Manual da redação publicitária1 AUTOR: BATISTA, Maria Fernanda CURSO: Comunicação Social – Publicidade e Propaganda / Unifra, Santa Maria, RS OBRA: MARTINS, Jorge S. Redação Publicitária: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 1997. Em seu livro-texto, “Redação publicitária – teoria e prática”, Jorge S. Martins, mestre em Lingüística e Semiologia pela PUC - Campinas- SP, procura contribuir por meio de suas pesquisas e questionamentos, para a descoberta de novos rumos para a linguagem publicitária. Já na introdução, Eco, citado por Martins (2001), afirma que cada um de nossos atos comunicativos está dominado pela maciça existência de códigos, mostrando que o autor parte de seus conhecimentos semiológicos como respaldo para a análise do repertório de signos que compõem a sistemática comunicacional. Segmentando a obra em sete capítulos, Martins apresenta fundamentos teóricos e práticos para o pleno desenvolvimento da redação de textos publicitários, que vão da evolução da linguagem publicitária a táticas utilizadas em um anúncio. O primeiro capítulo é dedicado à evolução da linguagem publicitária. Nele é relembrado o que foi feito nos primeiros anúncios no advento da imprensa no país e as três fases da evolução publicidade brasileira: a primeira, caracterizada pelos reclames como mensagens artísticas; a segunda, em que os intelectuais eram prestadores de serviços para as agências; e, por fim, a terceira, em que os profissionais da propaganda começaram a atuar. Ainda no mesmo capítulo o autor fala efetivamente da linguagem publicitária. Ele questiona sua existência, explicando mais adiante que se trata apenas de uma forma de que como a mensagem chega ao destinatário, e não de um "dialeto" específico. Preocupa-se em ressaltar o valor do uso correto da língua e da relação linguagem/imagem, que é de uma completar o sentido da outra. Encerra o capítulo referindo-se aos planos do conteúdo e da expressão: o primeiro é o da mensagem em si e o segundo da forma como ela é expressa. Com o nome de “Origem da força da linguagem publicitária”, o segundo capítulo analisa, com base na semiótica, a mensagem publicitária. Inicia pela leitura das 1 Trabalho editado pela comissão editorial. mensagens de acordo com uma ordem e classificação. No tópico “Fundamentação teórica: linguagem e expressividade, Martins mostra para o leitor que por mais que o texto possa ser original ele pode não ser eficaz, por não ser criativo e estar carente de expressividade, impressões subjetivas, intenções. Nesse contexto, ele mostra como se dão os procedimentos expressivos, citando alguns recursos estilísticos que causam esse efeito, figuras de linguagem por exemplo. "Não sabem que a verdadeira escola para o inventor é a sua cabeça, aliada a sua vontade" (MARTINS, 1997, p.63). O autor, no capítulo três, fala de tudo que tem relação com a criação. Diz que o criar só se dá a partir do conhecimento adquirido, das experiências vividas, que pode ser estimulado através de exercícios que se proponham a isso e que a técnica alicerça as idéias. Antes de comentar vastamente sobre criatividade, Martins cita o processo criativo, seu desenrolar e estágios. Quanto à criatividade, ele dá seu conceito, "receitas" de como treiná-la e estimulá-la, e revela quais são os fatores que inibem a fluência da criatividade em palavras e frases que já são de certa forma senso comum. Como funciona o trabalho de criação em uma agência é o que vem no capítulo seguinte. Aqui se tem um apanhado geral sobre o departamento de criação, das suas necessidades, do que é feito realmente na agência, das propagandas. A relação de unidade do departamento de criação com os outros departamentos da agência é igualmente relatada aqui. E mais uma vez "receitinhas" de como estimular o lado criativo e seus processos são apresentadas, destacando o brainstorm. A labuta pelo texto publicitário é toda descrita no quinto e sexto capítulos. Desde o tema e assuntos que devem ser aboradados, a estruturação e composição da redação, até a montagem final do anúncio, podendo ser um spot ou um vt. O quinto capítulo é específico para o redator. Conta como se deve redigir, lembrando dos elementos básicos do texto: associações de idéias, coerência semântica, organização e outros cuidados que devem ser tomados ao redigir um anúncio. Já a explicação das funções dos componentes do texto encontra-se no sexto capítulo. Aspectos do título, como função, características, enfim, as direções que devem ser tomadas para que o texto cumpra a função de persuadir, são bastante esquematizadas por Martins. Martins finaliza seu manual da boa redação, e não digo isso como forma de criticar, e sim por acreditar que foi essa a proposta do autor, ensinado, no capítulo sete, após como e onde aplicar o texto. A escolha pelo uso do anúncio, seus tipos, os recursos motivadores, são alguns quesitos relevantes que Martins comenta, e arremata a obra com uma análise-modelo de texto publicitário, fazendo jus ao que foi proposto.