AVALIAÇÃO RADIOLÓGICA E DO EDEMA NO MODELO EXPERIMENTAL DE ARTRITE FÚNGICA POR PARACOCCIDIOIDES BRASILIENSIS Samia Khalil Biazim¹; Eduardo Alexandre Loth²; José Roberto Leonel Ferreira³; Juliana Antunes4; Joseane Rodrigues da Silva5; Rinaldo Ferreira Gandra6 ; Introdução: A Paracoccidioidomicose (PCM) é uma doença granulomatosa, é mais prevalente no Brasil que detém cerca de 80% dos casos, entre os países da América Latina. O agente etiológico é o fungo termodimórfico denominado Paracoccidioides brasiliensis. Presente como saprófito no meio ambiente, o fungo é encontrado principalmente em regiões com grande umidade, temperaturas amenas, vegetação abundante e elevados índices pluviométricos. A infecção pelo patógeno ocorre, principalmente, pelas vias aéreas superiores do hospedeiro, através da inalação de conídios ou propágulos do P. brasiliensis, que se instalam, inicialmente, nos pulmões e então, podendo infectar outras partes do corpo. Geralmente, indivíduos do sexo masculino com idade superior a 30 anos, são mais acometidos pela doença. O caso clínico acompanha sinais de inflamatórios intensos, destruição da cartilagem e perda funcional da articulação. O presente trabalho tem com objetivo a avaliação do volume articular e do exame de raio-X do modelo experimental de artrite séptica com o fungo Pb, em joelhos de ratos Wistar. Materiais e Métodos: Para o estudo foram utilizados 30 ratos Wistar, machos, com 2 meses de idade, divididos em 4 grupos. Para iniciar o estudo, cada animai foi submetido a exame de raio-X e mensuração da diâmetro látero-lateral (mm) das articulação do joelho da pata posterior direita com paquímetro digital. Para indução da artrite, os grupos GE/15 e GE/45 receberam dose única de 100 μl de solução salina tampão fosfatada (PBS) contendo 105 leveduras de Pb, viáveis, em suspensão, no joelho direito da pata posterior. Os grupos GCA/15 e GCA/45 receberam dose única de 100 μl de PBS estéril no joelho direito da pata posterior e foram considerados grupos controle. Imediatamente antes do sacrifício dos animas dos grupos GE/15 e GCA/15, que ocorreu 15 dias após a data da inoculação e dos animas dos grupos GE/45 e GCA/45 que ocorreu 45 dias após a data da inoculação dos fungos. Os animais foram reavaliados pelas técnicas acima. As variáveis categóricas obtidas pela avaliação radiológica foram analisadas qualitativamente por estatística descritiva simples. As variáveis numéricas resultantes da mensuração do edema foram analisadas por estatística analítica por meio do teste Wilcoxon com nível de significância de 5%. Resultados e Discussão: Os resultados apontam que a média do diâmetro látero-lateral das articulações infundidas aumentou 17,12% no GE/15 (p=0,013), 0,37% (p=0,317) no GCA/15 na avaliação final. Entre os grupos sacrificados 45 dias após o início do experimento observaram-se aumento no percentual médio do diâmetro articular no GE/45 de 14,39% (p=0,027), no GCA/45 e 1,30 % (p=0,373) no GCA/45. Os resultados apontam considerável aumento do volume articular no GE/15 e GE/45 quanto comparado com os outros grupos, sugerindo formação de processo inflamátório com formação de edema. Encontrou-se sinais inflamatórios e derrame articular em uma caso de artrite de joelho causado por Pb. Os sinais flogísticos são visíveis na PCM articular podendo evoluir para ¹ Acadêmica do 2º ano de Fisioterapia / Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE) [email protected] ² Docente / Mestre em Distúrbios da Comunicação Humana / Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE). ³ Docente / Mestre em Engenharia Biomédica / Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE). 4 Acadêmica do 2º ano de Fisioterapia / Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE). 5 Docente / Mestre em Gerontologia / Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE). 6 Docente / Doutor e Microbiologia / Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE). perda da função da articulação acometida. Contudo, observa-se que no GE/45 o edema articular formado, foi menor que no GE/15. Os autores do estudo sugerem que, o GE/45, à exposição mais prolongada do fungo, oportunizou que a atenuação dos sinais inflamatórios. O exame radiológico em 100% dos animais do GE/15 e GE/45, no final do estudo, revelaram aumento da densidade óssea com trabeculados ósseos grosseiros nos côndilos femorais e platôs tibiais. Nas articulações, tibiofemurais observou-se pinçamento do espaço articular e irregularidade nas superfícies articulares. Nas epífises de crescimento tibiais observou-se acunhamento posterior com deformidades das linhas epifisárias, deformidades no núcleo de crescimento do tubérculo anterior da tíbia e espaço das articulações femoropatelares preservados. Nos animais dos demais grupos, as radiografias apontaram integridades das estruturas anatômicas das articulações no início e ao fim do experimento. As alterações radiológicas observadas revelam que houve destruição articular similarmente no GE/15 e GE/45, tais alterações são compatíveis com a clínica apresentada pelos animais (sinais inflamatórios). Em um relato de caso de artrite de quadril por Pb, também foram relatados achatamento ósseo, invasão do osso cortical adjacente e redução do espaço articular. Conclusões: Pode se concluir que a metodologia empregada foi capaz de induzir artrite séptica nos joelhos dos ratos Wistar provocando edema e alterações radiológicas. Palavras-chave: Paracoccidioidomicose, Artrite, Joelho. Referências 1. Borges-Walmsley, M.I.D.; Chen, X.; Shu & Walmsley, A.R. The pathobiologyof Paracoccidioides brasiliensis.Trends Microbiol. 2002, 10:80–87. 2. Fornajeiro, N.; Maluf, M.L.F.; Takahachi, G.; Svidzinski. Inquérito epidemiológico sobre a paracoccidioidomicose utilizando a gp43 em dois municípios do noroeste do Paraná, Brasil. Rev. Soc. Bras. Med Trop. 2005, 38:191-193. 3. Gontijo, C.C.V.; Prado, R.S.; Neiva, C.L.S.; Freitas, R.M.; Prado, F.L.S.; Pereira, A.R.A.; Paula, I.B, et al. A Paracoccidioidomicose em pacientes atendidos no Hospital das Clínicas da UFMG (HC-UFMG). Rev. Med. Minas Gerais. 2002, 13:231-33. 4. Marques, S.A. Paracoccidioidomicose: atualização epidemiológica, clínica e terapêutica. An Bras Dermatol. 2003, 78:135-50. 5. Franco, M.F.; Montenegro, M.R.G.; Mendes, R.P.; Marcos, S.A.; Dillon, N.L.; Mota, N.G.S. Paracoccidioidomycosis: a recently proposed classification of its clinical forms. Ver. Soc. Bras. Med. Trop. 1987, 20: 129-32. ¹ Acadêmica do 2º ano de Fisioterapia / Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE) [email protected] ² Docente / Mestre em Distúrbios da Comunicação Humana / Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE). ³ Docente / Mestre em Engenharia Biomédica / Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE). 4 Acadêmica do 2º ano de Fisioterapia / Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE). 5 Docente / Mestre em Gerontologia / Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE). 6 Docente / Doutor e Microbiologia / Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE).