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X Salão de
Iniciação Científica
PUCRS
As Virtudes de Liberalidade e Magnificência como
Características do Líder.
Renan Bernardes1, Tiago Mendonça dos Santos1, Tarcísio Vilson Meneghetti1, Josemar Sidnei
Soares1(orientador)
1
Curso de Direito da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, Grupo de Pesquisa em Filosofia do Direito
– Grupo Paidéia
Resumo
Introdução
O presente estudo propõe-se a uma investigação aristotélica, tratando do ser humano
como alguém que tem por finalidade a felicidade, ou seja, o ser humano tende a um bem e
este bem é a felicidade. Assim, através do aprimoramento das virtudes tanto intelectuais como
morais, o individuo pode alcançar este bem. Aristóteles trata das principais áreas pelas quais o
homem deveria atentar e buscar agir virtuosamente para que pudesse tornar-se realizado, feliz.
Nesta linha, o filósofo dedica o Livro IV da obra em questão para tratar sobre a liberalidade.
Portanto, deve-se investigar qual a relação do dinheiro para alcançar a finalidade do
ser humano. Neste mesmo sentido, Maslow trata do dinheiro como meio para a autorealização humana, mais especificamente no mundo empresarial, na qual destaca a relação do
empresário com este meio. Deste modo, buscar-se-á relacionar a virtude aristotélica da
liberalidade com a funcionalidade para o individuo e seu ambiente, para o alcance desse
objetivo maior.
Metodologia
Para a presente pesquisa foi utilizado o método indutivo, através da pesquisa
bibliográfica.
Resultados e Discussão
Aristóteles em uma das suas principais obras Ética à Nicomaco, aborda o individuo,
na sua perspectiva existencial, que tem como função a busca de um bem, ou melhor, do bem
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supremo que no seu entender é a felicidade (eudaimonía). Ocorre que, para que o individuo
alcance este bem, é necessário que ele desenvolva certas virtudes como coragem, temperança,
justiça, amizade, liberalidade, magnificência, entre outras, conforme tratado no livro II da
referida obra.
A virtude (areté) é entendida como o meio-termo entre dois vícios, um que envolve
excesso e outro a falta(ARISTÓTELES, 2009, p. 47). Assim, através da escolha do individuo,
relacionada à suas ações e paixões, busca-se o ato mediano, ou seja, medianidade, o meiotermo está relacionada à boa conduta do sujeito. Portanto, para alcançar a virtude é necessária
a prática de atos virtuosos, os quais são adquiridos através do hábito. Conforme Bittar (2003,
p. 1019) “[...] ao passo que o hábito(éthos) se destaca como elemento essencial da virtude
propriamente ética”.
Com relação ao dinheiro, Aristóteles dispõe sobre dois tipos de virtudes: a liberalidade
e a magnificência. A liberalidade é entendida como o “meio-termo entre dar e obter riquezas,
o homem liberal dará e gastará as quantias certas com os objetos certos, quer sejam coisas
pequenas, quer sejam grandes, agirá assim com prazer; e também obterá as quantias que
convêm das fontes que convêm.(ARISTÓTELES, 2009, p.83). Portanto, o individuo através
de uma conduta ética, ou seja, virtuosa buscará obter riquezas, para seu desenvolvimento, e
neste mesmo sentido buscará auxiliar os demais. Então, no que se refere a riqueza o individuo
deverá gastá-la com sabedoria, e não utilizá-la como forma de assistencialismo ou ainda com
a intenção de guardá-la. Com relação à magnificência o autor conceitua tal virtude do mesmo
modo que a liberalidade mas com relação a valores exaustivamente maiores.
Neste sentido, pode-se relacionar entendimento aristotélico, com os estudos de
Maslow, psicólogo humanista contemporâneo, que entende o ser humano, como alguém que
deve buscar a auto-realização acima de tudo, mas, para tanto, deve se utilizar de certos meios,
dos quais encontra-se o dinheiro. Para Maslow (2003, p.135): “o grande líder deve se
desprender da idéia de materialismo, sendo que a fortuna do líder é determinada pela
capacidade de captar e doar”.
Portanto, nota-se a relação do pensamento do psicólogo humanista com os do filósofo
estagirita, tratando-se sobre o dinheiro. No que se refere ao líder, este é entendido como “a
pessoa vetor, aquele que controla as operações. É o centro operativo das diversas relações e
funções” (MENEGHETTI, 2008, p. 22). “A palavra líder vem da palavra leading, encontrada
pela primeira vez na língua viking, na qual indicava um homem que tinha um projeto a
cumprir e estimulava também os outros a realizá-lo” (MENEGHETTI, 2008, p. 189).
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Assim, o líder é aquele que, no seu ambiente, utiliza-se de meios, dentre estes, do
dinheiro, para realizar-se e, por conseqüência, melhorar o local onde se encontra e as pessoas
que estão à sua volta, ou seja, todo o conjunto social.
Conclusão
Conclui-se, deste modo, que o líder político, social e econômico, deve ter como uma
de suas características a virtude aristotélica, especialmente a liberalidade e a magnificência,
para que, ao obter riquezas, possas dá-las, ou melhor, investi-las em pessoas e objetos, com
sabedoria para que isso, primeiramente o desenvolva, e por consequência desenvolva também
tudo e todos que se encontram ao seu redor.
Referências
ARISTÓTELES. Ética à Nicômaco. São Paulo: Martin Claret.2009.
BITTAR, Eduardo C. B.Curso de Filosofia Aristotélica. Barueri: Manole.2003.
CLAVO, Luis Carreto. Aristóteles para Executivos. São Paulo: Globo. 2007.
MASLOW, Abraham H.O Diário de Negócio de Maslow. Rio de Janeiro: Qualitymark.2003.
MENEGHETTI, Antonio. A Psicologia do Líder. Recanto Maestro: Ontopsicologica Editrice.2008
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