SINOPSE “Campo Grande, meu recanto que encanta” Por Matheus Felipe Moises encontra inspiração para elaborar a produção escrita dele por meio das histórias do avô Joaquim. A narrativa está pautada entre as memórias e o hoje. Ressalta a beleza, a cultura e o progresso do lugar onde vive. Campo Grande, meu recanto que encanta Por Matheus Felipe PARTE I – (EXTERNA) PLANO GERAL DA CIDADE Uma cidade da capital de MS, Campo Grande. A câmera passeia mostrando cenários conforme a descrição feita pelo narrador – (Horto florestal, Praça das Araras, Avenida Afonso Pena e Parque das Nações Indígenas ...) Foi aqui onde nasci e cresci em minha bela Campo Grande, uma cidade tranquila com muitas árvores que muitas vezes eu subia para comer frutos. Uma vez era ingá, outras goiaba e até jatobá conforme a época. Morava em uma casinha pequena ainda com uma rua de terra vermelha e de chão batido. Sempre via e ouvia as algazarras das araras e o canto dos sabiás que enfeitavam o céu logo que amanhecia. (som de pássaros cantando , periquitos e araras gritando). De cidade morena minha terra foi chamada, penso que deve ser pela cor da terra vermelha ou quem sabe por causa das belas morenas daqui. (Som ao fundo do Grupo Eco do Pantanal “Chamamé da saudade”, só uma parte da canção como forma de exemplo) O lugar onde vivo é muito rico em cultura, uma delas é o chamamé, música dançada e segundo a tradição quer dizer “improviso”, também integra uma mistura de raças como os guaranis, espanhóis e italianos. Temos também o tereré, bebida servida com erva mate e água gelada, consumida na maioria das vezes em rodas cercadas de amigos para aliviar a sede e jogar conversa fora. PARTE II (EXTERNA) Cena de um grupo de amigos em uma roda de tereré, numa tarde ensolarada de sábado. Todos bem alegres saboreando um bom tereré, sentados na grama no Parque das nações Indígenas. Chega Joana, uma garota morena de 14 anos de idade, alta, magra, cabelos curtos e negros, trajando bermuda jeans, blusa vermelha e tênis colorido . Conversa com Maria, uma das meninas que estava sentada na roda. _Como vai Maria? Vejo que já se enturmou com o pessoal. _Tudo ótimo Joana, já fiz várias amizades e minhas notas na escola estão boas. (responde Maria, menina alegre de 15 anos, morena alta, magra cabelos longos e pretos com marcantes traços indígenas,trajando bermuda preta , blusa regata branca e rasteirinha colorida . Logo em seguida chega Moisés, garoto moreno, estatura mediana de 17 anos, com calça jeans, camiseta azul e calçando tênis . _ E ai galera ! (Todos respondem alegremente.) Ana Paula, um garota bem humorada de 16 anos, loirinha chegada recentemente da Cidade de São Paulo, vestindo um belo vestido colorido, diz para Moisés: _ Sente-se ai Moisés, vamos tomar um teres e trocar umas ideias . PARTE III (EXTERNA) (Após sentar-se ao lado de Ana Paula) _ E ai Moises tudo bem? (pergunta Ana Paula) _ Tudo ótimo. No final da semana passada viajei com meu pai para a cidade de Corumbá. Conheci um pedacinho do nosso Pantanal . Fomos buscar o meu avô. Vi tantos animais ... tuiuiús, garça branca, araras, jacarés, ariranhas, lontras... Muitas árvores. Respirei um ar puro, voltei renovado, pronto para estudar. ( a câmera passeia por entre os jovens, mostrando como é servido o tereré – risos e muita conversa entre eles). PARTE IV (EXTERNA) O celular de Moisés toca e ele atende ... (som de toque de celular) _ Oi pai, eu estou aqui com meus amigos no Parque das Nações Indígenas ... _ Agora! Tudo bem, eu estou indo. Moises se despede dos colegas e vai embora de ônibus para casa. A câmera mostra Moises no ponto de ônibus. PARTE V (EXTERNA) Moises desce do ônibus, caminha pela calçada e chega na casa dele. Já no portão encontrase com o pai Jonas. ( aparentando 45 anos, muito bem vestido calça e camisa social). _ Moises, fique com o seu avô, pois preciso ir a uma entrevista de emprego. _ Tudo bem pai, boa sorte! _Obrigado filho. (cena do pai de Matheus se afastando) PARTE VI (INTERNA) Moises entra pela porta da sala e encontra o avô Joaquim sentado no sofá. Joaquim um senhor aparentando 75 anos de idade, calvo e muito tranqüilo, ouvindo no rádio a música “Chamamé da saudade”, do grupo Eco do Pantanal. - Oi vô! Curtindo um sonzinho. _ É filho, estou me lembrando um pouquinho do tempo em que eu morei aqui, nesta mesma casa, neste mesmo bairro. Agora tudo mudou. A cidade em pleno desenvolvimento está mais moderna, mais bonita, esta casa está toda reformada, a rua asfaltada, muitas casas... ( Seu Joaquim começa a falar da vida dele com um ar de felicidade e demonstrando pelo seu olhar saudades dos tempos passados, mas é interrompido pelas palmas que vem de fora.) PARTE VII (EXTERNA) Moises vai ver quem é. São dois colegas de sala de aula, Marcos e Felipe. Dois garotos de 14 anos de idade. Marcos, baixinho, cabelo cortado a Neymar, seu ídolo do futebol convida Moises para jogar bola com a turma. _ Vamos jogar bola na quadra da escola? _ Agora não dá, eu estou fazendo companhia para meu avô. _ A hora que meu pai chegar, eu vou. _ Tudo bem, então vamos ficar esperando com você, ainda é cedo mesmo. (se dirigem para dentro da casa – sala) PARTE VIII (INTERNA) Cumprimentam seu Joaquim e sentam-se ao seu lado. _ Cara, meu avô estava recordando o tempo em que morava aqui, no bairro Belo Horizonte. Felipe, um garoto moreno, alto, estudioso comenta: _ Moises, nós temos uma redação para fazer que a professora pediu sobre memórias, você se lembra? _ Cara, é mesmo! Vamos aproveitar e ouvir o que meu avô tem a dizer. _ Vô Joaquim, conta um pouquinho como era esse bairro quando o senhor morava aqui. _ Está bem, esperem um pouquinho. (Seu Joaquim se levanta, vai até ao quarto, pega dentro de uma caixa de madeira umas fotos antigas e volta para a sala). PARTE IX (INTERNA) Os garotos ficam em volta do senhor Joaquim, vendo as fotos e ouvindo seu Joaquim contar... (A câmera deverá mostrar a imagem da foto em paralelo com o Bairro Belo Horizonte como está hoje. Mostrar a nova avenida “ Lúdio Martins Coelho”, na marginal Lagoa até a Vila da Base Áérea) _ Recordando aqueles momentos, até sinto o cheiro da terra molhada que vinha da minha rua de chão batido, quando chovia. Terra vermelha da minha “cidade morena”(Campo Grandecapital de Mato grosso do sul). Naquele tempo a pesca era a diversão. Hoje os animais estão quase ficando extintos e a pesca nem se fala “cadê os peixes”?! Recordo-me que atrás de minha casa, casinha simples de tábua com cerca de arame farpado, assim como quase todas as casas do bairro havia uma área militar onde eu e meus amigos adorávamos ir para tomar banho na piscina da vila e sair correndo do soldado quando ele nos via. “Meu Deus quantas estripulias! (Seu Joaquim se levanta e vai até a janela da sala. Som de ruído de carros, buzinas...). PARTE X (INTERNA) Os meninos continuam em silencio e atentos a fala de deu Joaquim _ Dá janela de meu quarto, de vez em quando era possível ver correndo entre as matas, tamanduás, tatus e ouvir o canto de vários pássaros ... Marcos, interrompe os pensamentos do seu Joaquim com uma pergunta: _ Seu Joaquim, como era as brincadeiras? _ Nossa, quantas Saudades eu tenho das brincadeiras com os amigos da antiga rua, uma das preferidas era entrar dentro das manilhas e chegar até uma bela nascente, para nos guiarmos fazíamos uma lanterna caseira, feita com uma lata de óleo vazia com uma vela cortada ao meio dentro dela. Próximo daquela nascente que chamávamos carinhosamente de “paraíso”, existia uma maravilhosa bica d’água que sempre tomávamos banho, principalmente aos domingos, um detalhe, antes de ir à missa . (Vô Joaquim se cala, um silencio total invade a sala...) Neste momento Seu Jonas, pai de Moises chega em casa alegre por ter conseguido emprego. _ Pessoal, pessoal!!! Consegui emprego, graças ao desenvolvimento desta maravilhosa cidade, com várias construções de novos prédios, shoppings , comercios ... Todos riem , contentes com a alegria de seu Jonas, o abraçam dizendo “parabéns”. Moises, Marcos e Felipe se despedem dizendo que vão jogar bola. Caminham pela avenida “Lúdio Martins Coelho”. (Filmar placas com nomes dos Bairros até a Escola Estadual Luisa Vidal Borges Daniel, período integral, mais educação. Escola situada no bairro vizinho, local onde os garotos estudam) Moises comenta: (entrando na escola) - Pessoal, agora temos uma boa história para a nossa redação ... PARTE XI (EXTERNA) - à noite Moises sentado em uma cadeira na varanda da casa dele, com um caderno e uma caneta na mão escrevendo. A filmagem retoma a PARTE I, inicio do roteiro, com a fala do narrador, que é a redação (dever da escola), produzida por ele. FINAL