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Directora
Graça Franco
Quinta-feira, 14-05-2015
Edição às 08h30
Editor
Raul Santos
FÁTIMA
"É do coração humano que
brotam atrocidades, mas
também a paz"
Portugal quer NATO na defesa do Mediterrâneo
Um em cada três professores
portugueses à beira de
esgotamento
Portuguesas têm primeiro filho
aos 29 anos
Passos desconhece
plano de
despedimentos na
TAP
Acordo
Ortográfico é
obrigatório, mas
não há sanções
para o
incumprimento
"Número 2" do
Estado Islâmico
dado como morto
Novidade.
Primeiro JuveBarça numa final
da Champions
FERNANDO J. REGATEIRO
Vida moral, bem
comum e política
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Quinta-feira, 14-05-2015
Portuguesas têm
primeiro filho aos 29
anos
Dado consta de um relatório da União
Europeia, no âmbito do Dia Internacional da
Família. É nos países de Leste que as
mulheres se iniciam na maternidade mais
cedo.
FÁTIMA
"É do coração
humano que brotam
atrocidades, mas
também a paz"
Arcebispo de Aparecida, que presidiu à
peregrinação aniversaria, falou da
importância da mensagem de Fátima para o
mundo.
(Foto: DR)
As mulheres portuguesas têm o primeiro filho, em
média, aos 29 anos. O dado é revelado num relatório da
União Europeia, divulgado no âmbito do Dia
Internacional da Família que se assinala na sexta-feira,
dia 15.
É nos países de Leste que as mulheres se iniciam na
maternidade mais cedo. Ao contrário, nos países do Sul
da Europa, o nascimento do primeiro filho é
geralmente adiado para depois dos 30 ou mesmo dos
40.
Os dados reportam a 2013 e revelam que mais de
metade das mulheres na União Europeia deu à luz pela,
primeira vez, entre os 20 e os 29 anos e 40% quando já
estava no escalão dos 30.
Há ainda a considerar os 127 mil nascimentos de mães
com menos de 20 anos e os 65 mil de mulheres que já
tinham passado os 40.
Em Portugal, nasceram quase 46 mil bebés em 2013.
Quase metade das mães tinha entre 30 e 39 anos e 43%
estava na casa dos 20. Tanto os primeiros nascimentos
de mulheres acima dos 40 como os de mães
adolescentes acompanharam a média europeia - 2,6 e
5,7%, respectivamente.
É nos países de Leste - Bulgária, Roménia, Letónia,
Estónia, Polónia, Lituânia e Eslováquia - que, em
média, as mulheres têm o primeiro filho mais cedo,
entre os 25 e os 27 anos.
No outro extremo, estão os países da Europa do Sul Itália, Espanha, Grécia e ainda o Luxemburgo -, onde a
decisão é adiada para os 30 ou mais.
Nos 28 países, nasceram mais de cinco milhões de
crianças. Um quinto eram, pelo menos, o terceiro filho
da família. E se na Finlândia, Reino Unido e Irlanda os
bebés já tinham pelo menos quatro irmãos, por cá, isso
só aconteceu com 3% dos nascimentos. Mais de 55%
foram primeiros filhos e um terço segundos filhos.
Foto: Lusa
Por Aura Miguel
Milhares de peregrinos reunidos em Fátima rezaram
esta quarta-feira pelo Papa, no final das cerimónias
deste 13 de Maio, quando ficaram a saber que a data
também foi celebrada, esta quarta-feira de manhã, no
Vaticano.
Foi na audiência-geral desta semana na Praça de S.
Pedro, em Roma. O Papa rezou em silêncio junto a uma
imagem de Nossa Senhora e convidou depois os
peregrinos a manterem viva esta devoção.
Em Fátima, na homília, o arcebispo de Aparecida, que
presidiu a esta peregrinação aniversaria, falou da
importância da mensagem de Fátima para o mundo e
sublinhou que o que mais une Portugal e o Brasil não é
a língua, mas a fé.
Mais forte que a língua comum é a fé católica a unir
Portugal e o Brasil, que além da devoção mariana faz
como que ambos os países aguardem visita do papa
em 2017. Aparecida e Fátima estão assim lado a lado
com uma proposta de conversão sempre actual, como
sublinhou o cardeal Raymundo Assis esta manhã.
"Os acontecimentos que aqui se deram ao longo de
1917, quando o mundo assistia as atrocidades da
Primeira Guerra Mundial, chamaram a atenção de um
coração humano, o Imaculado Oração de Maria. É do
coração humano que brotam as atrocidades, mas é
também de um coração humano, todo ele
transfigurado pela graça de Deus, que brota a paz."
Milhares de peregrinos iniciam esta quarta-feira o
regresso a casa.
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Quinta-feira, 14-05-2015
Máximas a descer,
mas só até sábado
Todas as regiões do país, com excepção de
três nos Açores, apresentam risco muito alto
de exposição à radiação ultravioleta. Tome as
precauções necessárias.
Passos desconhece
plano de
despedimentos na
TAP
O primeiro-ministro “passa a bola” à
administração da empresa.
Continua o sol, mas o calor está mais moderado. Foto: RR
O céu vai estar pouco nublado ou limpo esta quintafeira no continente, mas as temperaturas máximas vão
descer. Em Beja, por exemplo, vão estar menos 10 graus
do que na quarta-feira, dia em que o calor bateu o
recorde para o mês de Maio.
O Norte do país acorda com muitas nuvens, mas vão
dissipar-se até ao final da manhã, em especial no
litoral. Pode também ocorrer alguma chuva fraca no
Minho e Douro Litoral.
Nas regiões do interior, a temperatura mínima vai
descer, mas não tanto como a máxima.
Em Lisboa o termómetro vai oscilar entre 16 e 24 graus,
no Porto entre 15 e 18, em Vila Real, Bragança e Viseu
entre 10 e 18, na Guarda entre 11 e 18, em Castelo
Branco entre 14 e 25, em Portalegre entre 17 e 28, em
Coimbra entre 15 e 20, em Évora entre 12 e 28, em Beja
entre 17 e 30, em Faro entre 21 e 30, em Setúbal entre 12
e 26 e em Santarém entre 14 e 24.
Na sexta-feira, a temperatura máxima desce mais um
pouco (Beja com 29, Faro com 26, Lisboa e Porto com
22), mas no sábado volta a rondar os 30 graus.
Tome cuidado com o sol
Todas as regiões do país, com excepção de Angra do
Heroísmo, Horta e Ponta Delgada, nos Açores,
apresentam esta quinta-feira risco muito alto de
exposição à radiação ultravioleta (UV).
São elas Aveiro, Beja, Bragança, Braga, Castelo Branco,
Coimbra, Évora, Faro, Funchal, Guarda, Leiria, Lisboa,
Penhas Douradas, Porto, Portalegre, Porto Santo,
Sagres, Santarém, Setúbal, Sines, Viana do Castelo,
Viseu, Vila Real e Santa Cruz das Flores.
Ponta Delgada (S. Miguel) e Horta (Faial) apresentam
risco alto, enquanto a Horta (ilha Terceira) está com
níveis moderados.
Para as regiões com níveis muito altos e altos, é
recomendado o uso de óculos de sol com filtro UV,
chapéu, t-shirt, guarda-sol e protector solar. Deve
também evitar-se a exposição ao sol entre as 11h00 e as
17h00, sobretudo das crianças.
O primeiro-ministro diz não ter indicação de que
estejam a ser preparados despedimentos na TAP.
"Não temos nenhuma indicação de que nos planos da
administração da empresa estejam despedimentos.
Não tenho nenhuma indicação nesse sentido, mas
aguardaremos evidentemente aquilo que o conselho
de administração vier a apresentar", declarou Pedro
Passos Coelho aos jornalistas, à margem de uma
cerimónia na direcção-geral das Autarquias Locais, em
Lisboa.
Antes, o primeiro-ministro referiu que "o Governo
solicitou à administração da empresa a apresentação
de um plano de recuperação" na sequência da greve
dos pilotos", e acrescentou que "será agora o conselho
de administração a especificar o que é que julga mais
importante para corrigir ou, pelo menos, atenuar os
efeitos negativos desta greve e as perdas que foram
registadas".
O chefe do Governo acrescenta ainda que “a motivação
em relação à TAP é salvar a empresa” e não “fazer o
encaixe financeiro”.
FERNANDO J. REGATEIRO
Vida moral, bem
comum e política
O compromisso de cada homem com o
outro homem e com a busca do bem
comum é, em substância, a razão primeira
da acção política.
No jornal Página 1 da última terça-feira, Cristina Sá
Carvalho conduziu-nos, magistralmente, para o espaço
da “Revolução da Ternura”, do Papa Francisco, quando,
com Gilligan, nos fez presente o modo como as
mulheres se orientam, por uma “moral das relações
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interpessoais, da compaixão e do cuidado, uma
perspetiva afiliativa e colaborativa das relações
humanas, progredindo do egoísmo para a
responsabilidade, numa lógica de interdependência.”
Assim motivado, mergulhei de novo no Evangelii
Gaudium do Papa Francisco. Aqui, uma vida moral é
mais do que uma ética estóica, mais do que uma mera
filosofia prática ou um catálogo de pecados e erros.
Aqui, uma vida moral é socialmente muito exigente,
porque obriga o cidadão à caridade, a pensar-se para
além de si, à responsabilidade de sair de “si” para
procurar o bem do outro, a comprometer-se com o
bem do outro e com o amor.
Ora, o compromisso de cada homem com o outro
homem e com a busca do bem comum é, em
substância, a razão primeira da acção política. O que
remete também para Séneca, quando defendia que o
homem, como ser social, tem o dever de participar na
vida política, sendo essa participação um imperativo
moral e obrigação que decorre da sua própria
existência. E para Péricles, quando olhava para o
homem que não participava na vida pública da sua
cidade como um inútil e, mais do que inútil, como um
ser “perigoso”.
Obrigado, Cristina Sá Carvalho. De há tempo a esta
parte que procurava regressar às razões que assistem a
intervenção política entendida como compromisso
com “o outro”.
Acordo Ortográfico é
obrigatório, mas não
há sanções para o
incumprimento
Apesar de passar a ser obrigatória, a partir
desta quarta-feira, a utilização do Acordo
Ortográfico, não estão previstas sanções
jurídicas em caso de incumprimento, com a
óbvia excepção do universo escolar. Juristas
dividem-se entre a defesa e naturalidade da
evolução da língua e a
“inconstitucionalidade” do novo acordo.
A eficácia da obrigatoriedade verifica-se no sistema de ensino, onde a
“sanção” é a penalização do aluno por erros ortográficos, o que já
acontecia com a anterior grafia. Foto: DR
Por Cristina Branco
A aplicação plena do Acordo Ortográfico (AO) significa
que existe uma forma oficial de escrever o português
em cada um dos países que ratificou o documento, que
terá de ser respeitada em todos os domínios do Estado.
É obrigatória a aplicação das normas em todos os
serviços, organismos e entidades tuteladas pelo
Governo, bem como no Diário da República e em todo
o sistema de ensino. Todavia, apesar desta
obrigatoriedade, não estão previstas sanções jurídicas
directas em caso de não cumprimento.
“Uma das perguntas que as pessoas se colocam é se
somos todos obrigados, a partir de agora, a escrever de
acordo com a nova grafia. Eu tenderia a distinguir aqui
o que é o mundo dos poderes públicos, em que a
ortografia se torna obrigatória, e o mundo dos poderes
privados ou da sociedade, em que os cidadãos são
livres de optar entre a escrita nova e a escrita anterior”,
diz à Renascença Bacelar Gouveia, professor de Direito
na Universidade Nova de Lisboa.
O especialista sublinha que “a grande questão que se
coloca é que este tratado, mesmo impondo o dever de
se escrever de uma certa forma, não prevê depois
nenhuma sanção para quem não o faça. Mesmo nos
poderes públicos, não existe propriamente um
incumprimento. O que pode acontecer é um
documento oficial não ser aceite se tiver erros à luz das
novas regras e ter de voltar a ser redigido”.
A aplicação mais evidente da obrigatoriedade é no
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sistema de ensino onde a “sanção” é a penalização do
aluno por erros ortográficos, o que já acontecia com a
anterior grafia.
Bacelar Gouveia manifesta-se favorável ao AO, tendo já
adoptado a nova grafia. O professor considera que,
“dentro de uma ou duas gerações, as questões
polémicas do novo acordo morrem por si, uma vez as
novas gerações serão as dominantes e escreverão com
a nova ortografia que já é ensinada nas escolas”.
É inconstitucional, defendem opositores
Várias vozes se levantaram contra o AO, ao longo dos
últimos anos, tendo surgido várias petições e outras
iniciativas em defesa da sua suspensão.
Ivo Miguel Barroso, professor da Faculdade de Direito
da Universidade de Lisboa, foi uma das personalidades
a contestar a sua aplicação, que considera
“inconstitucional”, começando pela data que determina
o fim do período de transição, que termina, segundo o
Governo, esta quarta-feira.
O jurista defende que o AO não se torna obrigatório a
partir de 13 de Maio de 2015, mas sim a partir de 22 de
Setembro de 2016. “O prazo de transição de seis anos
(uma reserva ao Tratado do AO90) não pode ser
contado a partir da data do depósito, mas sim da data
de publicação do depósito em Diário da República e o
início do prazo de transição só sucedeu em 17 de
Setembro de 2010", defende o jurista, em declarações à
Renascença.
Para além desta leitura, Barroso considera a imposição
total do AO90 inconstitucional a vários títulos: “É
organicamente inconstitucional por falta de
competência de o Estado regulamentar a ortografia.
Mas há outras inconstitucionalidades, designadamente
a proibição do Estado estabelecer directrizes políticas,
ideológicas ou estéticas para a cultura e para a
educação”.
O jurista acrescenta, ainda, que “há uma violação da
liberdade geral de acção, do património cultural da
língua portuguesa e do valor da estabilidade
ortográfica”.
OPINIÃO DE IVO MIGUEL BARROSO
As sanções
disciplinares
aplicam-se ao AO90
Há um equívoco no argumento da ausência
de dimensão punitiva por parte da
"implementação" do "acordês".
Por Ivo Miguel Barroso, jurista
Alguns defensores do "Acordo Ortográfico" de 1990
(AO90) e mesmo outras pessoas veiculam a ideia
segundo a qual a inserção do Tratado na ordem jurídica
interna, bem como a antecipação do prazo de transição
por parte da Resolução do Conselho de Ministros n.º
8/2011 (RCM) não causariam problemas de maior, pois
não teria uma dimensão punitiva.
Discordamos frontalmente, porque não corresponde à
verdade.
Com efeito, os entes administrativos estão
(pretensamente) a "aplicar" o AO90. Daí que, nos
documentos oficiais e não só, esses entes obriguem à
"aplicação" do "acordês".
Portanto, há um equívoco no argumento da ausência
de dimensão punitiva por parte da "implementação" do
"acordês".
A regulamentação do AO90, a RCM n.º 8/2011 impôs o
"acordês" às escolas (públicas, particulares e
cooperativas - n.º 3), portanto mesmo a ensinandos
não alfabetizados; bem como à Administração Pública
(n.º 1); e ainda a grande parte de entidades públicas,
devido ao n.º 2, que impôs o AO90 nos actos
publicados em "Diário da República".
Há, pois, uma potencial dimensão coercitiva, até
mesmo punitiva, subjacente à obrigatoriedade de
aplicação do "acordês", mesmo durante o prazo de
transição, para a sociedade civil. Como é sabido, o final
do prazo de transição foi largamente antecipado para
os órgãos do Estado-administração e, mais latamente,
de todo o Estado-colectividade; e inclui mesmo, no
âmbito do sistema de ensino, as escolas particulares e
privadas (n.º 3.º da RCM).
Por exemplo, um funcionário público, um Professor de
uma escola pública, vê-se constrangido a seguir o
AO90; pois a isso é obrigado pelos seus superiores
hierárquicos, pelo Ministério da Educação, pelo temor
que tem relação à desobediência, por os manuais
escolares estarem progressivamente "acordizados"; e
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Quinta-feira, 14-05-2015
por os seus alunos irem ser avaliados, em termos
ortográficos, nos exames do ano lectivo de 2013/2014,
segundo o "acordês" (que muitos dos próprios
Professores e avaliadores não sabem "aplicar").
Mesmo muitos particulares, leigos em Direito e mesmo
versados em Direito, têm pensado que escrever em
"acordês" é vinculativo.
A potencial dimensão coercitiva, até mesmo punitiva,
subjacente à obrigatoriedade de aplicação do "acordês"
Uma vez que, como se sabe, as infracções disciplinares
não obedecem a uma tipicidade taxativa, ao contrário
das normas que prevêem crimes, basta inculcar a
obrigatoriedade do AO90 (designadamente através da
RCM), para potencialmente haver sanções ou, pelo
menos, a tentativa de aplicação das mesmas por parte
do operador disciplinar.
Isso sucede no campo do Direito disciplinar da Função
Pública (com regras especiais para os dos magistrados
do Ministério Público ) (já quanto aos Magistrados
judiciais, é mais duvidoso que possa existir um ilícito
disciplinar).
Também é possível que haja uma dimensão punitiva
no seio de particulares (designadamente empresas dos
sectores particular e cooperativo), nas relações jurídicolaborais privadas.
Basta pensar que os particulares podem considerar
obrigatória a "aplicação" do AO90. Existem casos
documentados sobre isso.
Portanto, é falso que o AO90 não seja obrigatório, em
virtude da RCM ou, em alternativa, obrigatório "de
facto", devido à interpretação errónea que as
instituições públicas fizeram da RCM e do exemplo
dado pelo Governo-administrador, de mandar "aplicar"
o AO90 no domínio da comunicação social, entre
outros socialmente relevantes.
Mesmo antes do final do prazo de transição, essa
susceptibilidade de existência de sanções pode existir:
por exemplo, em exames escritos das escolas públicas,
particulares e cooperativas ou em exames para acesso
a profissão; na relação jurídica administrativa de
vínculo com a função pública.
Já na relação jurídica disciplinar dos juízes julga-se que
não é possível existir sujeição a responsabilidade
disciplinar.
O exposto é aplicável ao sector público, em particular
aos funcionários públicos (que, devido ao vínculo, não
deixam de ser titulares do direito à língua portuguesa
costumeira, nem da liberdade de expressão escrita); às
publicações no "Diário da República".
Da ratificação ao
mistério. O acordo
ortográfico nos
outros países
lusófonos
No Brasil, a aplicação do acordo passa a ser
obrigatória a partir de Janeiro do próximo
ano, mas os jornais, as revistas e os livros já
utilizam a nova ortografia. Na Guiné é raro
quem saiba do que se trata.
Foto: Freepik
Por Manuela Pires
Portugal é o primeiro país a aplicar o novo acordo
ortográfico, com o Brasil a esperar até Janeiro de 2016.
Os dois países estabeleceram moratórias para a
aplicação do acordo. Já Angola e Moçambique ainda
nem o ratificaram e na Guiné, segundo os professores
contactados pela Renascença, ninguém sabe de nada.
Em Angola o governo continua sem se pronunciar
sobre a ratificação final do acordo ortográfico, mas o
ministro angolano da Educação garante que está a
trabalhar no tema e que no momento devido tomará
uma decisão.
Em Maputo, a situação é diferente. O governo assinou
o acordo há três anos, mas agora cabe ao parlamento
ratificar o documento. Mas ainda não há qualquer data
marcada e há quem critique a demora do processo,
alegando que os editores moçambicanos querem
exportar para outros países e não o podem fazer.
No Brasil, a aplicação do acordo passa a ser obrigatória
a partir de Janeiro do próximo ano, mas os jornais, as
revistas e os livros já utilizam a nova ortografia. No país
sul-americano as diferenças são maiores porque há
uma mudança na forma como os brasileiros
pronunciam as palavras.
A comissão de educação do senado brasileiro admite
sugerir alterações ao acordo, mas sem pôr em causa a
entrada em vigor em 2016.
Na Guiné, o acordo foi ratificado, mas, segundo os
professores de língua portuguesa, o assunto ainda é
um mistério e ninguém sabe de nada. As novas regras
nunca foram divulgadas.
Já em Cabo Verde o período experimental termina em
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Quinta-feira, 14-05-2015
Outubro, mas há já departamentos da administração
pública e alguns jornais "online" que usam o novo
acordo ortográfico.
Em São Tomé e em Timor-Leste o acordo também já
foi ratificado, mas no caso de Timor há ainda muito
trabalho pela frente –primeiro é preciso expandir a
língua portuguesa por todo o país e cultivar a leitura.
Portuguesa cria novo
método de
diagnóstico do
cancro oral
O "Blue Stain" permite aos dentistas um
diagnóstico precoce quase imediato,
avaliando se determinada lesão tem risco de
evoluir para cancro.
Uma jovem investigadora de Castelo de Paiva
desenvolveu um novo método de diagnóstico do
cancro oral, a partir da colheita de células. Esta
inovação que já recebeu dois prémios e está a ser
avaliada pelo Infarmed para comercialização.
O "Blue Stain" permite aos dentistas um diagnóstico
precoce quase imediato, avaliando se determinada
lesão tem risco de evoluir para cancro, explicou Paula
Melo, de 29 anos, à agência Lusa.
A investigadora licenciada em anatomia patológica e a
fazer o doutoramento em patologia e genética
molecular na Universidade do Porto frisou que a nova
técnica é muito menos invasiva e mais rápida para os
doentes do que os métodos atuais baseados em
biópsias.
"Além da rapidez não é necessário pessoal técnico para
processar a amostra", explicou.
O desenvolvimento tecnológico foi premiado em 2014
pela Associação Nacional de Jovens Empresários. Mais
recentemente, foi distinguido, em Coimbra, com o
prémio "Arrisca C", de 22.500 euros, um concurso que
reconhece os projectos inovadores na perspectiva de
negócio.
Para Paula Melo, os dois prémios são o corolário do
trabalho que tem desenvolvido em colaboração com o
médico-dentista Fernando Ferreira.
"É a prova de que se trata de um projecto credível e que
tem despertado grande interesse da comunidade
científica", comentou.
Se a avaliação do “Blue Stain” foi positiva por parte do
Infarmed, a investigadora espera que o dispositivo
médico possa ser colocado, em breve, nos mercados
nacional e internacional.
Acrescentou que o método tem despertado grande
interesse na comunidade científica, com um
investimento de investigadores privados, já
concretizado, superior a 200.000 euros.
Governo recua na
criação de novas
Unidades de Saúde
Familiar
O ano passado abriu apenas metade das
unidades previstas e para este ainda não foi
definido nenhum objectivo.
O Governo recuou na criação de novas Unidades de
Saúde Familiar (USF). A denúncia é do presidente da
Associação Nacional de Unidades de Saúde Familiar.
De acordo com o “Jornal de Notícias”, que cita números
da Administração Central dos Sistemas de Saúde, até ao
início deste mês apenas uma USF entrou em
funcionamento, apesar de haver 50 candidaturas
activas para esse efeito.
Em declarações à Renascença, o presidente da
direcção da Associação Nacional acusa o executivo de
travar uma reforma essencial para a eficiência do
sistema de saúde.
“O que nós temos em relação a 2014 é um despacho
que definia 50 unidades: Só abriram 25. Em relação a
2015, o despacho ainda não foi publicado”, diz
Bernardo VIllas-Boas, acrescentando não compreender
“como é que os Ministérios da Saúde e das Finanças
definem um objectivo que não cumprem e se atrasam
desta forma inacreditável na definição de objectivos
para uma área crucial”.
A Renascença já remeteu um pedido de
esclarecimentos ao Ministério da Saúde, mas até agora
sem resposta.
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Um em cada três
professores
portugueses à beira
de esgotamento
Turmas muitos grandes e estudantes mal
comportados são duas das causas que
provocam stress nos docentes, que se
queixam dos baixos salários, das condições
de trabalho precárias, do peso da burocracia
e da pressão de tempo para o desempenho
das tarefas.
Professores do secundário apresentam valores mais elevados de
stress. Foto: DR
Um em cada três professores portugueses sofre de
elevados níveis de stress e 37% têm problemas de voz.
O alerta é da Federação Nacional de Educação (FNE),
que vai lançar uma campanha e exigir que o stress seja
considerado doença profissional.
Duas investigadoras da Unidade de Investigação em
Psicologia e Saúde, do Instituto Superior de Psicologia
Aplicada (ISPA), inquiriram 800 docentes portugueses e
descobriram que 30% tinham níveis elevados de
burnout (estado de esgotamento físico e mental
provocado pela vida profissional).
Os resultados da investigação, que ainda não terminou,
foram agora divulgados FNE, que sublinhou a "relação
directa entre o elevado nível de burnout e os baixos
níveis de satisfação no trabalho".
As investigadoras do ISPA perceberam que a idade, o
tipo de contrato, a experiência profissional e o tipo de
ensino têm influência nos níveis de stress: os
professores mais velhos têm níveis de burnout
superiores assim como os que dão aulas no
secundário.
"Os professores do secundário apresentam valores
mais elevados de stress, exaustão emocional e maior
falta de reconhecimento profissional", recorda a FNE,
sublinhando que as mulheres também são mais
afectadas.
No mesmo sentido, os docentes responsáveis por
alunos com necessidades educativas especiais
também sofrem mais de ansiedade, burnout e
preocupações profissionais.
Turmas muitos grandes e com muitos alunos e
estudantes mal comportados são duas das causas que
provocam stress nos docentes, que se queixam dos
baixos salários, das condições de trabalho precárias, da
grande exigência de tarefas burocráticas, pressão de
tempo para o desempenho das tarefas e as exigências
na relação com alunos e pais.
Problemas de voz
Um outro estudo realizado pelo Sindicato de
Professores da Zona Norte (SPZN) revelou uma elevada
prevalência de problemas de voz: 37% têm uma
perturbação vocal profissional, sendo que a grande
maioria dos docentes (85%) nunca teve qualquer treino
vocal durante o seu percurso profissional, segundo o
rastreio de voz feito a 325 professores, educadores e
formadores, realizado durante a Campanha Defende a
Tua Voz, pelo SPZN.
A FNE lança esta semana uma campanha de saúde
para alertar os profissionais da educação para o
impacto do stress, dos problemas da voz e das lesões
músculo-esqueléticas, com sessões de esclarecimento
e debate que começam na sexta-feira, em Ponta
Delgada, e vão prolongar-se nos próximos meses em
várias cidades do país.
A Federação planeia ainda intervir junto do Governo,
no sentido de verem criados mecanismos de protecção
destes trabalhadores.
Ministério Público
abre inquérito a
agressão de jovem na
Figueira
O vídeo de 13 minutos, divulgado na terçafeira no Facebook, tornou-se viral com mais
de meio milhão de visualizações, suscitando
centenas de insultos e comentários de
repúdio e apelos à intervenção das
autoridades.
O Ministério Público abriu um inquérito tutelar
educativo aos agressores menores de 16 anos no caso
ocorrido na Figueira da Foz. Quanto aos maiores de 16
anos, está a investigar as agressões e divulgação das
imagens.
O esclarecimento, da Procuradoria-geral da República
adiantou à agência Lusa, surge após a divulgação de
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com um vídeo que mostra duas adolescentes a agredir
um rapaz, na Figueira da Foz, durante cerca de 13
minutos, perante a passividade de outros jovens.
O vídeo já foi visualizado por quase um milhão de
pessoas, cerca de 12 horas após a sua divulgação, e
suscitou centenas de insultos e comentários de
repúdio.
Entretanto, a presidente da Comissão de Protecção de
Crianças e Jovens (CPCJ) da Figueira da Foz disse que
esta entidade vai averiguar os acontecimentos.
Apesar de ter sido agora divulgado com a informação
de que as agressões aconteceram num
estabelecimento de ensino da Figueira da Foz, o vídeo
terá sido filmado há cerca de um ano, não numa
escola, mas na via pública, junto a um complexo
residencial do chamado Bairro Novo, zona turística da
cidade. Envolve pelo menos cinco raparigas e um
rapaz, para além da vítima, outro rapaz, hoje com 17
anos.
Os envolvidos nas agressões, alunos de vários
estabelecimentos de ensino da Figueira da Foz, distrito
de Coimbra, foram, na sequência da divulgação do
vídeo, quase de imediato identificados no Facebook e
alvo de insultos. Parte deles apagou as suas páginas
nesta rede social.
Uma especialista em educação parental pede mais
atenção á sociedade para os casos de agressão entre
menores. Uma reflexão de Filomena Gaspar, professora
da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da
Universidade de Coimbra, a propósito do caso do
adolescente agredido por raparigas na Figueira da Foz.
Esta especialista, entrevistada pela Renascença, pede
também atenção não só ao jovem agredido, mas
também às adolescentes envolvidas no caso.
Um comprimido
para combater a
corrupção? Está aí o
“Probitas”
Tem 4 mg de honestidade, 1 de rigor e 0,2 de
transparência. A ideia do 7º ano do Externato
de Braga valeu a distinção no concurso de
imagens do Conselho para a Prevenção da
Corrupção.
Por Isabel Pacheco
“Probitas” é um “comprimido” criado pelos alunos do
Externato Infante Dom Henrique de Braga. Uma ideia
que tem tudo para revolucionar o combate à corrupção.
“Probitas forte tem quatro miligramas de honestidade,
mais um de rigor, mais 0,2 de transparência. Isto foi
feito no laboratório 'Veritás', contém 16 pastilhas e é
muito forte”. A prescrição, explica à Renascença
Gonçalo Lopes, é aconselhada em caso de sintomas de
corrupção.
Situações como o “peso na consciência”, simplifica o
colega de turma, Gonçalo Gomes: “Quando uma
pessoa comete um acto de corrupção e está com peso
na consciência começa a doer partes do corpo, por
exemplo, doí as costas por roubar e, então, criamos um
medicamento que é o 'Probitas' que cura os actos de
corrupção”.
A ideia está na origem de um vídeo assinado pela
turma D do 7º ano do Externato de Braga que valeu a
distinção no concurso de imagens contra a corrupção
pelo Conselho para a Prevenção da Corrupção.
Uma espécie de televenda. “Como a tema era a
corrupção tivemos a ideia de brincar um bocadinho
com a ideia de reclames com medicamentos”, explica
Bárbara Peixoto.
Uma medicação anti-corrupção que, apesar do vídeo
de televenda, está apenas disponível na imaginação
destes 30 alunos.
Ex-dirigentes do BPP
condenados a pagar
quase 4,5 milhões de
euros
O anúncio foi feito esta quarta-feira pela
CMVM na sequência do processo de contraordenação relativa ao caso BPP.
Foto: Lusa
A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários
(CMVM) condenou João Rendeiro e outros antigos
responsáveis do Banco Privado Português (BPP) ao
pagamento total de quase 4,5 milhões de euros.
O anúncio foi feito esta quarta-feira pela CMVM na
sequência do processo de contra-ordenação relativa ao
caso BPP.
João Rendeiro, ex-presidente do banco, foi condenado
a pagar um milhão de euros, ficando ainda com
inibição de funções durante cinco anos.
Os restantes arguidos enfrentam igualmente coimas
pesadas - entre os 100 mil e os 700 mil euros - e
impedimento de exercício de funções.
Cinco dos arguidos avançaram, contudo, com a
impugnação judicial da decisão.
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Quinta-feira, 14-05-2015
Candidato ao
Conselho Económico
e Social não discute
austeridade, mas a
intensidade
Luís Filipe Pereira esteve esta quarta-feira a
responder às questões dos deputados na
Assembleia da República.
"Acho que o Governo apontou na direcção certa, mas às vezes há
diferença entre fazer as coisas certas e fazer as coisas bem". Foto:
Miguel A. Lopes/Lusa
O candidato à presidência do Conselho Económico e
Social (CES) Luís Filipe Pereira considera que o Governo
seguiu o caminho certo com as medidas de
austeridade aplicadas nos últimos anos, embora a
intensidade das mesmas possa ser discutível.
"Acho que o Governo apontou na direcção certa, mas
às vezes há diferença entre fazer as coisas certas e
fazer as coisas bem", disse Luís Filipe Pereira durante
uma audição parlamentar, em resposta a um deputado
comunista.
O deputado do PCP, David Costa, defendeu a
importância de se perceber o pensamento do
candidato à presidência do CES e perguntou-lhe qual
era a sua posição relativamente às medidas de
austeridade aplicadas pelo actual Governo,
nomeadamente cortes salariais e de pensões, no
trabalho extraordinário e alterações na legislação
laboral de modo a facilitar os despedimentos.
O ex-ministro da Saúde considerou que as medidas
aplicadas foram necessárias para ultrapassar os
problemas financeiros que o país atravessava, mas
admitiu que criaram piores condições de vida para as
pessoas.
"Podemos discutir a intensidade das medidas que o
Governo aplicou, mas a direcção não podia ser outra"
disse Luís Filipe Pereira, sublinhando que aquelas
medidas "dolorosas" eram necessárias para no "futuro"
aumentar a competitividade e o crescimento
económico do país.
O candidato à presidência do CES afirmou também que
ainda existem reformas de fundo "que têm de ser
completadas", nomeadamente a reforma do Estado.
O deputado socialista Nuno Sá defendeu que o CES
deve ser um espaço de reflexão da sociedade
portuguesa e questionou, neste âmbito, Luís Filipe
Pereira sobre questões como o desemprego, salário
mínimo nacional e a segurança social.
Nuno Sá lembrou que, tendo em conta o actual
contexto político, a aproximação do final da legislatura,
a eleição para a presidência do CES equivale a uma
eleição para um mandato de seis meses.
O candidato indigitado pela maioria parlamentar disse
que tem consciência que o mandato se esgotará com a
legislatura, mas que aceitou pela importância que
reconhece ao CES.
Os partidos da maioria parlamentar, PSD e CDS,
elogiaram o currículo do candidato e colocaram-lhe
algumas questões sobre a actualidade económica e
social, nomeadamente o desemprego e o salário
mínimo.
Luís Filipe Pereira reconheceu a importância de se
fazer um esforço para se aumentarem os salários mais
baixos, mas lembrou que as empresas só conseguem
criar emprego se forem competitivas.
"Tem de haver bom senso", sublinhou o também antigo
secretário de Estado da Segurança Social, no final dos
anos 80.
Luís Filipe Pereira compareceu na Assembleia da
República para uma audição em sede de comissão
parlamentar dado que o seu nome foi proposto pelo
PSD para presidente do Conselho Económico e Social
(CES).
A eleição do presidente do Conselho Económico e
Social pelo parlamento exige uma maioria de dois
terços e está marcada para sexta-feira.
O mandato do presidente do CES tem a duração da
legislatura da Assembleia da República pelo que o novo
titular do cargo assumirá funções durante cerca de
cinco meses. .
O futuro presidente do CES vai substituir Silva Peneda,
que no início do mês foi para Bruxelas como
conselheiro especial do presidente da Comissão
Europeia, Jean Claude Juncker.
Economia
portuguesa cresce
1,4%
Um crescimento animado com a queda do
preço da energia e com o facto do país estar
a comprar menos e a vender mais bens e
serviços para outros países.
Os números do Instituto Nacional de Estatística
confirmam um crescimento em cadeia. O Produto
Interno Bruto (PIB) cresceu 0,4% nos primeiros três
meses do ano, mas face ao primeiro trimestre de 2014,
o crescimento foi de 1,4%.
Um crescimento animado com a queda do preço da
energia e com o facto do país estar a comprar menos e
a vender mais bens e serviços para outros países,
segundo a estimativa rápida das Contas Nacionais
Trimestrais.
O ministro da Economia classificou como "muito
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Quinta-feira, 14-05-2015
positivo" o crescimento. "São indicadores muito
positivos, que confirmam a trajectória sólida e segura
que a economia portuguesa está a tomar", disse
António Pires de Lima, durante a sua intervenção na
conferência comemorativa do 80.º Aniversário da ICC
- Câmara de Comércio Internacional.
Já à margem do evento, o ministro frisou que esta "é a
primeira vez em muitos anos que Portugal cresce em
cadeia" [face ao trimestre anterior], lembrando que no
primeiro trimestre de um ano as actividades turística e
agrícola são menores.
"No ano passado, tivemos um decréscimo de
actividade de meio ponto e há dois anos não tivemos
crescimento nenhum", disse, acrescentando que um
crescimento de 1,4% em termos homólogos e de 0,4%
em cadeia significa que o país está "num caminho
bom, seguro, sólido e é importante proteger este
caminho".
Pires de Lima afirmou que a economia pode crescer
claramente mais do que 1,6% este ano "se houver juízo
por parte dos políticos e se as empresas continuarem a
ter um comportamento excepcional nas exportações
como está acontecer este ano".
As estimativas do Governo apontam para um PIB de
1,6% este ano.
Portugal saiu de três anos de recessão no ano passado,
crescendo 0,9%.
[notícia actualizada às 15h00]
Comida, álcool e
cigarros estão a ficar
mais caros
Em Abril, a taxa de inflação subiu para 0,4%,
segundo o Instituto Nacional de Estatística.
Os preços estão a subir, sobretudo na alimentação,
álcool e tabaco, revelou esta terça-feira o Instituto
Nacional de Estatística (INE).
Em Abril, a taxa de inflação subiu para 0,4%, segundo o
INE, num agravamento de mais de uma décima de
ponto percentual, face ao registado no mês anterior.
Os produtos alimentares, as bebidas, o álcool e o tabaco
foram os que mais contribuíram para o aumento dos
preços, mas também se registaram descidas
acentuadas, nos transportes, vestuário e calçado.
A inflação mensal subiu 0,3%, um abrandamento face
aos 1,9% verificados em Março.
PSD e CDS-PP
desistem de pôr
unidade do
Parlamento a
analisar cenário do
PS
Proposta obteve a discordância do PS e dos
restantes partidos da oposição, levando a
maioria a desistir da mesma.
O PSD e o CDS-PP decidiram retirar esta quarta-feira o
requerimento que sugeria a análise pela Unidade
Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) do cenário
macroeconómico socialista, porque a proposta obteve
a discordância do PS e dos restantes partidos da
oposição.
O deputado social-democrata Duarte Pacheco e a
deputada democrata-cristã Cecília Meireles
apresentaram, na comissão parlamentar de
Orçamento, Finanças e Administração Pública, um
requerimento para a análise pela UTAO do cenário
macroeconómico apresentado por um grupo de
economistas a pedido do PS.
Durante a apresentação do requerimento, Duarte
Pacheco adiantou que a votação não seria forçada caso
a proposta não tivesse o apoio do PS, porque, apesar de
ter sido aprovada a análise pela UTAO, seria causada
uma "situação pífia".
"A UTAO seria incapaz de realizar o seu trabalho porque
não disporia dos documentos fundamentais para a
apreciação", disse o deputado do PSD.
Da parte do PS, o deputado Vieira da Silva garantiu a
oposição dos socialistas, por consideraram que as
competências e funções da UTAO não se inserem
nesta iniciativa, mas também pelos princípios de
igualdade e imparcialidade em situação eleitoral
previstos na Constituição.
Nesse sentido, apontou Vieira da Silva, a haver
escrutínio do cenário macroeconómico do PS, estaria
implícito igual escrutínio sobre todas as propostas que
todos os partidos apresentassem a eleições. Assim,
concluiu, a proposta dos partidos que sustentam o
Governo "fere o princípio da igualdade".
O PCP também anunciou o seu voto contra,
considerando que as propostas do PS ou de qualquer
outro partido devem ser debatidas no campo político,
"ao contrário do que a maioria tenta fazer, que é
descentrar essa discussão, usando uma unidade
técnica independente".
Sobre o pedido de análise pela UTAO, o BE, pela voz de
Pedro Filipe Soares, disse que ia "achincalhar" os
técnicos, ao "atirar para a unidade a responsabilidade
do confronto" com o PS, "violando assim aquilo para
que a UTAO foi criada e definida".
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Quinta-feira, 14-05-2015
FRANCISCO SARSFIELD CABRAL
A recuperação
continua
Mas não serão passageiros estes factores
positivos? Sim, mas menos do que muitos
esperavam.
Por Francisco Sarsfield Cabral
A economia portuguesa cresceu no primeiro trimestre
deste ano 1,4% face ao primeiro trimestre de 2014,
acima da média da zona euro. Mais importante, porém,
do que nos focarmos em mais ou menos uma décima
é a confirmação de que prossegue e não abrandou
(como alguns receavam) a tendência para a
recuperação.
Aquela subida não assentou apenas num aumento do
consumo. Mais importante foi o bom crescimento das
exportações (4%), com a desvalorização do euro, e a
pequena descida das importações, graças sobretudo à
queda do preço do petróleo.
Mas não serão passageiros estes factores positivos?
Sim, mas menos do que muitos esperavam. O preço do
barril, que descera dramaticamente entre o Verão
passado e Janeiro deste ano, sobe de novo desde há
semanas. Mas não subirá muito mais, porque os
produtores de petróleo de xisto nos EUA conseguiram
sobreviver aos custos baixos e continuar a produzir,
graças a avanços tecnológicos que reduziram custos.
Quanto ao euro, também é razoável esperar que não
valorize demasiado, pois a Reserva Federal dos EUA
tem vindo a adiar a subida dos juros.
Portugal quer NATO
na defesa do
Mediterrâneo
Em declarações à Renascença, Rui Machete
explica que pretende que os países europeus
e os seus aliados da organização
transatlântica procurem soluções que não se
concentrem só no Mediterrâneo.
Por Celso Paiva Sol, enviado à Turquia
Portugal vai apresentar uma proposta para que a NATO
seja envolvida na defesa e segurança do Mediterrâneo,
revelou à Renascença o ministro dos Negócios
Estrangeiros, Rui Machete.
No dia em que a Comissão Europeia apresentou o
plano de acção com vista a travar a crise dos migrantes,
Portugal diz que esse esforço deve incluir a NATO e vai
avançar sozinho com uma proposta na cimeira de
ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO que
decorre em Antalya, na Turquia.
Rui Machete diz que o Governo português quer uma
solução que olhe para lá do Mediterrâneo.
"Há várias ideias que estão no ar. Pensamos, em
primeiro lugar, que é importante olhar com outros
olhos para o problema da segurança no Sul. Pensamos
que a questão naval, da segurança marítima, assume
uma grande importância não só no Mediterrâneo ,mas
também no Atlântico, nomeadamente no Golfo da
Guiné. Nesse sentido, vamos apresentar uma iniciativa
no sentido de haver medidas de defesa e de segurança
para esta região".
A proposta portuguesa, que será apresentada esta
quinta-feira de manhã, admite sinergias com a União
Europeia, mas prevê que seja uma missão da NATO.
Confrontado com a proposta de Bruxelas – que prevê
uma força militar europeia no Mediterrâneo e uma
nova política de quotas para a admissão de imigrantes,
Rui Machete diz que é prematuro dar essas ideias como
garantidas, porque os 28 ainda não foram todos
ouvidos: "Vai ser um problema sempre complexo,
estamos dispostos a colaborar em qualquer desses
aspectos".
"Há um problema internacional complexo no que diz
respeito à destruição dos navios, no sentido em que
isso carece de autorização das Nações Unidas, que
provavelmente vai ser obtida, mas tudo isto passa pelas
resoluções que vão ser tomadas, provavelmente na
segunda-feira. É prematuro estar a fazer
congeminações sobre algo que não temos a certeza
que se vai realizar visto que nem todos os países
concordam com todas as medidas."
A questão das quotas, por exemplo, não é consensual.
"Todos concordamos em haver maior solidariedade,
em encontrar formas de salvar os migrantes e evitar
estas situações trágicas que se têm registado, mas há
países que se opõem firmemente à distribuição de
quotas", explica o ministro, que adianta que está na
natureza da União Europeia procurar que haja a
concordância de todos os estados.
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Quinta-feira, 14-05-2015
ENTREVISTA
Acolhimento de
refugiados "é uma
questão de vontade
política"
Reino Unido, Irlanda e Dinamarca devem
ficar de fora do sistema de quotas que
Bruxelas pretende implementar. No dia em
que é conhecido o plano estratégico europeu
para as migrações, a Renascença entrevistou
o director do Observatório das Migrações.
Foto: Opielok Offshore Carriers/EPA
Por Marta Grosso
A Comissão Europeia apresenta esta quarta-feira o seu
plano para travar as tragédias no Mediterrâneo, do qual
são conhecidas duas medidas: a distribuição por
quotas de imigrantes pelos Estados-membros e as
operações de combate ao tráfico de seres humanos.
Conhecida é também a oposição de três países ao
sistema de quotas – Reino Unido, Irlanda e Dinamarca,
países que, tendo "direitos de participação em relação
aos tratados, podem escolher se querem participar
numa medida" sempre que ela recaia "em matérias de
Justiça e Assuntos Internos", explica a Comissão.
Na opinião do director do Observatório das Migrações,
Gonçalo Saraiva Matias, existe aqui "uma dificuldade
política séria", pois os números de refugiados em causa
"não são, à luz da capacidade de integração europeia,
por aí além excessivos".
O "acolhimento destas pessoas" passa, portanto, "em
primeira linha, pela demonstração de vontade política",
defende. "Não é uma dificuldade jurídica. Depende,
essencialmente, da criação de canais de migração legal
e da concessão do estatuto de migrante àquelas
pessoas que não possam ser consideradas como
refugiados."
Os que atravessam o Mediterrâneo são migrantes ou
refugiados?
Na verdade, as situações destas pessoas são muito
diferentes. O Conselho Europeu, que se reuniu de
urgência para debater este tema, referiu-se, sobretudo,
a refugiados. Porque é verdade que muitas destas
pessoas, procurando o estatuto de refugiados, terão
direito a obtê-lo e obtendo esse estatuto terão direito à
protecção na UE.
O problema, por outro lado, é que algumas dessas
pessoas não se qualificam para o estatuto de refugiado
e, portanto, vão ter uma dificuldade adicional, que é
não conseguirem ser protegidos pelo direito nos países
europeus. Como tal, eventualmente, serão repatriados
mais tarde – e essa é, quanto a mim, também uma
dificuldade, porque a UE não deve olhar para o
problema apenas da perspectiva dos refugiados, mas
encontrar também uma resposta para aqueles que não
sejam qualificados como tal e que não passasse pelo
repatriamento.
Porque aí coloca-se a questão de mandar uma pessoa
de volta para um país onde corre risco de vida…
Exactamente. Essa é a questão do estatuto de refugiado
e da protecção do asilo. Alguém que seja perseguido e
corra risco de vida no seu país de origem, se lhe for
atribuído o estatuto de refugiado, tem direito à
protecção e a não ser repatriado. É um direito
fundamental de quem se encontra protegido pelo asilo.
O problema é que a muitas destas pessoas não será
reconhecido esse estatuto e, não sendo, serão
repatriados para as situações dramáticas de que
fugiram.
Como vê as recentes decisões da União Europeia?
As decisões são em várias linhas. Há uma parte que é
muito importante: o reforço das operações de
salvamento e de controlo e patrulha. São exercidas
através dos programas "Triton" e "Poseidon", geridos
pela agência europeia Frontex. Isto parece-me
importante de modo a evitar novas tragédias e perdas
de vidas.
Um outro domínio fundamental é o combate às redes
de imigração ilegal. Não nos podemos esquecer que
parte desta tragédia é potenciada pela existência destas
redes, que retiram rendimentos às pessoas que se
encontram já numa situação financeira terrível e
exigem o pagamento por estas viagens em condições
miseráveis.
O que me parece menos conseguido e ainda a precisar
de atenção é a parte que se refere ao acolhimento
daqueles que são resgatados. Aí, a resposta é
fundamentalmente no plano do asilo e dos refugiados,
mas ainda insuficiente, porque não existe uma
resposta para aqueles que não consigam a protecção
do asilo.
E quanto a Portugal? Conseguimos acolher mais gente?
Portugal não está na primeira linha da bacia do
Mediterrâneo, não está sob maior pressão migratória.
Essa pressão está a ser exercida, sobretudo, sobre Itália
e depois também sobre a Grécia e Espanha.
Mas Portugal, como membro da União Europeia, está
naturalmente comprometido com os esforços
conjuntos nessa solução, participando nas operações
de busca e salvamento, de controlo fronteiriço e no
esforço de realojamento e recolocação interna, dentro
da União Europeia. Se houver lugar a um esforço
acrescido, também de acolhimento de imigrantes,
penso que Portugal também deve participar nesse
esforço.
Recordo que Portugal é um país com uma tradição de
bom acolhimento, o que é internacionalmente
reconhecido.
Portugal tem neste momento um saldo migratório
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Quinta-feira, 14-05-2015
negativo – isto é, saem mais pessoas do que entram. O
país tem condições para receber pessoas.
Evidentemente que este esforço tem de ser adequado à
situação económica demográfica do país.
Pensa que, sendo Itália, Espanha e Grécia os mais
afectados por este fluxo de pessoas, a UE manterá o
esforço e interesse em resolver esta questão?
O Conselho Europeu anunciou pela voz do seu
presidente, Donald Tusk, que todos os líderes europeus
estavam empenhados neste esforço conjunto e num
esforço de solidariedade em relação aos países que
estão submetidos a uma maior pressão migratória.
Julgo que, com mais ou menos empenho, a UE está
em conjunto a enfrentar este problema.
O que é feito das políticas europeias dedicadas a África
para tentar conter um pouco este fluxo migratório?
Essa política foi agora reforçada. Nas conclusões do
Conselho Europeu está presente essa ideia de reforço
de cooperação com os países de origem destes
migrantes. E é uma cooperação a vários níveis, que
passa pela questão financeira e também de informação
e formação das pessoas.
Mas penso que é utópico pensar que um esforço de
cooperação da União Europeia vai eliminar estas
assimetrias e colocar estes países numa linha de
desenvolvimento que impeça, a curto prazo, estes
movimentos migratórios. O que não quer dizer que não
deva ser feito.
A esse propósito, queria recordar que aqueles que
chegam às costas do Mediterrâneo não são os mais
pobres dos países de origem. São os têm recursos para
sair. Os mais pobres nem sequer conseguem sair
destes países. A situação humanitária vivida em alguns
destes países é de facto dramática, o que faz pensar
que estas políticas de imigração, sendo importantes,
não vão resolver o problema a curto prazo.
É por isso que diz no seu livro "As Migrações e a
Cidadania" que é preciso repensar a relação entre
imigração e cidadania?
Sim, embora isso num plano já mais afastado. O
problema da relação entre imigração e cidadania não
se dá tanto no momento em que estas pessoas entram
nos países, mas mais tarde.
Estas pessoas, conseguindo entrar na União Europeia,
desejavelmente por vias legais, vão contribuir para o
crescimento e desenvolvimento da própria União
Europeia – os nossos países têm sentido nos últimos
anos as vantagens da imigração, da diversidade
cultural, do empreendedorismo, etc.. Contribuindo para
o crescimento e construção dos nossos países, é
natural que estas pessoas sejam, mais tarde, integradas
como cidadãos dos nossos países.
Esta nova realidade de fluxos migratórios coloca
desafios entre os Estados, nas relações internacionais?
Sim, coloca, porque há evidentemente interesses
divergentes entre os países de origem e de
acolhimento de migrantes. Isso verifica-se há várias
décadas e durante a negociação de uma célebre
convenção sobre os trabalhadores migrantes.
Por isso, é importante reforçar as relações diplomáticas,
a cooperação entre países e aquilo que gosto de
chamar "diplomacia migratória", que são as relações
diplomáticas relacionadas com os movimentos de
pessoas transfronteiriços, de modo a acautelar os
interesses de todos num mundo global de crescentes
migrações de crescentes movimentos transfronteiriços
de pessoas.
Toyota chama quase
cinco milhões de
carros à oficinas
Envolvidos na inspecção extraordinária estão
35 modelos. Em causa estão problemas nos
airbag.
Foto: DR
A Toyota Motor anunciou uma revisão extraordinária
de 4.999.000 carros da marca em todo o mundo por
problemas relacionados com os airbag fabricados pela
empresa nipónica Takata.
A maioria dos veículos que agora terão de ser revistos
nas oficinas do fabricante foi vendida no Japão (1,35
milhões) na Europa (1,26 milhões).
Nos Estados Unidos, o principal mercado da Toyota,
serão chamados à revisão 637.000 carros.
Envolvidos na inspecção extraordinária estarão 35
modelos de veículos fabricados entre Março de 2003 e
Novembro de 2007.
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Quinta-feira, 14-05-2015
Trabalhistas com
eleições em
Setembro
Ed Miliband demitiu-se após a pesada
derrota nas eleições britânicas.
O partido Trabalhista britânico, derrotado nas eleições
da semana passada, vai escolher um novo líder em
Setembro.
Ed Miliband renunciou ao cargo depois da vitória dos
Conservadores, que vão governar o Reino Unido por
mais cinco anos, desta vez com maioria absoluta.
O antigo primeiro-ministro Tony Blair, que esteve em
Downing Street durante uma década, já veio dizer que é
preciso “redescobrir o coração” do partido Trabalhista.
David Cameron renovou mandato e vai ser primeiroministro por mais cinco anos.
Excesso de
velocidade pode ser
“culpado” do
descarrilamento nos
EUA
Acidente em Filadélfia fez sete mortos e mais
de 200 feridos.
O descarrilamento de um comboio, esta terça-feira, em
Filadélfia, nos Estados Unidos, poderá ter ocorrido
devido a excesso de velocidade, segundo dados
preliminares divulgados pela autoridade que investiga
o acidente.
Na sua conta oficial na rede social Twitter, a Junta
Nacional de Segurança no Transporte [NTSB, sigla em
inglês], indica que os "dados preliminares" indicam que
o comboio, que circulava entre Washington e Nova
Iorque, ia a uma velocidade superior a 160 quilómetros
por hora, o dobro daquela que é permitida no troço
onde ocorreu o acidente, antes de descarrilar na noite
de terça-feira.
Sete vagões do comboio regional número 188
descarrilaram na zona de Port Richmond, na cidade de
Filadélfia, no estado da Pensilvânia. Pelo menos sete
pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas.
Golpe de Estado no
Burundi? Rebeldes
controlam aeroporto
Presidente está fora do país, mas estará a
tentar voltar.
O general do Burundi que terá lançado um golpe de
Estado ordenou o encerramento do aeroporto e das
fronteiras terrestres, quando o Presidente Pierre
Nkurunziza tenta regressar ao país vindo da Tanzânia,
de uma cimeira regional sobre a crise.
"Ordenei o encerramento do aeroporto e fronteiras e
peço a todos os cidadãos e às forças da ordem para se
deslocarem para o aeroporto (da capital Bujumbura)
para o proteger", declarou o general Godefroid
Niyombare através da rádio privada RPA.
Quando foi anunciada a destituição do presidente e a
dissolução do governo, Pierre Nkurunziza encontravase em Dar es Salaam para participar na cimeira dos
chefes de Estado da Comunidade da África Oriental
(EAC na sigla em inglês - Burundi, Ruanda, Quénia,
Tanzânia, Uganda) sobre a crise no seu país, que
causou cerca de 20 mortos em pouco mais de duas
semanas e levou dezenas de milhares de burundianos
a fugirem para os países vizinhos.
Os chefes de Estado da EAC condenaram "o golpe de
Estado" anunciado pelo general Niyombare e,
considerando não existirem "condições propícias" para
eleições no Burundi, pediram "às autoridades
burundianas para adiarem os escrutínios".
O Burundi tem eleições legislativas e municipais
marcadas para 26 de Maio e cuja campanha eleitoral
começou no domingo, a que se seguem as
presidenciais a 26 de Junho.
A candidatura do Presidente Nkurunziza a um terceiro
mandato (foi eleito em 2005 e 2010), considerado
anticonstitucional pelos opositores, deu origem à onda
de contestação.
A presidência reagiu ao anúncio do golpe afirmando
tratar-se de uma tentativa falhada e informando "a
opinião pública nacional e internacional" de que os
seus autores "estão a ser procurados por forças de
defesa e segurança para que possam ser julgados".
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Quinta-feira, 14-05-2015
A agência France Presse, com jornalistas em
Bujumbura, disse ser impossível saber no imediato
quem controla o Burundi.
Um oficial superior do grupo dos fiéis ao presidente
Nkurunziza disse à AFP que estão a decorrer
negociações com os militares golpistas.
O objectivo é "encontrar uma solução que preserve os
interesses nacionais", referiu a mesma fonte que não
quis ser identificada, adiantando que as duas partes
estão "de acordo para não derramar o sangue dos
burundianos".
"Todos concordamos que não haja um terceiro
mandato", afirmou. "Falta determinar o modo de o
fazer", acrescentou.
O general Niyombare, antigo chefe do serviço de
informações do Burundi, foi demitido em Fevereiro
pelo chefe de Estado depois de o ter aconselhado a não
se candidatar a um terceiro mandato.
Ex-CIA garante que
ameaça da Al-Qaeda
continua apesar da
morte de Bin Laden
No novo livro “A Grande Guerra do nosso
Tempo”, Michael Morell analisa os esforços
da CIA para tentar prevenir o próximo
ataque terrorista.
Foto: EPA
Um ex-director da CIA, os serviços secretos norteamericanos, considera que apesar de a morte de Bin
Laden, a Al-Qaeda está mais forte que nunca. O alerta é
deixado no novo livro “A Grande Guerra do nosso
Tempo”.
Michael Morell, que foi 'número dois' da Central
Intelligence Agency (CIA), afirma que não ficaria de
todo surpreendido se o ramo do Iémen do grupo
terrorista conseguisse deitar a baixo um voo de
passageiros transatlântico, adverte no livro.
Na sua opinião, a Al-Qaeda conseguiria facilmente
destruir um voo comercial a circular entre Londres e
Nova Iorque, por exemplo, em qualquer altura.
O ex-CIA afirma estar “profundamente preocupado”
com a probabilidade de os EUA "virem a ser alvo de
ataques no seu solo novamente", acreditando também
que possa haver ataques ao estilo dos do Estado
Islâmico.
No livro, Michael Morell analisa os esforços da agência
para tentar prevenir o próximo ataque terrorista.
Morell, que se reformou em 2013, revela ainda como fez
parte do “briefing” ao Presidente Obama antes da rusga
que resultou na morte de Osama Bin Laden e como
viajava com o Presidente Bush quando este soube a
notícia dos ataques do 11 de Setembro.
Agora, Morell é um dos colaboradores mais
importantes da cadeia de notícias da CBS para
assuntos de segurança e administração interna.
Para já, o livro “A Grande Guerra do nosso Tempo” só
foi publicado em território norte-americano.
Dezenas de xiitas
paquistaneses
assassinados no
Paquistão
Um grupo de cinco homens atingiu o
autocarro com tiros de metralhadora, depois
entrou e assassinou os sobreviventes
desarmados.
Por Filipe d’Avillez
Dezenas de xiitas foram massacrados esta quarta-feira
de manhã no Paquistão, na cidade de Karachi. O
ataque foi reivindicado pelo Estado Islâmico.
Segundo testemunhas citadas pelo "The Guardian" o
autocarro que transportava os trabalhadores foi atacado
com rajadas de armas automáticas enquanto estava a
atravessar as ruas congestionadas de Karachi. Depois,
os terroristas entraram para o veículo e mataram quem
ainda estava vivo, muitos com tiros à queima-roupa, na
cabeça.
Os xiitas, mais especificamente membros da facção
ismaili do islão xiita, estavam a caminho do trabalho,
num autocarro, quando foram atacados. As autoridades
falam em 44 mortos.
A violência contra xiitas e outras minorias religiosas é
comum no Paquistão. Cristãos, hindus e outros nãomuçulmanos são frequentemente atacados, mas os
extremistas têm pelos xiitas um ódio particular,
considerando-os hereges.
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Quinta-feira, 14-05-2015
"Número 2" do
Estado Islâmico dado
como morto
Papa pede para se
rezar Ave-Maria em
português
Abu Alaa al-Afri foi nomeado para substituir
o líder do grupo terrorista quando este ficou
ferido num ataque, mas apenas esteve no
poder durante cerca de um mês.
Francisco assinalou no Vaticano a memória
das aparições de Fátima e rezou em silêncio
junto a uma imagem de Nossa Senhora.
<BR>
Foto: DR
Por Filipe d’Avillez
O líder interino do autoproclamado Estado Islâmico foi
morto esta quarta-feira, num ataque aéreo no Iraque,
segundo o ministério da Defesa em Bagdad.
Abu Alaa al-Afri era o número dois do grupo e assumiu
o comando efectivo do grupo algumas semanas depois
de o líder Abu Bakr al-Baghdadi ter ficado ferido noutro
ataque, em Março. Não há muita informação fiável
sobre o estado de saúde de Baghdadi, mas há
indicações de que poderá ter ficado parcialmente
paralisado devido a ferimentos na coluna.
Ambos estes dados, a confirmarem-se, representam
uma grande vitória para a coligação internacional,
liderada pelos Estados Unidos, que tem atacado
posições do grupo terrorista no Iraque e na Síria.
Há apenas uma semana, no dia 5 de Maio, o Governo
norte-americano anunciou uma recompensa de sete
milhões de dólares, pouco mais de seis milhões de
euros, por qualquer informação que levasse à captura
ou morte de al-Afri.
Quando começaram os ataques aéreos contra os
jihadistas muitos criticaram dizendo que essa
estratégia não seria eficiente.
Entretanto forças terrestres, compostas por soldados
iraquianos e milícias xiitas, curdas e cristãs, com o
apoio logístico de forças de elite ocidentais, têm
conseguido empurrar os militantes do Estado Islâmico
para fora de algumas das mais importantes cidades
conquistadas desde o Verão de 2014, enquanto os
sucessivos ataques aéreos têm servido para
enfraquecer e, aparentemente, decapitar a liderança
dos fundamentalistas islâmicos.
O Estado Islâmico continua a dominar a cidade de
Mossul, a segunda maior do Iraque, mas mesmo aí há
indícios de se ter criado uma resistência ao grupo e as
forças iraquianas esperam tomar a cidade ainda em
2015.
O Papa pediu na audiência geral das quartas-feiras, no
Vaticano, que se rezasse uma Ave-Maria em português.
Francisco fez questão de lembrar que hoje é dia da
Nossa Senhora de Fátima e convidou os peregrinos a
manterem viva esta devoção.
“Neste dia de Nossa Senhora de Fátima, convido-vos a
multiplicar os gestos diários de veneração e imitação
da Mãe de Deus. Confiai-Lhe tudo o que sois, tudo o
que tendes e assim conseguireis ser um instrumento
da misericórdia e ternura de Deus para os vossos
familiares, vizinhos e amigos”, afirmou.
“Agora, peço ao meu irmão português que, neste dia de
Nossa Senhora de Fátima, reze em português uma AveMaria à Virgem, com todos em silêncio”, disse depois
de saudar os peregrinos portugueses no Vaticano.
Uma imagem de Nossa Senhora foi colocada na Praça
de São Pedro para assinalar o 13 de Maio. Francisco
deslocou-se para junto dela para rezar.
O Papa voltou a referir-se ao 13 de Maio durante a
tradicional saudação aos grupos de jovens, doentes e
recém-casados. “Hoje é a memória litúrgica da Beata
Virgem Maria de Fátima. Caros jovens, aprendei a
cultivar a devoção à Mãe de Deus com a recitação
diária do Rosário; caros doentes, senti Maria presente
na hora da cruz; e vós, caros esposos, rezai-lhe para
que não falte nunca na vossa casa o amor e o respeito
recíproco”, apelou.
No final da audiência pública semanal, que decorreu
na Praça de São Pedro, Francisco pediu ainda aos
jovens para rezarem o terço todos os dias.
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Quinta-feira, 14-05-2015
O que têm os
investigadores,
criadores e artistas
para dizer à Igreja?
Na quinta sessão do "Escutar a Cidade", que
pretende ajudar a preparar o sínodo de
Lisboa, participam a investigadora Maria
Mota, o director artístico Tiago Rodrigues, a
arquitecta Helena Roseta e o compositor e
ensaísta António Pinho Vargas.
António Pinho Vargas não é crente, mas criou obras no campo da
música sacra ou de inspiração religiosa. Foto: DR
Por Ângela Roque
O que têm os investigadores, criadores e artistas a dizer
à Igreja? Muito, dizem os organizadores do "Escutar a
Cidade", que realiza mais um encontro de preparação
para o sínodo diocesano de Lisboa, que terá lugar em
2016.
A sessão de quinta-feira, que decorre no Fórum Lisboa,
na Avenida de Roma, em Lisboa, entre as 19h00 e as
21h00, tem como tema "Ciência, Arte e Conhecimento"
Este é já o quinto debate "Escutar a Cidade". Contará
com a participação de Maria Mota (investigadora
distinguida com o Prémio Pessoa pelo seu trabalho na
área da maláia), Tiago Rodrigues (novo director
artístico do Teatro Nacional D. Maria II), Helena Roseta
(arquitecta) e António Pinho Vargas (compositor e
ensaísta).
Sobre o músico, António Marujo, da organização,
sublinha que, não sendo crente, "tem criado
recentemente várias obras no campo da música sacra,
ou de inspiração religiosa", e que pode ajudar a reflectir
sobre "como as questões da cultura, da música e da
criação artística se podem relacionar com os nossos
quotidianos e nos podem ajudar a ter vidas mais belas
e mais justas em sociedade".
Ciência, arte e conhecimento são "áreas fundamentais
para a nossa vida, para a nossa organização social, para
a nossa própria expressão enquanto pessoas, enquanto
humanidade", diz Marujo.
"A ciência e o conhecimento revelam o saber, a busca
humana, até, quase poderíamos dizer, a busca dessa
imagem de Deus que temos em nós, da capacidade de
criar, às vezes, a partir do nada. E depois a arte como
afirmação da nossa própria transcendência, na beleza
que nos faz espantar, que nos extasia, que nos apela
também a sair de nós, a afirmar algo ainda maior do
que nós."
"Tínhamos de fazer destas áreas um dos temas desta
iniciativa que pretende, exactamente, avaliar e fazer
perspectiva do que a Igreja pode fazer para os próximos
tempos aqui no Patriarcado", conclui o jornalista e
organizador destes encontros.
Falta abrir a Igreja
António Marujo acredita que os convidados poderão
ajudar a Igreja neste diálogo.
"Tem havido nos últimos anos, em Portugal, uma maior
aproximação, um melhor entendimento da grande área
cultural que, poderemos dizer, abrange também a
questão da ciência, o conhecimento, primeiro através
da criação de um secretariado a isso dedicado, a
Pastoral da Cultura, e depois da acção que esse
Secretariado tem desenvolvido, de aproximação aos
artistas, cientistas, gente da área do conhecimento,
académicos, investigadores", diz.
A ideia, sublinha, passa por "chamar essas pessoas
para, no fundo, fazerem essa interpelação àquilo que a
Igreja pode ser e fazer nesta área. Eu diria que um sinal
menos positivo tem sido, talvez, uma certa
incapacidade ainda latente de muitas comunidades da
Igreja de saberem entender o valor e as potencialidades
que esta aproximação ao conhecimento, à ciência e à
arte pode ter para a própria acção pastoral".
"Anita" vai à editora…
e vem de lá com um
novo nome!
Figura da literatura para crianças foi criada
na Bélgica, em 1954, por Marcel Marlier e
Gilbert Delahaye, e acarinhada por várias
gerações de leitores.
Martine a Bailarina. Foto: Zero a Oito
A célebre personagem de livros infantis "Anita" está de
regresso às livrarias portuguesas, desta vez com o seu
nome original, "Martine".
A decisão foi tomada por Simon Casterman, director
financeiro e descendente do fundador da editora mãe
dos livros "Martine", que quer atrair uma nova geração
de leitores, mantendo a versão original do nome da
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Quinta-feira, 14-05-2015
personagem e introduzir uma nova tradução nos livros.
A figura da literatura para crianças, conhecida como
"Anita" em Portugal, foi criada na Bélgica em 1954 por
Marcel Marlier e Gilbert Delahaye e foi acarinhada por
várias gerações de leitores.
A editora "Zero a Oito" é a editora responsável pela nova
dinamização da colecção no mercado editorial
português.
Os primeiros dez livros de histórias já estão à venda por
todo o país, estando planeado até ao fim do ano o
lançamento de mais 16 volumes.
O nome "Anita" fica para trás, mas as histórias, essas,
continuam com o mesmo encanto de sempre.
Talvez não saiba, mas os livros da "Anita" assinalam,
este ano, 50 anos em Portugal.
RIBEIRO CRISTÓVÃO
Los blancos em
branco
O afastamento da Taça do Rei já abrira
caminho para uma época marcada pela
desilusão, mas havia ainda esperança.
Contudo, os sinos haviam de voltar a repicar
de forma lúgubre ontem à noite, assinalando
a dolorosa despedida do Real Madrid da Liga
dos Campeões.
Novidade. Primeiro
Juve-Barça numa
final da Champions
Berlim vai assistir, a 6 de Junho, a uma
decisão inédita da principal prova de clubes
da Europa.
Por Ribeiro Cristóvão
Estádio Olímpico de Berlim tem capacidade para 76 mil espectadores
Juventus e Barcelona vão protagonizar, esta
temporada, uma final inédita da Liga dos Campeões. A
6 de Junho, no Estádio Olímpico de Berlim, os
conjuntos italiano e espanhol vão disputar pela
primeira vez o troféu máximo do futebol europeu.
Os tetracampeões italianos chegaram à oitava final da
Champions depois de afastar o Real Madrid, nas
meias-finais. A "vecchia signora" não chegava a uma
decisão deste género desde 2003, ano em que perdeu
com o AC Milan, em Old Trafford.
Os "blaugrana", por seu turno, apuraram-se para a
oitava final da Liga Milionária do seu historial ao
eliminar o Bayern Munique. A equipa da "cidade
condal" não marcava presença numa final deste
género desde 2011. Nesse ano, Messi e companhia,
comandados por Pep Guardiola, bateram o Manchester
United, no Estádio de Wembley, em Londres.
A Juventus levantou o "caneco" em 1985 e 1996. O Barça
conquistou a Liga dos Campeões em 1992, 2006, 2009 e
2011.
No curto espaço de cinco dias, o Real Madrid destruiu
todos os sonhos que ainda lhe restavam. O
afastamento da Taça do Rei já abrira caminho para
uma época marcada pela desilusão, mas havia ainda
dois objectivos possíveis de alcançar e que poderiam
ajudar a salvar uma temporada já de si algo cinzenta.
Um empate muito sofrido no Santiago Barnabéu frente
a um Valência destemido, que lhe retirou a
possibilidade de continuar a lutar pelo título de
campeão espanhol, foi apenas o primeiro toque a
rebate. Os sinos haviam no entanto de voltar a repicar
de forma lúgubre ontem à noite, no mesmo cenário,
assinalando a dolorosa despedida da Liga dos
Campeões.
Mesmo carregando uma pequena desvantagem trazida
de Turim, o Real Madrid partiu com optimismo para o
segundo round com a Juventus. E foi mesmo capaz de
operar a reviravolta, com Cristiano Ronaldo a fazer,
como sempre, de actor principal. Mas por aí se ficou.
Bem organizada e acreditando sempre, a equipa
italiana teve depois arte para chegar ao empate e, a
partir daí, deixou bem claro que seria muito difícil uma
segunda “remontada”.
Teremos agora, na primeira semana de Junho, a final
que poucos imaginavam, e para a qual a Juventus volta
a partir como a menos favorita, um factor que pode
voltar a funcionar em seu benefício.
Em Madrid, sobram destroços de uma noite mal
dormida. Agora, começa o tempo de afiar as facas,
algumas já apontadas a diversas figuras merengues,
com o treinador à cabeça. Ancelotti já foi dizendo que
gostaria de continuar, mas reconhecendo que ficou
tudo nas mãos dos dirigentes. Ainda no estádio, cedo
começou a onda de contestação, e até o nome de José
Mourinho foi chamado aos protestos.
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Quinta-feira, 14-05-2015
Aos dirigentes cabe agora enfrentar com coragem a
crise que se desenha no horizonte, e pensar em
decisões que se afiguram inevitáveis. Começaram a
faltar as vitórias que alimentam as multidões e, assim, o
Real Madrid vai, seguramente, passar por dias muito
complicados.
REVISTA DA IMPRENSA DESPORTIVA
Chega Murillo. E vai
Marco Silva...
SPORTING
Godinho admite ter
pedido vigilância a
jogadores
Ex-presidente do Sporting prestou
declarações em tribunal, no âmbito do "Caso
Cardinal".
Godinho Lopes presidiu ao Sporting entre 2011 e 2013
"Benfica garante Murillo" lê-se na primeira página de A
Bola. O mesmo assunto está na manchete da edição
Sul de O Jogo: "Murillo até 2019".
Na edição Norte, lê-se "Ataque às nomeações". O FC
Porto contesta "os critérios e a actuação de alguns
árbitros".
No diário Record, destaque para umA entrevista a
Sven-Goran ERriksson. O sueco fala do já anunciado
bicampeonato: "Ficaria muito feliz por Jesus e pelo
Benfica".
De volta ao diário A Bola, no topo da página lê-se
"Ponto final", entre os rostos de Marco Silva e Bruno de
Carvalho. Já sobre o FC Porto, o diário do Bairro Alto
avança: "Helton desejado mais um ano".
O antigo presidente do Sporting, Godinho Lopes,
admitiu esta quarta-feira ter sido o responsável pelo
pedido de um sistema de vigilância aos jogadores
leoninos, durante o seu mandato e que acabou por ser
gerido por Paulo Pereira Cristóvão.
A revelação foi feita no Campus da Justiça, em Lisboa,
durante o julgamento que envolve Pereira Cristóvão,
ex-vice-presidente do Sporting, no âmbito do "Caso
Cardinal".
"Fui eu que encomendei a vigilância aos jogadores",
atirou, perante o juiz, confessando não se recordar "de
quem partiu a ideia" para uma tal medida.
"Tanto pode ter sido minha, do Luís Duque ou do Paulo
Pereira Cristóvão [à data vice-presidentes do Sporting].
Em vários aspectos fui ingénuo e não terei tratado do
assunto com tranquilidade", considerou Godinho
Lopes, que explicou ainda as razões que presidiram à
contratação deste tipo de serviço de controlo de atletas.
"Entendemos contratar esses serviços dado o número
de jogadores jovens e estrangeiros que contratámos
em 2011. Sentimos que era preciso enquadrá-los e
ajudá-los. Desses serviços faziam parte vigilância a
jogadores durante a noite para que não se deitassem
tarde nem se metessem em bebidas. Era algo que já se
fazia noutros clubes. Eu só entendi que devia
formalizar esta actividade", esclareceu.
Carlos Freitas diz que nada sabia. "Estranho
muito"Ainda esta quarta-feira, Carlos Freitas, directordesportivo do Sporting no mandato de Godinho Lopes,
afirmou desconhecer que o tal sistema de vigilância de
jogadores havia sido colocado em prática. Godinho
Lopes estranha.
"Carlos Freitas disse que não tinha conhecimento
destes serviços? É possível, mas estranho muito que
não soubesse", comentou.
Apesar de o julgamento incidir sobre o caso que
envolveu o antigo árbitro-assistente José Cardinal, alvo
de uma "emboscada" e chantagem da parte de Paulo
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Quinta-feira, 14-05-2015
Pereira Cristóvão, o tema da vigilância aos jogadores
do Sporting tem assumido particular relevância, nas
últimas semanas.
PRIMEIRA LIGA
Vitória nega prémio
chorudo por triunfo
sobre o Benfica
FUTEBOL
Juniores. Título de
campeão adiado para
a última jornada
Vitórias de FC Porto e Sporting reservam
decisões para a derradeira ronda da fase de
apuramento do campeão.
Direcção vimaranense classifica como
"absolutamente falso" o dado revelado pelo
diário "Correio da Manhã", esta quarta-feira.
O Vitória de Guimarães desmentiu, esta quarta-feira,
que esteja previsto um prémio adicional a cada jogador
do plantel, em caso de triunfo sobre o Benfica, no
domingo, em jogo da 33ª jornada da Primeira Liga.
Através de comunicado, a Direcção do emblema
minhoto é clara na abordagem à notícia veiculada pela
edição de hoje do diário "Correio da Manhã".
"A SAD do Vitória Sport Clube vem por este meio
desmentir e lamentar a notícia veiculada, esta quartafeira, dia 13 de Maio, pelo Correio da Manhã. É
absolutamente falso que 'cada jogador do Vitória SC
receberá um prémio de jogo a rondar os 10 mil euros',
como se pode ler na ‘notícia’ publicada na edição de
hoje", pode ler-se na referida nota.
O Vitória sustenta que a referida notícia, que mereceu
chamada de capa do "CM", "ofende o brio profissional
dos atletas (...) bem como toda a restante estrutura do
futebol profissional, que não precisa de motivações
extras para disputar, em todos os jogos, os três pontos".
O Benfica lidera a Primeira Liga, com mais três pontos
do que o FC Porto, segundo classificado. Em caso de
vitória em Guimarães, na penúltima ronda do
campeonato, as águias sagram-se campeãs, pela
segunda época consecutiva.
O Vitória, por seu turno, é quinto na tabela, tendo já
garantido esse posto como limiar mínimo. A equipa
comandada por Rui Vitória tem ainda possibilidades de
chegar ao quarto lugar, que por ora é pertença do
Sporting de Braga.
A decisão quanto ao título de campeão de juniores foi
adiada para a última jornada, em virtude das vitórias de
FC Porto e Sporting.
Os dragões bateram o Vitória de Guimarães (3-2),
passando a somar 28 pontos, no primeiro lugar da fase
de apuramento de campeão. Já os leões derrotaram o
Rio Ave, por 3-1, cotando-se no segundo lugar, a três
pontos dos azuis e brancos.
Na última jornada, sábado, o FC Porto vai a Barcelos
defrontar o Gil Vicente. O Sporting recebe o Benfica.
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Quinta-feira, 14-05-2015
ANDEBOL
FC Porto a uma
vitória de novo título
de campeão
Triunfo sobre o Sporting, no segundo jogo da
final dos "playoff" do Nacional de andebol. A
vitória em Odivelas, no sábado, dará o sétimo
campeonato consecutivo aos azuis e
brancos.
O FC Porto venceu o Sporting (29-20), esta quarta-feira,
no DragãoCaixa, naquele que foi o segundo jogo da
final dos "playoff" do Nacional de andebol, ficando à
distância de uma vitória de revalidar o título de
campeão.
Na primeira partida, igualmente no pavilhão dos azuis
e brancos, a equipa de Ljubomir Obradovic bateu os
leões por 36-33. Tal como nesse jogo, os dragões
voltaram, hoje, a ser dominadores.
O terceiro desafio da final disputa-se em Odivelas, a
partir das 21h00 de sábado [16 de Maio]. Em caso de
nova vitória, o FC Porto conquistará o sétimo título de
campeão consecutivo.
Para se manter na corrida pelo título, o Sporting terá
agora de vencer os dois encontros em casa para forçar
um quinto embate.
Na baliza aos 59. Eis
Melo, o "Buffon da
Guarda"
É o terceiro atleta federado mais velho do
país.&nbsp;Chega a ter dois jogos ao
domingo. Este "Buffon" representa o Mileu
Guarda Sport Clube e um clube de futsal de
bancários reformados.
Por Liliana Carona
Fernando António Guerra de Melo tem 59 anos e está
no futebol por paixão. É o terceiro atleta federado mais
velho do país, estando atrás, apenas por alguns dias, de
dois “rivais” algarvios.
Melo, a quem, na cidade da Guarda e na região muitos
chamam "Buffon", tem a particularidade de representar
dois clubes: o Mileu Guarda Sport Clube e um clube de
futsal de bancários reformados.
Na época prestes a findar, Fernando Melo fez nove
jogos de 90 minutos consecutivos. Cumpre
religiosamente nos treinos que, no Mileu Guarda Sport
Clube, são ministrados por Liberalino, o "Scolari" da
Serra da Estrela. “É por paixão", explica à Renascença,
quando questionado sobre o que o faz andar nesta
vida. "Gosto de futebol, desde os 14 que jogo, nunca
parei. O físico vai aguentando, também não tenho
tendência para engordar”, justifica.
Com 1,73 metros e 68 quilos, Melo ainda joga e muito.
“Tenho alguma elasticidade, o corpo tem que aguentar
até rebentar. Jogo futebol porque gosto, não ando à
procura de records”, garante.
"Buffon"
Fernando Melo está sob o comando do luso-brasileiro
Liberalino Almeida, de 63 anos. “Defino-o como um
bom guarda-redes. Quem sabe nunca esquece.
Defende bem, está cada vez melhor, às vezes chamo-o
de 'Buffon'”.
Armando Gil, de 75 anos, é o presidente do Núcleo das
Velhas Guardas da Associação Cultural e Desportiva da
Guarda e também ele elogia o desempenho do guardaredes Fernando Melo. “Chegou a fazer dois jogos, um
de manhã, de futsal, e outro connosco, à tarde. Nós
costumamos dizer que nem na Malhada da Sorda se faz
em barro um atleta como este“, afirma.
Longe dos grandes relvados, mas no estádio da sua
vida, Fernando Melo sente-se em casa no Municipal da
Guarda. São já 20 anos, sempre sem atrasos e sem faltar
a aos treinos. "Não há cansaço que o vença?",
perguntamos. Responde: “Estou mesmo cansado, mas
vai valer a pena, amanhã, estarmos aqui outra vez”. E
amanhã, depois e depois, Melo lá entrará no recinto
dos treinos cumprindo o ritual de todos os jogos:
benzer-se e tocar na relva.
O Mileu Guarda Sport Clube está em 4º lugar na
segunda divisão distrital. Sem salários, os jogadores
recebem apenas 20 euros em caso de vitória.
Página1 é um jornal registado na ERC, sob o nº 125177. É
propriedade/editor Rádio Renascença Lda, com o nº de pessoa
colectiva nº 500725373. O Conselho de Gerência é constituído por
João Aguiar Campos, José Luís Ramos Pinheiro e Ana Lia Martins
Braga. O capital da empresa é detido pelo Patriarcado de Lisboa e
Conferência Episcopal Portuguesa. Rádio Renascença. Rua Ivens,
14 - 1249-108 Lisboa.
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