POLÍMEROS ESTRUTURA E PROPRIEDADES 1 Introdução aos Materiais Poliméricos Introdução O que são polímeros? Do que os polímeros são feitos? Quais são os tipos de polímeros? Quais características conferem aos polímeros as suas características? Como a adição de aditivos e outros polímeros podem alterar as propriedades de um outro polímero? 2 O que são polímeros? Do grego: poli = muitos Meros = partes, pedaços São macromoléculas com unidades de repetição iguais Podem ser sintéticos ou naturais 3 Definições Peso molecular: peso molecular do MERO x n, onde n é o número de repetições do mero na cadeia polimérica. Ex. Etileno PM = 28 x 1000 = 28000 u 4 Definições Grau de Polimerização (GP): É o número de repetições do mero Para o ex. do PE GP = 1000 Definições Peso Molecular (PM): PM = (peso molecular do mero) x n n é o número de repetições do mero na cadeia polimérica P/o PE: PM = 28x1000 PM = 28000u Definições Grau de Polimerização (GP): É o número de repetições do MERO na cadeia polimérica: P/o PE: GP = 1000 5 Estrutura de Polímeros 6 Éster 7 8 ALDEÍDO 9 Éster / Benzeno 10 11 INTRODUÇÃO – Relembrando as funções orgânicas Função orgânica: Grupo funcional: Exemplo: Hidrocarboneto CX HY CH4 metano Álcool R — OH Cetona 2-propanona ou acetona Ácido carboxílico ácido etanóico ou acético n-butanol Éster etanoato de etila ou acetato de etila Fenol Éter 4-metil-1-hidroxibenzeno ou p-cresol Amida metóxi-etano Amina N-metiletanamida R — O — R' Aldeído pentanal Nitrila Haleto R—C ?N R—C—X (X = F, Cl, Br, I) H3C — C ?N acetonitrila H3C — H2C — Cl cloreto de etila 12 Anidridos Amidas anidrido propanóico N. metil acetamida Haletos de ácido Lactonas cloreto de acetila butirolactama ou 2-pirolidinona Lactamas Nitrilas - butirolactona acetonitrila 13 VANTAGENS: baixo custo, peso reduzido, grande resistência, facilidade de moldagem e produção de diferentes peças. DESVANTAGENS: descarte no meio ambiente e durabilidade, dificuldade de degradação. O plástico tem substituído os metais, a madeira e os vidros, na vida prática. 14 A composição do lixo plástico varia conforme a região, mas pode-se considerar a seguinte distribuição, em média: 15 Polímero Termo que vem do grego (poli - muitas e mero partes) moléculas grandes ou macromoléculas, formadas de várias unidades repetitivas (monômeros). POLIETILENO 16 Podemos fazer uma analogia do polímero, com uma corrente de clipes, isto é, várias unidades repetidas. 17 POLÍMEROS COMUNS PE PP PS -[-CH2-CH-]n | OH PVA (polivinilálcool) PVAc http://educar.sc.usp.br/licenciatura/2003/quimica/paginahtml/polimeros7.htm 18 PTFE PMMA PAN PU Borracha sintética Borracha natural 19 PU-ESPUMA Spandex- PU LYCRA SPANDEXLYCRA 20 PET 21 policetona Policarbonato-PC Resina fenol-formaldeido Resina epóxi n 22 TIPOS DE POLÍMEROS Homopolímeros - são polímeros que tem apenas um tipo de mero. Ex.: Polietileno (-CH2)n- Polipropileno -(CH-CH2)nCH3 Copolímeros - são polímeros que tem mais de um tipo de mero. Ex.: SBR - copolímero de butadieno e estireno Terpolímeros – apresentam 3 tipos de mero. Ex.: ABS – acriolonitrila-butadieno-estireno. 23 POLÍMEROS Monômero Polímero Representação A Homopolímero ...A-A-A-A-A... B Homopolímero ...B-B-B-B-B... A+B Copolímero Alternado ...A-B-A-B-A-B-A-B... Em bloco ...A-A-A-A-B-B-B-B... Aleatório …A-B-B-A-A-B-A-B-A… Graftizado ou enxertado B-B... ...A-A-A-A-A-A... ...B-B-B-B 24 Os polímeros podem ter cadeias: sem ramificações, denominados de polímeros lineares. com ramificações, denominados de polímeros ramificados. com ligações cruzadas, formando polímeros reticulados. 25 CLASSIFICAÇÃO I II 26 Estrutura básica de polímeros LINEAR http://www.qmc.ufsc.br/qmcweb/artigos/polimeros.html 27 RETICULADO 28 Definições Polímeros de adição Polímeros obtidos por reação de poliadição O monômero apresenta uma dupla ou uma tripla ligação Definições Polímeros de condensação Polímeros obtidos por reação de policondensação O monômero apresenta duas funções Forma-se um subproduto de baixo peso molecular 29 PROPRIEDADES FÍSICAS DE POLÍMEROS As principais propriedades incluem: ponto de fusão, ponto de ebulição, solubilidade e força tensão. 30 PONTO DE FUSÃO – Não ocorre a uma temperatura definida. O polímero amolece, sua viscosidade muda numa faixa de 500C. A fusão ocorre em termoplásticos. Um polímero cristalino possui um ponto de fusão definido (Tm). 31 FORÇA TENSÃO – Mede a dificuldade de quebrar uma amostra de polímero quando uma força é aplicada para puxá-la, esticando-a. Força tensão molecular. com o da massa Exemplos: PEBD – 1000-2400 Mpa (MEGAPASCAL) PEAD - 4400 PTFE - 3500 PP - 5000 32 III- Quanto à fusibilidade (fusão) Termoplásticos Fundem ao serem aquecidos, solidificam ao serem resfriados. Ex: PE, PET, PAN, nylon Termorrígidos Ao serem aquecidos formam ligações cruzadas são infusíveis e insolúveis. Ex: resina fenol-formol, uréia-formol 33 IV Quanto ao comportamento mecânico 1. Plásticos – (grego: adequado à moldagem) Moldados por aquecimento ou pressão PE, PP, PS 2. Elastômeros ou borrachas Após sofrerem deformação sob a ação de uma força retornam à forma original, quando a força é removida. Ex: Polibutadieno, borracha nitrílica, poli (estireno-cobutadieno) 3. Fibras Corpos em que a razão entre comprimento e as dimensões laterais é elevada. Orientação longitudinal Poliésteres, poliamidas, poliacrilonitrila 34 V Quanto ao tipo de aplicação Uso geral PE, PS, PMMA, PVC Plásticos de engenharia Polímeros empregados em substituição de materiais clássicos de engenharia como madeira, metais e vidros Poliacetais, PC, PTFE, PET 35 MASSA MOLECULAR (MOLAR) e DISTRIBUIÇÃO DE MASSA MOLECULAR (MOLAR) Os polímeros são formados de cadeias de vários tamanhos, isto é, são polidispersos, dependendo do processo de síntese. A massa molecular de uma substância macromolecular, é representada por um valor médio curva de distribuição. 36 Polímero heterogêneo: presença de moléculas pequenas, médias e grandes (curva de distribuição larga). Polímero homogêneo: presença de moléculas com massas moleculares em torno de um valor médio (curva de distribuição mais estreita). 37 CURVA DE DISTRIBUIÇÃO DE MASSAS MOLECULARES massa 38 Massa molecular média em número – Massa total de todas as moléculas (1mol) / número total de mol de moléculas presentes. N M M N i i i n i i Ni – número de mol de espécies i Mi – massa molecular de espécies i Ni Mi – massa real de espécies i é muito sensível à presença de uma fração pequena de macromoléculas de baixa massa molecular. 39 Massa molecular média em massa – é uma média ponderada, cada molécula contribui para Mw na proporção do quadrado de sua massa. N M M N M 2 i i i i w W M W i i i Mw é sensível à moléculas mais pesadas. Mw é sempre maior que Mn, exceto para polímeros monodispersos (Mw/Mn=1). 40 CROMATROGRAFIA POR EXCLUSÃO DE TAMANHO (SEC) 41 CRISTALINIDADE Gelo é um cristal, ordenado. Cloreto de sódio (NaCl) é um cristal, ordenado. Cl- Na+ Na+ Cl_ 42 SÍLICA SiO2 ESTADO CRISTALINO – QUARTZO 43 Vidro é um sólido amorfo – sem ordem. 44 A maioria dos polímeros pode ficar assim, cadeias esticadas. Ex: Polietileno (PE): Ou assim, cadeias esticadas a curta distância e dobradas Podem, ainda formar pilhas de cadeias dobradas, lamelas: 45 O cristal polimérico não é tão ordenado assim: parte das cadeias faz parte da região cristalina da lamela e parte faz parte da região amorfa: 46 Modelo da mesa telefônica 47 Um cristal polimérico pode crescer de maneira radial, a partir de um núcleo: ESFERULITO 48 POLIETIELENO - MODELO Micela-franjada (Hermann, 1930) Regiões cristalinas Regiões amorfas PE semi-cristalino 49 Nenhum polímero é completamente cristalino. Se for cristalino: o material é forte, mas quebradiço. Se for amorfo: o material não é tão forte, mas é flexível, é plástico. 50 POLÍMEROS CRISTALINOS POLÍMEROS AMORFOS Poli(metacrilato polipropileno poliestireno nylon kevlar sindiotático de metila) poliestireno atático policarbonato poliisopreno polibutadieno policetonas 51 PORQUE ALGUNS POLÍMEROS SÃO CRISTALINOS E OUTROS AMORFOS?? Dois fatores são importantes: estrutura polimérica forças intermoleculares 52 Se o polímero é regular e ordenado, ele empacota em cristais facilmente. poliestireno sindiotático ordenado CRISTALINO poliestireno atático sem ordem AMORFO 53 POLARIDADE E CRISTALINIDADE ORDENAÇÃO FIBRAS LIGAÇÕES DE H NYLON 6,6 54 Poliéster ( polietileno tereftalato): Os grupos polares tornam os cristais mais fortes. Os anéis se agrupam ordenadamente. 55 Poli( metacrilato de metila) (PMMA) e Cloreto de polivinila (PVC) são amorfos. Polipropileno (PP) e Politetrafluoretileno (PTFE) são muito cristalinos Polietileno (PE) pode ser cristalino (linear) ou amorfo (ramificado) PE linear PE ramificado 56 O que mantem as macromoléculas juntas? FORÇAS INTERMOLECULARES FORÇAS DE DISPERSÃO LONDON LIGAÇÕES DE HIDROGÊNIO (H) INTERAÇÕES DE V. DER WAALS ATRAÇÃO ELETROSTÁTICA 57 DISPERSÃO DE LONDON MOLÉCULAS APOLARES 58 Interação dipolo-dipolo δ+ H δδ+ δCl ----- H Cl 59 LIGAÇÕES de H ou PONTES de H Este tipo de ligação é um caso especial de ligação dipolo-dipolo, só ocorrendo entre moléculas polares. H2O HF NH3 60 Elastômero (borracha) Poliisopreno ou borracha natural, polibutadieno, poliisobutileno e poliuretanas são elastômeros, isto é, podem ser esticados e retornar ao tamanho natural, sem sofrer deformação. As cadeias poliméricas podem ser representadas de 2 maneiras: como uma peça de elástico emaranhada alta entropia esticada ou ordenada baixa entropia 61 Polímeros vítreos ou elastoméricos? Nem todos polímeros amorfos são elastoméricos. Porque? Depende da TEMPERATURA DE TRANSIÇÃO VÍTREA ou Tg: Temperatura acima da qual o polímero se torna flexível e elastomérico e abaixo da qual se torna rígido ou vítreo. 62 Se um polímero amorfo tem a Tg abaixo da Tambiente ele é um elastômero, pois é flexível a Tambiente. Se um polímero amorfo tem a Tg acima da Tambiente ele é um termoplástico, pois é rígido e vítreo a Tambiente. 63 Elastômeros tem baixa Tg Termoplásticos tem alta Tg 64 O que torna a Tg alta ou baixa? Como as cadeias poliméricas se movem? Quanto mais facilmente uma cadeia se move, menor é a energia necessária para que o polímero passe do estado rígido ou vítreo para o estado elastomérico ( de borracha). 65 A mobilidade de uma cadeia polimérica depende de: flexibilidade da cadeia grupos ligados à cadeia 66 FLEXIBILIDADE da CADEIA O poli(dimetilsiloxano) tem uma Tg baixa: -1270 C. Suas cadeias são tão flexíveis que este polímero é líquido à temperatura ambiente e é utilizado como espessante de shampoos e condicionadores. 67 O poli(fenileno sulfona) é tão rígido que não tem Tg. Decompõe acima de 5000 C, sem passar por uma transição vítrea. 68 O poli(eter sulfona) tem a Tg mais baixa, 1900 C, pois os grupos éteres tornam o polímero mais flexível. 69 GRUPOS LIGADOS à CADEIA PRINCIPAL Um grupo grande ligado à cadeia polimérica age como uma âncora e limita o movimento das cadeias. Ex: poli(éter cetona), com adamantano Tg = 255 0C 70 POLI(ÉTER CETONA) Tg = 199 0C 71 CADEIAS ALQUÍLICAS LIGADAS Cadeias grandes abaixam a Tg, como um plastificante faz. Essas cadeias limitam o empacotamento das cadeias, mais facilmente elas se movem, mais espaço elas têm. Maior o volume livre, mais baixa é a Tg. 72 Ex: POLI(METACRILATOS) 73 POLIAMIDAS AROMÁTICAS (ARAMIDAS) Introduzidas no mercado em 1961, pela Du Pont. Compósitos de kevlar/grafite são utilizados em estruturas de Boeings 757 e 767, em tacos de golfe, esquis e mastros de navios. [poli(m-fenileno- isoftalamida)] [poli(p-fenileno tereftalamida)]. 74 ARAMIDAS COMO FIBRAS ARAMIDA TRANS, OS GRUPOS HIDROCARBONETOS ESTÃO DE LADOS OPOSTOS DA LIGAÇÃO PEPTÍDICA 75 NYLON 6,6 76 KEVLAR É DIFERENTE 77 POLÍMEROS NATURAIS QUITINA – é uma molécula complexa encontrada nos crustáceos: caranguejos, siris, lagostas, camarões. Também existe em insetos, fungos, cogumelos e minhocas. Quitina 78 CELULOSE 79 QUITOSANA Polímero derivado da quitina, utilizado em aplicações médicas e em programas de perda de peso. Possui significativa compatibilidade com tecidos vivos e melhora a cicatrização de ferimentos. QUITOSANA 80 Hidroxietilcelulose Usado como laxante e espessante de shampoos e para limpar melhor o cabelo, devido a formação de colóides ao redor da sujeira. Hidroxietilcelulose (HEC) 81 Cadeias de HEC (presentes nos shampoos), se enrolam ao redor da sujeira 82 CONCLUSÕES ESTRUTURA É TUDO PROPRIEDADES POLÍMEROS NATURAIS MAIS HIDROFÍLICOS POLÍMEROS SINTÉTICOS MAIS HIDROFÓBICOS 83