Porocarcionoma – Mais do que uma Doença Rara
Joana Guerra1 ([email protected]), Ana Sardo1, Susana Costa
Orientadores: Dr. Juan González, Dra. Susana Costa
ACES Algarve Central I , USF Mirante, Olhão
Enquadramento
O porocarcinoma é uma neoplasia rara com origem nas glândulas sudoríparas écrinas, que ocorre predominantemente entre as
5ª e 8ª décadas de vida. Têm alto potencial de destruição local e metastização, com elevada taxa de recorrência. O seu mau
prognóstico requer vigilância apertada em centros especializados de cuidados terciários, o que representa um desafio
importante à oferta de cuidados de proximidade em áreas periféricas.
Caso Clínico
Identificação:
- PO, ♂
- 63 anos
- Caucasóide
- Ucrâniano (Levio)
- Residente Olhão (1999)
- Eng.Químico (até 1986)
- Limpeza praia Faro
- Casado
Antecedentes Pessoais:
-Hábitos tabágicos (20 UMA)
- # Tíbia direita
- Hábitos medicamentosos
. Triazolam SOS
. Prednisolona 40mg
. Ranitidina 300mg
. Hidroxizina 25mg
Caracterização Familiar:
-Família Nuclear
- Fase V Ciclo Duvall
Genograma
Fevereiro de 2014
I
N. 80 a
E. 78 a
II
P. 63 a
Tabagismo
PoroCa/
Metast.
L. 51 a
N. 58 a
P. 62 a
III
A. 32 a
O. 35 a
R. 33 a
Sem Médico de Família\
2000
• Lesões
hiperpigmentadas
• 1mm
• Ombro
esquerdo
2005
• Lesão única
eritematosa
descamativa
• 2cm
• Ulceração
central
Fev.2014
2006
2012
• Recidiva –
• Dermatolometástase
gista
ganglionar
• Excisão total
de
• Histologia:
porocarcinoma Porocarcinoma à
• Consultas de
esquerda.
follow up IPO
Lx: 1 m, 3 m, • Afetava o
trabalho
6m.
• Abandonou o
seguimento
Outubro
2012
• IPO Lisboa
• Ressecção
axilar esq.
parcial
• Pensos
trissemanais
por ferida
supurativa
Novembro
2012
Abril 2013
• Cons.
• RT
Follow-up
(Faro)
IPO Lisboa
•8
semanas • Lesão
ulcerada,
• Melhoria
infectada,
da lesão
supurativa
• AB +
analgesia
Maio 2013
Dezembro
2013
Fevereiro
2014
• É-lhe
atribuído
Médico
de
família
• QT
(Faro)
• 6 sessões
• Ligeira
melhoria
• QT (novo
ciclo, Faro)
• Lesão
mantém-se
ulcerada e
supurativa
• Pensos
diários :
ferida
supurativa
• Mantém
Incapacidade
Temporária
para o
Trabalho.
Abril 2013
Fev. 2014
Discussão
O porocarcinoma representa múltiplos desafios para o médico de família, pela sua raridade e, neste caso, pelo contexto
sociocultural do doente: emigrante, não conhece o país nem o modo de funcionamento do SNS, seguido pela sua doença a 300
km da sua residência e que não pode trabalhar. Por necessidade de pensos frequentes e renovação de certificado de
incapacidade temporária para o trabalho, mantém um contacto frequente com a médica de família, tendo esta um papel
primordial no esclarecimento das suas dúvidas. É notável a necessidade de sinalização destes doentes e atribuição de médico de
família para uma eficaz prestação de cuidados de proximidade.
1
Interna do 1º Ano de Medicina Geral e Familiar
Bibliografia: Comissão de Classificações da Organização Mundial de Ordens Nacionais, Academias e Associações Académicas de Clínicos Gerais/Médicos de Família (WONCA), Classificação Internacional de Cuidados Primários, segunda edição, Junho de 2011; Kalogeraki A, et al. A cytologic approach of eccrine porocarcinoma,
Acta Med Port 2013 Jul-Aug;26(4):467-470; Caeiro, Rui; Registos Clínicos em Medicina Familiar; Direcção Geral dos Cuidados de Saúde Primários; instituto de clinica geral da zona sul, Lisboa 1991
Wong, A, et al, Eccrine Carcinoma, Emedicine Medscape, 2014; An. Bras. Dermatol. vol.84 no.5 Rio de Janeiro Sept./Oct. 2009.
Download

Porocarcionoma – Mais do que uma Doença Rara