2139 Ministério da Educação e Saúde e seus elementos compositivos X Salão de Iniciação Científica PUCRS Julia Parise1, Nara Helena Neumann Machado1 (orientadora) 1 Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, PUCRS, 2 Resumo Em 1934, o Brasil vive o período do Estado Novo, Getúlio Vargas assume a presidência do Brasil, e nomeia Gustavo Capanema para Ministro da Educação e Saúde. Durante o seu mandato, além de tratar de campanhas sanitárias e da reorganização deste ministério, Capanema se empenhou em fundar a Universidade do Brasil e construir a sede do Ministério da Educação e Saúde, que até então funcionava junto com outros ministérios. Para a sede do MES foi aberto um concurso, no qual ganhou a proposta neocolonial com decorações marajoara de Arquimedes Memória. O ministro, descontente, pediu então ao ex-presidente da Escola Nacional de Belas Artes, Lucio Costa, para montar uma equipe e projetar a sede. Lucio e sua equipe, conhecedores da revolução que estava ocorrendo, na Europa, no campo da arquitetura e urbanismo convidou o arquiteto frânces, responsável por estas mutações, Le Corbusier a visitar o Brasil e participar do projeto. Calcado nos princípios modernistas - racionalidade e funcionalidade, o edifício apresenta ainda os cinco pontos - planta livre, construção sobre pilotis, terraço jardim, fachada livre e janela em fita- criados e empregados por Le Corbusier em outras obras. A volumetria geometricamente pura e a sutil articulação no terreno, juntamente com os princípios modernistas tornaram o MES, atual Palácio Capanema, como marco da arquitetura moderna brasileira. Tendo em vista a grande importância deste prédio para a arquitetura brasileira, é na análise mais profunda destes pontos, que o presente trabalho se foca, considerando ainda aspectos da inserção no terreno, a brasilidade - no que toca a arquitetura já existente e elementos empregados nos acabamentos. X Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 2009 2140 Introdução A presente pesquisa está sendo desenvolvida na função de monitora da disciplina de História da Arquitetura e Urbanismo no Brasil. Dentre os vários estilos arquitetônicos transcorridos no país desde o tempo do Brasil colônia, foi escolhido um em epecial, a arquitetura moderna que início da década de 30 aconteceu fortemente e influenciou e continua a influênciar arquitetos e estudantes do mundo todo. A arquitetura moderna, no Brasil, teve duas vertentes a carioca, que se desenvolveu primeiro e com mais força representada por Lúcio Costa, Affonso Reidy, Irmãos Roberto, Carlos Leão, Jorge Moreira, Ernani de Vasconcellos e Oscar Niemeyer, e a escola paulista com sua arquitetura brutalista representada por Vilanova Artigas e Paulo Mendes da Rocha. É na vertente carioca, precisamente no início, com análise do edifício do Ministério da Educação e Saúde, marco da arquitetura moderna brasileira, que a pesquisa se desenvolve. Os aspectos que serão vistos, são os princípios corbusianos aplicado por Lúcio Costa e sua equipe, o modo de inserção no terreno e até que ponto houve a busca do regionalismo, pelos arquitetos, através do edifício. Metodologia No desenvolvimento deste trabalho foram utilizadas imagens externas e internas do edifício, plantas baixas – desde as primeiras propostas até o produto final, leituras de textos provenientes de revistas de arquitetura, obras bibliográficas e periódicos retirados do site de arquitetura vitruvius. O material coletado era levado até a orientadora, e posteriormente analizado. Resultados (ou Resultados e Discussão) Foi possível observar os aspectos da arquitetura corbusiana no edifício assim como, foi possível perceber um toque de regionalismo. Mesmo sendo um estilo novo com propostas até então novas, refiro-me a volumetria, ocupação do terreno, soluções de fechamento e plantas, os arquitetos não deixaram de sutilmente introduzir um toque de brasilidade como por exemplo nas fachadas, os brises (fig.1) criados por Oscar Niemeyer lembram muito os mucharabis (fig.2) utilizados nas casas de estilo colonial; tem também, os azulejos desenhados por Cândido Portinari,(fig.3) que retratam a vida em vários tons de azul, reportam X Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 2009 2141 ao tempo colonial quando eram importados de Portugal para revestir as paredes dos claustros.(fig.4) Fig. 1- Brises na fachada do Edifício Ministério da Educação e Saúde. Fonte: Maturino da Luz Fig. 2-Interior da Fazendo, Belo Vale - MG. Fonte: Maturino da Luz Fig. 3- Azulejos de Candido Portinari presente no saguão do MES. Fonte: Maturino da Luz Fig. 4 – Painéis de azulejos portugueses no claustro do convento de São Francisco, Salvador - BA Fonte: Monitora Julia Parise X Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 2009 2142 Conclusão Através de toda pesquisa e análise feita, foi possível constatar que mesmo sendo um novo estilo, ele não deixou de ter características brasileiras, contrário aos estilos anteriores a arquitetura moderna que copiavam o que estava sendo feito na Europa, sem perceber que o contexto aqui era outro. Houve uma preocupação dos arquitetos em contextualizar a obra, e ao mesmo tempo conseguir conforto e estética ao prédio. Referências FULANO, R., Modelo Para Livro. Local de Edição: Editora. 2008. HAROLD, J., Título do artigo. Nome da Revista. Vol. 62, N° 6 (2000), pp. 3689 – 3698. LOPES, J. M. J., Título da Dissertação ou Tese. Porto Alegre: PUCRS, 2005. Tese (Doutorado em Física), Faculdade de Física, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, 2005. AUTOR ou TÍTULO. Local ( se houver). Disponível em: http://crmht.cnrsorleans.fr/pot/software/libraries/Reflectance-WN.html . Acesso em: 15 abr. 2008 Para outras formas de referências, seguir o padrão da ABNT. Essas normas estão disponíveis no site da Biblioteca da PUCRS (www.pucrs.br/biblioteca). X Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 2009