Artigo
Revista Científica da UFPA, V. 7, Nº 01, 2009
Estudo Espectrométrico Das Folhas Da Aninga
(Montrichardia linifera) Coletadas à Margem do
Rio Guamá no Campus da UFPA, Belém-PA.
Uma Contribuição ao Estudo Químico da
Família Araceae.
Cristine Bastos do Amarante1
Jesiel Cardoso Furtado da Silva2
Flávio Alípio Rodrigues Solano2
Lidiane Diniz do Nascimento3
Lucélia Gonçalves Moraes3
Giovana Figueiredo Silva3
William Satoshi Uno3
Resumo
Folhas de aninga (Montrichardia linifera), Araceae, foram coletadas na margem
direita do Rio Guamá, no Campus da Universidade Federal do Pará (UFPA), Belém, Pará,
Brasil, em dois períodos sazonais (chuvoso e estiagem). Foram realizadas análises para a
determinação da composição mineral (Ca, Mg, Fe, Cu, Zn e Mn) que foi obtida por
espectrometria de absorção atômica de chama. Os resultados mostraram que as folhas da
aninga possuem concentrações de manganês consideradas tóxicas para os animais que dela se
alimentam, extrapolando o limite máximo tolerável para gado e búfalo. A variação sazonal
influenciou apenas nos teores dos macronutrintes (Ca e Mg) que tiveram suas concentrações
Faculdade de Química / Instituto de Ciências Exatas e Naturais. Universidade Federal do Pará – UFPA. Rua Augusto
corrêa, 01 - Guamá. CEP 66075-110. Caixa postal 479. Tel. (91) 3201-7361. Belém - Pará – Brasil. e-mail:[email protected]
Curso de Licenciatura em Química / Faculdade de Química. Instituto de Ciências Exatas e Naturais / Universidade Federal
do Pará – UFPA.
Curso de Engenharia Química / Faculdade de Engenharia QuímicA. Instituto Tecnológico / Universidade Federal do Pará –
UFPA.
AMARANTE, C. B. do; SILVA, J. C. F. da; SOLANO, F. A. R.; NASCIMENTO, L. D. do; MORAES, L. G.; SILVA, F. G.; UNO, W. S.
1
Estudo Espectrométrico das Folhas da Aninga (Montrichardia linifera) Coletadas à Margem do Rio Guamá no Campus da
UFPA, Belém-PA. Uma Contribuição ao Estudo Químico da Família Araceae.
AMARANTE, C. B. do; SILVA, J. C. F. da; SOLANO, F. A. R.; NASCIMENTO, L. D. do; MORAES, L. G.; SILVA, F. G.; UNO, W. S.
aumentadas no período de estiagem. Os micronutrientes (Fe, Cu, Zn e Mn) não sofreram
variações sazonais significativas entre os dois períodos estudados. Dados sobre a composição
química desta espécie são escassos. Os valores da composição mineral das folhas da aninga
são descritos pela primeira vez neste trabalho.
Palavras Chave:
Montrichardia linifera, Araceae, várzea, Rio Guamá, macro e
micronutrientes, espectrometria de absorção atômica de chama.
Abstract
Leaves of aninga (Montrichardia linifera), Araceae, were collected on the right bank
of the Guamá River, in the Campus of the Universidade Federal do Pará (UFPA), Belém,
Pará, Brazil, in two seasons (rainy and drought). Were carried out analysis for the mineral
composition determination (Ca, Mg, Fe, Cu, Zn and Mn), which was obtained by flame
atomic absorption spectrometry (FAAS). The results showed that the leaves of aninga possess
concentrations of manganese considered toxic for the animals that eat it, extrapolating the
maximum tolerable limit for buffalo and cattle. The season variation influenced only in the
contents of macronutrients (Ca and Mg) that had increased their concentrations in the period
of drought. The micronutrients (Fe, Cu, Zn and Mn) did not suffer significant seasonal
variations between the periods studied. Data about the chemical composition of this species
are scarce. The values for mineral composition of the aninga’s leaves are described for the
first time in this work.
Keywords:
Montrichardia linifera, Araceae, várzea, Guamá River, macro and micro-
nutrients, flame atomic absorption spectrometry (FAAS).
Introdução
A aninga (Montrichardia linifera) é uma macrófita aquática vastamente distribuída nas
várzeas amazônicas e igualmente encontrada em diversos ecossistemas inundáveis como os
igapós, margens de rios, furos e igarapés, ocorrendo também nos Estados do Piauí, Rio de
Janeiro, sul do Brasil e Suriname [1]. Esta espécie que também é conhecida popularmente
Revista Científica da UFPA, V. 7, Nº 01, 2009 2
Estudo Espectrométrico das Folhas da Aninga (Montrichardia linifera) Coletadas à Margem do Rio Guamá no Campus da
UFPA, Belém-PA. Uma Contribuição ao Estudo Químico da Família Araceae.
AMARANTE, C. B. do; SILVA, J. C. F. da; SOLANO, F. A. R.; NASCIMENTO, L. D. do; MORAES, L. G.; SILVA, F. G.; UNO, W. S.
como “aningaçu”, “aningaíba” ou ainda “aninga-do-igapó” pertence à família Araceae que
compreende cerca de 105 gêneros e aproximadamente 3.300 espécies [2].
M. linifera pode ser encontrada na área urbana de Belém, capital do Pará, nas margens
do Rio Guamá onde ocorre em abundância nos campi da Universidade Federal do Pará,
Universidade Federal Rural da Amazônia e principalmente no complexo turístico Mangal das
Garças, além de estar representada com alguns exemplares, como um símbolo da Amazônia,
no jardim do Centro de Convenções Hangar, conforme as Figuras 1 a 3.
Figura 1. Aningal do Mangal das Garças, margem do Rio Guamá. À esquerda, vista do Portal da Amazônia. À
direita, vista do mirante do rio no Mangal das Garças.
Figura 2. Aningas no Campus da UFPA, próximo ao Restaurante Universitário.
Revista Científica da UFPA, V. 7, Nº 01, 2009 3
Estudo Espectrométrico das Folhas da Aninga (Montrichardia linifera) Coletadas à Margem do Rio Guamá no Campus da
UFPA, Belém-PA. Uma Contribuição ao Estudo Químico da Família Araceae.
AMARANTE, C. B. do; SILVA, J. C. F. da; SOLANO, F. A. R.; NASCIMENTO, L. D. do; MORAES, L. G.; SILVA, F. G.; UNO, W. S.
Figura 3. Aningas ornamentando o jardim do Centro de Convenções Hangar, caracterizando a paisagem
amazônica.
Os aspectos morfológicos de M. linifera a caracterizam como uma espécie herbácea
com 4 – 6 metros de altura, folhas com cerca de 45 – 66 cm de comprimento e 35 – 63 cm de
largura [1]. Sua flor é uma espádice simples de coloração branca amarelada (Figura 4) e seus
frutos (Figura 5) fazem parte da dieta dos grandes herbívoros, como o peixe-boi, as capivaras
e as tartarugas [1].
Figura 4. Flor de M. linifera (Araceae)
Figura 5. Os frutos de M. linifera (Araceae) fazem parte da dieta dos grandes herbívoros, como o peixe-boi, as
capivaras e as tartarugas [1].
Revista Científica da UFPA, V. 7, Nº 01, 2009 4
Estudo Espectrométrico das Folhas da Aninga (Montrichardia linifera) Coletadas à Margem do Rio Guamá no Campus da
UFPA, Belém-PA. Uma Contribuição ao Estudo Químico da Família Araceae.
AMARANTE, C. B. do; SILVA, J. C. F. da; SOLANO, F. A. R.; NASCIMENTO, L. D. do; MORAES, L. G.; SILVA, F. G.; UNO, W. S.
No entanto, apesar de sua presença ostensiva (Figura 6) na paisagem amazônica,
praticamente não existem dados na literatura sobre a caracterização química desta espécie.
Com relação à sua etnobotânica, a mesma é dita pelos ribeirinhos como venenosa porque em
humanos sua seiva (Figura 7) causa queimaduras na pele e em contato com os olhos pode
causar cegueira, mas mesmo assim ela é utilizada tradicionalmente como cicatrizante; suas
folhas são consideradas anti-reumáticas e eficazes em úlceras; as raízes, apesar de tóxicas, são
anti-diuréticas [1] e há relatos também de que esta planta tem propriedade expectorante [3].
Compressas e emplastos das folhas são utilizados no tratamento de abscessos e tumores [4] e
contra picada de arraia [5]. Diz-se também que a gosma liberada do pecíolo (haste que
sustenta o limbo da folha) serve para o tratamento tópico da impingem. Quanto ao aspecto
econômico cita-se que ela pode ser usada na confecção de cordoarias grosseiras [1], seus
caules são usados como flutuadores no transporte de madeira [3] e sua polpa e fibras são
utilizadas na fabricação de papel [1,3]. Além disso, suas folhas e frutos servem de alimento
aos peixes, répteis e mamíferos [3] sendo que, neste último grupo, o peixe-boi é o mais citado.
Sabe-se também que o gado e o búfalo alimentam-se desta planta.
Figura 6. Os aningais caracterizam a paisagem de ecossistemas amazônicos inundáveis.
Revista Científica da UFPA, V. 7, Nº 01, 2009 5
Estudo Espectrométrico das Folhas da Aninga (Montrichardia linifera) Coletadas à Margem do Rio Guamá no Campus da
UFPA, Belém-PA. Uma Contribuição ao Estudo Químico da Família Araceae.
AMARANTE, C. B. do; SILVA, J. C. F. da; SOLANO, F. A. R.; NASCIMENTO, L. D. do; MORAES, L. G.; SILVA, F. G.; UNO, W. S.
Figura 7. Seiva do caule da aninga com suposta ação cicatrizante.
Neste sentido, em virtude da escassez de dados sobre a caracterização química desta
planta, o objetivo deste trabalho foi conhecer a composição mineral da folhas de M. linifera
através da determinação dos teores de macro e micronutrientes (Ca, Cu, Fe, Mg, Mn e Zn) em
dois períodos sazonais (chuvoso e estiagem) e, desta maneira, contribuir ao estudo químico da
família Araceae.
Material e Métodos
Coleta e identificação do material botânico
Folhas adultas de Montrichardia linifera com médias de 44 cm de largura e 52 cm de
comprimento foram coletadas no período chuvoso (março) e no período de estiagem (julho)
do ano de 2008, no horário entre 07:30 e 09:00 h, durante a maré baixa, em cinco pontos
eqüidistantes ao longo da extensão da orla do Campus da Universidade Federal do Pará
(UFPA), margem direita do Rio Guamá (01º28’41,3” S; 48º27’29,0” W), em Belém, no
Estado do Pará e levadas imediatamente ao Laboratório de Química Pesquisa da UFPA onde
foram higienizadas (lavadas em água corrente e em seguida com água deionizada). As
amostras foram secas em estufa a 40°C e após a secagem foram pulverizadas para posterior
determinação de minerais.
A espécie vegetal M. linifera foi identificada pelo botânico Luiz Carlos Batista Lobato
do herbário “João Murça Pires” do Museu Paraense Emílio Goeldi (MG) e um exemplar foi
incorporado ao herbário (MG 188906).
Revista Científica da UFPA, V. 7, Nº 01, 2009 6
Estudo Espectrométrico das Folhas da Aninga (Montrichardia linifera) Coletadas à Margem do Rio Guamá no Campus da
UFPA, Belém-PA. Uma Contribuição ao Estudo Químico da Família Araceae.
AMARANTE, C. B. do; SILVA, J. C. F. da; SOLANO, F. A. R.; NASCIMENTO, L. D. do; MORAES, L. G.; SILVA, F. G.; UNO, W. S.
Determinação da Composição Mineral
Para determinação dos minerais, uma massa de aproximadamente 0,3g de cada
amostra pulverizada foi pesada e em seguida digerida com uma mistura de ácido nítrico 14
mol.L-1 e peróxido de hidrogênio 30% (v/v) na proporção de 3:1 em um bloco digestor a
150ºC. As amostras foram digeridas em triplicata. Após a digestão, as amostras foram
filtradas e transferidas para balões volumétricos de 50 mL e em seguida foram aferidos até a
marca com água deionizada. Para Ca e Mg foi realizada uma nova diluição onde uma alíquota
de 0,05 mL da primeira diluição foi adicionada a 3 mL de solução 5000 mg.L-1 de lantânio e 4
mL de água deionizada. Os teores de Ca, Cu, Fe, Mn, Mg e Zn foram determinados nos
digeridos no Laboratório de Análises Minerais da Universidade Federal Rural da Amazônia
utilizando-se um espectrômetro de absorção atômica de chama marca Varian, modelo
SpectrAA 220, Mulgrave, Austrália. As condições instrumentais para a determinação de Ca,
Cu, Fe, Mg, Mn e Zn estão apresentadas na Tabela 1.
Tabela 1. Parâmetros instrumentais usados na determinação de Ca, Cu, Fe, Mg, Mn e Zn em amostras de folhas
de aninga por espectrometria de absorção atômica de chama.
Parâmetros
Ca
Cu
Fe
Mg
Mn
Zn
Comprimento de onda (λ)
422,7
324,7
248,3
285,2
279,5
213,9
Corrente da lâmpada (mA)
10
10
10
4,0
5,0
5,0
Resolução espectral
0,5
0,5
0,2
0,5
0,2
0,5
Resultados e Discussão
Importante destacar que praticamente não existem dados na literatura sobre a
caracterização química desta espécie, sendo estes relatados pela primeira vez. Os valores
médios com seus respectivos desvios padrão obtidos nas folhas da aninga são apresentados na
Tabela 2.
Revista Científica da UFPA, V. 7, Nº 01, 2009 7
Estudo Espectrométrico das Folhas da Aninga (Montrichardia linifera) Coletadas à Margem do Rio Guamá no Campus da
UFPA, Belém-PA. Uma Contribuição ao Estudo Químico da Família Araceae.
AMARANTE, C. B. do; SILVA, J. C. F. da; SOLANO, F. A. R.; NASCIMENTO, L. D. do; MORAES, L. G.; SILVA, F. G.; UNO, W. S.
Tabela 2. Composição mineral das folhas de aninga (Montrichardia linifera) comparadas em dois períodos
sazonais.
FOLHA
PERÍODO CHUVOSO
PERÍODO DE ESTIAGEM
X*
s**
X*
s**
Ca (mg/kg)
19150,15
± 26,96
31538,72
± 53,03
Mg (mg/kg)
5731,53
± 47,15
9755,09
± 90,77
Fe (mg/kg)
70,79
± 8,65
58,82
± 4,41
Cu (mg/kg)
7,08
± 0,43
6,81
± 0,15
Zn (mg/kg)
272,02
± 1,66
255,90
± 17,15
Mn (mg/kg)
3279,46
± 22,49
3612,23
± 66,02
*
X: valor médio de 3 determinações; **s: desvio padrão.
Ca = Cálcio; Mg = Magnésio; Fe = Ferro, Cu = cobre; Zn = Zinco; Mn = Manganês.
Observou-se que os teores de Ca e Mg, por serem macronutrientes, estão em
quantidades significativamente maiores que os demais, que por sua vez são micronutrientes
(também chamados de ‘elementos traço’), com exceção do Mn que apresentou uma
quantidade bastante elevada para um elemento traço. Elevadas concentrações de Ca e Mg já
eram esperadas visto que o Rio Guamá (Figura 8) sofre a influência das marés oceânicas,
recebendo constantes sedimentos da baía de Guajará com suas águas barrentas e,
temporariamente, salobras no ápice do verão [6]. Além disso, os íons Ca e Mg estão entre os
seis mais abundantes presentes nas águas marinhas [7,8].
Levando-se em consideração a interação solo/planta, podemos dizer que a planta
reflete o seu habitat, ou seja, a planta absorve os nutrientes que estão biodisponíveis no meio
ambiente que a circunda, ou seja, os compostos de uma planta representam uma interface
química entre esta e o ambiente circundante [10]. Além disso, os ambientes de várzea, áreas
que sofrem alagamentos diários e periódicos [11] tais como as margens do Rio Guamá, agem
como purificadores de águas não tratadas, retendo grande quantidade de nutrientes e metais
pesados, funcionando como filtros naturais [12], isto é, atuando como um filtro
biogeoquímico [13], logo, essas substâncias vão se acumulando no solo e conseqüentemente
são absorvidas pela planta.
Revista Científica da UFPA, V. 7, Nº 01, 2009 8
Estudo Espectrométrico das Folhas da Aninga (Montrichardia linifera) Coletadas à Margem do Rio Guamá no Campus da
UFPA, Belém-PA. Uma Contribuição ao Estudo Químico da Família Araceae.
AMARANTE, C. B. do; SILVA, J. C. F. da; SOLANO, F. A. R.; NASCIMENTO, L. D. do; MORAES, L. G.; SILVA, F. G.; UNO, W. S.
Figura 8. Localização de amostragem: cinco pontos eqüidistantes ao longo da orla do Campus da UFPA,
margem direita do Rio Guamá. Mapa adaptado de NASCIMENTO, F.; FENZL, N. (1987) [9].
Observou-se também que o Ca apresentou praticamente o triplo da concentração de
Mg, nos dois períodos estudados, provavelmente devido ao fator adicional desta planta
também apresentar cristais de oxalato de cálcio, os quais foram evidenciados por testes
histoquímicos tanto na forma de drusas e ráfides que estão presentes nas folhas [1] e nas
raízes [3]. A presença de cristais de oxalato de cálcio é uma das características marcantes da
família Araceae [1,2,14] e que alguns autores acreditam ser a causa da irritação provocada na
Revista Científica da UFPA, V. 7, Nº 01, 2009 9
Estudo Espectrométrico das Folhas da Aninga (Montrichardia linifera) Coletadas à Margem do Rio Guamá no Campus da
UFPA, Belém-PA. Uma Contribuição ao Estudo Químico da Família Araceae.
AMARANTE, C. B. do; SILVA, J. C. F. da; SOLANO, F. A. R.; NASCIMENTO, L. D. do; MORAES, L. G.; SILVA, F. G.; UNO, W. S.
pele por plantas desta família. Outra hipótese também considerada como a causa da
toxicidade destas plantas é o fato de que estes cristais, tanto na forma de drusas quanto na
forma de ráfides, se associam a substâncias tóxicas [14].
Os elevados teores de manganês encontrados nas folhas podem ser justificados pelo
fato de que o solo permanece muito tempo inundado e, como a concentração de manganês na
solução do solo aumenta após a submersão do solo [15], decorrente do processo de redução,
ocorrerá maior disponibilidade de manganês no solo [16] e maior absorção pela planta [17].
Além disso, estudos realizados em amostras de solo da margem direita do Rio Guamá, no
Campus da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) que fica localizada próxima à
área de estudo desta pesquisa, mostraram valores de pH < 5 indicando solos muito ácidos
[18]. Outros autores [19] também encontraram acidez elevada na mesma área de estudo, nas
diferentes épocas do ano, independente do período que ocorre a inundação. Em geral,
condições de pH ácido favorecem o acúmulo de concentrações tóxicas de manganês, em
virtude do aumento da solubilidade em pH 5,0 [20,21]. Valores baixos de pH no solo
decorrem, em regiões de clima tropical, do forte intemperismo das rochas, devido às
temperaturas elevadas e precipitações abundantes que levam à lixiviação das bases associadas
e que, no caso das áreas de várzea em estudo, além desses fatores, a alternância entre
inundação e vazante, o tipo do material dos sedimentos, principalmente o orgânico, podem
contribuir para uma estabilização do pH a valores mais baixos [18]. A forte acidez destes
solos pode estar relacionada ao elevado teor de matéria orgânica não decomposta, que
caracteriza um grande poder tamponante, considerando-a o fator mais importante no processo
de redução, e por conseguinte, do pH em solos alagados onde dificilmente atingem valores
acima de 6,5 [19].
As folhas apresentaram deficiência de cobre, possivelmente relacionados com o
excesso de manganês. Em estudo sobre a influência do Mn sobre a pimenteira do reino (Piper
nigrum L.) [21] foi observada uma relação inversa entre o Cu e o Mn, ou seja, as quantidades
de Cu diminuíram significativamente com o acréscimo de doses superiores a 20 mg/L de Mn
na solução nutritiva. Outro fator a ser considerado é o fato de que os solos paraenses, por
natureza, têm baixo teor de cobre. Estudos realizados em amostras de solo do Município de
Melgaço [22], situado a 290 Km da capital do Pará, mostraram que o teor de cobre no solo
variou de baixo a médio, resultado compatível com o de outro estudo [23] que cita o Pará
como um dos Estados que apresentam deficiência deste mineral em bovinos e ovinos. Isto se
Revista Científica da UFPA, V. 7, Nº 01, 2009 10
Estudo Espectrométrico das Folhas da Aninga (Montrichardia linifera) Coletadas à Margem do Rio Guamá no Campus da
UFPA, Belém-PA. Uma Contribuição ao Estudo Químico da Família Araceae.
AMARANTE, C. B. do; SILVA, J. C. F. da; SOLANO, F. A. R.; NASCIMENTO, L. D. do; MORAES, L. G.; SILVA, F. G.; UNO, W. S.
deve, provavelmente, à baixa disponibilidade deste metal nos solos paraenses, e por
conseqüência, nas forragens.
As folhas também apresentaram teores de Fe relativamente baixos levando-se em
consideração que grandes mamíferos, como o búfalo e o gado, se alimentam das mesmas. O
Brasil adota como base de cálculos as normas norte-americanas tradicionalmente conhecidas
pelo boletim do National Research Council (NRC) [24] que considera iguais as exigências
nutricionais para caprinos, ovinos e bovinos, sendo também estes padrões extrapolados aos
bubalinos. Segundo estas normas o valor mínimo requerido de Fe numa alimentação adequada
para estes animais é de 50,00 mg/kg. Desta forma, foi verificado que apesar de as folhas de M.
linifera conterem teores de Fe dentro da faixa estabelecida, ainda assim, apresentaram valores
próximos ao mínimo requerido (70,79 mg/kg no período chuvoso e 58,82 mg/kg no período
de estiagem).
A relação Mn/Fe nos tecidos de plantas tem um interesse peculiar, tendo em vista que
a toxidez do Mn está associada à deficiência de Fe [21,25]. Em estudo sobre a influência do
Mn na pimenteira do reino [21], foi observado que quando se tem maior concentração de Mn
na solução do solo, há maior absorção de manganês pelas plantas, sendo que as quantidades
de Cu, Fe e Zn nas folhas diminuíram significativamente a partir da dose de 30 mg/L de Mn
na solução nutritiva. Desta forma, estes autores [21] sugerem que as quantidades contidas de
N, P, K, Ca, Cu, Fe, Mg, Mn e Zn, na parte aérea das plantas, foram afetadas pela presença de
manganês na solução, a partir de 20 mg/L, onde foram observados sintomas visuais de toxidez
nas folhas das pimenteiras, com cloroses (produção insuficiente de clorofila nas folhas,
apresentando aspecto verde pálido ou amarelado) marginais e entre as nervuras, com
pequenos pontos necróticos no limbo. As folhas de aninga estudadas apresentaram sintomas
semelhantes aos citados, podendo ser também devido ao acúmulo de manganês nas folhas,
como se observa na Figura 9.
O mesmo também ocorre no aningal do Mangal das Garças, situado também à margem
direita do Rio Guamá, como se observa na Figura 10, algumas folhas com cloroses marginais
e pontos necróticos, possivelmente causados também pelo excesso de manganês característico
dos solos inundados.
Ainda segundo o estudo realizado com a pimenteira do reino [21], esses sintomas
apareceram, inicialmente, nas folhas mais novas e progrediram para as mais velhas, com o
acúmulo de Mn na parte aérea. Neste trabalho, também foram observadas folhas novas com
os mesmo sintomas, conforme Figura 11.
Revista Científica da UFPA, V. 7, Nº 01, 2009 11
Estudo Espectrométrico das Folhas da Aninga (Montrichardia linifera) Coletadas à Margem do Rio Guamá no Campus da
UFPA, Belém-PA. Uma Contribuição ao Estudo Químico da Família Araceae.
AMARANTE, C. B. do; SILVA, J. C. F. da; SOLANO, F. A. R.; NASCIMENTO, L. D. do; MORAES, L. G.; SILVA, F. G.; UNO, W. S.
Figura 9. Possíveis sintomas da toxicidade do manganês acumulado nas folhas da aninga coletadas na margem
direita do Rio Guamá, campus da UFPA. À esquerda pontos necróticos no limbo foliar. À direita, folha com
aspecto verde pálido ou amarelado, sugerindo clorose (insuficiência de clorofila).
Figura 10. Ocorrência de cloroses marginais nas folhas do aningal do Mangal das Garças, margem direita do
Rio Guamá.
Figura 11. Folhas jovens apresentando clorose e pontos necróticos.
Resultados semelhantes foram publicados [20], segundo o qual a absorção total de B,
Ca, Fe, Mg e P pelas plantas de alfafa em solução nutritiva foi reduzida quando as plantas
receberam altas concentrações de manganês. Do mesmo modo, também foi verificado que, em
cafeeiros, o excesso de manganês na solução diminuiu a absorção de ferro nas folhas [26].
Revista Científica da UFPA, V. 7, Nº 01, 2009 12
Estudo Espectrométrico das Folhas da Aninga (Montrichardia linifera) Coletadas à Margem do Rio Guamá no Campus da
UFPA, Belém-PA. Uma Contribuição ao Estudo Químico da Família Araceae.
AMARANTE, C. B. do; SILVA, J. C. F. da; SOLANO, F. A. R.; NASCIMENTO, L. D. do; MORAES, L. G.; SILVA, F. G.; UNO, W. S.
Pesquisas reveleram que o manganês, quando em excesso na solução do solo, promove
reduções nas quantidades de Fe absorvidas pelas plantas [27], justificando os resultados
obtidos com a aninga.
Com relação à influência da sazonalidade na composição mineral das folhas da aninga,
não foram encontradas variações significativas em micronutrientes, porém nos teores dos
macronutrientes Ca e Mg, houve um aumento de aproximadamente 1,65 vezes para o Ca e
1,70 vezes para o Mg no período de estiagem. Em épocas de estiagem o Rio Guamá sofre a
influência das águas da baía de Guajará e, por conseguinte das marés oceânicas, aumentando
os valores desses macronutrientes no solo, e conseqüentemente a absorção pela planta,
justificando estes resultados. Outros autores [6] também detectaram a elevação nos teores de
cloretos no Rio Guamá no período de estiagem, o que vem a corroborar com os resultados
obtidos neste trabalho, já que os cloretos juntamente com Ca e Mg fazem parte dos seis íons
mais abundantes presentes na água do mar [7,8]. Os resultados da variação sazonal estão
apresentados na Figura 12.
Nos dois períodos estudados, os teores de Mn presentes nas folhas da aninga
mostraram-se muito acima da faixa considerada tóxica para os animais que se alimentam dela.
Segundo a NRC [24] o limite máximo tolerável de Mn para bovinos e bubalinos é de 1000
mg/kg, sendo que as folhas da aninga apresentaram uma concentração três vezes maior que
este limite (3279,46 mg/kg no período chuvoso e 3612,23 mg/kg no período de estiagem).
Este dado é um fator preocupante porque esses animais, principalmente o búfalo que vive nas
áreas alagáveis, podem estar bioacumulando quantidades tóxicas desse mineral ao se
alimentarem dessa planta, afetando assim a saúde do rebanho e, conseqüentemente, podem
transferir quantidades consideráveis de Mn para a cadeia alimentar.
Sabe-se que o Mn é neurotóxico e que exposições prolongadas a compostos de Mn, de
forma inalada ou oral, podem provocar efeitos adversos no sistema nervoso e respiratório.
Pesquisas neste sentido são de extrema relevância para a saúde pública, pois os produtos
originados destes animais tais como carnes e produtos lácteos (leites, manteigas, queijos, entre
outros) consumidos por humanos, podem conter elevados níveis deste metal. Nos humanos, os
pulmões e o cérebro são os órgãos alvos da exposição prolongada a este metal, podendo levar à
deterioração da função neurológica que se inicia com sintomas inespecíficos e sinais
neurológicos subclínicos, tais como anorexia, apatia, artralgias (dores nas articulações), astenia
(fraqueza), dores de cabeça, irritabilidade e letargia; gradualmente disfunções como tremores,
mudança na expressão facial e distúrbios na comunicação e, finalmente, há o desenvolvimento
Revista Científica da UFPA, V. 7, Nº 01, 2009 13
Estudo Espectrométrico das Folhas da Aninga (Montrichardia linifera) Coletadas à Margem do Rio Guamá no Campus da
UFPA, Belém-PA. Uma Contribuição ao Estudo Químico da Família Araceae.
AMARANTE, C. B. do; SILVA, J. C. F. da; SOLANO, F. A. R.; NASCIMENTO, L. D. do; MORAES, L. G.; SILVA, F. G.; UNO, W. S.
de condições clínicas graves, como o mal de Parkinson, caracterizado por tremores e rigidez
muscular [28].
40000
20000
31538,7
19150,15
PERÍODO CHUVOSO
PERÍODO DE ESTIAGEM
9755,09
10000
8000
6000
5731,53
-1
Concentração (mg.kg )
4000
3279,46
3612,23
2000
1000
800
600
400
272,02
255,9
200
100
80
60
70,79
58,82
40
20
10
8
6
7,08
Ca
Mg
Fe
6,81
Cu
Zn
Mn
Figura 12 : Influência da variação sazonal na composição em macro e micronutrientes presentes nas folhas da
Aninga, coletadas na margem direita do Rio Guamá, Campus da UFPA, Belém-PA, em escala logarítimica para
visualização de todos os metais estudados
Estudos com animais [28] sugerem que o elevado consumo de manganês pode
produzir efeitos no desenvolvimento, mas os dados são limitados para concluir que tais efeitos
apareçam na população em geral, como resultado da exposição ao metal, porém os resultados
sugerem que o Mn pode produzir danos degenerativos, sendo que a elevada exposição pode
conduzir à impotência. Por outro lado, as fêmeas parecem ser menos suscetíveis aos efeitos
reprodutivos do que o macho [29]. Os resultados dos testes in vitro mostram que algumas
formas químicas do Mn têm potencial mutagênico [28]. Todavia, os resultados para os testes
in vivo em mamíferos são inconsistentes e inconclusivos [30].
Em uma pesquisa foram descritos achados clínicos e epidemiológicos das
enfermidades que acometem búfalos na Amazônia, principalmente no Estado Pará, e durante
o período de 1997 a 2005 foram diagnosticadas várias enfermidades, porém entre as que mais
chamaram a atenção foram as deficiências minerais, principalmente de fósforo, cobalto e
cobre [31]. Em bubalinos, no Estado do Pará, tem-se observado animais com presença de
Revista Científica da UFPA, V. 7, Nº 01, 2009 14
Estudo Espectrométrico das Folhas da Aninga (Montrichardia linifera) Coletadas à Margem do Rio Guamá no Campus da
UFPA, Belém-PA. Uma Contribuição ao Estudo Químico da Família Araceae.
AMARANTE, C. B. do; SILVA, J. C. F. da; SOLANO, F. A. R.; NASCIMENTO, L. D. do; MORAES, L. G.; SILVA, F. G.; UNO, W. S.
pêlos de coloração amarronzada (cor de ferrugem), este sintoma tem sido atribuído à
deficiência de cobre [31].
A alteração congênita é outra enfermidade que se destaca nos búfalos da Amazônia,
em particular a ataxia (falta de coordenação dos movimentos) do bezerro búfalo [31]. Essa
enfermidade acomete o sistema nervoso e vem sendo diagnosticada em bubalinos recémnascidos nos Municípios paraenses de Castanhal, Ipixuna e Santa Izabel. Os animais, ao
nascimento, apresentavam tremores em todo o corpo e ataxia. Durante esse episódio os
animais caíam bruscamente, permanecendo alguns minutos em decúbito esternal (o animal
fica deitado com o peito no chão). Os animais portadores desta enfermidade apresentaram
crescimento retardado e dificuldade de acompanhar as mães durante o pastejo [31]. Estes
dados chamam a atenção para a importância de mais estudos com relação à absorção do Mn
pelas plantas das áreas inundáveis, que fazem parte da alimentação natural dos búfalos, para
verificar se há relações entre esta doença e às concentrações de Mn presente na dieta destes
animais e que possivelmente podem estar causando neurotoxicidade.
Conclusões
Os resultados nos permitiram concluir que as folhas da aninga (M. linifera) coletadas
no Campus da UFPA, na margem direita do Rio Guamá, apresentaram teores de Mn
considerados tóxicos até mesmo para os grandes mamíferos que dela se alimentam,
apresentando uma concentração três vezes superior ao limite máximo tolerável para bovinos e
bubalinos nos dois períodos estudados (chuvoso e estiagem). Também foi possível constatar
nas folhas a influência da sazonalidade na sua composição em macronutrientes, pois os teores
de Ca e Mg sofreram um aumento da ordem de 1,65 e 1,70 vezes, respectivamente, no período
de estiagem, sugerindo a influência das águas da baía de Guajará, e por conseguinte, das marés
oceânicas no Rio Guamá, aumentando sua disponibilidade no solo e absorção pela planta. Os
teores dos micronutrientes Fe, Cu e Zn não apresentaram variações sazonais significativas.
Agradecimentos
Os autores agradecem a Drª Alba Lins, da Coordenação de Botânica do Museu
Paraense Emílio Goeldi (MPEG), pelas informações fornecidas sobre a aninga (M. linifera) e
orientações sobre a coleta na fase inicial deste trabalho. À Prof. Drª Dulcidéia da Conceição
Palheta do Laboratório de Análises Minerais do Instituto de Saúde e Produção Animal da
Revista Científica da UFPA, V. 7, Nº 01, 2009 15
Estudo Espectrométrico das Folhas da Aninga (Montrichardia linifera) Coletadas à Margem do Rio Guamá no Campus da
UFPA, Belém-PA. Uma Contribuição ao Estudo Químico da Família Araceae.
AMARANTE, C. B. do; SILVA, J. C. F. da; SOLANO, F. A. R.; NASCIMENTO, L. D. do; MORAES, L. G.; SILVA, F. G.; UNO, W. S.
Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), por nos disponibilizar o laboratório e o
espectrômetro de absorção atômica de chama para a realização deste trabalho. A autora Cristine
Bastos do Amarante agradece a FAPESPA pela bolsa de doutorado concedida, sendo estes
resultados uma parte da tese que está sendo realizada no Programa de Pós-graduação em
Química da UFPA.
Referências Bibliográficas
ABREU, E.M.A. de; FERNANDES, A.R.; MARTINS, A.R.A.; RODRIGUES, T.E.
Produção de forragem e valor nutritivo de espécies forrageiras sob condições de pastejo, em
solo de várzea baixa do Rio Guamá. Acta Amazonica., v. 36, n.1, p. 11-18, 2006.
ABREU, E.M.A.de, FERNANDES, A.R.; RUIVO, M.L.P. Variação temporal e vertical de
atributos químicos de um gleissolo do Rio Guamá cultivados com canaranas. R. Bras. Ci.
Solo, v. 31, p. 277-285, 2007.
AMOROZO, M. C. M.; GÉLY, A. L. Uso de plantas medicinais por caboclos do Baixo
Amazonas. Barcarena, PA, Brasil. Boletim do Mus. Para. Emílio Goeldi, Sér. Bot. Belém,
v. 4, n. , p. 47-131, 1988.
BARBOSA, F.A.; GRAÇA, D.S.; SILVA JÚNIOR, F.V. da. 2007. Deficiências minerais de
bovinos em pastagens tropicais. Diagnóstico e Suplementação. Portal Agronomia: Artigos
Científicos. Disponível em:
http://www.agronomia.com.br/conteudo/artigos/artigos_deficiencias_minerais.htm. Acesso
em: 20/07/08.
BARBOSA, J. D.; OLIVEIRA, C. M. C.; DUARTE, M. C.; SILVEIRA, J. A. S. Doenças de
búfalo na Amazônia. In: SIMPÓSIO MINEIRO DE BUIATRIA, 2., 2005, Belo Horizonte,
Anais....Belo Horizonte, 2005.
BARCELOUX, D.G. Manganese. Clin. Toxicol., v. 37, n.2, p. 293-307, 1999.
BRAZ, V. N.; MELLO, V. S. A. Estudo temporal da qualidade da água do Rio Guamá.
Belém-PA. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E
AMBIENTAL, 23., 2005, Campo Grande. Disponível em:
< http://www.bvsde.paho.org/bvsacd/abes23/V-019.pdf.>. Acesso em: 06 out. 2008.
Revista Científica da UFPA, V. 7, Nº 01, 2009 16
Estudo Espectrométrico das Folhas da Aninga (Montrichardia linifera) Coletadas à Margem do Rio Guamá no Campus da
UFPA, Belém-PA. Uma Contribuição ao Estudo Químico da Família Araceae.
AMARANTE, C. B. do; SILVA, J. C. F. da; SOLANO, F. A. R.; NASCIMENTO, L. D. do; MORAES, L. G.; SILVA, F. G.; UNO, W. S.
COSTA, C. R.; OLIVI; P.; BOTTA, C. M. R.; ESPINDOLA, E. L. G. A toxicidade em
ambientes aquáticos: discussão e métodos de avaliação. Química Nova, Vol. 31, nº 7, p.
1821-1831, 2008.
E. F. M.; JARDIM, M. A. G. (Org.). Manejo florestal nas várzeas: oportunidades e
desafios. Belém: Museu Paraense Emílio Goeldi, 2007.
ESCHRIQUE, S. A.; ABREU, M. W. M.; ALVES, M. A. M.; SANTOS, M. L. S. Estudos
preliminares sobre os fatores que controlam a concentração dos nutrientes (silicato e fosfato),
no estuário da Praia do Bispo – Mosqueiro/PA. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
GEOQUÍMICA, 9., 2003, Belém. Anais...Belém: SBG, 2003. Livro de Resumos Expandidos.
FERREIRA, L. S.; MARSOLA, F. J.; TEIXEIRA, S. P. Anatomia dos órgãos vegetativos de
Dieffenbachia picta Schott (Araceae) com ênfase na distribuição de cristais, laticíferos e grãos
de amido. Revista Brasileira de Farmacognosia, Vol. 16 (Supl.), p. 664-670, Dez. 2006.
FOY, C.D.; CHANEY, R.L.; WHITE, M.C. The physiology of metal toxicity in plants.
Annual Review of Plant Physiology, Lancaster, v. 29, p. 511-566, 1978.
FOY, C.D. Manganese and plants. In:______. Manganese: Washington, National Academy
os Sciences, p.51-76, 1973.
GOBBO-NETO, L.; LOPES, N. P. Plantas medicinais: fatores de influência no conteúdo de
metabólitos secundários. Química Nova, Vol. 30, nº 2, p. 374-381, 2007.
GOMES, A. S.; CLAVICO, E. Propriedades físico-químicas da água. Departamento de
Biologia Marinha. Universidade Federal Fluminense. 2005. Disponível em:
< http://www.uff.br/ecosed/PropriedadesH2O.pdf>. Acesso em: 06 out. 2008.
IWATA, T. 1975. Studies on the occurrence of tomebagare a newly found physiological
disease of Rice and its peventive measures. Fukui: Fukui Agric. Exp. Station, p. 1-66.
(Special Bulletin, 6).
LEE, C.R. Interrelationships of aluminium and manganese on the potato plant. Agronomy
Journal, Madison, v. 64, n. 4, p.546-549, 1972.
LINS, A. L. F. de A. Aspectos morfológicos e anatômicos de raízes do gênero
Montrichardia Crüger. (Aracea). Porto Alegre, 1994. 91 f. Dissertação (Mestrado em
Ciências Biológicas/Botânica) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Revista Científica da UFPA, V. 7, Nº 01, 2009 17
Estudo Espectrométrico das Folhas da Aninga (Montrichardia linifera) Coletadas à Margem do Rio Guamá no Campus da
UFPA, Belém-PA. Uma Contribuição ao Estudo Químico da Família Araceae.
AMARANTE, C. B. do; SILVA, J. C. F. da; SOLANO, F. A. R.; NASCIMENTO, L. D. do; MORAES, L. G.; SILVA, F. G.; UNO, W. S.
LOPES, E.L.N.; FERNANDES, A.R.; GRIMALDI, C.; RUIVO, M.L.P.; RODRIGUES, T.E.;
SARRAZIN, M. Características químicas de um gleissolo sob diferentes sistemas de uso, nas
margens do Rio Guamá, Belém, Pará. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi.
Ciências Naturais. v.1, n.1, p. 127-137, 2006.
MACEDO, E. G.; SANTOS FILHO, B. G.; POTIGUARA, R. C. V.; SANTOS, D. S. B.
Anatomia e arquitetura foliar de Montrichardia linifera (Arruda) Schott (Aracea) espécie da
várzea amazônica. Bol. Mus. Para. Emílio Goeldi. sér. Ciências Naturais, Belém, v.1,
p. 19-43, jan – abr. 2005.
MARTINS, I.; LIMA, I.V.; Ecotoxicologia do manganês e seus compostos. Série Cadernos
de Referência Ambiental, v.7, Centro de Recursos Ambientais, Governo do Estado da
Bahia, Salvador-BA, 2001.
MATTAR, R.M.V.C.; VIEIRA, I.S.; SILVA, G.R. da. 2002. Efeito da inundação sobre o pH
e a disponibilidade de fósforo, sódio, ferro e manganês em Gley Pouco Húmico coletado na
várzea do Rio Guamá. Belém-PA. Revista de Ciências Agrárias, Belém, nº37, p. 113-157.
MATTOS, F. J. A. Plantas medicinais: guia de seleção e emprego de plantas usadas em
fitoterapia no Nordeste do Brasil. 2 ed. Fortaleza: IU, 2000.
NASCIMENTO, F.; FENZL, N. Geoquímica de metais pesados em sedimentos do Rio
Guamá e dos principais canais de drenagem de Belém, Pará, Brasil. Acta Amazonica, Vol.
27, nº 4, p. 257-268, 1997.
NATIONAL RESEARCH COUNCIL (NRC) 2007. Nutrient requeriments of beef cattle.
National Academy of Sciences. Washington, D.C.
PAVAN, M.A.; BINGHAM, F.T. Toxidez de metais em plantas. I. Caracterização de toxidez
de manganês em cafeeiros. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 16, n. 6, p. 825821, 1981.
RAMOS, D. G. B.; POLIVANOV, H.; MENDONÇA FILHO, J.G.; REZENDE, A. S.
Geoquímica de metais pesados em solos do ecossistema manguezal – Duque de Caxias (RJ).
In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOQUÍMICA, 9., 2003, Belém. Anais...Belém: SBG,
2003. Livro de Resumos Expandidos.
SALOMÃO, R. P.; TEREZO, E. F. M.; ROSA, N. A.; FERREIRA, L. V.; MATOS, A. H.;
ADAMS, M.; AMARAL, D. D.; MORAIS, K. A. C. Manejo florestal na várzea:
caracterização, restrições e oportunidades para sua adoção. In: SALOMÃO, R. P.; TEREZO.
Revista Científica da UFPA, V. 7, Nº 01, 2009 18
Estudo Espectrométrico das Folhas da Aninga (Montrichardia linifera) Coletadas à Margem do Rio Guamá no Campus da
UFPA, Belém-PA. Uma Contribuição ao Estudo Químico da Família Araceae.
AMARANTE, C. B. do; SILVA, J. C. F. da; SOLANO, F. A. R.; NASCIMENTO, L. D. do; MORAES, L. G.; SILVA, F. G.; UNO, W. S.
SOUSA, A.F.; AMARAL, I.G., BAÍA, P.P.S.; ALVES, R.F.T. Avaliação das propriedades
físico-químicas do solo na Floresta Nacional de Caixiuanã, Melgaço-Pará. 59ª Reunião Anual
da SBPC. (2007).
TAVARES, M. G. F.; MASCARENHAS, B. M. Estudo do polinizador de Montrichardia
linifera em ambientes de inundações no município de Belém, PA. In: SEMINÁRIO DE
INICIAÇÃO CIENTÍFICA - PIBIC DO MUSEU PARAENSE EMÍLIO GOELDI, 16., 2008,
Belém. Anais...Belém: MPEG, 2008. p. 69.
VELOSO, C.A.C.; MURAOKA, T.; MALAVOLTA, E.; CARVALHO, J.G. de. Influência do
manganês sobre a nutrição mineral e crescimento da pimenteira do reino (Piper nigrum, L.).
Sci. Agric., v. 52, n.2, p. 376-383, 1995.
WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Concise International Chemical Assessment
Document nº 12. Manganese and its compounds. Geneva, 1999.
Revista Científica da UFPA, V. 7, Nº 01, 2009 19
Download

(Montrichardia linifera) Coletadas à Margem do Rio Guamá