UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP A IMPORTÂNCIA DA LOCALIZAÇÃO DO FORAME PALATINO MAIOR E DO SULCO PALATINO POR MEIO DE TOMOGRAFIAS COMPUTADORIZADAS DE FEIXE CÔNICO Dissertação apresentada ao Programa de Pósgraduação em Odontologia da Universidade Paulista – UNIP para a obtenção do título de mestre em Odontologia LUIZ CARLOS MAGNO FILHO SÃO PAULO 2013 UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP A IMPORTÂNCIA DA LOCALIZAÇÃO DO FORAME PALATINO MAIOR E DO SULCO PALATINO POR MEIO DE TOMOGRAFIAS COMPUTADORIZADAS DE FEIXE CÔNICO Dissertação apresentada ao Programa de Pósgraduação em Odontologia da Universidade Paulista – UNIP para a obtenção do título de mestre em Odontologia Orientador: Prof. Fabiano Ribeiro Cirano LUIZ CARLOS MAGNO FILHO SÃO PAULO 2013 Magno Filho, Luiz Carlos A importância de localização do forame palatino maior e do sulco palatino por meio de tomografias computadorizadas de feixe cônico / Luiz Carlos Magno Filho – 2013. 38 f. : il. Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de PósGraduação em Odontologia da Universidade Paulista, São Paulo, 2013. Área de Concentração: Clinica Ondotológica. Orientador: Prof. Fabiano Ribeiro Cirano. 1. Anatomia. 2. Tecido conjuntivo. 3. tomografia computadorizada I. Título. II. Cirano, Fabiano Ribeiro (orientador). LUIZ CARLOS MAGNO FILHO A IMPORTÂNCIA DA LOCALIZAÇÃO DO FORAME PALATINO MAIOR E DO SULCO PALATINO POR MEIO DE TOMOGRAFIAS COMPUTADORIZADAS DE FEIXE CÔNICO Dissertação apresentada ao Programa de Pósgraduação em Odontologia da Universidade Paulista – UNIP para a obtenção do título de mestre em Odontologia ____________________________ ___/___/___ Orientador: Prof. Dr. Fabiano Ribeiro Cirano ____________________________ ___/___/___ Prof. Dr. Hsu Shao Feng ____________________________ ___/___/___ Prof(a). Dr(a). Suzana Pers Pimentel SUMÁRIO RESUMO..................................................................................................................... 4 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 8 CONCLUSÃO GERAL .............................................................................................. 11 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 12 4 Resumo Título: A importância da localização do forame palatino maior e do sulco palatino maior por meio de tomografia computadorizada de feixe cônico O palato é a principal área doadora para remoção de enxerto de tecido conjuntivo subepitelial. Para reduzir o risco de acidentes hemorrágicos é necessário um conhecimento técnico e anatômico da região, principalmente para evitar danos à artéria palatina maior (APM), localizada sobre o sulco palatino maior (SPM). Até hoje, não existem métodos precisos para determinar o trajeto da APM. A tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) é importante exame, cada vez mais utilizado no diagnóstico e planejamento na área odontológica, gerando imagens precisas e bem definidas. Os objetivos do nosso estudo foram avaliar o posicionamento do forame palatino maior (FPM), a presença e o trajeto do sulco palatino maior (SPM) por meio de tomografias computadorizadas de feixe cônico (TCFC). Métodos: foram avaliadas 105 TCFC da região posterior da maxila. Foram localizados o FPM e o SPM e mensurada a distância entre a junção cementoesmalte (JCE) do primeiro e segundo pré-molares superiores e primeiro molar superior, sendo feita uma correlação entre idade, gênero e altura do palato. Resultados: FPM foi localizado com maior frequência nas regiões entre segundo e terceiro molares superiores e de terceiro molar superior. Observou-se maior distância da APM em relação à JCE no gênero masculino (p<0.0001). Não houve influência da idade na posição da artéria em relação à JCE em nenhuma das regiões avaliadas (p>0.05). Sujeitos considerados de palato alto apresentaram distância maior do SPM em relação à JCE, se comparado ao palato baixo. 5 Conclusões: a TCFC foi uma ferramenta que permitiu avaliar com precisão o posicionamento do FPM e o trajeto do SPM. Observou-se que o FPM estava localizado frequentemente na região entre segundo e terceiro molares superiores e de terceiro molar superior, e que o SPM apresentava posição mais distante da JCE no gênero masculino e nos casos de palato alto. Palavras-chave: anatomia, tecido conjuntivo, tomografia computadorizada, palato, artéria palatina maior. 6 Abstract Title: The importance locating the greater palatine foramen and greater palatine sulcus by means of cone beam computerized tomography The palate is the main donor area for the removal of sub-epithelial connective-tissue grafts (SECG). To reduce the risk of hemorrhagic accidents, technical and anatomic knowledge of the region is required, mainly to avoid damage to the greater palatine artery (GPA), located above the greater palatine sulcus (GPS). Up to today, there have been no precise methods for determining the trajectory of the GPA. Cone Beam Computerized Tomography (CBCT), generating precise and well-defined images, is an important exam that has been increasingly used in diagnosis and planning in the field of dentistry. The aims of our study were to evaluate the position of the greater palatine foramen (GPF), presence and trajectory of the greater palatine sulcus (GPS) by means of cone beam computerized tomography (CBCT). Methods: One hundred and five CBCTs of the posterior region of the maxilla were evaluated. The GPF and GPS were located and the distance was measured between the cement-enamel junction (CEJ) of the first and second maxillary premolars and the maxillary first molar, and a correlation made between age, gender and palate height. Results: GPF was most frequently located in the regions between the maxillary second and third molar and maxillary third molar. A greater distance of the GPA from the CEJ was observed in the male gender (p<0.0001). Age did not influence the position of the artery in relation to the CEJ in any of the evaluated regions (p>0.05). Subjects whose palates were considered high, presented a longer distance between the GPS and the CEJ, compared with those with a low palate. 7 Conclusions: CBCT was a tool that allowed a precise evaluation of the position of the GPF and trajectory of the GPS. It was observed that the GPF was frequently located in the region between the maxillary second and third molar and the maxillary third molar, and that the GPS presented a position more distant from the CEJ in the male gender and in cases of high palate. Key words: anatomy, connective tissue, computerized tomography, palate, greater palatine artery. 8 Introdução Desde que foi descrita pela primeira vez, a cirurgia plástica periodontal (Miller, 1988), e mais recentemente a peri-implantar (Hsu; Shieh; Wang, 2012; Chiun-Lin; Weisgold, 2002), são amplamente divulgadas nos últimos anos em decorrência da maior exigência estética (Zucchelli et al., 2012; Esposito et al., 2012; Tischler, 2012). Dentre as técnicas mais utilizadas, destacamos a remoção do enxerto de tecido conjuntivo subepitelial do palato (ETCSP), procedimento indicado para diferentes finalidades, como recobrimento radicular (Langer; langer, 1985; Nart et al., 2012; Bittencourt et al., 2012), cirurgias pré-protéticas e, em casos de cirurgia plástica peri-implantar, para aumento de volume tecidual (Esposito et al., 2012 Chiun-Lin; Weisgold, 2002). A cirurgia de remoção do ETCSP é considerada procedimento que exige grande destreza do operador e conhecimento anatômico aprofundado da região, pois a região palatina é área que apresenta estruturas anatômicas importantes que podem limitar o bom desenvolvimento da técnica cirúrgica para retirada do enxerto (Chiun-Lin; Weisgold, 2002; Reiser et al., 1996). Dentre as complicações mais comuns que ocorreriam na técnica de remoção do ETCSP destacam-se a dor pós-operatória, necrose do tecido mole, atraso de cicatrização e alterações de sensibilidade na área doadora (Rossmann; Rees, 1999). No entanto, o acidente mais contundente é sem dúvida a lesão da artéria palatina maior (APM), podendo levar a processo hemorrágico, o qual seria de difícil controle, além de propiciar a formação de hematomas e consequentemente aumentar o risco de infecção no local (Rossmann; Rees, 1999). Portanto, o profissional deve estar 9 atento e familiarizado com a anatomia cirúrgica do palato para evitar possíveis complicações que ocorreriam no trans e no pós-operatório (Harris et al., 2005). A APM emerge na cavidade bucal por meio do forame palatino maior (FPM), seguindo um trajeto posteroanterior. O FPM apresenta forma ligeiramente oval com diâmetro variando de 3 a 5 mm. Muitas vezes apresenta uma pequena crista óssea superior que o separa dos forames palatinos menores e situa-se no ângulo formado pela parte horizontal do osso palatino com a face medial do processo alveolar, na região entre o segundo molar e o terceiro molar superiores, correspondendo a uma depressão palpável no esqueleto humano (Reiser et al., 1996). Após sua emergência pelo forame, a APM aloja-se no sulco palatino descendente ou palatino maior (SPM), situado no ângulo formado entre o palato e o osso alveolar, caminhando horizontalmente sobre o sulco palatino em direção à prémaxila, local em que se anastomosa com a artéria esfenopalatina (Reiser et al., 1996). No entanto, observaram-se variações existentes em relação à posição do forame, do sulco e consequentemente da APM (Monnet-Conti et al., 2006; Reiser et al., 1996). Atualmente, os métodos para avaliação do trajeto e localização da APM são imprecisos. O acesso ao tecido conjuntivo do palato deve ser meticulosamente avaliado para cada paciente antes da cirurgia (Monnet-Conti et al., 2006; Reiser et al., 1996; Barriviera et al., 2009). Para a localização da APM, normalmente é preconizada a palpação do ângulo formado pela parede lateral do processo alveolar e o osso palatino, sendo que a intersecção desse ângulo seria a localização aparente da APM (Benninger; 10 Andrews; Carter, 2012; Reiser et al., 1996). Além disso, podem ser confeccionados modelos de estudo prévios à cirurgia com o objetivo de predizer qual a localização da artéria baseados na intersecção da porção lateral do processo alveolar e do osso palatino (Fu et al., 2011; Monnet-Conti et al., 2006). No entanto, este também não é totalmente confiável, pois muitas vezes não é possível localizar essa pequena saliência óssea, descrita como crista palatina de Benninger ou crista palatina maior do osso maxilar (Benninger; Andrews; Carter, 2012). A utilização da tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) tem-se mostrado cada vez mais presente na odontologia (Scarfe et al., 2006). A TCFC oferece ao cirurgião-dentista imagens com alta qualidade, tornando-se ferramenta essencial na odontologia. Além disso, apresenta outras vantagens, como baixa morbidade (método de diagnóstico não invasivo), baixa taxa de radiação, custo reduzido, permite a mensuração de estruturas com precisão e possibilidade de avaliação de ambos os lados ao mesmo tempo (Barriviera et al., 2009; Song et al., 2008; Kobayashi et al., 2004). Por conta de todas essas características, este estudo utilizou, de forma inédita, uma nova abordagem para o planejamento cirúrgico para obtenção do ETCSP, baseado na localização de estruturas anatômicas relacionadas com a técnica cirúrgica por meio de tomografia computadorizada de feixe cônico. Assim, os objetivos deste estudo foram avaliar o posicionamento do FPM, a presença e o trajeto do SPM e a relação do SPM com a área de eleição para a remoção do ETCSP por meio de tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC). 11 Conclusão geral Dentro dos limites deste estudo, concluímos que a TCFC foi uma ferramenta que permitiu avaliar diretamente e com precisão o posicionamento do FPM e o trajeto do SPM, fato de extrema importância para o planejamento prévio à cirurgia de remoção do ETCSP. Além disso, foi possível observar que o FPM estava localizado com maior frequência nas regiões entre o segundo e terceiro molares superiores e terceiro molar superior, e que o SPM apresentava posição mais distante da JCE no gênero masculino e nos casos de palato alto. 12 Referências Miller PD Jr. Regenerative and reconstructive periodontal plastic surgery. Dent Clin North Am 1988;32:287-306. Hsu YT, Shieh CH, Wang HL. 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