Órgão Oficial da Sociedade de Oftalmologia do Ceará Ano XXVIII Nº 36 Gestão Atual - Trimestral - Maio/Julho 2008 - Nº 04 Dia do Oftalmologista III Jornada de Oftalmologia da Região Norte I Fórum em Defesa da Saúde Ocular A Sociedade de Oftalmologia do Ceará (SOC) comemorou em grande estilo o Dia do Oftalmologista. No Hospital de Olhos Leiria de Andrade, o médico oftalmologista Fernando Oréfice proferiu palestra. À noite aconteceu a tradicional festa dançante. A Sociedade de Oftalmologia do Ceará (SOC) promoveu, no período de 10 a 13 de julho de 2008, a III Jornada de Oftalmologia da Região Norte e o I Fórum em Defesa da Saúde Ocular, na cidade de Camocim. O evento teve lugar no Hotel Boa Vista Resort e contou com a presença de 80 participantes. Assembléia Legislativa do Ceará entrega Título de Cidadão Cearense ao médico Fernando Oréfice Fortaleza contra o Glaucoma Atendendo ao requerimento do terceiro secretário da Mesa Diretora, deputado Hermínio Resende (PSL), a Assembléia Legislativa realizou na noite de 09 de maio, no Plenário 13 de Maio, sessão solene de entrega do título de Cidadão Cearense ao médico oftalmologista Fernando Oréfice. A Sociedade de Oftalmologia do Ceará (SOC) realizou o primeiro FORTALEZA CONTRA O GLAUCOMA. O evento aconteceu nos dias 18 e 19 de julho no Ginásio Aécio de Borba, em Fortaleza. 2 Ceará Oftalmológico PALAVRA DO PRESIDENTE do Estado eventos de alto nível cultural, promovemos a IV Jornada de E s t a m o s Oftalmologia do Cariri, quando acontecia chegando ao a Exposição Agropecuária do Crato, com final da gestão a presença do Dr. Cleber Godinho e do da atual diretoria Dr. Harley Bicas então presidente do da Sociedade de Conselho Brasileiro de Oftalmologia. Oftalmologia do Repetimos a jornada do interior do Ceará. Sentimo-nos na obrigação de Estado este ano, desta vez em Camocim, prestar contas com os nossos associados, quando tivemos a oportunidade de ter especialmente àqueles que depositaram a palestra do Dr. Leonardo Akaishi sobre seus votos em nossa chapa. lentes intra-oculares, e fizemos uma rica Iniciamos os nossos trabalhos atividade social. convidando para fazer parte das Em 2007 realizamos outro comissões alguns colegas que integraram PEC sobre catarata, e concluímos a chapa adversária. Assim o fizemos nossas atividades do ano com o nosso por entender que, passado o pleito, conceituado Congresso Cearense deveríamos voltar-nos para todos, de Oftalmologia, e com a, também mantendo a Sociedade mais unida. Em tradicional, festa de encerramento do seguida convocamos uma Assembléia ano. Geral Extraordinária para decidir sobre Em 2008 começamos o ano o apoio da SOC aos eventos no nosso estado. Procuramos demonstrar aos promovendo mensalmente um almoço membros da Sociedade que, se todos em comemoração aos aniversariantes os acontecimentos fizerem parte do do mês, patrocinado por dois dos mais calendário da nossa entidade, estaremos conceituados parceiros da oftalmologia sempre coesos e fortes para enfrentar os cearense, quando convidamos os colegas que fazem aniversário no mês em curso nossos desafios. Pensando dessa forma para um encontro em um restaurante da convidamos os organizadores do cidade Caros colegas, Estamos com a programação científica e social para o XIX Congresso Cearense de Oftalmologia quase que inteiramente finalizada, e em breve os colegas receberão os informativos para que efetuem suas inscrições. No âmbito da defesa de classe entramos com vários processos na Justiça contra o exercício ilegal da medicina. Comparecemos à audiências na Justiça Comum, no Ministério Público do Trabalho, na Procuradoria Municipal, e assessoramos a Vigilância Sanitária na fiscalização de óticas que mantinham salas funcionando como consultório médico em seu interior. Realizamos uma Assembléia Geral Extraordinária para tomar decisões frente ao acordo proposto pelos optometristas no Ministério Público do Trabalho, ocasião em que rejeitamos qualquer concordata com os mesmos. Na qualidade de Presidente da SOC , juntamente com o Dr. George Fontenele do escritório que nos presta assessoria jurídica, participamos do II Pondeso por ocasião do Congresso Brasileiro de Oftalmologia realizado em Brasília. Nesse Encontro foram debatidos aspectos jurídicos e posicionamentos em defesa da classe oftalmológica. Este Comemoramos o Dia do evento foi realizado novamente este ano curso Mácula 2007, tradicional evento de retina no nosso Estado, para fazer Oftalmologista neste ano convidando o por ocasião do Congresso de Prevenção parte do calendário dos Programas de Dr. Fernando Oréfice para proferir palestra a Cegueira. Educação Continuada da atual diretoria, sobre OCT em uveítes, e na ocasião foi Reconhecemos que sempre constituindo-se no primeiro Encontro entregue o título de Cidadão Cearense haverá algo mais a fazer, contudo, diante Científico da SOC no ano passado, e que ao prestigiado professor na Assembléia do trabalho realizado, sentimo-nos com se repetiu este ano com o Mácula 2008. Legislativa, por iniciativa do Dr. Hermínio a sensação de dever cumprido. Torcemos Em seguida organizamos as Resende. A festa comemorativa a esse dia para que a próxima Diretoria seja festividades do Dia do Oftalmologista foi patrocinada por tradicionais parceiros, comprometida com a Sociedade, tenha de 2007 com uma programação sendo bastante elogiada. conhecimento de sua organização, dê científica, onde foi dada oportunidade Neste ano apoiamos o curso continuidade aos programas das últimas aos colegas do Ceará de apresentarem promovido pela Visionlaser, o Circe gestões, e realize seus projetos mantendo casos clínicos e cirúrgicos, fato inédito no em Paris, e a Jornada de Oftalmologia a classe unida. nosso Estado, valorizando, desta forma, a Pediátrica de Crateús. Realizamos o I Agradeço a colaboração dos classe oftalmológica local. Nesta ocasião Fortaleza Contra o Glaucoma no Ginásio membros da diretoria, das comissões, dos promovemos a já tradicional festa Aécio de Borba com a colaboração dos nossos patrocinadores, e de todos, que comemorativa ao nosso dia. serviços de Oftalmologia que possuem de uma forma ou de outra, contribuíram Em julho de 2007, cumprindo Residência na área, onde atendemos ou simplesmente prestigiaram a nossa a promessa de levar para o interior cerca de 1200 pessoas em dois dias. sociedade. 3 Ceará Oftalmológico EDITORIAL Atenção ao reformar clínicas e consultórios! Ainda me lembro bem, não faz tanto tempo assim! No entusiasmo de iniciar o curso de Medicina, já no primeiro mês coloquei-me a disposição para acompanhar o plantão de outro acadêmico mais adiantado; era um estágio regulamentar em um hospital-escola cujo objetivo principal era me familiarizar ao meio e com as normas pertinentes ao ambiente hospitalar. Às 18h30min estava eu em frente à rampa de acesso à ambulância, conforme o combinado, inaugurando minha calça de linho branco , sapato e bata de manga curta , padronizada da faculdade. Havia certo ar de tranqüilidade naquele lugar, em minha frente, uma sala de azulejos brancos a meia parede e ao fim dela duas portas de vai-e-vem em fórmica branca com um vidro redondo central. Resolvi entrar; quando percebi à direita um grande balcão em mármore branco um pouco velho com algumas mulheres igualmente vestidas: -Pois não garoto, o que deseja? Ainda meio inibido me identifiquei como novo estagiário e fui orientado a me apresentar ao segurança que se encontrava após a porta e em seguida ao monitor, um acadêmico do quinto ano que a partir daí iria me instruir quanto à conduta naquele hospital. Fui então apresentado pela primeira vez de forma diferente a um hospital de médio porte: havia corredores largos seguidos de rampas atapetadas por um emborrachado preto com circunferências antiderrapantes, azulejos a meia parede e muitas luzes fluorescentes. Rodamos enfermarias, posto de enfermagem, sala de estar médico, entrada de centro cirúrgico e dormitório; quando então nos dirigimos ao nosso posto de atuação, o ambulatório de pronto atendimento. Era uma grande sala separada a meia parede em duas salas menores; a primeira tinha uma pia de canto e um conjunto de ferro com uma mesa e três cadeiras quadradas, todos pintados de branco, e a segunda era a sala de exame que se encontrava trancada. -Diga! Bordejou alguém de dentro da sala. -Dr. Geraldo, estou aqui com o novo estagiário do primeiro ano. Fui assim apresentado. De repente a porta se abre e estendo a mão ao médico de meia idade que apenas me olha e passa em direção a pia da sala vizinha. Ainda lavando as mãos com uma espécie de sabão de coco, retirado de uma saboneteira de louça encravada na parede, Dr.Geraldo dirigiu-se a mim transmitindo talvez o mais importante ensinamento médico: -Antes e depois de examinar qualquer paciente devem-se lavar as mãos, jamais esqueça isso! Enxugou então as mãos com uma toalha desbotada e talvez um pouco úmida e só assim me cumprimentou e iniciou a prescrição e orientação de sua paciente. De 1995, ano em que ocorreu este fato, para cá muito se falou, muito se discutiu e muito se modificou em relação às estruturas físicas médico-hospitalares e a prevenção da infecção hospitalar. Visando quase sempre a segurança do paciente, normas foram criadas, aplicadas, ampliadas e modificadas, e até hoje são motivos de discussão, fiscalização e dor de cabeça para proprietários, administradores de clinicas e hospitais. O Sistema de Vigilância Sanitária Nacional se divide nas três esferas de governo: federal, estadual e municipal. Cabendo a esfera federal a normalização e a fiscalização somente de portos, aeroportos e fronteiras e algumas empresas que fabricam produtos para a saúde. Aos governos estaduais e municipais, cabe a normalização complementar e a fiscalização propriamente dita. Portanto, a fiscalização, análise e a aprovação de projetos de qualquer estabelecimento de saúde são feitas pelas vigilâncias sanitárias das secretarias estaduais ou municipais de saúde (isto varia de Estado para Estado e de Município para Município, a depender a estrutura administrativa e da disponibilidade técnica destes). RESOLUÇÃO - RDC 189/2003. Ou seja, tem que haver comum acordo entre estado e município, pois um ou outro deve se responsabilizar pela fiscalização dos Estabelecimentos Assistenciais de Saúde (EAS), podendo se dividir que estrutura ou que região cada um vai fiscalizar. Atualmente estamos regulados pela Resolução de Diretoria Colegiada-50 (RDC-50/2002) (veja quadro abaixo copiado do site da Agencia Nacional de Vigilância Sanitária-www.anvisa.gov.br), de forma que antes de qualquer construção ou reforma, seja de hospital, consultório ou clinica, o projeto tem que ser aprovado pela Vigilância Sanitária conforme estas diretrizes. A partir daí iniciam-se os problemas que vão muito além da poeira de cimento e cal. Resolução - RDC nº 50, de 21 de fevereiro de 2002 Arquivo atualizado em 22/7/2003 Alterada pela Resolução - RDC nº 189, de 18/7/2003 Atualizada pela Resolução - RDC nº 307, de 14/11/2002 Substitui a Portaria MS nº 1.884, de 11/11/1994 Dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. 4 Normas para projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde Normaliza a elaboração de projetos físicos de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde (EAS). Apresenta orientações aos planejadores, projetistas e avaliadores de estabelecimentos de saúde. Cada EAS construído ou reformado deverá estar em consonância com as definições e informações contidas neste documento, independente de ser um estabelecimento público ou privado. Portaria MS nº 1.884, de 11 de novembro de 1994 Revogada pela GABIN MS n° 554, de 19 de março de 2002. O primeiro deles, localizar o engenheiro ou arquiteto especializado em EAS ou com conhecimento e interesse na RDC50, para que este possa elaborar o projeto, discutir de forma mais fácil com a equipe de Vigilância Sanitária e acompanhar a obra até o alvará de funcionamento. Para tanto pode pedir indicação na Secretaria de Saúde, no Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA) ou ainda em instituições especializadas como a Associação Brasileira para o Desenvolvimento do Edifício Hospitalar (ABDEH). Outro ponto de extrema dificuldade é a adequação da rotina oftalmológica à norma e se fazer entender quanto às peculiaridades do consultório e cirurgia ocular perante a Vigilância Sanitária. Pois, qual a real necessidade de uma sala de indução anestésica com duas macas para gotejamento ocular de tropicamida e anestésico; ou ainda de uma área de 2 metros quadrados para prescrição medica oftalmológica? O artigo 3º da RDC-50/2002 prevê, entretanto que: as secretarias estaduais e municipais de saúde podem estabelecer normas de caráter supletivo ou complementar a fim de adequá-las às especificidades locais; o que já ocorre em alguns Estados. Mesmo com sua estrutura física de clinica ou consultório em uso há algum tempo, mesmo que não se deseje qualquer ampliação ou reforma, estamos sujeitos a RDC-50 /2002. Entretanto, o site Ceará Oftalmológico oficial da ANVISA contraria a resolução quando no ícone perguntas freqüentes responde que por princípio jurídico a lei não pode retroagir; não estando sujeitos a RDC-50 /2002 os EAS e projetos aprovados a luz de legislações anteriores. (veja copia da pergunta e resposta extraída do site). Existem várias clínicas, hospitais e consultórios que não atendem a Resolução RDC 50/2003. Quais procedimentos adotar nestes casos? Em relação a estes estabelecimentos que estão em funcionamento, inclusive com alvarás do ponto de vista legal, qual o procedimento a adotar? Gostaria também de saber se é possível conceder autorização para construir atendendo o Código de Postura do Município no caso específico de clínicas radiológicas (Portaria 453/1998) e outras (sala de cirurgia) posicionadas na divisa com paredes cegas? to específicos citados na própria lei, além do que, não se pode obrigar que todos os prédios tenham de passar por reformas, ou mesmo que sejam demolidos a cada nova legislação do Ministério da Saúde. Existem situações em que o Estabelecimento Assistencial de Saúde (EAS) está obrigado a proceder a uma reforma, ou seja, quando há um risco evidente para os usuários do EAS, quando determinada atividade não pode ser exercida dentro de condições mínimas satisfatórias e em segurança, em função de um problema físico do prédio. Neste caso, no ato da inspeção, a vigilância sanitária poderá intervir solicitando uma reforma no estabelecimento, ou então proibir o desenvolvimento da atividade enquanto não houver condições mínimas satisfatórias. Esta questão é bastante complicada e tem de haver muito bom senso e conhecimento de causa da fiscalização para se tomar uma decisão dessa natureza. Quanto à questão das salas de raios O Art. 1º da Resolução - RDC 50/2002 X, não importa se a parede da sala está estabelece: colada ou não a outra, o importante é Aprovar o Regulamento Técnico desti- que tenha a blindagem correta, que deve nado ao planejamento, programação, ela- ser testada principalmente com o equipaboração, avaliação e aprovação de proje- mento funcionando. tos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde, em anexo a esta Resolução a ser Decisivamente a RDC-50 contribui observado em todo território nacional, na para os EAS serem mais seguros, funárea pública e privada compreendendo: a) cionais e confortáveis; porém bem mais as construções novas de estabelecimentos importante que a infra-estrutura clínicoassistenciais de saúde de todo o país; b) as hospitalar e sua normas está o repasse áreas a serem ampliadas de estabeleci- do ensinamento do Dr. Geraldo a todos mentos assistenciais de saúde já existen- que lidam com assistência à saúde, pois tes; c) as reformas de estabelecimentos de pouco valem os importantes estudos assistenciais de saúde já existentes e os e trabalhos dos engenheiros e arquitetos anteriormente não destinados a estabele- bem como os dispersores fotossensíveis de água e clorexidina, secadores automácimentos de saúde. ticos e controladores de qualidade do Portanto, conforme exposto acima, os ar se não houver conscientização contíprédios já existentes cujos projetos tiveram nua da equipe quanto à higienização das sido aprovados a luz de legislações anterio- mãos e seguimento de rotinas clínicores, não estão sujeitos a Resolução - RDC cirúrgicas. 50/2002, salvo nas situações descritas aciGeorge Carneiro ma. Este é um princípio jurídico, pois uma Segundo Secretário da SOC lei não pode retroagir, salvo em casos mui- 5 Ceará Oftalmológico Dia do Oftalmologista 2008 A Sociedade de Oftalmologia do Ceará (SOC) comemorou em grande estilo o Dia do Oftalmologista. A SOC deu início às comemorações com um evento científico no dia 10 de maio, quando ocorreu palestra do renomado médico oftalmologista Fernando Oréfice no Hospital de Olhos Leiria de Andrade. À noite, no Lulla´s Palace, aconteceu a já tradicional festa dançante, onde cerca de trezentos convidados divertiram-se em um clima de total harmonia e descontração. Prof. Fernando Oréfice ministra palestra no Hospital de Olhos Leiria de Andrade Sérgio Augusto e Leiria Neto Danielle Costa, Fernando Oréfice e Newton Andrade Sérgio Augusto e Leopoldo Farias Fernando Furtado, Mont’Alverne Lopes e Cleando Jales Aristófanes Canamary, David Lucena e José Alcy Platéia Leopoldo Farias e Fernando Oréfice Ana Maria Dias e Hermínio Resende FESTA DO DIA DO OFTALMOLOGISTA Sérgio Augusto e Luizianne Fernandes Evandro Marques e filhas Adriano Holanda, Excelsa Costa Lima, Newton Andrade e Leiria Neto Michelle e Cleanto Jales Ângelo Porto e Sra. Lourdes Soares, Sérgio Augusto e filho Sérgio Marques e Sra. Livramento e Edison Costa Alexandre Teles e Sra. Jocélia e Hyder Carneiro Emilson Alves, Ana Tereza e Emilson Filho Carlos Alfredo e Luciene Gersivan Gomes e Inês Lima Werton Lobo, Volilma e família Sérgio Augusto e Mark Sampaio (ESSILOR) Vânia e Aristófanes Canamary 6 Ceará Oftalmológico 7 Ceará Oftalmológico Alessandra Rossi, Virgilane e esposo Hermínio Resende e Gláucia, Tibério e Rogacilene Amorim Sisley Viana e Edison Costa Daniel Justa e Sra. Álvaro Fernandes e Regina Ferreira Ivana Carneiro, George Carneiro, Flávia Carneiro e Breno Holanda Rosângela De Francesco e esposo Leiria Neto e Simone Andrade João Helder Arcanjo Mont’Alverne Lopes Afrânio Memória Altina Barreto Joana Gurgel Márcia Medeiros Assembléia Legislativa do Ceará entrega Título de Cidadão Cearense ao médico Fernando Oréfice Atendendo ao requerimento do terceiro secretário da Mesa Diretora, deputado Hermínio Resende (PSL), a Assembléia Legislativa realizou na noite de 09 de maio, no Plenário 13 de Maio, sessão solene de entrega do título de Cidadão Cearense ao médico oftalmologista Fernando Oréfice. “Além do trabalho de imensurável relevância científica, Fernando Oréfice, em diversas oportunidades recebeu, atendeu e operou muitos pacientes carentes, dentre esses, cearenses encaminhados por médicos do Estado”, disse Hermínio. Para o parlamentar, a entrega do título de cidadão a Fernando Oréfice é um justo reconhecimento não só ao espírito de cearensidade que o homenageado encerra, mas à larga folha de serviços que tem prestado ao Ceará. Fernando Oréfice agradeceu a entrega do título: “Conheci Fortaleza na década de 70, no Congresso Brasileiro de Oftalmologia, presidido por Leiria de Andrade. Esse título me dá uma impressão mais extensa do que é ser cidadão cearense. Vivi 44 anos em Minas Gerais, me considero um mineiro, e agora com esse título me considero não só como um cearense, mas um nordestino”. A solenidade contou com a presença do médico oftalmologista Sérgio Augusto Carvalho Pereira, presidente da Sociedade de Oftalmologia do Ceará; do neurocirurgião Mairton Lucena, presidente da Unimed e de vários médicos oftalmologistas cearenses. Abertura Fernando Oréfice e Hermínio Resende Fernando Furtado, Mont’Alverne Lopes, Fernando Oréfice e Emilson Barros de Oliveira Abelardo Targino, Fernando Oréfice e David Lucena Eron Moreira, Sergio Augusto, David Lucena, Fernando Oréfice e Abelardo Targino Máurea Cézar, Fernando Oréfice e Danielle Costa Abelardo Targino, Sérgio Augusto, Fernando Oréfice, David Lucena e Hermínio Resende Fernando Oréfice 8 Ceará Oftalmológico Coquetel Hermínio Resende, Fernando Oréfice e Aristófanes Canamary Eurípedes de Lima, Fernando Oréfice, Mont’Alverne Lopes, Hermínio Resende, Gersivan Gomes e Evandro Marques Fernando Oréfice e Leiria Neto ladeados por médicos residentes I Curso de Cirurgia Refrativa da Vision Laser A Vision Laser realizou no dia 25 de abril de 2008 o I Curso de Cirurgia Refrativa. O evento, que contou com o apoio da Sociedade de Oftalmologia do Ceará, aconteceu no auditório do Hospital de Olhos Leiria de Andrade e teve como convidado o médico oftalmologista Canrobert de Oliveira, diretor do departamento de cirurgia refrativa do Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB). O Dr. Canrobert de Oliveira discorreu sobre o tema “Cirurgia Refrativa de A a Z”, onde abordou as diferentes situações em que se manifestam os problemas refrativos e as alternativas mais avançadas permitidas pela associação da tecnologia e do conhecimento científico para a correção personalizada das dificuldades de visão. O curso contou com aulas teóricas, wet lab e debates. As inscrições foram em prol do IPREDE. Valter Justa Aristófanes Canamary e Canrobert Oliveira Islane Verçosa, Denise Rocha, Jonas Marinho, Josivan Dantas, Marineuza Memória e Rafael Memória Evânio Martins, Aristófanes Canamary, Valter Justa, Francisco Lobato e Mário Jampaulo Aécio Dias, Adriano Holanda, Jorge Eldo, Sylvio Leal e Aristófanes Canamary Aristófanes Canamary, Francisco Lobato, Newton Andrade, Canrobert Oliveira, Evânio Martins, Mário Jampaulo e Tiago Bessa Canrobert Oliveira Platéia Emília Lucena, Abrahão Lucena, Sérgio Augusto e Werton Lobo Aécio Dias, Islane Verçosa e Josivan Dantas Josué Araújo, Ismar Dias, Fernando Delgado e Gersivan Gomes Fernando Furtado, Islane Verçosa, Afrânio Memória e Wantan Laércio IV CIRCE - Paris O Centro Brasileiro de Estudo e Pesquisa em Oftalmologia (CEBEPO), juntamente com o Centre Hospitalier Intercommunal Creteil (França) realizaram, nos dias 3 e 4 de junho de 2008, o IV Circe – Jornada Franco-Brasileira de Retina e Vítreo. O evento, que teve o apoio da Sociedade André Jucá Machado Javier Yugar de Oftalmologia do Ceará, aconteceu no Hotel Lutetia em Paris. O tema deste ano foi Retina. A coordenação esteve a cargo dos doutores André Jucá Machado e Javier Yugar (Brasil) e dos Prof. Drs. Gisele Soubrane e Gabriel Coscas (França). 9 Ceará Oftalmológico V SÃO JOÃO DA SOC Como parte integrante do seu calendário oficial, a Sociedade de Oftalmologia do Ceará (SOC) realizou mais um São João da SOC. O evento teve lugar, mais uma vez, no Sítio Casarão, do médico oftalmologista Hyder Carneiro. A festa Quadrilha Breno Holanda, Ivana Carneiro, George Carneiro e Flávia Carneiro Ana Larissa, Jovanni Gomes, Hyder Carneiro Mairton e Valéria Lucena, Vládia Freitas e Riane Azevedo teve todos os ingredientes de uma típica noite de São João, com casamento matuto, quadrilha, música, comidas e bebidas típicas. A animação foi total, com os oftalmologistas, familiares e convidados encarnando o autêntico espírito junino. David e Socorro Lucena, Valéria e Mairton Lucena, Daniel e Maria Eugênia Lucena Regina Forte, Flávia Carneiro, George Carneiro e Socorro Lucena Volney Castaldelli, Rosistelle e família Jocélia e Hyder Carneiro e Arabella Chaves Gersivan Gomes, George Carneiro e Flávia, Zaira e Ismar Dias Antônio Bezerra, Lindinez e família Aílson Lopes e família Sérgio Marques, Dias Júnior e Socorro, Lucas Veras Cleanto Jales, Michele Albuquerque e família I Jornada de Oftalmologia Pediátrica nos Sertões de Crateús – Ceará Com o objetivo em fazer cursos de aprimoramento em Oftalmologia Pediátrica em cidades no interior dos estados brasileiros, a presidente da SBOP (Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica), Dra. Islane Verçosa apoiou e coordenou juntamente com a Dra. Rosângela Bezerra Bonfim (oftalmologista e diretora da Clínica CINCO em Crateús) a I Jornada de oftalmologia Pediátrica nos Sertões de Crateús – Ceará - realizado dia 20 e 21 de Junho no auditório do Centro Integrado de Cirurgia Oftalmológica – CINCO. O objetivo desse curso foi aprimorar os conhecimentos dos oftalmologistas da região e possibilitar que os médicos que atendam crianças e os coordenadores das escolas saibam identificar precocemente os principais sinais e sintomas das principais doenças oculares na infância e participar como agente colaborador na Prevenção da Cegueira Infantil. Na programação científica contamos com a participação da Dra. Márcia Tartarella (Oftalmologista pediátrica - UNIFESP), da Dra. Islane Verçosa (Oftalmologista pediátrica, diretora do CAVIV e Presidente da SBOP), Dra. Rosângela Bonfim (Oftalmologista e diretora da Clínica CINCO em Crateús) e Dr. Hermínio Rezende (Oftalmologista e Deputado Estadual). Estavam presentes médicos, terapeutas e profissionais da área de educação, entre eles Dr. José Wellington Rodrigues, presidente do CREMEC da Regional Crateús, Dr. Raimundo Nonato Lima Neto-Presidente da Unimed Regional. No módulo prático tivemos o treinamento do teste do olhinho em uma criança convidada e entre os participantes. Tivemos também o atendimento de crianças com problemas oculares da região. O evento teve apoio também da Sociedade de Oftalmologia do Ceará (SOC), do Centro de Aperfeiçoamento Visual Islane Verçosa, da Unimed Regional de Cratéus, da Prefeitura Municipal de Crateús, da Secretaria Municipal de Saúde e da Fundação Lucinda Pires de Sabóia. Contou com o patrocínio das empresas Alcon, Essilor, Transitions e Zeiss. 10 Ceará Oftalmológico III JORNADA DE OFTALMOLOGIA DA REGIÃO NORTE I FÓRUM EM DEFESA DA SAÚDE OCULAR científica contou com palestra do médico oftalmologista Leonardo Akaishi (DF) que falou sobre Lentes Intra Oculares. A Dra. Leonete Borges, Secretária Executiva da Comissão de Saúde Ocular da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará, falou sobre o Projeto Olhar Brasil, do Governo Federal, que visa identificar problemas visuais relacionados à refração, em alunos matriculados na rede pública de ensino fundamental (1ª a 8ª série), no programa “Brasil Alfabetizado” do MEC e população acima de 60 anos de idade. O Departamento Jurídico da SOC, através do advogado George Fontenelle, abordou temas relacionados à defesa de classe e às ações promovidas pela SOC contra os falsos profissionais. A programação social teve início com um almoço na Serra da Meruoca para os que viajaram no ônibus fretado pela SOC. Em Camocim os participantes foram recepcionados com banda de música e participaram de jantar temático, além de uma caranguejada e passeio até a praia de Jericoacoara. A SOC agradece aos parceiros (Alcon, Casa dos Relojoeiros, Coopervision, Essilor, Genon, Ótica Mariz e UNIMED) que tornaram possível este evento. Recepção pela banda municipal Socorro Lucena, Arabella Chagas, Daniel e David Lucena, Sérgio Augusto, Edison Costa, Hyder Carneiro, Clayrton Martins, Jailton Dantas, George Carneiro, João Conrado, Fernando Delgado e Wantan Laércio Leonardo Akaishi Jailton Dantas, Leonardo Akaishi e Germano Andrade George Fontenelle (adv. da SOC) e Leonete Borges (Sec. da Saúde do Estado) Germano Andrade e Bernadeth, Sérgio Augusto Caranguejada Saída para Jericoacoara Ana Maria Dias e Ricardo Barreto George Carneiro, Hyder Carneiro e David Lucena Fernando Delgado e Sra. João Batista Monteiro e Sra. Natanael Charles e Adriano Chaves Clayrton Martins, Daniel Lucena, Wantan Laércio e David Lucena Livramento e Edison Costa Wantan e Vilma Laércio Leonardo Akaishi, Germano Andrade, Newton Andrade, Bernadeth e família Atividade científica Leonete Borges, Jocelia e Hyder Carneiro, Lourdes Soares e Sérgio Augusto, Jailton Dantas e Clayrton Martins Local do evento A Sociedade de Oftalmologia do Ceará (SOC) promoveu, no período de 10 a 13 de julho de 2008, a III Jornada de Oftalmologia da Região Norte e o I Fórum em Defesa da Saúde Ocular, na cidade de Camocim. O evento teve lugar no Hotel Boa Vista Resort e contou com a participação de cerca de 80 participantes, entre oftalmologistas da capital e interior. A programação 11 Ceará Oftalmológico FORTALEZA CONTRA O GLAUCOMA A Sociedade de Oftalmologia do Ceará (SOC), tendo a frente o seu presidente, Dr. Sérgio Augusto Carvalho Pereira, e com o apoio da Sociedade Brasileira do Glaucoma, Alcon e dos serviços de residência médica do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), Hospital de Olhos Lei- ria de Andrade(HOLA), Oftalmoclínica (Clínica Dr. José Nilson,Funcep), e Sociedade de Assistência aos Cegos (SAC) realizou o primeiro FORTALEZA CONTRA O GLAUCOMA. O evento aconteceu nos dias 18 e 19 de julho de 2008 no Ginásio Aécio de Borba, em Fortaleza. Todos os atendimentos realizados no Fortaleza Contra o Glaucoma foram feitos mediante a distribuição prévia de senhas. A proposta da campanha foi realizar exames de detecção da doença na população e, ao mesmo tempo, conscientizá-la sobre a importância de se prevenir do glaucoma. A campanha alcançou pleno êxito nos dois dias em que aconteceu. CAMPANHA FORTALEZA CONTRA O GLAUCOMA DATA PACIENTES LIBERADOS ENCAMINHADOS TOTAL % ENC 18/7/2008 335 52 387 13,44% 19/7/2008 587 120 707 16,97% 172 1094 15,72% TOTAL DA CAMPANHA Ginásio Aécio de Borba Sérgio Augusto, Hissa Tavares, Leiria Neto e Nonato Ribeiro (ALCON) Sérgio Augusto e Jovanni Alves Sérgio Augusto ladeado por médicos residentes e participantes da campanha Atendimento ao público COMEMORAÇÃO DOS ANIVERSARIANTES A Sociedade de Oftalmologia do Ceará (SOC), com o apoio da Alcon e Essilor, continua homenageando os aniversariantes de cada mês com um almoço. Os associados, que estejam quites com a SOC, reúnem-se todo final de mês em um restaurante da cidade para um descontraído bate papo. Segue abaixo o calendário dos próximos encontros em 2008. Setembro - dia 26 – Outubro - dia 24 – Novembro - dia 28 – Dezembro - dia 12 12 Ceará Oftalmológico Ab ordag em do estrabismo restritivo na Orbitopatia de Graves Galton Carvalho Vasconcelos Médico oftalmologista do Setor de Estrabismo e chefe do Serviço de Baixa Visão Infantil do Hospital São Geraldo -HCUFMG Chefe do Serviço de Oftalmologia pediátrica do IOBH Doutor pela Universidade Federal de Minas Gerais Dentre as manifestações inflamatórias da Orbitopatia de Graves, frequentemente o oftalmologista se depara com a necessidade de avaliar e tratar o estrabismo restritivo e a diplopia resultantes dessa condição A orbitopatia distireoidea ou orbitopatia de Graves como é mais conhecida é uma condição auto-imune da órbita de perfis complexos e desafiadores, intimamente associada ao hipertireoidismo, podendo anteceder, coincidir ou suceder ao hipertireoidismo. A orbitopatia faz parte de um quadro sistêmico conhecido como doença de Graves que é composto, clinicamente, pela presença de bócio difuso, hiperfunção tireoidiana, a própria orbitopatia e ocasionalmente mixedema pré-tibial, cada uma dessas condições podendo existir isoladamente. Nos casos em que, a orbitopatia não se acompanha do hipertireoidismo, essa é denominada orbitopatia de Graves eutireoidea. Sua patogênese apresenta ainda diversos aspectos mal compreendidos. A excessiva produção de hormônios tireoidianos e o aumento da tireói- de parecem resultar da estimulação de anticorpos contra os receptores tireoidianos do TSH, denominados imunoglobulinas estimuladoras da tireóide (TSI). Observa-se nessa condição a presença de linfócitos secretores de imunoglobulinas nos tecidos orbitários, que estimulam os receptores das células musculares e fibroblastos a produzir glicosaminoglicanos. Essa seqüência desencadeia um aumento do número de linfócitos, fibroblastos, mucina e água. Inicia-se, assim um processo inflamatório que se estende pela gordura e músculos, sendo responsável pelo edema e hipertrofia dos tecidos orbitários na fase aguda e fibrose na fase crônica. A inflamação dos tecidos orbitários e o hipertireoidismo são responsáveis por uma variedade de achados clínicos tais como a retração palpebral, a proptose, o edema conjuntival, o aumento da musculatura extra-ocular e a neuropatia óptica. ção dos tecidos oculares e orbitários, podendo incluir algumas vezes, no caso dos músculos extra-oculares, a hiperemia e a quemose na conjuntiva próxima à inserção dos retos, identificável ao exame da conjuntiva à lâmpada de fenda. Além disso, observa-se edema palpebral e proptose de graus variados. Na fase crônica do processo inflamatório, alguns pacientes desenvolvem músculos restritos, fibróticos, o que pode aumentar o desvio observado na fase aguda, outros desenvolvem sinais restritivos sem passar por um estágio inflamatório clássico. Este modo de apresentação é menos comum e pode levar à confusão no diagnostico principalmente se os exames laboratoriais do pacientes estiverem normais. O início da diplopia é, muitas vezes, insidioso e dependendo da magnitude do desvio, confundida com borramento visual. Edema periorbitário e dificuldade de elevação de um ou ambos os olhos podem ser QUADRO CLÍNICO DOS os achados iniciais da orbitopatia, poESTRABISMOS dendo, no entanto, haver a sobrepoA orbitopatia inicia-se com si- sição de diversos quadros (proptose, nais de congestão típicos da inflama- retração, estrabismo). Ceará Oftalmológico Ressalta-se que, com relação ao acometimento da musculatura extra-ocular, os quadros são bilaterais e geralmente assimétricos, podendo estar associados em posição primária à diplopia horizontal e vertical. Os músculos podem estar aumentados de 2 a 8 vezes o seu volume normal. Os músculos mais acometidos são respectivamente o reto inferior, o medial, o superior e por último o lateral, observando-se, desta forma, mais freqüentemente a limitação de elevação, seguida da limitação da abdução, limitação da depressão e por fim, da adução. A limitação de elevação, a mais observada clinicamente, aumenta no olhar para o lado e para cima. Observa-se que acometimentos simétricos dos músculos em cada olho originam desvios menores em posição primária, diferentemente de músculos marcadamente aumentados em apenas um dos olhos, o que torna o quadro restritivo originado por esse músculo bastante acentuado, sendo relevante sua observação para posterior planejamento do tratamento cirúrgico. Devido à restrição e à diplopia, freqüentemente os pacientes desenvolvem posições compensatórias da cabeça, o que dificulta as atividades visuais da vida diária. Feldon e colaboradores observaram a maior freqüência de neuropatia óptica em pacientes com acentuada limitação de abdução, devido a maior proximidade do reto medial hipertrofiado do nervo óptico. A limitação da adução ou depressão isoladamente é rara. A ocorrência de exotropia , ao contrário dos quadros clássicos de hipotropia e esotropia, leva o examinador a cogitar a associação entre orbi- topatia de Graves e Miastenia Gravis. A avaliação clínica cuidadosa do paciente é de extrema importância para uma condução adequada e personalizada e o diagnóstico deve se basear nas alterações clínicas, laboratoriais e de imagens. O estudo através de imagens tem papel relevante no estudo do estrabismo desses pacientes. A tomografia computadorizada (CT) e a ressonância magnética (RNM) revelam músculos aumentados, facilmente identificáveis em cortes axiais e coronais. Em casos de estrabismo unilateral, o encontro de músculos aumentados bilateralmente nas imagens correlaciona-se fortemente ao diagnóstico da orbitopatia de Graves. Observa-se um aspecto fusiforme desses músculos, à custa do aumento dos seus ventres musculares. A sensibilidade da CT para o reconhecimento da hipertrofia muscular é de 85%, comparado com 61% da RNM. Observou-se que a estimativa dos volumes orbitários e musculares à CT em pacientes com orbitopatia de Graves é maior se comparado a um grupo controle sem orbitopatia. O grau de orbitopatia clínica, portanto, se relaciona quantitativamente com o aumento do tecido orbitário e muscular da órbita. A avaliação motora do estrabismo deve ser sempre correlacionada com os achados das imagens, para melhor compreensão dos casos. A ducção forçada passiva deve ser realizada em casos suspeitos de restrição da motilidade. Os achados em ambos os olhos podem ser assimétricos. Deve-se levar em conta o diagnóstico diferencial da Orbitopatia de Graves com as diversas condições que acometem as estruturas orbitárias: a doença inflamatória da 13 órbita (pseudotumor e miosite), doenças sistêmicas com acometimento orbitário (linfoma, sarcoidose e amiloidose), sinusite com extensão orbitária, neoplasias e cistos orbitários, lesões vasculares orbitárias (fistula cavernosa e malformação dural arterio-venosa). Deve ser observado ainda, se a lesão é unilateral ou bilateral, localizada ou difusa, a porção de acometimento da musculatura, a história clínica do paciente para outras doenças, a presença de acometimento de outras estruturas adjacentes como os seios da face, a palpação da órbita e a presença de ingurgitamento vascular. O TRATAMENTO O tratamento da da miopatia restritiva inicia-se ainda na fase aguda após anamnese detalhada onde são identificadas as queixas do paciente, em especial com relação a borramento e à diplopia. Conforme enfatizado anteriormente, na presença de estrabismos muito pequenos, a diplopia é comumente referida como borramento visual, podendo-se utilizar o filtro vermelho em um dos olhos concomitante à medida do desvio para acentuar a disparidade entre as imagens. A medida dos desvios pode ser feita pelo método de cobertura com prismas (Cover test com prismas) ou pelo método de Krimsky, conforme a o grau de limitação da motilidade ocular. Identificada a diplopia, procede-se então a avaliação da melhor prescrição óptica de prismas de adaptados às lentes de óculos ou a sobreposição de prismas de Fresnel. As prescrições ópticas para longe e perto dos multifocais devem ser desmembradas ou substituídas por bifocais, com a película para perto mais elevada. Estão indicados os prismas 14 ainda para alívio ou correção das posições compensatórias da cabeça resultantes desses estrabismos. A correção cirúrgica dos desvios somente deve ser realizada na fase crônica e após alguns meses de estabilidade da orbitopatia e dos quadros tireoidianos. Frequentemente, tal espera é motivo de angústia para os pacientes, que querem se ver livres o mais prontamente que possível da diplopia e do aspecto desfigurante da orbitopatia e do estrabismo. A correta compreensão das etapas da doença bem como dos diversos tratamentos disponíveis deve ser apresentada ao paciente A descompressão orbitária precede a correção dos estrabismos e as blefaroplastias somente devem ser realizadas após a correção dos estrabismos. Devida a freqüente imprevisibilidade dos resultados cirúrgicos, diversos autores optam pelo uso das suturas ajustáveis. Nguyen e colaboradores chamam a atenção para a importância das assimetrias das versões no planejamento cirúrgico. Devido à severidade dos quadros restritivos frequentemente as medidas dos desvios apresentam erros, devendo-se objetivar a restauração ou incremento do equilíbrio das versões, mais que a simples correção dos desvios em posição primária e de leitura, o que conduz a maior satisfação dos pacientes com os resultados cirúrgicos. Devido à presença de graus variados de fibrose muscular sugere-se deixar uma pequena hipocorreção do desvio no pré-operatório imediato. A comunicação entre os diversos profissionais envolvidos no tratamento: oftalmologista, endocrinologista, clínico e radiologista, bem como das diversas subespecialidades oftalmológicas, deve ser estimulada. Ceará Oftalmológico Figura 1. Tomografia computadorizada de paciente com orbitopatia de Graves: cortes axial (foto superior) e coronais (fotos inferiores). Observa-se em todos os cortes o aumento dos músculos extra-oculares com predominância dos retos inferiores e mediais. Na fotografia abaixo e a esquerda observa-se corte coronal posterior com comprometimento do nervo óptico por aumento do músculo reto medial Figura 2 Foto de paciente feminino sem proptose, com esotropia e hipotropia restritivas bilaterais da OG. Observa-se esotropia com acentuada restrição à abdução de ambos os olhos, principalmente do esquerdo. Em supraversão, observa-se a limitação da elevação de ambos os olhos (fotos superiores). 15 Ceará Oftalmológico E S PA Ç O J U R Í D I C O O Poder de Polícia das Secretarias de Vigilância Sanitária Ao longo dos últimos anos toda a classe da Oftalmologia vem despendendo esforços na preservação da saúde ocular da população e no combate à atuação dos falsos médicos, através de ações judiciais e medidas extrajudiciais. A atuação, sempre voltada à identificação e punição dos falsos profissionais é sempre potencializada com a interdição de casas de ótica que atuam à margem da Lei e fomentam a venda irregular de óculos e lentes de grau. A legislação federal que regulamenta o exercício da medicina oftalmológica e a venda de lentes de grau apresenta ferramentas efetivas, mas ainda pouco conhecidas pelo poder público de um modo geral, no combate aos optometristas e ópticas irregulares, na medida em que a legislação confere às Secretarias de Vigilância Sanitária o poder de fiscalização e punição administrativa dos estabelecimentos irregulares. A fiscalização realizada pelo Estado é ato de Poder de Polícia Administrativa, que encontra fundamento no princípio da supremacia do interesse público, o qual deve ser observado na elaboração da lei e no momento de sua aplicação pela Administração. Ligado a esse Princípio da Supremacia do Interesse Público está o da Indisponibilidade do Interesse Público que significa, noutras palavras, que o próprio órgão administrativo que os representa e defende não tem disponibilidade sobre eles, devendo, portanto cumprir as nomas como elas se apresentam, não podendo, portanto, se esquivar de seu dever. Neste cenário, através do exercício do seu legítimo Poder de Polícia Administrativa, as Secretarias de Vigilância Sanitária devem praticar os atos administrativos e operações materiais de aplicação da lei ao caso concreto, devendo realizar medidas preventivas (fiscalização, vistoria, ordem, notificação, autorização, licença), com o objetivo de adequar o comportamento individual à lei, e medidas repressivas (interdição de atividade, apreensão de mercadorias, cancelamento de autorização ou licença, aplicação de multas), tudo com a finalidade de coagir o infrator a cumprir a lei, punindo-o, quando a legislação assim impuser. No caso específico da Oftalmologia, os Decretos Federais nºs 20.931/1932 e 24.492/1934, indicam precisamente as formas de punição administrativa dos infratores. As previsões legais dispostas nas citadas normas legais devem, portanto, ser cumpridas pelas Secretarias de Vigilância Sanitária dos Estados e dos Municípios, as quais, de acordo com as suas atribuições, devem realizar fiscalizações e aplicar as penalidades adequadas às infrações identificadas. Entretanto, a atuação das secreatarias de vigilância sanitária, mormente das cidades interioranas, é obstacularizada por falta de pessoal capacitado para realizar as fiscalizações, identificação das irregularidades e aplicação das penas administrativas cabíveis. Curial, portanto, que a classe médico-oftalmológica alie-se a estes importantes órgãos fiscalizadores, para fornecer substrato às suas atuações, colaborando, assim, com o Poder Público que, sem dúvida, auxiliará no combate contra os falsos médicos, fechando os estabelecimentos irregulares, tudo na busca da preservação da saúde ocular da população. OFTALMOLOGIA E ARTE O Ceará Oftamológico abre espaço para a fotografia. O médico oftalmologista Valter Justa nos mostra alguns exemplos de seu trabalho. O momento certo de captar a imagem e o ângulo correto, dão uma dimensão artística ao trabalho. Mário Dos Martins Coelho Bessa Assessor Jurídico da Sociedade de Oftalmologia do Ceará Advogado OAB-CE 15.254 16 Ceará Oftalmológico CALENDÁRIO OFTALMOLÓGICO SOCIEDADE DE OFTALMOLOGIA DO CEARÁ Sede Própria: Av. Dom Luiz, 300 - S/ 1127 Meireles-Fortaleza-CE - CEP 60.160-230 Fone-Fax: (85) 3264.9404 www.soc.org.br e-mail: [email protected] DIRETORIA EXECUTIVA Presidente Dr. Sérgio Augusto Carvalho Pereira Vice-Presidente Dra. Márcia Maria de Araújo Medeiros Secretário Geral Dr. Abrahão da Rocha Lucena 1º Secretário Dr. George Emílio S. Carneiro 2º Secretário Dra. Joana Gurgel Holanda Filha 1º Tesoureiro Dr. Edmar Oliveira Guedes Júnior 2º Tesoureiro Dr. Francisco Eurípedes Gomes de Lima Repres. Reg. Norte Dra. Ana Maria F. Gomes Dias Repres. Reg. Central: Dr. Raimundo Holanda Amorim Repres. Reg. Sul: Dr. João Correia Saraiva COMISSÕES Cursos: Dr. Abelardo Pompeu de Targino Dr. Alexandre Teles Holanda Dr. David da Rocha Lucena Dra. Deborah Fernandes Távora Dr. Leiria de Andrade Neto Dr. Newton Leitão de Andrade Dr. Rodrigo Vicentini PIADAS - Na verdade, colocaremos R$ 750.000,00, porque temos que descontar o Imposto de Renda. E o filho mais velho: - E também temos que abater 17% de ICMS e 5% de ISS. Ouvindo as palavras dos filhos, a mãe disse: - BASTA!!! Não acredito no que estou ouvindo! O pai de vocês não merece isso! Tanta avareza por parte de vocês. Esqueçam o dinheiro. Nós vamos é enterrá-lo com o seu Cartão de Crédito... Assim, ele pode gastar o quanto quiser! * Numa pequena cidade do interior do CEARÁ, uma mulher entra em uma farmácia e fala ao farmacêutico: - Por favor, quero comprar arsênico. - Mas... não posso vender isso ASSIM! Qual é a finalidade? - Matar meu marido!! - Pra este fim... piorou... Não posso vender!!! A mulher então abre a bolsa e tira uma foto do marido, na cama, com a mulher do farmacêutico. - Ah bom!... COM RECEITA É OUTRA COISA. * Três amigos mentirosos e metidos a besta se encontram, o paulista diz: - Estou pensando em comprar o Citibank!!! O carioca: - Pois eu quero comprar a Usiminas!!! Olham para o mineiro, que desconfiado palitando os dentes com um graveto, diz: - Podem querer, eu não vendo !!! * A família estava toda reunida para decidir o velório do patriarca, um judeu muito rico, quando o filho mais novo disse a todos: - Agora, temos que realizar o último desejo de nosso Pai. Enterrá-lo junto com um milhão de reais. Ao que o filho do meio retrucou: Jornal Ceará Oftalmológico: Dr. Adriano Maciel Xerez Dr. Emilson Alves de Sousa Dr. Héverson Paranaguá da Paz Dra. Maria do Socorro Lucena Dra. Rosemary Jorge Mendonça Ética: Dr. Cleanto Jales de Carvalho Filho Dr. Fernando Queiroz Monte Dr. Francisco Alequy de Vasconcelos Filho Dr. Francisco José Pessoa A. Reis Dr. Rafael Dias Marques Nogueira Dr. Sylvio Idelburque Leal Filho Incentivo à Pesquisa Científica: Dra. Andréia Giffoni Dr. Carlos Afonso Silva Dr. Cícero Narcísio Moreira Leite Dr. Jailton Vieira da Silva Dr. Regis Santana de Figueiredo Dr. Ricardo E. Marrocos de Aragão Dra. Rosistelle Maria O. Bezerra Castaldelli Dr. Walder Braga Viana Comissão de apoio à Coftalce: Dr. Álvaro Fernandes Ferreira Dr. Antônio Costa Filho Dra. Alessandra Rossi Dr. Daniel Canamary Silveira Ribeiro Dr. Josué Araújo Feitosa Dr. Luis Franco de Sá Filho Lente de Contato: Dra. Arabella Chagas Primo Dr. Fernando Augusto Delgado Sampaio Dra. Ivana Lucia S. Carneiro Dr. José Hyder Dantas Carneiro Dra. Maria Eugênia Lima Cruz Dr. Sisley Jean Araújo Viana Dra. Vânia Queiroz Germano Tavares Prevenção à Cegueira: Dra. Ana Valéria Carneiro Teixeira Dr. Breno Santos de Holanda Dr. Daniele Limeira Lima Costa Dr. Jailton Dantas Dr. Paulo Rogers Parente Gomes Conselho Consultivo: Dr. Fernando Antônio Lopes Furtado Mendes Dr. Aristófanes Canamary Ribeiro Dra. Eliane Barbosa Silva Bonfim de Morais Dra. Islane Maria Castro Verçosa Dr. Antônio Augusto Matos Pires AGRADECIMENTOS DIREITOS DO SÓCIO O associado da S.O.C tem direito a: participar gratuitamente dos cursos e eventos promovidos pela Sociedade; desconto na inscrição do Congresso Cearense de Oftalmologia; assessoria jurídica; participar da COFTALCE; Defesa da Saúde Ocular: Dr. Antônio Hermínio B. Resende Dr. Carlos Alfredo Cisne Guerra Dr. Danton Correia Nobre Junior Dr. Francisco Melo Neto Dr. João Helder A. Arcanjo Dr. Volney Anderson Castaldelli receber o Jornal Ceará Oftalmológico; participar do Guia do Oftalmologista Cearense. ASSOCIE-SE JÁ! FORTALEÇA A DEFESA DA CLASSE! Informações: (85) 3264-9404 Expediente Projeto Gráfico e Editoração Eletrônica Francisco Batista Impressão Expressão Gráfica e Editora Ltda. Tiragem 500 exemplares Jornalista Responsável José Mario Pinto Reg/DRT 290/01/148/CE