Manejo de irrigação Parâmetros solo-planta-clima FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf Relações água e solo • Fases do solo – Sólida – Líquida (Água/Solução) – Ar FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf Fase sólida Densidades do solo e de partícula • Densidade de partícula (real) – Relação entre a massa de uma amostra de solo e o volume ocupado pelas suas partículas sólidas. ms p Vs – Desconsidera a porosidade presente no volume; – Valores variam entre 2,3 a 2,9 g cm-3 (média de 2,65) – Valor é determinado pela mineralogia do solo. FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf Densidades do solo e de partícula • Densidade do solo (aparente) – relação entre a massa de uma amostra de solo seca a 110°C e a soma dos volumes ocupados pelas partículas e pelos poros. ms ms s Vt Vs Va Vw – Valor varia entre 1,1 a 1,6 g cm-3; – Quanto maior o valor da densidade do solo: • Maior é a compactação e restrição para o crescimento e desenvolvimento das raízes e das plantas • Menor a estruturação do solo e porosidade total FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf Fase líquida - Umidade ou teor de água • Umidade (base massa) – relação entre a massa de água de uma amostra de solo e a massa das partículas. mw ms • Umidade (base volume) – relação entre o volume de água de solo e o volume total de uma amostra . Vw Vw θ Vt Vs Va Vw FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf Fase ar - Porosidade • Porosidade: relação entre o volume de poros e o volume total da amostra. Va Vw Vt Vs Va Vw Vp – Valores médios da porosidade do solo: • Arenosos: 35 – 50% • Argilosos: 40 – 60% • Orgânicos: 60 – 80%. – Solo saturado: água ocupa todo espaço poroso – Solo seco: poros estão ocupados pelo ar FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf Relações entre parâmetros • Porosidade e densidades s 1 p • Umidades e densidade do solo θ ω.ρ s – Para se obter a umidade do solo na base volume é preciso determinar a sua densidade. FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf Lâmina de Água • Quantidade de água fornecida por irrigação ou utilizada pela planta e armazenada pelo solo é medida em mm: Volume (Litros) h(mm) Área (m 2 ) • Se aplicarmos 1 Litro de água sobre uma superfície plana e impermeável de 1 m2, obteremos uma lâmina líquida de 1 mm • Para uso de lâmina é preciso conhecer a umidade do solo base volume. FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf Lâmina de Água 1 cm θ 20% 0,20 Volume da amostra de solo = 1 x 1 x 1= 1 cm3 1 cm Volume de água na amostra = 0,20 x 1 = 0,2 cm3 Como a área da amostra tem 1 cm2 esse volume de água representaria uma altura de: 2 mm h(mm) Volume 0,20cm3 0,2cm 2mm 1cm2 Área FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf Prática – água e solos 1. Coletou-se uma amostra de solo na camada de 0-10cm, com anel volumétrico de diâmetro de 7,5cm e 7,5cm de altura. O peso úmido da amostra do solo foi 560g e após 48 horas em estufa à 105 oC, seu peso permaneceu constante e igual a 458g. Determine: – a densidade do solo, a umidade base massa, a umidade base volume, porosidade. – a densidade das partículas do solo, sabendo que a amostra após a secagem foi colocada em uma proveta contendo 100cm3 de água, lendo-se então, um volume de 269cm3. – lâmina armazenada nessa camada. 2. Calcular a lâmina de água em mm que deve ser adicionada pela irrigação para trazer a umidade volumétrica do solo ao valor de 0, 34 na camada de 0-10 cm. Qual o tempo de irrigação se o sistema de aspersão aplica 10 mm/h a uma eficiência de 75%? FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf Armazenamento de Água no Solo A água armazenada em um perfil de solo é a somatória das alturas de água (h= ) para cada incremento de profundidade. AL = i ou Z AL .dz 0 onde z é a profundidade do solo Obs.: as variações de umidade no perfil do solo são reflexos das taxas de evapotranspiração, chuva, irrigação e movimentos de água no perfil de solo. FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf Armazenamento de Água no Solo 3. Determinou-se em campo os valores de umidade volumétrica em função da profundidade nos dias 22/07 e 30/07, num determinado solo. Calcular a variação de armazenagem até a profundidade de 0,40 m no período. Camada (cm) 22/07 30/07 0 – 10 0,33 0,25 0 – 20 0,30 0,21 0 – 30 0,27 0,18 0 - 40 0,24 0,20 4. Um agricultor precisa irrigar sua plantação de feijão que tem os seguintes valores da umidade do solo (base volume): (0-20) 20% e (20-40) 24%. Se o agricultor deseja elevar a umidade até a capacidade de campo (30%), qual a lâmina total que ele deve aplicar?. FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf Armazenamento de água no solo • Processo de retenção de água no solo. – Resultante de forças capilares (adesão) e de adsorção que surgem devido a interação entre a água e as partículas sólidas do solo, isto é, a matriz do solo; – Essas forças atraem e fixam a água no solo; FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf Energia da água no sistema Solo-Planta • O estado de energia da água determina se ela está em equilíbrio ou se movendo no perfil do solo. • O potencial total da água ( ), em dada posição, determinar seu movimento no sistema solo-plantaatmosfera. t g m p o Ψt = Potencial total da água Ψg = Potencial gravitacional Ψm = Potencial matricial Ψp = Potencial de pressão Ψo = Potencial osmótico FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf Tensão de água no solo • É medido no campo com uso de tensiômetros Vacuômetro FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf Tensímetro Curva característica de umidade do solo • Gráfico do Potencial Matricial (Ψm)em função de θ (bv) • Para um determinado valor de potencial matricial corresponde a um valor característico de umidade. • Determinada em laboratório com uso de panelas de pressão (Placa de Richards) – Panela de pressão, placa cerâmica porosa e equipamentos de produção e controle de pressão e balança de precisão; – Possível utilizar amostras indeformadas como deformadas. FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf Curva característica de umidade do solo 10000 0 - 20 cm POTENCIAL MATRICIAL (kPa)) 20 - 40 cm 1000 100 10 1 0 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 UMIDADE (m3/m3) FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf 52 54 56 58 60 Constantes de umidade do solo o Capacidade de Campo cc = umidade para (-0,1 a -0,3) Valor recomendado de 0,1 bar o Ponto de Murcha Permanente pmp = umidade para (-15 bar) o Disponibilidade Total de Água DTA (mm/cm) = CC – PMP o Capacidade de Água Disponível CAD (mm) = DTA . Z FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf Constantes de umidade do solo Saturação Capacidade de Campo Ponto de murcha permanente FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf Constantes de Umidade (Exemplo) 10000 0 - 20 cm POTENCIAL MATRICIAL (kPa)) 20 - 40 cm 1000 100 10 1 0 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 52 54 56 58 60 UMIDADE (m3/m3) 5. Calcular o valor da DTA para cada profundidade e de CAD para a profundidade de 40 cm FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf Constantes de Umidade (Aplicação) 6. Planejou-se um experimento de campo para verificar o efeito da irrigação na cultura do milho, profundidade de raiz de 40 cm, utilizando-se dois tratamentos T1= esgotamento de 20% da CAD (capacidade de água disponível) e T2= esgotamento de 50% da CAD. Utilizando a mesma curva do exercício anterior, calcule o valor da lâmina de irrigação que deve ser aplicado em cada tratamento se a eficiência de 80%. FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf Curva característica de retenção de água • Modelo de Van Genutchen (1980) – Mais utilizado para representar o ajuste dos dados de umidade volumétrica com potencial matricial. r s r 1 ( . ) n m m – Sendo • Θr = umidade residual • α, n e m = parâmetros do solo FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf Disponibilidade Total de Água Textura do solo Textura do Solo DTA (mm de água/cm de solo) Grossa 0,4 a 0,8 Média 0,8 a 1,6 Fina 1,2 a 2,4 FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf Infiltração da água no solo • Processo de entrada de água no solo através de sua superfície. – Taxa de infiltração é a quantidade de água que atravessa a unidade de área da superfície do solo por unidade de tempo – Importante para evitar a ocorrência de escoamento superficial e erosão nas áreas irrigadas. FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf Infiltração da água no solo • Equação de Kostiakov (1932) z k.t a – onde z = lamina infiltrada acumulada (mm), t = tempo de infiltração (h) e k, a = parâmetros da equação, sendo a taxa de infiltração i (mm/h) igual a: dz ( a 1) i (ka).t dt FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf Infiltração – tipo de solo FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf Infiltração – Aplicação 7. Sabendo que a equação de infiltração de um solo é igual a: 𝑍 = 4,5 𝑡 0,61 • sendo Z = lâmina infiltrada em mm e t = tempo de infiltração em minutos, determine o valor da velocidade de infiltração básica deste solo em mm/hora. FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf Capacidade de infiltração • Potencial do solo em absorver água pela superfície. • Diferente da taxa real de infiltração que acontece quando há disponibilidade de água para penetrar no solo. – A curva de infiltração da água no solo só coincide com a curva de capacidade de infiltração quando ocorre precipitação na superfície com intensidade igual ou superior à capacidade de infiltração. FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf Infiltração – Aplicação 8. Em um projeto de irrigação por aspersão selecionou-se um aspersor que opera a 2,5 kgf/cm2, fornecendo uma vazão de 2,5 m3/h para o espaçamento de 12 m por 12 m. Determine se ocorrerá escoamento superficial para um tempo de irrigação de 3 horas, sabendo que o solo da área irrigada possui a seguinte equação de infiltração: 0,13 𝑍 = 60 𝑡 • sendo: Z = lâmina infiltrada acumulada (mm) e t = tempo acumulado (horas) FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf