24 de Maio Apresentação Pública INTERVENÇÃO DE LUÍS MIGUEL FRANCO Camaradas, Amigas e Amigos, Permitam-me, em primeiro lugar, que agradeça a vossa presença neste acto público da CDU – Coligação Democrática Unitária, destinado à “apresentação dos candidatos cabeças-de-lista aos órgãos autárquicos do Concelho de Alcochete”. Permitam-me, igualmente, que saúde todos aqueles – e foram muitos – que, por diferentes razões, não puderam estar hoje aqui, mas que tiveram a amabilidade de nos enviar mensagens de apoio e solidariedade, manifestando entusiasmo e confiança no projecto político da CDU. Quatro anos depois, voltamos a este Largo do nosso Centro Histórico para, de forma pública e com confiança, prestar contas em relação a este mandato e reafirmar o projecto político da CDU, de honestidade, competência e trabalho, de proximidade com as pessoas, de estar e conviver com os cidadãos, dizendo-lhes a verdade e transformando-os no centro de toda a nossa actividade política. Por tudo isto, regressamos a este espaço, fora da comodidade e conforto das nossas casas, ou de um local reservado, para estar convosco e partilhar a apresentação dos candidatos cabeças de lista aos órgãos autárquicos do Concelho! Convém, pois, recordar como desenvolvemos o trabalho ao longo deste período, em que condições e alguns dos resultados alcançados. Como todos sabemos, a realidade dos últimos anos tem sido particularmente difícil para o País, a Região e o nosso Concelho, devido à grave crise económica e social que atravessamos. Segundo indicadores macroeconómicos publicados por diferentes organismos – a recessão da economia portuguesa agravou-se! Assistimos a quebras significativas de investimento privado, público e no rendimento disponível das famílias, fruto dos cortes nos salários e nas reformas, dos cortes nos apoios sociais e do aumento da carga fiscal. Os flagelos sociais intensificaram-se. O desemprego, por exemplo, atingiu já os 17,7% e pode chegar aos cerca de 19% no final deste ano, atingindo mais de 1 milhão e quinhentos mil portugueses. Por sua vez, as Leis do Orçamento de Estado aprovadas ao longo destes anos evidenciaram uma vontade política de reduzir o défice público à custa da destruição de postos de trabalho, da redução de salários e direitos dos trabalhadores, da destruição das funções sociais, da redução do investimento público, transferindo a responsabilidade desse défice para as Autarquias, com novas reduções das transferências do Estado. Só no município de Alcochete, essa redução passou de cerca de 3 milhões e duzentos mil euros para cerca de 2 milhões e setecentos mil euros, ou seja, um corte de cerca de 500 mil euros por ano, acrescido de uma quebra generalizada de receitas que, nalguns casos, ultrapassou os 50%. No que diz respeito ao investimento da Administração Central no nosso Concelho, verificou-se uma contínua redução das funções sociais do Estado, com reflexo no funcionamento dos serviços a prestar às populações, ao nível do Serviço Nacional de Saúde, na limitação do direito ao ensino e na redução da acção social escolar. Na saúde verificámos um aumento das taxas moderadoras, cortes nos exames complementares de diagnóstico, redução nos recursos humanos (pessoal médico e de enfermagem), colocando em causa uma boa prestação de cuidados médicos. Em Alcochete, no Centro de Saúde, depois do encerramento do SAP (Serviço de Atendimento Permanente), foram reduzidos os Serviços de Apoio Complementar (SAC). No Passil, reduziram o serviço de enfermagem. Em S. Francisco, foi encerrada a extensão local. No Samouco, para além de não terem ainda pago ao município a verba correspondente à construção da extensão local de Saúde (cerca de 400 mil euros), os recursos Humanos Médicos e de Enfermagem são insuficientes. O transporte de doentes em ambulância passou a ser mais caro, devido ao corte do financiamento aos Bombeiros. Acresce a isto o encerramento do serviço de observação (SO) da urgência do hospital do Montijo, que serve as populações dos dois Concelhos. As razões economicistas invocadas para a implementação destas medidas traduzem-se em pior e mais cara Saúde! No plano social, crescem os fenómenos de pobreza, de situações de carências básicas nas famílias, de habitação social e até fenómenos de verdadeira exclusão social, apesar dos esforços do município e de outros parceiros sociais. No plano autárquico, assistimos a subversão do modelo de Poder Local Democrático constante da Constituição da República Portuguesa: a) Passando pela tentativa de desfiguramento do Sistema Eleitoral para as Autarquias Locais, eliminando a eleição direta das Câmaras, reforçando o Poder Absoluto Unipessoal, a redução do número de eleitos (nas Câmaras e Assembleias Municipais), a imposição de um regime de executivos homogéneos/monocolores, acabando com as características plurais e democráticas hoje existentes e, instalando condições para a ausência de controlo democrático, de transparência e até corrupção; b) A instituição de um regime de finanças locais assente na fiscalidade local, reduzindo os fatores de coesão e eliminando o princípio constitucional da “justa repartição entre a administração Central e Local; c) Uma subversão do atual regime de atribuições e competências municipais, atribuindo-as a estruturas “supra municipais”, ao arrepio de um verdadeiro processo de descentralização política como o que se verificaria se fossem instituídas as “Regiões Administrativas”, d) Finalmente a extinção de mais de mil freguesias, eliminando a participação política e democrática das populações, reduzindo a proximidade e retirando força à representação dos interesses locais. O Poder Local Democrático é fundamental para o incremento da qualidade de vida dos cidadãos. Ou seja, a redução das competências e dos recursos financeiros das autarquias terão sempre como consequência uma degradação da qualidade de vida dos cidadãos e isso nós nunca aceitaremos! Mas, apesar deste quadro que, sinteticamente, descrevemos, a maioria da CDU que governa os órgãos autárquicos do Concelho conseguiu superar as dificuldades, foi inovadora e criativa e concretizou muitos dos objectivos a que nos tínhamos proposto no início do mandato que agora termina. Assim, 1. Mantivemos uma “estratégia de desenvolvimento” que assumiu a necessidade de redefinição de prioridades, o alargamento temporal da sua execução, mas mantendo imprescindível a sua necessidade de concretização, com imaginação e competência; 2. Mantivemos como válida a “Estratégia Global” de “Continuar a Desenvolver o Concelho de forma sustentada, tendo em consideração a melhoria da qualidade de vida das nossas populações e contribuindo para a transformação de Alcochete num Concelho com Futuro”, definindo e concretizando as seguintes linhas de orientação: a. Actualizámos os nossos instrumentos de planeamento e gestão do município, com particular ênfase no Plano Estratégico de Desenvolvimento do Concelho de Alcochete – Alcochete 2025, no processo de revisão do PDM, na inserção do nosso concelho na Unidade Territorial do Arco Ribeirinho Sul e na conclusão da 1.ª fase da Avaliação Ambiental Estratégica; b. Continuámos a qualificar o Território, o Urbanismo e o Ambiente Urbano, centrado na Qualidade de Vida dos Cidadãos e na Sustentabilidade. Nesse sentido, concluímos e apresentámos a candidatura do Programa de Acção da Regeneração Urbana, os respectivos Projectos de Execução e iniciámos a obra de Requalificação da Frente Ribeirinha da Vila de Alcochete (ainda em curso) e da Requalificação do Centro Histórico (concluindo o acesso poente à Biblioteca Municipal, a Rua do Mercado, a Rua João Deus/Catalão, entre outros). Este trabalho será desenvolvido noutros pontos do Concelho, nomeadamente com intervenções de reabilitação do Largo de S. Brás no Samouco, do Parque de Merendas da Fonte da Senhora e do Monte do Passil; c. Vamos, assim, continuar a trabalhar no sentido de Ordenar o nosso Território e criar as condições objetivas para continuar a captar investimento público e privado, a par da dinamização do nosso tecido económico e qualificação da sua actividade empresarial; d. Promovemos programas e parcerias no domínio energético, implementando a eco – eficiência do espaço público, adaptando as lanternas do centro histórico a balastros eletrónicos, iluminação pública com relógios astronómicos e iniciámos o projecto “InovGrid Alcochete” (ainda em curso), que colocou o nosso município num projecto pioneiro em Portugal e nas “redes inteligentes de energia europeia”; e. Exigimos à Administração Central a melhoria das Acessibilidades e pugnámos por melhores transportes públicos (junto de operadores privados), aprovámos e implementámos a 1.ª fase do Plano de Eco mobilidade Sustentável de Alcochete – PEDAL; f. Participámos activamente no processo de revisão da Lei dos Solos e do Ambiente e demais legislação respeitante ao Ordenamento do Território e Urbanismo, no sentido de desenvolver políticas de solos que estimulassem a reabilitação urbana, o mercado habitacional a custos controlados e de arrendamento social; g. Continuámos a promover a Inovação e o Desenvolvimento Tecnológico, estimulando a Economia, reforçando a capacidade do tecido económico local, afirmando Alcochete e a sua vocação turística, captando investimento e acolhendo empreendimentos turísticos de qualidade. Nesse sentido, procuraremos consolidar e requalificar a oferta disponível nas áreas de localização empresarial do Passil e Batel, dotando-as de melhores serviços, promovendo-as no plano nacional e internacional e daremos novos impulsos aos projetos turísticos de “Reconversão das Secas do Bacalhau”, “Barroca D’Alva” e Samouco, procurando criar condições para a sua concretização; h. Promovemos a afirmação de Alcochete, no âmbito internacional como “marca de referência nos domínios da biodiversidade e porta de entrada da Reserva Natural do Estuário do Tejo” constituindo este desiderato um objectivo a alcançar, em parceira com o ICNF e instituições de Investigação Científica; i. Conferimos toda a prioridade à Educação e ao reforço da nossa identidade cultural, valorizando o Sistema Local de Conhecimento e a sua inserção regional. Nesse sentido, e respeitando esses compromissos, inaugurámos o Centro Escolar de S. Francisco e a sua biblioteca comunitária, no maior investimento de sempre realizado no concelho. Neste âmbito, vamos concluir os Projetos de Execução do Centro Escolar da Quebrada Norte, no sentido de procurar a sua reprogramação física e financeira para um momento mais oportuno, em função de uma conjuntura mais favorável, no plano económico e financeiro. Continuaremos a pugnar por ancorar em Alcochete um “Centro de Investigação Aplicada nos domínios do Ambiente, da Biodiversidade e do Estuário do Tejo”; j. Apoiámos a Juventude e as suas iniciativas e promovemos a Actividade Física, o Desporto e a qualificação do Movimento Associativo. Concluímos várias infraestruturas desportivas em estabelecimentos de educação e ensino, o Parque de Bike/Skate e a Zona Desportiva e de Lazer do Valbom, a manutenção das bancadas do campo de futebol do Samouco e outros equipamentos desportivos; k. Apesar das dificuldades financeiras, mantivemos o objetcivo de reforçar a coesão do tecido social, promovendo o emprego com direitos, a Saúde, a Integração e a Solidariedade Social, estimulando a cooperação no quadro do Conselho Local de Ação Social e dialogando ativamente com os Ministérios da Segurança Social e Ministério da Saúde, exigindo mais Coesão Social e melhores Serviços de Saúde. Neste domínio, substituímo-nos ao próprio Estado, num esforço conjugado com outros parceiros, concluindo o Centro de Saúde do Samouco, instalando a Loja Social no Mercado em Alcochete e implementando um programa de acção social escolar e cantinas sociais; l. Desenvolvemos esforços no sentido de garantir a Segurança e a Protecção Civil dos Cidadãos, reforçando a nossa cooperação activa, no quadro do Conselho Municipal de Proteção Civil e de Segurança, com a AHBVA, a GNR e outros agentes; m. Independentemente dos poucos recursos financeiros disponíveis, mantivemos a descentralização e a cooperação com as Juntas de Freguesia, aproximámos a Câmara e Assembleia Municipal dos cidadãos, privilegiando a realização de reuniões e atendimentos descentralizadas em vários locais do território, ao longo de todo o mandato; n. Em diálogo estreito, com os trabalhadores das Autarquias e as suas estruturas representativas, desenvolvemos acções no sentido de melhorar a gestão democrática e participada dos órgãos autárquicos, valorizámos a cidadania e qualificámos os serviços das Autarquias, reforçando os direitos laborais dos trabalhadores e pusemos fim “a precaridade laboral” no município, o. Finalmente aprofundámos a cooperação intermunicipal, no quadro da ANMP, AMRS e JMLx, pugnando pela “regionalização” e valorizando o Município de Alcochete, em termos Nacionais e Internacionais. 3. Em síntese, defendemos intransigentemente a qualidade de vida dos nossos cidadãos, perspectivando sempre Alcochete como um concelho com futuro! Naturalmente, que nem tudo foi feito. Nem todos os objectivos foram alcançados! Mas, caros Camaradas, Amigas e Amigos, creio que podemos afirmar que o balanço é positivo e de que estamos no caminho certo e assim queremos continuar! Permitam-me, ainda, que faça algumas considerações sobre a equipa de candidatos, ainda não completa, que hoje foi apresentada e que vos enuncie alguns dos objectivos e linhas estratégicas do nosso trabalho para o próximo mandato. Julgo que podemos afirmar, sem falsas humildades, que estes camaradas e amigos são a expressão e o rosto de um projecto político coerente, que com a contribuição e a participação de outros eleitos, trabalhadores das autarquias e população em geral, continuarão a prosseguir o objectivo de gerir em função do bem-estar de quem aqui vive e trabalha. Vamos continuar a valorizar e a reconhecer uma obra da CDU, que mostrou o valor superior da gestão pública, com padrões de qualidade de serviço público, como um imperativo para melhor servir os cidadãos. Nesse sentido, pensamos indispensável continuar a valorizar o Concelho de Alcochete, no País e no Mundo. Nesse sentido, vamos continuar a concretizar uma verdadeira “Agenda Estratégica para o Desenvolvimento Sustentável do Município de Alcochete”, que perspective o futuro do nosso Concelho, com uma elevada qualidade de vida para os seus munícipes, suportada por um modelo de desenvolvimento que valorize as nossas potencialidades, que promova uma Actividade Económica e Turística de qualidade, que reforce a capacidade e competitividade do nosso tecido económico, que desenvolva actividades de Inovação e Tecnologia, que valorize o nosso Sistema de Conhecimento, que promova a coesão do nosso Tecido Social e que afirme o nosso Território no contexto Regional, Nacional e Internacional, devidamente enquadrado e suportado no próximo Quadro de Apoio Comunitário. Vamos estimular a dinâmica de negócios do tecido empresarial e comercial do Concelho, mobilizando os diferentes agentes económicos para a requalificação das Áreas de Localização Empresarial do Concelho (Batel/Passil/Samouco), estimulando a economia, captando investimento e reforçando a competividade do tecido económico local. Continuar o Programa de Regeneração Urbana de Alcochete, enquanto alavanca da dinâmica social, cultural, criativa e turística do Concelho, estendendo esta dinâmica às várias localidades do território, assumindo-se a continuação da requalificação da frente ribeirinha como uma prioridade. Continuar a promover o património natural, paisagístico e ambiental do Concelho, assumindo a sua singularidade e dando continuidade aos projectos em curso, assim como, estimulando a surgimento de projectos específicos, nos domínios da imagem urbana, mobilidade sustentável, eco – eficiência do espaço público/edificado, biodiversidade. Implementação de um Programa de Requalificação e Modernização da Rede de Equipamentos de Base Social (Cultura/Educação/Desporto/Solidariedade Social), afirmando o território concelhio como espaço de coesão social e identidade cultural. A enunciação destes eixos estratégicos constitui o aprofundamento do “Projeto da CDU para o concelho de Alcochete”, apresentado em 2005 e que continua a representar a nossa matriz de trabalho. Nesse sentido, renovamos a nossa disponibilidade para continuar o trabalho desenvolvido, assim mereçamos a confiança das nossas populações! Queremos “Continuar a Valorizar Alcochete” Contamos Consigo! Continuem a contar connosco! Viva a CDU! Viva o Concelho de Alcochete!