Ano VI - No 31 15 de outubro de 2005 Editorial O Comando-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais, dentro do renovado espírito de buscar o constante aprimoramento da capacidade profissional dos seus militares, apresenta mais uma edição do nosso “Âncoras e Fuzis”. Nesta 31ª edição, o Comandante-Geral compartilha com cada Fuzileiro Naval algumas das experiências colhidas durante sua recente participação na II Conferência de Líderes de Corpos de Fuzileiros Navais, realizada nos EUA e que contou com a presença de 26 comandantes de diferente países. Dentre os temas abordados neste número, destacam-se, ainda, a preparação do 4º contingente do Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais Haiti, a ESFOG do BtlBldFuzNav em Formosa, a aquisição de Simuladores de Infantaria, Obuseiros 155mm e Detectores de Minas. A coluna Guerra de Manobra apresenta um artigo sobre Comando e Controle e a coluna Fuzileiros Navais no mundo apresenta os “Royal Marines”, que são os Fuzileiros Navais do Reino Unido. É com satisfação que “Âncoras e Fuzis” registra a intensa participação das unidades. Para esta edição tivemos mais de 400 contribuições dentre respostas de Pense/Decida e artigos. Continue participando! As colunas PENSE e DECIDA desta edição apresentam interessantes desafios ligados à participação em Operações de Paz, para que nossos Fuzileiros Navais possam testar e exercitar suas habilidades profissionais, dentro deste tema que tem sido parte da nossa realidade diária. Aceite o desafio! Participe! Envie-nos sua interpretação sobre o tema proposto na coluna PENSE, sua solução para o problema apresentado na coluna DECIDA ou, ainda, pequenos artigos com temas táticos ou técnicos que julgue serem do interesse de outros fuzileiros navais. Qualquer colaboração poderá ser enviada diretamente ao Departamento de Pesquisa e Doutrina do Comando-Geral pelo MBMail (3002@comcfn), Lotus Notes (cgcfn-3002/comcfn/mar), Internet (maantunes@cgcfn. mar.mil.br) ou pelo Serviço Postal da Marinha. ADSUMUS! Palavras do Comandante-Geral Entre os dias 20 e 25 de agosto, atendendo a convite do Comandante-Geral do USMC, participei da II Conferência Mundial de Líderes de Corpos de Fuzileiros Navais, realizada na cidade de Washington, D.C., nos EUA. Após a conferência tive ainda a oportunidade de visitar a base de Camp Lejeune. Assim, aproveito esta edição para partilhar com nossos oficiais e praças algumas experiências vividas na viagem. A Conferência de Líderes contou com a presença dos mais importantes Corpos de Fuzileiros Navais, o que possibilitou que o evento se tornasse uma oportunidade única para troca de conhecimentos entre os profissionais da guerra anfíbia. Ao ser procurado repetidas vezes pelos comandantes dos CFN de diversos países da América Latina, pude confirmar que somos vistos como verdadeiros paradigmas . Nossa imagem retrata a expectativa de futuro para suas forças. Se em dimensões somos atualmente o 3º maior da América (fomos recentemente ultrapassados em tamanho pela Colômbia, Prêmio Âncoras e Fuzis cujo corpo tem sido preparado, em função da guerrilha, quase que exclusivamente para combater ameaças internas), em termos doutrinários e em capacidade expedicionária continuamos em posição de liderança, ficando atrás apenas dos EUA. Nas diversas apresentações e debates, constatei, uma vez mais, que as características de capacidade expedicionária, prontidão operativa, capacidade de projetar poder sobre terra, flexibilidade, versatilidade e total integração à força naval, continuam sendo as características marcantes das forças de fuzileiros navais, que cada vez mais ganham importância estratégica no mundo atual. Com muita satisfação e orgulho profissional, posso assegurar, diante de tudo que vi, que, apesar das sérias limitações orçamentárias que atingem nossa Marinha, continuamos navegando no rumo correto, dentro das prioridades definidas pela Alta Administração Naval, com profissionalismo e amor à MB e ao CFN. Publica-se abaixo a atual classificação do prêmio “Âncoras e Fuzis” nas categorias individual e por OM. INDIVIDUAL 1º - CC (FN) ROSSINI (CIASC) .......................... 14 PONTOS 2º - CF (FN) Aquino(CGCFN) ............................. 12 PONTOS 3º - CF (T) Serrano (CMatFN) ............................ 12 PONTOS 4º - CT (T) Tonery (CGCFN) ............................... 07 PONTOS 5º - 1ºTen (FN) Espiuca (2ºBtlInfFuzNav) ........... 06 PONTOS OM 1º - EN. ......................................................... 822 PONTOS 2º - 2oBtlInfFuzNav ........................................ 567PONTOS 3º - BtlArtFuzNav ............................................ 39 PONTOS 4º - BtlOpRib .................................................. 27 PONTOS 5º - CGCFN .................................................... 24 PONTOS 1- II Conferência Mundial de Lideres de CFN O ComGerCFN participou, no período de 20 a 25AGO, da II Conferência Mundial de líderes de Corpos de Fuzileiros Navais, em Washington - DC. Organizada pelo Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos (USMC), contou com a participação de 26 países, a saber: Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, El Salvador, França, Holanda, Honduras, Indonésia, Itália, México, Nicarágua, Paquistão, Paraguai, Peru, Filipinas, Portugal, Romênia, Espanha, Suécia, Tailândia, Tonga, Turquia, Estados Unidos da América e Uruguai. Durante a conferência, foram realizados seminários sobre Guerra anti-terrorista; Operações de segurança e de estabilização; Operações de assistência humanitária; Instrumentos do Poder Nacional; e Guerra do futuro. Ao término de cada seminário, os líderes tiveram a oportunidade de debater, em pequenos grupos, os assuntos abordados, relacionando-os com a realidade de seus respectivos Corpos de Fuzileiros Navais. Em seguida, as conclusões eram apresentadas para todos os conferencistas, proporcionando uma incomensurável troca de conhecimentos e experiências profissionais, contribuindo para um maior entrosamento entre os Líderes. Como parte integrante do programa da Conferência foram, também, realizadas visitas à importantes unidades do USMC, incluindo o Marine Corps Recruit Depot, a Officer Candidate School, a The Basic School, o Marine Corps Warfighting Laboratory, o Marine Corps Center for Lessons Learned - todas na base do USMC em Quântico, com exceção do Recruit Depot que se localiza em Parris Island. O ComGer do CFN AlteEsq (FN) Marcelo Gaya Cardoso Tosta e o Almirante Vargas (Portugal), durante a Conferência Mundial de Líderes de CFN A Conferência foi uma oportunidade ímpar para que o Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil mostrasse suas convicções e crenças, reforçando assim nossa imagem internacional de profissionais competentes e com elevado espírito de corpo, características mundialmente conhecidas devido aos nossos militares, de ontem e de hoje, que tão bem representaram e representam o CFN nas mais diversas missões. Haiti: Preparação do Quarto Contingente Batalhão Paissandu Seis meses após o regresso para território brasileiro do primeiro Contingente Haiti, o qual teve um componente de combate terrestre (CCT) nucleado em uma das Subunidades do 3º BtlInfFuzNav, Batalhão Paissandu, inicia-se a preparação do Batalhão para o cumprimento de mais uma missão de paz no Haiti. Compondo desta vez o 4º contingente, o Batalhão Paissandu, núcleo do GptOpFuzNav, tem seu deslocamento para o Haiti previsto em três etapas, sendo a primeira na 2º quinzena de novembro e a última etapa na 1º quinzena de Dezembro, culminando com a rendição efetiva do 3º contigente. O componente de apoio de serviço ao combate (CASC) será nucleado pelo Batalhão Logístico de Fuzileiros Navais . O processo para a organização e composição da Subunidade que nucleará o CCT do GptOpFuzNav é bastante minucioso. Os militares voluntários para a missão e que preenchem os requisitos são submetidos à avaliações médicas, odontológicas e psicossociais, cujo objetivo principal é a verificação da situação de cada militar, sendo por isso, avaliados individualmente. É conveniente ressaltar que após entrevista com assistentes sociais do SAIPM, à família de cada militar é dada toda orientação necessária visando facilitar o contato militar – família, bem como família – Marinha, a fim de que os militares em missão tenham a certeza de que seus familiares estarão devidamente amparados caso haja alguma eventual necessidade. -2 Após o processo seletivo, os militares selecionados, oriundos de diversas Unidades do CFN, estão sendo finalmente concentrados no Batalhão e constituem , a partir de então, a tropa de combate que nucleará o GptFuzNav na missão de paz no Haiti. A partir daí, inicia-se o processo do adestramento específico para missão, englobando Treinamento Físico Militar, Patrulhas (diurnas e noturnas, a pé e motorizadas), Retomada de instalações com e sem reféns, Segurança de Autoridades, PCtran, Segurança de Comboios, Armamentos, entre outros diretamente relacionados às ocorrências vivenciadas por contingentes anteriores. Esta fase do adestramento é desencadeada ainda nas próprias instalações da unidade. Posteriormente, mais propriamente em Outubro, o Batalhão, em sua fase final de preparação e aprestamento, realizará um adestramento na região de Itaóca com duração prevista de 15 dias, visando ratificar conhecimentos teóricos e práticos adquiridos na fase anterior e corrigir possíveis procedimentos ainda não sedimentados. Nesta ocasião ressalta-se, o CCT e CASC estarão sendo adestrados concomitantemente. Desta forma, após regresso do Batalhão para seu aquartelamento, será feito uma última checagem de material e pessoal, quando então o GptOpFuzNav estará efetivamente pronto para muito bem cumprir a árdua missão da manutenção de Paz no Haiti. PRIMEIRA VAGA - PAISSANDU - ADSUMUS Batalhão de Blindados em Formosa Batalhão de Blindados de Fuzileiros Navais O Batalhão de Blindados de Fuzileiros Navais realizou no período de 08 a 16 de setembro a ESFOG CC II / SUBEX CC II na região de FORMOSA-GO, utilizando a área de adestramento do CAMPO DE INSTRUÇÃO DE FORMOSA (CIF), do Exército Brasileiro (EB). Neste período, foram realizados a avaliação operacional da granada APFSDS (munição flecha) e os diversos projetos de EXOP (Exercício de Avaliação Operacional). O propósito dos projetos de EXOP foi verificar se os procedimentos realizados pelas guarnições para a execução desse exercício estavam de acordo com o planejado nos referidos projetos. Para tal, tomouse como base os parâmetros operacionais levantados nas avaliações realizadas em 2002. Todos os projetos de EXOP foram executados, segundo suas particularidades, obtendo um excelente desempenho dos CC e um resultado acima do esperado quanto a eficiência das diversas guarnições dos mesmos. Foram realizados os seguintes projetos de EXOP: - Capacidade de detecção e de identificação através da câmera térmica - Tempo de reabastecimento de pelotão Tempo de remuniciamento da torre Alcance útil e tempo de reação com CC parado com munições tipo HEAT, HE e Exercício. - Alcance útil e tempo de reação com CC em movimento com munições tipo HEAT, HE e Exercício. Todos os projetos de EXOP executados durante o referido exercício serão avaliados pelo CASNAV, que emitirá uma avaliação de cada um, para que, alcançados índices satisfatórios, os mesmos sejam validados e ratificados no momento oportuno. Aquisição de Simuladores a Laser para o CFN Estão atualmente em fase de aquisição conjuntos de simuladores a laser para a ofensiva e defensiva. O Simulador, que funciona por emissões laser, é basicamente composto de duas peças: um emissor, a ser acoplado ao fuzil, e um conjunto receptor (com 12 a 18 pequenas unidades receptoras), a ser utilizado como um suspensório e no capacete do combatente, cobrindo as partes vitais do organismo. O equipamento é destinado ao adestramento de ET, GC e pelotão, permitindo a realização de exercícios de dupla ação. Em termos gerais seu funcionamento ocorre da seguinte forma: antes do exercício, cada participante recebe um conjunto com emissor e receptor; durante o exercício, o fuzil é utilizado normalmente com munição de festim, sendo que a cada disparo, o emissor acoplado emite um feixe laser na direção para a qual o fuzil aponta; caso o disparo seja efetuado com precisão na direção de um oponente, o conjunto receptor utilizado por ele, ao ser atingido pelo feixe laser, será acionado, e de acordo com o local do corpo onde for atingido, será registrado como “morto” ou “ferido”. Estando ele na condição de morto o sistema deixa de funcionar. O monitor além de registrar o impacto que colocou fora de ação o militar, registra também a hora, quantas vezes a arma atirou, se acertou ou errou. Esse sistema permite exercícios de dupla-ação onde os contendores se enfrentam sem haver perigo de acidentes. Pela análise posterior nos monitores os instrutores podem avaliar o resultado do exercício. O uso de tal sistema provê grande realismo aos exercícios desta natureza, contribuindo para massificar os procedimentos básicos de conduta individual em combate, ao mesmo tempo em que proporciona maior motivação ao participante. No momento, o processo de compra está em licitação na Comissão Naval Brasileira em Washington(CNBW). 3- Corpo de Fuzileiros Navais do Reino Unido Os Royal Marines são as forças anfíbias do Reino Unido capazes de “ir a qualquer lugar”, como eles mesmos se descrevem, pertencendo à Marinha do Reino Unido (Royal Navy). Constituem, ainda, um elemento chave da Força de Reação Rápida do país. Como tal, são treinados para atuar em diferentes terrenos e ambientes, desde as regiões geladas e montanhosas do norte da Europa até as áreas quentes e áridas do Oriente Médio ou as densas florestas tropicais do Oriente. Seu efetivo é de aproximadamente 6.000 militares. O treinamento e a formação dos Royal Marines são considerados longos e severos. No processo de formação, um r e cruta permanecerá por 8 meses no Centro de Treinamento, antes de se tornar um Royal Marine. Para os oficiais, o processo de formação leva 14 meses. Os Royal Marines não dispõem de algumas armas específicas, como o caso da artilharia. Assim sendo, unidades do exército são designadas para apoiálos. Os membros destas unidades que atuam em apoio aos Royal Marines também realizam curso específico, porém de menor duração, tratase do “All Arms Commando Course”. Ao concluir sua formação, o novo Royal Marine normalmente deverá servir em uma das unidades operativas da sua brigada anfíbia, a 3 Commando Brigade. Esta brigada é composta de 3 unidades: 40 Commando, 42 Commando e 45 Commando. Até pouco tempo, a constituição destas unidades era bastante semelhante a dos batalhões de infantaria do exército. Contudo, a partir de 2002, os Royal Marines passaram por um profundo processo de reestruturação denominado Commando 21. Durante este processo, a organização das unidades sofreu alterações de modo a assegurar máxima autono- -4 mia e independência às subunidades e frações, proporcionando, dentro do conceito de Guerra de Manobra, maior iniciativa nas ações. A Royal Navy, como um todo, também passou por um processo de reestruturação que originou a criação de 2 grandes comandos “tipo” operativos: O Comando das Forças Marítimas do Reino Unido e o Comando das Forças Anfíbias do Reino Unido, cujo cargo é acumulado pelo Comandante-Geral dos Royal Marines. A grande novidade é que estes comandos podem ter sob sua subordinação unidades navais e de fuzileiros navais, de acordo com a missão a ser cumprida, resultando no fato de, atualmente e pela primeira vez na história do Reino Unido, Fuzileiros Navais comandantes de força tenham efetivamente sob seu comando navios da Royal Navy. Recentemente, os Royal Marines tiveram atuação marcante na Guerra do Iraque. A 3 Commando Brigade, com 3 peças de manobra, sendo duas unidades orgânicas e uma UAnf do USMC, realizou importante combinação de operação anfíbia com assalto aeroterrestre na península de Al Faw, obtendo com rapidez o controle da região e permitindo que suprimentos humanitários pudessem desembarcar com segurança no porto. Detectores de minas “multi-sensores”: provendo maior eficiência aos trabalhos de desminagem humanitária CT (FN) Leonel Mariano da Silva Júnior Oficial de Operações do BtlEngFuzNav Detectores de minas são equipamentos que detectam variações nas características magnéticas do solo. Os detectores tradicionais, chamados de “detectores com onda de pulso”, criam um campo magnético primário, que por sua vez irá gerar um campo secundário em objetos metálicos, estejam estes na superfície ou abaixo do solo. Quando o detector capta este campo secundário, o operador é alertado por um sinal sonoro. Desafortunadamente, materiais metálicos no solo ou terrenos com grande concentração de minerais em sua composição (“mineralizados”) também geram este campo secundário, gerando um falso sinal no detector, e reduzindo a velocidade dos trabalhos de desminagem. Para trabalhar em solos muito “mineralizados”, foi desenvolvida uma nova geração de detectores, chamados de “detectores com onda contínua”, que, após serem regulados para operar em determinado tipo de terreno, detectam então variações na concentração de metal no mesmo, sejam para mais ou para menos, e aí emitem o sinal sonoro. Mas a velocidade do trabalho continua sendo reduzida pelos falsos alarmes gerados por objetos metálicos, que não sejam minas ou artefatos explosivos não detonados. Atualmente, vários países, como EUA, Reino Unido, Austrália, Alemanha e Japão, vêm realizando testes visando combinar estas duas tecnologias de detecção de metais com o sistema de radar de penetração no solo (GPR – “Ground Penetration Radar”). Este sistema permite que o operador do detector, por meio de um visor acoplado ao equipamento, tenha imagem radar do sub-solo. Esta tecnologia, porém, não é segura o suficiente para que haja confiança em equipamentos que a empreguem como único sistema de detecção em trabalhos de desminagem, pois há minas cuja imagem não fica nítida o suficiente para serem notadas pelo operador. Agora, quando utilizada em conjunto com a detecção magnética de metais, complementaa, reduzindo bastante o número de falsos alarmes e, conseqüen- Detector AN-19/2, fabricado pela Schiebel (austríaca), e utilizado pelo Corpo de Fuzileiros Navais, exemplo de detector de onda de pulso. temente, aumentando em muito a velocidade das operações de desminagem humanitária. Já estão em fase de testes de campo dois destes detectores “multi-sensores”: o HSTAMIDS (“Handheld Stand-off Mine Detection System”), desenvolvido pela empresa americana Cyterra com o apoio do Depto de Defesa daquele país, e o Minehound, da empresa britânica ERA. Uma desvantagem desses equipamentos é o seu preço. Atualmente, custam em média US$ 20.000,00, enquanto que os detectores com maior emprego no mundo atualmente, como os da Schiebel apresentados nas fotografias deste artigo e o Minelab F1A4 (australiano), custam em média US$ 2.300,00. Essa desvantagem deverá ser minorada e talvez passe a inexistir com o tempo, com a produção em escala dos detectores “multisensores” e a descoberta de novas e mais baratas tecnologias. Detector Minehound Detector ATMID (“All Terrain Mine Detector”), também da Schiebel, exemplo de detector com onda contínua. Sua unidade eletrônica também pode operar com a cabeça de busca do AN-19/2, mudando então de sistema de detecção. Em ambos os casos, tem uma sensibilidade maior que a do AN-19/2 tradicional. Cabeça de busca Unidade Eletrônica 5- Guerra de Manobra: Comando e Controle CF (FN) Tomas de Aquino Tinoco Botelho Comando-Geral CFN Pode-se conceituar o Comando como a autoridade decorrente de leis e regulamentos, atribuída a um militar para coordenar e controlar uma tropa, em qualquer nível, em razão de um posto e função. O Comando faz parte da dimensão humana da natureza da guerra. Uma estrutura de Comando pode ser descrita por meios agrupados em três categorias: organização, como o Estado-Maior ou uma doutrina ternária; procedimentos, como a forma de divulgação dos planos, relatórios e mensagens; e tecnologia, desde a arma do combatente até os mais sofisticados mísseis e aeronaves. As combinação dos três meios acima pode descrever qualquer Sistema de Comando em qualquer época. A evolução dos Sistemas de Comando é uma resposta aos requisitos das guerras de cada época. Uma brigada mecanizada que percorre 250 Km/dia não pode ser comandada pelos mesmos meios tecnológicos utilizados por Napoleão para dar ordens a sua brigada de cavalaria. O Controle é conceituado como o ato ou efeito de acompanhar a execução de qualquer empreendimento, de forma a não permitir que ele se desvie do propósito estabelecido, através da avaliação permanente e correlação das atividades desenvolvidas. A autoridade de comando é estendida por meio do controle, para ligar a tomada de decisão à execução. Pode-se integrar os dois conceitos acima, correlacionando o Comando e o Controle (C²), como o exercício da autoridade e direção por um comandante, sobre forças envolvidas no cumprimento de uma missão. O Controle permite que o processo de Comando seja cíclico e contínuo. Segundo a filosofia de Guerra de Atrito, o C² opera de forma rígida de cima para baixo. Atualmente essa inter-relação tornouse mais dinâmica. No combate sob o estilo da Guerra de Manobra, deve-se aceitar que o controle não é a única finalidade do C². A guerra nos tempos atuais exige que o subordinado reaja de acordo com o propósito do superior, em um ambiente de incertezas e desordem, sem perder a iniciativa. Basicamente a estrutura de C2 tem três componentes: o elemento humano, a informação e a estrutura de apoio. Na GM, é aceitável que o C2 não garanta um controle total, visando a permitir que o subordinado reaja de acordo com o efeito desejado do superior, com iniciativa e criatividade. Na condução da GM, um sistema de C2 melhor, permitirá a execução do Ciclo de Boyd mais rápido, impondo um ritmo capaz de saturar a capacidade decisória do oponente. Isto indica que deve haver uma busca constante de manutenção da eficácia dos nossos sistemas de C2 e da degradação dos sistemas do oponente. Observe-se que o propósito do sistema de C2 é coordenar os esforços do GptOpFuzNav para produzir os efeitos desejados no espaço de batalha. É por meio deste sistema que os componentes desses grupamentos são interligados. Apoio de Fogo a uma Força Expedicionária O Obuseiro ainda é o principal Armamento de Campanha CF (T) Luiz Carlos Pinheiro Serrano Comando do Material de Fuzileiros Navais De uma posição camuflada ao longo de uma ravina, logo abaixo da crista topográfica de uma elevação, uma Seção de Observação Avançada está atenta ao movimento de uma coluna de blindados em deslocamento, cuja presença havia sido antecipada pela mensagem recebida em seu equipamento computadorizado, a partir de um alerta do Oficial de Ligação de Artilharia do Batalhão de Infantaria apoiado. Os Fuzileiros Navais apontaram seus binóculos com dispositivo de infravermelho, obtiveram a distância do centro do alvo, constataram que o valor foi registrado pela unidade do Observador Avançado e com um simples “click” da “pen drive” na tela do computador enviaram a mensagem inicial do Observador para a -6 Central de Tiro da Bateria que se encontrava em apoio direto. O Coordenador do Apoio de Fogo da Unidade Anfíbia resolveu transferir a missão de tiro para a Bateria de Obuseiros de 155mm, que se encontrava em reforço de fogos à Bateria de Obuseiros Light Gun 105mm, pois além dos blindados havia sido confirmada pelo Observador Avançado que uma Bateria de Obuseiros 105mm do inimigo estaria sendo escoltada por aquela coluna de carros, que seguia acompanhada por uma Companhia de Infantaria. Além disso, havia que se considerar que o centro do alvo estava a 25km da posição da Bateria de Obuseiros de 155mm. Das bocas de fogo que pesam cerca de 4.000kg foram disparadas 150 granadas M549A1 “rocket assist” em uma mis- tura de munição anticarro e antipessoal, que romperam os céus por sobre a posição da Bateria de Obuseiros Light Gun 105mm, que estava apenas a 17km do alvo. A Bateria de Obsueiros 155mm já recebia outra missão de tiro, quando recebia, via sistema de direção de tiro, diretamente do Observador Avançado, as fotos da tragédia que tinham acabado de causar às fileiras inimigas. Parecia que não havia sobrado muito do material de artilharia do inimigo para que pudesse ser aproveitado pelas nossas tropas. A Seção de Observação levantou-se e prosseguiu em seu deslocamento para acompanhar o Comandante da Companhia que apoiava. Muitos alvos ainda precisavam ser batidos e não havia tempo a perder, pois, afinal, o Oficial de Logística informou que uma faina de troca de tubos, que seria conduzida por helitransporte, estava a caminho, uma vez que a vida útil dos tubos das armas estava chegando próximo do limite dos 2.600 tiros já disparados. Para que a situação hipotética possa ocorrer é imprescindível que o Corpo de Fuzileiros Navais encontre uma solução de material que satisfaça a relação maior calibre e maior letalidade para que se possa cumprir a tarefa de aprofundar o combate no apoio a uma força expedicionária. Além disso, há que se restaurar a capacidade de o Batalhão de Artilharia de Fuzileiros Navais ter armamento compatível, e sistema de direção de tiro computadorizado e equipamentos de observação, topografia e meteorologia que representem o estado da arte ou que estejam bem próximo da tecnologia de ponta, considerando-se a variada gama de materiais oferecida no mercado internacional. Os norte-americanos largaram na frente e já contam com os Obuseiros 155mm M777 (fabricados pela BAE Systems – da Inglaterra), cujo protótipo passou por diversos testes de aceitação, nos anos de 2000 a 2003, para que fosse fornecido ao Corpo de Fuzileiros Navais Norte-Americano, sagrando-se vencedor do processo de licitação internacional que serviu para dotar o USMC com obuseiros autorebocados e leves, os chamados 155mm M777. O governo Norte-Americano inicialmente encomendou 514 desses obuseiros, sendo 364 para o USMC e 150 para o US Army. Os pré-requisitos, os testes, as modificações e implementações na arma foram todos conduzidos pelo USMC, tendo sido necessários cerca de 40.000 tiros e 3.000 modificações/implementações para que a arma pudesse ser, finalmente, colocada em serviço. A mais importante dessas modificações, no nosso entender, foi a substituição de partes inteiras das peças por outras fabricadas com material titanium e alumínio, para que fosse reduzindo o peso da arma. Poucos dos componentes continuam sendo construídos em aço. Em 2005, o Ministério da Defesa Britânico iniciou o processo de obtenção de um novo obuseiro 155mm que substituirá o atual AS90 155mm. O processo consistirá de uma competição técnica entre o Obuseiro 155mm M777 e o CEASAR 155mm, da empresa GIAT (França). Essa avaliação está sendo conduzida pelos militares do Exército Britânico, componentes do Royal Artillery Estra Team. Obuseiro 155mm M777 Aprofundar o combate, realizar a contrabateria, causar destruição, neutralizar alvos tipo área, iluminar o campo de batalha, inquietar o inimigo, bem como tantas outras missões de tiro fazem parte da variada gama de tarefas atribuídas à artilharia de campanha que hoje não pode ser cumprida só com os meios existentes no Batalhão de Artilharia de Fuzileiros Navais. Reina, hoje, o paradoxo do alcance e da letalidade. Temse munição de maior letalidade para ser disparada por uma arma de maior calibre que possui alcance menor que os obuseiros de menor calibre e de maior alcance. Além disso, só os Light Gun 105mm não representam o estado da arte no apoio de artilharia a uma Unidade Anfíbia. Há que se pensar em reforço de fogos, em Agrupamento Bateria e aí sim se manterá a capacidade de projeção de poder da artilharia de campanha sobre terra. Por essa razão, tratando-se inicialmente do armamento de 155mm, o Comando do Material do Corpo de Fuzileiros Navais, por meio da sua Gerência de Projeto de Obtenção de Obuseiros, vem pesquisando novos modelos de Obuseiros 155mm existentes no mercado internacional, visando uma futura aquisição baseada nos Requisitos de Alto Nível dos Sistemas (RANS) e nos Requisitos de Estado-Maior (REM) do referido armamento. O projeto encontra-se em fase de avaliação das especificações técnicas das opções existentes, que permitirão a hierarquização da configuração e a correta escolha do Obuseiro 155mm que melhor atenda às necessidades do CFN. Como a Gerência de Projeto de Obtenção de Obuseiros é a mesma que participou do processo de aquisição dos Obuseiros 105mm Light Gun em uso no Batalhão de Artilharia de Fuzileiros Navais, não há que se desprezar a experiência adquirida e o conhecimento obtido desde 1997. Mais recentemente, a Gerência de Projeto de Obtenção de Obuseiros realizou uma Inspeção Técnica no Exterior (ITE) nas fábricas da BAE Systems, na Inglaterra, e, em breve, realizará uma visita às fábricas da GIAT, na França, para que se possa prosseguir no processo de comparação das ofertas disponíveis no mercado internacional. 7- Decida nº 31 Força de Paz na Zululândia As soluções poderão ser enviadas a este Comando-Geral até 15 de novembro e deverão conter, além da decisão, um esboço das ordens e providências decorrentes, além de, caso necessário calcos ou calungas. O Senhor é o Comandante da 1ºCiaFuzNav (Ref)/ 1ºBtlInfFuzNav. O Batalhão (a 3 Cia) é o núcleo do Componente de Combate Terrestre (CCT), do Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais Zululândia (GptOpFuzNav-Zulu), que integra a Força de Paz da ONU na Zululândia. Tendo em vista às grandes dimensões da área atribuída ao GptOpFuzNav-Zulu, a sua Companhia ficou responsável pela região de Kibon, localizada na parte central do país. Sua companhia está operando isolada, possuindo todos os meios necessários à sua auto-sustentação. O PC do GptOpFuzNav e do CCT estão localizados na capital do país, a 150 Km de distância do seu. As estradas são muito ruins, resultando em uma velocidade média de 20 Km/h no deslocamento de viaturas. Às 0630 hs, uma de suas patrulhas (valor GC) constatou que um grupo armado ilegal, composto de aproximadamente 20 pessoas (armadas de fuzis e pistolas) havia ocupado as instalações da Delegacia de Polícia situada na pequena localidade de TERRA . Você, após informar seu comandante, seguiu para o local para avaliar a situação. As tentativas de negociação realizadas não produziram resultados e o grupo permanece ocupando a delegacia e impedindo o trânsito na rodovia norte-sul que corta a localidade. A população da localidade de TERRA AZUL é de aproximadamente 200 pessoas, que habitam as casas próximas à delegacia e são em sua maioria neutras em relação ao grupo que ocupou a delegacia. Porém, sabe-se que há alguns simpatizantes e familiares de membros do grupo entre a população. . O mandato da missão prevê o desarmamento de todos os grupos ilegais e que a Força de Paz deverá assegurar o livre trânsito de pessoas e mercadorias nas principais rodovias do país. Em novo contato com seu comandante, este informou que o Comandante da Força de Paz já havia sido informado da situação e que havia determinado que a delegacia fosse recupe- Terra Azul -8 rada no menor prazo possível. Disponibilizou também algumas fotografias do local obtidas por meio de reconhecimento aéreo. Assim sendo seu comandante determinou que você planejasse realizar a operação com seus próprios meios, uma vez que o restante do grupamento já estava envolvido com conflitos na capital. Sua companhia está motorizada (em viaturas UNIMOG e TOYOTA), possuindo além de seus meios orgânicos, os seguintes reforços: - 1 Sç MAC - 1 Sç Mtr P - 1 Sç Mrt 81 mm - 1 Seção de viaturas blindadas Urutu (do EB), que foi colocada à disposição Além disso, você poderá, mediante coordenação com o comando da missão contar com o apoio limitado de até dois helicópteros Super Puma. Estes helicópteros não estão armados para apoio de fogo, podendo ser utilizados apenas em tarefas de transporte, comando e controle, observação e logística. Considerando os fatores da decisão, DECIDA! Resposta do Decida nº 30 Recebemos inúmeras soluções para o problema apresentado no último número. A maior parte delas demonstrou que o assunto foi amplamente discutido em algumas unidades. Sob este aspecto, destacamos a participação maciça de Oficiais e Praças do 2ºBtlInfFuzNav. Neste número, como forma até mesmo de enaltecer o espaço da Unidade, publicamos a solução apresentada pelo 1ºTen(FN) Espiuca do 2ºBtlInfFuzNav. A seguir, apresentamos o enunciado do DECIDA Nº 30, para que os leitores possam relembrar a situação a que se refere a solução apresentada. Decida nº 30 - Uma Conduta em Op ENC O Sr. é o comandante do GpCob em uma Operação de Evacuação de Não-Combatentes. Suas ECob encontram-se apoiadas por CLAnf. O inimigo é capaz de atuar com 20 guerrilheiros na região. Todos os outros componentes da ForDbq já se retiraram da AOp. Durante o retraimento do CCE, uma Anv foi alvejada por um rojão, o que a obrigou a realizar um pouso de emergência no NAe SÃO PAULO. A situação atual é a seguinte: A ECob 1, constituída por 44 militares e apoiada por 2 CLAnf, encontra-se realizando a segurança aproximada da região antes ocupada pelo CCE e do LocEmb 1 (PDbq AZUL); a ECob 2, constituída por 21 militares e apoiada por 2 CLAnf, encontra-se posicionada na PBloq 2; e a ECob 3, constituída por 22 militares e apoiada por 1 CLAnf, encontra-se posicionada na PBloq 3. O Sr. encontra-se posicionado junto à ECob 1. Existem duas lanchas do navio posicionadas ao largo da PDbq AZUL. O ComForDbq já determinou a retirada do GpCob. São 0600P e já está amanhecendo. Ao iniciar o retraimento, a ECob 2 teve uma de suas viaturas atingida por um rojão. A viatura foi neutralizada, 1 militar faleceu, 1 militar sofreu ferimentos leves e outro ferimentos graves, os quais já estão sendo atendidos por um enfermeiro. A ECob 3 iniciou seu retraimento normalmente, mas a 1 km da PBloq 3, a viatura apagou devido à queima de um de seus componentes elétricos. O comandante da viatura reparou a avaria rapidamente, mas para dar partida novamente será necessário energia auxiliar (“chupeta”). A ECob 1 iniciou seu retraimento sem problemas e já encontra-se a 500 metros da PDbq AZUL. Trata-se de uma conduta. Analise a situação baseandose nos fatores da decisão. Agora, decida. 9- Resposta do Decida nº 30 EXAME DA SITUAÇÃO Verificando-se os “Fatores da Decisão” percebemos que o GpCob já cumpriu suas tarefas em terra e que falta apenas a retirada para finalizar o cumprimento da missão; não possuímos informações mais detalhadas sobre o inimigo além de este ter feito fogo com um rojão sobre um CLAnf que estava com a ECob 2; o terreno não possui obstáculos que impeçam o retraimento do GpCob; como meios em apoio ao GpCob temos os CLAnf; e o tempo disponível não foi determinado, porém o ComForDbq já determinou a retirada do GpCob, são 0600P e já está amanhecendo. A ECob 1 já encontra-se a 500 metros da PDbq AZUL; a ECob 2 teve uma de suas viaturas atingida e neutralizada por um rojão inimigo; A ECob 3 teve sua viatura apagada devido à queima de um de seus componentes elétricos e será necessário energia auxiliar (“chupeta”) para dar partida novamente na mesma. DECISÃO Este Grupo iniciará o retraimento para o navio através das lanchas deste disponíveis e posicionadas ao largo da PDbq AZUL. Os militares da ECob 1 serão os primeiros a embarcar nas lanchas e seus CLAnf irão apoiar o da ECob 3 e retrairão juntos para a PDbq AZUL. A ECob 2 retrairá para a Praia com o CLAnf Pense que lhe restou. Após o retraimento das ECob 2 e 3 até a praia, estas se deslocarão para o navio por meio dos CLAnf. TAREFAS AOS ELEMENTOS SUBORDINADOS a. ECob 1 (1) Continuar seu deslocamento até a PDbq AZUL; (2) Ficar ECD reembarcar 22 militares nas lanchas do navio para regresso até o mesmo; (3) Deslocar seus CLAnf com 22 militares embarcados fim prestar apoio à ECob 3; (4) Após dar partida novamente na Vtr da ECob 3, retrair seus CLAnf para a PDbq AZUL junto o CLAnf da ECob 3; e (5) MdtO regressar para o navio com os CLAnf que prestaram apoio à ECob 3 junto com esta ECob. b. ECob 2 (1) Continuar seu deslocamento até a PDbq AZUL; e (2) MdtO regressar para o navio junto com a ECob 3. c. ECob 3 (1) Acolher os CLAnf da ECob 1; (2) Após dar partida novamente em sua Vtr, retrair para a PDbq AZUL junto os CLAnf da ECob 1; (3) MdtO regressar para o navio junto com os CLAnf da ECob 1. As respostas poderão ser enviadas a este Comando-Geral até 15 de novembro “Manutenção da Paz não é um trabalho para soldados, mas apenas soldados podem fazê-lo” Dag Hammarskjöld - Ex- Secretário-Geral da ONU Resposta do “Pense” anterior (Âncoras e Fuzis nº 30) “Se tiver que empreender uma guerra, faça-a energicamente e com severidade. Esta é a única maneira de torná-la menor, e conseqüentemente menos desumana”. Napoleon, 1799, letter to General Hedouville, ed. Herold, The Mind of Napoleon, 1955. Inúmeras respostas nos foram enviadas. Todas realçaram a importância do combate rápido e efetivo. Publicamos a resposta do CT(FN) ROBINSON, do BtlVtrAnf, que optou por uma abordagem histórica. Sun Tzu ensina que não existe na historia relato de uma nação que tenha se beneficiado de uma guerra prolongada. Em 1967 Israel levou uma guerra rápida e decisiva a todos os estados árabes do Oriente Médio, na operação militar que ficou conhecida como Guerra dos Seis Dias. Os frutos políticos colhidos não poderiam ser mais significativos: reconhecimento internacional como potência Regional e conquista de territórios estratégicos. No episódio do Yom Kipuur, no ano de 1973 o desdobramento se deu de maneira inversa com a duração de 03 semanas. As vulnerabilidades avultadas no conflito (surpresa nas ações egípicias, pesadas baixas na Força Aérea Israelense e fornecimento de material bélico soviético de última geração aos árabes) ofuscaram a vitória israelense. Noutro exemplo, ao atacar Pearl Harbor, o Almirante Yanamoto sabia que se a guerra contra os EUA durasse mais seis meses, o poderio industrial japonês se esgotaria. O resultado desta guerra longa foi um Japão arrasado por duas bombas atômicas. Embora toda operação militar tenha como base o logro, a sua essência é a rapidez. CT(FN) ROBISON - 10