CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS DO NORTE DO PARANÁ
O MUSEU VAI À ESCOLA:
memória e educação patrimonial
apresentam
RUAS DE CARLÓPOLIS (PR)
Silvana Banik Rocha e
estudantes da Escola Estadual
Professora Hercília de Paula e Silva – E. F
O MUSEU VAI A ESCOLA
RUAS DE CARLÓPOLIS (PR)
Silvana Banik Rocha e
estudantes do ensino fundamental da Escola Estadual
Professora Hercília de Paula e Silva – E. F
EDITOR
Projeto O museu vai à escola
(USF-7SETI-UEL)
CAPA E CONTRACAPA
Jaqueline dos Santos
IMPRESSÃO
Midiograf
REVISÃO DE TEXTO
Profª Drª Regina Célia Alegro
PROJETO GRÁFICO
Jaqueline dos Santos
FONTE
Tahoma e Minion Pro
Professora Pesquisadora:
Silvana Banik Rocha
Orientadora:
Regina Célia Alegro
Estudantes participantes da pesquisa:
Ademir César Soares Manoel
Alan Luís Bagatim Bento
Aline Aparecida Reinol Rodrigues
Anderson Vinícius Pereira Machado
Andressa Bento Quintilhano
Andressa Leite
Angélica Aparecida Quintilhano Vieira
Bianka Neres de Meira
Cindy Ellen Fogaça Teixeira
Dagoberto Aparecido Fogaça
Dayanne Maihara Thibes de Andrade
Érica Denise do Nascimento
Fabiane Aparecida Ribeiro
Getúlio Veneno da Rocha Netto
Jéssica Aparecida Domiciano
João Lucas Gonçalves da Costa
Jonata Felipe Cristiano da Silva
Karissa de Carvalho Rodrigues
Magno Salatiel de Souza Leite
Tamires Aparecida da Costa
Tatiane Mendes da Silva
ÍNDICE
Agradecimentos..........................................................................................6
Dedicatória..................................................................................................6
Familiares colaboradores...........................................................................7
Apresentação...............................................................................................9
Rua das tropas...........................................................................................10
Benedito Salles..........................................................................................14
Calil Keder.................................................................................................16
José Talin...................................................................................................17
Delfino Mendes.........................................................................................18
Salvira Marques........................................................................................19
André Jorge Clele.....................................................................................20
Marcos Rodrigues do Amaral.................................................................21
Laurindo Franco de Godoi......................................................................22
Capitão Estácio.........................................................................................23
Ataliba Leonel...........................................................................................26
Nicolau Miguel Chequer.........................................................................27
Andrino Soares de Oliveira.....................................................................28
Antonio Jonas Ferreira Pinto..................................................................29
Fidêncio Fernandes de Mello..................................................................29
José Pedro..................................................................................................30
Jorge Barros...............................................................................................31
Januário Francisco Falarz........................................................................33
Francisco Avelino Paiva...........................................................................35
Padre Hugo................................................................................................36
João Gervásio............................................................................................38
Joaquim do Carmo de Oliveira Vilela...................................................39
Eugênio Neves Soares..............................................................................40
Edevirges Benedito Amaral.....................................................................42
Pedro Balbino de Sousa...........................................................................44
Yoneo Yoshitani........................................................................................45
José Aleixo Sobrinho................................................................................47
Elson Soares..............................................................................................49
José Morais Pinto......................................................................................50
João Feres...................................................................................................51
José Salles...................................................................................................52
João Cuenca Borrego...............................................................................53
Laudelino Sales de Azevedo....................................................................55
José Gonçalves Mendes...........................................................................56
Manoel Dias..............................................................................................57
Haroldo José Barbosa...............................................................................58
Elias Mehri Mansur..................................................................................58
Benedito Rodrigues do Amaral..............................................................60
José Pires do Prado...................................................................................61
Germano de Oliveira Soares...................................................................62
Narciso Convento de Moura...................................................................63
Alfredo Mansur........................................................................................64
Marina Jane de Morais.............................................................................65
Maria de Lourdes Nuccini Leonarduzzi................................................67
Expedicionário Pedro Vieira de Castilho..............................................68
João Antonio Ribeiro...............................................................................69
Irmã Adorema Ana Rech........................................................................69
Benedita da Cruz Domingues.................................................................71
Pedro Antonio Domingues.....................................................................72
Luiz Carlos Consolmagno de Proença..................................................72
Maria Luiza Consani................................................................................73
José Leme da Silva....................................................................................74
Paul Harris.................................................................................................75
Sadatoshi Hamada....................................................................................76
Francisco Teixeira da Luz........................................................................77
Anésio Fernandes Machado....................................................................80
Lídia Maria de Jesus.................................................................................81
Roque Ribeiro Palma...............................................................................82
Katsuo Yamamoto....................................................................................84
Yassuta Ono...............................................................................................85
Ananias Joaquim de Lima.......................................................................87
AGRADECIMENTOS
FAMILIARES COLABORADORES
Nós, autores, agradecemos às pessoas que direta ou indiretamente nos auxiliaram na realização deste trabalho.
Alfredo Mansur – Regina Emília Simões Mansur
Ananias Joaquim de Lima – Marilene de Lima Panich
Andrino Soares de Oliveira – Lauro Soares de Oliveira
Benedita da Cruz Domingues – Benedito Antonio Domingues
Benedito Rodrigues do Amaral – Vicente Gonçalves do Amaral
Benedito Salles – Orlando Ramos de Proença, Lenita Salles Trindade e Raquel
Salles Barbosa
Calil Keder – Leila Laís Maluly Keder
Capitão Estácio – Gilson Soares dos Santos
Delfino Mendes – Bernarda Mendes da Cunha Moreno
Dr. João Leite de Paula e Silva. – Lea Maria de Paula e Silva
Edivirges Benedito Amaral – Evanil Amaral
Elias Mehri Mansur – Luiza Pereira da Rocha Mansur
Elson Soares – Maria Aparecida Soares Mansur
Eugênio Neves Soares – Maria de Lourdes Falarz, Eliane Aparecida Falarz Soares
e Éclair Soares
Fidêncio de Mello – Neusa Alves Silveira
Francisco Avelino Paiva – Darci Paiva Filho e Maria Rosa Garbelotti Paiva
Francisco Teixeira da Luz – Luzia da Luz Salles auxiliada por seus irmãos
Germano de Oliveira Soares – Sirley de Oliveira Soares
Haroldo José Barbosa – Erlin Ernest Barbosa
Irmã Adorema Ana Rech Irmã – Maria Terezinha Marques
Januário Francisco Falarz – Maria de Lourdes Falarz, Eliane Aparecida Falarz Soares
e Éclair Soares
João Cuenca Borrego – Ivete Cuenca Machado e Leonel Cuenca
João Feres – Janete Ferez Ishii e Telma Sofia Ishii Dognani
João Gervásio – Francisca de Lourdes Gervásio da Cunha
Joaquim do Carmo de Oliveira Vilela – Denise Aparecida Fonseca Vilela
Jorge Barros – Cyntia Barros Silva
José Aleixo Sobrinho – Valdomiro Aleixo
José Leme da Silva – Jorge Fernando da Silva
José Salles – Roberto Salles
José Talin – Arlete Inês de Andrade
Katsuo Yamamoto – Kenzi Yamamoto
Laudelino Sales de Azevedo – Agostinha Sales de Azevedo Riato
Laurindo Franco de Godoi – Neusa Alves Silveira
Luiz Carlos Consolmagno de Proença – Orlando Ramos de Proença, Dorothy
de Proença Minozzi e Emília Yoshitani de Proença.
Manoel Dias – Leia Aparecida Dias
Marcos Rodrigues do Amaral – Helena da Silva Proença
Maria de Lourdes Nuccini Leonarduzzi – Fanni Leonarduzzi Rocha
Marina Jane de Morais – Ana Paula do Amaral
Narciso Convento de Moura – Zeni Convento de Moura
Aos nossos familiares pelo carinho, amor, paciência solidariedade e compreensão. Pelo apoio que recebemos, sem o qual poderíamos ter desistido.
Aos familiares de homenageados com nomes de ruas em Carlópolis que nos receberam em suas casas para serem entrevistados, o que possibilitou-nos os textos
aqui apresentados.
Ao secretário geral da Prefeitura Municipal, Otto Conti Gama e auxiliares, pela
atenção e presteza na realização das pesquisas nos arquivos municipais, que muito
nos auxiliou nos resultados alcançados. E ao oficial do legislativo, Edson Carlos Faiz,
que além das pesquisas nos arquivos do Legislativo, nos recebeu para orientações
e esclarecimentos. Ao assessor especial da Presidência da Câmara, Danilo Moura
Seraphin, pelas informações valiosas para a pesquisa.
Nossos agradecimentos ao Programa Universidade Sem Fronteiras (SETI/PR),
que através do projeto O Museu vai à Escola, permitiu a realização desse subprojeto,
As Ruas de Carlópolis, e a publicação dos seus resultados.
Ao Programa de Desenvolvimento Educacional do PR (PDE), ao Programa Viva
a Escola, à equipe do Núcleo Regional de Jacarezinho e equipe diretiva da Escola
Estadual Professora Hercília de Paula e Silva - EF, pelo apoio e incentivos recebidos.
Em diferentes momentos, inscritos no Projeto Contação de Histórias do Norte do
Paraná, recebemos o apoio dos programas acima e a soma de esforços potencializou
o trabalho pedagógico e o levantamento de dados.
À Regina Célia Alegro, diretora do Museu Histórico de Londrina (UEL) e coordenadora do projeto O Museu vai à Escola, pela orientação e assistência prestada,
pois sempre esteve presente para nos ajudar, compartilhando seus conhecimentos.
DEDICATÓRIA
Ao povo carlopolense.
E aos jovens alunos participantes.
Mais que um grupo de trabalho envolvendo
professora e alunos, tornamo-nos uma família
e vivenciamos respeito e colaboração.
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APRESENTAÇÃO
Nicolau Miguel - Ariovaldo Chequer Silva
Pedro Antonio Domingues – Benedito Antonio Domingues
Roque Ribeiro Palma – Alfredo Ribeiro Palma
Sadatoshi Hamada – Mário Issao Hamada
Salvira Marques – Izaura Marques
Yoneo Yoshitani – Airton Sahedi Yoshitani e Emília Yoshitani de Proença
Aos moradores de Carlópolis, aos participantes do
Programa Contação de Histórias do Norte do Paraná, aos demais leitores:
O catálogo publicado é resultado do trabalho que tivemos o privilégio de acompanhar através do programa Contação de Histórias do Norte do Paraná e do projeto
O Museu vai à Escola (USF/PR). Foi realizado pela professora autora e seus alunos
da 7ª e 8ª séries como um plano escolar que, além de contribuir para a aprendizagem
dos estudantes e o aprimoramento da educadora, favoreceu o trabalho compartilhado entre professores, alunos e comunidade em vista de um “olhar novamente” para
a memória relativa ao município de Carlópolis expressa na nomeação das ruas da
cidade. E, ofereceu um presente para os moradores da cidade. Até agora a localidade
não tinha um catálogo de ruas.
Os autores relatam que, como é comum acontecer, a maioria dos nomes das ruas
foi atribuída como homenagem a pessoas que contribuíram para o desenvolvimento
da cidade, foram poderosas ou muito estimadas pelos vizinhos. Com o passar do
tempo essas narrativas, não alimentadas, desapareceram do dia a dia de muitas pessoas. Hoje, em Carlópolis, muitas pessoas identificam as ruas pelos serviços oferecidos – como a rua do banco, rua do correio, rua do grupo escolar.
Nomes de rua são referentes de identidade social, de memória, carregados de
informações sobre as experiências humanas no tempo. Se por um lado destacam
indivíduos, objetos, práticas, por outro, remetem aos acontecimentos de certa época.
E abrem espaços para diferentes estudos e reflexões. Pensar o espaço da cidade como
uma construção social demanda conhecer o passado e o presente.
Permito-me destacar como amostra do trabalho realizado as informações coletadas sobre a Rua das Tropas, iniciado durante o PDE/PR e incorporado a esse
catálogo. Além de pesquisas na sede da municipalidade e do legislativo, alunos e
professora entrevistaram familiares e moradores, consultaram mapas, fotografias e
outros documentos antigos, confrontaram informações para construir a narrativa
aqui oferecida.
Portanto, apresentamos com orgulho o trabalho realizado pelos autores que organizaram um conjunto de informações sobre os nomes das ruas de Carlópolis e
assim contam um pouco sobre a cidade com história centenária nos convidando a
refletir sobre a sua – e a nossa – história.
Regina Célia Alegro, Museu Histórico de Londrina (UEL).
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Rua das tropas
No mapa de Carlópolis nota-se que a primeira rua do lado direito
para quem chega à cidade pela estrada de Fartura (São Paulo), entre a Rua Benedito Salles e a Rua Jorge Barros, encontra-se a Rua das
Tropas. Ao buscarmos informações sobre essa rua, descobrimos que
não há registro de sua nomeação, mas encontramos indícios da sua
existência no ano de 1912, durante mandato do Coronel Manoel
Tibúrcio Leite. O prefeito, com a intenção de melhorar o visual da cidade e com dinheiro próprio, mandou que seus homens limpassem a
rua que naquele tempo já se chamava Rua das Tropas. Para evitar que
as tropas cruzassem a cidade de Carlópolis pela Rua Benedito Salles
(que na época era chamada João Pessoa) e atrapalhassem o comércio,
foi decidido que as tropas deveriam passar a entrar pela Rua Capitão
Busse (hoje Kalil Keder), descer pela Vicente Machado (hoje Jorge
Barros) e sair por uma rua sem nome, que logo foi nomeada “Rua das
Tropas”.
Em conversa com a Professora Lenita Salles Trindade, respeitada
professora de História, nascida e residente em Carlópolis, e Orlando
Ramos de Proença, prefeito da cidade em 1947, foi possível descobrir
que a Rua das Tropas, antigamente, era usada como desvio para as
tropas que faziam transporte entre Ribeirão Claro e Fartura. Por ali
passavam também tropas vindas de Joaquim Távora rumo a Avaré.
Por Carlópolis também passaram tropas que vinham de Castro. Saindo do Caminho de Viamão que seguiam do Rio Grande do
Sul para Sorocaba, na cidade de Jaguariaiva, passavam por Salto do
Itararé, Alemoa, Nova Brasília, chegando a Carlópolis (a passagem
por Carlópolis não era uma continuação, mas um desvio do Caminho
_____________________
¹No final do século XVII, início do século XVIII, com as atividades da mineração de ouro,
Minas Gerais movimentava o Brasil. Para que a mão de obra escrava não fosse “desperdiçada”,
nessa região não havia plantações, tampouco criação de animais. Todos os recursos eram destinados à retirada do ouro e não a produção de alimentos, que faltavam, gerando frequentes
conflitos. Para atender as necessidades de gado vacum para alimentação e de muares para
o transporte do ouro, e de outros produtos, começou a compra de gado do Rio Grande do
Sul. Este gado passava por Santa Catarina e Paraná, em tropas. O mais conhecido caminho
percorrido pelas tropas recebeu o nome de Caminho do Viamão. A comercialização do gado
era feita em Sorocaba.
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do Viamão seguindo para Avaré). Então cruzavam o Rio Itararé, pois
ali o rio se estreitava, oferecendo uma passagem natural que evitava
travessias mais perigosas. Lugares que chamavam de “vaos”. Nesses
locais o gado andava (nas partes mais rasas) e nadava (no ponto mais
fundo) .
O mapa abaixo indica a cidade de Carlópolis, no cruzamento dos
caminhos das tropas Joaquim Távora – Avaré e Ribeirão Claro – Fartura. Veja as cidades que se encontram nessa rota.
Adaptação do mapa “Caminhos de Tropas. Séc. XVIII e XIX”, de Brasil P. Machado,
transcrito em História do Paraná, de Ruy Wachowicz. Curitiba, Grafipar, 1972, p. 72.
No mapa também estão localizadas algumas cidades que foram criadas ao longo do caminho Viamão - Sorocaba, nos locais onde fica
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vam os pousos das tropas. Alguns povoados se tornaram importantes
cidades, como Piraí do Sul, Ponta Grossa, Jaguariaiva e Lapa. O historiador Wachowicz (2002, p. 107) relata que estas cidades se enfileiravam “(...) uma após outra, tais como contas de um colar, ao longo
da sua rota. Cada cidade está separada da outra por uma distância que
corresponde a um dia de viagem do tropeiro”.
É possível identificar uma importante linha de comercialização de
animais patrocinada pelo tropeirismo no território de São Paulo que
inclui a cidade de Avaré, cerca de 90 km distante de Carlópolis.
Embora o município tenha sido criado em 1907 – com o nome de
Jaboticabal, sendo que apenas em 1920 passou a ser chamado Carlópolis – a região do Rio Itararé já era visitada desde 1853 e em 1896 foi
constituído o Patrimônio São Bom Jesus dos Passos que está na origem de cidade. Entre as atividades que garantiram o seu desenvolvimento, encontrou-se uma pista logo associada à Rua das Tropas, a ferraria, sempre considerada motivo e evidência de prosperidade. Além
de além de fornecer instrumentos agrícolas a ferraria era necessária
para equipar animais para longas viagens. Até hoje é possível encontrar parentes do Nenê Ferreiro, como era conhecido o dono da ferraria. Um de seus netos, o Darci, tem guardado uma espada e outros
objetos confeccionados pelo avô.
Wachowicz (1987, p. 6), também coloca que “a ocupação e colonização do Norte pioneiro iniciou-se antes mesmo do surgimento
da Província do Paraná em 1853. Por dois motivos distintos a região
começou a ser ocupada “[...] b- pelo leste, por iniciativa dos tropeiros e
latifundiários mineiros, que começaram a possear terrenos na região”.
Faz também referencias a Colônia Mineira (hoje Siqueira Campos),
cidade vizinha de Carlópolis, o que nos leva a reforçar a importância
do tropeirismo para a região.
A partir dessas descobertas foi despertado o interesse em buscar
respostas para o fato de Carlópolis, situada no norte velho do Paraná,
na divisa com São Paulo delineada pelo Rio Itararé, ter uma rua chamada “Rua das Tropas”. Cidades que se formaram devido o tropeirismo
como Lapa, Castro e Ponta Grossa, geralmente têm, ainda hoje, uma
rua denominada Rua das Tropas. Mas, em principio, o tropeirismo
não aparentava ser tão importante na história de Carlópolis, a ponto
de permitir o surgimento – e a conservação até os dias atuais – de uma
________________________
²WACHOWICZ, Ruy. História do Paraná. Curitiba, Grafipar, 1972.
12
Rua das Tropas.
O início da Rua das Tropas é marcado por uma ponte. Toda vez que
chovia forte essa ponte era levada pelas águas. Para sanar o problema,
o então vereador José Abílio propôs a construção de uma ponte que
ainda hoje é conhecida como “Ponte do Zé Abílio”.
Ponte do Zé Abílio – arquivo familiar de Silvio Ribeiro da Cunha –
tirada por volta de 1974, por fotógrafo desconhecido
Ponte do Zé Abílio – Silvana Banik Rocha – 06/12/2007
A primeira foto mostra a inauguração da Ponte do Zé Abílio,
por volta de 1974. A segunda foto mostra a ponte do mesmo
13
local em 2007.
Antonio Tadeu Pereira (entrevista, 2007), tropeiro afamado na
região, conta que “Naquela ponte do Zé Abílio passou muitas comitivas (...) Passava tropa o ano inteiro (...). Vinham de vários
lugares. Também passamos muito na Calil Keder”. Entre os tropeiros
de Carlópolis que cruzaram a Ponte do Zé Abílio, elenca: Zé Simão,
Geninho Nunes, João Ribeiro, Zé Brambila. Mas também passavam
por ali outros tropeadores, como Zé Mato Grosso, Genésio Bastos, Felipe Gaudêncio, Aparecidinho do Gumi, que eram de Ribeirão Claro.
Benedito Salles
Benedito Salles e esposa Maria Padilha. Arquivo familiar de Orlando Proença.
Fotógrafo desconhecido. S/d.
Nasceu em Itaporanga, São Paulo, no dia 26 de janeiro de 1896.
Filho de Leovegildo Cordeiro Salles e de Teresa Salles. Ainda muito jovem, casou-se com Belmira Pereira, com quem teve sete filhos:
Leovegildo Salles, José Salles, Helena Salles Clele, Lídia Salles Araújo,
Nelson Salles, Djalma Salles. Viúvo veio contrair novas núpcias com
Maria Padilha com quem teve mais uma filha, Neuza Salles do Amaral.
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Foi um cidadão muito estimado pelo povo graças à sua generosidade e lealdade, sempre pronto em servir a todos que o procuravam.
Moço, ainda, radicou-se em Carlópolis. Tentou uma nova vida em
Siqueira Campos, porém, por pouco tempo. Retornou a Carlópolis,
onde viveu até sua morte em 1947, ano em que seu filho Leovegildo
assumiu a prefeitura do município.
Na sua chegada, a localidade era ainda muito pequena, com apenas
três ruas paralelas. Não havia calçamentos, nem luz elétrica.
Marcante foi naquela época a vida artística na cidade, representada
por grupos teatrais, cinema, luxuosos bailes com orquestras de narrativa de Orlando Ramos de Proença, sabe-se que nas Revoluções de
1930 e 1932, Benedito viu-se obrigado a fugir com sua família para um
sítio em virtude da tomada da cidade pelos soldados revolucionários.
Foi quando seu armazém foi totalmente saqueado e sua primeira esposa, D. Belmira, grávida de gêmeos, veio a perder as crianças e, em
seguida, falecer por falta de atendimento adequado.
Sua neta Raquel lembra que quando o avô adoeceu e, ao ter ciência
da gravidade da moléstia, pediu ajuda a Nossa Senhora de Lourdes.
Fez uma promessa e teve a saúde restabelecida. Prometeu construir na
Igreja Matriz uma réplica da gruta existente em Lourdes, na França,
onde faria introduzir a imagem da Santa. Foi isso que fez. Muito tempo depois a gruta foi demolida, não sem ter a desaprovação da comunidade a tal ponto de outra ter sido construída para nela continuar a
imagem.
Quando ainda em tratamento em São Paulo apresentou-se em vários eventos musicais e num deles, foi convidado para gravar um disco
com músicas de sua autoria, inclusive. Como grande músico que foi,
tocava vários instrumentos, mas o seu forte era o “píton”, lembra Raquel. Muitos dos componentes da banda sempre foram gratos a ele
pelos seus ensinamentos.
Sua neta Lenita lembra que avô era muito brincalhão e contador
de piadas, o que o tornou muito popular. Comerciante que sempre
foi, abastecia o município com seu armazém de secos e molhados. Foi
proprietário da primeira bomba de gasolina e derivados da cidade.
Como homem culto e atualizado que foi, sempre esteve presente nas
ocasiões importantes, dava incentivos e colaboração à causa pública,
no entanto, nunca concorreu à cargos públicos.
Benedito Salles faleceu no dia 7 de março de 1947, deixando uma
descendência que hoje beira 150 pessoas, a maioria residente em
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Carlópolis, berço da família Salles. Pelos serviços prestados ao município foi homenageado pela Câmara Municipal, que deu seu nome à
principal rua da cidade.
Calil Keder
Faleceu em 09 de julho de 1965, em Carlópolis e deixou na cidade
os seus descendentes.
José Talin
Nascido na Itália, casado com Josefa Talin, teve sete filhos: Amélia,
Silvio, Pedro, Leonilda, Helena, Alice e Orlando Talin.
Mereceu homenagem por ter sido um dos primeiros moradores e
pequeno empresário do município. Sua participação na história da cidade se deu por meio da pequena empresa que oferecia trabalho para
muitas pessoas. Na época a cidade era pequena, a maioria da população morava na zona rural, proporcionava poucos recursos na área
da educação, apenas estudos de 1ª a 4ª série.
José Talin era alegre, amigo, trabalhador, honesto e muito comunicativo. Faleceu em 23 de setembro de 1958, em Carlópolis, deixando
na cidade seus descendentes.
Arquivo familiar de Leila Lais Keder
Nascido em Hasbaya (Líbano), no ano de 1890, foi marido de Afife
Chequer Keder, pai de Anabia, Maria Aparecida, Jorge, Antônio e João
Keder. Foi comerciante e fazendeiro, tinha um armazém de secos e
molhados.
Mereceu homenagem por ter sido um dos primeiros moradores de
Carlópolis, na época que ainda se chamava Jaboticabal e era uma localidade com uma rua e poucas casas.
Bom cidadão, idôneo, trabalhador, bom pai, marido e avô carinhoso, gostava de contar histórias na cadeira de balanço e comprar doces
para os netos. Gostava também de ajudar o próximo. Um de seus
filhos foi vereador municipal por duas gestões. Ele mesmo nunca se
candidatou, apenas ajudava o filho.
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Delfino Mendes
no dia 12 de maio de 1952, deixando parentes que ainda residem
no município.
Salvira Marques
Arquivo familiar de Francisca de Lurdes Gervásio da Cunha
Nasceu em Itaberá, no ano de 1872, filho de Francisco Gonçalves
Mendes e Ana Mendes. Homem honesto, digno, cumpridor de seus
deveres para com seus familiares. Casado com Josefina Giovani, teve
cinco filhos: José, Artur, Ernesto, Rosina e Antonina. Todos tinham
como sobrenome Gonçalves Mendes. Gostava de ensinar a neta Bernarda a cantar: “Oh, Minas Gerais, quem te conhece não esquece jamais, oh minas Gerais”. Fato lembrado até hoje pela neta.
Trabalhou como Funcionário Público (Coletor Estadual), sendo
muito honesto nesta função. No tempo em que viveu em Carlópolis, a
cidade era Distrito Judiciário e pertencia a Comarca de Ribeirão Claro, possuindo somente três ruas, sendo a principal, Dr. João Pessoa,
hoje Benedito Salles.
Mereceu a homenagem por ter prestado relevantes serviços à comunidade e por ter sido pessoa íntegra. Foi um dos pioneiros na
fundação da cidade, quando ainda se chamava Jaboticabal.
Morou em Carlópolis por aproximadamente 60 anos, vindo a
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Nascida no dia 01 de maio de 1910 em Fartura (SP) era filha de
Sebastião Marques e Izalina Marques. Foi casada com Basílio Gabriel
com o qual teve os filhos: José Marques, Izalina, Frozina, Elza, Laide,
Noemia, Brasília, Mariano, Osvaldo, Izaura, Maria e Laurinha.
Parteira famosa, motivo pelo qual foi homenageada. Tinha o dom
da medicina, mostrou isso uma vez quando nasceu uma criança sem
cérebro. “Não sei como ela fez o parto, a criança nasceu viva, mas durou
apenas 2 minutos”, lembra sua filha Izaura. A maioria dos carlopenses
com menos de 60 anos nasceu em suas mãos. “Tinha muito prestígio,
merecia até um busto na cidade”, comenta a filha. Fez o parto de uma
bisneta, vendo nascer a tataraneta. Também era costureira, trabalhava
como um alfaiate, confeccionava roupas também para homens. Além
de tudo, estudou muito, os seus livros vinham do Rio de Janeiro.
Mulher muito calma, tratava bem seus filhos e deu boa educação
a todos. Foi candidata a vereadora no período da primeira eleição de
Nino Salles,
Quando chegou a Carlópolis, esta ainda era patrimônio e só tinha
duas ruas: a do meio (atualmente Rua Benedito Salles) e a do grupo
(hoje Rua Jorge Barros). A Rua Padre Hugo, ainda estava sendo aberta, sendo que até 1942 não existiam calçadas, apenas paralelepípedos
foram instalados na época de Nino. Quando ela foi embora as ruas já
estavam asfaltadas.
Morou na cidade mais de 80 anos, deixando aqui seus descendentes. Faleceu em Sorocaba no ano de 1999.
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André Jorge Clele
Marcos Rodrigues do Amaral
Não encontramos informações sobre este homenageado.
Decreto: Lei 31 - 16/01/57
A Câmara Municipal de Carlópolis Estado do Paraná decretou e eu
Prefeito, sanciono a seguinte lei.
Antigo 1º Passarão a ter novas designações algumas vias públicas
desta cidade, com a seguinte ordem:
-Travessa Quintino Bocaíuva, para Rua André Jorge Cléle, travessa,
Barão do Rio Branco, para Marcos Rodrigues do Amaral, travessa, D. José
Camargo Barros, para Rua Laurindo Franco de Godoy, rua Paraná, para
a rua Capitão Estácio, travessa, Cel. Luís Xavier, para rua Dr. Paula e Silva, travessa Iguaçu, para rua Ataliba Leonel, travessa, Cel. Dulcílio Pereira,
para rua Nicolau Miguel, travessa 7 de Setembro para rua Andrino Soares.
Travessa, Dr. Pauclídio de Abreu, para rua Antonio Jonas Ferreira Pinto, travessa, Monsulus Celso, para rua Fidêncio de Mello, travessa David
Perueta, para Avenida Lauro Lopes.
Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogando-se as
disposições ao contrário.
Edifício da Municipalidade de Carlópolis. 16 de Janeiro de 1.957
Prefeito Municipal
Joaquim do Carmo de Oliveira Vilela
Secretario
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Nasceu em Fartura, São Paulo, no dia 25 de maio de 1890. Filho
de Antonio Rodrigues do Amaral e de Benedita Peres, casou-se com
Maria Rodrigues do Amaral, sua prima por parte de pai, sendo que o
casamento foi acertado pelos pais. Tiveram cinco filhos: Cecília, Cecílio, Nazira, Joaquim, José e Adília, todos já são falecidos. Após o
casamento, Maria e Marcos vieram para Carlópolis, residindo na mesma casa dos pais de Marcos, sogro e tio de Maria. Quando os filhos
estavam em idade escolar, Maria mudou-se para a cidade para que
as crianças pudessem estudar. Como estava acostumada a trabalhar,
o marido comprou uma chácara para eles. Marcos dividia sua permanência entre a fazenda Jaboticabal, que ficava a aproximadamente
sete quilômetros da cidade, e a chácara, mais próxima, onde Maria
fazia pequenas lavouras e criava porcos.
Foi marceneiro e agricultor. Dedicou-se a agropecuária, sendo um
dos primeiros leiteiros da cidade. Recebeu a homenagem por ter sido
o primeiro morador da rua que hoje leva o seu nome.
Era calmo, ponderado e um tanto tímido. Participou da história do
21
município como um cidadão honesto, religioso, católico participante
da Igreja. Seu filho José estudou no Seminário Vicenti Palotti, sendo
ordenado no ano de 1954. Quando aqui morou, a cidade era simples,
pouca população, mas lutou pelo seu progresso.
Sua sobrinha Helena recorda da plantação de abacaxis e uvas cuidadas pelo tio.
Faleceu em Carlópolis, no dia 8 de março de 1935.
Fonte: Depoimento de Helena Ribeiro do Amaral e livro História da Família Amaral, de Vicente Gonçalves do Amaral, p. 11-12 (março de 1999)
muito bom, justo. Também por ter feito um campo de aviação, o que
ajudou muito o município. Participava de tudo no município, de festas, de rodeios. O seu cunhado tinha uma banda. O pai abriu muitas
ruas em Carlópolis.
Entre os benefícios que trouxe ao município, teve a idéia de
trazer para a cidade o Ginásio, correspondente às series finais do
atual curso de Ensino Fundamental. Arrumou também muitas estradas
para a passagem de carroças. Doou terras para os pobres e ajudou na
construção da Igreja Católica.
Era muito bom, morou muitos anos na cidade, que naquela época
era um povoado bem pequeno.
Laurindo Franco de Godoi
Capitão Estácio
Capitão Estácio dos Santos – Carlópolis, 1935
Arquivo familiar de Gilson Soares dos Santos
Não conseguimos informações sobre sua data de nascimento e
filiação. Sabemos que teve seis filhos: João, Aristides, Alcides, Dirceu,
Acácio e Adelaide.
Foi fazendeiro e comerciante. Mereceu homenagem porque era
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Nasceu em Curitiba, no dia 04 de Julho de 1884. Filho de Manoel
dos Santos e Isabel da Silva. Casou-se com Idalina Camargo Santos,
com quem teve seis filhos: Isabel, Jorge, Cândido, Pompílio, Izaías e
Djanira.
Era uma pessoa íntegra e determinada, com grande capacidade de
23
organização, dedicado às causas cívicas, mesclava sua postura rígida e
disciplinada com atitudes próprias de quem é dotado de um coração
bondoso e caridoso.
Morou em Carlópolis apenas durante no período em que foi Prefeito Municipal. Nessa época a cidade era simples, as pessoas sentavam nas calçadas para conversar. Foi Capitão da Polícia Militar do Estado do Paraná. Recebeu
homenagem devido ao fato de ter sido Prefeito Municipal, nomeado
nos anos de 1934 (Decreto Estadual nº. 288, de 10/02/1934); em 1936
(Decreto Estadual nº. 2.461, de 02/04/1936) e em 1937 (Decreto Estadual nº. 5904, de 01/12/1937). Fez várias benfeitorias para Carlópolis: jardinou a Praça Coronel Leite, fez o calçamento, o coreto e um
poço que servia como abastecimento de água para a cidade. Seu neto
Gilson lembra que construiu o clube chamado Clube Margarida, que
depois passou a ser Clube Recreativo Primavera, hoje desativado.
O neto Gilson lembra que ele foi responsável pela instalação de um
lampião Petromax na Praça central de Carlópolis, o que para a época
se constituiu em fato de grande importância. “Meu avô foi Prefeito,
também, dos municípios de Colombo e de São José dos Pinhais. Outro
fato a destacar, mesmo não estando diretamente ligado a sua atuação
em Carlópolis, diz respeito a sua participação na aquisição pioneira
no Brasil de um avião para a Polícia Militar do Estado do Paraná. Na
oportunidade, ele era Sargento Ajudante e liderou uma comissão de
Sargentos que angariou donativos e possibilitou a compra de um aeroplano em janeiro de 1918. Gilson lembra que essa “iniciativa serviu de
base para a fundação da Escola Paranaense de Aviação, o que veio a
colaborar para o desenvolvimento da aviação civil e militar no Estado
do Paraná” (Wikipédia).
Faleceu em Curitiba, Paraná no dia 04 de Dezembro de 1946, com
62 anos.
24
Dr. João Leite de Paula e Silva
FOTO DO ÁLBUM DO PARANÁ – DÉCADA DE 1920.
Da esquerda para direita: Dolores, Dr. Paula e Silva, João, Hercília, Hercílio (bebê),
Aurinha, Metódio, Felizardo, Áurea, Joana, Francisco, Adelaide e José.
Nasceu no dia 17 de outubro de 1860, em Piancó, na Paraíba.
Filho do Dr. Francisco de Paula e Silva e de Marcolina Leite de
Paula e Silva, casou-se com Hercília Leite de Paula e Silva, que também foi homenageada com a nominação da escola onde funciona
o Ensino Fundamental em Carlópolis (antigo Ginásio). Tiveram os
filhos: Áurea, Joana, Maria Dolores, Adelaide, Francisco, José, Felizardo Marcolino, Hercílio, João.
Cursou a Faculdade de Direito do Recife 1883, sendo que gostava
de exercer a função de advogado. Foi homenageado porque ao chegar de Curitiba, formou em Carlópolis a Fazenda Santa Hercília, hoje
Fazenda Três Fontes, na época uma propriedade com 1050 alqueires,
tornando-se uma das mais notáveis do Paraná, constando inclusive no
“Álbum do Paraná” publicado na década de 1920, aproximadamente.
Foi deste álbum que se extraiu a foto acima. Esta fazenda o colocou
em evidência na cidade, pois nela plantou muito café, sendo a maior
do município com esta lavoura. Criou muitos empregos. Montou a
primeira máquina de beneficiar café na cidade. Também mereceu a
homenagem por advogar por longos anos na cidade.
Foi Deputado Estadual no Paraná e também Deputado Federal
25
pela Paraíba. Não participou da política municipal. Era conhecido por
sua inteligência e refinada educação.
Sua neta Léa lembra que gostava de comer mingau de maisena com
o avô. À tarde, sentavam ela, a irmã e o avô, e cada um comia um
“bocado”. Também lembra que quando ele estava na casa, ninguém
apanhava. Ela tinha oito anos quando ele faleceu.
Morou em Carlópolis por aproximadamente 20 anos, sendo que
quando da sua chegada as ruas eram de terra, a eletricidade precária,
não havia a Praça Coronel Leite, nem a Leovegildo Salles. Carros de
boi circulavam pela cidade. Tinha um armazém de secos e molhados,
uma farmácia, um açougue e uma padaria.
Faleceu em 20 de outubro de 1937 em Piraju – SP, deixando
descendentes em Carlópolis.
Ataliba Leonel
Nasceu em Itapetininga em 15 de maio de 1875, faleceu em Piraju,
em 29 de outubro de 1934. Foi um militar e político brasileiro. Filho
do Major Mariano Leonel Ferreira e Francisca Rolim Leonel Ferreira.
Formado na Faculdade de Direito de São Paulo em 1895, foi
membro do Partido Republicano Paulista, representou São Paulo na
Câmara Federal, onde relatou a Receita da União na Comissão de Finanças. Foi deputado estadual até 1926, e deputado federal até 1930.
Advogou e administrou propriedades da família, produtoras de
café, no município de Piraju, onde também foi vereador (1898) e
presidente da câmara quando fundou o diretório pirajuense do Partido Republicano Paulista (PRP), depois foi reeleito vereador. Em 1904
foi eleito deputado estadual e reeleito outras vezes. Ocupou o cargo
de senador estadual por eleição e deputado federal. Em 1922, como
último dos coronéis, recebeu o título honorário de General do Exército Brasileiro pelos serviços na Revolta Paulista de 1924.
Foi um dos preparadores do movimento de 23 de Maio, quando, na
capital do estado, tombaram as quatro figuras históricas cujos nomes
passaram a constituir o símbolo M.M.D.C.. Iniciada a revolução de
1932 em 9 de julho, organizou a Brigada do Sul, da qual foi comandante-geral. Com a vitória da ditadura, foi preso e exilado em Portugal,
26
residindo em São João do Estoril, com outros brasileiros ex-combatentes da mesma causa, depois foi anistiado.
Fonte: Wikipédia.
Nicolau Miguel Chequer
Nasceu no Líbano, no ano de 1869, filho de Abraão Chequer. Foi
casado com a Maria Chequer, tendo quatro filhos: José Nicolau, João
Nicolau, Emília e Maria Chequer.
Saiu do Líbano em 1890 e foi um dos primeiros comerciantes de
Carlópolis. Quando chegou encontrou uma cidade com poucas casas e ruas, sem luz elétrica e nem água encanada. Participou de todas
as etapas do desenvolvimento da cidade, tendo ajudado a construir a
Praça Coronel Leite e a Igreja Matriz. Recebeu homenagem porque
foi um dos pioneiros da cidade e também porque liderou uma equipe
de pessoas na arrecadação de verbas para compra dos sinos da Igreja
Matriz.
Era íntegro e de caráter. Seu neto Ariovaldo, mais conhecido como
Teleco, lembra que na época em que o avô era o responsável pela agência de correio local tinha muitas dificuldades de leitura em português
e o neto o ajudava com as correspondências.
Morou na cidade até sua morte, ocorrida em 1949, deixando aqui
seus descendentes, que ainda residem na mesma casa que um dia foi
dele.
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Andrino Soares de Oliveira
o cargo de Juiz de Paz, também foi delegado do município por longo tempo. Participou da vida política pertencendo ao antigo partido
UDN.
Sempre calmo, justo e severo em seus atos, ajudou os menos favorecidos e fez a lei imperar em seus mandatos.
Das lembranças de seu filho Lauro, merece destaque o fato de que
Andrino fazia reuniões com os amigos todas as noites em sua residência. Reunia compadres, comadres e suas famílias para um bom café
e longas historias (sempre acompanhado de pipoca que na época era
moda).
Morou na cidade por 35 anos, vindo a falecer no dia 21 de abril de
1941, em Carlópolis.
Antonio Jonas Ferreira Pinto
Andrino Soares de Oliveira. Arquivo familiar do filho Lauro Soares de Oliveira
Nascido em São José da Boa Vista – PR, no dia 06 janeiro de
1892. Filho de Emílio Suletil de Oliveira Lopes e de Vitória Soares de
Oliveira Lopes. Casou-se com Messias Maria de Jesus e tiveram quatro
filhos: Floriza Soares de Oliveira, Maria José de Oliveira Coelho, Maria do Carmo da Cruz e Lauro Soares de Oliveira.
Quando chegou a Carlópolis esta era um pequeno povoado com
apenas três ruas que hoje são a Padre Hugo, a Benedito Salles e a Jorge
Barros. Existiam poucas casas, a maioria de barro, sem meio fio, sem
calçadas e o centro das ruas sempre coberto de grama. Não havia luz
elétrica, usava-se lampião, a igreja era um salão e carroções eram usados como meio de transporte.
Recebeu a homenagem por ter vindo ainda criança para este município e aqui ter permanecido até sua morte, deixando sua família
aqui radicada. Participava de tudo para o que era chamado, visando
o desenvolvimento do lugarejo, como por exemplo, na construção da
igreja, do cemitério, etc.
Foi comerciante, sendo o primeiro e único açougueiro a assumir
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A família de Antonio foi uma das primeiras a chegar à localidade
quando essa terra ainda não se chamava Carlópolis.
Ele foi construtor da primeira casa de nossa cidade. A casa era de
barro e coberta com tabuinhas de pinheiros. Além disso, o Sr. Antonio Jonas Ferreira Pinto também foi o primeiro escrivão distrital da
cidade.
Fidêncio Fernandes de Mello
Não obtivemos dados a respeito de seu nascimento e filiação. Sabemos apenas que não se casou e que não deixou descendentes diretos.
Foi homenageado por ter se dedicado ao município, era muito respeitado e tratava muito bem as pessoas.
Era delegado e conta-se que com a Revolução de Getúlio Vargas em
1930, colocou guardas armados nas entradas da cidade.
Após a tomada de poder em 30, o comandante militar de
Carlópolis nomeou Fidêncio como prefeito municipal. Exerceu a
função de prefeito apenas por um ano.
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Também eleito vereador no ano de 1912, nas eleições do dia 20 de
junho.
Uma curiosidade sobre ele é que guardava suas economias enterradas em um buraco embaixo da cama, pois na época não havia bancos.
Quando morou em Jaboticabal, a cidade já era um povoado.
Jorge Barros
José Pedro
Não encontramos informações sobre este homenageado. Atualmente esta rua não tem sua localização no mapa municipal.
LEI Nº 12/61
A Câmara Municipal de Carlópolis, Estado do Paraná, decretou e
eu Prefeito Municipal, sanciono a seguinte lei:
Art. 1º - Prestando homenagens a homens que lutaram no passado pela cidade de Carlópolis, as vias públicas:
Rua Dr. Xavier da Silva, passará a chamar-se: Rua José Pedro; a Rua
Rui Barbosa, passará a chamar-se: Rua Januário Falarz e a rua nova, que
se inicia na Rua André Jorge Clele, diante do Estádio Djalma Salles, indo
até a Rua Fidêncio de Mello, passará a chamar-se: Rua Francisco Avelino
de Paiva.
Art. 2º - Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogando-se as disposições em contrário.
Edifício Municipal de Carlópolis, 25 de outubro de 1961
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Nascido em São Paulo, capital, no dia 25 de março de 1896. Filho
do Coronel José Jorge Barros e de Maximiana Barros. Casou-se com
Concília Ciniscalco Barros, tendo os filhos: Rubens, Osvaldo, Ruth e
Alberto, todos já falecidos.
Fisicamente, era uma pessoa elegante, no alto de seus 1,89m, vestia-se com extremo bom gosto. Pessoa muito fervorosa, católico praticante, pai extremamente amoroso, e avô bastante presente e dedicado.
Fazia da família um porto seguro. Nela havia carinho, afeição, e trabalho para todos. A família sempre esteve como premissa maior em
sua vida. Era bastante honesto, trabalhador, inteligente, culto, alegre,
gentil. Era solidário com os que dele necessitavam. Valorizava muito
a cultura, o saber.
Foi corretor na bolsa de valores da Casa Matarazzo, sendo também
empresário e industrial.
Recebeu homenagem, primeiramente de por se tratar de pessoa de
grande carisma pessoal. Conquistou os carlopolenses da sua época
31
(1945 a 1954). Em segundo lugar, por ser um empreendedor. Homem
de visão e cultura. Acreditou no potencial da região, comprou terras
e instalou em Carlópolis a primeira serraria do norte velho, a Serraria
São Jorge. Esta, por sua vez foi a mola propulsora para Carlópolis nos
idos de 1945 e nessa época, a vida do carlopolense pautava-se pelos
apitos da serraria São Jorge. Apitava às 8h00 para início do trabalho;
às 11h00 para o almoço; às 14h30 para o café da tarde e às 17h30 encerrava o dia de trabalho. Desta forma, Jorge Barros, através de sua
serraria estava sempre presente e movimentava a vida da cidadezinha.
Apesar de não ter residido em Carlópolis, teve uma participação
bastante forte e ativa na vida do município, pois foi considerado, pelos
seus feitos, “Cidadão Benemérito Carlopolense”, título a ele atribuído
pelo então Governador do Paraná, Moisés Lupion, através do então
Prefeito Municipal Leovegildo Salles. Um de seus feitos foi a colaboração financeira para a iluminação da “Rua do Meio”, hoje Benedito
Salles, via principal da cidade.
Jorge Barros era um paulistano que amava Carlópolis e a escolheu
para residência de seus filhos, Rubens e Osvaldo Barros, para que nela
prosperassem.
À sua época Carlópolis era uma cidadezinha pequena, porém
acolhedora. Tinha a “Rua do Meio”, chão de terra vermelha, que passava toda Carlópolis, com seus 10 quarteirões. Era costume dos moradores, todas as tardes, trazerem suas cadeiras e sentavam-se em frente
às suas casas, para colocar as novidades em dia. Como não havia água
encanada, apenas de poços, era uma aventura ir a beira de um ribeirão,
junto às lavadeiras, para se divertir na água enquanto lavavam roupa.
A iluminação era bastante fraca, não tinham rede elétrica. O cortejo
dos casamentos era feito a pé! Convidados, padrinhos e até os noivos
caminhavam pela Rua do Meio para celebrar o casamento, até mesmo
com chuva!
A política na época era bastante acirrada.
Seu bisneto lembra que Jorge Barros era uma pessoa fantástica para
a família. Como corretor de algodão da Casa Matarazzo, ele viajava a
trabalho num hidroavião, que saia de Santos, ia até Recife, em Pernambuco. Lá ele permanecia por três meses trabalhando. Seus filhos
queriam muito viajar de avião, então ele lhes prometia: “quem tirasse
as melhores notas no boletim, ganharia a tão sonhada viagem de Santos a Recife”. Assim era feito. Ele adorava presentear a família e os
32
amigos. Gostava muito de dançar e de estar com artistas. Pixinguinha
e Orlando Silva faziam parte do rol de seus amigos cantores.
Durante a revolução de 1932 trabalhou como voluntário nas
funções de mensageiro das Forças Revolucionárias Paulistas, pois
dispunha de automóvel, coisa rara na época. Quando soube da premente necessidade de veículos para levar as mensagens até o comando
revolucionário, ofereceu-se para fazê-lo e alistou-se como soldado.
Esta missão por muitas vezes colocou sua vida em risco, porém ele
continuou até o final vitorioso dos paulistas.
Esse seu trabalho voluntário de mensageiro foi honrosamente
reconhecido pelo governo paulista e lhe conferiu a medalha de honra
ao mérito da revolução de 32!
Jorge Barros faleceu em 25 de janeiro de 1954, em São Paulo,
Capital.
Januário Francisco Falarz
Arquivo familiar de Eliane Falarz
Nascido na Lapa, Paraná, no dia 19 de setembro de 1918, filho de
Nicephoro Modesto Falarz e Pelagia Domanski Falarz. Casado com
33
Elza Soares Falarz, teve seis filhos: Antonio, Marise, Eugênio, Maria
de Lourdes (Dide), Eliane e Eleni (já falecida).
Foi homenageado com um nome de uma rua porque dedicou sua
vida a esta cidade desde sua juventude. Formou-se professor e contador. Antigamente este diploma era considerado como diploma de universidade, sendo o primeiro Contador da Prefeitura Municipal. Durante muitos anos foi professor de Geografia e de outras disciplinas.
Participou da história do município contribuindo com sua
profissão, beneficiou com sua eficiência como funcionário da Prefeitura Municipal e na formação de educandos.
Muito culto, inteligente, pensava além do tempo em que vivia. Lia
muito. Antigos alunos já relataram às filhas dele que durante as aulas
ministradas não precisava consultar livros.
Carlópolis, nos tempos em que ele chegou, era uma pequena cidade, centralizada na igreja católica com a Praça Coronel Leite, com
seu coreto onde, nos finais de semana, a banda tocava para as famílias.
Havia muita amizade entre as famílias que se visitavam constantemente.
O seu pai foi também grande educador, veio para o Paraná com o
objetivo de implantar a Escola Normal.
Faleceu em Curitiba no dia 10 de março de 1960.
34
Francisco Avelino Paiva
Francisco e sua esposa – arquivo familiar de Darci Paiva Filho
Nascido em São José da Boa Vista, em 1º de fevereiro de 1886, filho
de Honorato Avelino da Cunha Paiva e de Justina da Cunha Paiva.
Casado com Maria da Glória de Oliveira, teve sete filhos: Francisca,
Esmenia, Argentina, Floriza, José Jarbas, Darci e Adolfo. Chegou a
Carlópolis já com família constituída. Fez a mudança num carro de
boi, o que era comum naquele tempo. Trouxe uma pedra de mármore,
com cerca de 0,90x2,00x5cm, para ser usada no primeiro açougue que
funcionava no armazém.
Trabalhou como ferreiro, consertava tudo, seu trabalho era muito
importante, pois nessa época só existiam carroças e charretes. Em sua
ferraria fazia facas, facões, sendo que seu neto Darci ainda tem algumas peças como lembrança. Tinha uma tropa que trazia alimentos
para serem vendidos no seu armazém de secos e molhados. A chácara
onde repousava a tropa é atualmente uma reserva legal do município,
sendo que uma parte é banhada pela represa de Xavantes, formando
uma linda praia pública, margeada pela Avenida Turística Elias Merhi
Mansur.
Mereceu homenagem por ter sido um dos primeiros habitantes de
Carlópolis, sendo considerado também fundador. Quem fez a home35
nagem foi Nino Salles.
Era humilde, bom pai, bom esposo, trabalhador, muito sério
e severo. Atuante na política, fazia parte do partido UDN (União
Democrática Nacional) juntamente com o prefeito da época, Edvirges
Benedito do Amaral.
Morou em Carlópolis por aproximadamente 50 anos, falecendo
em 1960, nesta cidade. Deixou aqui seus descendentes.
uma missa em ação de graças pelo fim do conflito num campo de futebol que se situava na antiga saída para a estrada de Ribeirão Claro.
Padre Hugo, que exerceu a sua missão na Paróquia Bom Jesus por
longo tempo, fez por merecer a simpatia e o reconhecimento do povo
de Carlópolis e, mesmo depois de ser transferido para Jacarezinho por
volta do ano de 1.952, sempre visitava as famílias carlopenses.
LEI N.º 001/80
Padre Hugo
SÚMULA: Dá nova denominação à Rua Xavier da Silva.
A Câmara Municipal de Carlópolis, Estado do Paraná, aprovou e eu
Prefeito Municipal de Carlópolis, Estado do Paraná, sanciono a seguinte
Lei:
Art. 1º: - Fica denominada “Rua Padre Hugo” em toda extensão da
Rua Dr. Xavier da Silva.
Art. 2º: - Em decorrência da nova denominação expressa no artigo
1º, fica extinta a denominação da “Rua Dr. Xavier da Silva”.
Art. 3º: - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
Carlópolis, 23 de maio de 1.980.
ELSON SOARES
PREFEITO MUNICIPAL
O religioso Hugo Elssacer
A denominação de Rua Padre Hugo se deu através da Lei Municipal N.º 001/80, sancionada pelo então Prefeito Elson Soares, em data
de 23 de maio de 1.980. Essa rua até então era denominada Dr. Xavier
da Silva.
Como justificativa da nova denominação, a Secretaria Geral
do Município colheu algumas informações junto à informante Astésia
da Luz, mãe do engenheiro Agrônomo Otávio Oliveira da Luz. Diz ela
que lembra que Padre Hugo chegou a Carlópolis logo após o término da segunda Guerra Mundial, em 1.945, tendo, inclusive, celebrado
36
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João Gervásio
Matão na sua sanfona de oito baixos.
Morou na cidade por 46 anos, deixando filhos, netos, bisnetos e
tataranetos. Uma das lembranças de sua filha Lourdes é que o pai a
levava e às irmãs aos bailes e tocava sanfona para vê-las dançar. Também fazia bom-bocado como ainda hoje ninguém consegue fazer.
Faleceu no dia 31 de maio de 1988.
Joaquim do Carmo de Oliveira Vilela
Arquivo familiar de Francisca de Lurdes Gervásio da Cunha
Nasceu em São José Rio Pardo-SP, no dia 04 de maio de 1898. Filho
de italianos, o senhor Francisco Gervásio e de Francisca Rizzo Gervásio. Veio para Carlópolis em 1942 e instalou-se numa casa que se
localizava na atual Rua Benedito Salles. Era dono do único hotel da
cidade. Casou-se com Maria do Carmo Gayego, tiveram sete filhos:
Francisco (falecido), Victor João, Francisca de Lurdes Gervásio da
Cunha, Wilma Gervásio Caetano, Neusa Gervásio Garbelotti, Gilberto (falecido) e Paulo Gervásio.
Foi Administrador de fazenda no Bairro Passo dos Leite em
Carlópolis, próximo ao rio Itararé, e em Ribeirão Claro. Foi
empresário, tinha uma serraria em Carlópolis.
Recebeu homenagem porque foi vereador do município por 16
anos, entre 1951 e 1964.
Quando presidente da Câmara substituiu o prefeito Nino Salles por
seis meses quando este se afastou para tratamento médico. Durante
muitos anos foi tesoureiro da Prefeitura. Empenhou-se para trazer a
água encanada para o município.
Ele era muito bom, gostava muito de reunir a família ensinava seus
netos, contar histórias de seu passado e contava e tocava a Saudade do
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Arquivo familiar de Denise Vilela
Nasceu em Ribeirão Claro, 7 de setembro de 1921, filho de José Salvador Vilela e Maria do Carmo Oliveira Vilela. Chegou a Carlópolis
em 1955.
Casou-se com Denise no dia 06 de janeiro de 1967, ela na época
com 17 e ele com 45 anos. Viveram juntos por 15 anos e foram muito
felizes. Ela recorda que quando tinha apenas 7 anos, um dia ao vê-la,
ele disse que se casaria com ela. Todos pensavam ser brincadeira. Tiveram quatro filhos: Joanise Aparecida, Ivanise Aparecida e Rosemar
Aparecida Vilela. O filho homem se chamava Adjasir Luiz Vilela (já
falecido).
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Teve muitas profissões: ator, músico, montava filmes e teatros, professor, político, poeta e delegado substituto. Joaquim era cantor e compositor e montava filmes e teatros. Foi secretário da cultura e pessoa de
confiança de vários prefeitos, sendo que ajudou a trazer a construção
da ponte sobre o rio Itararé.
Foi homenageado por ser autor do hino do município com letra
e música. Faleceu em 22 de junho de 1981, de parada cardíaca, em
Carlópolis. Sepultado em Fartura (SP), teve seu enterro filmado pela
TVS durante todo o translado. Sua esposa, filhas e netos ainda residem
em Carlópolis.
Eugênio Neves Soares
Eunice Soares de Arruda. Sempre procurava reunir a família. O casal
todas as tardes sentava na frente da casa de mãos dadas.
Foi o primeiro farmacêutico de Carlópolis. Atendia os doentes, na
zona rural, visitando-os a cavalo. Era muito bondoso, ajudou muito a
população carente do município que não podia pagar os medicamentos, muito querido pela população e pelos seus familiares. Eugênio
teve também farmácias em outras cidades.
Foi Comandante de Praça na cidade de Carlópolis, na época da
Revolução (interventor municipal). Foi prefeito Municipal por dois
mandatos e subdelegado de polícia, membro do Conselho Consultório
do município. Membro da Junta de Alistamento Militar, 2º suplente
do juiz municipal.
Morou em Carlópolis por 70 anos. Nessa época a praça era iluminada a lampião. As famílias costumavam visitarem-se umas as outras.
Faleceu no dia 08 de agosto de 1980, na cidade de Carlópolis,
deixando seus filhos, netos, bisnetos e tataranetos alguns ainda morando na cidade.
Arquivo familiar de Nicefora
Nasceu em Santa Maria Madalena, Rio de Janeiro no dia 09 de Fevereiro de 1892. Filho de Olímpio da Costa Soares e de Julia das Neves
Soares. Casou-se com Maria Luiza Soares, com a qual teve 11 filhos:
Eclair, Eldair Soares Morine, Eneovaldo, Elson, Elza Soares Falarz,
Enio, Edmar Soares de Oliveira, Ely, Eleony, Edna Soares Santos
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Edevirges Benedito Amaral
Arquivo familiar de Evanil Amaral
Nasceu em 31 de janeiro de 1.897, numa casa chamada sobradinho
no município de Fartura (SP), filho de Antonio Rodrigues do Amaral
e Benedita Pires. Foi casado com Ana Rosa Amaral e com ela teve os
filhos: Evanil, Arinil e Ari.
Bem apessoado, bastante inteligente, humilde. Era muito caridoso, buscava ajudar a todos que o procuravam. Sua casa estava sempre
cheia de amigos. Não frequentou escolas, tudo que aprendeu, foi com
esforços próprios.
Veio para Carlópolis em 1.924, como fotógrafo, sua profissão,
porém, aqui descobriu seu talento para a política. Trabalhou no jornal
do município. Aqui chegando, encontrou uma cidade pequena onde
ainda não existia luz elétrica.
Em 1930 foi nomeado prefeito interventor, pois o país estava no
regime de ditadura, ficando neste cargo por um ano, e nesse tempo
mandou fazer a planta da Praça Coronel Leite e ainda em 1.930, chegou à presidência do partido U.D.N “União Democrática Nacional”.
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Foi presidente deste partido por trinta anos. Durante esse tempo
exerceu vários cargos, chegando a ser secretário geral da prefeitura
por mais de cinco anos, na década de trinta a quarenta.
Foi juiz de paz entre 1942 a 1946 mais ou menos, substituiu o juiz
de direito por seis meses. Também substituiu o promotor por poucos
meses. Concorreu em várias eleições, não obtendo êxito, até que no
ano de 1.951 venceu a eleição com brilhantismo.
Nessa gestão como prefeito que começou em 1.952 e terminou em
1.956, tempos difíceis. Ainda assim comprou uma moto-niveladora, a
primeira máquina que Carlópolis teve para melhorar suas ruas e estradas vicinais rurais. Na cidade colocou 3.600 metros de guias para
sarjetas; construiu o muro do cemitério, no dobro de seu tamanho na
ocasião, construiu a atual prefeitura municipal, dando a mobilidade
isto é, cada sala com seu equipamento.
Em sua gestão foram construídas quatro salas e a cantina do
Grupo Escolar Fernão Dias, hoje Colégio Carolina Lupion, Ensino
Médio, com o auxílio do Governador Bento Munhoz da Rocha Neto,
e também a construção da primeira ponte sobre o Rio Itararé. Criou
várias escolas municipais e três delas eram “escola-lar”, onde os alunos
recebiam alimentação suplementar, e também foram instalados telefones residenciais, pois nessa época só havia um posto telefônico.
Faleceu em 12 de abril de 1986, em Carlópolis, deixando na cidade
os seus descendentes.
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Pedro Balbino de Sousa
Foto da casa onde morou Pedro Balbino de Sousa. Na foto, profª Silvana
com alguns alunos participantes do Programa Viva a Escola e Contação de Histórias do
Norte do Paraná.
A denominação da rua se deu através da lei municipal Nº 119, de
11 de setembro de 1991, quando da primeira gestão do prefeito Luiz
Gaberlotti. Essa denominação veio substituir a então Rua da Consolação. A Rua Pedro Balbino de Sousa, também inscrita como Pedro
Pinto, veio para prestar homenagens ao antigo morador do município
que mantinha estreitos laços de amizade e cordialidade com o povo,
principalmente com os menos favorecidos.
Pedro Pinto, pessoa alegre, honesta e trabalhadora, tinha na sua
simplicidade, dada a sua dificuldade com a leitura, a troca constante de palavras e o uso incorreto das mesmas. Mas era plenamente
compreendido devido à facilidade de se mostrar sempre cordial e
simpático. Os que viveram na época de Pedro Pinto lembram de muitos fatos curiosos gerados pelo seu palavreado.
A denominação da rua veio homenagear a uma pessoa que sempre
procurou o bem, a amizade com o povo, o anseio de sempre se fazer
presente nas horas amargas das pessoas, principalmente, repito, com
aquelas carentes e desprovidas de meios materiais.
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Yoneo Yoshitani
Arquivo familiar de Hélio Hugo Yoshitani. Yoneo é o primeiro da direita, em pé.
Nascido em Yamagushi-Ken, Japão, no dia 22 de maio de 1917.
Filho de Isso Yoshitani e de Chia Yoshitani. Casou-se com Chica Imoto com ela teve os filhos: Emília, Riovergílio, Akira, Massaco, Paulino, Carlos, Wilson e Cíntia. Ficando viúvo, casou-se com Gertrudes
Imoto, irmã da primeira esposa, com quem teve os filhos Emerson e
Anderson.
Mereceu homenagem por ter sido um dos pioneiros do município.
Era comerciante: cerealista e dono do único cinema já existente em
Carlópolis, o Cine Guairá, também foi o dono do único posto de
gasolina na época. Nessa época a cidade era muito animada, o cinema
estava sempre lotado.
Era alegre, gostava de festas, muito comunicativo. Quem o conheceu, jamais esquecerá.
Morou na cidade a maior parte de sua vida. Faleceu em 23 de abril
de 1981.
45
LEI Nº 138
A Mesa Diretora da Câmara Municipal de Carlópolis, Estado do
Paraná, no uso de suas atribuições legais, auferidas pelo artigo 130 do
Regimento Interno em vigor, faz saber que: A câmara de Carlópolis, Estado
do Paraná, aprovou e eu, prefeito Municipal sanciono a seguinte lei:
Artigo 1º - Ficam alteradas as seguintes denominações das seguintes
ruas do quadro urbano Municipal:
I – Rua nº 01 para rua “Yoneo Yoshitani”, com localização no Jardim
Bela Vista;
II – “Rua Salto do Itararé “ - para “Rua José Aleixo Sobrinho”.
III – “Avenida Lauro Lopes” para “Avenida “Elson Soares”.
Artigo 2º - Revogando-se as disposições contrárias, esta lei entrará
em vigor na data de sua publicação.
José Aleixo Sobrinho
Carlópolis. 17 de Março de 1.992.
Luís Garbelotti
Prefeito Municipal
Arquivo familiar de Valdomiro Aleixo
Nasceu em Carlópolis, no dia 6 de setembro de 1905. Filho de Joaquim Aleixo de Queiróz e de Lucinda da Silva Leite. Casou-se com
Maria Pereira da Rocha Aleixo, tendo nove filhos: Benedita, Ana
Maria, Paula Maria, Lázara, Joaquim, Izauliria, Valdomiro, Hilário,
Osvaldo.
Foi agricultor. Recebeu homenagem devido ao reconhecimento do
prefeito da época (Luiz Garbelotti) e também dos vereadores (à época), pelos relevantes serviços que prestou para o bem deste município
e cidade, notadamente nos Bairros do Ribeirão do Meio e Graciana,
pois foi ele quem construiu uma das estradas que vai para o Bairro
Graciana e Ribeirão do Meio com a ajuda de seus amigos e parentes,
visto que na época não havia trator para tal. Dedicou-se à conservação
de estradas, sem receber qualquer tipo de remuneração. Com a ajuda da comunidade local liderou a construção de diversas pontes no
Bairro Ribeirão do Meio.
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Foi líder da comunidade religiosa nos bairros citados acima, sendo
um dos que contribuíram para a construção da Igreja do Bairro da
Graciana. Atuava também no setor de esportes, dirigindo equipes de
futebol local. Liderou várias campanhas políticas para eleição a cargo
público, porém nunca teve interesse em se candidatar. Também mereceu ser lembrado, pois foi inspetor de Quarteirão no Bairro da Graciana e Ribeirão do Meio, mais ou menos por 15 anos.
Participava ativamente das reuniões da Câmara Municipal, sempre
trabalhando para a melhoria do município. Recebeu o título de “Cidadão Benemérito Carlopolense”.
Sua família é muito grande, sendo das pioneiras da cidade. As
famílias “da Silva Leite” e “Aleixo” são parentes e muitos deles são
nascidos e ainda residem neste município.
Uma das coisas que o filho Valdomiro não esquece, é que em todos os finais de semana o pai reunia os amigos em sua residência,
então tocavam e cantavam as grandes e inesquecíveis modas de viola da
época. Valdomiro lembra: “Que saudades daquele tempo que não
mais há de voltar!”
Na época em que viveu na cidade, a situação era precária. Somente
nos últimos anos de sua vida é que algumas ruas foram asfaltadas.
Naquela época, as estradas da zona rural, inclusive aquelas que ligam
a cidade, foram abertas pelos próprios moradores, através de machado, facões e picaretas. Posteriormente passaram a ser construídas com
motoniveladora.
Faleceu no dia 17 de outubro de 1985, em Carlópolis.
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Elson Soares
Arquivo familiar de Maria Aparecida Soares Mansur
Nasceu em Rio de Janeiro no dia 07 de fevereiro de 1914, filho
de Eugênio Neves Soares e de Maria Luiza Soares. Mudou-se para
Carlópolis com seis meses de vida, permanecendo na cidade até sua
morte. Casou-se com Maria Keder Soares, tendo três filhos: Maria
Aparecida, residente em Carlópolis, Suely de Fátima, e José Aparecido
Neves Soares, falecido ainda jovem.
Era pessoa de índole, sempre alegre e atencioso com as pessoas
principalmente as mais carentes, simples em sua maneira de viver,
muito religioso.
Foi homenageado em reconhecimento ao seu trabalho em favor
a causa pública, vereador por três mandatos, prefeito por duas legislaturas. Quando prefeito fez o traçado urbanístico da então Avenida
hoje denominada com seu nome.
Construiu a Escola de Nova Brasília e construiu o seu poço artesiano.
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Instalou a Escola Hercília de Paula e Silva, o Banco do Brasil, construiu a avenida que hoje recebe seu nome, a Praça Leovegildo Salles. Solicitou junto com o prefeito de Fartura a construção da ponte que liga
o Paraná a São Paulo, considerada na época a segunda maior ponte em
extensão do Brasil.
Sua filha Maria Aparecida sempre recorda a atenção que ele dava
aos doentes, pois em sua época não tinha médico na cidade Carlópolis. Como farmacêutico recebia assistência médica de um de residente em Fartura, José Sebastião de Oliveira que fazia atendimento na
farmácia do homenageado.
Faleceu no dia 13 de fevereiro de 1992, em Carlópolis, deixando
descendentes que ainda residem no município, sua filha, genro, netos,
bisnetos e irmãos.
João Feres
José Morais Pinto
Nasceu no dia 03 de agosto de 1901. Filho de Onorato Pinto de
Morais e de Francisca Carolina Graciana. Pai de Silvano, Emídio, Maria Madalena, Lázaro, Jandira Morais Domingues, Adelaide, Zilda.
Funcionário municipal e o primeiro músico da cidade.
Faleceu em Carlópolis no dia 11 de dezembro de 1951.
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João ao centro – arquivo familiar de Janete, sua irmã
Nasceu em Carlópolis, filho de José Feres e Sophia Feres. Não
se casou. Foi homenageado por ter sido um cidadão carlopolense,
filho de uma das primeiras famílias que aqui vieram e também por ser
conhecido por todos. No seu tempo a maioria das ruas era de terra
batida. As principais atrações eram o cinema e a praça.
Praticava esportes, foi jogador de futebol e também um grande
cerealista, beneficiando o município como produtor de cereais nas
cidades vizinhas, levando também o nome de Carlópolis a vários estados.
Gostava de fazer brincadeiras e contar piadas.
Faleceu em Carlópolis, aos 42 anos, deixando na cidade suas irmãs
e sobrinhos.
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José Salles
zações antigas e de escravos.
Era autodidata, conhecia muitos assuntos sobre medicina, até mesmo discutia com os médicos. Tinha conhecimento de passagens bíblicas, as quais comentava com sabedoria. Gostava muito de uma boa
leitura, principalmente livros sobre saúde e história. Não era raro encontrá-lo com os óculos na ponta do nariz, concentrado em livros de
medicina. Contava passagens inesquecíveis sobre as grandes guerras:
nasceu no início da primeira e viveu como militar na segunda.
No período de sua vida a cidade era formada de casebres; sem
calçamento, onde a erosão fazia valetas; não tinha energia elétrica; não
tinha posto de gasolina; só uma praça, que ele ajudou a embelezar; colaborou na reivindicação e instalação da energia elétrica; seu comércio
era o melhor da cidade, vendendo desde pregos até cristais.
Morou neste município 60 anos, mais ou menos. Faleceu em
Carlópolis no dia 01 de junho de 1989, deixando aqui seus descendentes.
José Salles e esposa - Arquivo familiar de Roberto Salles
Nasceu na cidade de Siqueira Campos no dia 12 de setembro de
1918. Filho de Benedito Salles e Belmira Pereira. Casou-se com Ruth
Maria Ofenböck Salles, com a qual teve dez filhos: José, Rose, Carlos,
Roberto, Adilson, Marcos, Márcia, Maria Helena, Walter e Cláudio.
Trabalhou como caminhoneiro, taxista, seleiro, comerciante, funcionário público.
Mereceu homenagem por ter sido morador antigo da cidade,
comerciante por muito tempo, conselheiro do povo e porque tinha
muito amor por esta terra.
Sua família era influente na política. Foi presidente do PTB, apoiava seu irmão Leovegildo Salles, que foi prefeito e deputado estadual
e, seus filhos que foram vereadores. Fundou, a pedido de seu irmão,
o PTB, pelo qual se apaixonou tanto que passou a fazer oposição ao
PSD, partido ao qual seu irmão dirigia.
Como funcionário público estimulou o comércio e o emprego.
Não media esforços para conservar as estradas rurais do município,
construiu várias pontes. Ao mesmo tempo, aproveitava para pesquisar
a história antiga do município e encontrou muitos vestígios de civili
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João Cuenca Borrego
Senhor João e sua esposa Josefa Sanches Cuenca. Arquivo familiar de Leonel Cuenca
Nasceu em Málaga, Espanha, no dia 12 de maio de 1.896. Filho de
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João Cuenca Camaxo e Tereza Borrego. Casou-se com Josefa, tendo nove filhos: Tereza, João, Manoela, Carmem, Antonia, Josefa, Isabel, Maria e José Cuenca Borrego.
Era um homem bom, gostava de ajudar as pessoas, mas gostava
das coisas certas, era bastante enérgico. O neto Leonel não se esquece
do carinho do avô. Ele o embalava no berço e cuidava até que ele
dormisse. Quando mais moço, sempre que se arrumava para sair, o
avô perguntava se tinha dinheiro e mesmo que tivesse, sempre dava
mais ao neto. Lembra também que o avô não gostava de galinhas no
terreiro de café. Quando ele via as galinhas, atirava pedras com a “espanholinha”, tipo de atiradeira trançada e que jogava as pedras longe.
Também não gostava que fossem roubar manga, se pedissem, podiam
levar.
Chegou a Carlópolis em 1944, com a família já constituída. Nessa
época a cidade era pequena. “O local onde é a rua que leva o nome
dele ainda era mato. Não existia a praça que hoje se chama Leovegildo
Salles, ali existiam apenas pinheiros ao redor da Igreja Matriz, onde
as pessoas amarravam os animais. A praça de baixo era bem diferente
de hoje em dia. O bar do Ponto era o principal. A atual Rua Benedito
Salles era de terra batida, nem cascalho tinha. Faziam mutirão, de 20,
40 pessoas para tapar buracos e arrumar estradas. O povo era unido”,
lembra Leonel.
Comprou um sítio no Bairro dos Pereiras e doou para o Estado
meio alqueire onde foi construída a escola primária atendendo ao pedido do então Deputado Lupion, do qual era muito amigo. Gostava
de trabalhar com a terra. Beneficiou o município com a escola, assim como oferecendo trabalho em seu sítio nos Quarenta e Nove
Alqueires, como era conhecido o lugar. Plantou café. Neste sítio tinha
a sede (casa da família), terreiros muito grandes para café e 15 casas
dos colonos. Todos obtinham o sustento dali. A cada quinze dias, João
vinha até a cidade de carroça, fazer compras que eram anotadas na
caderneta.
Gostava muito de apoiar os candidatos tanto em nível municipal
quanto estadual. Era amigo de Nino Salles e sempre estava com ele
na época das eleições. “Geralmente o lado que escolhia para apoiar
ganhava”, lembra o neto Leonel. Ele “tinha um jipe e quando Paulo
Pimentel foi eleito governador, enfeitou com pimentas para desfilar e
comemorar. Eu estava junto”.
Mereceu homenagem devido a sua dedicação ao município. A rua
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estava para ser aberta e Leonel estava ajudando. Seu primo Francisco
Paiva Neto (também neto de João), fez a sugestão e o então vereador
Antônio Rômulo Senhorine apresentou o projeto que foi aceito.
Faleceu em Carlópolis no dia 7 de agosto de 1.974, deixando
descendentes na cidade.
Laudelino Sales de Azevedo
Arquivo familiar de Agostinha
Nasceu no dia 29 de abril de 1908 na cidade de Carlópolis. Filho
de José Sales de Azevedo e Ana Maria de Jesus. Casou-se com Rita
Rosa de Azevedo tendo sete filhos: Marfuena, Rainha, Imperador,
Agostinha, Rosalina, Adelina e Laudelino Júnior.
Foi agricultor e produzia café, feijão, arroz, milho e também
criava gado bovino: de corte e leiteiro, criava gado suíno, engordando e comercializando. Trabalhou desde os oito anos. Quando
completou doze anos com a perda do pai, precisou assumir a responsabilidade da casa, cuidava de todos os irmãos, mesmo sendo o quinto
filho de uma família de nove irmãos. Nessa época Carlópolis não tinha
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armazém e ele ia a cavalo até Fartura fazer as compras. O trabalho
atrapalhou os seus estudos, ele não sabia ler nem escrever, mas fazia
contas de cabeça, era muito inteligente.
Morou a maior parte de sua vida no sítio. Depois de dez anos de
casado veio para a cidade para que os filhos pudessem estudar.
Em sua época, a cidade se chamava Jaboticabal. Só tinha mato, ele
viu a cidade crescer. Era sobrinho dos Leite que foram desbravadores
da cidade.
Era muito bom. Às vezes levava pessoas pobres para dentro de sua
casa e fazia comerem junto com a família.
Doou sua fazenda para os filhos em vida. Tudo que ele tinha
partilhou em vida. “Foi a melhor coisa que ele fez”, lembra a filha
Agostinha.
Faleceu no dia 14 de dezembro de 1986, deixando seus descendentes em Carlópolis.
Manoel Dias
José Gonçalves Mendes
Arquivo familiar de Leia Aparecida Dias
Nasceu em Carlópolis, filho de Delfino Mendes da Cunha e Josefina Mendes da Cunha. Casado, teve quatro filhos: João Mario Mendes,
Benedito de Oliveira Mendes, Jairo de Oliveira Mendes, Jarbas Oliveira Mendes.
Foi comerciante. Trouxe o telefone para a cidade com instalação na
casa da Dona Lídia Capote. Lá era o centro telefônico.
Faleceu em Carlópolis na década de 1970, na casa de seu filho
Benedito.
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Nasceu em São Manoel, S.P., no dia 17 de junho de 1901, filho de
Joaquim Dias e Francisca Maria de Jesus. Casou-se com Amábile Maria Pigatti, tendo oito filhos: Esoardo, Neize, Rubens, Antonio, Leide,
Leia, Odete e Zaifra.
Mereceu homenagem por ser pioneiro em Carlópolis. Participou
da vida do município através do trabalho na cerâmica de telhas e tijolos na qual oferecia empregos, assim como no sítio onde plantava café,
arroz, feijão, algodão, entre outras lavouras. Também criava gado.
Fez parte do diretório do PSD, porém jamais foi candidato. Era um
homem de caráter, honesto, trabalhador. Chegou a Carlópolis no ano
de 1929 e permaneceu na cidade até seu falecimento, ocorrido em 25
de janeiro de 1954, deixando aí seus descendentes.
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Haroldo José Barbosa
Nasceu em Carlópolis, no dia 18 de julho de 1948, filho de Japhef
Barbosa e Erlin Feres Barbosa. Casou-se com Irma Maria Ernest Barbosa, tendo três filhos: Ivana, Erlin e Haroldo José Barbosa Filho.
Muito bom, trabalhador, honesto. Era motorista. Faleceu muito jovem, no dia 31 de julho de 1972, não tendo tempo de participar da
vida do município. Deixou esposa e filhos em Carlópolis.
Elias Mehri Mansur
Mansur.
Recebeu homenagem porque quando chegou a Carlópolis, por volta
de 1930, com a esposa, (que era da Síria, eles se conheceram na
cidade de Irapé, onde tinha um pequeno comércio) e os dois filhos
mais velhos. Vendeu e trouxe tudo o que tinha numa carroça de duas
rodas.
Chegando a Carlópolis abriu uma loja para vender tecidos. Prosperou. Seu comércio tornou-se um empório (vendia de tudo um
pouco). Cresceu junto com a cidade. Tinha fazenda e colonos que
trabalhavam para ele e que foi comprada dos Frias e chamava-se Fazenda São João. Trouxe muitos benefícios para o município como
comerciante e com o café.
Não participou da política, sempre foi neutro. Somente seus filhos
gostavam de participar e apoiar candidatos. Era uma pessoa que todos
elogiavam muito, um homem correto, trabalhador. Gostava das coisas
muito certas. A tarde ficava em frente à sua casa, na Rua Benedito
Salles. Conversava com todos que por ali passavam fossem crianças,
jovens ou idosos. Seu neto lembra que o avô sempre o ensinou a comprar e nunca vender.
Morou em Carlópolis por aproximadamente 63 anos, faleceu no
dia 01 de junho de 1993, deixando na cidade os seus descendentes:
filhos, noras, genros, netos e bisnetos.
LEI 285
Arquivo familiar de Luiza Rocha Mansur
Nasceu no Líbano, cidade de Beteléia, em 5 de dezembro de 1900.
Filho de Chaad Mansur e Hali Mansur. Casado com a senhora Zequia
Chequer Mansur, teve oito filhos: Alfredo, Michel Elias, Ceme Elias,
Mário Elias, Alberto Merhi, Ivone Elias, José Merhi e Antônio Elias
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Súmula: Dá nome a Avenida que margeia a Represa de Xavantes dentro do perímetro urbano e dá outras providências.
A Câmara Municipal de Carlópolis, Estado do Paraná,
aprovou e eu, Prefeito Municipal, sanciono a seguinte lei:
Art. 1º - A avenida que contorna a represa de Xavantes em
toda a sua extensão, que vai desde o aterro na saída para Fartura, até a estrada que liga Carlópolis a Ribeirão Claro, passará a
chamar-se “Avenida Turística Elias Mehri Mansur”.
Art. 2º - Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação,
revogadas as disposições em contrário.
Carlópolis, 08 de junho de 1995.
ISAAC TAVARES DA SILVA
Prefeito Municipal
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Benedito Rodrigues do Amaral
Nasceu na cidade de Fartura – SP, no dia 14 de junho de 1897, filho de
José Rodrigues do Amaral Junior, mais conhecido como Amaralzinho
e Bárbara. Ficando órfão ainda pequeno, foi criado pela segunda esposa de seu pai, Helena Maria e pela filha de seu padrinho de batismo,
Gertrudes. Quando mocinho, seu pai o levou para casa, mas como
estava acostumado com a tia Gertrudes, fugiu e voltou para ela.
Junto com seu primo ao qual chamava de “Dito primo” por terem o
mesmo nome, derrubaram muitas matas onde hoje se localiza a cidade de Cambará (Pr).
Em companhia dos primos, chegou a Carlópolis, onde conheceu
Aparecida Maria da Conceição, na época com 15 anos de idade. No
dia 07 de agosto de 1918, perante o juiz de paz Eugênio Neves Soares,
realizou-se o casamento civil e após, o casamento religioso, celebrado
pelo vigário da época, Frei Leonardo. Benedito tinha então 21 anos e
Aparecida, 16. Após o casamento permaneceram por algum tempo em
Carlópolis, em seguida mudaram-se para Fartura (SP). Tiveram treze
filhos: João, José, Lazara, Maria, Nazira, Sebastião, Joaquim (faleceu
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logo após o nascimento), Terezinha, Judite, Helena, Luzia (faleceu
ainda criança), Vicente e Edite.
Nessa época, arrendou 400 alqueires de terra na Fazenda Passo dos
Leites, em Carlópolis, onde fez uma safra de porcos que em 180 dias
estavam prontos para a venda. A esposa que estava grávida havia ficado em Fartura com os filhos. Uma recessão econômica se abateu
sobre o país e o preço do porco caiu cerca de 40%. Benedito tentou
diminuir o prejuízo tratando dos porcos por mais um tempo. Tentou vendê-los em Fartura, mas não conseguiu. Seguiu caminhando
com os porcos até Piraju, onde continuou a tratá-los, o que acabou
com suas economias. Não havendo outro meio, fez um empréstimo e
alugou um vagão de trem para São Paulo, onde vendeu o que restava
pelo preço mínimo. Acabou tendo que entregar a chácara de Fartura
aos credores.
Como a irmã Maria estava com o marido Marcos doente, propôs
a Benedito que comprasse seu sítio e se mudasse para Carlópolis. Ele
viria apoiá-la na criação dos filhos após a morte do marido. Contando
com o apoio da esposa Aparecida, assim foi feito. Passaram-se os anos
e com eles, muitas alegrias e tristezas. Benedito morou algum tempo em Jacarezinho, mas retornou a Carlópolis, residindo próximo ao
atual Colégio Carolina, onde faleceu no dia 28 de setembro de 1980,
com 83 anos, deixando aqui sua esposa e filhos.
Fonte: Depoimento de Helena Ribeiro do Amaral e livro História da Família Amaral Vicente Gonçalves do Amaral março de 1999, p. 21-23
José Pires do Prado
Não encontramos informações sobre esse homenageado. Atualmente
esta rua não tem sua localização no mapa municipal.
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Germano de Oliveira Soares
Germano à frente, com terno – Bodas de prata do casal. Arquivo familiar
de Sirleyde Oliveira Soares
Nascido em Carlópolis, no dia 23 de novembro de 1923, era filho
de Francisco e Minervina de Oliveira. Casou-se com Maria de Paula
Soares, tendo quatro filhos: Enio, Esio, Irani, Elenira.
Foi agricultor, pecuarista e suplente de vereador por duas vezes.
Mereceu homenagem por sua atuação, por várias vezes, como
delegado “calça curta”, isto é, substituto de delegado, quando ajudou
a solucionar muitos casos de homicídio. Nessa época, bastava ter
ficha limpa e boa índole para ser delegado substituto. Sempre uma
pessoa ativa, foi inspetor de quarteirão e atendia os casos para depois
encaminhar para a delegacia. Idôneo, participava ativamente da vida
pública. Participou da APM da escola, também de reuniões da Igreja.
Morou na cidade durante toda a vida, ou seja, 65 anos. Faleceu
no dia 26 de setembro de 1986 em Curitiba, no Hospital Evangélico,
deixou em Carlópolis a esposa, filhos, noras, netos e bisnetos.
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Narciso Convento de Moura
Nascido em Carlópolis no dia 21 de abril de 1911. Filho de Vitório
Convento de Moura e Carmelina Convento de Moura. Seu pai veio
da Itália já mocinho. Narciso casou-se com Olímpia Pedro de Moura,
com a qual teve sete filhos, os seguintes: Ismael, Vanderci, João, Sidnei,
Zeni, Maria Lúcia, Acir e Neusa.
Mereceu homenagem por ter sido o 1º motorista da cidade. Aqui
não existia hospital, nem médico, então quando uma criança nascia
ele era chamado para buscar ou levar a parteira. Sua participação na
história no município foi ajudando os moradores a irem de um lugar
para outro em busca de compras etc.
Era muito honesto, trabalhador, caridoso e amigo de todos. Teve
como profissão motorista e foi o único mecânico local assim que as
pessoas adquiriram seus veículos, ele era quem consertava tudo.
Sua filha Zeni sempre lembra que ele ficava muito bravo quando ia
consertar seus carros. Amava todas as crianças e não admitia que ninguém batesse nelas. Se estivesse doente ele pedia e levava no hospital,
principalmente benzedeiras.
A cidade naquela época era muito diferente, e sem recursos. Quando a população precisava de atendimento médico, ele e a esposa do
senhor Eugênio Neves iam até Ourinhos com seu carro pé de bode
para buscar um médico.
Morou na cidade 63 anos. Atualmente seus parentes ainda moram
neste município. Faleceu no dia 17 de março de 1972 no hospital da
cidade de Fartura.
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Alfredo Mansur
Marina Jane de Morais
Maria e Alfredo. Arquivo familiar de Regina Emília Simões Mansur
Nasceu em Irapé, município de Chavantes - SP, no dia 24 de abril
de 1928. Filho de Elias Mehri Mansur e Zequie Chequer Mansur. Casou-se com Maria Aparecida Simões Mansur, que conheceu na fazenda em Itapetininga, estado de São Paulo, tendo quatro filhos: Regina
Emília, Alberto Jorge, Tereza Cristina e Andréa Zequie Simões Mansur.
Formado em Ciências Contábeis em Marília, foi professor de Ensino Médio. Trabalhou no antigo Grupo Escolar Fernão Dias, hoje
Colégio Carolina Lupion. Trabalhou também no Fórum, no cartório,
como distribuidor e anexos, durante 30 anos. Até hoje é lembrado por
juizes, promotores e funcionários. Foi também vereador. Era um bom
pai. Mereceu homenagem por ser morador antigo neste município e
também por ser muito querido na cidade.
Quando aqui chegou encontrou uma cidade pequena. O seu pai
era comerciante, servindo os bairros rurais com o comércio na rua
principal, onde até hoje podemos ler “Casa Chic” em alto relevo, no
concreto.
Morou em Carlópolis por 71 anos, onde veio a falecer no dia 01 de
Novembro de 1999, deixando esposa e filhas no município.
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Arquivo familiar de Ana Paula Amaral
Nasceu em Fartura, Estado de São Paulo no dia 20 de maio de 1948.
Ainda criança, na companhia dos pais Cândido Elias de Moraes e Ana
Deales de Moraes mudou-se para este município onde constituiu
família e afincou suas raízes. Casou-se com Paulo Roberto Amaral, em
1977, com quem teve dois filhos: Ana Paula e Paulo Henrique Amaral.
Deu início a sua vida profissional lecionando no Colégio
Estadual Carolina Lupion, no ensino fundamental, passando por outros
colégios do município, onde exerceu suas atividades como modelo de
excelência e disciplina.
Formou-se em História pela Faculdade de Filosofia, Ciências e
Letras do município de Piraju, Estado de São Paulo, e sempre muito dedicada aos estudos, obteve diversos títulos de especialização.
Doava-se incondicionalmente à sua profissão e aos seus alunos. Adorava o que fazia e o fazia muito bem. Isso, com certeza, trouxe benefícios
à educação no município.
Cultivava o gosto pela música e pelas artes, transmitindo-os aos
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filhos como parte de sua formação cultural. Católica, devota de
Nossa Senhora Aparecida, desenvolveu bastante seu lado espiritual, o
que a manteve integra até os seus últimos dias de vida.
Faleceu no município de Ourinhos (SP), aos 07 de novembro de
2001, aos 53 anos de idade. Ao solicitarmos aos filhos algo a mais
que considerassem importante, eles escreveram: “Gostaríamos de
deixar aqui registrado o orgulho e a gratidão por tudo que recebemos e aprendemos com nossa mãe, pelo crescimento que nos
proporcionou, pela alegria profunda que nos deu e pela oportunidade
de, através de seus ensinamentos, da sua coragem e sua fé, nos propiciar uma vida digna. Temos guardado no fundo dos nossos corações
aquele seu jeito inquieto e feliz, em tratar bem a todos com simplicidade e jamais esquecendo seus valores, o que resultou na conquista do
respeito de todos que a conheceram. Nunca descuidou de nos mostrar
o valor do ensino e como fruto de sua luta hoje nos graduamos e nos
especializamos, o que representa a grande riqueza que nos deixou.
Obrigado mãe! Que Deus nos eleve e nos permita um dia aproximarmos-nos dessa pessoa formidável que é você”. ( Paulo Henrique e Ana Paula).
Maria de Lourdes Nuccini Leonarduzzi
Arquivo familiar de Fanni Leonarduzzi Rocha
Nascida em Jacarezinho, em 28 de outubro de 1940. Filha de Eduvirges Nucini e Benedita de Campos Nucini. Casou-se com Antonio
Leonarduzzi, sendo mãe de Fanni Leonarduzzi Rocha.
Mereceu homenagem pelo reconhecimento do seu trabalho nas
escolas de Primeiro Grau (hoje Ensino Fundamental) e na escola de
Segundo Grau (hoje Ensino Médio). Foi uma professora que dedicou
sua vida aos alunos, ministrava suas aulas com carinho, dedicação e
amor. Muito contribuiu na formação intelectual da juventude durante décadas, com seus ensinamentos matemáticos e da vida, formando cidadãos capazes de atuar e modificar a história do município,
conscientes, preparados para enfrentar os desafios da vida. Contribuiu
com seu trabalho na educação, trabalhando de forma benéfica na
melhoria do nível cultural do município. Além de sua jornada semanal, nos finais de semana recuperava alunos com defasagem de aprendizagem e preparava outros para o vestibular. Fazia isso com dedicação, sem recompensa financeira, mas por prazer de ensinar.
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Era uma pessoa muito amiga, companheira, caridosa, boa esposa,
boa mãe. Como profissional era responsável e dedicada. Seus ensinamentos deixavam marcas profundas que o tempo não apaga. Sempre
preocupada com a educação dos jovens e sua formação. Deixou uma
lição de vida para os que com ela conviveram. Deixou um vazio muito
grande e uma perda sentida por toda a população. Até hoje lembramos com muito carinho e amor da Dona Lourdes, com saudades...
Jamais teve interesse político, participava apenas votando com
consciência.
A cidade não mudou muito do tempo que aqui morou. Apenas
algumas novas construções, reformas, poucas modificações.
Morou em Carlópolis por 36 anos, vindo a falecer no dia 17 de
Outubro de 1999, deixando na cidade seu esposo, filha e genro.
Expedicionário Pedro Vieira de Castilho
Não obtivemos informações sobre o homenageado.
Praça homenageia expedicionários
Carlópolis - A Praça dos Expedicionários de Carlópolis, em
homenagem aos ex-combatentes sargentos Agrícola Alves
Nogueira, Edgar de Oliveira e Pedro Vieira de Castilho, que lutaram na Segunda Guerra Mundial, foi inaugurada na semana
passada, em Carlópolis (Norte Pioneiro). Um monumento com
estátuas dos três pracinhas e armamentos utilizados na guerra foi confeccionado pelo artista Paranazinho, de Carlópolis.
Participaram da cerimônia de inauguração o tenente-coronel
Rivail Luiz Cerqueira, de Curitiba, o major Mendes de Oliveira,
de Jacarezinho, remanescente dos pracinhas paranaenses que
lutaram na Itália, e o prefeito Isaac Tavares da Silva.
Folha de Londrina, 12/06/2007 -- 00h00 (Folha Cidades)
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João Antonio Ribeiro
Não obtivemos informações sobre o homenageado.
Irmã Adorema Ana Rech
A Irmã Adorema Ana Rech é natural de Travessão Gavioli Flores da
Cunha, Rio Grande do Sul – RS. Nasceu em 27 de maio de 1938. Filha
de Giacomo Jose Rech e Angela Maria Rech. Ingressou na Congregação das Irmãs de São João Batista e Santa Catarina de Sena Medeais,
em 1957 na qual dedicou-se em todo o tempo na Educação Cristã e
humana destacando-se mais na área da saúde. De 1958 a 1960 foi postulante. E em 1960 entrou no noviciado. Emitiu seus primeiros votos
em 1962. Em 1967 fez seus votos perpétuos na cidade de Caxias do Sul
- RS. Foi pioneira aqui na cidade de Carlópolis - PR. Com seu marco
histórico, chegando ela e mais duas irmãs religiosas no dia 6 de agosto
de 1971, instalando-se no Centro de Saúde da época que funcionava
como atendimento hospitalar e ambulatorial em geral. Permaneceram
nesse local quatro anos atendendo. Tudo era muito precário em nível
de atendimento hospitalar e ambulatorial devido a falta de aparelhagem etc. E no dia 18 de julho do ano seguinte iniciou-se a campanha
para a construção do Hospital São José, existente até hoje e a restauração do Recanto São José, casa de encontros e de formação, para vocacionadas e vocacionados a Vida Religiosa e funcionou como casa
de formação para aspirantes. Exerceu sua função de coordenadora,
Auxiliar de Enfermagem, Diretora Administrativa. Doava-se inteiramente em todas as pastorais existentes na Paróquia, catequese, curso
de Batismo, casais, Pastoral Vocacional da saúde. Era muito acolhedora, ajudava as vocações com orações e aconselhamento, ou seja,
acompanhamento espiritual e vocacional e também financeiramente
na medida do possível etc. Tinha uma dedicação especial para com as
Aspirantes, Postulantes, Noviças e os Seminaristas sempre promovia
encontros de Pastoral Vocacional na Paróquia em comunhão com o
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Pároco fazia um trabalho muito precioso com a Pastoral Vocacional
e não media esforços. Era apaixonada pelo Reino de Deus e em 1987
celebrou seus 25 anos de vida Religiosa na cidade de CARLOPOLIS,
contando com a presença dos familiares e amigos. Irmã Adorema Ana
Rech exerceu o seu trabalho, missão incansavelmente desde 1971 até
1988 quando por motivo de saúde ficou um pouco afastada dos trabalhos hospitalares em tratamento em Curitiba onde veio a óbito no
dia 27 de março de 1988. Sendo transladado seu corpo para Travessão
Gavioli Flores da Cunha Rio Grande do Sul. Ela e a Comunidade da
época lutaram incansavelmente para conseguir levar em frente esta
Santa Obra como dizia a nossa Madre fundadora Medeia Camila
Guilino Patelani e se repercute ainda hoje entre nós.
Dizia ainda sejam mulheres de Deus, de coragem de guerra, muita
humildade, generosidade e perfeita servas do senhor. Sejam mulheres
do povo e para o povo e sejam pão miúdo para os que precisam de
vocês, os pobres e necessitados. A irmã Adorema foi exemplo e testemunha de fé, de esperança e profetismo de João Batista, um grande
exemplo de fortaleza e uma profunda vida de união com Deus que se
espelhavam muito em Maria a mulher corajosa e dinâmica, doou-se
por inteiro até as últimas consequências e dizia é Deus quem sabe do
amanhã. A congregação ganhou muito com a vida missão desta irmã
tão simples e humildade, desprendida de si. Vivia sempre com um
sorriso aberto mesmo nos momentos difíceis e turbulentos. Sabia ser
dócil e ser exigente quando necessário dentro da missão a ela confiada. Que Deus a tenha junto dele. Essa era realmente o retrato do João
Batista. “Que Ele cresça e eu diminua”, tinha uma preocupação que
outros de si para doar-se por inteiro. (Irmã Maria Terezinha R. Marques)
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Benedita da Cruz Domingues
Benedita da Cruz Domingues e Pedro Antonio Domingues. Arquivo familiar
de Benedito Antonio Domingues (fotógrafo desconhecido)
Nasceu em Taquarituba (SP), no dia 06 de agosto de 1910, filha de
José Guilherme e Maria Guilherme. Foi casada com Pedro Antônio
Domingues e teve onze filhos: Benedito, Ramiro, Lazara, João, Maria, Ana, Madalena, Geni, José Aparecido, Ademir e Carlos. Em 2010
eram 79 os netos do casal.
Cuidava do lar e dos filhos. Foi homenageada pelo filho no
loteamento pertencente à família, por ser uma moradora muito antiga
do município. Participou na história do município como agricultora.
Beneficiou o município ajudando na agricultura familiar.
Era uma pessoa simples e trabalhadora. Morou na cidade por 38
anos, sendo 16 no sítio Santa Maria. Seu filho Benedito ainda lembra da rapadura e do açúcar que a mãe fazia. José Aparecido lembra
das plantações cultivadas por sua mãe. José lembra do cuidado que
a mãe tinha com ele e os irmãos, carregando latas com água que ela
esquentava para que eles tivessem água quente para o banho quando
chegavam da roça.
No tempo em que viveu em Carlópolis, só havia três ruas: Benedito
Salles, a rua do grupo escolar e a rua do correio.
Faleceu em Carlópolis, no dia 24 de abril de 1985, deixando seus
descendentes na cidade.
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Pedro Antonio Domingues
Nascido em Tejupá (SP), no dia 29 de junho de 1914, filho de Joaquim Domingues e Mariana Domingues. Foi casado com Benedita
da Cruz Domingues e tiveram onze filhos: Benedito, Ramiro, Lazara,
João, Maria, Ana, Madalena, Geni, José Aparecido, Ademir e Carlos.
Foi homenageado pelo filho, no loteamento pertencente à família
por ser morador antigo do município.
Participou da vida municipal com seu trabalho como agricultor
familiar. Era muito divertido e trabalhador.
O neto Aldo recorda ter sido o avô quem o ensinou a torcer pelo
Corinthians.
Faleceu no dia 26 de junho de 1997, deixando na cidade os seus
descendentes.
Emília Yoshitani de Pronça, tendo dois filhos: Willians e Andréa.
Mereceu homenagem porque participou da história do município
ajudando as pessoas, tinha um bom relacionamento com todos, trabalhava com honestidade. Foi bancário e tesoureiro da prefeitura onde
trabalhou por 25 anos, ajudando vários prefeitos.
Muito honesto, trabalhador, amigo, inteligente, gostava de música,
dava atenção à família.
Faleceu no dia 31 de março de 2003, no hospital São José, deixando
esposa, filhos, netos e bisnetos, o pai, dois irmãos, sobrinhos, etc.
Maria Luiza Consani
Não encontramos informações sobre a homenageada.
Luiz Carlos Consolmagno de Proença
Arquivo familiar de Orlando Ramos de Proença
Nasceu em Carlópolis no dia 18 de agosto de 1942. Filho de Orlando Ramos de Proênça e Ely Consolmagno de Proênça. Casou-se com
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José Leme da Silva
proprietário do local escolheu os nomes das ruas.
Faleceu em 12 de fevereiro de 1976, em Carlópolis. Ainda residem
no município quatro de seus filhos e a esposa.
Paul Harris
Arquivo familiar de Jorge Fernando
Nascido em Fartura no dia 30 de dezembro de 1923, era filho de
Joaquim Vítor da Silva e Maria Jacinto de Jesus. Foi casado com Ana
Jesus da Silva, com quem teve seis filhos: Maria Aparecida, José Fernandes, Joaquim Américo, Ana Maria, João Carlos e Jorge Fernando.
Ao se casar no dia 14 de fevereiro de 1946, na cidade de Carlópolis,
fixou residência neste local porque as terras desse município prometiam muita fartura. Também falavam de um grande lago que aqui iria
chegar, trazendo muito trabalho e prosperidade, então resolveu montar comércio neste município. Permaneceu aí até sua morte trabalhando como lavrador.
No dia 12 de outubro, como era devoto de Nossa Senhora Aparecida e também era o dia das crianças, reunia muitas delas, dando
presentes e divertindo-as por muitas horas.
No tempo em que viveu na cidade, Carlópolis estava em pleno
desenvolvimento, com a chegada de colonos. Mereceu homenagem
porque seu filho Jorge Fernando estava envolvido no desenvolvimento
de um projeto e execução do Loteamento Residencial Vista Bella. O
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http://www.rotary4730.org.br/jml1515/index.php?option=com_content&view=article&id=59&Itemid=48
Paul Percy Harris nasceu em Racine, Wisconsin (EUA), 19 de abril
de 1868. Foi um advogado estadunidense, fundador do primeiro Rotary Club e primeiro presidente do Rotary Internacional.
Filho de George n. Harris e Cornélia Bryan Harris. Paul Percy Harris foi criado por seus avós paternos, Harod e Pamela. Criança e jovem
travesso, era o terror da pacata cidade de Walingford Vermont e acabou expulso de duas escolas superiores.
Paul Harris casou-se com Jean Thomson, natural de Edimburgo,
Escócia, em 1910. O casal não teve filhos e permaneceram casados
até o falecimento de Paul em 27 de janeiro de 1947, em Chicago. Jean
Faleceu em 1963, sua cidade natal.
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Paul Harris trabalhou como repórter, professor, ator de teatro,
caubói e por fim advogado.
Tem seu nome lembrado em nossa cidade porque o local onde
inicia a rua com seu nome terá o Marco Rotário.
Sadatoshi Hamada
inclusive transportando a produção para São Paulo com o seu próprio
caminhão, no ciclo do café a partir dos anos 70.
Muito atuante na mecanização da agricultura desde o início da
década de 1950, adquirindo tratores, implementos e caminhão para
desenvolver a agricultura. Foi um empreendedor, extrovertido, muito
comunicativo. Tinha facilidade em fazer amigos. Muito batalhador,
fazia churrasco, sukiyaki e sashimi com amigos e familiares. No esporte participou no beisebol nos anos 1960, juntamente com o técnico, Sr. Toyota.
No tempo em que chegou a Carlópolis, onde morou por 50 anos, a
cidade era pequena, mas bem movimentada.
Faleceu no dia 13 de janeiro de 1999.
Francisco Teixeira da Luz
Arquivo familiar de Mario Issao Hamada
Nasceu em Kumamoto-ken (Japão) em 16 de fevereiro de1922.
Era filho de Sadaji Hamada e Tsuru Hamada. Casou-se com Metsuko Hamada, tendo seis filhos: Mario Issao, Marina Mihero, Megume,
Jorge, Minoru e Maria Hamada.
Mereceu a homenagem por ter sido um dos pioneiros da colônia
japonesa em Carlópolis e proprietário do sítio Hamada, onde hoje
está o residencial Vista Bella e a rua que recebe seu nome. Participou
da história do município como um dos pioneiros da colônia japonesa, no início dos anos 1950. Tendo participado ativamente da CAC
(Cooperativa Agrícola de Cotia), com produtos agrícolas diversos,
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Arquivo familiar de Luzia da Luz Salles
Nasceu em Fartura, no dia 13 de março de 1920. Filho de Manoel
Teixeira da Luz e Mariana Vieira de Jesus. Casou-se com Astézia
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Teixeira de Oliveira, tendo dez filhos: João, Manoel, Laura da Luz Santos, Alice, José, Otávio, Luzia da Luz Salles, Maria Aparecida, Nilva e
Tarcísio. Foi agricultor.
Mereceu homenagem devido ao fato do projeto do bairro Vista
Bela ter sido desenvolvido pelo engenheiro agrônomo Tarcísio, liderado pelo Pacheco. Esse teve a ideia de homenagear os pais das pessoas envolvidas no projeto e que pertencessem a famílias tradicionais
de Carlópolis. Em 1999, na Lagoa Azul, (loteamento particular), Roberto José Moreira Dias também o homenageou com seu nome em
uma das ruas. Roberto, ex-funcionário do Banco do Brasil, onde conheceu o Sr. “Chico Teixeira”, em cadastros rurais, pode observar que
era uma pessoa íntegra. Posteriormente notou que era muito discreto.
Quis por isso prestar-lhe homenagem. Pediu permissão ao Tarcísio
que ali trabalhava.
Sua participação na história do município foi no sentido de ajudar a construí-lo, de modo especial, o bairro onde residia. Foi um
batalhador pela conservação da estrada e lutou para levar energia
elétrica na zona rural, na época não existia projeto de iluminação rural como hoje. Era um articulador no bairro, buscava melhoria não
só para ele, sempre se unia com outros moradores procurando levar
melhorias para todos. Era uma pessoa muito presente em todos os
momentos da vida das famílias do bairro.
Articulava com as pessoas com quem convivia, entrando em contato com as autoridades para melhorar o bairro, consequentemente
levava o progresso ao município também. Além dos benefícios já
citados, procurava cuidar bem da natureza, com amor a terra e aos
animais; foi um grande empregador rural: grande produtor de café e
criador de gado.
Era um homem justo, observador dos princípios éticos, morais e
religiosos, católico praticante, devoto de Nossa Senhora Aparecida,
Congregado Mariano desde sua juventude. Tratava os empregados
como amigos acolhendo-os em seu lar, bem como partilhando refeições. Excelente chefe de família educava com amor.
Morou na cidade mais ou menos 54 anos, tendo ainda parentes
morando aqui.
Fazia coisas que deixou saudades, como lembram os filhos: Laura
se lembra do terço em família, todas as noites; Alice lembra de que
não media esforços para investir nos estudos dos filhos; José gostava
de se lembrar do pai dirigindo a pick-up willians, cheia de crianças,
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todos indo para a missa dominical; Manoel recorda sua fala sobre a
honestidade; Maria não esquece o valor que dava à família; Otávio,
de quando chegava na cidade, a primeira visita era para o Sacrário,
depois ia cuidar dos negócios; Nilva se lembra de quando tinha que
fazer estrada e pontes, não ficava esperando pela prefeitura, organizava mutirões; Tarcísio: que o pai ficava muito nervoso se usassem seu
nome de maneira que afetasse sua reputação e sempre os aconselhava
a caminhar corretamente; Luzia, que apesar de ter aprendido no quartel, a desmontar e montar uma arma, sempre dizia: “conheço muito
bem o funcionamento de uma arma por isso mesmo não tenho e não
quero que meus filhos possuam uma, nem que seja um estilingue”
e que o pai serviu o exército por três anos, no período da Segunda
Guerra Mundial, foi convocando para a guerra, mas dispensando por
ser o único no quartel de Corumbá preparado para a manutenção das
armas.
Francisco viveu em Carlópolis desde mais ou menos 1934, acompanhou e participou do desenvolvimento do município. Faleceu na
cidade no dia 09 de abril de 1991.
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Anésio Fernandes Machado
Foi homenageado pelo proprietário do loteamento.
Faleceu no dia 20 de maio de 1995, deixando aqui seus irmãos e
descendentes.
Lídia Maria de Jesus
Arquivo familiar de Maria Machado Brisola
Nasceu em Carlópolis, no dia 11 de setembro de 1959, filho de
Sebastião Fernandes Machado e Aparecida Rodrigues Machado. Casou-se com Geralda Machado, tendo os filhos Pedro e Janaína.
Era uma pessoa muito especial, honrado, bondoso, alegre, estava
sempre de bem com a vida, queria sempre o bem, trabalhava pela paz
e pela liberdade. Sua irmã Maria relembra que ele “foi um dos moços
mais bonitos que nasceu nesta cidade. Passou por essa vida como uma
onda no mar”. Morou em Carlópolis por trinta anos, que nessa época,
“era uma cidade pura, sem drogas e ladrões. Podíamos deixar a casa
aberta, que não tinha perigo, bons tempos aqueles”, lembra Maria.
Trabalhou como corretor de imóveis, lutando pelo progresso de
município. Também negociava gado. “Era exímio cavaleiro, subia a
Rua Benedito Salles montado em seu cavalo baio, era como uma pintura, de tão lindo que ele era. Esse cavalo morreu logo após ele ter
falecido”, lembra sua irmã Maria, que também não esquece de quando
Anésio dançava nos bailes de CTG, todos paravam para vê-lo.
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Nasceu entre 1890-1900, no Bairro dos Teodoros, em Carlópolis.
Não obtivemos informações sobre o nome de seus pais. Foi casada
com Benedito Fernandes Machado, teve doze filhos.
Era uma pessoa quase santa. Nunca usou sapato, nem tirou o lenço
da cabeça, também não cantava ou dançava e jamais falou uma palavra mais alta.
No tempo em que aqui viveu a cidade era muito pequena, sem asfalto, água encanada, luz elétrica, enfim, era uma vida simples, de pobreza.
Foi homenageada porque seus netos João e Isaac foram os construtores do Bairro Vista Bela, local da homenagem. Também por ser um
exemplo de humildade e pureza. Participou da história do município
trabalhando na lavoura e lutando contra a pobreza a que era acometida. Criou seus filhos como homens honrados, assim como seus netos
que construíram muitas cidades por esse Brasil afora.
Sua neta Maria lembra da doçura da avó ao se dirigir aos filhos, netos e pessoas em geral. “Ela nunca deixava uma visita sair de sua casa
sem levar alguma coisa, mesmo que fosse um pedaço de sabão que
ela fazia divinamente”. Maria ainda falou: “Ficamos muito honrados
em poder relatar as pessoas a importância que foi para nós a nossa
querida Madrinha, como ela era chamada por todos da família e da
comunidade”.
Morreu com 72 anos, sendo que morou em Carlópolis toda sua
vida, deixando aqui seus descendentes.
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Roque Ribeiro Palma
Devido à chegada da represa, teve alguns prejuízos, perdeu terras e
mudou-se de Fartura para Carlópolis, no ano de 1958. Morou aproximadamente 10 anos em uma área rural entre a cidade de Fartura e de
Carlópolis. Em 1968 mudou com a família para a propriedade onde
até hoje residem seus filhos, no Bairro Pinheirinho, próximo a Capela do Monge, que é um lugar melhor do que aquele perdido para as
águas da represa, recuperando assim os prejuízos sofridos anteriormente. Quando aqui chegou, a cidade era pequena, com o traçado das
ruas principais já formado. Não havia asfalto, tinha mato em volta da
Igreja.
Morou em Carlópolis desde 1958 até seu falecimento ocorrido
no dia 30 de maio de 1995 no hospital de Santo Antonio da Platina,
deixando aqui seus descendentes.
Obs: Houve mudança no local da homenagem, mas não foi encontrada a Lei que referencia tal fato.
Cédula de Identidade – julho de 1979
Nasceu em Fartura (SP), no dia 30 de outubro de 1924, filho de Antonio Vieira Palma e Aparecida Ribeiro Palma. Casou-se com Lúcia
Ribeiro Garcia, tendo quatro filhos: Alfredo, Francisca, Maria Aparecida e Sebastião.
Era muito honesto, trabalhador, sempre disponível ao serviço da
comunidade. Foi lavrador. Participou de movimentos políticos, como
por exemplos comícios, passeatas, reuniões, era filiado ao MDB (Movimento Democrático Brasileiro). Religioso que era quase todo ano
levava a família para Aparecida do Norte, “era um caminhão toldado,
três dias de viagem, pois as estradas eram de terra. A gente ficava lá
dois dias, assistindo missa e fazendo orações. Depois voltava”, lembra
seu filho Alfredo.
Mereceu homenagem por ter participado ativamente do progresso
do município e devido a sua participação voluntária na comunidade.
Gostava muito de ajudar nas festas do Asilo e da Igreja. “Era o primeiro a chegar e o último a sair”, comenta Alfredo.
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Katsuo Yamamoto
Arquivo familiar de Kenzi Yamamoto
Nasceu em Fukushima Ken, no dia 11 de fevereiro de 1914, filho de
Hiroji Yamamoto e Kaya Yamamoto. Casou-se com Haruyo Yamamoto, tendo dez filhos: Yoneko, Kenzi, Kunihiko, Massatoshi, Iwao,
Teiko, Luiza, Hugo, Mariko e Hiroko.
Bom, trabalhador, divertido, esportivo, gostava muito de jogar sinuca e madian (jogo chinês), levou a vida de acordo com os costumes
japoneses.
Chegou a Carlópolis em 29 de julho de 1949, fixando residência
onde hoje é a fazenda Teolândia. A primeira família a fixar moradia foi a família Tanaka, a segunda Família Kioshi Sato e a terceira a
família Yamamoto, sendo os irmãos: Katsuo, Hiroshi e Tatsuo. Katsuo
fez lavouras de algodão, arroz, milho, feijão e batatas fazendo a classificação para melhorar os preços. Teve também granjas, pois gostava
de diversificar. Nessa época a cidade tinha ruas pedregulhadas, com
erosão. “Só tinha três carros chamados de “pé de bode”, sorveteria
onde hoje é o Skinão, a loja de tecidos do José Mendes e o armazém da
família Yoshitani. Os casamentos eram acordados pelos pais. Se tinha
namoradinha e ia ao cinema, tinha que deixar um lugar vago entre os
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namorados. O então prefeito Leovegildo Salles ajudou muito a colônia
japonesa”, lembra Kenzi. Nessa época ainda havia muita diferença na
vida das pessoas que moravam no sítio e na cidade.
Dentre as conquistas de Katsuo, seu filho Kenzi lembra que ele
trouxe a Cooperativa Agrícola de Cotia, sendo Carlópolis a primeira cidade paranaense a conseguir essa cooperativa, já que era
tradicionalmente paulista. Foi presidente da Cooperativa por muito
tempo, participando mais tarde da Diretoria da mesma como Diretor do Conselho Fiscal, chegando a viajar com o motorista para fazer
entregas e ver de perto como tudo acontecia. Criou a Associação das
Senhoras, criou também a Associação da Terceira Idade e trouxe a
comemoração Toronagashi (barcos soltos na represa no Dia de Finados). Foi também o responsável por buscar imigrantes no Rio Grande
do Sul. Fazia palestras, sendo até hoje lembrado.
Faleceu em 3 de fevereiro de 2002, deixando seus filhos, netos, bisnetos, todos bem sucedidos, lembra Kenzi.
Yassuta Ono
Nasceu em Okayama – Japão, no dia 12 de janeiro de 1908, filho de
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Shizuka Ono e Ito Ono. Foi casado com Yoshie Ono, tendo os
filhos: Hideo, Izumi, Midori, Makie, Itsume, Nanae, Akemi e Cemina.
Era calmo, bem falante, leitor assíduo de romances clássicos
do Japão. Todos gostavam de ouvir seus conselhos. Fazia longas
caminhadas do Rio Itararé (Teolândia) até a cidade de Carlópolis,
num total de 15 km semanalmente.
Foi lavrador e teve uma participação ativa na Colônia Japonesa.
Quando houve a desapropriação das terras devido à chegada da represa, representou os proprietários, trabalhando para que houvesse uma
valorização das propriedades. Participou da colonização do nosso
município, desbravando regiões rurais onde não havia estradas nem
sequer trilhas.
Era apaixonado por política, municipal, estadual e principalmente
do país que abraçou como sua pátria. Na época da ditadura militar
pregava fervorosamente contra tal regime.
Quando chegou a Carlópolis, a cidade era bem pequena. Tinha
apenas um banco, porém já existia a Cooperativa Agrícola de Cotia,
que também ajudou a trazer para Carlópolis.
Sua filha Akemi lembra que ele reunia muita gente no sítio para
tomar vacina que ele conseguia no Posto de Saúde. “Mamãe contava
que quando eu era bebê, mal curada de tosse comprida, fiquei com
sarampo e catapora. Papai então me levou ao hospital e chegando lá o
médico se recusou a atender alegando que, como minhas unhas já estavam roxas, nada mais havia a fazer. Passamos então a noite em uma
pensão e no dia seguinte, papai comprou e me aplicou penicilina para
cavalos, pois ainda não existia para humanos. Sarei e hoje conto essa
história”, lembra Akemi.
Faleceu no dia 2 de janeiro de 1988, em Iguape, São Paulo, deixando descendentes em Carlópolis.
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Ananias Joaquim de Lima
Arquivo familiar de Marilene de Lima Panichi
Nasceu em Cerqueira Cesar, São Paulo, no dia 17 de julho de 1934.
Filho de Otávio Joaquim de Lima e Lúcia Mendes Martins. No dia 22
de julho de 1961, casou-se com Sebastiana Maria Desidério de Lima,
com quem teve quatro filhos: Marilene, Edison, Ariovaldo e Rivânia.
Foi um dos primeiros a residir na Vila Bandeirantes, e de lavrador
passou a ser conhecido pelos munícipes como Ananias Barbeiro, pois
“cortava cabelo e barba”.
Excelente pai, trabalhador, alegre, um homem de muitos amigos.
Ajudava a esposa em alguns afazeres da casa. Não perdia missa aos domingos de manhã e ficava horas lendo a Bíblia, pois sempre foi muito
católico. Gostava de moda de viola para ouvir. Era santista fervoroso, gostava de um joguinho de baralho e loteria esportiva, do tempo
da zebra, sempre fazia um joguinho. Na política era fiel ao partido
em que era filiado, o PMDB. Sua filha Marilene lembra que ele ficava
horas dedilhando a viola no salão.
Mereceu homenagem por ser um cidadão que sempre foi exemplo
de caráter e dignidade.
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No tempo em que residiu em Carlópolis, a cidade sempre foi pacata, sem grandes acontecimentos.
Faleceu no dia 5 de junho de 2007, deixando saudades entre os
parentes e amigos.
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