Estruturação parcial do
pré-projeto: Parte textual II
(Revisão bibliográfica e
metodologia)
Prof. Sergio Roberto Martins
([email protected])
Revisão bibliográfica
(histórico do problema)
 Estado da arte sobre o tema, revisão de literatura;
 Embasamento teórico;
 A voz dos outros autores: aspectos já abordados,
lacunas existentes;
 Distingue secundário do essencial: filtros;
 Ajuda a delimitar o conteúdo a investigar;
Desafios fundamentais
 O que ler? –literatura científica (fontes);
 Onde localizar? – onde estão;
 Como ler? –efetividade, peculiaridade;
 Como escrever? –representação, rigor,
forma, estilo;
Habilidade da leitura: extração de informações
do texto técnico e científico
Realidade: fatos (coletiva, pública)
Dado: apreensão da realidade;
Conhecimento: conjunto dos dados (particular)
Signo: representação física da realidade
Linguagem: conjunto de signos
A linguagem como signo: convencional
 Língua falada (sinais sonoros) ou escrita (sinais
escritos);
 Fatos (in)comuns geram dados (in)comuns, e são
representados por signos (in)comuns: ex: sinapses,
cadeira, compostos químicos de uma cadeira;
 Conhecimento vulgar, senso comum: não necessita
método nem sistematização da observação;
 Conhecimento científico: sistematização, metódico;
Linguagem do conhecimento vulgar
(senso comum): literatura geral
 Fontes: jornal, romance, novela, revistas de atualidade;
 Visam proporcionar lazer e informação geral;
 Lidam com conhecimento assistemáticos e ametódicos;
 Compostos com base em fatos corriqueiros;
 Contém palavras, idéias e raciocínios familiares;
Linguagem do conhecimento técnico e
científico: literatura científica
 Escritos com objetivo de ensinar e aprender;
 Lidam com conhecimento sistematizados e metódicos;
 Peculiaridade na divisão e distribuição de informações;
 Compõe-se de dados não cotidianos;
 Contém palavras, idéias e raciocínios menos familiares;
 Não dispensa informações e fontes literárias gerais;
Fontes da literatura científica:
QUEM INDICA?
 Contribuições do orientador;
 Especialistas da área;
 Matriz de relevância: palavras-chave do tema
e bases de dados;
Fontes do conhecimento científico
 Obras de referência: destinadas ao uso pontual e
recorrente (dicionários, enciclopédias, manuais;
 Periódicos científicos: mais importante (em papel ou
eletrônico);
 Teses e dissertações;
 Anais de eventos científicos;
 Periódicos de indexação: índices de resumos e
referências (abstracts);
Onde as fontes estão armazenadas: base de
dados CD-ROM, internete
Internacionais:




BIOSIS: Ciências Biológicas 5 milhões de resumos;
CAB (Ciências Agrárias): 11 mil periódicos;
COMPENDEX (Engenharia e Tecnologia): 2.600 títulos;
GEOREF (Geociências): 2,2 milhões de artigos;
Nacional:
IBICT (C&T) (www.ibict.br)
SciELO: www.scielo.br
Sistemas de busca: Altavista, Yahoo, Google, etc
Leitura dos textos técnicos e científicos
 Não dispensa informações gerais:
 Parte pré-textual (capa, folha de rosto);
 Parte pó-textual (orelha, contra-capa): autoria
e data de publicação;
Divisão lógica do texto:
 Sumário: reconhecimento das diversas
partes do trabalho;
 Títulos e sub-títulos indicam graficamente as
partes do assunto tratado;
 Identificação alfanumérica: letras dos
alfabeto e/ou números arábicos e romanos,
em sequência;
Estrutura lógica do texto
 Partes que compõe o texto, sua seqüência (divisões),
pertença (conjunto de idéias em cada divisão);
 Divisão primária (capítulo ou parte), secundária (divisões
da divisão primária), terciária; quaternária, quinária;
 A seqüência alfanumérica em sistema único para indicar
a pertença;
 Unidades de leitura: unidade autônoma de pensamento
(lida e entendida isoladamente); ex.: parágrafo.
Objetivos da leitura científica
 Identificar as informações e os dados
constantes do material lido;
 Estabelecer relações entre as informações e
os dados obtidos com o problema proposto;
 Analisar a consistência das informações e
dados apresentados pelos autores;
Leitura do material: exploratória, seletiva
 Objetiva verificar se a obra consultada
interessa ao projeto;
 Exame da folha de rosto, orelhas, índice,
resumo, palavras-chave, notas de rodapé,
conclusões, bibliografia;
 Exige conhecimento do assunto tratado;
 Permite escolher (selecionar) o material;
Leitura do material: analítica e
interpretativa
 Objetiva ordenar, resumir informações;
 Evitar pré-julgamento do autor;
 Leitura integral do texto: visão do todo;
 Identificação das idéias-chaves;
 Hierarquização das idéias;
 Sintetização das idéias;
 Relacionar a afirmação do autor com o problema em
estudo;
Análise textual
 Superar barreiras linguístico-culturais, familiarizar com
termos que denominam os fatos da ciência;
 Leitura rápida: anotar todos elementos desconhecidos e
esclarecê-los;
 Etapa provisória da leitura;
 Aumenta o domínio do leitor sobre terminologia
específica;
 Constitui percentual reduzido das palavras;
Analise temática
 Entender as idéias apresentadas pelo autor;
 Parágrafo: unidade de leitura, menor porção
autônoma do texto que permite entendê-lo;
 Idéia principal: o conteúdo central anunciado
pelo autor (título, objetivos, hipoteses);
 Idéias secundárias: facilitar o entendimento
da idéia principal;
Registro das informações (leituras)
 Resumo: texto com idéias principais do autor com
seqüência original de suas idéias;
 Esquema: formato gráfico hierarquizado;
 Considerar os objetivos do projeto;
 Identificar a fonte (obra), título, autor, páginas do texto;
 Identificar comentários pessoais e transcrições do autor;
Fichas de registro de leitura
O estilo do texto: qualidades básicas de
redação para o leitor (especialista no tema)
 Impessoalidade;
 Objetividade;
 Clareza;
 Precisão;
 Coerência;
 Concisão;
 Simplicidade;
Precisão e consistência
 Cada palavra deve traduzir fielmente o que se
quer transmitir;
 Buscar nomenclatura técnica específica;
 Evitar adjetivos e advérbios que não expressem
exatamente o que se quer dizer (pequeno, boa
parte, antigamente);
 Preferir termos passíveis de quantificação;
Impessoalidade, linguagem positiva e
modéstia
 O texto deve ser impessoal: este projeto, o presente
estudo;
 Evitar referencias pessoais;
 Usar a forma positiva do verbo: substituir o “não é”
pelo “é”;
 Evitar expressões audaciosas e infundadas;
Objetividade, franqueza
 Linguagem direta;
 Não desviar para considerações irrelevantes;
 Apoiar-se em dados e provas;
 Evitar opiniões pessoais;
Clareza, concretude, decoro
 Apresentar idéias sem ambiguidade e sem eufemismos;
 Evitar duplicidade de interpretação;
 Usar vocabulário adequado, sem verbosidade e
expressões de duplo sentido;
 Evitar palavras supérfluas;
 Evitar repetições e detalhes prolixos;
 Evitar chavões, gírias e palavrões: “com certeza”, “à
nível de”, gerúndios (“a gente vai estar fazendo”), etc,
Coerência
 Apresentar idéias numa seqüência lógica;
 Cada parágrafo é uma unidade que deve
conter uma idéia-núcleo;
 Os parágrafos devem ter fluência entre si;
 Redação deve ser uniforme iniciando com
verbos ou substantivos;
Concisão, brevidade e simplicidade
 Texto deve expressar idéias com poucas palavras;
 Cada período deve envolver no máximo três linhas;
 Evitar linguagem familiar;
 Tentar expressar e não impressionar (não complicar);
 Evitar sinonimismo;
 Evitar excesso de palavras: verborragismo
Citações bibliográficas
 Inclusão no texto de informações extraídas de fontes
auxiliares;
 São idéias secundárias com objetivo de sustentar,
apoiar, ilustrar as idéias do autor do texto;
 Normatizadas pela ABNT (NBR 10520:2002);
 Curtas (até 3 linhas): entram direto no alinhamento
normal do texto, como parte do parágrafo, entre aspas;
 Longas: destacar do parágrafo;
Tipos de citações
 Direta: transcrição literal de um texto ou parte,
conservando grafia, pontuações e língua originais;
pode se colocar interpolações [! ? sic ];
 Indireta (sem aspas): condensação (síntese do
texto); paráfrase (recomposição do texto com
palavras próprias).
Como referenciar no texto: NBR 10520:2002
 Sistema autor/data: conta no corpo do texto,
como parte da sentença ou entre parênteses
ao final do trecho citado.
 ...de acordo com SOARES (2006) os
resíduos sólidos....
 Os resíduos sólidos são....(SOARES, 2006)
Peculiaridades do sistema autor/data: texto
e bibliografia
 Autor;
 Autor entidade;
 Dois autores;
 Três autores;
 Mais de três autores: (et alii, et al.)
 Documentos anônimos;
 Eventos científicos;
 Citação de citação;
 Internet
METODOLOGIA: procedimentos
(Estudo do método - caminho)
 Conjunto de atividades necessárias para obter
informações (dados) que permitam atingir os objetivos
propostos no projeto: como, onde e com quê?
 Peculiaridades em função do tipo de pesquisa
(documental, bibliográfica, experimental, estudo de
caso, etc).
 Inclui Materiais e Método;
Distinção entre Metodologia e Método
(Demo, 1992)
 Metodologia: ‘é o estudo dos caminhos, dos
instrumentos usados para fazer ciência” ;
 Permite explicar não só resultado científico mas
também toda sua construção;
 Compreende métodos e técnicas para fazer a
pesquisa e a empiría (realidade onde o problema
está contextualizado;
 Método: instrumento básico para alcançar objetivos
pré-estabelecidos pelo pesquisador (delineamento,
modo de abordar o fenômeno em estudo);
Estratégias para a execução do projeto
 Indicação dos métodos e técnicas para a coleta de
dados, e dos materiais utilizados;
 Seleção e localização das fontes de informação:
bibliográfica e/ou de campo;
 Configuração do universo de pesquisa e da técnica
de amostragem;
 Indicação da análise e interpretação dos dados;
Elementos fundamentais da metodologia
 Tipo de estudo: tipo de pesquisa quanto a sua natureza
(exploratória, descritiva, etc.) e delineamento/método (experimental,
bibliográfica, estudo de caso, etc)
 Local de observação: contexto;
 Fontes de informação: o que será consultado, quem fornece dados,
critérios de escolha, características, materiais;
 População e amostra: universo a ser estudado, extensão, como será
selecionada;
 Técnica de coleta e analise de dados: modelos de questionários,
testes, escalas, tipos de entrevista e de observação; procedimentos
estatísticos, análise conteúdo e de discurso, etc.
 Controle de variáveis: equipamentos, instrumentos, período de
observação, modo de observação;
O método científico
 Observar ou realizar experimentações a
partir das grandezas que constituem o
fenômeno;
 Variáveis: grandezas que podem variam (ao
longo do tempo ou de caso a caso);
 Constantes: grandezas que para fins práticos
não variam;
Varáveis: Y= f.X
Independente (X):
 Se introduz propositalmente para verificar
suas variações em relação a outras variáveis;
 Permite realizar previsões e/ou obter
resultados;
 Ocorrem por ações do pesquisador;
Varáveis: Y= f.X
Dependente (Y):
 Se deseja verificar seu comportamento em
função das variáveis independentes;
 É o que se deseja prever ou obter como
resultado;
 Revelam o resultado do experimento;
Variáveis de controle
 Interferem que interferem no modelo;
 Ocorrem ocasionalmente e interferem no
resultado do experimento;
 Devem e podem ser controladas;
Variável interveniente
 Afeta o fenômeno observado;
 Não pode ser controlado nem medido;
Exercício teórico-prático
Quanto à Revisão Bibliográfica
1. Como você está identificando as fontes de
literatura científica que embasará seu
projeto?
2. Construa uma matriz de relevância
(cruzamento entre palavras-chave e base
de dados). Explicite a(s) base(s) de dados e
o(s) tipo(s) de fontes utilizados;
Exercício teórico-prático
Quanto à Revisão Bibliográfica
3. Selecione um texto e identifique no seu
resumo:
 Elementos desconhecidos:
 Esclareça os elementos desconhecidos:
 Faça o registro das informações: ficha de
leitura;
Exercício teórico-prático
Quanto à Revisão Bibliográfica
4. Exemplifique tipos de citações do texto (uma
de cada):
Curta:
Longa:
Direta:
Indireta condensada:
Indireta paráfrase:
Exercício teórico-prático
Quanto à Metodologia
 Identifique os elementos apresentados na
metodologia do trabalho.
Download

6. Estruturação parcial do pré-projeto - Parte 2