CEU É SHOW
ESPETÁCULO: Orfeu Mestiço
QUANDO: 04 de Outubro de 2012
HORÁRIO: 20h
ONDE: Teatro Myriam Muniz CEU SÃO MATEUS
QUANTO: GRATUITO
CLASSIFICAÇÃO: 12 anos
INGRESSOS: COM
01
HORA DE ANTECEDÊNCIA.
Sinopse
A montagem
Orfeu Mestiço – Uma Hip-hópera Brasileira,
com linguagem inovadora,
traz para o palco o mito de Orfeu,
relacionando-o ao período da ditadura militar.
A peça une o virtuosismo da ópera aos elementos
da cultura popular urbana.
A narrativa mostra o retorno de um político ao seu
passado, atrelado à ditadura.
Um telefonema sobre a exumação do corpo da
esposa, desaparecida no período naquele período,
coloca o homem em contato com um passado que,
por anos, tentou esquecer.
A partir deste conflito, o texto inspirado nos
mitos órficos evoca ao espaço cênico, projetado
pela cenógrafa Daniela Thomas, personagens de
várias épocas que acompanharão Orfeu em sua
descida aos infernos.
Espetáculo VENCEDOR DO PRÊMIO Shell
Melhor Atriz e indicado também na direção
musical.
Ganhador do Prêmio CPT
(melhor projeto sonoro).
Com o Núcleo Bartolomeu de Depoimentos.
Ficha Técnica:
Dramaturgia, Direção, Letras e Figurino: Claudia Schapira.
Direção Musical: Eugênio Lima e Roberta Estrela D’Alva.
Direção de Movimento, Coreografias e Supervisão de Vídeo: Luaa Gabanini.
Atores-MCs:
Cristiano Meirelles (Orfeu Jovem), Daniela Evelise (Eurídice, Celestina),
Eugênio Lima (Orfeu Velho), Luaa Gabanini (Maria Alice, Mãe do DOPS),
Ricardo Leite (Coronel, Padre Léo, Chefe do Dops, Torturador, General) e
Roberta Estrela D’Alva (MC-Griot-Corifeu).
Coletivo Dissonante (Músicos-Ogãs e Dançarinos):
Alan Gonçalves, Antônio Malavoglia, Bárbara Malavoglia, Carla Raiza, Cássio
Martins, Eugênio Lima, Fernando Alabê, Janaína Silva, Mônika Bernardes,
Pipo Pegoraro e grupo Treme Terra: Bruna Braga, Bruna Maria, Daniel Laino,
Giovane Di Ganzá, João Nascimento e Lígia Nicácio.
Participações Especiais (Vídeo):
Danilo Grangheia (Jornalista), Luís Mármora (Padre Velho), Marco Antônio
Rodrigues (Voz off “convocatória”).
Assistente de Direção: Éder Lopes
Cenografia: Daniela Thomas
Assistentes de Cenografia: Mari Alves Pinto e Stella Tennenbaum
Produção de Arte: Bianca Turner
Cenotécnicos: Cema e Bruno Lohmann
Vídeo: Tatiana Lohmann e coletivo ZoomB Laboratório Audiovisual.
Operação de Vídeo:
Catarina Siqueira e Veruscka Girio (Astronauta Mecânico)
Desenho de Luz: Francisco Turbiani.
Assistência de Desenho e Operação de Luz: Carolina Autran
Desenho de Som: Eugênio Lima
Operação de Som: Doutor Aeiuton e Pipo Pegoraro
Engenheiro de Som: Eugênio Lima e Pipo Pegoraro
Produção Executiva: Fernanda Rodrigues
Comunicação: Maitê Freitas
Programação Visual: Sato (casadalapa)
Administração Núcleo Bartolomeu: Mariza Almeida
Crítica musical - CRÍTICO
DA FOLHA DE SÃO PAULO
Lírico e épico, "Orfeu Mestiço" comprova maturidade de grupo
LUIZ FERNANDO RAMOS
Mistura de teatros."Orfeu Mestiço: Uma Hip-hópera Brasileira", do Núcleo
Bartolomeu de Depoimentos, combina diversas teatralidades para revisitar a
história política do Brasil durante os anos 1960 e consolidar o estilo criado pelo
grupo ao longo da última década.
Fruto de três anos de investigação em torno das raízes formadoras do povo
brasileiro, o espetáculo reapresenta o mito grego de Orfeu não como mistério,
mas como suporte para uma discussão sobre o desaparecimento de presos
políticos na ditadura.
Essa opção condiciona a dramaturgia, em versos, e a bela encenação de Cláudia
Schapira, propiciando tanto virtudes como problemas.
POESIA E IMAGINAÇÃO A trama é tecida sem
linearidade, como um relógio que vagasse para frente e para trás ao sabor de
um ponteiro movido pela poesia e pela imaginação. O eixo em torno de que
orbitam diversos tempos e situações é a história de Orfeu, um juiz do Supremo
Tribunal Federal que viu na juventude seu amor, Eurídice, uma professora
engajada em métodos revolucionários, sumir nos porões do regime militar. A
mobilidade da narrativa, conduzida pela atriz e MC (mestre de cerimônias, na
tradição do hip-hop) Roberta Estrela D'Alva, que pontua todas as transições
com sua presença arrebatadora, permite, além das idas e vindas, superpor
diversas camadas de enunciação.
EXCELÊNCIA É uma estratégia por vezes desviante, mas que quase
sempre impacta. A direção musical de Eugênio Lima e as coreografias de Luaa
Gabanini, ambos em cena -ele como o Orfeu maduro, ela se desdobrando com
talento em diversos papéis-, ao lado da sublime cenografia de Daniela Thomas
-em diálogo com a tradição do grupo e com a precariedade de seu espaço- e do
extraordinário trabalho de vídeo de Tatiana Lohmann, alcançam o patamar da
excelência. Por outro lado, a tentação dos autores da montagem de tornar os
personagens heróis imaculados (e de eles próprios se heroicizarem) instaura
uma solenidade e implica em rodeios retóricos que beiram o barroquismo. A
profusão de elipses, se evita o didatismo, faz com que o que é narrado se torne
prolixo e com que a poética cênica se dilua. O Núcleo Bartolomeu se mostra
maduro e senhor de uma linguagem própria. Nesse seu mais ambicioso e bem
realizado espetáculo, que se insere na corrente que vem inventando um modo
brasileiro de fazer musicais, confirma tendência de outros grupos de sua
geração de prospectar o passado à cata de perguntas para o futuro. As utopias
que resgatam de velhos baús, se reluzem, também lhes pesam e os atravancam
como fantasmagorias paralisantes. Mas o "Orfeu" que montam, híbrido de
lírico e de épico, de ópera e de festa de terreiro, fala por si.
Temas trabalhados:
História do Brasil | Ditadura Militar
Mitologia Grega | Mito de Orfeu
Literatura | Poesia
Cultura Hip Hop | Street Dance, Rap
Fotos
Download

Sinopse A