piu (Coordenador da mesa redonda de REDD e o grupo REDD da Comissão Nacional do Cambio Climático).
Mais informações: http://www.rightsandresources.org/events.php?id=338
EVENTOS FUTUROS
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OFICINA SOBRE GOVERNANÇA FLORESTAL, DESCENTRALIZAÇÃO E + REDD NA AMÉRICA LATINA E NO CARIBE
31 agosto - 3 setembro, 2010
Oaxaca, México.
Esta oficina objetiva i dentificar tendências, f acilitar o i ntercambio de experiências e lições apr endidas do manejo f lorestal sustentável, a governança
florestal, a descentralização e REDD. Pretende-se definir as oportunidades e ameaças dessas tendências para os meios de vida das populações rurais
de baixa renda e contribuir diretamente a 9. Reunião do Foro das Nações Unidas sobre as Florestas e informar os debates na COP16 no México.
http://www.cifor.cgiar.org/Events/Oaxaca/decentralisation-redd.htm
3ª CONFERÊNCIA INTERNACIONAL BIOCHAR
3ª Conferência Internacional Biochar: IBI 2010
Rio de J aneiro
12 a 15 de setembro de 2010
IBI e EMBRAPA serão as anfitriãs da 3ª Conferência Internacional Biochar: IBI 2010 será realizada no Rio de Janeiro, 12 a 15 de setembro de 2010. A
conferência será executada ao longo de quatro dias e i nclui apr esentações or ais e posters, oportunidades de r edes de trabalho, reuniões par alelas,
grupos de discussão, cabines de exibição, e uma oportunidade de viagem a campo para ver os famosos sítios de Terra Preta na Amazônia (16 a 18 de
setembro de 2010). O IBI 2010 contará com palestrantes internacionais que abrangem todos os aspectos do biochar, incluindo sistemas de produção e
uso, experimentos de c ampo, ex periência comercial e do us uário, pol ítica, educação, pes quisa, Terra P reta, e as t endências f uturas. N a
Conferência participam os v isionários l íderes biochar no m undo, representantes políticos, pr odutores, agricultores e jardineiros, ac adêmicos,
investidores, agentes de desenvolvimento, e muitos outros.
Os tópicos incluirão:
Produção Biochar e novos produtos. Fontes de biomassa, resíduos e reciclagem de co-produtos. Gestão das emissões, resíduos e subprodutos
provenientes da pr odução de biocarvão.
Sistemas integrados biochar. Design e avaliação de pequenos e grandes sistemas de escala.
Caracterização de bi ochars f resco e envelhecido. C aracterização f ísico-química de r ecalcitrância estruturais e f uncionalidades. Esforço de
caracterização do biochar IBI.
Quantificação Biochar no meio ambiente.
Alterações Biochar de solos. Avaliações agronômicas e efeitos sobre a di nâmica do c arbono do solo.
Terra Preta de í ndios: estado da ar te.
Atenuar o valor e potencial de mitigação.
Sustentabilidade, certificação e legislação.
Comercializando biochar e di sseminação em larga escala - econômica comercial, e questões industriais.
O comércio de emissões e política de mudança climática.
http://www.ibi2010.org/
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Caro Leitor, OPINIÃO