Olhe em frente ... mas também para o lado!
Parece que estamos a atravessar a rua! Mas não estamos. Aqui, do que falamos é da nossa
trajectória de vida. É da trajectória de vida agora, nos tempos que estamos vivendo.
Tempos que são bem difíceis para todos nós e aos quais reagimos com atitudes, as mais
diversas e muitas vezes contraditórias. É natural que assim seja porque nos habituámos a dar
por adquiridos direitos que nos foram sendo reconhecidos e para os quais também fomos
contribuindo ao longo da vida. E alguns desses direitos têm vindo agora a esboroarse,
lembrando-nos – porventura o mais espinhoso – que o Estado não é uma entidade abstracta,
somos todos nós.
Entre os sentimentos de indignação e de conformismo, é possível encontrar uma atitude
inteligente: não baixar os braços, redobrar o ânimo para superar as dificuldades, acreditar num
futuro menos sombrio, ter esperança, gerar confiança à nossa volta, enfim olhar em frente e
pensar no que pode fazer cada um de nós para ajudar a inverter a situação.
É neste estado de espírito mais promissor que vale a pena também olhar para o lado. Os que
puderem, claro está! Porque ao nosso lado, cruzamo-nos com colegas, cidadãos, familiares,
com razões mais pertinentes para se considerarem desfavorecidos da vida.
O seu sofrimento, a sua dignidade como pessoas, impõem-nos que não nos alheemos de todo.
O seu sofrimento deve ser também, em alguma medida, o nosso sofrimento.
Iniciado o novo ano na AREP, também a nós, dirigentes e voluntários, nos é exigido um olhar
mais atento em relação aos nossos associados mais frágeis. É este o compromisso que aqui
assumimos, diversificando e intensificando as iniciativas sociais que desenvolvemos em 2012.
Manuel Martins
Presidente
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Olhe em frente mas também para o lado!