Sociedade Brasileira de Química (SBQ)
Composição química e atividade antimicrobiana dos óleos essenciais
de dois quimiotipos de Egletes viscosa Less (Asteraceae).
1
2
3
Maria Rose Jane R. Albuquerque (PQ), Ariana Azevedo Vasconcelos (PG), Edson Holanda Teixeira (PQ),
4
4
Mary Anne Sousa Lima (PQ), Edilberto R. Silveira (PQ). [email protected]
1. Curso de Bacharelado em Química – Universidade Estadual Vale do Acaraú, CP D-3, Sobral-CE.
2. Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular- Universidade Federal Campus Sobral-CE.
3. Departamento de Patologia e Medicina Legal– Universidade Federal do Ceará, CP 3169, Fortaleza-CE.
4. Departamento de Química Orgânica e Inorgânica - Universidade Federal do Ceará, CP 12200, Fortaleza-CE.
Palavras Chave: Egletes viscosa, composição química, atividade antimicrobiana.
Introdução
Egletes
viscosa
Less
(Asteraceae),
conhecida popularmente como “macela” ou “macelada-terra” é uma erva anual que ocorre
abundantemente
no
sertão
nordestino,
1
principalmente no Ceará . Os capítulos florais desta
planta são facilmente encontrados em ervanários e
supermercados do nordeste, sendo amplamente
empregados na medicina popular, na forma de chá,
no
tratamento
preventivo
de
distúrbios
2
gastrointestinais . Dando continuidade ao estudo
realizado por nosso grupo, referente aos óleos
2,3
essenciais de macela , descreve-se, neste
trabalho, os resultados obtidos com o estudo da
composição química e atividade antimicrobiana dos
óleos essenciais dos quimiotipos A e B da referida
espécie.
Resultados e Discussão
As partes aéreas de E. viscosa foram
coletadas nos municípios de São Gonçalo
(Quimiotipo A) e Chorozinho (Quimiotipo B),
localizados no estado do Ceará. O material botânico
foi submetido ao processo de hidrodestilação em
aparelho tipo Clevenger por um período de 2h. As
quantidades de massa e os rendimentos dos óleos
essenciais (p/v), calculados sobre o peso fresco do
material vegetal, estão descritos na Tabela 1.
Tabela 1 – Quantidade em massa e rendimento
das partes da planta utilizada na extração do óleo
essencial.
Quimiotipo A
Qtde. (g)
Rend. (%)
Partes
aéreas
Talos
Folhas
Quimiotipo B
Qtde. (g)
Rend.(%)
660,0
0,12
695,0
0,06
500,0
480,0
0,04
0,04
295,0
435,0
0,05
0,09
59,9%) nos talos e um ditepeno furânico (2, 50,4%)
nas folhas. Nos óleos essenciais das partes aéreas
(89,2%), talos (77,9%) e folhas (92,7%) do
quimiotipo B foram identificados 17 compostos.
Como majoritários destacam-se o acetoxi dec-2Een-4,6-diino (1) e o diterpeno (2), nas partes aéreas
(1, 20,7%; 2, 37,6%) e nos talos (1, 44,9%; 2,
28,6%) e os acetatos de trans-pinocarveíla (15,9%),
cis-isopinocarveíla (15,9%) e o diterpeno (2, 25,6% )
nas folhas. Os óleos essenciais dos dois quimiotipos
foram submetidos a ensaios antimicrobianos frente
a bactérias Gram-positivas e Gram-negativas. As
linhagens bacterianas utilizadas foram: S. mutans,
S. parasanguinis, S. salivarius, S. sobrinus, P.
aeruginosa e K. oxytoca. O método utilizado foi a
microdiluição em placa, empregando como controles
água do tipo Mili-RiOs (negativo) e clorexidina
(positivo). O crescimento bacteriano foi monitorado
com 24 h de incubação e as leituras realizadas em
leitor de ELISA (DO620nm).
Conclusões
O estudo comparativo dos óleos essenciais
dos quimiotipos A e B de E. viscosa revelou
diferenças na composição química dos referidos
óleos. O óleo essencial do quimiotipo B interferiu
significativamente
no
crescimento
de
S.
parasanguinis (p< 0,001) nas concentrações 500 a
250µg/mL quando comparado com a água (controle
de crescimento normal).
Agradecimentos
CNPq, FUNCAP e PRONEX pelo suporte financeiro
e pelas bolsas de estudo e pesquisa.
____________________
1
A Análise dos óleos essenciais foi realizada
por CG/EM e CG/DIC. Nos óleos essenciais das
partes aéreas (94,8%), talos (78,3%) e folhas
(81,9%) do quimiotipo A foram identificados 16
constituintes, destacando-se como majoritários o
acetato de trans-pinocarveíla (58,1%) nas partes
aéreas, o acetoxi dec-2E-en-4,6-diino (1,
36a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química
Araújo, A. A. S.; Bonjardim, L. R.; Mota, E. M.; Albuquerque-Júnior,
R. L. C.; Estevam, C. S.; Cordeiro, L.; Seixas, S. R. S.; Batista, J. S.;
Quintas-Júnior, L. J. Rev. Bras.Cienc. Farm., 2008, 44, 707.
2
Vieira, G. A. B.; Lima, M. A. S. L.; Bezerra, A. M. E.; Silveira, E. R.
J. Braz. Chem. Soc., 2006, 17, 43.
3
Silva Filho, F. A. N. Dissertação de mestrado (Mestrado em química
Orgânica) Universidade Federal do Ceará, 2005.
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