"OUR NAME IS OUR PROMISE"
Founded by ASTRID RIZZI in 1974
“A vida não acaba aos 60!”
Astrid Rizzi
(Presidente da Great Start Serviços Ltda.)
Great Start Serviços Ltda, Rua Santo Arcádio, Brooklin, 04707-110 São Paulo, SP, Brazil
Websites: www.greatstart.com.br – www.greatstartinbrazil.com - Email: [email protected]
A SECRETÁRIA DE ONTEM SE TORNOU MULTI FUNCIONAL E CULTURAL...
Astrid Rizzi Pike sempre foi uma batalhadora. Passou a infância no Egito,
enquanto seu pai trabalhava para a inteligência inglesa durante a 2ª Grande
Guerra. Ele não era um espião do tipo 007, mas descobria informações
importantes para o governo inglês sobre a região do Oriente Médio. Depois
da guerra, mudaram para o Brasil, onde encontrou o primeiro e o segundo
grande amor. Mas, já na terceira idade e viúva há mais de nove anos, a
empresária descobriu um novo amor... Via Internet!
Muitas vezes me perguntam se sou alemã ou escandinava por causa do meu nome,
Astrid. Poucos sabem que minhas origens são bem distantes dessa região da Europa.
Na verdade, ficam na África, em uma região de grande importância histórica. Sim,
porque eu nasci no Egito.
Nasci no país do Nilo em 1938, no limiar da Segunda Guerra Mundial. Meu pai (e
meu avô antes dele) eram anglófilos e pertenciam ao British Intelligence Service, o
serviço secreto inglês, portanto colaboravam com os Aliados no combate ao
Nazismo. Nossa casa era uma extensão social dos quartéis. Ingleses, escoceses,
irlandeses e alguns galeses participavam da “open house” oferecida por meus pais e
lá partilhavam boa comida, scoth whisky legítimo e muita música. Foi por isso que
desde muito pequena, aprendi a cantar canções como Loch Lomond, In Dublin´s Fair
City e God Save the King!
Em todo esse caldeirão cultural, lembro da desenvoltura de minha mãe, descendente
de família ortodoxa da Bessarabia. Foi ela quem me familiarizou com rituais e
preceitos judaicos desde pequena, embalado-me ao som de My Yiddische Mamen.
Volta e meia surpreendo-me cantarolando esta canção com lágrimas nos olhos de
saudades desse tempo.
Já meu pai, Alfred Leonard, tinha uma origem mais heterogênea, porém pouco
religiosa. Sua avó nasceu em Salonica, na Grécia, e casou-se com um inglês de
Gibraltar. E eu sou resultado dessa feliz “bagunça” racial e cultural. Os resultados
não podiam ser diferentes. Vejam só a miscelânea: em casa falava-se o inglês e o
grego, assim como francês, italiano e árabe. Sempre ouvia minha avó falando
italiano com seus filhos (não sei exatamente o porquê) e grego quando era para eu
não entender. Árabe era a língua que se usava com nossos auxiliares (motorista,
babá etc.) e nas compras noturnas nas famosas feiras egípcias.
Estudei numa famosa escola britânica em Alexandria, English Girls´College. Lá
tínhamos aulas diárias e obrigatórias de francês e árabe, enquanto as outras
matérias eram ministradas em inglês. Com apenas cinco anos de idade já sabia
todas as canções folclóricas francesas e árabes e, mais importante, já havia
descoberto a importância de conhecer a essência de um povo através de sua cultura.
Ainda menina me tornei poliglota, sem saber o quanto esse conhecimento seria
importante para o meu futuro...
Vale ressaltar que, minhas lembranças de infância incluem grandes amizades entre
os judeus e árabes no Egito! Era um feeling de irmandade e muito calor humano
entre nós. Tudo muito diferente do caos que se instaurou entre os judeus e árabes
da atualidade.
Uma das lições mais importantes eu aprendi com meu avô paterno. Foi ele quem me
iniciou no hoje tão falado conceito de globalização. Desde 1870, ele vivia viajando
por diversos lugares, um verdadeiro Cidadão do Mundo. Entrava num navio e saía
por aí, com destino à América do Sul e à Europa, dois de seus destinos favoritos.
Chegou a morar quase 20 anos entre Estocolmo e Copenhague, cidades com as
quais se identificava. Mas seu futuro estava na África... Em 1895 visitou o Egito e
casou-se com minha avó. E em 1899 nasceu meu pai, seu primeiro filho.
Meu avô se estabeleceu no Egito como representante único da L. M. Ericcson para a
África do Norte. Portanto, foi o primeiro homem a trazer os telefones para o Egito,
naquela época o país de maior visibilidade da África. Albert Leonard era um homem
que acreditava na importância da comunicação! Era um sonhador e alguns vizinhos o
chamavam de louco pelas invenções que vivia trazendo para minha avó
experimentar (tal como a máquina de lavar roupa feito na França...). Bem, com
tanta influência nórdica em minha família, não é de se surpreender que meu pai
tenha me batizado Astrid!
Após a Guerra, nossa família achou melhor emigrar para outro país, mais distante
das convulsões que se instalavam na região. Cheguei ao Brasil em 1946, no pósguerra, aos 9 anos. Meu pai achou que eu deveria conhecer a cultura norteamericana com essa idade e, por isso, estudei na Escola Americana de São Paulo – a
Graded School. Mas aos 11 anos, fui transferida para escola inglesa St.George´s
School, uma escola fundada por uma missionária escocesa (presbiteriana), a
maravilhosa Mrs. Duncan. Então apreendi a me identificar também com os hinos tais
como, Onward Christian Soldiers e Holy Holy Holy!, que hoje são cantados em
português nas igrejas cristãs espalhadas pelo Brasil.
Meu conhecimento de línguas mostrou seu valor logo que atingi a maioridade.
Graças à fluência no inglês e a minha personalidade criativa e assertiva, logo
comecei a trabalhar como secretária numa indústria norte-americana, situada na
Lapa, em São Paulo. Um dia, quando voltava para casa do trabalho, conheci meu
primeiro marido. Um italiano, recém-chegado ao Brasil, que colocou mais uma pitada
de “tempero” no meu caldeirão cultural.
Logo nasceria o primeiro filho. Ao mesmo tempo em que transbordava felicidade pela
chegada do menino, também notei que as minhas responsabilidades se
multiplicavam. Precisei assumir diversos papéis: mãe amorosa e responsável, esposa
submissa e filha dedicada, que ajudava a cuidar do bem estar e a suprir as
necessidades vitais da família. Tive que aprender na marra como contentar um chefe
muito exigente: o jeito foi abrir mão de metade do meu salário para pagar aulas
particulares de datilografia, estenografia em inglês e comprar muitos livros
importados para alcançar mais sucesso na profissão.
Durante os cinco anos de duração deste casamento, trabalhei em mais três
empresas norte-americanas, nas áreas de publicidade, direito e finanças, ampliando
minha visão de mundo e ganhando cada vez mais experiência. De novo, esse período
seria marcante para o meu futuro. Na vida privada, tínhamos amigos italianos que
freqüentavam nossa casa e transformavam nossa mesa de jantar numa alegre
trattoria, com direito a muitas interpretações de O Sole Mio e La Traviatta. Mas o
casamento terminou, me deixando jovem, com um filho e determinação. Não foi fácil
superar essa fase. Os anos seguintes foram de muita luta, tristeza, solidão, lágrimas
silenciosas e conflitos interiores. Achava as forças para seguir em frente no amor de
minha família, e a vontade de vencer na determinação de comprar um teto para me
livrar de uma ação de despejo. O trabalho me fazia sentir útil e desenvolvia minhas
aptidões intelectuais.
Descobri, vivenciando na própria pele, que uma crise, seja ela emocional, como um
casamento fracassado; ou profissional, tipo perda do emprego ou outra instabilidade
financeira; ela nos faz crescer ainda mais! Saí desses anos uma mulher madura,
experiente e segura. Essa sabedoria trouxe grandes transformações na minha vida.
Precisei sentir a profunda dor do fim do meu casamento, enfrentar dez anos de
solidão até encontrar um novo amor. Também tomei coragem para trocar 10 anos de
emprego estável e segurança financeira, mas sem crescimento profissional, para
iniciar meu próprio negócio. Cada um destes anos que passei sozinha, cuidando de
filho e dos meus pais idosos, só aumentaram a minha coragem e criatividade,
impulsionando-me a criar a Great Start e lançar-me no mercado, fundando a
primeira empresa de escritórios virtuais no Brasil, em 1974, providenciando infraestrutura e equipe para executivos que chegavam ao país. Se hoje existem diversos
escritórios desse gênero, em meados dos anos 70 fui considerada louca. Prefiro dizer
que fui visionária, colaborando para o início de diversas empresas no Brasil. Ocupava
um duplex no Hilton Hotel, um cinco estrelas no Centro de São Paulo. Além dos
escritórios virtuais, também criei, de certa forma, o conceito de business room do
hotel.
A partir dos anos 80, observei que havia uma lacuna na área de consultoria
secretarial de alto nível. Foi aí que optei por abandonar os escritórios virtuais e me
especializei no recrutamento e colocação de secretárias executivas. Tornei-me
pioneira nesse segmento, abrindo novos caminhos para essas profissionais e
valorizando a profissão que, no passado, tinha me aberto as portas para a
sobrevivência. Aliás, a experiência que acumulei como secretária por tantos anos foi
fundamental para o meu sucesso como consultora secretarial.
Durante os 30 anos de minha empresa, o Brasil enfrentou e continua a enfrentar
inúmeras crises... Crise Asiática em 1997, crise Russa em 1998, a desvalorização do
real em 1999, a quebra das empresas da internet em 2000, o declínio econômico do
mercado global, os terríveis eventos do fatídico 11 de setembro de 2001, o Brasil
pós-FHC, as várias crises argentinas, terrorismo internacional e assim por diante.
Nada me fez desistir do meu sonho; nem os juros extorsivos dos bancos, nem a
concorrência desleal, muito menos a solidão enfrentada com a perda do meu
segundo marido, meu parceiro e incentivador na criação da Great Start, que foi
vítima de um derrame, acrescido de um câncer letal. Estava decidida a dedicar o
resto de minha vida à minha missão de ajudar as pessoas a encontrar o emprego de
seus sonhos, e a curtir bons momentos ao lado de meus dois filhos e três netas.
Mas o que eu realmente não contava era receber um prêmio especial. Com 63 anos,
após nove de viuvez, chegou um novo amor. A forma, a mais inesperada: pela
Internet, por meio desses sites de relacionamentos. Uma amiga havia inscrito meu
perfil, porque não se conformava por eu ter decidido ser avó. Eu já nem mais me
lembrava desse fato quando chega um e-mail de uma pessoa. Começamos a trocar
idéias e vimos que tínhamos muito em comum. Com exceção do fato de que eu
morava em São Paulo e ele na Alemanha. Mas esse homem, um amigo sincero,
companheiro constante, decidiu vir ao Brasil, país que já conhecia e adorava, para
me conhecer, e nunca mais foi embora. Além de tudo, tornou-se um amante
carinhoso, alguém que cuida de mim com a mesma atenção e preocupação que eu
sempre dediquei a quem amei. E continua me dando forças para prosseguir com a
Great Start, mesmo com as instabilidades econômicas do Brasil, um sonho que
transformei em realidade.
É impressionante que, justamente quando ninguém mais acredita em nós e nos
deixam sozinhos para enfrentar a tempestade, algo acontece. Nessas situações,
sempre aprendemos muito. Como meu pai dizia: “You can’t put a good man down”.
Se alguém estiver enfrentando algum tipo de crise neste momento, não se deixe
abater, porque um vencedor nunca desiste e tem consciência de que nada dura para
sempre.
Astrid Rizzi é presidente da Great Start Serviços Ltda. Pioneira no recrutamento e Colocação de
Secretárias Multilingües; Outplacement personalizado; Consultoria de Imagem. Ministra workshops e
palestras para aperfeiçoamento profissional em todos os níveis.
Great Start Serviços Ltda, Rua Santo Arcádio, Brooklin, 04707-110 São Paulo, SP, Brazil
Websites: www.greatstart.com.br – www.greatstartinbrazil.com - Email: [email protected]
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