[20 valores]
Desabafos de Margarida Martins, fundadora
da Abraço. Causa
nobre, luta difícil.
P. 4/5
[campus]
[5ª dimensão]
[ganha!!]
O embaixador
português em Itália
fala dos meandros da
carreira diplomática.
P. 7
O MU apresenta a Wii,
a nova consola da Nintendo, e o seu fabuloso
comando Nunchuk.
P. 17
Entradas para
a exposição do ano
e muito mais.
Atreve-te!
P. 10/12
Director: Gonçalo Sousa Uva | Segunda-feira, 6 de Novembro de 2006 | N.º 48 | SEMANAL | distribuição gratuita | www.mundouniversitario.pt
Exposição Star Wars em Lisboa, até 14 de Janeiro
Eles chegaram!
2|
6 NOVEMBRO 2006
MTV Europe Music Awards 2006
Editorial
Moonspell vencem «Best Portuguese Act»
Curriculum
arquivado
Realizou-se, no passado dia 2
de Novembro, mais uma edição
dos MTV Europe Music Awards.
Desta feita, a cerimónia
decorreu na praça
Radhuspladesen, na capital
dinamarquesa, Copenhaga,
tendo como apresentador o
norte-americano Justin
Timberlake, também ele um dos
grandes vencedores da noite.
| POR DIOGO TORGAL FERREIRA |
[email protected] |
O namorado de Cameron Diaz, para
além de anfitrião, actuou, dançou e
arrecadou dois galardões nas categorias de Best Male e Best Pop. O evento, que também teve como palco
secundário o centro de arte Bella Center, ficou marcado pelas actuações ao
vivo de estrelas como a luso-canadiana Nelly Furtado, P. Diddy, Snoop
Dogg, Keane, The Killers, Muse e
Riahanna. Os vencedores da noite
acabaram por constituir uma interessante mistura entre veteranos nestas
andanças como os Depeche Mode
(Best Group) ou os Red Hot Chili Peppers (Best Album), e projectos de
novas gerações como os The Killers
(Best Rock), Kanye West (Best Hip-hop) ou Cristina Aguilera (Best Female).
Quanto à categoria de Best Portuguese Act, galardão que contou com as
nomeações de Boss AC, David Fonseca, Expensive Soul e Mind da Gap e
Moonspell, o prémio foi arrebatado
pela banda de heavy-metal liderada
Docente da FEUP
recebe Prémio Professor
Carlos Lima 2006
VIII PortoCartoon-World Festival
José Domingos dos Santos, docente
da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e investigador
do Instituto de Engenharia Biomédica
Universidade do Porto (INEB), recebeu
o Prémio Professor Carlos Lima 2006,
pelo artigo de investigação «Bone
Ingrowth in Macroporous Bonelike® for
Orthopedic Applications». O trabalho –
sobre um novo substituto ósseo sintético que tem a capacidade de mimetizar
a composição química do osso mineral
– foi atribuído pela Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia ao
melhor artigo de investigação na área da
Ortopedia e resulta de uma colaboração
na área da Medicina Regenerativa do
Tecido, que tem sido desenvolvido entre
docentes e investigadores da FEUP, do
INEB e do Serviço de Ortopedia do
Hospital de S. João. Como tal, para além
do docente da FEUP e de José Maria
Ferreira, professor da Universidade de
Aveiro, o trabalho premiado envolve a
equipa cirúrgica do Serviço de Ortopedia do Hospital Geral de S. João, a qual
inclui o doutor Manuel Gutierres e os
professores Tiago Cabral e Luís de
Almeida, co-autores do trabalho. RLS
Até 31 de Dezembro,
decorre a votação online
Prémio do Público no
Museu Virtual do Cartoon
– www.cartoonvirtualmuseum.org –, para a eleição
do melhor cartoon do VIII
PortoCartoon – World
Festival, independentemente da votação do júri,
já atribuída em Maio . A iniciativa,
inédita, permite que os cibernautas
escolham entre 29 trabalhos, vindos
de países tão diferentes como o
Azerbaijão, Bélgica, Brasil, Eslováquia, Sérvia e Montenegro, Turquia,
por Fernando Ribeiro. Apesar dos
Moonspell estarem presentemente em
digressão pelos EUA, a banda da
Brandoa não deixou de enviar uma
mensagem de agradecimento através
de um vídeo pré-gravado. Nas palavras de Fernando Ribeiro, este «prémio é de todas as pessoas que ouvem
e vivem o heavy metal em Portugal».
Refira-se que este ano a cerimónia foi
vista por uma audiência estimada em
1,3 mil milhões de espectadores em
cerca de 179 países.
Cibernautas elegem cartoon
entre outros. Os portugueses Santiago e Augusto
CID (colaborador do
semanário SOL) também
estão em votação. O tema
é comum a todos: «A
Desertificação e Degradação da Terra». O PortoCartoon-World Festival é
um concurso internacional
de caricatura, organizado anualmente pelo Museu Nacional da
Imprensa, de Portugal, e considerado pela FECO (Federation of Cartoonists’ Organisations) um dos três
mais importantes do mundo. RLS
Medicina Chinesa no público
O Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), da Universidade do Porto, iniciou na passada sexta-feira uma pós-graduação em Medicina Tradicional Chinesa (MTC), a primeira a ser leccionada numa escola superior
pública portuguesa. Com 27 alunos
inscritos, o curso conta com 900
horas, leccionadas ao longo de três
semestres. Apesar de a Ordem dos
Médicos não reconhecer as práticas que vêm do Oriente, em declarações à Lusa, o coordenador do
curso, Jorge Machado, garantiu:
«Temos o direito de ensinar o que
entendemos ser minimamente
razoável e estamos em presença
de práticas assentes em milénios
de experiência.» RLS
«Colaboração», «Candidatura»,
«Envio de CV». Muitos são os
“subjects” que os remetentes de
correio electrónico elegem quando nos enviam a sua candidatura
espontânea, com vista a integrarem a equipa Mundo Universitário.
Sou eu quem abre esses e-mails,
envio a resposta e, na maioria
dos casos, devo dizer, arquivo.
Pela simples razão de que, apesar de o nosso jornal ser uma
espécie de polvo que estende os
tentáculos por variadíssimas universidades e institutos superiores
portugueses – chegamos a 310
mil mãos – não podemos ter uma
equipa infinita. Por mais que este
cálculo matemático seja uma
razão perfeitamente lógica, estou
certa de que receber um “não” é
sempre difícil. Mas dizer “não”
aqui deste lado também o é.
Setembro e Outubro são meses
de eleição para o envio de currículos. As equipas regressam ao
activo e as candidaturas invadem
as caixas de correio – sim, é inequívoco que muitos são os que
neste momento procuram a sua
oportunidade em jornalismo. A
seguir ao Natal, acredito que a
avalancha se volte a fazer sentir
e o nosso arquivo lá vai aumentando (não me interpretem mal,
não quero de modo algum
desencorajar possíveis candidaturas, estou só a contar-vos o
nosso lado da história).
E que belo arquivo de currículos
temos aqui. Muitos recém-licenciados, seguramente acostumados a ter o Mundo Universitário
como companheiro na mesa do
bar, mas também gente com um
palmarés repleto de experiência.
Para toda a gente que anda à
procura de um projecto onde o
seu valor profissonal possa
encaixar, aqui fica o nosso “boa
sorte!”. Mais dia menos dia, mais
resposta menos resposta, a oportunidade aparece. Entretanto,
este projecto continua a estender
os seus tentáculos e a responder
a cada candidatura que chegue
com muito orgulho por saber que
gostariam de trabalhar connosco.
Raquel Louçã Silva
Chefe de Redacção
[email protected]
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Ricardo Martins | Sede Redacção: Estrada da Outurela n.º 118 Parque Holanda Edifício Holanda 2790-114 Carnaxide | Tel: 21 416 92 10 | Fax: 21 416 92 27 | Tiragem: 34 000 | Periodicidade: semanal | Distribuição: Gratuita | Impressão: Grafedisport; Morada: Casal Sta. Leopoldina – Queluz de Baixo 2745
Barcarena; ISSN 1646−1649.
[ radar ]
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6 NOVEMBRO 2006
[ vinte valores ]
Margarida Martins
«Sempre fui
educada a ser
cidadã»
Protótipo da mulher moderna, Margarida Martins já fez um pouco
de tudo. Desde figura lendária da noite alfacinha a fundadora e
principal activista da mais influente associação portuguesa na
luta contra o flagelo do vírus HIV/Sida, nada parece demovê-la de
atingir os seus objectivos. Quando se aproxima o Dia Mundial da
Luta Contra a Sida, quem disse que as mulheres são o sexo
fraco, com certeza nunca conheceu a presidente da Abraço.
| POR DIOGO TORGAL FERREIRA | [email protected] | FOTOS MÓNICA MOITAS |
Quais são as suas origens?
Nasci em Lisboa em 1953, em Santa Bárbara, e vivi desde sempre em Entrecampos. Depois de fazer a escola e o liceu tirei
um curso comercial e comecei a minha
vida profissional. O meu primeiro trabalho
remunerado foi como ajudante de uma
criança que estava internada num hospital com um pulmão artificial.
De onde vem esta sua veia tão virada
para a cidadania e para solidariedade?
Sempre fui educada a ser cidadã. O meu
pai era um homem atento ao País e a cidadania sempre foi muito importante lá em
casa. Apesar de eu nunca ter pertencido
a nenhum partido, sempre tive uma vivência muito própria daqueles tempos com as
manifestações, os protestos, o meu pai
esteve preso, etc.
pos a minha vida era ir de dia para um
emprego de secretária e, ao final da tarde,
mudava de roupa e ia para o bar ajudar
até à uma ou duas da manhã. A partir daí,
fui-me envolvendo cada vez mais, inclusive na mudança do bar para Frágil. Estávamos em 1984 e fiquei lá até 1991. Era
a Guida do Frágil. Para além do bar durante três dias por semana, fazíamos os eventos, a Loja da Atalaia, as primeiras edições
do Moda Lisboa… foram tempos muito
preenchidos. O Manuel Reis conseguiu
formar um grupo de trabalho muito interessante.
Tinha fama de porteira “durona”.
Ganhou inimizades?
Ganhei imensas! É uma coisa natural.
Ainda hoje há pessoas da minha geração que me acusam de eu não as ter
deixado entrar numa determinada
noite.
A sua geração vive os tempos do pós-25 de Abril de uma forma intensa. Foi
uma geração especialmente castigada
pelo HIV/Sida?
Eu não sei se foi a minha geração. Acho
que a geração seguinte foi muito mais
castigada do que a minha. Nos anos 80,
eu já tinha 30 e tal anos. Acho que quem
Abraçar a fotografia
A Associação Abraço inaugurou, no passado dia 2 de
Houve algum momento particular na
sua vida que a tenha levado a esta dedicação na luta contra o vírus?
Eu acordei para o problema da sida por
causa de um amigo. Em 91, decidi deixar
a noite porque estava cansadíssima e
resolvi sair para fazer outras coisas. O meu
primeiro projecto foi uma loja no Bairro Alto.
Na altura, fui ajudada por imensos amigos
na criação e inauguração do espaço e uma
dessas pessoas era um amigo meu manequim que se chamava José Carlos. Na
festa de inauguração, veio toda a gente
mas, estranhamente, o José Carlos não
apareceu. Entretanto, fui para o Porto a um
jantar com amigos comuns e decidi ligar-lhe para saber dele. Foi aí que ele me disse
que estava doente, que se sentia mal, sozinho e com fome. Como ele já estava muito
doente, fomos fazer análises ao Egas
Moniz e depois soubemos o que se passava. Fui eu que lhe dei a notícia e prometi-lhe estar com ele até ao fim.
Novembro, no Quarteirão do Chiado (Rua Garrett, n.º 72),
uma exposição de fotografia de Frederico Mendes. Até ao
próximo dia 27 do corrente mês, é possível visitar a primeira mostra de trabalho do reputado fotógrafo brasileiro
que levou a sua objectiva por todo o globo em nome das
mais prestigiadas publicações mundiais e que teve o pra-
Como é que aparece o Frágil e a noite
lisboeta na sua vida?
Na altura (por volta de 1978/79), ainda
antes do Frágil havia o Zodíaco, onde o
meu ex-marido estava envolvido. Decidi ir
para lá dar uma ajuda e durante uns tem-
era adolescente na época passou por
muitos mais problemas.
zer de fotografar gente como Roberto Carlos, Gal Costa,
Frank Sinatra ou James Taylor, entre outros. De salientar,
e esta é a parte mais importante, que todas as receitas do
evento reverterão a favor da Abraço.
Aberta ao público de segunda a sábado, das 12h às 19h.
Foi assim que começou a Associação
Abraço?
Sim. Tudo começou ainda em 1991 quando, com o José Carlos ainda vivo, fui ter
com o chefe de serviço no hospital, o falecido dr. José Luís Champalimaud, e ele me
autorizou a começar a fazer mudanças na
unidade dos doentes infectados. Lembrome que começámos por levar camas articuladas novas. Foi este o início da Abraço. Hoje em dia, devemos muito ao dr.
6 NOVEMBRO
DE
2006
|5
[ vinte valores ]
A 1 de Dezembro comemora-se mais
um Dia Mundial da Luta Contra a Sida.
Como está a situação da doença a nível
nacional?
A situação da sida em Portugal está verdadeiramente catastrófica. Só para se perceber, quando começámos a Abraço, Portugal era o sexto país europeu em taxa de
incidência. Agora somos o penúltimo... só
a Ucrânia está pior do que nós.
Isso quer dizer que há muitas críticas a
fazer aos sucessivos governos portugueses na luta contra este flagelo?
Sem dúvida. A grande crítica que faço é
a total ausência, desde sempre, na área
da prevenção. Na minha opinião, é essa
a aposta fundamental porque, primeiro, é
muito mais barato do que o tratamento
dos doentes e, segundo, a longo prazo,
os resultados serão muito mais positivos
e frutíferos. Na Abraço, temos um departamento de prevenção totalmente financiado por nós e com zero ajudas estatais.
Há muito a apontar aos governos portugueses porque sempre se assistiu a um
certo autismo em relação ao fenómeno...
a sida nunca foi uma prioridade. Aliás,
alguma coisa está mal no reino da tranquilidade quando uma Organização Não
Governamental como a nossa e com a
nossa causa é a única associação portuguesa com um stand no Congresso Mundial da Sida.
A Abraço tem tido dificuldades para
fazer o seu trabalho e cumprir objectivos?
Há sempre muita luta, muita guerra contra
muitas resistências. Porquê? Porque não
entramos no jogo político. Somos a maior
associação nacional, mas tratam-nos
como se fôssemos a menor. Muitas vezes
somos boicotados. Há dinheiro para estádios de futebol, mas depois as crianças
andam nas ruas sujeitas à droga, prostituição ou crime. E as perguntas que ficam
são estas: No futuro, quanto custa ao Estado um utilizador de drogas? E um doente
infectado pelo vírus da sida?
Os jovens portugueses, como grupo de
risco, têm-se portado melhor nesta
questão do HIV/Sida?
Não é bem uma questão de eles se portarem bem ou mal. O problema é que não
basta fazer uma campanha especialmente direccionada para eles de vez em
quando. Tem de haver um trabalho mais
sustentado no terreno, mais consistente
e efectivo. Além disso, a juventude deveria ter uma outra formação e mentalidade
em áreas como esta. O envolvimento das
camadas mais jovens neste problema é
muito menor do que no resto da Europa.
Falta solidariedade, cidadania, voluntarismo.
A Abraço tem iniciativas especificamente direccionadas aos estudantes
universitários?
Actualmente, como a situação está muito
difícil, só vamos aonde nos convidam.
As escolhas
da GUIDA
Li algures uma declaração sua em que
dizia que a sida está fora de moda. É um
tema em que é fundamental um certo
mediatismo?
É importante, pela simples razão que
chama a atenção das pessoas para o problema. Uma questão como a sida tem de
estar na ordem do dia e isso deixou de
acontecer. Lá porque existem medicamentos não quer dizer que se deixe de falar
da doença e pensar que ela não existe. Ela
existe, mata, discrimina e exclui. O cancro
não discrimina. A sida sim. O mediatismo
ajuda muito no confronto a estas situações.
Um livro?
«Sol», de Monserrat Roig.
Um hobby?
Fotografia.
Uma cidade?
Lisboa.
Um disco?
The Koln Concert, do Keith Jarrett.
Um filme?
Lisbon Story, de Wim Wenders.
Não é desgastante a nível pessoal trabalhar e lidar diariamente com uma realidade tão dura como a do vírus
HIV/Sida?
Pode ser muito desgastante. Há alturas
que me dá vontade de desaparecer e só
não o faço porque temos muitas pessoas
infectados. Mas quando vemos crianças
que estariam na rua e agora estão na faculdade, já ganhámos a aposta. Quando percebemos que existem famílias que há quatro gerações estão dependentes da acção
social e nós conseguimos parar com isso,
vale a pena.
Um restaurante?
Pelo menos dois, o Bica do Sapato
e a Travessa (ambos em Lisboa).
Uma personalidade internacional?
Bill Clinton.
Uma personalidade nacional?
Tenho que dizer três... Mário Soares, Jorge Sampaio e o Dr. José Luís
Champalimaud.
«
O envolvimento dos nossos
jovens neste problema é muito
menor do que no resto da
Europa. Falta solidariedade,
cidadania, voluntarismo
«
Champalimaud. Era um homem muito
generoso e de uma grande abertura.
6
6 NOVEMBRO 2006
[ poder à palavra ]
apresentou um projecto de lei em que defende a divulgação dos cursos
VIDA MALVADA VOX POP OcomPSDmais
e menos saídas profissionais, respectivamente. O que pensas disso?
DIÁRIO DE UM ESTUDANTE
PEDRO SOARES (Agostinho da Silva)
4.º ano de Biologia Aplicada
Universidade do Minho
E, de repente, em pleno ano da graça de 2006, parece que os líderes
mundiais se lembraram de um tal de
aquecimento global e das respectivas consequências: lesões ambientais sem retorno, aumento das temperaturas, caos económico, crises
sociais sem precedentes... um verdadeiro Armagedão é, ao que parece, o
que nos espera.
Após o filme/documentário/spot de
campanha eleitoral da responsabilidade daquele que se auto-intitula o
ex-próximo vice-presidente dos EUA,
vulgo Al Gore, dá a impressão que é
o grande tema da vez. Depois das
aves que carregam carraspanas
assassinas e dos impulsos nucleares
do “Querido Líder” lá para os lados
da Coreia do Norte (ora aí está um
gajo com mau feitio), parece que o
aquecimento global é que está na
ordem do dia e da humanidade. A
mensagem do problema basicamente é esta: o planeta é como uma
panela com água a ferver e cada um
de nós idiotas que se lembrou de
nascer não passa de um ovo a ponto
de escalfar.
Tudo isto só me faz pensar que os
líderes mundiais dos últimos 60/70,
nesta área, têm demonstrado tanta
categoria como os famosos autarcas
que a revolução de Abril ironicamente ofereceu a este País. Tanto uns
como outros não passaram de presentes envenenados. Gente com a
sensibilidade de um elefante dentro
de uma loja da Vista Alegre que, por
todos os motivos menos os correctos, deram cabo de tudo em que
mexiam. Tanto uns como outros dispuseram de uma coisa que é pertença da respectiva comunidade (uns a
nível local, outros à escala global),
para satisfazer interesses duvidosos
de tal forma grosseira, irresponsável
e inconsequente que agora... é chorar! É chorar pelo que vem aí e é
chorar pelas gerações futuras. Conforto? Quase nenhum, sem ser o facto de saber que essa gente também
tem filhos, netos e bisnetos. Neste
caso, não toca só aos outros.
Gustavo Serra
[email protected]
http://vidamalvadadiariodeumestudante.blogspot.com
Ainda não li nada sobre isso, pelo que
me vou limitar a reflectir em termos
gerais. É sempre bom que os alunos tenham mais informação, mas julgo que
não se pode avaliar a qualidade dos cursos pelas colocações no mercado de trabalho. E acho que as pessoas devem
continuar a seguir o que gostam, ninguém fecha a porta a quem é realmente
bom.
VERA SILVA (Eva Perón - Evita)
4.º ano de Psicologia
Universidade Lusíada do Porto
ANA LEAL (Marilyn Monroe)
3.º ano de Medicina
Faculdade de Ciências Médicas
Universidade Nova de Lisboa
Acho muito bem. Hoje, quando se
ingressa no ensino superior, é
importante conhecer as saídas
profissionais. Aliás, cada vez se
pensa mais nisso ao fazer a escolha do curso. Eu, por exemplo,
estou naquilo que queria, mas tenho noção de que o mercado de
trabalho não está nada fácil.
Independentemente das saídas
profissionais, deve-se seguir a
nossa vocação. Acredito que quem
é bom na sua área encontra sempre uma saída. E hoje o problema
é geral: o mercado está saturado
para a maioria dos cursos. É preciso estar atento para não desperdiçar oportunidades.
Eduardo Pacheco
1.º ano de Direito
da Universidade de Lisboa
[email protected]
PARADOXOS
Aprender é paradoxalmente uma
forma inteligente de permanecermos
cegos. Porém, somos demasiado lúcidos e civilizados para termos consciência disso. Não é em vão que permanecemos agrilhoados à nossa própria
liberdade de pensar porque pensar
livremente significa negar que a minha
(tua) liberdade termina onde começa a
liberdade dos outros.
A nossa liberdade deve começar exactamente onde e quando começa a liberdade dos outros! Não pode haver um
muro entre a de uns e a de outros. A
liberdade é a ausência de muros e o
começo da responsabilidade. Apenas
perante a liberdade dos outros podemos ser livres, livres de ajuizar e avaliar
a razão que leva alguém a transgredir a
sua própria autonomia, livres de romper
com o saber preestabelecido que nos
condiciona, que sofisticadamente nos
oprime, que consentidamente nos
castra a espontaneidade, obrigando-nos a obedecer inadvertidamente as
certezas dos outros e, consequentemente, também aos seus lapsos.
É mais cómodo pensar o que os outros
já pensaram. Pois, em caso de erro, o
erro não é nosso, porque apenas nos
limitamos a fazer uma fotocópia da
cópia das cópias. O que quero dizer-vos
com isto é que existe em nós, inconscientemente, uma liberdade simulada
para justificar o equilíbrio e a harmonia
entre o caos interior da maioria e a
cegueira perspicaz de alguns, uma tal
ignorância insustentável mas indispensável para a sustentabilidade desse
“equilíbrio”. Existe em nós uma incapacidade capaz de revelar as nossas fragilidades para melhor corrigirmos o
nosso passado, o passado que nunca
passou e permanece presente na nossa
insatisfação. Por isso é que ainda
vamos a tempo de o rectificar. Sejamos
singulares, ainda que mergulhados na
pluralidade de tantos manuais que nos
ensinaram a manifestar exteriormente o
que não somos e nunca fomos interiormente. Sê tu próprio, não através do que
os outros são, foram ou pensaram!
Exclui a exclusão da tua inocência e sê
tu próprio o mentor da tua ignorância!
poder [email protected]
Ataca ou contra-ataca! Envia a tua opinião sobre o que te apetecer. Nós publicamos!
Não te esqueças de enviar:
> artigo até 1500 caracteres
> fotografia tipo-passe
> nome da faculdade onde estudas
6 NOVEMBRO 2006
|7
[ campus ]
Embaixador português em Itália
Muito mais do que
wine and roses
A volta ao mundo em 80 dias – ou durante toda uma vida, para sermos
realistas – parece bem mais exequível na pele de um diplomata.
Com 38 anos de carreira e uma licenciatura em Direito, Vasco Valente
orgulha-se de já ter prestado serviço nos quatro cantos do mundo,
desde Londres, Lusaka, Luanda e Vaticano. Já como embaixador,
talhou a sua carreira diplomática em Estocolmo e Pretória, foi
representante permanente de Portugal junto da União Europeia e,
finalmente, ganhou pousio como representante do Estado em Roma.
O MU foi conhecer o trabalho diário de quem faz bem mais do que
praticar «a diplomacia do croquete».
| POR MARIANA SERUYA CABRAL | [email protected] |
O que é que o fascinou na profissão, em primeiro lugar?
A possibilidade de lidar com uma área
que desde muito novo me interessou,
a da política internacional; depois, a
possibilidade de viver no estrangeiro,
o que naquela época não era pouco,
sendo a sociedade portuguesa de
então – anos 60 – fechada e sufocante.
Qualquer estudante pode aspirar a
este tipo de profissão?
O concurso para ingresso na carreira
diplomática está hoje aberto a licenciados com um curso superior, ao contrário do que sucedeu durante muitos
anos, quando estava limitado a quem
tivesse os cursos de Direito, Letras,
Economia ou Política.
Em traços gerais, quais são as competências de um embaixador?
Em duas palavras, o embaixador é
quem representa o Estado no país em
que está acreditado, competindo-lhe
defender ali os interesses nacionais.
Que tipo de perfil intelectual e emocional lhe é exigido no dia-a-dia das
tarefas diplomáticas?
Ao contrário do que muita gente ainda
erradamente pensa, a vida diplomática não é wine and roses, nem está
limitada à chamada “diplomacia do
croquete”. Para se ser bom diplomata é preciso ter uma boa preparação
de base em política, relações internacionais e economia, ser-se ponderado e equilibrado em todas as circunstâncias, sobretudo nos momentos de maior tensão. E, claro, ter sentido de humor para fazer frente ao dia-a-dia.
Como descreve um dia comum na
sua rotina diária?
Os dias nunca são felizmente iguais,
mas uma rotina pode ser mais ou
menos assim: ouço logo de manhã as
«
Para se ser
bom diplomata
é preciso ter uma
boa preparação
de base em política
e economia e
ser-se ponderado
e equilibrado
»
notícias na rádio, leio os principais
jornais de opinião italianos, visito os
sites na internet da imprensa portuguesa e alguma internacional; depois
de uma rápida reunião com os meus
colaboradores para fazermos o ponto
da situação e organizarmos o nosso
trabalho, leio as comunicações chegadas entretanto do Ministério dos
Negócios Estrangeiros (MNE), de
Lisboa e, quando é caso disso, vou
ao MNE italiano para falar sobre
algum assunto; para o almoço, convido por vezes um político, um jornalista ou um diplomata italiano; à tarde,
continuo o meu trabalho e, quando é
caso disso, acabo o dia indo a uma
recepção oficial ou um jantar na
Embaixada.
É fácil cumprir todos os rituais de
etiqueta e protocolo inerentes ao
trabalho numa Embaixada?
Facílimo, é um mundo perfeitamente
normal, basta boa educação, sabermos o que estamos a fazer e sermos
iguais a nós próprios.
É comum receberem personalidades políticas e vedetas nacionais na
Embaixada?
É frequente e sempre uma agradável
oportunidade para nos mantermos a
par do que se passa em Portugal.
A faceta “nómada” da profissão
prejudica, de alguma forma, a vida
em família?
Pode prejudicar. Antigamente, por
exemplo, era comum que a mulher
acompanhasse o marido quando ele
ia para o estrangeiro; hoje, se a mulher
tem uma carreira profissional própria,
isso poderá não acontecer. Essa faceta nómada, como bem lhe chama, é
penosa para nós, pois, ao sairmos
dum país, se fizemos bem o nosso trabalho, deixamos ali amigos e recordações. Há também o problema da
educação dos filhos: nem sempre se
é colocado num posto em que haja
condições para lhes dar uma boa educação. São obrigados a mudar regularmente de escola e de amigos e têm,
por vezes, tendência a perder as suas
raízes em Portugal.
Por detrás de um grande embaixador há sempre uma grande embaixatriz?
Sem qualquer dúvida. Com alguma
malícia, há mesmo algumas que não
resistem a citar a frase da mulher dum
político, salvo erro canadiano, quando
confrontada com uma pergunta como
esta, respondeu que «behind a successful husband, there is always a surprised wife». Mas, falando a sério,
para o sucesso da missão dum embaixador contribui muito, e digo-o por
experiência própria, o trabalho da
mulher, muitas vezes discreto, por
detrás da cena, outras mais evidente,
nos contactos que tem no dia-a-dia.
É um orgulho representar Portugal
no estrangeiro?
É um orgulho, um privilégio e também
uma grande responsabilidade, representar o nosso país no estrangeiro e
procurar que ele seja bem compreendido e bem aceite.
8|
6 NOVEMBRO 2006
[ boa vida]
ERASMOMANIA
«Um Erasmus
não se pode
prever, tudo é
uma incógnita!»
Chile
Terra de contrastes majestosos
Nome: Telma Nunes Pinto
Idade: 22 anos
Instituição de ensino em Portugal: ISEG (Instituto
Superior de Economia e Gestão)
Instituição de acolhimento: UAB (Universidade
Autónoma de Barcelona)
Licenciatura: Gestão – 4.º ano
Duração do programa: 1.º semestre (2006/07)
O que é que te levou a concorrer ao Sócrates/
Erasmus? Que expectativas levas?
Foi todo o leque de experiências que se tem
quando se sai do nosso país, por conhecer uma
nova cultura, aprender uma nova língua, criar
ligações com pessoas de diferentes nacionalidades e aprender a viver sozinha noutro país.
Expectativas? Tentei não criar muitas, porque
sabia que um Erasmus não se pode prever, tudo
é uma incógnita!
Porquê Barcelona?
Por ser uma cidade muito dinâmica e porque
desejava aprofundar os meus conhecimentos da
língua catalã. Além disso, foi-me recomendado
por amigos que já fizeram Erasmus aqui.
Foi difícil deixar Portugal e a vida de sempre?
Sinceramente, não tanto como pensava, porque
tinha imensa vontade de viver fora do país. Quando me inscrevi pensei que ía ser difícil “abandonar” todo o quotidiano, família, amigos e namorado, mas quando chega a altura de ir embora já
não se pensa nisso, simplesmente vais.
Notas diferenças nas aulas? São dois sistemas de ensino diferentes?
O sistema de ensino é semelhante, tanto a nível
de professores como das matérias. Relativamente às instalações, são também semelhantes
com o acréscimo de que aqui existem complexos desportivos, de idiomas e culturais muito
completos e acessíveis a todos.
Quais as situações mais engraçada e assustadora, respectivamente, que já viveste?
Uma situação engraçada foi o facto de ter estado na minha faculdade uma manhã inteira a dormir na relva, com uma amiga enquanto esperava por uma reunião de Erasmus. Quando chegámos ao anfiteatro, vimos que estava vazio,
após confirmar, chegamos à conclusão de que
a dita reunião já tinha sido em Maio. Isto tem uma
razão muito simples: estava escrito em catalão!
Relativamente à situação mais assustadora, foi
estar a morar num albergue durante três semanas e estar de dia para dia a desesperar porque
não conseguia encontrar algo acessível para um
estudante, uma vez que os preços dos apartamentos estão bastante inflacionados. Por outro
lado, conheci imensas pessoas no albergue e
confesso que já sinto saudades.
Quais são as tuas ambições profissionais?
Trabalhar na área de gestão financeira e quiçá
“fuera” de Portugal!
RLS
Existem pelo mundo lugares diferentes e inacessíveis. Destinos perdidos no tempo e que merecem ser explorados e redescobertos. O Chile –
imenso nos seus quatro mil e trezentos quilómetros de comprimento – é disso bom exemplo. Falar deste país sul-americano é falar de
diversidade, paisagens indescritíveis, tesouros históricos ou segredos escondidos. De
Santiago à Patagónia, de Valparaíso à Ilha de Páscoa, não há como esquecer esta viagem.
| [email protected]* |
Santiago, a capital, não é apenas o
mais importante centro urbano e a
principal entrada do país. É praia –
pela sua proximidade com as areias
do Pacífico –; é neve – porque os
Andes se escondem, imponentes,
nas suas costas – e é ponto de partida para toda esta aventura, que é desbravar as terras chilenas.
| Entre o deserto e as praias |
A norte, embora árida, áspera e inóspita, a paisagem do deserto de Atacama fica, insistente, nas memórias
fotográficas de quem a admirou. É
impossível não ligar a este autêntico
tesouro arqueológico. Contudo, não
podemos parar. À nossa espera,
encontram-se as praias da Baía Inglesa ou de Arica e todo o resto do país.
Mais ao centro encontramos Valparaíso, com o seu importante
porto. Nas suas ruas e encostas
amontoam-se casas e ruas estreitas, autênticos desafios para o turista mais curioso. Já como famosa
estância balnear, surge-nos Vinhas
Del Mar, com animação nocturna e
actividades diárias non stop, finalmente – também nesta área – aparecem-nos, para os amantes do
esqui ou snowboard, as estâncias de
La Parva, Chillan ou Portillo.
| Da Região dos Lagos
à Patagónia |
A setecentos quilómetros a sul de
Santiago, encontramos um dos locais
mais apaixonantes do Chile: a região
dos lagos. Redentora e marcante,
esta região é pintada por autênticos
espelhos de água, que reflectem
enormes vulcões e elogiam a justaposição entre a natureza e a história,
que de resto é riquíssima. A não perder ficam os lagos de Llanquihue, Lleu
Leu ou Todos los Santos.
Se o nosso sonho é viajar, então há
lugares que gritam por viajantes. Uns
através de um turismo fácil e rodea-
do de massas, outros porque simplesmente merecem ficar assim, discretos mas acessíveis. Falamos da
Patagónia e dos seus enormes glaciares. O facto de ser um dos locais
menos povoados do planeta conserva estas terras no seu estado mais
puro. Quem as visita não esquece.
| Missão na ilha de Páscoa |
Não deixes ainda de visitar a cidade
de maior importância desta área:
Punta Arenas. Daqui poderás embarcar em cruzeiros que te levam à Terra
do Fogo e à Antárctida. Se, no entanto, tudo isto não chegar, dá um pulo à
ilha de Páscoa e tenta desvendar o
mito que envolve as suas enormes e
famosas esculturas. Boa aventura,
não?
É claro que tudo isto pode ser um
objectivo inalcançável. Ou pela distância, ou pela disponibilidade, ou
pelo dinheiro. A verdade é que o que
nos move são os impossíveis. Porque
não sonharmos com isso?
*Com o apoio de www.polis.pt
6 NOVEMBRO 2006
|9
[ lifestyle ]
Universidade de Yôga
UMA FILOSOFIA
de vida
Como forma de atingir o
autoconhecimento e o bem-estar pessoal o yôga é cada
vez mais aceite e procurado
nas sociedades modernas.
Para saber um pouco mais do
que realmente se trata, fomos
falar com o Mestre DeRose,
instrutor e o responsável
máximo da Universidade de
Yôga em Portugal
| POR DIOGO TORGAL FERREIRA |
Manual de instruções
São diversas as técnicas utilizadas no yôga. Aqui ficam algumas delas:
Mudrá
Pújá
Mantra
Pránáyáma
Kriyá
Ásana
Yôganidrá
Samyama
Gesto reflexológico feito com as mãos;
Retribuição ética de energia; sintonização com o arquétipo;
Vocalização de sons e ultra-sons;
Expansão da bioenergia através de exercícios respiratórios;
A actividade de purificação das mucosas;
Técnica orgânica (não é actividade física nem desportiva e não
tem nada a ver com ed. física);
Técnica de descontracção;
Concentração, meditação e samádhi.
| [email protected] |
O que é o yôga?
O yôga pode ser definido do seguinte
modo: é qualquer metodologia estritamente prática que conduza ao samádhi
que, basicamente, é um estado de consciência expandida que proporciona autoconhecimento.
É uma terapia, uma ginástica ou uma
filosofia?
O Yôga é uma filosofia de vida. Não é
ginástica, pois não se dedica a actividades
físicas nem desportivas. Em todos os textos da Índia antiga, o Yôga é classificado
como filosofia, como um dárshana (ponto
de vista) do hinduísmo.
conhecimento. Academicamente, aqui no
Ocidente, essa definição já começa a causar polêmica ao colocar a premissa “filosofia prática”, coisa que não compreendemos que possa existir. Como a nossa
herança cultural é helénica, só entendemos filosofia como algo teórico, como o
era na Grécia Antiga. No entanto, o yôga
não tem teoria. É estritamente prático. Ao
posicionar-se como filosofia, o yôga
demonstra que não tem nenhum parentesco com ginástica. As origens são diferentes, os cânones são discrepantes, as
técnicas são divergentes em muitos
aspectos e as metas não têm qualquer
semelhança entre si.
Qual é a filosofia do yôga?
É uma filosofia prática que visa ao auto-
Quais a origens do yôga?
Há mais de 5000 anos, no Noroeste da
Índia, no Vale do Indo, um famoso bailarino improvisou alguns movimentos instintivos extremamente sofisticados e virtuosos. A arrebatadora beleza da técnica
usada emocionou todos quantos assistiam e as pessoas pediram que o bailarino lhes ensinasse a sua arte. Ele assim o
fez e durante anos o bailarino conseguiu
transmitir boa parte do seu conhecimento
que, no início, não tinha nome. Após a sua
morte, os seus discípulos mais leais preservaram a sua arte e assumiram a missão de retransmiti-la. Em determinado
momento da História, essa arte ganhou o
nome de integridade, integração, união:
em sânscrito, yôga. O seu fundador acabou por entrar na mitologia com o nome
de Shiva e com o título de Natarája, Rei
dos Bailarinos.
Quem trouxe o yôga para o Ocidente?
O yôga foi trazido para o Ocidente no final
do século XIX, pelo Swámi Vivêkánanda.
Mas, na verdade, já havia chegado antes
sob a forma de literatura.
Existe diferença entre o yôga e a ioga?
Qual?
Sim. São diferentes, por exemplo, nos fundamentos (yôga é filosofia e a ioga/yóga
é terapia) ou nas propostas (o yôga visa a
energizar e a ioga/yóga visa a relaxar).
O yôga não é apenas meditação?
Não. Yôga é um vasto universo de técnicas e conceitos que visam a evolução interior e o autoconhecimento. Compreende
práticas bioenergéticas, corporais, emocionais, mentais, etc, através de procedimentos orgânicos, respiratórios, descontracção, limpeza de órgãos internos, vocalizações, concentração, meditação e mentalização (ver caixa).
A procura e interesse pelo yôga está
em crescimento?
Está a crescer por todo o mundo. Nos
centros mais desenvolvidos, o yôga tem
sido muito mais procurado e a previsão
é de que continue a crescer nos próximos anos, pois não se trata de modismo, mas de uma tendência consistente
que traduz aprimoramento cultural das
pessoas.
10 |
6 NOVEMBRO 2006
[ zoom ]
Exposição Star Wars
A Força aterrou no
Museu da Electricidade
À entrada no Museu da Electricidade, em Lisboa, Darth Vader e
alguns soldados aguardam os primeiros visitantes. Fomos invadidos? Sim. Até ao dia 14 de Janeiro só os fãs da Guerra das Estrelas têm permissão de entrada. Mesmo ao lado do Tejo, figurantes,
documentários, 231 objectos (entre desenhos, modelos, naves,
cenários e trajes originais) e os inconfundíveis efeitos sonoros da
saga galáctica recriam todo o universo Star Wars. Visita mais do
que aconselhável.
impossível não ficar rendido aos pormenores invisíveis», defende Paulo
Dias. E exemplifica: «alguma vez se
imaginou que cada um dos dez mil
espectadores da arena de Podrace fossem afinal, cotonetes?» Exactamente
por esse «universo atrás dos filmes»,
fica o convite para virem conhecer o
«lado secreto da Força», acrescenta
João Parreira.
| POR LINA MANSO | [email protected] | FOTOS MÓNICA MOITAS |
Ganha!!
Patrícia Pinheiro, da Good N’ Evil
(em cima) e Nuno Rodrigues, da
BD Mania (em baixo)
O fato da Princesa Leia, escrava de
Jabba; R2 – D2; um andróide de combate; a Naboo N-1 Starfighter (com 10
metros de comprimento); o Podracer de
Anakin; Luke na Speeder Bike ou a
máquina de projecção holográfica de
Yoda. Esta é apenas uma amostra do
que se pode encontrar no Museu da
Electricidade – antiga Central Tejo – reaberto em Maio após cinco longos anos
de reforma do edifício e equipamentos.
A exposição, inaugurada na passada
terça-feira à noite com o selo da Lucasfilm, foi avaliada em 7,8 milhões de euros
– justificação para o sistema de vídeovigilância e os seis seguranças permanentes – e trazida a Portugal pelas
empresas UAU e Art Station que a
«namoraram» durante mais de um ano.
Foi exactamente nestes termos que
Paulo Dias, da primeira, e João Parreira, da segunda, definiram o seu interesse no evento que já passou, entre outros
países, pela Coreia, EUA ou França.
Ambos confessaram ter acompanhado
mais assiduamente a trilogia original e
voltado a apaixonar pela saga cinematográfica quando se aperceberam de
toda a produção de bastidores. «Mesmo
que não se seja um verdadeiro fã, é
O MU oferece CINCO BILHETES DUPLOS para a
exposição Star Wars. Basta responderes acertadamente à pergunta:
Qual a loja que tem quase todos os seus artigos da
saga no Museu da Electricidade?
Responde, até às 15 horas de sexta-feira, dia 10,
para [email protected], com
indicação do teu nome e BI. Os vencedores serão
notificados por e-mail e a listagem publicada em
mundouniversitario.blogspot.pt.
| Repto aos universitários |
A escolha do Museu da Electricidade
como local de eleição acabou por ser
natural. «O enquadrar foi a solução»,
afirma o director-geral da UAU. Laela
French, curadora das exposições
da Lucasfilm há cinco anos (também presente na cerimónia
inaugural), corrobora-o: «o
que aconteceu aqui foi uma
conversa entre um edifício
histórico e o Star Wars».
Admitindo nunca ter trabalhado na adaptação
do espólio de um museu já existente à
colecção que representa, deixa claro
que não se arrepende. «Encaixam perfeitamente!», exclama. E deixa um repto
aos estudantes universitários. «Esta é
uma boa oportunidade de verem as diferentes hipóteses de trabalho na área. É
uma exposição para os que querem
seguir o mundo da moda, design em
computador ou até construir coisas!»
Aqui, todos podem encontrar algo com
que se identifiquem.
| Merchandising associado |
Por detrás do épico da ficção científica a que George Lucas designou por
“ópera galáctica” há
todo um mundo de
merchandising
associado. Através
da blogosfera, o
MU
descobriu
duas lojas em
6 NOVEMBRO 2006
| 11
[ zoom ]
Lisboa onde os fanáticos podem encontrar a resposta às suas preces.
A Good N’ Evil, com mais de dois anos,
é um desses espaços. Na loja, exígua e
caricata – ou não estivesse ela em pleno
coração do Bairro Alto – apenas alguns
últimos resquícios do imaginário Star
Wars. «Quase tudo o que temos está no
Museu da Electricidade», explica Patrícia Pinheiro, gerente daquela casa e
mulher de Nuno Laginha, um dos dois
proprietários. A maioria dos headknockers (figuras em tamanho pequeno que
abanam a cabeça), réplicas de naves,
sabres de luz, estátuas ou bustos em
edição limitada vão estar em exibição e
para venda na antiga Central Tejo, lado
a lado com os artigos originais da Lucasfilm. Patrícia adianta que «entre 30 a 40
por cento» dos clientes que visitam a loja
procuram merchandising específico da
Guerra das Estrelas. «E ninguém compra por impulso.» Afinal, são peças de
coleccionador, inacessíveis a algumas
bolsas. «Temos aqui artigos que chegam aos 400 euros», confirma.
Entretanto, na loja, ao fundo, um quadro
gigantesco com algumas das figuras
mais enigmáticas das Star Wars,
sobressai. Mas esse não está à venda.
«É do Leandro, um colaborador nosso.»
Daqui a algum tempo, partilhará o espaço com uma pintura, ainda ausente, do
Senhor dos Anéis. «O meu marido é
fanático pela trilogia», justifica. E gostando-se ou não de ambos, é uma
decoração que «todos reconhecem».
| Nós arranjamos |
Na BD Mania, um pouco abaixo da Good N’ Evil, o merchandising Star Wars dilui-se entre milhares de
artigos. Não há um
cantinho vazio.
Aberta há
doze anos,
tem mate-
rial da saga «desde o primeiro dia»,
adianta Nuno Rodrigues, vendedor
daquela loja há uma década. Discrimina, com orgulho, o “seu” espólio: comic
books mensais, paper bags (compilações dessas histórias), livros sobre todo
o universo (roupas, planetas, naves,
etc.), t-shirts, porta-chaves, canecas,
action figures ou estátuas. «Basta o
cliente pedir: se não tivermos arranjamos», adianta. E quem são os interessados? «Por muito estranho que pareça, não são jovens de 16 anos, mas pessoas a partir dos 28/ 30 anos, com poder
de compra». Porque ser coleccionador
implica ter dinheiro para investir. À
semelhança da Good N’Evil têm «peças
que superam os 400 euros». Há mesmo
figuras de 1977 (data de início da saga),
avaliadas em dezenas de milhares de
euros. «Portanto, fora do alcance do
comum dos mortais», brinca.
Para estes, há sempre a hipótese de visitar a exposição e embarcar no sonho.
Nuno quer ir, mas aguarda as críticas de
quem percebe do assunto. «Para confirmar se vale a pena pagar o valor cobrado à entrada», explica. «Têm-nos dito
que é elevado»[o MU apurou, na passada sexta-feira, junto do Museu da
Electricidade que são 10 euros, a partir
dos sete anos]. Então e o que pensas
da forma como o evento tem sido divulgado na capital?, perguntamos, a rematar
a conversa. «Há informação mais do
que suficiente.
Acho que, mesmo não estando
interessado, me
batiam
à
porta!»
O que é que estás aqui a fazer?
Ivan Franco, 30 anos (director
de investigação da Ydreams)
A Guerra das Estrelas faz parte do
imaginário da minha geração. Era o
que nos fazia sonhar! Julgo que esta
saga, ao ir buscar referências ao
classicismo se torna intemporal. É
claro que os miúdos de hoje em dia
podem já não se identificar tanto.
Quanto a mim, ainda marca: afinal
trabalho numa empresa de high
tech.Confesso porém que não é o
meu género de filme preferido. Mas
penso que a ficção científica ainda
tem o seu espaço. Talvez antes
tivesse outro simbolismo, porque
eram tempos de especulação sobre
as possibilidades da tecnologia.
Sofria-se a última vaga da revolução
industrial em que este tipo de progresso ainda representava uma salvação. Agora é encarado com mais
cepticismo, as pessoas já o põem
em causa.
Ana Milheirão, 33 anos (designer)
Não perdi a abertura da exposição
porque o meu marido é daquelas
pessoas que não deixa escapar uma
estreia, sabe as deixas e os nomes
de todas as personagens. Também
sou apreciadora da saga, este universo é fantástico. Um dos artigos
que mais me impressionaram foi a
Miguel Nunes, 28 anos
(designer gráfico)
O meu irmão sabe que eu sou um
grande fã da saga, ofereceu-me um
bilhete e cá estou eu! Já na nova trilo-
maqueta da arena de Podrace: os
milhares de espectadores que vemos
na tela foram feitos com cotonetes!
Quanto aos últimos episódios da
saga, acho que estão demasiado
artificiais. Perdeu-se um pouco com
a substituição dos planos de filmagem por imagens computorizadas.
gia fazia tudo para marcar presença
nas estreias. Mas devo dizer que os
últimos episódios, apesar de ganharem muito a nível de efeitos especiais,
perderam em alma. De qualquer forma, continuo a gostar muito da Guerra das Estrelas: mexe com as nossas
raízes infantis e remete-nos para um
mundo imaginário! Adoro estes
ambientes fantásticos e a ideia de
poder “sair” um pouco deste planeta
(exactamente por isso também sou
um apaixonado por banda desenhada). Quanto à escolha do Museu da
Electricidade para fazer a exposição,
acho que foi perfeita! Este ambiente
industrial/tecnológico, até soturno,
tem muito a ver com as películas e
sobretudo a trilogia original.
12 |
6 NOVEMBRO 2006
O Homem sem Adjectivos, na Casa d’Os Dias da Água, até 12 de Novembro
[ acontece ]
Acreditas na sorte?
Quem se lembra do filme Intacto, do
espanhol Juan Carlos Fresnadillo, a
longa-metragem vencedora do Fantasporto 2003 (galardão máximo da
secção de cinema fantástico e melhor
argumento)? Se ainda se recordam é
porque marcou. Este livro é para
vocês e todos os que se sentem atraídos pelos insondáveis caminhos da
“sorte”.
Se não fosse ela, «estaríamos mergulhados numa longa e enfadonha
caminhada de eterna previsibilidade». Quem o defende é Joaquim Marques de Sá (licenciado e doutorado
em Engenharia Electrotécnica pela
Universidade do Porto), autor de O
Acaso – A Vida do Jogo e o Jogo da
Vida, no prefácio da sua obra.
Nesta «visita guiada e quase cronológica» a momentos fundamentais
para a compreensão deste fenómeno, o escritor interroga-se, por exemplo, se será uma premonição paranormal sonhar com alguém cuja
morte é noticiada na manhã
seguinte, qual
a probabilidade de ganhar
certos jogos ou
como interpretar resultados
de sondagens.
A SABER:
Título: O Acaso – A Vida do Jogo
e o Jogo da Vida
Autor: Joaquim Marques de Sá
Editora: Gradiva
Preço: 14 euros
Histórias de gente
sem rumo no Sri Lanka
Não é um pouco derrotista?
Sim, mas o autor traz situações humorísticas para amenizar esse clima
pesado. E a minha encenação sublinha
esse lado cómico. Bem como a ideia
de que aquelas personagens podiam
ser qualquer um de nós. A confrontação do público com a não acção dos
actores pode ajudar aqueles que sentem a mesma desilusão e uma certa
apatia a verem-se de fora e até a
melhorar.
Três actores mexicanos
atravessaram o Atlântico
com O Homem sem
Adjectivos na bagagem.
Apaixonado pelo texto de
Mario Cantu Toscano, o
encenador Marcos Barbosa,
que traz até Lisboa não
apenas as palavras como
também os artistas, explicou
de que se trata. Para ouvir,
em castelhano, de amanhã
até ao próximo domingo, na
Casa d’Os Dias da Água.
Porquê este título, O Homem sem
Adjectivos?
O autor fez uma adaptação do nome de
outra obra, O Homem sem Atributos (de
Musil).
| POR LINA MANSO |
[email protected] |
Nesta peça, está subjacente a ideia
de uma «geração perdida» num
«país traído pelo passado e descrente no futuro». Isto podia passar-se
em Portugal?
No México (onde estive há quase um
ano numa Semana Internacional de
Dramaturgia para que fui convidado e
acabei por conhecer Mario Cantu Toscano), os problemas assumem proporções maiores do que aqui. Sente-se
tudo em grande: é uma espécie de Portugal vezes mil!
Fala-nos sobre o texto do autor
mexicano Mario Cantu Toscano.
É a história de uma geração acabada, que nunca chegou a começar. De
três amigos entre os 20 e os 30 anos
que viajam juntos e não chegam a
lado nenhum. Num espanhol perceptível por qualquer português, os actores dialogam sobre a falta de esperança no futuro e o desconsolo
quando olham para o passado (o
México é um país muito marcado
pela corrupção).
GANHA!!
Exposição retrospectiva
de jazz em Coimbra
O MU tem 4 CONVITES DUPLOS para
Seiji feat. MC MG (Bugz In The Attic/4 Hero,
UK), dia 11 de Novembro, no Clube Mercado, às 23h.
Para concorreres, envia um e-mail com o
teu nome e BI para [email protected], até às 15 horas do dia 10
de Novembro. Os vencedores serão notificados por e-mail e a listagem publicada em
http://mundouniversitário.blogspot.com
Para mais informações, consulta
http://www.mundouniversitario.pt.
Para os verdadeiros fãs do género,
ouvir a música muitas vezes não chega. Os Encontros Internacionais de
Jazz de Coimbra terminaram no passado sábado, mas a organização decidiu
prolongar o evento com uma exposição
retrospectiva de edições anteriores. A
cargo da Câmara Municipal e do Jazz
ao Centro Clube, a mostra já em exibição no Teatro Académico de Gil Vicente mantém-se naquele espaço até ao
próximo dia 30 de Novembro.
Na segunda parte dos Encontros (a
primeira decorreu há alguns meses),
entre 2 e 4 de Novembro, tocaram os
portugueses Quinteto Mário Santos –
que gravaram o espectáculo ao vivo
para posterior edição discográfica –,
depois o pianista alemão Kuhn e o baterista francês Humair, acompanhados por
Chevillon no contrabaixo, e por fim o
guitarrista húngaro Gábor Gadó e a
banda com que se projectou no lado
ocidental da Europa.
Dado o enredo da história, podia
reescrever-se O Homem sem Objectivos?
Vai nessa linha, mas penso que não existe ninguém assim tão inclassificável.
Todos temos algum objectivo, atributo ou
adjectivo que nos definam. Sejam bons
ou maus!
Dê um motivo aos estudantes do ensino superior para virem assistir a esta
peça.
Os três actores percorreram mais de
nove mil quilómetros para a fazerem:
para quem está em Lisboa, 20 minutos
até à Casa d’Os Dias da Água não custa
nada.
GANHA!!
AMIGOS DE CABECEIRA
O MU tem 4 CONVITES DUPLOS PARA A
PEÇA ABERTURA FÁCIL, dia 15 de
Novembro, no Teatro Lethes, em Faro, às
21h30.
Para concorreres responde à seguinte pergunta:
Qual o nome do encenador desta peça?
Envia a resposta com o teu nome e BI para
[email protected], até às
13 horas do dia 15 de Novembro. Os vencedores serão notificados por e-mail e a listagem publicada em http://mundouniversitário.blogspot.com
6 NOVEMBRO 2006
| 13
[ acontece ]
| Filme |
FAT FREDDY
«Este é um disco
mais espacial»
Projecto típico dos novos tempos e das
novas tecnologias, os Fat Freddy
distinguem-se pela independência
criativa e por um experimentalismo sem
concessões. Saudável exemplo da nova
geração de músicos portugueses, fica a
conversa com o duo portuense no
momento em que lançam o homónimo
segundo álbum.
| POR DIOGO TORGAL FERREIRA | [email protected] |
Contem-me um pouco do vosso
trajecto.
Guedes Ferreira | Os Fat Freddy
surgiram em 1999. Era um projecto individual meu, e na altura concorri aos Prémios Maquete, uma
coisa que havia há uns anos.
Ganhei o prémio experimental e,
felizmente, não era dinheiro, mas
sim um concerto num festival na
Guarda. Para não me apresentar
ao vivo só com o laptop, decidi
reunir uma banda para fazer a performance em palco. Neste formato
começámos a explorar novos
caminhos e acabámos por, em
2003, lançar o Fanfarras de Ópio.
Agora em 2006 lançámos este
novo disco homónimo.
A primeira sensação com que
fiquei ao ouvir o vosso novo disco
foi a absoluta impossibilidade de
classificação... é isso que procuram com a vossa música?
Nuno Oliveira | Graças a Deus
(risos)...
GF | É uma coisa que nos agrada
mas, para além de não ser nada
intencional, é algo que só nos
apercebemos quando o produto
está acabado. Tanto em ensaios
como na composição, não fazemos qualquer tipo de juízos de
valor ou adjectivos para classificar
o que quer que seja.
NO | Não há qualquer tipo de
necessidades de conceitos ou
coerência da nossa parte.
Como descreveriam o disco a
alguém que nunca o ouviu?
GF | As músicas deste disco foram
criadas num registo muito semelhante a um diário. Desde o Fanfarras de Ópio que temos feito o
somatório das nossas vivências
desde 2003 a 2006. É esse o produto deste disco. Nos últimos tempos, tivemos umas vivências mais
cruas, mais terra a terra e o produto final talvez tenha saído mais distorcido e mais cru.
NO | Este é um disco mais espacial.
Como surge a ideia de fazer um
cover dos Kraftwerk?
GF | Eu acho que nem sequer fizemos uma escolha. Estávamos a
ensaiar e num daqueles momentos de completa descontracção,
no meio da jam session, lá surgiu
o The Model e começámos a
explorar a música. Gostámos do
resultado e ficou.
NO | Nem sequer fomos buscar o
álbum à prateleira para ouvir de
The Departed
– Entre Inimigos
Só peso-pesados. É um dos momentos
cinematográficos mais aguardados do ano.
O Mestre Scorsese, depois de alguns filmes
que (talvez) tenham fugido aos temas chaves da sua filmografia, regressa a terrenos
que, mais que conhecer bem, ajudou a
redefinir para o cinema moderno. Numa
adaptação livre do celebrado filme de Hong-Kong Internal Affairs (de Alan Mak e
Andrew Lau Wai Keung), o realizador, que
esteve para ser padre, disserta sobre questões como lealdade, redenção, vida e morte,
tendo sempre como pano de fundo (mais
uma vez) o submundo do crime organizado,
desta vez na cidade de Boston. Com uma
equipa de actores que mais faz
lembrar o plantel
do Real Madrid,
para muitos este
filme é o melhor
do realizador de
há 10/11 anos
para cá e o definitivo regresso
de um Scorsese
vintage. Imperdível.
novo o original para perceber os
ritmos e os tempos. Nem uma vez.
Houve zero de estudo. Foi muito
natural.
| Ficha técnica |
Como é que o disco tem sido recebido?
NO | No primeiro disco, as pessoas
engatavam logo na música ao primeiro impacto. Agora, como o
álbum é mais rude, acho que o
ouvinte tem de dar tempo ao disco,
de ouvi-lo mais do que uma vez.
Para mim, isso até é interessante...
o facto de não ser um produto descartável, que tem de ser percebido.
| Disco |
A componente vídeo para vocês é
importantíssima, não é verdade?
GF | O fio condutor do disco compreende-se melhor ao vivo porque
há essa componente de imagem. A
mensagem, se a houver, passa
melhor com as imagens de vídeo.
Para além disso, a nossa música
sempre teve algo a ver com bandas sonoras. Para este disco,
como tem muito a ver com ficção
científica, fomos buscar filmes do
género.
NO | Nós ao vivo acabamos por
funcionar como um filme-concerto. Ao vivo, o vídeo é o nosso
vocalista... é importantíssimo.
Realização: Martin Scorsese.
Elenco: Leonardo DiCaprio, Matt Damon,
Jack Nicholson, Mark Wahlberg.
Moby
Go – the very best
of Moby
13 valores!
As leis do mercado
discográfico
são
implacáveis. Depois de uma carreira muitíssimo bem sucedida, que o transportou de
um posicionamento mais underground para
o mainstream de massas (com especial
destaque para os best-sellers Play, 18 e
Hotel), Richard Melville Hall aka Moby lança
agora a inevitável colectânea de sucessos.
Como mandam as regras de um best off
digno desse nome, todo um trajecto é condensado em uma dúzia de mega-hits do
respectivo autor, oferece-se um single inédito (o da vez, New York, New York, com a
participação da iconográfica Debbie Harry) e
incluem-se algumas remixes de temas já
editados. Para quem não conhece a obra do
nova-iorquino, pode ser um ritual de iniciação interessante. Para quem conhece o seu
trabalho, é impossível escapar ao sentimento de redundância.
14 |
6 NOVEMBRO 2004
[ sexualidade ]
VIH/SIDA é um dos desafios do milénio
Apelo a uma
SEXUALIDADE
SEGURA
«Inverter a tendência de
propagação do VIH/SIDA»,
a par de outros tantos
desafios como reduzir
para metade a pobreza
ou fornecer água potável
e educação a todos são os
chamados “Objectivos do
Milénio”. Presentes na
Declaração do Milénio –
documento resultante da Cimeira
do Milénio promovida em
Setembro de 2000 pelo
secretário-geral das Nações
Unidas, Kofi Annan, que contou
com a presença de 147 chefes de
Estado e de Governo de 191
países – são barómetros de
actuação social e política. A
propósito do VIH/SIDA aqui ficam
as respostas prontas a perguntas
legítimas.
| MUNDO @MUNDOUNIVERSITARIO.PT* |
O que é a sida?
A sida (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) é uma doença causada pelo VIH (Vírus da Imunodeficiência Humana) e relaciona-se com
a degradação progressiva do sistema imunitário, podendo ter vários
anos de evolução. Só é diagnosticada quando aparecem doenças oportunistas (doenças que normalmente
não atacam o sistema imunitário
saudável) ou quando determinadas
análises clínicas têm valores alterados.
O que é o VIH?
O VIH (Vírus da Imunodeficiência
Humana) ataca e destrói o sistema
imunitário do nosso organismo, ou
seja, destrói os mecanismos de defesa que nos protegem das doenças.
Um indivíduo infectado pelo VIH revela-se progressivamente débil, frágil,
podendo contrair ou desenvolver
infecções muito variadas ou mesmo
desenvolver certos tipos de cancro.
Este vírus pode permanecer “adormecido” no organismo sem manifestar
sinais e sintomas durante muito tempo. Neste período de tempo, os indivíduos infectados com VIH são designados de seropositivos.
Quando é que se pode fazer o
teste do VIH?
Como prevenir o contágio?
E se o resultado do teste for
positivo, qual é o melhor
tratamento?
A infecção pode ser prevenida:
– Utilizando o preservativo, masculino
ou feminino, em todas as relações
sexuais que impliquem a passagem
de fluidos corporais de um parceiro
para outro;
– Não partilhando objectos cortantes,
agulhas ou seringas.
Como saber se está infectado?
O diagnóstico faz-se a partir de análises
sanguíneas específicas para o VIH.
Esta análise detecta os anticorpos que
o sistema imunitário do organismo produz contra o vírus ou mesmo o próprio
vírus.
A colheita de sangue para o teste deve
ser efectuada apenas 3 a 10 semanas
após um contacto de risco, não podendo existir uma certeza sobre os resultados nos primeiros três meses após o
contágio. As primeiras análises a uma
pessoa infectada pelo vírus podem dar
um resultado negativo se o contágio foi
recente. O período de tempo em que a
pessoa foi infectada pelo VIH, mas não
lhe são detectados quaisquer anticorpos chama-se “período de janela”. É
por estas razões que, na dúvida, o teste
deve ser repetido passados três meses.
Por agora, a cura definitiva não existe.
Medicamentos e acompanhamento
regular de âmbito médico e psicológico
são o melhor tratamento. Mas, porque a
luta contra a sida não depende só da
ciência, o sujeito infectado depende de
muito apoio e carinho por parte daqueles que o rodeiam. De uma forma geral,
todos precisamos de informação, educação e PREVENÇÃO!
*com o apoio da Associação para o Planeamento da Família e Comissão Nacional de
Luta Contra a Sida – www.apf.pt
lipse
E
do sexo
Ricardo Gomes Martins
[email protected]
Se eu fosse…
Demos um jantar em nossa casa
para um grupo de amigos, a Maria
tinha decidido convidar uma colega
de trabalho. Por mim tudo bem!
Quando chegou, observei-a atentamente, era uma mulher igual a tantas
outras, que podia muito bem passar
despercebida, não fosse o respirar
dos seus poros. Emanavam sexo!
Despertou-me a curiosidade de
saber o porquê da sua presença em
minha casa. Questionei-me de onde
vinha, onde estava e para onde ia.
Percebi à partida pelo jeito de ser
que tínhamos algo em comum;
ambos gostávamos de mulheres. A
ideia agradou-me e quis aprofundar
mais o tema, conduzi a conversa
nesse sentido e cada vez que entravam na cozinha garrafas de vinho tinto vazias, maior era a abertura de
espírito dela. Acabámos por ficar os
três, eu, a Maria e ela. A conversa
durou até de madrugada. Já era tarde e o nível de embriaguez era elevado. Acabou por ficar a dormir lá em
casa. A meio da noite, quando me
levantei para beber água, noto a
ausência da Maria na cama, nada de
mais. O melhor foi quando a encontrei enroscada na colega dela no meu
sofá. Maravilhoso! Bem que nessa
noite tentei uma aproximação de acasalamento, mas Maria negou, acusando cansaço… o de sempre!
A partir daquela noite, a nossa relação nunca mais voltou a ser a
mesma. Fui notando o súbito interesse da Maria por conhecer mulheres.
Entre nós, a ruína já era uma companheira. A Maria queria mulheres na
cama e eu, que também gosto muito
delas, fiz-lhe o favor. Trabalhei com
afinco e objectivos bem traçados.
Quis colocar a colega dela outra vez
no sofá, mas desta comigo. Assim
foi… Maria pediu e teve. Quando nos
encontrou, chorou bastante, mas
ignorei por completo. Cada um tem o
que merece! E eu não mereço isto.
Agarrei no leme e rumei a um porto
seguro. Já vivíamos há três anos e
meio e até ontem isto nunca tinha
acontecido. Sei que tudo teria sido
diferente se eu fosse mulher.
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6 NOVEMBRO 2006
[ salada russa ]
| Cantinho dos Media |
| Blogosfera |
Opus Dei
Steve Bell
perde
on victory in Iraq no Brasil
Luiz Inácio Lula da Silva foi reeleito
à segunda volta presidente do Brasil
com 61% dos votos. Geraldo Alckmin, o tal que é filho do primeiro
supranumerário do Brasil e ele próprio pelo menos com fortes ligações
ao Opus Dei – promove reuniões
periódicas com membros da seita e
tem um confessor da prelatura – teve
menos votos que na primeira volta:
apenas 39% dos votos. A separação
da Igreja e do Estado, uma conquista da democracia, fica assim a salvo
das depredações inevitáveis que a
eleição de um presidente ligado à
mais fanática e intolerante seita da
Igreja Católica implicaria. Os mais
sinceros parabéns aos nossos leitores do outro lado do Atlântico!
Afixe in
http://www.aspirinab.weblog.com.pt
Domingo, Outubro 29, 2006
Palmira F. da Silva in
http://www.ateismo.net/diario
Segunda-feira, Outubro 30, 2006
| Passatempos |
Sudoku
Palavras cruzadas
«Dilatação auditiva, expansão mental.» Este é o carismático slogan da
Rádio Zero, uma secção autónoma da
Associação de Estudantes do Instituto Superior Técnico (AEIST) da Universidade Técnica de Lisboa. Ricardo
Reis, o “instigador cultural” da estação, dá os pormenores.
| POR LINA MANSO |
| [email protected] |
Ano de estreia?
Como secção autónoma da AEIST, surgiu há cerca de dez anos. A Rádio Zero
propriamente dita nasceu em Março
deste ano.
Onde é transmitida?
A face mais visível é a internet
(www.radio.ist.utl.pt). Somos ainda transmitidos no campus da Alameda e em
breve no Tagus Park. Paralelamente,
fazemos parte de uma rede internacional
de rádios com projectos similares ao nosso, a “Radia”: de dois em dois meses,
difundimos um programa para todos os
países membros (cerca de dez).
Equipa?
Somos aproximadamente 80 pessoas
(todas num regime de voluntariado), 15
das quais com responsabilidades acrescidas.
Linha editorial?
No nosso manifesto salientamos que «a
rádio (...) fomenta o experimentalismo e
o desenvolvimento de obras de arte em
formato sonoro». Ao mesmo tempo,
«intervém na sociedade através de conteúdos de cariz comunitário e de promoção de actividades culturais», assumindo-se «como um meio de acesso do
indivíduo à radiodifusão».
Obedece. Aal. 5 - SA. Usaram. 6 - Ria. Mal. 7 - Assado. Ar. 8
VERTICAIS: 1 - Sapal. Calma. 2 - Acém. AT. 3 - Lar. Solto. 4 Atolo. Rolar.
Dália. 8 - Avo. Amor. Ab. 9 - Lama. Isso. 10 - Mata. Lado. 11 Iaiá. 4 - AC. Duas. Ter. 5 - Lemes. Sai. 6 - Canal. 7 - Ser.
HORIZONTAIS: 1 - Selos. Apara. 2 - Abar. Abas. 3 - Páre.
PALAVRAS CRUZADAS
- Pai. Alarido. 9 - Abati. Sol. 10 - Rá. Dias. 11 - Asira. Aboar.
SUDOKU
Soluções
HORIZONTAIS: 1 – Estampilha (pl.). Limalha. 2 - Guarnecer com abas. Rebordo do
chapéu (pl.). 3 - Estacione. Menina (bras.). 4 – Antes de Cristo (abrev.). Fem. de
dois. Possuir. 5 - Aparelho com que se dirige embarcação ou avião (pl.). Transpõe. 6
- Fosso ou escavação que conduz águas. 7 - Existir. Planta da família das compostas, com flores de várias formas e cores. 8 - Insignificância. Paixão. Abade (abrev.).
9 - Mistura de terra e água. Essa coisa. 10 - Arvoredo. Flanco. 11 - Atasco. Rebolar.
VERTICAIS: 1 - Terra alagadiça. Serenidade. 2 - Parte do lombo do boi, entre a pá
e a extremidade do cachaço. Antigo Testamento (abrev.). 3 - Face inferior do pão.
Desagregado. 4 - Reconhece a autoridade de. Antiga porcelana do Oriente. 5 Sociedade Anónima (abrev.). Costumaram. 6 - Espécie de albufeira. Aquilo que prejudica ou se opõe ao bem. 7 - Tostado. Atmosfera. 8 - Progenitor. Gritaria. 9 Descontei. Estrela. 10 - Deus egípcio. Espaço de 24 horas (pl.). 11 - Sustentara.
Melhorar, clarear (o tempo).
Cavalos-de-batalha?
Tanto o manifesto como o slogan da
rádio expressam aquilo que pretende
conseguir. Para chegar a esses objectivos, temos programas como o Posto de
Escuta (em vez de um DJ, tens sons
captados do quotidiano), o Terra Pura
(músicas do mundo) ou o Onda Materna” (questões relacionadas com o parto).
6 NOVEMBRO 2006
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[ 5.ª dimensão ]
[ JOGOS ]
Wii!
Já jogamos na
O convite partiu da Concentra e não
podia ter sido melhor, digo-vos que nunca esperei assim tanto divertimento. Na
apresentação tínhamos quatro Wii, cada
uma com vários jogos, e subdivididas de
forma inteligente pela Concentra. Desta
forma, comecei por jogar um jogo que
nos demonstra a panóplia de movimentos que podemos fazer com o comando,
e que fabuloso comando aquele!
Dando um exemplo de alguns dos movimentos que fiz nesta primeira fase, imaginem uma vassoura apoiada na mão e
sendo que o objectivo é equilibrá-la, pegam no comando e colocam-no na palma da mão, tentando equilibrar de modo
que a vassoura não caia. Podia estar
aqui o texto todo a falar das posições do
comando.
Mas vamos falar dos outros jogos. De
seguida, passei para o Wii Sports, um jogo, ou melhor, vários jogos de desporto,
basebol, bowling, ténis, golfe e boxe.
Agora é só imaginarem que o comando
é sempre o vosso taco de basebol, bola
de bowling, raqueta de ténis, etc. No fundo, a originalidade do comando é realçada pela sua utilidade durante o jogo, já
que assume a pele de vários objectos
conforme a situação. Neste conjunto fica
um grito de vitória, depois de ter sido
"humilhado" várias vezes no início a jogar contra um dos colaboradores da Nintendo, sempre ganhei no bowling!
Jogámos também um dos jogos mais
aguardados para a Wii, The Legend of
Zelda: Twilight Princess, no qual usamos o comando Nunchuk com o controlo base, um ligado ao outro, como já
apareceu em fotos divulgadas pela Nintendo.
É espantoso como eu estou a jogar ténis
virtual ao mesmo tempo que faço movimentos que faria na realidade e, se pensarmos dessa forma, podemos considerar que, face às outras consolas, ao
menos nesta até fazemos exercício em
vez de ficarmos sentados no sofá. Fiquem a conhecer este contacto com a
Wii na íntegra em www.gamerstek.com.
A demo de Need for Speed: Carbon já saiu!
A EA dá-nos a oportunidade de
jogar a demo de Need for Speed:
Carbon e experimentar as suas novidades. A demo vem com um desafio
Circuito e um Drift, com a possibilidade de conduzirmos 3 carros diferentes que podem ser modificados usan-
do a tecnologia Autosculpt. Para
desbloquearmos o desafio Canyon
Duel, há que ganhar nos outros dois
desafios acima referidos. Não se
esqueçam de passar por
www.gamerstek.com para fazerem
o download dos 650 Mgas de demo.
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6 NOVEMBRO 2006
[ bar aberto ]
Latada 2006
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O regresso
FOTO ANA BELA FERREIRA
FOTO DIANA DO MAR
FOTO DIANA DO MAR
FOTO DIANA DO MAR
Ela chegou, finalmente. Como já é tradição, lançou o alvoroço
total na capital dos estudantes. Ou não fosse mais uma grande
edição da Festa das Latas e Imposição de Insígnias, em Coimbra. Entre 26 e 31 de Outubro, Patrice e Orishas marcaram o
ritmo internacional das noites quentes de Latada, mas a grande
aposta foi “made in Portugal”: não faltou o toque dos GNR, a
originalidade do Legendary Tiger Man, a boa onda dos Expensive Soul, o carisma dos Xutos e, enfim, a bigodaça do Quim Barreiros. Depois de seis noitadas intensas, tudo indica que a
juventude coimbrã vai precisar do ano inteiro para recuperar...
| POR MARIANA SERUYA CABRAL | [email protected] |
FOTO DIANA DO MAR
FOTO ANA BELA FERREIRA
| FOTOS GENTILMENTE CEDIDAS POR ACABRA.NET |
FOTO CÁTIA MONTEIRO
Se queres ver a festa da tua faculdade ou politécnico catapultada para a fama, arma-te em paparazzi e envia as fotos para [email protected]. Nós publicamos!
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[ bd ]
Espaço coordenado por Geraldes Lino, http://divulgandobd.blogspot.com
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25 MAIO 2004
[ noites e
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Exposição Star Wars em Lisboa, até 14 de Janeiro