UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Curso de Enfermagem A Sistematização da Assistência de Enfermagem em Gestantes de Alto Risco: Um Fator Primordial para a Qualidade do Atendimento. Natália Vieira de Carvalho BRASÍLIA 2008 1 NATÁLIA VIEIRA DE CARVALHO A SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM GESTANTES DE ALTO RISCO: UM FATOR PRIMORDIAL PARA A QUALIDADE DO ATENDIMENTO A Importância da Sistematização da Assistência de Enfermagem em gestantes de alto Risco e as dificuldades enfrentadas pelo enfermeiro em sua implantação Trabalho de conclusão de curso, como requisito obrigatório para o grau de bacharelado. Orientador (a): Mestre Juliana Fonceca da Silva Coorientadora: Enfermeira Letícia de Matos Araújo Nicolletti Brasília-DF 2008 TERMO DE APROVAÇÃO Monografia defendida e aprovada como requisito parcial para obtenção do Título de Graduado em Enfermagem, defendida e aprovada em 26 de Junho de 2008, pela banca examinadora constituída por: ____________________________________________________ Orientadora Professora Msc. Juliana Fonseca da Silva ____________________________________________________ Professora Esp. Enfermeira Letícia de Matos Araújo Nicolletti ____________________________________________________ Professor Msc. Mauricio de Oliveira Chaves Brasília UCB Dedico este trabalho ao nosso Senhor Jesus Cristo, a minha mãe – Nasilda, pelo esforço na minha formação, carinho e incentivo, ao meu pai – José Antônio e aos meus irmãos – Danilo e Delma, pelo apoio, e por estarem presentes nesta caminhada, amo todos vocês. 1 RESUMO O presente estudo foi realizado utilizando o método qualitativo de caráter exploratório com enfermeiros da maternidade do hospital da Ceilândia – DF. Foi realizado entrevista com os sujeitos utilizando um instrumento de dados como norteador da pesquisa no período do mês de março de 2008. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Secretaria do Estado de Saúde do Distrito Federal. O referencial teórico aborda sobre o conceito da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) e sua importância, seguindo para a influência que a sistematização exerce no cuidado com as gestantes de alto risco, diminuindo a incidência da mortalidade materna e fetal. A análise dos resultados obtidos apontou que os enfermeiros têm a intenção de realizar a SAE porém enfrentam muitas dificuldades. Logo, foi possível concluir que há a necessidade de melhorar a qualidade de assistência de enfermagem, incentivando os enfermeiros a participarem de cursos de capacitação para a conscientização da importância do processo de enfermagem, e também é importante salientar que a instituição precisa fornecer subsídios facilitadores, como a implantação de formulários e o incentivo do profissional. Palavras Chave: Alto Risco, Gestação, Sistematização. ABSTRACT This study was carried out using the qualitative method of exploratory nature with the nurses of the hospital’s maternity in Ceilândia - DF. The interview was made with subject using data as a tool for guiding the search for the period of March 2008. The study was approved by the Ethics Committee’s Secretary of State of Health of the Federal District. The theoretical reference addresses on the concept of systematization of nursing care and its importance, according to the influences that the systematization has on care for incidence of maternal fetal mortality. The analysis of the results obtained showed that nurses have the intention to implement the systematization of care nursing, but they face many difficulties. Soon, it was possible to conclude that there is need to improve the quality of care, nursing, encouraging nurses to participate in training courses for the awareness of the importance of the nursing process, and it is also important to note that the institution must provide subsidies facilitators, as the deployment of forms and encouraging professional. Key words: high risk, pregnant, system. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 8 2 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM ............................................. 10 2.1 A Sistematização de enfermagem em gestação ................................................................... 16 2.2 Gestação de Alto Risco........................................................................................................ 22 2.3 A SAE em Unidade de Internação para Gestantes de Alto Risco ....................................... 26 2.4 Morbidade Mortalidade materno fetal ................................................................................. 31 3 OBJETIVO GERAL ................................................................................................................... 10 3.1 Objetivo especifico .............................................................................................................. 10 4 MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................................... 34 4.1 Tipo de Estudo ..................................................................................................................... 34 4.2 Campo de estudo ................................................................................................................. 34 4.3 Amostra ............................................................................................................................... 35 4.4 Coleta de Dados ................................................................................................................... 35 4.5 Critérios de Inclusão e Exclusão ......................................................................................... 36 4.6 Instrumento de Pesquisa ...................................................................................................... 36 4.7 Análise dos Dados ............................................................................................................... 36 4.8 Aspectos Éticos ................................................................................................................... 37 5 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ................................................................................ 38 6 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ......................................................................................... 43 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................ 48 RECOMENDAÇÕES.................................................................................................................... 50 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................... 52 APÊNDICE A – INSTRUMENTO DE PESQUISA .................................................................... 56 APÊNDICE B – CRONOGRAMA DO ESTUDO ....................................................................... 58 ANEXO A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ............................. 59 ANEXO B- PLANILHA DE ORÇAMENTO .............................................................................. 61 LISTA DE FIGURAS Figura 1 .......................................................................................................................................... 39 Figura 2 .......................................................................................................................................... 40 Figura 3 .......................................................................................................................................... 41 1 INTRODUÇÃO A Sistematização da Assistência de Enfermagem foi introduzida no Brasil por Wanda de Aguiar Horta e se divide em seis fases1: Histórico, Diagnóstico, Prescrição, Implementação, Evolução e Análise dos dados obtidos2 . Na prática observa-se a dificuldade dos enfermeiros em aceitar uma assistência sistematizada3. Contudo, o profissional deve ter conhecimento sobre a importância de sua função, tomando como base um processo bem elaborado para prevenir a involução clínica do paciente4. O processo de enfermagem é um método que facilita o desempenho da assistência prestada aos pacientes5. E proporciona uma melhor assistência ao paciente, tendo como base uma ordem lógica dos acontecimentos, em que o paciente expressa o que está sentindo e o enfermeiro detecta os problemas e seleciona as práticas de cuidados de enfermagem que devem ser seguidas para sua recuperação e reabilitação 6. Hoje, sabe-se que há empecilhos no que se refere a sua implantação, inclusive na padronização da linguagem7. Muitas vezes a Sistematização é realizada, porém de forma 1 OLIVA, Ana Paula Vilcinski Oliva et al. Atitudes de alunos e Enfermeiros frente ao diagnóstico de enfermagem. Acta Paul Enferm.2005. 2 POTTER, Patrícia A.; PERRY, Anne Griffin. Fundamentos de Enfermagem conceitos, processo e prática. 4º edição. [S.l] editora Guanabara. 3 LOPES, Maria Helena Baena de Moraes. Experiência de implantação do processo de enfermagem utilizando os diagnósticos de enfermagem (Taxionomia da Nanda), Resultados esperados, Intervenções e problemas colaborativos. Revista Latino-Americana de Enfermagem vol. 8 n.3 Ribeirão Preto: 2000. 4 GOUVEIA, Helga Geremias ; LOPES, Maria Helena Baena de Moraes. Diagnóstico de enfermagem e problemas colaborativos mais comuns na gestação de risco. Revista Latino-Americana de Enfermagem v.12 n. 2 Ribeirão Preto: 2004. 5 LAÇAVA, Rose Mary do Valle Boz; BARROS, Sonia Maria Oliveira de. Diagnóstico de Enfermagem na Assistência às gestantes. Acta Paul. Enf. v. 17 jan/mar. 2004. 6 LAÇAVA, Rose Mary do Valle Boz; BARROS, Sonia Maria Oliveira de. Diagnóstico de Enfermagem na Assistência às gestantes. Acta Paul. Enf. v. 17 jan/mar. 2004. 7 OLIVA, Ana Paula Vilcinski Oliva et al. Atitudes de alunos e Enfermeiros frente ao diagnóstico de enfermagem. Acta Paul Enferm.2005. 9 incompleta. Logo é imprescindível que o profissional tenha consciência da importância da realização da sistematização globalmente. Na gestação de alto risco, observa-se fatores desfavoráveis em que desencadeiam uma involução tanto materna quanto fetal, desse modo o enfermeiro deve atender a gestante integralmente, quando aí a teoria será aplicada na prática de enfermagem, melhorando a qualidade da assistência8. É necessário que o enfermeiro inclua rigorosamente em suas atividades diárias a realização do processo de enfermagem9. No caso da gestação de alto risco saber como intervir oportunamente e eficazmente para reduzir a mortalidade materna e fetal10. Na literatura foram observadas poucas referências sobre esse assunto . É por isso que esse estudo enfoca a necessidade da implantação da SAE em gestantes de uma unidade de internação de alto risco. As quais apresentam risco de sofrer uma evolução desfavorável durante a gestação11. E com base nos achados literários que são pautados que provavelmente o enfermeiro conheça a importância da realização da SAE, porém diante de diversas dificuldades o enfermeiro não coloca em prática . 8 GOUVEIA, Helga Geremias ; LOPES, Maria Helena Baena de Moraes. Diagnóstico de enfermagem e problemas colaborativos mais comuns na gestação de risco. Revista Latino-Americana de Enfermagem v.12 n. 2 Ribeirão Preto: 2004. 9 LOPES, Maria Helena Baena de Moraes. Experiência de implantação do processo de enfermagem utilizando os diagnósticos de enfermagem (Taxionomia da Nanda), Resultados esperados, Intervenções e problemas colaborativos. Revista Latino-Americana de Enfermagem vol. 8 n.3 Ribeirão Preto: 2000. 10 PATINE, Flávia S.; BARBOSA, Denise B; PINTO, Maria H. Ensino do exame físico em um escola de enfermagem.[S.L]: Arq Cienc Saúde, 2004. 11 OUVEIA, Helga Geremias ; LOPES, Maria Helena Baena de Moraes. Diagnóstico de enfermagem e problemas colaborativos mais comuns na gestação de risco. Revista Latino-Americana de Enfermagem v.12 n. 2 Ribeirão Preto: 2004. 2 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM Em 1967, Wanda de Aguiar Horta traz para o Brasil os diagnósticos de enfermagem, tentando implementar a assistência de forma sistematizada e com uma linguagem padronizada internacionalmente, facilitando a exposição do foco clínico e avaliando a eficácia das ações de enfermagem 12. A partir daí surgiu o processo de enfermagem definido por uma série de etapas, permitindo ao profissional planejar os cuidados que serão proporcionados ao cliente13. Primeiramente o enfermeiro deve estudar a necessidade da ação, que inclui a obtenção de toda informação pertinente, em seguida ocorrerá a análise e síntese para a implantação do diagnóstico que constituem como fatores para o alcance do sucesso e dos objetivos e metas em função da solução das necessidades dos pacientes, família ou comunidade. O diagnóstico proporciona a organização do conhecimento de enfermagem e ajuda a definir as alterações de saúde das pessoas de forma concisa proporcionando o planejamento dos cuidados.14 Com o intuito de auxiliar a determinar o diagnóstico de enfermagem e melhorar o atendimento, surgiu o processo de enfermagem. Por meio dele pode-se avaliar a qualidade da 12 OLIVA, Ana Paula Vilcinski Oliva et al. Atitudes de alunos e Enfermeiros frente ao diagnóstico de enfermagem. Acta Paul Enferm.2005. 13 Albertisa Rodrigues Alves; Edna Maria Camelo Chaves; Maria Célia de Freitas; Ana Ruth Macedo Monteiro. Aplicação do Processo de Enfermagem: Estudo de Caso com uma Puérpera. Rev. Brás. Enferm. Vol.60 no.3 Braíslia May/June 2007. 14 Albertisa Rodrigues Alves; Edna Maria Camelo Chaves; Maria Célia de Freitas; Ana Ruth Macedo Monteiro. Aplicação do Processo de Enfermagem: Estudo de Caso com uma Puérpera. Rev. Brás. Enferm. Vol.60 no.3 Braíslia May/June 2007. 11 assistência prestada. O processo de enfermagem inicia-se pelo histórico, em que o enfermeiro coleta informações e determina as necessidades do paciente, formulando os devidos diagnósticos e planejando as ações de cuidado15. Todas as informações colhidas pelo enfermeiro devem ser avaliadas e reformuladas, indicando a realização dos objetivos e metas traçadas para a melhoria da qualidade do atendimento. A coleta dessas informações deve ser contínua, regular e confiável para que o resultado obtido seja eficaz.16 Analisando detalhadamente, o histórico de enfermagem é construído a partir da anamnese, da análise do prontuário, da pesquisa na literatura e da discussão de casos clínicos com outros profissionais. Nesta fase, colhem-se os dados do paciente que relata sua queixa principal. Também é realizado o exame físico e a análise de resultados de exames diagnósticos e laboratoriais. O histórico serve de base para as demais etapas do processo de enfermagem e deve incluir paciente e familiares17 . Os diagnósticos de enfermagem são definidos a partir do conjunto de problemas identificados durante o histórico de enfermagem, levantados pelo enfermeiro18. A formulação do diagnóstico de enfermagem considera os problemas reais e os potenciais, segundo FOCHIERA, 2004, o diagnóstico de enfermagem proporciona seleção das intervenções de enfermagem visando o alcance dos resultados pelos quais o enfermeiro é responsável. Com base nos diagnósticos de enfermagem, o enfermeiro fará a hierarquização das necessidades do paciente e selecionará as ações de enfermagem que solucionarão os problemas, avançando para a próxima etapa do processo de enfermagem19. 15 SUMITA, Lúcia Nishimaru Sumita et al. Elaboração de um instrumento de coleta de dados para identificação dos diagnósticos de enfermagem em parturiente. Acta Paul Enferm [S.l]: 2005. 16 Olga Laura Giraldi Peterlini; Ivete Palmira Sanson Zagonel. O Sistema de Informação Utilizado pelo Enfermeiro no Gerenciamento do Processo do Cuidar. Texto contexto – enferm. Vol.15 no.3 Florianópolis July./Sept. 2006. Márcia Regina Cubas; Ana Cláudia Koproski; Andrei Muchinski; Giane Severo Anorozo; Nátaly de Fátima Prin Donde. Validação da Nomenclatura diagnóstica de enfermagem direcionada ao pré-natal – Base CIPESC em Curitiba – PR. Rev.esc. enferm. USP vol.41 no.3 São Paulo Sept. 2007. 17 POTTER, Patrícia A.; PERRY, Anne Griffin. Fundamentos de Enfermagem conceitos, processo e prática. 4º edição. [S.l] editora Guanabara. 18 FREITAS, Fernando et al. Rotinas em Obstetrícia. 5ª ed., editora Artmed-[S.l]: 2006. 19 POTTER, Patrícia A.; PERRY, Anne Griffin. Fundamentos de Enfermagem conceitos, processo e prática. 4º edição. [S.l] editora Guanabara. 12 A prescrição de enfermagem é a relação de atividades que deverão ser desenvolvidas para que seja realizada uma assistência adequada ao paciente, de acordo com os problemas identificados nos diagnósticos20. As ações deverão ser reformuladas diariamente e dependendo da gravidade e do quadro clínico deve ser realizado mais de uma vez por dia uma nova avaliação do paciente21. A implementação é a fase em que as ações da prescrição serão colocadas em prática, objetivando alcançar os resultados esperados. Geralmente é realizada após a prescrição de enfermagem, porém também poderá ser realizada após o histórico, caso seja imediato, quando o enfermeiro utiliza um raciocínio crítico no momento da intervenção, porém o registro é realizado posteriormente. As orientações que o enfermeiro fornece ao paciente e a família sobre ações que deverão ser realizadas para a melhoria da sua qualidade de vida também fazem parte dessa etapa do processo de enfermagem.22 Após a implementação dos cuidados de enfermagem, o enfermeiro deve realizar a sua evolução. A evolução de enfermagem compreende uma nova avaliação do paciente e o registro dessas informações de forma sistematizada, no prontuário do paciente. O enfermeiro realiza uma análise crítica da assistência prestada, determinando sua eficácia e reformulando as ações no plano de cuidados23. É responsabilidade do enfermeiro registrar os procedimentos que foram colocados em prática, pois tal registro é utilizado como base da avaliação da evolução do paciente e se por ventura houver um processo jurídico o registro serve como respaldo legal.24 Observa-se, então, que o processo de enfermagem é realizado com base teórica. A participação do paciente é essencial para que as informações colhidas sejam verídicas e utilizadas 20 FREITAS, Fernando et al. Rotinas em Obstetrícia. 5ª ed., editora Artmed-[S.l]: 2006. POTTER, Patrícia A.; PERRY, Anne Griffin. Fundamentos de Enfermagem conceitos, processo e prática. 4º edição. [S.l] editora Guanabara. 22 POTTER, Patrícia A.; PERRY, Anne Griffin. Fundamentos de Enfermagem conceitos, processo e prática. 4º edição. [S.l] editora Guanabara. 21 23 24 FREITAS, Fernando et al. Rotinas em Obstetrícia. 5ª ed., editora Artmed-[S.l]: 2006. POTTER, Patrícia A.; PERRY, Anne Griffin. Fundamentos de Enfermagem conceitos, processo e prática. 4º edição. [S.l] editora Guanabara. 13 adequadamente no processo de enfermagem, com o intuito de promover o equilíbrio da saúde do paciente25. Nos anos 70, a American Nursing Association (ANA), reconheceu oficialmente os diagnósticos de enfermagem como uma parte do processo da atenção, dando legalidade a sua utilização nas atividades de enfermagem.26 Em 1973 realizou-se a primeira Conferencia Nacional para a Classificação dos diagnósticos de enfermagem, a partir daí surgeu o Grupo Nacional para a Classificação dos Diagnósticos de Enfermagem.27 Em 1982, durante a V Conferencia se criaou a North American Nursing Diagnosis Association (NANDA), que proporciona uma estrutura organizada, e estabelece planos de trabalho.28 A partir de 1987 a ANA e a NANDA se uniram para trabalhar em consenso no exercício da enfermagem, e propuseram à Organização Mundial da Saúde (OMS) a inclusão da Taxonomia I NANDA durante o Conselho Internacional de Enfermermidades (CIE) realizado pela OMS.29 Em 1989, a NANDA publicou a Taxonomia I e, com base em diversas avaliações, publicou, em 2001, a Taxonomia II cuja estrutura foi aceita em sua conferência bienal em 2000.30 25 GOUVEIA, Helga Geremias ; LOPES, Maria Helena Baena de Moraes. Diagnóstico de enfermagem e problemas colaborativos mais comuns na gestação de risco. Revista Latino-Americana de Enfermagem v.12 n. 2 Ribeirão Preto: 2004. 26 Julia Maricela Torres Esperón; América Pérez Sánchez. Aspectos éticos-sociales em los diagnósticos de enfermería y su influencia para la profesión. Rev Cubana Salud Pública 2002:28(3), Escuela Nacional de Salud Pública. 27 Julia Maricela Torres Esperón; América Pérez Sánchez. Aspectos éticos-sociales em los diagnósticos de enfermería y su influencia para la profesión. Rev Cubana Salud Pública 2002:28(3), Escuela Nacional de Salud Pública. 28 Julia Maricela Torres Esperón; América Pérez Sánchez. Aspectos éticos-sociales em los diagnósticos de enfermería y su influencia para la profesión. Rev Cubana Salud Pública 2002:28(3), Escuela Nacional de Salud Pública. 29 Julia Maricela Torres Esperón; América Pérez Sánchez. Aspectos éticos-sociales em los diagnósticos de enfermería y su influencia para la profesión. Rev Cubana Salud Pública 2002:28(3), Escuela Nacional de Salud Pública. 14 Até 2000, a NANDA classificava os diagnósticos de enfermagem numa estrutura designada Taxonomia I, que era constituída por nove categorias chamadas de Padrões de Respostas Humanas.31 No final do processo de revisão, a estrutura aceita para substituir a classificação pautada nos Padrões de Respostas Humanas (Taxonomia I) continha domínios e classes. Assim, na Taxonomia II, cada domínio é composto por classes e cada classe é composta por conceitos diagnósticos.32 Foram também desenvolvidas definições para cada domínio e para cada classe da estrutura. A definição de cada diagnóstico foi comparada às definições da classe e do domínio onde eles estavam localizados e isso fundamentou a revisão e modificações nas localizações dos diagnósticos com a finalidade de assegurar a máxima consistência entre diagnósticos, classes e domínios. A Taxonomia II, publicada em 2001, tem 13 domínios, 106 classes, 155 diagnósticos e sete eixos. 33 Como descrito anteriomente, o diagnóstico de enfermagem deve ser padronizado, organizado e estruturado e para tal realização, tem-se utilizado como referencial teórico a classificação da North American Nursing Diagnosis Association (NANDA),34 que é estruturado em definições para cada domínio adequando os diagnósticos identificados35. 30 A Taxonomia II proposta pela North American Nursing Diagnosis Association (NANDA) Cristiane Giffoni Braga; Diná de Almeida Lopes Monteiro da Cruz; Rev. Latino-Am. Enfermagem v.11 n.2 Ribeirão Preto mar./abr. 2003. 31 A Taxonomia II proposta pela North American Nursing Diagnosis Association (NANDA) Cristiane Giffoni Braga; Diná de Almeida Lopes Monteiro da Cruz; Rev. Latino-Am. Enfermagem v.11 n.2 Ribeirão Preto mar./abr. 2003. 32 A Taxonomia II proposta pela North American Nursing Diagnosis Association (NANDA) Cristiane Giffoni Braga; Diná de Almeida Lopes Monteiro da Cruz; Rev. Latino-Am. Enfermagem v.11 n.2 Ribeirão Preto mar./abr. 2003. 33 A Taxonomia II proposta pela North American Nursing Diagnosis Association (NANDA) Cristiane Giffoni Braga; Diná de Almeida Lopes Monteiro da Cruz; Rev. Latino-Am. Enfermagem v.11 n.2 Ribeirão Preto mar./abr. 2003 34 GOUVEIA, Helga Geremias ; LOPES, Maria Helena Baena de Moraes. Diagnóstico de enfermagem e problemas colaborativos mais comuns na gestação de risco. Revista Latino-Americana de Enfermagem v.12 n. 2 Ribeirão Preto: 2004. 35 BRAGA, Cristiane Giffoni Braga; CRUZ, Diná de Almeida Lopes Monteiro da. A Taxonomia II proposta pela North American Nursing Diagnosis Association (NANDA). Revista Latino-Americana de Enfermagem v.11 n.2 Ribeirão Preto: 2003. 15 Segundo Carpenito: “ os diagnósticos de enfermagem proporcionam à enfermagem uma estrutura para a organização de sua ciência” 36. Apesar da importância do processo de enfermagem, encontram-se diversas dificuldades para sua implantação, tais como: a falta de embasamento teórico para a realização da anamnese e do exame físico, desconhecimento da nomenclatura padronizada, dificuldade na utilização e aplicação do NANDA, acúmulo de atividades burocráticas e assistenciais37. Pode-se citar também a falta de conhecimento em realizar um registro sistematizado, pois se observa a dificuldade na realização de uma seqüência cronológica dos acontecimentos, erros ortográficos, rasuras, uso de siglas não padronizadas e letras ilegíveis38. A assistência de enfermagem documentada é deficitária tendo como fator primordial o pouco tempo disponível para registrar, pois são muitos procedimentos que requerem agilidade dos profissionais.39 Há a necessidade de transmitir na evolução informações coerentes, claras e concisas. Uma boa evolução de enfermagem oferece subsídios para que outros profissionais atuem com mais agilidade, já que apresenta informações importantes sobre a saúde do paciente e possibilita a comunicação entre a equipe multidisciplinar40. A ausência do registro da assistência prestada ao cliente pode resultar na falta do reconhecimento profissional e na dificuldade no repasse de informações.41 36 LOPES, Maria Helena Baena de Moraes. Experiência de implantação do processo de enfermagem utilizando os diagnósticos de enfermagem (Taxionomia da Nanda), Resultados esperados, Intervenções e problemas colaborativos. Revista Latino-Americana de Enfermagem vol. 8 n.3 Ribeirão Preto: 2000. 37 LOPES, Maria Helena Baena de Moraes. Experiência de implantação do processo de enfermagem utilizando os diagnósticos de enfermagem (Taxionomia da Nanda), Resultados esperados, Intervenções e problemas colaborativos. Revista Latino-Americana de Enfermagem vol. 8 n.3 Ribeirão Preto: 2000. 38 MATSUDA, Laura Misue et al. Anotações/ registros de enfermagem:instrumento de comunicação para a qualidade do cuidado?. revista 8_3 v. 8 n. 3 a 12, Goiânia: 2006. 39 SUMITA, Lúcia Nishimaru Sumita et al. Elaboração de um instrumento de coleta de dados para identificação dos diagnósticos de enfermagem em parturiente. Acta Paul Enferm [S.l]: 2005. 40 LOPES, Maria Helena Baena de Moraes. Experiência de implantação do processo de enfermagem utilizando os diagnósticos de enfermagem (Taxionomia da Nanda), Resultados esperados, Intervenções e problemas colaborativos. Revista Latino-Americana de Enfermagem vol. 8 n.3 Ribeirão Preto: 2000. 41 Telma Ribeiro Garcia, Maria Miriam Lima da Nóbrega. Sistematização da Assistência de Enfermagem: Reflexões sobre o Processo. In: 52º Congresso Brasileiro de Enfermagem, Apresentado na Mesa Redonda “A Sistematização da Assistência de Enfermagem: o processo e a experiência”. Recife/ Olinda – PE,2000. Márcia Regina Cubas; Ana Cláudia Koproski; Andrei Muchinski; Giane Severo Anorozo; Nátaly de Fátima Prin Donde. 16 Para uma boa adequação da sistematização é de fundamental importância que o enfermeiro tenha conhecimento cientifico e que se atualize. Para que isso ocorra, é necessário oferecer cursos de capacitação que abordem os assuntos pertinentes para esclarecer as dúvidas e avaliar se o enfermeiro está realmente capacitado para tal função.42 2.1 A Sistematização de enfermagem em gestação Faz-se necessária a correlação entre gestação de alto risco com a assistência de enfermagem.43. Pois ao pesquisar informações sobre o assunto foi observado a escassez de conteúdos publicados sobre a importância da sistematização da assistência de enfermagem (SAE) em gestantes44. Para a realização da SAE em gestantes o profissional deve ter conhecimento da fisiologia da gravidez e do ciclo gravídico puerperal. É importante também adquirir um vinculo de confiança com a gestante para que ela não se sinta constrangida durante a realização de todas as etapas do processo de enfermagem.45 Para uma adequada implementação das etapas da SAE é necessário que os enfermeiros sejam estimulados a se especializarem para que suas ações além de intervencionistas passem a ser humanizadas.46 Para que a sistematização seja eficaz, o enfermeiro deve coletar os dados e fazer uso de uma linguagem acessível para orientar a gestante sobre as mudanças hormonais 42 LOPES, Maria Helena Baena de Moraes. Experiência de implantação do processo de enfermagem utilizando os diagnósticos de enfermagem (Taxionomia da Nanda), Resultados esperados, Intervenções e problemas colaborativos. Revista Latino-Americana de Enfermagem vol. 8 n.3 Ribeirão Preto: 2000. 43 GOUVEIA, Helga Geremias ; LOPES, Maria Helena Baena de Moraes. Diagnóstico de enfermagem e problemas colaborativos mais comuns na gestação de risco. Revista Latino-Americana de Enfermagem v.12 n. 2 Ribeirão Preto: 2004. 44 SUMITA, Lúcia Nishimaru Sumita et al. Elaboração de um instrumento de coleta de dados para identificação dos diagnósticos de enfermagem em parturiente. Acta Paul Enferm [S.l]: 2005. 45 22- Maria José Cariri Benigna; Wezila Gonçalves do Nascimento, Joânio Lopes Martins. Pré-Natal no Programa de Saúde da Família (PSF): Com a Palavra os Enfermeiros. Cogitare Enfermagem, v. 9, n. 2 (2004). 46 Odaléa Maria Bruggemann. O Cuidado no Processo do Nascimento: Reflexões sobre a atuação da Enfermeira. Online Brazilian Journal of Nursing (OBJN– ISSN 1676-4285) v.2, n.3, December 2003 [Online]. Available at: www.uff.br/nepae/obnj203bruggemann.htm 17 características que a gestação provoca fisiologicamente e psicologicamente, assim a paciente saberá distinguir alterações anormais que possam comprometer o bem estar materno e fetal.47 O processo de enfermagem é realizado com as gestantes durante o pré-natal, parto e puerpério. Durante a consulta de pré-natal tanto na gestação de baixo quanto na de alto risco o enfermeiro deve avaliar além dos fatores de risco, descritos no tópico de gestação de alto risco, os seguintes itens: 1. Medida do peso e altura: para identificar as gestantes com déficit nutricional ou sobrepeso no inicio da gestação; Detectar as gestantes com ganho de peso menor ou excessivo para a idade gestacional, em função do estado nutritivo prévio. Visando melhorar o estado nutricional materno, suas condições para o parto e o peso do recém-nascido. 2. Controle da pressão arterial: Detectar precocemente estados hipertensivos que se constituam em risco materno e perinatal. Considera-se hipertensão níveis iguais ou maiores que 140x90 mmHg. 3. Verificação de presença de edema: para detectar precocemente a ocorrência de edema patológico. 4. Medida da altura uterina/acompanhamento do crescimento fetal: tem como objetivo identificar o crescimento normal do feto e detectar seus desvios; diagnosticar causas do desvio de crescimento fetal encontrado. 5. Ausculta dos batimentos cardiofetais: constatar a cada consulta a presença, ritmo, freqüência e a normalidade dos batimentos cardiofetais (BCF), a normalidade é considerada entre 120 e 160 bpm. 6. Exames laboratoriais na assistência pré-natal e condutas: grupo sangüíneo e fator RH (doença hemolítica), Sorologia para sífilis (VDRL), Urina (proteinúria); Hemoglobina (anemia ferroprivia); glicemia de jejum (diabetes gestacional); 47 Maria José Cariri Benigna; Wezila Gonçalves do Nascimento, Joânio Lopes Martins. Pré-Natal no Programa de Saúde da Família (PSF): Com a Palavra os Enfermeiros. Cogitare Enfermagem, v. 9, n. 2 (2004). Viviane Moreira Alves; Zélia Arcanjo Moura; Isaura Letícia Tavares Palmeira; Marcos Venícios de Oliveira Lopes. Estudo do Diagnóstico de Enfermagem fadiga em Gestantes Atendidas numa Unidade Básica de Atenção à Saúde. Acta paul. enferm. Vol.19 no.1 São Paulo Jan./Mar.2006. 18 colpocitologia oncótica (exame Papanicolau ou “preventivo”); bacterioscopia do conteúdo vaginal (se necessário). 7. Vacinação antitetânica: É realizada para a prevenção do tétano no recém-nascido e para a proteção da gestante, com vacina dupla tipo adulto (dT) ou, na falta desta, com o toxóide tetânico (TT).48 O enfermeiro deve informar as mulheres e suas famílias sobre a importância do pré-natal, amamentação, vacinação, preparo para o parto durante a consulta do pré-natal, solicitar exames de rotina, realizar coleta de exames citopatológicos e orientar tratamento conforme protocolo do serviço. Quando necessário o profissional encaminha as gestantes identificadas como de risco para o médico e sempre fornece o cartão da gestante devidamente atualizado em cada consulta.49 Quando a gestante entra no trabalho de parto ela pode escolher alguém de sua confiança para ficar ao seu lado para oferecer apoio físico e emocional. Os enfermeiros devem receber bem e apoiar as mães e seus acompanhantes desde o momento da chegada, também deve apresentar-se e fornecer informações sobre outras pessoas que a mãe poderá ver durante o trabalho de parto.50 A atuação do enfermeiro em sala de parto consiste em assegurar o bem estar da mulher e do bebê, portanto é necessária uma avaliação contínua durante todo o processo de trabalho de parto, parto e pós-parto. Para garantir uma assistência de qualidade deve acolher a parturiente, realizar anamnese, realizar exame clínico geral, colher dados do cartão de pré-natal, realizar o exame obstétrico com monitorização materno-fetal e dar apoio psíquico-físico.51 Durante a monitorização fetal os critérios para sofrimento são batimentos acima de 160 e abaixo de 100-120. A eliminação de mecônio também indica sofrimento fetal. A monitorização 48 Assistência pré-natal: manual técnico/ equipe de elaboração: Janine Schirmer et al. 3ª edição- Brasília: Secretaria de Políticas da Saúde- SPS/Ministério da Saúde.2000.66p. 49 Assistência pré-natal: manual técnico/ equipe de elaboração: Janine Schirmer et al. 3ª edição- Brasília: Secretaria de Políticas da Saúde- SPS/Ministério da Saúde.2000.66p. 50 Guia para atenção efetiva na gravidez e no parto. Murray Enkin; Marc J.N.C. Keirse, James Neilson, Caroline Crowther, Leila Duley, Ellen Hodnett, Justus Hofmeyr. 3ª edição 51 Guia para atenção efetiva na gravidez e no parto. Murray Enkin; Marc J.N.C. Keirse, James Neilson, Caroline Crowther, Leila Duley, Ellen Hodnett, Justus Hofmeyr. 3ª edição 19 do progresso do trabalho de parto requer a avaliação das contrações uterinas e da dilatação do colo, daí a importância da realização do partograma que representa graficamente o progresso do trabalho de parto, afim de evitar intervenções desnecessárias.52 Durante o segundo estádio do trabalho de parto a mãe deve ser estimulada a ficar na posição que preferir. A episiotomia não deve ser realizada de rotina, devendo limitar-se àqueles casos onde há claras indicações para o seu uso tais como: distócia de ombro, parto pélvico, fórceps, situações onde a não realização pode significar lacerações importantes do canal de parto.53 No terceiro estágio trabalho de parto, também conhecido como período de dequitação, é importante o manejo ativo com a administração de ocitocina imediata; tração controlada do cordão umbilical e massagem uterina. Após o parto a grande maioria dos recém-nascidos necessita apenas de um cuidador vigilante, aquecimento, vias aéreas livres e recepção calorosa do cuidador. As puérperas devem ter contato com os bebês logo que possível após o parto, durante o tempo que desejarem.54 As pessoas que assistem a mulher devem estimular a amamentação e orientar sobre a importância e a forma correta de amamentação.55 Para o alívio das dores e desconfortos perineais, faz-se o resfriamento do local com gelo moído produzindo sensação de melhora. 52 Guia para atenção efetiva na gravidez e no parto. Murray Enkin; Crowther, Leila Duley, Ellen Hodnett, Justus Hofmeyr. 3ª edição 53 Guia para atenção efetiva na gravidez e no parto. Murray Enkin; Crowther, Leila Duley, Ellen Hodnett, Justus Hofmeyr. 3ª edição 54 Guia para atenção efetiva na gravidez e no parto. Murray Enkin; Crowther, Leila Duley, Ellen Hodnett, Justus Hofmeyr. 3ª edição 55 Guia para atenção efetiva na gravidez e no parto. Murray Enkin; Crowther, Leila Duley, Ellen Hodnett, Justus Hofmeyr. 3ª edição Marc J.N.C. Keirse, James Neilson, Caroline Marc J.N.C. Keirse, James Neilson, Caroline Marc J.N.C. Keirse, James Neilson, Caroline Marc J.N.C. Keirse, James Neilson, Caroline 20 Após o parto o enfermeiro deve realizar o processo de enfermagem com todas as puérperas da área de cobertura; fazendo o acompanhamento da involução uterina e lóquios na primeira semana; acompanhando e orientando o aleitamento materno; retirando de pontos caso necessário; fornecendo orientação nutricional; assistindo em suas necessidades emocionais, detectando alterações e prestando assistência necessária; orientando e dando encaminhamento quanto à contracepção no período específico e intervalo interpartal.56 Após o exame físico da puérpera o enfermeiro poderá reformular e orientar os cuidados de acordo com a necessidade de cada paciente.57 O Ministério da Saúde reconheceu em 1998 a assistência ao parto por enfermeiro obstetra nos hospitais conveniados ao SUS e em 1999 propôs a criação de Centros de Parto Normal (CPN), sendo os enfermeiros obstetras responsáveis por todos os cuidados prestados às mulheres e bebês58. Para que o enfermeiro obstetra realize o parto normal é necessário que ele possua referencial teórico para orientar o cuidado e a equipe de saúde, não impor a paciente à um tratamento que ela não conhece ou acredita, implantar ações de cuidado humanizado, estar acessível e disponível para atender o chamado para o cuidado59. A lei 7.498/86 aborda sobre as competências do enfermeiro na assistência ao parto: Decreto nº 94.406, de 08 de junho de 1987 Regulamenta a Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre o exercício da Enfermagem, e dá outras providências 56 Guia para atenção efetiva na gravidez e no parto. Murray Enkin; Marc J.N.C. Keirse, James Neilson, Caroline Crowther, Leila Duley, Ellen Hodnett, Justus Hofmeyr. 3ª edição 57 Maria José Cariri Benigna; Wezila Gonçalves do Nascimento, Joânio Lopes Martins. Pré-Natal no Programa de Saúde da Família (PSF): Com a Palavra os Enfermeiros. Cogitare Enfermagem, v. 9, n. 2 (2004). Maria Socorro de Araújo Dias; Maria de Fátima Antero Sousa Machado; Raimunda Magalhães da Silva; Ana Karina Bezerra Pinheiro. Vivenciando uma Resposta Emancipatória no Ensino de Semiologia para a Enfermagem. Ver. Latino-Am. Enfermagem v.11 n.3 Ribeirão Preto maio/Jun. 2003. 58 Marcos Augusto Bastos Dias; Rosa Maria Soares Madeira Domingues. Desafios na Implantação de uma Política de Humanização da Assistência Hospitalar ao Parto. Ciênc. Saúde coletiva vol.10 no.3 Rio de Janeiro July/Sept.2005. 59 Odaléa Maria Bruggemann. O Cuidado no Processo do Nascimento: Reflexões sobre a atuação da Enfermeira. Online Brazilian Journal of Nursing (OBJN– ISSN 1676-4285) v.2, n.3, December 2003 [Online]. Available at: www.uff.br/nepae/obnj203bruggemann.htm 21 Art. 8º - Ao enfermeiro incumbe: I - privativamente: f) prescrição da assistência de Enfermagem; g) cuidados diretos de Enfermagem a pacientes graves com risco de vida; h) cuidados de Enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos científicos adequados e capacidade de tomar decisões imediatas; II - como integrante da equipe de saúde: h) prestação de assistência de enfermagem à gestante, parturiente, puérpera e ao recémnascido; i) participação nos programas e nas atividades de assistência integral à saúde individual e de grupos específicos, particularmente daqueles prioritários e de alto risco; j) Acompanhamento da evolução do trabalho de parto; Art. 9º - Às profissionais titulares de diploma ou certificados de Obstetriz ou de Enfermeira Obstétrica, além das atividades de que trata o artigo precedente, incumbe: I - prestação de assistência à parturiente e ao parto normal; II - identificação das distócias obstétricas e tomada de providências até a chegada do médico; III - realização de episiotomia e episiorrafia com aplicação de anestesia local, quando necessária. RESOLUÇÃO COFEN Nº 223/99 Dispõe sobre a atuação de Enfermeiros na Assistência à Mulher no Ciclo Gravídico Puerperal. Resolve: Art. 1º - A realização do Parto Normal sem distócia é da competência de Enfermeiros, e dos portadores de Diploma, Certificado de Obstetriz ou Enfermeiro Obstetra, bem como Especialistas em Enfermagem Obstétrica e na Saúde da Mulher; Art. 2º - Compete ainda aos profissionais referidos no artigo anterior: a) Assistência à gestante, parturiente e puérpera; b) Acompanhamento da evolução e do trabalho de parto; c) Execução e assistência obstétrica em situação de emergência. Art. 3º - Ao Enfermeiro Obstetra, Obstetriz, Especialistas em Enfermagem Obstétrica e Assistência a Saúde da Mulher, além das atividades constantes do artigo 2º, compete ainda: 22 a) Assistência à parturiente e ao parto normal; b) Identificação das distócias obstétricas e tomada de todas as providências necessárias, até a chegada do médico, devendo intervir, de conformidade com sua capacitação técnico-científica, adotando os procedimentos que entender imprescindíveis, para garantir a segurança do binômio mãe/filho; c) Realização de episiotomia, episiorrafia e aplicação de anestesia local, quando couber; d) Emissão do Laudo de Enfermagem para Autorização de Internação Hospitalar, constante do anexo da Portaria SAS/MS-163/98; e)Acompanhamento da cliente sob seus cuidados, da internação até a alta. O Ministério da Saúde (MS) garante a assistência integral à mulher, inclusive no pré-natal quando há várias mudanças físicas e emocionais. Quando a gestante se enquadra no grupo de alto risco, deve ser prestada uma assistência mais intensiva e rigorosa, pois é aí que o enfermeiro detecta as ações que serão realizadas preventivamente no processo de enfermagem com efetividade60. 2.2 Gestação de Alto Risco A gestação de alto risco é aquela onde a saúde da mãe e do feto podem estar comprometidas. Sabe-se que toda gestação traz risco materno ou fetal, mas cabe ao profissional de saúde identificar a sua gravidade61. Os problemas das gestantes de baixo risco são resolvidos no atendimento no nível primário. Porém, para aquelas de alto risco, devem ser realizados procedimentos mais especializados, envolvendo os níveis secundário e terciário de atenção à saúde62. Em 1998 o Ministério da Saúde criou o Sistema Estadual de Referência Hospitalar à Gestante de Alto Risco, buscando hierarquizar os níveis de complexidade no atendimento à gestante de alto risco. 63 60 MOURA, Rejane Ferreira; RODRIGUES, Maria Socorro Pereira. Comunicação e informação em Saúde no pré-natal. V. 7. [S.l]: Interface - Comunic, Saúde: 2003. 61 GOMES, Romeu et al. Os sentidos do risco na gravidez segundo a obstetrícia: Um estudo bibliográfico. Revista Latino-Americana. vol.9 nº.4. [S.l.:s.n] Ribeirão Preto: 2001. 62 BUCHABQUI, Jorge Alberto; CAPP, Edison; FERREIRA, Jair. Adequação dos encaminhamentos de gestações de alto-risco na rede básica de atenção à saúde de Porto Alegre. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil. vol.6 nº.1. Recife: 2006. 63 Gestante de alto risco: sistema estaduais de referência hospitalar à gestante de alto risco / Ministério da Saúde, Secretaria Executiva. – Brasília: Ministério da Saúde, 2001. 32.p ISBN 85-334-0277-5. CDV 618.3 (81) NLM WQ 240 DB8. 23 Os níveis mais especializados englobam as Unidades de Referência Secundária e Terciária que são aquelas habilitadas e capacitadas para a análise e identificação do risco que necessite de encaminhamento ao nível terciário de atendimento. As Unidades de Referência Terciárias dispõem de leitos destinados preferencialmente às gestantes de alto risco referenciadas pela Unidade Secundária do sistema.64 De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), todas as gestantes devem ser atendidas levando-se em conta o nível sociocultural, crenças, renda, idade, como é o relacionamento com o parceiro, histórico obstétrico, se ela considera a gestação importante, se foi programada e se é desejada65. O enfermeiro deve respeitar os aspectos sociais, culturais e emocionais da paciente e de sua família, e informar todos os cuidados os quais ela será submetida66. A gestante deve ser questionada quanto as suas queixas e as alterações físicas devem ser avaliadas durante o exame físico67. Ao identificar uma gestante de alto risco deverão ser realizados encaminhamentos adequados por meio de serviços de referências e contra-referência. A não realização dificulta o planejamento das ações e prejudica a execução das normatizações. Com base nesses dados foi possível identificar que hipertensão e a diabetes gestacional são as complicações de maior prevalência68. Cabe ao Ministério da Saúde, por meio da Secretaria da Assistência à Saúde, em conjunto com as secretarias estaduais e municipais de saúde, estabelecer rotinas de supervisão, de 64 Gestante de alto risco: sistema estaduais de referência hospitalar à gestante de alto risco / Ministério da Saúde, Secretaria Executiva. – Brasília: Ministério da Saúde, 2001. 32.p ISBN 85-334-0277-5. CDV 618.3 (81) NLM WQ 240 DB8. 65 DOURADO, Viviani Guilherme; PELLOSO, Sandra Maria. Gravidez de alto risco: o desejo e a programação de uma gestação.[S.l]: Acta Paul Enferm, 2007. 66 Marcos Augusto Bastos Dias; Rosa Maria Soares Madeira Domingues. Desafios na Implantação de uma Política de Humanização da Assistência Hospitalar ao Parto. Ciênc. Saúde coletiva vol.10 no.3 Rio de Janeiro July/Sept.2005. 67 Viviane Moreira Alves; Zélia Arcanjo Moura; Isaura Letícia Tavares Palmeira; Marcos Venícios de Oliveira Lopes. Estudo do Diagnóstico de Enfermagem fadiga em Gestantes Atendidas numa Unidade Básica de Atenção à Saúde. Acta paul. enferm. Vol.19 no.1 São Paulo Jan./Mar.2006. 68 BUCHABQUI, Jorge Alberto; CAPP, Edison; FERREIRA, Jair. Adequação dos encaminhamentos de gestações de alto-risco na rede básica de atenção à saúde de Porto Alegre. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil. vol.6 nº.1. Recife: 2006. 24 acompanhamento, de avaliação e de controle para promover a qualidade da atenção à saúde no atendimento à gestante de alto risco69. A condição de gestação de alto risco possui vários significados. Se houver alterações fisiológicas que acarretam em fenômenos patológicos, identifica-se risco como fator anormal; porém, se ocorre alguma alteração diferente da esperada em alguma fase da gestação que é considerado normal, considera-se risco como complicação, alterações e evolução desfavorável. Já o sentido pejorativo identifica a gestação que adquiriu uma evolução negativa além daquela já instalada, também relacionado à patologia70. No Brasil os fatores geradores de risco podem ser agrupados em quatro grandes grupos, que são: 1- características individuais e condições sócio-demográficas desfavoráveis: Idade menor que 17 anos e maior que 35 anos; Ocupação: esforço físico, carga horária, rotatividade de horário, exposição de agentes físicos, químicos e biológicos nocivos, estresse; Situação conjugal insegura; Baixa escolaridade; Condições ambientais desfavoráveis; Altura menor que 1,45m; Peso menor que 45 kg e maior que 75 kg; Dependência de drogas lícitas ou ilícitas. 2- História reprodutiva anterior a gestação atual: 69 Morte perinatal explicada ou inexplicada; Gestante de alto risco: sistema estaduais de referência hospitalar à gestante de alto risco / Ministério da Saúde, Secretaria Executiva. – Brasília: Ministério da Saúde, 2001. 32.p ISBN 85-334-0277-5. CDV 618.3 (81) NLM WQ 240 DB8. 70 GOMES, Romeu et al. Os sentidos do risco na gravidez segundo a obstetrícia: Um estudo bibliográfico. Revista Latino-Americana. vol.9 nº.4. [S.l.:s.n] Ribeirão Preto: 2001. 25 Recém-nascido com crescimento retardado, pré-termo ou malformado; Abortamento habitual; Esterilidade / infertilidade; Intervalo interpartal menor que 2 anos ou maior que 5 anos; Nuliparidade e Multiparidade; Síndrome hemorrágica ou hipertensiva; Cirurgia uterina anterior. 3- Doenças obstétricas na gestação atual: Desvio quanto ao crescimento uterino, número de fetos e volume de líquido amniótico; Trabalho de parto prematuro e gravidez prolongada; Ganho ponderal inadequada; Pré-eclâmpsia e eclâmpsia; Diabetes gestacional; Amniorrex prematura; Hemorragias da gestação; Aloimunização; Óbito fetal. 4- Intercorrências clínicas: Hipertensão arterial; Cardiopatias; Pneumonias; Nefropatias; Endocrinopatias; Hemopatias; Epilepsia; Doenças infecciosas; Doenças auto-imunes; 26 Ginecopatias. É na consulta de pré-natal que envolve procedimentos bastantes simples, onde o profissional de saúde pode detectar uma gestante de risco e transmitir o apoio e a confiança necessários, para que ela se fortaleça e possa conduzir com mais segurança a gestação e o parto. A maioria das questões trazidas, embora pareça elementar para quem escuta, pode representar um problema sério para quem o apresenta. Assim, respostas diretas e seguras são significativas para o bem estar da mulher e de sua família.71 De maneira em geral, as gestantes são inicialmente atendidas no nível primário, e referenciadas posteriormente, se necessário, para níveis mais complexos de atenção. Na atenção às gestantes ditas de “baixo risco”, deve-se atentar para o aparecimento ou agravamento dos referidos fatores. A ausência de controle pré-natal, por si mesma, é um fator de risco para a gestante e o recém-nascido.72 Esses fatores estão associados ao baixo peso do recém-nascido, à prematuridade e ao retardo do crescimento intra-uterino, pois o hábito de fumar e a deficiência nutricional estão ligados à mortalidade e morbidade perinatal73. 2.3 A SAE em Unidade de Internação para Gestantes de Alto Risco Na sistematização da assistência em mulheres com gestação de alto risco o enfermeiro deve levar em consideração os fatores abaixo: 71 Assistência pré-natal: manual técnico/ equipe de elaboração: Janine Schirmer et al. 3ª edição- Brasília: Secretaria de Políticas da Saúde- SPS/Ministério da Saúde.2000.66p. 72 GILBERT, Elizabeth Stepp; HARMON, Judith Smith. Manual Prático de Gravidez e Parto de Alto Risco. 2ª edição. [S.L] ; Livraria e Editora Revinter Ltda, 2002. Gestante de alto risco: sistema estaduais de referência hospitalar à gestante de alto risco / Ministério da Saúde, Secretaria Executiva. – Brasília: Ministério da Saúde, 2001. 32.p ISBN 85-334-0277-5. CDV 618.3 (81) NLM WQ 240 DB8. Gestação de alto risco/Secretaria de políticas. Área técnica da saúde da mulher – Brasília: Ministério da Saúde, 2000. 73 Ana Maria Krusser Zambonato; Ricardo Tavares Pinheiro; Bernardo Lessa Horta; Elaine Tomasi. Fatores de risco para nascimento de crianças pequenas para a idade gestacional. Ver. Saúde Pública vol.38 no.1 São Paulo Feb. 2004. 27 A) Repercussões mútuas entre a doença e a gravidez: É de suma importância o conhecimento das repercussões da gravidez sobre a doença. Para tanto o enfermeiro deve ter conhecimento fundamental sobre a fisiologia da gravidez. Desconhecendo as adaptações pelas quais passa o organismo materno não há como avaliar as repercussões sobre a doença. B) Avaliação clínica: Este conhecimento permite ao enfermeiro o adequado estabelecimento das condições clínicas maternas e a correta valorização da evolução da doença pela avaliação de parâmetros clínicos e laboratoriais. Para o fornecimento do melhor acompanhamento da gestante de alto risco, há necessidade de equipe multidisciplinar. C) Avaliação obstétrica: O estabelecimento da idade gestacional é o passo básico, como também é o correto acompanhamento da evolução da gravidez, mediante análise e adequada interpretação dos parâmetros obstétricos (ganho ponderal, pressão arterial e crescimento uterino). O feto também é obrigatoriamente avaliado, considerando-se o seu crescimento e suas condições de vitalidade e maturidade. D) Parto: A antecipação do parto, é um evento freqüente no atendimento à gestação de alto risco. O médico obstetra tem inteira responsabilidade na indicação da via de parto e o acompanhamento do trabalho de parto.74 Geralmente o tipo de parto das gestações de alto risco é a cesariana, considerada uma das cirurgias de grande porte mais seguras, porém ainda há um risco importante de morbidade e mortalidade. É essencial a realização de uma ultra-sonografia cuidadosa antes de um parto cesáreo de um prematuro, pois permite a correção de uma posição anômala antes da incisão do útero75. O parto de alto risco deve ser assistido por profissional com experiência em ressuscitação neonatal. Após o parto muitos recém-nascidos de alto risco podem ser tratados com êxito por 74 Gestação de alto risco/Secretaria de políticas. Área técnica da saúde da mulher – Brasília: Ministério da Saúde, 2000. 75 Guia para atenção efetiva na gravidez e no parto. Murray Enkin; Marc J.N.C. Keirse, James Neilson, Caroline Crowther, Leila Duley, Ellen Hodnett, Justus Hofmeyr. 3ª edição 28 medidas bastante simples como aspiração nasal e faríngea dos bebês que eliminaram mecônio. E as mães devem ser informadas precisamente e coerentemente do estado do seu bebê76. Quando a condição de risco é diagnosticada durante a gestação, a grávida assume sentimentos de culpa, raiva e censura pela perda da gestação idealizada77. E quando o final da gestação é trágico, os pais de bebês natimortos devem ser estimulados a tocar e segurar o seu bebê, assim como àqueles com filho doente, a mãe deve ter suporte para amamentar se desejar. Essas atitudes fornecerão evidencias concretas da realidade78. O valor estimado da taxa do número de óbitos infantis (menores de 1 ano) por 1000 nascidos vivos no Distrito Federal no ano de 2004 foi de 13,65. O valor observado do número de óbitos maternos por 100.000 nascidos vivos no Distrito Federal de acordo com as informações do DATASUS no ano de 2004 foi de 43,87. De acordo com a pesquisa realizada por GOUVEIA,2004 79, os diagnósticos de enfermagem mais comuns na gestação de risco em ordem de prevalência são: Risco para infecção, em ruptura prematura de membranas amnióticas ou procedimentos invasivos; Manutenção da saúde alterada, devido à patologia associada à gestação; Conforto alterado, relacionado ao local de internação; Risco para amamentação ineficaz, devido à provável internação imediata do recém nascido; 76 Guia para atenção efetiva na gravidez e no parto. Murray Enkin; Marc J.N.C. Keirse, James Neilson, Caroline Crowther, Leila Duley, Ellen Hodnett, Justus Hofmeyr. 3ª edição. 77 Gestação de alto risco/Secretaria de políticas. Área técnica da saúde da mulher – Brasília: Ministério da Saúde, 2000. 78 Guia para atenção efetiva na gravidez e no parto. Murray Enkin; Marc J.N.C. Keirse, James Neilson, Caroline Crowther, Leila Duley, Ellen Hodnett, Justus Hofmeyr. 3ª edição. 79 GOUVEIA, Helga Geremias ; LOPES, Maria Helena Baena de Moraes. Diagnóstico de enfermagem e problemas colaborativos mais comuns na gestação de risco. Revista Latino-Americana de Enfermagem v.12 n. 2 Ribeirão Preto: 2004. 29 Padrões de sexualidade alterados, associado ao humor, abstinência e distância do companheiro; Medo, relacionado à ansiedade; Dor, relacionada à mudança de peso; Distúrbio no padrão de sono relacionado à mudança de ambiente; Nutrição alterada: ingestão excessiva ou deficiente relacionada às necessidades metabólicas; Náuseas associado ao uso de medicamentos; Dentição alterada justificado por déficits nutricionais ou barreiras ao auto-cuidado; Eliminação urinária alterada relacionada à infecção do trado urinário devido à baixa ingestão hídrica; Risco para paternidade ou maternidade alterado; Fadiga devido à fatores psicológicos como estresse e fadiga; Constipação podendo estar associado com a ingestão insuficiente de fibras e líquidos ; Déficit de conhecimento relacionado à falta de recursos de informação sobre sua condição de saúde; Excesso de volume de líquidos associado à retenção hídrica; Risco para déficit no volume de líquidos associado à perda ativa de volume de líquido; Enfrentamento individual ineficaz relacionado a falta de informações e confiança; Risco para vínculo pais/filhos alterados tendo como fator recém nascido prematuro, doente separado dos pais; 30 Integridade da pele prejudicada associado à imobilização física e alterações metabólicas; Risco para transmissão de infecção relacionado à alguma doença transmissível; Comunicação verbal prejudicada associado à diferença cultural e baixo nível de escolaridade; Processos familiares alterados relacionado a alteração do estado de saúde de algum membro da família; Alcoolismo relacionado à habilidades para enfrentamento inadequadas; Déficit no auto-cuidado para banho/higiene relacionado à fraqueza e cansaço; Déficit no auto-cuidado para vestir-se/arrumar-se relacionado ao desconforto; Risco para desenvolvimento alterado relacionado à patologia associada à gestação; Distúrbio na auto-estima associado à condição de saúde materna e fetal80. Um pré-natal bem feito leva à avaliação das necessidades de cada gestante de alto risco, de acordo com as complexidades presentes. Para uma adequada assistência há necessidade de uma equipe multidisciplinar no acompanhamento81. O sistema de saúde deve prestar uma assistência integral a todas as grávidas. E se adequar a elevada demanda no atendimento às gestantes de alto risco para não haver empecilho na realização de um atendimento de qualidade pelo enfermeiro82. 80 GOUVEIA, Helga Geremias ; LOPES, Maria Helena Baena de Moraes. Diagnóstico de enfermagem e problemas colaborativos mais comuns na gestação de risco. Revista Latino-Americana de Enfermagem v.12 n. 2 Ribeirão Preto: 2004. 81 Gestante de alto risco: sistema estaduais de referência hospitalar à gestante de alto risco / Ministério da Saúde, Secretaria Executiva. – Brasília: Ministério da Saúde, 2001. 32.p ISBN 85-334-0277-5. CDV 618.3 (81) NLM WQ 240 DB8. 82 DOURADO, Viviani Guilherme; PELLOSO, Sandra Maria. Gravidez de alto risco: o desejo e a programação de uma gestação.[S.l]: Acta Paul Enferm, 2007. 31 2.4 Morbidade Mortalidade materno fetal A Organização Mundial da Saúde (OMS) define como morte materna A morte de uma mulher durante a gestação ou dentro de um período de quarenta e dois dias após o término da gestação, independente da duração ou da localização da gravidez, devida à qualquer causa relacionada com ou agravada pela gravidez, porém não devida à causas acidentais ou incidentais. 83 Afim de que os cuidados do profissional de saúde atendam à toda a população necessitada, deve-se mostrar a importância do acompanhamento da gravidez pois é dessa forma que ocorrerá a prevenção e tratamentos de doenças especificas da gestação84. Com o atendimento prestado as ações sistemáticas poderão ser implantadas visando atender as necessidades de cada individuo85. De acordo com o Ministério da Saúde, a cobertura do Sistema de Informação de Mortalidade é adequada, porém essa cobertura é eficiente nas capitais e cidades, e nas regiões menos populosas tal cobertura é deficitária86. A maioria das mortes maternas ocorrem nos paises subdesenvolvidos. (LAÇVA-1) cita que no Brasil a principal causa é a Doença Hipertensiva Específica da Gestação (DHEG). Muitas mulheres jovens morrem por complicações durante a gestação, parto ou puerpério. Em sua maioria pertencente à classe baixa de renda, escolaridade e assistência à saúde. Embora, com o surgimento de avanços científicos no que se refere ao atendimento às gestantes de alto risco, a assistência à população carente é falha tendo como causa o déficit de materiais e conhecimento teórico dos profissionais que prestam a assistência87. 83 Ruy Laurenti; Maria Helena P. de Mello-Jorge; Sabina Lea Davidson Gotlieb. Reflexões sobre a Mensuração da Mortalidade Materna. Cad.Saúde Pública vol.16 n.1 Rio de Janeiro Jan./Mar.2000. 84 Maria José Cariri Benigna; Wezila Gonçalves do Nascimento, Joânio Lopes Martins. Pré-Natal no Programa de Saúde da Família (PSF): Com a Palavra os Enfermeiros. Cogitare Enfermagem, v. 9, n. 2 (2004). 85 Viviane Moreira Alves; Zélia Arcanjo Moura; Isaura Letícia Tavares Palmeira; Marcos Venícios de Oliveira Lopes. Estudo do Diagnóstico de Enfermagem fadiga em Gestantes Atendidas numa Unidade Básica de Atenção à Saúde. Acta paul. enferm. Vol.19 no.1 São Paulo Jan./Mar.2006. 86 Ruy Laurenti; Maria Helena P. de Mello-Jorge; Sabina Lea Davidson Gotlieb. Reflexões sobre a Mensuração da Mortalidade Materna. Cad.Saúde Pública vol.16 n.1 Rio de Janeiro Jan./Mar.2000. 87 SUMITA, Lúcia Nishimaru Sumita et al. Elaboração de um instrumento de coleta de dados para identificação dos diagnósticos de enfermagem em parturiente. Acta Paul Enferm [S.l]: 2005. 32 A possibilidade de evitar um resultado negativo ao final da gestação está ligada diretamente com a qualidade da assistência recebida pela mulher durante a gestação, parto e puérperio. Uma adequada assistência previne mortes e permite uma correta indicação de cesareanas, conduzindo à diminuição dos índices de morbi-mortalidade materna e neonatal88. O valor estimado do número de óbitos infantis (menores de 1 ano) por 1000 nascidos vivos no Brasil no ano de 2004 foi de 22,58. O valor estimado do número de óbitos maternos por 100.000 nascidos vivos no Brasil de acordo com as informações do DATASUS no ano de 2004 foi de 76,09. 88 Maria José Cariri Benigna; Wezila Gonçalves do Nascimento, Joânio Lopes Martins. Pré-Natal no Programa de Saúde da Família (PSF): Com a Palavra os Enfermeiros. Cogitare Enfermagem, v. 9, n. 2 (2004). 3 OBJETIVO GERAL Analisar a importância da SAE em uma unidade de internação de gestantes de alto risco. 3.1 Objetivo especifico Analisar a importância da Sistematização da Assistência de enfermagem (SAE) em uma unidade de internação de gestantes de alto risco; Identificar as dificuldades que impedem a realização da SAE pelos enfermeiros que atuam no setor de gestantes de alto risco; Investigar se o enfermeiro que atua em unidade de internação de gestantes de alto risco possui conhecimento teórico para realizar a SAE. 4 MATERIAL E MÉTODOS 4.1 Tipo de Estudo Trata-se de um estudo que foi realizado por meio do método qualitativo, o qual é utilizado quando a pesquisa é de origem social e cultural, ou seja, não visa a mensuração. Para a realização deste método foi necessário observar, registrar e analisar o comportamento das pessoas89. E através dele que foi possível avaliar as atitudes humanas com base em entrevistas90, de caráter exploratório. Devido à escassa bibliografia, buscou-se o levantamento de novas informações baseadas nos depoimentos dos enfermeiros, obtido de forma semi-estruturada. Foi realizada visita no Hospital Regional da Ceilândia utilizando o instrumento de dados como norteador da entrevista aos enfermeiros, contribuindo como facilitadores da associação teórico- prática. 4.2 Campo de estudo O estudo foi realizado no Hospital Regional da Ceilândia. Este hospital faz parte da rede do Sistema Único de Saúde (SUS) suportando 328 leitos e sendo considerado de médio porte. O hospital possui programas especiais no combate e tratamento da hipertensão, diabetes, DST/AIDS, automassagem, imunização e combate às cáries (cárie Zero) e recuperação de dependentes químicos. Destaca-se também os programas voltados para a assistência especial como: Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher - PAISM, Programa de Assistência 89 TURATO, Egberto Ribeiro. Métodos qualitativos e quantitativos na área da saúde: definições, diferenças e seus objetos de pesquisa. Rev. Saúde Pública. vol.39 nº.3. São Paulo: 2005. 90 SILVA, Grazielle Roberta Freitas et al. Entrevista como técnica de pesquisa qualitativa; Online Brazilian Journal of Nursing. v. 5 n. 2. Niteroi: [s.n] 2006. 35 Integral à Saúde da Criança - PAISC, Programa de Atenção Integral ao Adolescente - PRAIA, Programa de Atenção Integral à Saúde do Idoso – PAISI. A atenção materno-infantil tem como base a Política Nacional de Humanização (PNH) do SUS, que tem como finalidade melhorar o atendimento nos hospitais e postos de saúde e fazer com que os pacientes se sintam realmente acolhidos. No alojamento conjunto as mães recebem seus bebês, e geralmente permanecem internados de 24 a 48 horas. As crianças nascidas de cesáreas ou prematuras, podem permanecer por mais tempo na unidade de neonatologia. Após o período necessário para o ganho de peso, os bebês prematuros voltam a conviver com as mães nos alojamentos conjuntos e se inicia terapias como a Mãe Canguru, onde se permite à mãe permanecer o máximo de tempo possível junto ao bebê91. 4.3 Amostra A amostra foi composta de todos os enfermeiros que trabalham no setor da maternidade onde são atendidas as gestantes de alto risco. 4.4 Coleta de Dados A coleta de dados ocorreu no mês de março de 2008. Os enfermeiros foram entrevistados durante o período de trabalho, utilizando-se um instrumento de dados. Entrevista (SILVA, 2006) é um instrumento escrito que possibilita a visão do conhecimento da pessoa que será entrevistada. 91 http://www.saude.df.gov.br) 36 Dessa forma haverá maior facilidade do entrevistador prender a atenção do entrevistado, o qual poderá compartilhar experiências vividas92. 4.5 Critérios de Inclusão e Exclusão Foram incluídos na investigação enfermeiros do Hospital Regional da Ceilândia que trabalham no setor de internação de gestantes de alto risco (maternidade) e que se disponibilizaram a participar do estudo. Foram excluídos aqueles que trabalham em outros setores e os que se recusaram ser entrevistados. 4.6 Instrumento de Pesquisa Foi construído um instrumento de coleta de dados composto de questões abertas e fechadas, o qual foi aplicado aos enfermeiros participantes do estudo. 4.7 Análise dos Dados Por meio de um processo de simplificação, os dados obtidos durante a pesquisa de campo foram reduzidos. Trechos narrativos e gráficos, realizados no Microsoft Excel, foram utilizados para facilitar a análise dos dados e discussão. E por último, a elaboração da discussão com explicações associadas ao referencial teórico93. 92 SILVA, Grazielle Roberta Freitas et al. Entrevista como técnica de pesquisa qualitativa; Online Brazilian Journal of Nursing. v. 5 n. 2. Niteroi: [s.n] 2006. 93 TURATO, Egberto Ribeiro. Métodos qualitativos e quantitativos na área da saúde: definições, diferenças e seus objetos de pesquisa. Rev. Saúde Pública. vol.39 nº.3. São Paulo: 2005. 37 4.8 Aspectos Éticos Este projeto foi executado após a aprovação do Comitê de Ética da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal, carta nº038/08. Todos os participantes assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido, onde tiveram conhecimento do estudo e autorizaram a publicação dos resultados. 5 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS Para a apresentação e análise dos resultados é importante lembrar os conceitos de média, mediana e moda. A média aritmética é a soma das observações dividida pelo número delas. A mediana é a realização que ocupa a posição central da série de observações quando estas estão ordenadas segundo suas grandezas (crescente ou decrescente). Quando o número de observações é par, usa-se como mediana a média aritmética das duas observações centrais. A Moda é definida como a realização mais freqüente do conjunto de valores observados, isto é, o valor mais comum94. Foram analisados 6 indivíduos. Desse total, 100% das pessoas eram do sexo feminino. Duas enfermeiras foram excluídas do estudo pois se recusaram a participar da pesquisa. A média, a mediana e a moda de idade dos entrevistados foram de 50 anos. Apenas 25% das entrevistadas são casadas. 100% têm filhos e 50% trabalham em mais de um emprego. A media de jornada de trabalho das entrevistadas foi de 52 horas e 50 min, sendo a moda e a mediana de 40 horas semanais. Duas (50%) concluíram o curso de graduação na Universidade de Brasília, uma (25%) na Universidade Católica de Goiânia e uma (25%) na Escola de Enfermagem Wenseslau Braz MG. Três (75%) das enfermeiras possuem curso de pós-graduação em diversas áreas como obstetrícia, licenciatura, enfermagem do trabalho e enfermagem em neonatologia. 94 Linguagem metodológica - parte 2; Maria Luiza L. Amatuzzi; Maria do Carmo C. Barreto; Julio Litvoc; Luiz Eugênio Garcez Leme; Acta ortop. bras. vol.14 no.2 São Paulo 2006 39 Gráfico 1 - Enfermeiros que consideram importante a implantação da SAE, realizam o histórico e identificam os diagnósticos de enfermagem em gestantes de alto risco, na maternidade do Hospital Regional da CeilândiaDF, 2008. 100% 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 75% 50% % Consideram importante a implantação da SAE. Realizam o histórico de enfermagem. Identificam os diagnósticos de enfermagem. Figura 1 Quando questionadas sobre a importância da implantação da SAE nas gestantes de alto risco, 100% das enfermeiras responderam que consideram a implantação da SAE importante nas gestantes de alto risco. Com relação à realização do histórico de enfermagem 50% relataram que realizam com as pacientes do setor. Os diagnósticos de enfermagem são identificados e registrados em prontuário por 75% das enfermeiras. 40 Gráfico 2 - Enfermeiros que utilizam rederências bibliográficas para identificar os diagnósticos, realizam prescrições de acordo com as necessidades de cada paciente e implementam as ações de enfermagem com o que foi prescrito, no HRC, 2008. 100% 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 100% % 0% Utilizam referências Realizam a prescrição Implementam as bibliográficas para de enfermagem de ações de enfermagem identificar os acordo com as de acordo com o que diagnósticos de necessidades de cada foi prescrito. enfermagem. paciente. Figura 2 Em relação ao embasamento teórico dos diagnósticos de enfermagem, todas as enfermeiras relataram que não utilizam de referências bibliográficas durante a identificação dos problemas e elaboração dos diagnósticos de enfermagem, ou seja, não há um instrumento padrão, que siga as normas do NANDA, para nortear a coleta dos dados. Relacionado à prescrição de enfermagem, 100% das enfermeiras informaram que elaboram a prescrição de acordo com as necessidades de cada paciente. E de acordo com a questão da implementação das ações de enfermagem, 100% das enfermeiras relatam que a implementação das ações de enfermagem são realizadas de acordo com o que foi prescrito no plano de cuidados. 41 Gráfico 3 - Enfermeiros que realizam evolução com todas as gestantes de alto risco, reformulam os cuidados a serem prestados e que possuem cursos de capacitação no setor de maternidade do Hospital Regional da Ceilândia, 2008. 75% 80% 70% 60% 50% 50% 40% % 30% 20% 10% 0% 0% Realizam a evolução de Reformulam os enfermagem com todas cuidados à serem as gestantes de alto prestados após a risco. evolução. Possuem cursos de capacitação no setor onde trabalham. Figura 3 Das enfermeiras entrevistadas, 50% declararam que a evolução de enfermagem é realizada com todas as gestantes de alto risco. Após a gestante ser evoluída 75% das enfermeiras reformulam os cuidados a serem prestados. Ao serem questionadas sobre a existência de cursos de capacitação para auxiliar o profissional na realização da SAE todas as enfermeiras responderam que tais cursos não são realizados freqüentemente no setor onde trabalham. Foi questionado às entrevistadas quanto ao conhecimento teórico de enfermagem sobre a SAE. Três afirmaram que possuíam conhecimento teórico obtido no curso de graduação. Porém o maior conhecimento é obtido em cursos de educação continuada e pós graduação. Uma enfermeira afirmou que não obteve conhecimento teórico durante a graduação, considerando este fator como dificuldade na realização da SAE. 42 De acordo com a abordagem sobre as dificuldades enfrentadas para a realização da SAE, uma enfermeira disse não ter dificuldade na realização. Três enfermeiras informaram que há dificuldades para a realização relacionadas com o baixo número de funcionários, a alta demanda e rotatividade de pacientes, e por último a falta de educação continuada no setor. Relacionado à responsabilidade do enfermeiro com a gestante de alto risco em caso de intercorrências, todos os enfermeiros entrevistados afirmaram ter conhecimento de suas responsabilidades. “O enfermeiro deve saber qual é a necessidade do paciente”. “É função primordial do enfermeiro proporcionar a assistência direta às gestantes de alto risco”. “Atentar-se aos sinais e sintomas e correlaciona-los de acordo com a patologia”. E quando observa-se que a paciente está grave, o médico plantonista deve ser imediatamente comunicado”. As enfermeiras foram questionadas sobre o conhecimento de suas competências na ausência do médico: as quatro enfermeiras responderam que tinham conhecimento. “Deve ser feito tudo o que está ao nosso alcance visto que a enfermagem não pode prescrever medicação”. “Por vezes iniciativas são tomadas além da minha competência para evitar danos e agravos”. “Posso encaminhar a paciente para o Centro Cirúrgico ou Unidade de Terapia intensiva, porém se houver algum parto de alto risco aqui, a gente não têm como prestar os primeiros socorros”. “Faço o que posso, porém não vou além das minhas obrigações”. Considerando que a adequada assistência pode reduzir a mortalidade materna e fetal, todas afirmaram estar cientes da importância de melhorar a qualidade da assistência de enfermagem às gestantes de alto risco. “A gente tem que fazer a nossa parte, pois a gestante de alto risco requer mais cuidado e se a gente agir na hora certa acaba salvando a mãe e o feto”. “É por isso que é importante a nossa participação em cursos e em congressos”. “Se o atendimento for eficaz nós temos grandes chances de obter resultados positivos”. “O enfermeiro comunica ao médico a situação da gestante para que ele possa prescrever a medicação e intervir imediatamente”. 6 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Considerando o pequeno número de sujeitos da amostra o resultado da pesquisa foi relevante, pois ao analisar os dados obtidos e comparando-se com o estudo de KOOP, 2006, foi possível perceber que eles apontaram a realidade da aplicação do processo de enfermagem em gestantes de alto risco. Mesmo com a perda de dois sujeitos da amostra que se recusaram a participar do estudo95. A porcentagem de enfermeiras que fizeram curso de pós-graduação indica que as profissionais possuem conhecimento acerca da SAE. Porém mesmo com esse conhecimento foi observado que a implantação da sistematização não é realizada pois para CRUZ, 2002 ela deve ser feita plenamente, ou seja, todas as etapas deverão ser realizadas. Conforme PETERLINI, 2006 para que a informação seja eficaz é necessária uma coleta de dados contínua, regular e confiável96. Nesse estudo, observa-se que o estado civil de 75% das enfermeiras está definido como solteira e que 100% têm filhos, tal fator de acordo com a pesquisa de SILVA, 2006 pode estar associado a intensa jornada de trabalho desenvolvida pelas profissionais97. 95 Raquel Jaqueline Koop; Alessandra Regina Muller Germani. Processo de Enfermagem: Real ou Imaginário? Vivências, Erechim. Vol.1, ano 1, no.2, p 143-154.Maio,2006 ISSN: 1809-1636. 96 Isabel Cristina Fonseca da Cruz. Metodologia da Assistência de Enfermagem: Impasses e Perspectivas. Online Brazilian Journal of Nursig (OBNJ-ISSN 1676-4285) v.1, n.1, 2002 [Online]. Available at: www.uff.br/nepae/obnj101cruz.htm. Olga Laura Giraldi Peterlini; Ivete Palmira Sanson Zagonel. O Sistema de Informação Utilizado pelo Enfermeiro no Gerenciamento do Processo do Cuidar. Texto contexto – enferm. Vol.15 no.3 Florianópolis July./Sept. 2006. 97 Bernadete Monteiro da Silva; Flávia Regina Furtado Lima; Francisca Sônia de Andrade Braga Farias; Antonia do Carmo Soares Campos. Jornada de Trabalho: Fator que interfere na qualidade da Assistência de Enfermagem. Texto contexto – enferm. Vol.15 no.3 Florianópolis July./ Sept.2006. 44 Nessa pesquisa, todas as enfermeiras consideram que a implantação da SAE é importante em gestantes de alto risco. Destaca-se GOUVEIA, 2004 que propõe que processo de enfermagem é relevante por focalizar as necessidades da paciente proporcionando o planejamento de cuidados através de embasamento científico98. Das entrevistadas, 50% afirmaram realizar o histórico de enfermagem com as gestantes de alto risco. Segundo CRUZ, 2002 o histórico de enfermagem envolve a entrevista e o exame físico do indivíduo, no caso deste estudo as gestantes de alto risco, para identificar respostas reais ou potenciais aos problemas de saúde e fatores de risco. Para facilitar a coleta de dados do histórico, faz-se necessário a existência de um roteiro ou impresso próprio99. De acordo com 75% das enfermeiras, os diagnósticos de enfermagem são identificados nas pacientes de alto risco. Porém, tais diagnósticos não seguem a padronização da NANDA. CRUZ, 2002 afirma que o diagnóstico de enfermagem é um julgamento clínico das respostas obtidas durante o histórico, fornecendo base a para as prescrições de enfermagem100. A prescrição de enfermagem é elaborada de acordo com todas as necessidades individuais de cada paciente segundo todas as enfermeiras entrevistadas. CRUZ, 2002 relata que prescrição de enfermagem é um plano de cuidados direto que o profissional de saúde deve realizar em benefício do cliente101. 98 GOUVEIA, Helga Geremias ; LOPES, Maria Helena Baena de Moraes. Diagnóstico de enfermagem e problemas colaborativos mais comuns na gestação de risco. Revista Latino-Americana de Enfermagem v.12 n. 2 Ribeirão Preto: 2004. 99 Isabel Cristina Fonseca da Cruz. Metodologia da Assistência de Enfermagem: Impasses e Perspectivas. Online Brazilian Journal of Nursig (OBNJ-ISSN 1676-4285) v.1, n.1, 2002 [Online]. Available at: www.uff.br/nepae/obnj101cruz.htm. 100 Isabel Cristina Fonseca da Cruz. Metodologia da Assistência de Enfermagem: Impasses e Perspectivas. Online Brazilian Journal of Nursig (OBNJ-ISSN 1676-4285) v.1, n.1, 2002 [Online]. Available at: www.uff.br/nepae/obnj101cruz.htm. 101 Isabel Cristina Fonseca da Cruz. Metodologia da Assistência de Enfermagem: Impasses e Perspectivas. Online Brazilian Journal of Nursig (OBNJ-ISSN 1676-4285) v.1, n.1, 2002 [Online]. Available at: www.uff.br/nepae/obnj101cruz.htm 45 Todas as enfermeiras do estudo informaram que a implementação das ações de enfermagem é realizada de acordo com o que foi prescrito. Estando de acordo com POTTER, a implementação é a fase em que as ações da prescrição serão colocadas em prática, objetivando alcançar os resultados esperados102. A evolução de enfermagem é feita com todas as gestantes de alto risco, segundo declaração de 50% dos sujeitos. A pesquisa de CRUZ, 2002 focaliza que evolução é o registro de todas as ações executadas. A avaliação dos resultados indica a avaliação das ações realizadas de acordo com a prescrição e revisão dos diagnósticos de acordo com a necessidade de cada paciente103. Três enfermeiras declararam possuir conhecimento teórico sobre a SAE obtido na graduação e em cursos de capacitação. Boa parte das enfermeiras do estudo (75%) apresentam alguma especialização, ou seja, esses profissionais estão buscando de alguma forma mais conhecimentos para melhor atender a população necessitada estando de acordo com BENIGNA 2004. Como indica o estudo realizado por KOOP, 2006, se o profissional não coloca a SAE em prática, poderá ter dificuldades na organização das informações104. Sobre as dificuldades enfrentadas para a realização da SAE, foi citado baixo número de funcionários, à alta demanda e rotatividade de pacientes e a falta de educação continuada no setor. KOOP, 2006 acrescenta que a instituição deve incentivar o profissional na realização do processo de enfermagem e conscientizar o profissional da importância da implementação, estando aí a necessidade de cursos de capacitação da equipe de enfermagem na instituição onde trabalham.105 102 POTTER, Patrícia A.; PERRY, Anne Griffin. Fundamentos de Enfermagem conceitos, processo e prática. 4º edição. [S.l] editora Guanabara. 103 Isabel Cristina Fonseca da Cruz. Metodologia da Assistência de Enfermagem: Impasses e Perspectivas. Online Brazilian Journal of Nursig (OBNJ-ISSN 1676-4285) v.1, n.1, 2002 [Online]. Available at: www.uff.br/nepae/obnj101cruz.htm. 104 TURATO, Egberto Ribeiro. Métodos qualitativos e quantitativos na área da saúde: definições, diferenças e seus objetos de pesquisa. Rev. Saúde Pública. vol.39 nº.3. São Paulo: 2005. 23- Raquel Jaqueline Koop; Alessandra Regina Muller Germani. Processo de Enfermagem: Real ou Imaginário? Vivências, Erechim. Vol.1, ano 1, no.2, p 143-154.Maio,2006 ISSN: 1809-1636. 105 Raquel Jaqueline Koop; Alessandra Regina Muller Germani. Processo de Enfermagem: Real ou Imaginário? Vivências, Erechim. Vol.1, ano 1, no.2, p 143-154.Maio,2006 ISSN: 1809-1636. 46 GARCIA, 2000 aborda que a não realização do registro do processo de enfermagem em todas as etapas resulta na ausência de visibilidade e de reconhecimento profissional e na ausência ou dificuldade de avaliação de sua prática. Através do registro de enfermagem justifica-se o cuidado de enfermagem que foi prestado106. Todas as enfermeiras afirmaram ter conhecimento sobre sua responsabilidade no caso de intercorrência com a gestante de alto risco e de suas competências na ausência do médico. É dever do enfermeiro identificar os possíveis fatores de risco que possam agravar a saúde materna e fetal. Através de uma adequada assistência esses fatores são identificados, proporcionando ao término da gestação uma mãe e um recém nascido sem complicações de saúde. BENIGNA, 2004 O enfermeiro pode atuar de forma menos intervencionista e mais humanizada e inovadora com o objetivo de promover a diminuição da mortalidade materna e fetal. BRUGGEMANN, 2003.107 Todas as enfermeiras consideram que a adequada assistência pode reduzir a mortalidade materna e fetal. Confirmando o relato de BENIGNA,2004, onde a possibilidade de evitar morte materna e neonatal está diretamente ligada à oportunidade e qualidade da assistência recebida pela gestante108. O enfermeiro busca como incentivo melhor renda financeira e reconhecimento. Porém SILVA, 2006 explica que essa árdua jornada de trabalho faz com que os profissionais fiquem cansados, estressados, desmotivados gerando conflitos e insatisfações109. 106 Telma Ribeiro Garcia, Maria Miriam Lima da Nóbrega. Sistematização da Assistência de Enfermagem: Reflexões sobre o Processo. In: 52º Congresso Brasileiro de Enfermagem, Apresentado na Mesa Redonda “A Sistematização da Assistência de Enfermagem: o processo e a experiência”. Recife/ Olinda – PE,2000. 107 Maria José Cariri Benigna; Wezila Gonçalves do Nascimento, Joânio Lopes Martins. Pré-Natal no Programa de Saúde da Família (PSF): Com a Palavra os Enfermeiros. Cogitare Enfermagem, v. 9, n. 2 (2004). 29- Odaléa Maria Bruggemann. O Cuidado no Processo do Nascimento: Reflexões sobre a atuação da Enfermeira. Online Brazilian Journal of Nursing (OBJN– ISSN 1676-4285) v.2, n.3, December 2003 [Online]. Available at: www.uff.br/nepae/obnj203bruggemann.htm. 108 Maria José Cariri Benigna; Wezila Gonçalves do Nascimento, Joânio Lopes Martins. Pré-Natal no Programa de Saúde da Família (PSF): Com a Palavra os Enfermeiros. Cogitare Enfermagem, v. 9, n. 2 (2004). 109 Bernadete Monteiro da Silva; Flávia Regina Furtado Lima; Francisca Sônia de Andrade Braga Farias; Antonia do Carmo Soares Campos. Jornada de Trabalho: Fator que interfere na qualidade da Assistência de Enfermagem. Texto contexto – enferm. Vol.15 no.3 Florianópolis July./ Sept.2006. 47 SILVA,2006 mostra em seus estudos que a empresa deve promover uma boa qualidade de vida no trabalho para que o enfermeiro possa prestar um atendimento humanizado tanto para o paciente como para os demais integrantes da equipe de saúde110. Finalizando a discussão, foi possível concluir que a SAE não é implantada na unidade, pois mesmo relatando a execução de alguns passos, o processo deve ser feito integralmente, todas as etapas devem ser realizadas e registradas de acordo com KOOP, 2006.111 A realização das atividades do enfermeiro depende das condições de trabalho como afirma CRUZ, 2002 Logo, a falta de incentivo e reconhecimento dos gestores perante os profissionais podem influenciar a não implementação da SAE assim como a falta de conhecimento sobre a importância de sua realização KOOP, 2006. SILVA, 2006 aponta como solução para este fato o estimulo do profissional de saúde pela instituição a freqüentar centros de estudos e participar de cursos de educação continuada, adequar o número de profissionais à demanda da população atendida e condições e infra-estrutura para garantir a qualidade do atendimento112. 110 Bernadete Monteiro da Silva; Flávia Regina Furtado Lima; Francisca Sônia de Andrade Braga Farias; Antonia do Carmo Soares Campos. Jornada de Trabalho: Fator que interfere na qualidade da Assistência de Enfermagem. Texto contexto – enferm. Vol.15 no.3 Florianópolis July./ Sept.2006. 111 Raquel Jaqueline Koop; Alessandra Regina Muller Germani. Processo de Enfermagem: Real ou Imaginário? Vivências, Erechim. Vol.1, ano 1, no.2, p 143-154.Maio,2006 ISSN: 1809-1636. 112 Raquel Jaqueline Koop; Alessandra Regina Muller Germani. Processo de Enfermagem: Real ou Imaginário? Vivências, Erechim. Vol.1, ano 1, no.2, p 143-154.Maio,2006 ISSN: 1809-1636. Isabel Cristina Fonseca da Cruz. Metodologia da Assistência de Enfermagem: Impasses e Perspectivas. Online Brazilian Journal of Nursig (OBNJISSN 1676-4285) v.1, n.1, 2002 [Online]. Available at: www.uff.br/nepae/obnj101cruz.htm. Bernadete Monteiro da Silva; Flávia Regina Furtado Lima; Francisca Sônia de Andrade Braga Farias; Antonia do Carmo Soares Campos. Jornada de Trabalho: Fator que interfere na qualidade da Assistência de Enfermagem. Texto contexto – enferm. Vol.15 no.3 Florianópolis July./ Sept.2006. CONSIDERAÇÕES FINAIS Apesar do pequeno número de sujeitos da amostra, a realização da pesquisa foi muito importante, pois através dela foi possível perceber a necessidade de melhorar a qualidade da assistência de enfermagem em gestantes de alto risco num hospital da rede pública. Identificou-se também a importância de estimular o aprendizado relacionado à implantação da sistematização da assistência de enfermagem (SAE) tanto para o profissional quanto para o paciente. Os resultados obtidos nesse estudo mostraram que a SAE não é realizada no setor pois não é feita de forma global, individualizada e contínua com todas as gestantes de alto risco e nem mesmo por todos os enfermeiros da unidade. Sendo assim, os registros não são sistemáticos, ou seja não garantem uma qualidade de comunicação adequada sobre os cuidados de enfermagem. O profissional deve ter em mente que a gestante de alto risco, além das necessidades inerentes a gestação, tem as que são específicas decorrentes das complicações clínicas. O enfermeiro tem importante função no acompanhamento de gestantes de alto risco durante a transmissão de recomendações e realização dos cuidados para que a gestação seja conduzida da melhor forma possível. Para a realização desses cuidados é fundamental a realização da SAE, tal importância foi reconhecida pelas enfermeiras entrevistadas. Embora o Ministério da saúde tenha implantado um sistema de acreditação para apreciar a qualidade da assistência de saúde em todos os serviços de um hospital com base na avaliação dos padrões de referencia desejáveis, observa-se que tal método é funcionante apenas na rede privada. Onde os gerentes impõem a realização de todos os requisitos, ressaltando a implantação da sistematização da assistência de enfermagem. 49 O beneficio da realização da Sistematização da Assistência de Enfermagem, está presente para o paciente, para o profissional que realiza e para a instituição, pois o atendimento torna-se eficaz e rápido. Porém, pode-se observar com os resultados da pesquisa que, a SAE não é implantada na maternidade. Visto que os profissionais não têm capacitação e nem estimulo da instituição para a realização de ações sistematizadas. Através desse trabalho, foi possível concluir que há necessidade de motivar os profissionais para a realização do processo de enfermagem bem como a implantação de educação continuada no setor para que o enfermeiro possa prestar cuidados que garantam resultados eficazes. A efetivação de todas as etapas do processo de enfermagem Histórico, Diagnóstico, Prescrição, Implementação, Evolução e Análise dos dados obtidos em impressos próprios para este fim, deve ser realizada integralmente, e sua implementação deve ser devidamente registrada no prontuário das pacientes. RECOMENDAÇÕES A instituição deve incentivar o profissional na realização da SAE, estimulando os enfermeiros do setor a desenvolver formulários em forma de check-list e com fundamentação científica, para orientar o enfermeiro durante a coleta de informações e para que esse processo seja realizado de forma ágil e efetiva. É necessário a existência de um centro de estudos com um acervo bibliográfico de qualidade para fornecer uma base teórica aos profissionais na realização do processo de enfermagem. A promoção de cursos de capacitação deve ser realizado com freqüência para que os enfermeiros possam ter conhecimento da importância, de como realizar a SAE e se atualizarem com demais assuntos pertinentes. É necessário que a instituição ofereça estímulos, como bolsa de estudos e flexibilidade de horário para a participação em cursos de capacitação. Deve-se formular medidas de melhoria da qualidade de vida no trabalho dos profissionais de enfermagem como a integração da equipe por meio de dinâmicas, alimentação com valor nutritivo, locais adequados para repouso, banheiros adequados para uma boa higienização entre as jornadas de trabalho. A melhoria da remuneração diminuirá a necessidade de mais de um emprego. Assim, o enfermeiro poderá dedicar-se integralmente e fornecerá ao paciente melhor qualidade da assistência. A existência de um enfermeiro para a realização de serviços burocráticos e outro para a assistência durante o plantão permitirá ao profissional mais tempo disponível para promover uma adequada assistência aos pacientes. 51 Adaptar o número de profissionais ao volume de trabalho, pois há dificuldade na realização da SAE devido a grande demanda e rotatividade de pacientes. Aperfeiçoar a gestão dos serviços de saúde para proporcionar melhores condições de trabalho e evitar problemas com déficit de recursos humanos, materiais e financeiros. 52 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, Viviane Moreira. MOURA, Zélia Arcanjo. PALMEIRA, Isaura Letícia Tavares. ALVES, Albertisa Rodrigues. CHAVES, Edna Maria Camelo. FREITAS, Maria Célia de. MONTEIRO, Ana Ruth Macedo. Aplicação do Processo de Enfermagem: Estudo de Caso com uma Puérpera. Rev. Brás. Enferm. Vol.60 no.3 Braíslia May/June 2007. 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Autores: Natália Vieira de Carvalho Orientadora: Mestre Juliana Fonceca da Silva Co-orientador: Letícia de Matos Araújo Nicolletti INSTRUMENTO DE PESQUISA 1) Idade: 2) sexo: ( )M ( )F 3) Estado civil: ( )S ( ) C 4) Filhos: ( )S ( )N 5) Quantos empregos: ( )1 ( )2 ( )3 Especifique: 6) Qual é a carga horária semanal? 7) Escola onde cursou a graduação? 8) Pós graduação: ( )S [ ]Latu-sensu [ ] Strictu- sensu ( )N 9) Possui conhecimento teórico sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem? 57 10) Considera que a implantação da SAE é importante nas gestantes de alto risco?: ( )S( )N 11) O histórico de enfermagem é realizado com as pacientes desse setor?: ( )S ( )N 12) Os diagnósticos de enfermagem são identificados?: ( )S ( )N 13) Se a resposta for positiva, o diagnóstico tem embasamento teórico (NANDA,CARPENITO)?: ( )S Qual? ( )N 14) A prescrição de enfermagem é elaborada de acordo com as necessidades individuais de cada paciente?: ( )S ( )N 15) A implementação das ações de enfermagem é realizada de acordo com o que foi prescrito?: ( )S ( )N 16) A evolução de enfermagem é realizada com todas as gestantes de alto risco?: ( )S ( )N 17) Após a gestante ser evoluída, há reformulação dos cuidados a serem prestados?: ( )S( )N 18) Quais são as maiores dificuldades encontradas para a realização da SAE? 19) Há cursos de capacitação para auxiliar o profissional na realização da SAE?: ( )S ( )N 20) Você como enfermeiro(a) do setor, possui conhecimento de sua responsabilidade com a gestante de alto risco caso houver alguma intercorrência? 21) Caso o médico esteja ausente, você como enfermeiro(a) tem conhecimento de suas competências? 22) Tem conhecimento de como a adequada assistência de enfermagem, pode estar reduzindo a mortalidade materna e fetal? 58 APÊNDICE B – CRONOGRAMA DO ESTUDO Pesquisa: A Sistematização da Assistência de Enfermagem em Gestantes de Alto Risco: Um Fator Primordial para a Melhoria da Qualidade do Atendimento. Agost 2007 Delimitação do X tema Pesquisa Bibliográfica X Construção do X projeto. Objetivo geral e específico. Levantamento X do problema e hipóteses Justificativa Metodologia Introdução Construção do referencial teórico Construção do instrumento de coleta de dados Apresentação ao Comitê de Ética Revisão do Projeto Trabalho de campo Análise, redação da monografia e conclusões finais Revisão da monografia Escolha da banca Agendamento da defesa Set 2007 Out 2007 Nov 2007 Dez 2007 Jan 2008 Fev 2008 Mar 2008 Abril 2008 Maio 2008 Junho 2008 X X X X X X X X X X X X 59 ANEXO A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO MODELO Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE O (a) Senhor(a) está sendo convidada a participar do projeto: A SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM GESTANTES DE ALTO RISCO: UM FATOR PRIMORDIAL PARA A MELHORIA DA QUALIDADE DO ATENDIMENTO, o objetivo é analisar a importância da Sistematização da Assistência de Enfermagem em uma unidade de internação de gestantes de alto risco. O(a) senhor(a) receberá todos os esclarecimentos necessários antes e no decorrer da pesquisa e lhe é assegurado que seu nome não aparecerá sendo mantido o mais rigoroso sigilo através da omissão total de quaisquer informações que permitam identificá-lo(a) A sua participação será através de uma entrevista e da observação da realização da Sistematização da Assistência de enfermagem que você deverá responder no setor de internação de alto risco na data combinada. Não existe um tempo pré-determinado para responder a entrevista e sendo respeitado o tempo de cada um para respondê-lo, o mesmo sendo aplicado para a observação da implementação da Sistematização da Assistência de Enfermagem. Informamos que a senhor(a) pode se recusar a responder qualquer questão que lhe traga constrangimento, podendo desistir de participar da pesquisa em qualquer momento sem nenhum prejuízo para a senhor(a). Os resultados da pesquisa serão divulgados aqui no Setor de Maternidade do Hospital Regional de Ceilândia e durante a apresentação da monografia na Universidade Católica de Brasília podendo inclusive ser publicados posteriormente, ressaltando que seu nome não aparecerá nos resultados, os dados e materiais utilizados na pesquisa ficarão sobre a guarda da Discente: Natália Vieira de Carvalho no telefone: (61) 3351 0349, da orientadora da pesquisa professora, enfermeira e mestre em saúde publica Juliana Fonseca da Silva no telefone (61) 8426 2588/ 3562 5573 e da coorientadora enfermeira Letícia de Matos Araujo Nicolletti (61) 34757303. Este projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da SES/DF – Fone: 61-3325-49955 e pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Católica de Brasília (61) 3356 9000. Este documento foi elaborado em duas vias, uma ficará com o pesquisador responsável e a outra com o sujeito da pesquisa. 60 Nome / assinatura: Entrevistado, nome e assinatura: Professor orientador, nome e assinatura: Brasília, Março de 2008 AMS/CEP/SES-DF 61 ANEXO B- PLANILHA DE ORÇAMENTO Pesquisa: A Sistematização da Assistência de Enfermagem em Gestantes de Alto Risco: Um Fator Primordial para a Melhoria da Qualidade do Atendimento. Item 1. Observações Total Pesquisador Principal 01 0,00 0,00 ........... Informática (especificar) Tinta preta para impressora 01 89 89 próprio Papel A4 Lápis Caneta Borracha Marcador de texto Bloco de Notas 100 02 02 02 02 02 0,03 0,20 0,50 0,30 3,00 1,50 3,00 0,40 1,00 0,60 6,00 3,00 Papelaria (especificar) próprio 14,00 Xérox Encadernação 500 04 0,10 3,00 50,00 12,00 próprio 72,00 Transporte coletivo 150 3,00 450,00 próprio 450,00 Serviços de Terceiros (especificar) 5. Fonte de Recursos Unitário Material de Consumo 4. Natália Vieira de Carvalho Custos (R$) Material Permanente 3. Quantidade Pessoal da Pesquisa 2. Descrição Confecção de Material Outras Despesas (viagem, eventos científicos, correios, fone/fax, etc...