Trabalho Científico INVASÃO DE PINUS ELLIOTTII EM UMA ÁREA DE FLORESTA ATLÂNTICA MONTANA EM ESTÁDIO INICIAL DE REGENERAÇÃO NO PLANALTO DE POÇOS DE CALDAS, MINAS GERAIS. Marcelo Souza Motta1; Marco Aurélio Leite Fontes2; Antônio Cláudio Davide2; Gleyce Campos Dutra3. INTRODUÇÃO A perda irreversível da diversidade biológica nos países tropicais é, atualmente, o maior problema enfrentado pela comunidade cientifica, já que estes países possuem mais da metade das espécies existentes no planeta e apresentam as mais altas taxas de degradação e extinção (Wilson, 1997). Dentre eles, o Brasil destaca-se como um dos países mais ricos em biodiversidade, possuindo dois dos 34 “hotspots” propostos pela Conservation International e respaldados pela comunidade científica, a Floresta Atlântica e o Cerrado (Mittermeier et al., 2005). Além disso, o país possui a maior porção de ecossistema primitivo existente no planeta, a Amazônia. Neste contexto, uma das principais causas da perda da diversidade biológica é a introdução de espécies vegetais exóticas que possuem potencial invasor. Como principais conseqüências da contaminação biológica por estas espécies estão a modificação dos ciclos naturais e das características dos ecossistemas atingidos e a alteração fisionômica da paisagem natural. No Brasil, o gênero Pinus, principalmente P. elliottii e P. taeda, pode ser considerado invasor, contaminando fisionomias campestres, litorâneas (restingas) e florestais nas regiões sudeste e sul do país (Ziller, 2000; Ziller e Galvão, 2002; Caruso, 1990; Liesenfield e Pellegrim, 2004; Bechara, 2003; Motta, 2003). Neste trabalho objetivou-se apresentar e discutir o processo de colonização de uma área de Mata Atlântica montana em estádio inicial de regeneração, em Poços de Caldas, Minas Gerais, situada entre um talhão de Pinus elliottii e um Fragmento florestal nativo. MATERIAL E MÉTODOS O estudo foi realizado em área pertencente a Alcoa Alumínio S.A., dentro dos limites da Reserva Particular do Patrimônio Natural Retiro Branco, com área de 208 ha e localizada no município de Poços de Caldas ao sul do estado de Minas Gerais, nas coordenadas 21°47´13" S e 46°34´10" W e altitude média de 1.340 metros a.n.m.. O município fica localizado na borda ocidental da Serra da Mantiqueira, na sub-bacia do Rio Grande, bacia hidrográfica do Rio Paraná. O clima predominante da região é do tipo Cfb de Köppen ou subtropical úmido e caracteriza-se por apresentar condições mesotérmicas úmidas com verões chuvosos e estações bem definidas, uma chuvosa que vai de outubro a março e uma seca de abril a setembro, não existindo déficit hídrico. Os ventos apresentam ação moderada na direção NE, com velocidade constante de 6 m.s-1 (Candido e Griffith, 1978). A vegetação original da região, segundo Gatto et al. (1983), era constituída por contatos transicionais de floresta estacional semidecídua e floresta ombrófila mista, com ocorrência significativa de savana (cerrado) gramíneo-lenhosa. Pela classificação do IBGE (Veloso et al., 1991), a região de Poços de Caldas é considerada de tensão ecológica, ou seja, de transição entre diferentes tipos de vegetação, possuindo alta diversidade biológica. 1 2 3 Analista Ambiental IBAMA-PI ([email protected]); Professor DCF – Universidade Federal de Lavras ([email protected], [email protected]); Aluna de Pós-Graduação DCF-UFLA. Atualmente, grande porção desses ambientes encontra-se convertida em pastagens, áreas agrícolas e fragmentos de florestas secundárias. A RPPN Retiro Branco é constituída de fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual Montana e Altomontana em estádio de regeneração avançado, áreas em estádio de regeneração inicial, áreas recuperadas com plantios homogêneos de Eucalyptus, Pinus e Mimosa scabrella e áreas recuperadas com plantio consorciado de forrageiras e arbóreas nativas. A área de estudo constitui-se de uma antiga pastagem atingida por incêndios florestais freqüentes, tendo como vizinhos um talhão de Pinus elliotti com aproximadamente 25 anos de idade com sub-bosque espontâneo nativo e um fragmento de Floresta Estacional Semidecidual Montana. Os solos na área, conforme Motta (2003), são classificados em Argissolos Vermelhos Distróficos típicos (PVd) e Neossolos Litólicos Distróficos típicos (RLd). Para levantamento dos indivíduos de porte arbóreo, foram alocadas 6 parcelas de 300 m2 (20×15 m) e para levantamento da regeneração natural, 6 parcelas de 12 m2 (duas parcelas de 6 m2 dentro das parcelas maiores). Para avaliação da possível influência da proximidade entre as diferentes vegetações sobre a comunidade arbórea, as parcelas foram alocadas aos pares a 25 metros de distância do talhão de Pinus (125 metros de distância do fragmento), 75 m do talhão de Pinus (75 m do fragmento) e 125 m do talhão de Pinus (25 m do fragmento). Todos os indivíduos arbóreos com diâmetro a 1,3 m (DAP) maior ou igual a 5 cm foram amostrados, identificados e medidos em sua circunferência (CAP) e altura total. Como regeneração natural foram considerados todos indivíduos com altura superior a 0,2 m e DAP menor que 5 cm, dos quais mediu-se a altura total. Os indivíduos amostrados foram herborizados e identificados com o auxílio de chaves de identificação, comparações com a coleção do herbário da Universidade Federal de Lavras (UFLA) e por meio de consultas a especialistas. A classificação das espécies em famílias seguiu o sistema do Angiosperm Phylogeny Group (APG, 2003). Para descrição da estrutura da comunidade, foram calculados, por espécie, os parâmetros quantitativos clássicos de Mueller-Dombois e Ellenberg (1974): densidade, freqüência e dominância absolutas e relativas (sendo a dominância expressa pela altura para a regeneração natural e pela área basal para o estrato arbóreo) e valor de importância. Para isso foi utilizado o programa Fitopac, de Shepherd (1994). Como parâmetro para a observação do estádio de regeneração da área, as espécies presentes foram classificadas em dois sistemas de guildas, de acordo com as estratégias de regeneração definidas por Swaine e Whitmore (1988) e de dispersão definidas por Van der Pijl (1982). Para a classificação das espécies foram utilizadas informações sobre sua biologia encontradas na literatura. RESULTADOS E DISCUSSÃO O estrato de regeneração natural apresentou 58 espécies pertencentes a 38 gêneros e 19 famílias. Considerando os indivíduos com DAP ≥ 5 cm, foram identificadas 17 espécies, distribuídas em 17 gêneros e 14 famílias. No total, a área amostrada apresentou 63 espécies, 40 gêneros e 21 famílias botânicas. As famílias com maiores riquezas de espécies foram Melastomataceae (14 espécies), Myrtaceae (12), Asteraceae (8) e Fabaceae e Aquifoliaceae (3). Os gêneros mais ricos em espécies foram Leandra e Miconia (5 cada), Myrcia (4), e Baccharis, Tibouchina e Ilex (3 cada). A listagem das espécies está apresentada na TABELA 1. Considerando o estrato de regeneração natural, as espécies mais abundantes, em número de indivíduos, foram Clethra scabra (56), Leandra lacunosa (43), Myrsine umbellata (28), Miconia cinerascens (16) e Psychotria sessilis (13). Estas espécies corresponderam a 46,4% do total dos indivíduos amostrados. As espécies com maiores dominâncias foram M. umbellata (7.444,44 m.ha-1), L. lacunosa (6.634,72 m.ha-1), C. scabra (6.433,33 m.ha-1), Pinus elliottii (5.423,61 m.ha-1) e M. cinerascens (2.965,28 m.ha-1), as quais corresponderam a 52% da dominância total. As espécies com maior VI foram C. scabra, Leandra lacunosa, M. umbellata, Pinus elliottii e Miconia cinerascens, correspondendo a 39% do VI total (TABELA 2). Considerando o estrato arbóreo, as espécies mais abundantes em número de indivíduos foram Pinus elliottii (147), Clethra scabra (46), Myrsine umbellata (22), Piptocarpha macropoda (7) e Leucochlorum incuriale e Siphoneugena densiflora (3). Estas espécies corresponderam a 92,2% do total dos indivíduos amostrados. As espécies com maiores dominâncias foram Pinus elliottii (10,215 m2.ha-1), Clethra scabra (2,066 m2.ha-1), Myrsine umbellata (0,447 m2.ha-1), Leucochlorum incuriale (0,305 m2.ha-1) e Myrcia rostrata (0,222 m2.ha-1), as quais corresponderam a 95,4% da dominância total. As espécies com maior VI foram P. elliottii, C. scabra, M. umbellata, P. macropoda e L. incuriale, correspondendo a 83,8% do VI total (TABELA 3). A comunidade amostrada sugere um estádio inicial de sucessão e apresenta o mesmo perfil estudado por Lorenzo (1991) em uma área abandonada em Poços de Caldas, MG, a 1600 metros a.n.m., destacando a riqueza da família Melastomataceae. Corcordando com Lorenzo (1991) e considerando as guildas de regeneração, das 63 espécies amostradas, 18 são classificadas como pioneiras, 31 como clímax exigentes em luz e 8 tolerantes à sombra, além de 6 não classificadas. As espécies não classificadas foram aquelas em que apenas o gênero foi identificado, impossibilitando uma classificação adequada. Em relação às guildas de dispersão, das 63 espécies, 41 apresentam síndrome de dispersão zoocórica, 17 com dispersão anemocórica e 5 com dispersão autocórica. As espécies com maiores Valores de Importância, nos dois estratos amostrados, podem ser encontradas abundantemente nas florestas da região, exceto Pinus elliottii. As espécies Clethra scabra, Myrsine umbellata, Psychotria sessilis e Miconia cinerascens foram amostradas em bordas de florestas estacionais semideciduais montanas e altimontanas e em sítios com solos jovens e de melhor drenagem (Oliveira-Filho et al., 1994; Carvalho et al., 2000; Carvalho, 2002; Souza et al., 2003; França e Stehmann, 2004; Dalanesi et al., 2004). Os arbustos dos gêneros Miconia, Leandra e Psychotria são típicos de sub-bosques de florestas em estádios iniciais de sucessão (Tabarelli e Mantovani, 1997). Destaca-se a intensa colonização por Pinus elliottii no sítio estudado, resultado das sementes dispersadas a partir do plantio homogêneo vizinho (densidade de 800 indivíduos . ha-1, Área Basal de 8,36 m2. ha-1 e idade aproximada de 25 anos; Motta, 2003) e também de indivíduos existentes na capoeira e já em fase reprodutiva. A TABELA 3 mostra que 60,2% dos indivíduos amostrados são dessa espécie, correspondendo a 73,5% da dominância total. O gênero Pinus foi o primeiro a colonizar, no sul dos Estados Unidos, áreas recém cortadas ou abandonadas pela agricultura (Wenger e Trousdell, 1958 citados por Jankovski, 1996). No Brasil, o gênero Pinus, principalmente P. elliottii e P. taeda, pode ser considerado invasor, contaminando fisionomias campestres, litorâneas (restingas) e florestais nas regiões sudeste e sul do país (Ziller, 2000; Ziller e Galvão, 2002; Caruso, 1990; Bechara, 2003; Liesenfield e Pellegrim, 2004). Garrido et al. (1980) observou que um pomar de Pinus elliottii pode produzir uma quantidade de sementes de 2,74 a 51,68 kg.ha-1, de 10 a 17 anos de idade. Em relação à distância de disseminação, estudos têm mostrado que o número de sementes decresce exponencialmente com o aumento da distância da bordadura do plantio (Jankovski, 1996). O autor observou uma disseminação uniforme dentro do plantio e que 84,2% das sementes são disseminadas nos primeiros 40 m, embora sementes possam ser carregadas além de 75 m (Cooper, 1957 citado por Jankovski, 1996). A chuva anual de sementes de Pinus elliottii foi estudada por Bechara (2003), que calculou a deposição de 52.593 sementes.ha-1 em uma área aberta próxima ao talhão. Jankovski (1985) observou que a viabilidade das sementes disseminadas produz uma germinação entre 80 e 55% não importando a distância da bordadura do plantio. Na área de estudo, as parcelas que estavam a 25 m da bordadura do talhão, tiveram em média 59 indivíduos de Pinus (1.966,67 ind.ha-1) enquanto que as parcelas que estavam a 125m, tiveram 12 indivíduos (400 ind.ha-1), comprovando a capacidade do Pinus em colonizar áreas abertas próximas a plantios. Brassiolo (1988) observou o estabelecimento de 1,2 plantas.m-2 de Pinus elliottii em uma área porta-sementes com 80 árvores.ha-1 e com subbosque nativo bem desenvolvido. Não foi observada a presença de indivíduos regenerantes de Pinus no interior do Fragmento, comprovando seu caráter heliófilo. Mas possivelmente a espécie colonize clareiras naturais existentes no interior do fragmento. Caso não haja o controle e a erradicação dos indivíduos de Pinus na área estudada, podem ser feitas algumas suposições em médio e longo prazo. Poderá ocorrer o favorecimento de espécies arbóreas de grupos ecológicos mais tardios no processo de sucessão, fato este observado por Motta (2003), que amostrou o sub-bosque do talhão de Pinus vizinho, o qual se mostrou com baixa equitabilidade. As espécies pioneiras, presentes hoje, tenderão a permanecer na área formando banco de sementes persistentes no solo e terão seu estabelecimento condicionado à ocorrência de clareiras “naturais” originárias das possíveis quedas de indivíduos adultos de Pinus. Um aspecto importante a se considerar é o acúmulo de material combustível na área proveniente da queda de galhos e acículas de Pinus, os quais são altamente inflamáveis. A continuidade horizontal e vertical da vegetação poderá facilitar o deslocamento do fogo para os estratos superiores da floresta, ocasionando incêndios de copa de grande magnitude. Estes incêndios poderão ser acentuados pelas condições topográficas locais (relevo acidentado) e pelo regime de ventos tornando-se de difícil combate e de grande dano ambiental. Tal situação atrasaria o processo de sucessão e restauração ecológica da área. CONCLUSÕES Com este trabalho pode-se concluir que: a) a espécie exótica Pinus elliottii apresenta caráter invasor nos domínios da Floresta Estacional Semidecidual montana e altomontana; b) sementes de Pinus elliottii, quando favorecidas pela direção dos ventos, podem ser disseminadas a distâncias maiores que cem metros da bordadura do talhão; c) em médio prazo, se não houver a erradicação da espécie no local, será formada uma floresta com Pinus elliottii dominando o dossel superior e sub-bosque com espécies arbustivo-arbóreas nativas da região; d) a contaminação biológica de áreas naturais perturbadas por Pinus elliottii resulta em alteração fisionômica da paisagem regional. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS APG II. 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Espécies arbustivo-arbóreas encontradas em uma Floresta Semidecídua Montana em regeneração, em Poços de Caldas, MG, onde: Est. = estrato regenerativo: rn = espécie encontrada no estrato de regeneração natural e ea = espécie encontrada no estrato arbóreo; Disp. = síndromes de dispersão: zoo = dispersão zoocórica, ane = dispersão anemocórica, aut = dispersão autocórica; GE = grupo ecológico: p = espécies pioneiras, cl = espécies clímax exigentes de luz, cs = espécies tolerantes à sombra e nc = espécies não classificadas. Espécie ANACARDIACEAE Lithraea molleoides (Vell.) Engler AQUIFOLIACEAE Ilex brevicuspis Reissek Ilex amara (Vell.) Loes Ilex paraguariensis A.St.-Hil. ASTERACEAE Baccharis dracunculifolia DC. Baccharis semiserrata (Steud) G.M.Barroso Baccharis tarchonanthoides Baker Dasyphyllum sp. Eupatorium inulaefolium Kunth Gochnatia paniculata (Less.) Cabrera Gochnatia polymorpha (Less.) Cabrera Piptocarpha macropoda Baker BORAGINACEAE Cordia sellowiana Cham. Cordia superba Cham. CLETHRACEAE Clethra scabra Cham. ERICACEAE Gaylussacia brasiliensis Meiss Leucothoe sp. EUPHORBIACEAE Croton floribundus Sprengel Sapium glandulosum (L.) Morong Est. Disp. GE rn zoo p rn rn ea zoo zoo zoo cl cl cl rn rn rn rn rn rn rn rn;ea rn rn ane p ane p ane p ane nc ane p ane p ane p ane p zoo zoo cl cs rn;ea ane cl rn rn aut cl zoo nc rn rn aut zoo p cl FABACEAE CAESALPINOIDEAE rn aut p Senna bicapsularis (L.) Irwin & Barneby FABACEAE MIMOSOIDEAE rn;ea aut cl Leucochloron incuriale (Vell.) Barney & Grime rn aut nc Mimosa sp. LAURACEAE rn;ea zoo cl Ocotea pulchella (Nees) Mez. MALPIGHIACEAE rn zoo nc Byrsonima sp. MELASTOMATACEAE rn zoo cs Leandra aurea (Cham.) Cogn. rn zoo cs Leandra lacunosa Cogn. rn zoo cs Leandra regnelli (O.Berg. ex Triana) Cogn. rn zoo cs Leandra scabra DC. rn zoo cs Leandra sericea DC. rn zoo cl Miconia chartacea Triana rn zoo cl Miconia cinerascens Miq. rn zoo p Miconia ligustroides DC. rn zoo p Miconia theaezans Cogn. rn zoo cl Miconia trianae Cogn. rn ane p Tibouchina moricandiana (Ser. ex Dc.l) Baill rn;ea ane cl Tibouchina sellowiana (Cham) Cogn. rn ane p Tibouchina ursina (Cham.) Cogn. rn;ea ane p Trembleya parviflora (D.Don) Cogn. MYRSINACEAE rn zoo cl Myrsine lancifolia Mart. rn;ea zoo cl Myrsine umbellata Mart. MYRTACEAE rn;ea zoo cl Blepharocalyx salicifolius (Kunth) O.Berg rn;ea zoo cs Calyptranthes brasiliensis Sprengel rn zoo cl Campomanesia pubescens (DC.) O.Berg rn zoo cl Eugenia punicifolia (Kunth) DC. rn zoo nc Eugenia sp. rn zoo cl Myrcia fallax (Rich.) DC. rn;ea zoo cl Myrcia rostrata DC. rn zoo cl Myrcia velutina O.Berg rn zoo cl Myrcia venulosa DC. rn zoo cl Pimenta pseudocaryophyllus (Gomes) Landrum rn zoo cl Psidium rufum Mart. rn;ea zoo cs Siphoneugena densiflora O.Berg PINACEAE rn;ea ane p Pinus elliottii Engler. RUBIACEAE rn zoo cl Alibertia elliptica (Cham.) K.Schum. rn zoo p Psychotria sessilis (Vell.) Müll. Arg. SABIACEAE ea ane cl Meliosma brasiliensis Urb. SALICACEAE rn zoo cl Xylosma ciliatifolium (Clos) Eichler SAPINDACEAE ea zoo cl Matayba elaeagnoides Radlk. SIPARUNACEAE rn zoo nc Siparuna sp. SOLANACEAE Solanum granuloso-leprosum Dunal Solanum pseudoquina A.St.-Hil. VOCHYSIACEAE Vochysia magnifica Warm. Vochysia schwackeana Warm. rn ea zoo zoo p cl ea rn ane ane cl cl Tabela 2. Parâmetros estruturais quantitativos das dez espécies com maior VI encontradas no estrato de regenerativo de uma Floresta Semidecídua Montana em regeneração, em Poços de Caldas, MG, onde: N = número de indivíduos, P = número de parcelas com a espécie, H = soma das alturas (metros), DA = densidade absoluta (indivíduos.ha-1), FA = freqüência absoluta (%), DoA = dominância absoluta (m.ha-1), DR = densidade relativa (%), FR = freqüência relativa (%), DoR = dominância relativa (%) e VI = valor de importância. Espécie N P H Clethra scabra Leandra lacunosa Myrsine umbellata Pinus elliottii Miconia cinerascens Tibouchina moricandiana Psychotria sessilis Miconia ligustroides Trembleya parviflora Calyptranthes brasiliensis 56 43 28 9 16 6 4 6 2 4 46,32 47,77 53,6 39,05 21,35 11 13 10 11 4 14,45 1527,78 3 12,35 1805,56 4 11,17 1388,89 4 9,36 1527,78 66,67 50,00 66,67 66,67 3 50,00 7 DA FA DoA DR FR 16,67 12,80 8,33 2,68 4,76 5,50 3,67 5,50 1,83 3,67 2006,94 1715,28 1551,39 1300,00 3,27 3,87 2,98 3,27 3,67 2,75 3,67 3,67 3,60 3,07 2,78 2,33 10,54 9,69 9,43 9,27 1472,22 2,08 2,75 2,64 7,47 7777,78 100,00 6433,33 5972,22 66,67 6634,72 3888,89 100,00 7444,44 1250,00 33,33 5423,61 2222,22 66,67 2965,28 10,6 972,22 DoR VI 11,53 33,70 11,89 28,35 13,34 27,17 9,72 14,23 5,31 13,74 Tabela 3. Parâmetros estruturais quantitativos das dez espécies com maior VI encontradas no estrato arbóreo de uma Floresta Semidecídua Montana em regeneração, em Poços de Caldas, MG, onde: N = número de indivíduos, P = número de parcelas com a espécie, AB = área basal (m2.ha-1), DA = densidade absoluta (indivíduos. ha-1), FA = freqüência absoluta (%), DoA = dominância absoluta (m2.ha-1), DR = densidade relativa (%), FR = freqüência relativa (%), DoR = dominância relativa (%) e VI = valor de importância. Espécie N P AB Pinus elliottii 147 6 1,8388 Clethra scabra 46 6 0,3719 Myrsine umbellata 22 6 0,0805 Piptocarpha macropoda 7 5 0,0372 Leucochloron incuriale 3 2 0,0548 Myrcia rostrata 2 2 0,0399 Tibouchina sellowiana 2 2 0,0198 Ilex paraguariensis 2 2 0,0083 Ocotea pulchella 2 2 0,0066 DA FA DoA DR FR 816,67 100,00 10,2153 60,25 14,63 255,56 100,00 2,0663 18,85 14,63 122,22 100,00 0,4474 9,02 14,63 DoR VI 73,53 148,41 14,87 48,36 3,22 26,87 38,89 83,33 0,2067 2,87 12,20 1,49 16,55 16,67 11,11 33,33 33,33 0,3046 0,2218 1,23 0,82 4,88 4,88 2,19 1,60 8,30 7,29 11,11 11,11 11,11 33,33 33,33 33,33 0,1099 0,0462 0,0365 0,82 0,82 0,82 4,88 4,88 4,88 0,79 0,33 0,26 6,49 6,03 5,96 Siphoneugena densiflora 3 1 0,0096 16,67 16,67 0,0531 1,23 2,44 0,38 4,05