História e Missão Profª Marlúcia Menezes de Paiva A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), fundação do Ministério da Educação (MEC), coordena a expansão e consolidação da pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) em todos os estados da Federação. Em 2007, passou também a atuar na formação de professores da educação básica, ampliando suas ações na formação de pessoal qualificado no Brasil e no exterior. A CAPES surgiu no contexto do segundo governo Vargas (1950-1954), que tinha como projeto a construção de uma nação desenvolvida e independente. Isso acarretou a necessidade urgente de formação de especialistas e pesquisadores nos diversos ramos de atividade. A CAPES foi criada pelo Decreto nº 29.741, em 11 de julho de 1951, para suprir essa necessidade, com o nome de Campanha Nacional de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Em 1951, o então Ministro da Educação, Ernesto Simões Filho, designou como secretário-geral da CAPES o Prof. Anísio Spínola Teixeira, com a incumbência de institucionalizá-la. Surgiu com o objetivo de "assegurar a existência de pessoal especializado em quantidade e qualidade suficientes para atender às necessidades dos empreendimentos públicos e privados que visam ao desenvolvimento do país". Em 1953, foi implantado o Programa Universitário, principal linha da Capes para o ensino superior. Anísio Teixeira contrata professores visitantes estrangeiros, estimula atividades de intercâmbio e cooperação entre instituições, concede bolsas de estudos e apoia eventos de natureza científica. Nesse ano foram concedidas 79 bolsas: 2 para formação no país, 23 de aperfeiçoamento no país e 54 no exterior. No ano seguinte, foram 155 bolsas: 32 para formação, 51 de aperfeiçoamento e 72 no exterior. Em 1961, a Capes é subordinada diretamente à Presidência da República. Com o Golpe de Estado, de 1964, Anísio Teixeira deixa o cargo e uma nova diretoria assume a Capes, que volta a se subordinar ao Ministério da Educação e Cultura. O ano de 1965 é de grande importância para a pós-graduação: 27 cursos são classificados no nível de mestrado e 11 no de doutorado, totalizando 38 no país. O Ministro da Educação do Governo Castelo Branco, convoca o Conselho de Ensino Superior para definir e regulamentar os cursos de pós-graduação nas universidades brasileiras. Daí decorre o Parecer 977/1965. Fazem parte do Conselho: Antonio F. de Almeida Júnior (presidente da Comissão de Educação Superior), Alceu Amoroso Lima, Anísio Teixeira, Clovis Salgado, Dumerval Trigueiro, José Barreto Filho, Maurício Rocha e Silva, Newton Sucupira (relator), Rubens Maciel e Valnir Chagas. A partir de 1966, o governo ditatorial inicia uma política de planejamento, promovendo diversas reformas. No plano educacional, tem-se a reforma universitária, a reforma do ensino fundamental e a consolidação do regulamento da pós-graduação (Parecer 977/1965). Então, a Capes ganha novas atribuições e meios orçamentários para multiplicar suas ações, com destaque na formulação da nova política para a pósgraduação, que se expande rapidamente. Em julho de 1974, a estrutura da Capes é alterada pelo Decreto 74.299 e seu estatuto passa a ser "órgão central superior, gozando de autonomia administrativa e financeira". O novo Regimento Interno incentiva a colaboração com o Departamento de Assuntos Universitários (DAU) na política nacional de pós-graduação, a promoção de atividades de capacitação de pessoal de nível superior, a gestão da aplicação dos recursos financeiros, orçamentários, a análise e compatibilidade das normas e critérios do Conselho Nacional de Pós-Graduação. Em 1981, pelo Decreto nº 86.791, a Capes é reconhecida como órgão responsável pela elaboração do Plano Nacional de PósGraduação Stricto Sensu. É também reconhecida como Agência Executiva do Ministério da Educação e Cultura junto ao sistema nacional de Ciência e Tecnologia, cabendo-lhe elaborar, avaliar, acompanhar e coordenar as atividades relativas ao ensino superior. A tarefa de coordenar a avaliação da pósgraduação fortalece o papel da Capes. O Programa de Acompanhamento e Avaliação, além de contribuir para a criação de mecanismos efetivos de controle de qualidade, aprofunda sua relação com a comunidade científica e acadêmica. Em 1990, o governo Collor extingue a Capes. Ocorre intensa mobilização. As pró-reitorias de pesquisa e pós-graduação das universidades mobilizam a opinião acadêmica e científica, com o apoio do Ministério da Educação, conseguem reverter a medida. Em 12 de abril do mesmo ano, a Capes é recriada pela Lei nº 8.028. Em 1992, a Lei nº 8.405 autoriza o poder público a instituir a Capes como Fundação Pública, o que confere novo vigor à instituição. Com a nova mudança de governo, em 1995, a Capes passa por uma reestruturação e torna-se responsável pelo acompanhamento e avaliação dos cursos de pós-graduação stricto sensu. Nesse ano, o sistema de pós-graduação ultrapassa a marca dos mil cursos de mestrado e dos 600 de doutorado, envolvendo mais de 60 mil alunos. Passados 57 anos de sua criação, a CAPES passa a atuar, também, no Ensino Básico. O Congresso Nacional unanimidade a Lei aprova no por 11.502/2007, homologada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que cria a Nova Capes. A Nova Capes, além de coordenar o Sistema Nacional de Pós-Graduação brasileiro, passa a induzir e fomentar a formação inicial e continuada de professores para a educação básica. Tal atribuição é consolidada pelo Decreto nº 6755, de 29 de janeiro de 2009, que instituiu a Política Nacional de Formação de Profissionais do Magistério da Educação Básica. A Capes assume as disposições do Decreto, por meio da criação de duas novas diretorias: de Educação Básica Presencial (DEB) e de Educação a Distância (DED). As ações coordenadas pela agência culminaram com o lançamento do Plano Nacional de Formação dos Professores da Educação Básica, em 28 de maio de 2009. Com o Plano, mais de 330.000 professores das escolas públicas estaduais e municipais que atuam sem formação adequada à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB) poderão iniciar cursos gratuitos de licenciatura CONSELHO SUPERIOR CTC-ES CTC-EB PRESIDÊNCIA GAB DGES DTI SECOL DPB DAV Referências: AUD PF DRI DEB DED CTC-ES: Conselho Técnico-científico da Educação Superior CTC-EB: Conselho Técnico-científico da Educação Básica GAB: Chefia do Gabinete SECOL: Coordenação dos Orgãos Colegiados AUD: Auditoria Interna PF: Procuradoria Federal DGES: Diretoria de Gestão DTI: Diretoria de Tecnologia da Informação DPB: Diretoria de Programas e Bolsas no país DAV: Diretoria de Avaliação DRI: Diretoria de Relações Internacionais DEB: Diretoria de Formação de Professores da Educação Básica DED: Diretoria de Educação à Distância As atividades da Capes são agrupadas nas seguintes linhas de ação: avaliação da pós-graduação stricto sensu; acesso e divulgação da produção científica; investimentos na formação de recursos de alto nível no país e exterior; promoção da cooperação científica internacional. indução e fomento da formação inicial e continuada de professores para a educação básica nos formatos presencial e a distância Cada linha desenvolve um conjunto de programas: Administração, Ciências Contábeis e Turismo. Antropologia/Arqueologia Arquitetura e Urbanismo. Arte/Música. Astronomia/Física. Biodiversidade. Biotecnologia. Ciência da Computação. Ciência de Alimento. Ciências Política e Relações Internacionais Ciências Agrárias I Ciências Ambientais Ciências Biológicas I, II e III Ciências Sociais Aplicadas I. Direito. Economia. Educação. Educação Física. Enfermagem. Engenharias I, II, III e IV. Ensino. Farmácia. Filosofia/Teologia. Geociências Geografia Interdisciplinar. Letras/ Linguística Matemática/Probabilidade e Estatística. Materiais. Medicina I, II e III. Medicina Veterinária Nutrição. Odontologia. Planejamento Urbano e Regional/Demografia Psicologia. Química. Saúde Coletiva. Serviço Social. Sociologia. Zootecnia/ Recursos Pesqueiros. O Sistema de Avaliação da CAPES, implantado em 1976, é conduzido por comissões de consultores, vinculados a instituições brasileiras. Abrange dois processos : 1. Avaliação dos Programas de Pós-graduação compreende o acompanhamento anual e a avaliação trienal do desempenho de todos os programas e cursos que integram o Sistema Nacional de Pós-graduação, SNPG. 2. Avaliação das Propostas de Cursos Novos de Pós-Graduação. Os Cadernos de Avaliação são compostos por 11 itens: - PT – Produção Técnica TE - Teses e Dissertações PB - Produção Bibliográfica DI - Disciplinas PA - Produção Artística CD - Corpo Docente, Vínculo Formação PO - Proposta do Programa LP - Linhas de Pesquisa PP - Projetos de Pesquisa DP - Docente Produção DA - Docente Atuação A atuação da CAPES baseia-se na participação de consultores acadêmicos, escolhidos dentre profissionais com comprovada experiência e qualificação em ensino e orientação de pós-graduação, pesquisa e inovação. Os Coordenadores de Área são consultores designados para, em um período de três anos, coordenar, planejar e executar as atividades das respectivas Áreas na CAPES, especialmente as relativas à avaliação dos programas de pós-graduação. Cursos recomendados e reconhecidos; Propostas Minter/Dinter; Qualis; Resultados de avaliação de Programas; Bolsas/ Estudantes; Formação de Professores da Educação Básica (Pibid, Prodocência, Observatório da Educação etc); Cooperação Internacional; Educação à Distância; Prêmio CAPES de Teses; Apoio a Eventos (PAEP); 35,0 35,6 35,8 35,5 35,4 35,2 35,1 35,1 36,0 37,2 38,0 Mestrado Profissional 2.956 4.350 5.065 5.809 6.301 6.798 7.638 9.073 10.135 10.213 12.195 2,9 4,1 4,5 5,0 5,1 5,1 5,4 6,0 6,3 5,9 6,5 - 312,6 - Ano Total Mestrado % Doutorado % 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2001/2011 Δ% 100.443 106.068 112.229 116.260 124.048 132.420 141.661 150.118 161.068 173.408 187.760 62.353 63.990 66.951 69.190 73.805 79.050 84.356 88.295 93.016 98.607 104.178 62,1 60,3 59,7 59,5 59,5 59,7 59,5 58,8 57,7 56,9 55,5 35.134 37.728 40.213 41.261 43.942 46.572 49.667 52.750 57.917 64.588 71.387 86,9 67,1 - 103,2 % Mestrado/ Mestrado Mestrado/Mestrado Doutorado Total Mestrado Doutorado Mestrado/Doutorado profissional Profissional /Mestrado Profissional 1.551 1.684 1.819 1.931 2.058 2.266 2.409 2.568 2.718 2.840 3.096 1 Δ% 99,6 561 661 765 760 830 924 981 1.030 1.054 1.091 1.161 107,0 29 32 35 32 33 39 37 36 40 49 52 79,3 pes (Dados coletado em 10/08/2012) 883 891 907 1.022 1.063 1.146 1.207 1.284 1.381 1.453 1.554 76,0 29 51 62 116 132 157 184 218 243 247 329 1034,5 5 5 6 0 0 0 0 0 0 0 0 -100,0 44 44 44 1 0 0 0 0 0 0 0 -100,0