José Melo de Oliveira
Governador do Estado do Amazonas
SECRETARIA DE estado de
PLANEJAMENTO,
desenvolvimento, ciência,
tecnologia e inovação
Thomaz Afonso Queiroz Nogueira
Secretário de Estado de Planejamento, Desenvolvimento,
Ciência, Tecnologia e Inovação - SEPLANCTI
René Levy Aguiar
Diretor- Presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas
Esta obra foi financiada pelo Governo do Estado do Amazonas com recursos da
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas – FAPEAM
Adriano Premebida
Fabrício Monteiro Neves
Tiago Ribeiro Duarte
(Orgs.)
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©2015 Adriano Premebida; Fabrício Monteiro Neves; Tiago Ribeiro Duarte (Orgs.)
Direitos desta edição adquiridos pela Paco Editorial. Nenhuma parte desta obra pode ser apropriada
e estocada em sistema de banco de dados ou processo similar, em qualquer forma ou meio, seja
eletrônico, de fotocópia, gravação, etc., sem a permissão da editora e/ou autor.
P925 Premebida, Adriano; Neves, Fabrício Monteiro; Duarte, Tiago Ribeiro.
Investigações Contemporâneas em Estudos Sociais da Ciência e Tecnologia/
Adriano Premebida; Fabrício Monteiro Neves; Tiago Ribeiro Duarte (Orgs.).
Jundiaí, Paco Editorial: 2015.
328 p. Inclui bibliografia.
ISBN: 978-85-8148-763-2
1. Estudo Sociais da Ciência e Tecnologia 2. Sociologia da Ciência
3. Conhecimento Científico 4. Ciência e Tecnologia I. Premebida, Adriano
II. Neves, Fabrício Monteiro III. Duarte, Tiago Ribeiro
CDD: 500
Índices para catálogo sistemático:
Conhecimento
121
Sociologia do Conhecimento
306.42
Ciência
500
IMPRESSO NO BRASIL
PRINTED IN BRAZIL
Foi Feito Depósito Legal
Nós agradecemos ao CNPq e à CAPES pelo apoio dado a algumas das
pesquisas apresentadas neste livro e, principalmente, pela inestimável ajuda da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado do Amazonas - FAPEAM,
através do Edital BIBLOS 007/2013, que possibilitou o financiamento
desta publicação.
Sumário
Prefácio............................................................................................................9
Harry Collins
Tradução: Tiago Ribeiro Duarte
Introdução.............................................................................................15
Capítulo 1
Luiz Henrique de Lacerda Abrahão
Apontamentos Sobre Thomas Kuhn e Paul Feyerabend:
Antagonismos, Aproximações e os Estudos Sociais da
Ciência..................................................................................................23
Capítulo 2
Tiago Ribeiro Duarte
A sociologia do conhecimento de e. Durkheim e do
Programa Forte.................................................................................................59
Capítulo 3
Carlos Alvarez Maia
Os impasses conceituais de Latour: o humano, o social e a
simetria...................................................................................................87
Capítulo 4
Fabrício Monteiro Neves
Vinícius Teixeira Pinto
Julio Souto Salon
A dinâmica da expertise no “Juicio Ciudadano” no Uruguai:
Cidadania, poder e energia nuclear................................................................119
Capítulo 5
Luis Reyes-Galindo
Tradução: Tiago Ribeiro Duarte, Adriano Premebida, Fabrício Neves
Revisor técnico: Rafael de Araujo Álvares Marinho
O papel das aproximações na Física: o caso de experimentos e
teorias controversas no efeito Casimir.......................................................139
Capítulo 6
Marko Monteiro
Digitalizando o câncer de próstata: pensando as interseções entre
engenharia e biologia na ciência contemporânea....................................169
Capítulo 7
Renata Campos Motta
Risco, perigo ou oportunidade? As disputas entre política,
economia e ciência acerca dos OGMs........................................................199
Capítulo 8
Adriano Premebida
Os interesses heterogêneos da ciência e a politização específica
da vida biológica.........................................................................................233
Capítulo 9
Noela Invernizzi
Cibele Cavichiolo
Nanotecnologia nos meios de comunicação: que informação
chega ao público?...........................................................................................263
Capítulo 10
Rafael Antunes Almeida
Uma conversa com Harry Collins...............................................................313
Prefácio
RESCC: O surgimento
A Rede de Estudos em Sociologia do Conhecimento Científico
(RESCC) surgiu em 2007, durante o Primer Congreso Argentino de Estudios
Sociales de la Ciencia y la Tecnología, realizado na Universidad Nacional de
Quilmes, na Argentina. Naquele congresso, cinco pesquisadores brasileiros — Adriano Premebida, Carlos Maia, Fabrício Neves, Rafael Almeida e
Tiago Duarte — interessados nos Estudos Sociais da Ciência e Tecnologia
(ESCT) compartilhavam a vontade de aprofundar a comunicação entre
si e disseminar esse campo de estudos na academia brasileira. Tratava-se
de pesquisadores em etapas diversas da vida acadêmica — graduandos,
mestrandos, doutorandos e doutores — que já vinham encontrando-se em
diversos congressos. Em meio a apresentações de trabalho e coffee breaks,
discutiam os seus trabalhos e a literatura produzida na área. Com o intuito
de fortalecer a comunicação do grupo, os pesquisadores criaram, no referido congresso, a RESCC, tendo como primeiro passo a implantação de
um grupo virtual de discussão na Internet1 para facilitar a comunicação e
a divulgação de informação entre os participantes.
Se, no início, o grupo era formado por apenas cinco membros, ele
cresceu e, hoje, abriga mais de 50 associados. Formou-se também um grupo no Facebook, o qual possui mais de 400 membros. Mensagens são
enviadas com frequência entre os participantes, contendo informações
sobre congressos, cursos de verão, chamadas para publicação, divulgação
de artigos, livros recém-publicados, vagas de trabalho, etc. Os membros
do grupo continuam a encontrar-se em congressos e o diálogo intensifica-se através de projetos e pesquisas formuladas e realizadas em conjunto.
Com a instituição, em 2011, da Associação Brasileira de Estudos Sociais
das Ciências e das Tecnologias – ESOCITE -BR, as discussões e pesquisas
na grande área dos estudos sociais em ciência e tecnologia têm um grande
reforço, possibilitando que pesquisas nestes temas se expadam a todas as
regiões do Brasil e que enriqueçam o conjunto teórico e de estudos empíricos desta área de estudos.
1. Conferir em: http://br.dir.groups.yahoo.com/group/rescc
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Adriano Premebida | Fabrício Monteiro Neves | Tiago Ribeiro Duarte (Orgs.)
O livro
A produção de algo mais concreto por parte dos componentes da rede
já tinha sido cogitada desde as primeiras discussões de seus membros. A
ideia de um livro que aglutinasse as múltiplas abordagens e temas de pesquisa de seus associados foi aceita rapidamente e posta em prática através
de convite e seleção de artigos que representassem esta composição de
estudos unificada em torno dos ESCT. Além disso, outra motivação para a
organização desta obra é a aglutinação de pesquisas empíricas e produção
teórica que, provavelmente, ficariam dispersas e com baixa possibilidade
de repercussão crítica e geração de debates em área que se institucionaliza
academicamente no Brasil.
Este livro encontra-se dividido em duas partes. A primeira é composta
por quatro artigos e trata da história dos ESCT e de alguns de seus principais debates teóricos. A segunda parte é formada por estudos de caso
que cobrem uma gama de diferentes tópicos: engajamento público em
questões relacionadas a ciência e tecnologia, efeito Casimir, biotecnologia,
nanotecnologia, modelagem computacional, esforços científicos multidisciplinares, risco e tecnologia e ciência na mídia.
O primeiro capítulo é uma breve introdução aos estudos sociais da ciência escrita por um dos fundadores do campo: Harry Collins. Juntamente
com os pensadores vinculados ao programa porte, Collins foi um dos responsáveis pelos primeiros avanços teóricos e empíricos da área nos anos
de 1970. Ainda hoje, ele atua ativamente no campo produzindo novas
ideias e engajando-se em diversos debates. Em seu texto, Collins descreve
o surgimento dos estudos sociais da ciência, apresenta as principais ideias
e vertentes da área e, ao fim, tece comentários sobre o seu trabalho mais
recente: os estudos sobre expertise e experiência.
No capítulo dois, “Kuhn e Feyerabend: antagonismos, aproximações e
os estudos sociais da Ciência”, Luiz Abrahão realiza o importante trabalho
de retornar às raízes intelectuais dos ESCT na filosofia histórica da ciência
de Thomas Kuhn e Paul Feyerabend. Estes dois pensadores são, frequentemente, colocados como predecessores e fonte de inspiração dos estudos
já mencionados. Abrahão procura desvendar as diferenças e as similaridades entre as abordagens de Kuhn e Feyerabend, de modo a oferecer uma
análise mais rica das relações entre as obras dos autores. Ademais, ele evidencia as razões pelas quais, em geral, Kuhn e Feyerabend são vistos como
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Investigações Conremporâneas em Estudos Sociais da Ciência e Tecnologia
inspiradores dos ESCT, não obstante a rejeição de ambos a estas análises
sociológicas da ciência, em especial, ao Programa Forte.
O capitulo três, “A sociologia do conhecimento de Émile Durkheim
e do Programa Forte”, escrito por Tiago Duarte, começa por investigar
as aproximações e as diferenças entre a sociologia do conhecimento de E.
Durkheim e o Programa Forte. Durkheim foi explicitamente apontado
por David Bloor, um dos criadores do Programa Forte, como uma de suas
principais influências. Neste sentido, o autor do artigo procura desvendar onde esses pensadores aproximam-se e onde divergem. Além disso, o
pesquisador examina as críticas ao trabalho de Bloor formuladas por dois
influentes pensadores: Thomas Kuhn e Bruno Latour. Ambos, de pontos
de vista teóricos distintos, acusam o Programa Forte de não contemplar
o papel da realidade empírica na determinação do conteúdo das teorias
científicas. Tiago Duarte busca demonstrar que tal Programa sociológico
é suficientemente robusto para resistir às críticas apontadas e servir como
base teórica para os ESCT.
O capítulo quatro, intitulado “Os impasses conceituais de Latour: o
humano, o social e a simetria”, elaborado por Carlos Maia, examina uma
questão bastante similar àquela tratada por Tiago Duarte. Maia critica o
princípio da simetria generalizada proposto por Bruno Latour, que seria
uma tentativa conceitual do pensador francês para superar as dificuldades
teórico-metodológicas encontradas por ele na obra de David Bloor. De
acordo com este princípio, os estudos sociais da ciência deveriam tratar
simetricamente humanos e não-humanos. Em outras palavras, a construção dos fatos científicos seria realizada tanto por seres humanos quanto
por não-humanos, os quais deveriam ser incluídos como agentes nas narrativas daqueles que procuram compreender os processos de produção de
conhecimento. Carlos Maia argumenta que Latour não produz soluções
efetivas para os ESCT e propõe que a ideia de pós-social, desenvolvida por
Knorr-Cetina, seria uma forma mais profícua de compreender os múltiplos agenciamentos entre humanos e não-humanos.
No quinto capítulo, “A dinâmica da expertise no ‘Juicio Ciudadano’
no Uruguai: Cidadania, poder e energia nuclear” de Fabrício Monteiro
Neves, Vinícius Teixeira Pinto e Julio Souto Salon, é feito a reconstituição
da experiência uruguaia de organização de conferência de consenso sobre
temas controversos em ciência e tecnologia, chamada “Juicio Ciudadano”. A conferência em questão versou sobre o tema da energia nuclear.
Discute-se tal experiência levando-se em conta o engajamento de cidadãos
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Adriano Premebida | Fabrício Monteiro Neves | Tiago Ribeiro Duarte (Orgs.)
não-experts em assuntos aos quais eles estiveram tradicionalmente alheios,
em acordo com a “teoria das expertises” de Collins e Evans. Os autores
questionam se tal mecanismo de promoção da participação pública em
controvérsias poderia ser considerada um alternative pathway, ou seja, um
caminho alternativo às formas tradicionais de engajamento e participação
democrática em questões científicas e tecnológicas.
No capítulo seis, “O papel das aproximações na Física: o caso de experimentos e teorias controversas no efeito Casimir”, Luis Reyes-Galindo
tem como campo de investigação a física teórica e os seus processos de
aproximação, ação necessária nesta especialidade científica. O autor inicia
o capítulo sugerindo quatro categorias distintas de aproximações. Na segunda parte, ele apresenta uma controvérsia da física moderna em torno
do efeito Casimir. Relaciona, pois, os diferentes tipos de aproximação a
esta controvérsia e salienta a importância do conhecimento tácito para
realizá-las e para interpretar os resultados experimentais.
A seguir, “Digitalizando o câncer de próstata: pensando as interseções
entre engenharia e biologia na ciência contemporânea” relata a fascinante
etnografia realizada por Marko Monteiro nos Estados Unidos. O autor
estudou as interações de um grupo interdisciplinar de cientistas composto
por físicos, matemáticos e biólogos que buscavam construir um modelo
computacional para simular as interações entre calor e tecidos humanos.
Ele evidencia as dificuldades de comunicação entre os cientistas pertencentes a diferentes disciplinas e a forma como a matemática era vista entre
os diversos grupos, uma ponte capaz de estabelecer a comunicação entre
cientistas pertencentes a áreas diferentes. Além disso, Marko Monteiro
mostra como o conhecimento referente aos diferentes campos disciplinares era classificado e hierarquizado pelos participantes do projeto de
forma desigual, de modo que a biologia era vista como mais intuitiva e
subjetiva que a engenharia e a matemática, estas percebidas como produtoras de conhecimento objetivo e universal.
No capítulo oito, “Risco, perigo ou oportunidade? As disputas entre
política, economia e ciência acerca dos OGMs”, Renata Campos Motta
analisa as relações entre ciência, política e economia. A estudiosa explora
situações de luta pela autonomia e situações de heteronomia nas relações
entre estes campos, tendo como mote a definição da política sanitária para
alimentos geneticamente modificados e a discussão a respeito do risco
atribuído a estes produtos. Na primeira parte, Motta esboça a trajetória
teórica para a construção do conceito do risco, com ênfase em seu caráter
12
Investigações Conremporâneas em Estudos Sociais da Ciência e Tecnologia
controverso, o que permite lutas pela definição de sua realidade. Na segunda parte, analisa a controvérsia comercial na Organização Mundial do
Comércio (OMC) acerca da política europeia para produtos biotecnológicos, na qual não só disputam países, mas os campos científico, político e
econômico em relação à (não) existência de riscos nestes produtos.
No capítulo nove, Adriano Premebida discute biopolítica no texto
“Os interesses heterogêneos da ciência e a politização específica da vida
biológica”, levando em conta a tendência recente de legitimar padrões de
consumo, expectativas vinculadas à saúde e às formas de sociabilidade,
por meio do discurso científico biotecnológico. Para o pesquisador, o
contexto contemporâneo de alastramento de artefatos biotecnológicos no
espaço de enunciação/significação pública destas inovações é regido, em
grande parte, pelos interesses e pelas intenções relacionados à ciência e à
tecnologia. Ele discute como a narrativa biotecnológica condiciona novas
formas de agrupamentos sociais baseadas em perfil genético, práticas e
disciplinas de controle do corpo e modos de vida dos quais são derivados,
direta ou indiretamente, das inovações biotecnológicas.
No último capítulo, Noela Invernizzi e Cibele Cavichiolo discutem
a relação entre mídia e ciência com base na veiculação de um tema novo
para o grande público, a saber, as nanotecnologias. Em “Nanotecnologia nos meios de comunicação: que informação chega ao público?”, as
autoras analisam a informação divulgada ao público sobre esse emergente campo científico-tecnológico, que ganhou rápida legitimidade, caráter
estratégico e significativos investimentos públicos. Para tanto, examinam
alguns veículos da mídia escrita: um jornal, três revistas semanais de informação geral e duas revistas especializadas em divulgação científica. As
autoras concluem que há uma tendência generalizada, nestes veículos, de
antecipar projeções tecnocientíficas que atualmente são apenas promessas.
O posfácio consiste em uma entrevista com Harry Collins realizada,
em 2007, por Rafael Almeida. Diferentemente do primeiro capítulo, onde
Collins procura delinear a história do campo e os seus rumos atuais, na
entrevista, ele trata de temas diversos, tais como as suas motivações para
trabalhar como sociólogo da ciência, as suas principais influências, as suas
opiniões sobre outras vertentes teóricas, tais como a etnometodologia e a
teoria ator-rede de Bruno Latour, além de tecer comentários sobre a guerra das ciências e a respeito do seu trabalho mais recente, relacionado aos
estudos sobre expertise e experiência.
Os Organizadores
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Introdução
Estudos Sociais da Ciência: A Jornada
Harry Collins1
Tradução: Tiago Ribeiro Duarte2
O Início
Os “estudos sociais da ciência modernos” emergiram por volta da
década de 1970, ou assim pensávamos naquela época. Na verdade, eles
começaram na década de 1930 com a publicação do brilhante livro de
Ludwik Fleck, Genesis and Development of a Scientific Fact (1935[1979]). Todavia, nós, nos países de língua inglesa, não tomamos conhecimento deste
livro, que fora escrito em língua alemã, por muito tempo. Conhecíamos o
livro de Thomas Kuhn A Estrutura das Revoluções Científicas (1962[2005]) e,
se tivéssemos lido o prefácio cuidadosamente, teríamos visto que Kuhn
mencionou Fleck. Muitas das ideias de Kuhn já existiam na obra de Fleck
(embora não a de revolução científica). Fleck também produziu o primeiro
estudo de caso a respeito do estabelecimento de uma nova teoria, estudo
baseado em seu trabalho sobre a sífilis. Esta obra foi algo muito à frente de
seu tempo e o próximo estudo desta espécie não foi realizado até a década
de 1970. Estranhamente, a pessoa que ajudou a chamar a atenção para
os livros de Fleck, nos países de língua inglesa, foi Robert Merton, cujas
principais ideias são anteriores àquilo que estou chamando de os estudos
sociais da ciência modernos. Merton deu origem às famosas “normas da
ciência” contra as quais alguns tomaram os estudos sociais da ciência modernos como uma reação.
O livro de Kuhn, A Estrutura das Revoluções Científicas, publicado pela
primeira vez em 1962[2005], abriu espaço para a análise social da ciência.
Ele “rachou o cristal da certeza” sem, contudo, mostrar como fazer isto.
Eu diria que o primeiro artigo dos estudos sociais da ciência modernos foi
“Wittgenstein and Mannheim on the Sociology of Mathematics” publica1. Distinguished Research Professor da Universidade de Cardiff. Email: [email protected]
2. Doutor em Sociologia pela Universidade de Cardiff. Atualmente é Pesquisador Colaborador
do Departamento de Sociologia da UnB dentro do Programa Nacional de Pós-Doutorado da
Capes. Email: [email protected].
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José Melo de Oliveira Thomaz Afonso Queiroz